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Ano 83|Nº 4|30 de março de 2016 Guilherme Santos/Sul21
O tempo que se apresenta para os trabalhadores do Brasil é de ameaças à democracia e aos direitos. E quando falamos em democracia, falamos em lutas por conquistas de um futuro decente. Perder o horizonte da democracia é arriscar a perda de direitos que lutamos muito para construir. O que se quer com um processo de impeachment contra um governo democraticamente eleito como é o da presidenta Dilma Rousseff, é preparar um pacote de maldades que já conhecemos muito bem. O vice-presidente, Michel Temer (PMDB), anuncia um conjunto de medidas que prevê cortes em investimentos públicos, na educação, saúde e segurança e já se anunciando como herdeiro legítimo desse futuro como
presidente do país. Ele chama esse conjunto de medidas de Ponte para o Futuro e nós sabemos que por trás de sua agenda golpista está ele ter sido denunciado na Operação Lava-Jato. Nós sabemos que se trata de um retrocesso a um passado que pensávamos ter sido superado. Os últimos 14 anos legaram à luta dos bancários e bancárias 14 anos consecutivos de greves e os mesmos 14 anos de conquistas como sucessivos aumentos reais, vales e PLR. A ponte para o futuro quer nos levar de volta ao passado! Os bancários já conhecem esta história de cortes de direitos anunciados como se a salvação o fossem. É a velha estratégia de arrocho salarial, de demissões e de ampliação
da exploração e do lucro dos banqueiros. Os bancários e as bancárias sentirão na pele o aumento das metas, e o assédio moral campeando nas agências e postos de trabalho. Há uma reforma trabalhista em curso no Congresso Nacional sob a forma de 55 projetos de lei que atacam direitos. Um deles é o PL da Terceirização, que já foi aprovado na Câmara e agora está no Senado. Se for aprovado, férias e descanso semanal, podem passar a não valer mais. Em outro projeto de lei, os deputados e senadores querem que o negociado valha mais do que a lei, submetendo os trabalhadores às chantagens dos patrões. Podemos perder muito direitos ou ter que lutar de novo por o que já havíamos conquistado, como é o caso do 13º Salário. A classe trabalhadora será a mais prejudicada
com o golpe do impeachment. Deixamos claro que o Sindicato não defende nenhum tipo de malfeito ou corrupção. Todos, repetimos, todos que tiverem desvios de conduta comprovados na Justiça devem pagar de acordo com a obediência ao processo legal. No entanto, ninguém pode estar acima nem abaixo da lei. Não pode haver privilegiados nem uma Justiça seletiva.
A Ponte de Pedra, também chamada de Ponte dos Açores, foi concluída em 1854 e é um monumento histórico de Porto Alegre. O abandono atual mostra que as pontes do passado projetam o futuro e podem sobreviver ao descaso e à lama. A ponte para o futuro do trabalhador é construída com os tijolos da luta não com golpe nos nossos direitos Por isso é tempo de lutarmos para que a democracia prevaleça ante a aventura de um golpe sem militares, mas com a grande imprensa, Congresso Nacional e setores da Justiça. A nossa jornada é de vigília e mobilização permanentes.
Não precisamos de mais ditadura. Precisamos é de mais democracia. Compreendemos também que o processo de impeachment vem sendo cevado pelos discursos de crise e de corrupção. Esses dois discursos servem como uma distração, como cortina de fumaça, para o retrocesso nos direitos.
Leia em seu celular a nota do SindBancários em defesa da democracia e dos direitos dos trabalhadores migre.me/tnIyf
O impeachment é a cortina de fumaça para reduzir salários, extinguir empregos, prejudicar a previdência, entregar o petróleo e o pré-sal e terceirizar o Brasil.