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FERRAMENTAS DE ENGENHARIA: Fundamentos para sustentabilidade
Uma das fortes características da indústria, principalmente a automotiva, é sua alta competividade. Primeiro entre as montadoras, onde cada uma competindo em levar os melhores produtos ao mercado, buscando consumidores que sabiamente desejem adquiri-los. Por outro lado, o consumidor (cada vez mais sábio), que além da opção de adquirir o próprio veículo, tem outras opções de meios de transporte com excelente custo / benefício, como aplicativos de caronas, viagens e aluguel de carros, além do transporte público que vem melhorando a cada dia, sendo a maioria deles baseados na otimização do uso dos veículos de transporte.
Neste contexto de alta competividade e sustentabilidade das montadoras, uma das melhores frases criadas pela GM sobre sua missão foi “desenhar, fabricar e vender os melhores carros do mundo”. Simples e de fácil entendimento para todos seus colaboradores, e que de uma maneira geral poderia representar também o desejo de todas as montadoras. Olhando da perspectiva de negócio, quando isso acontece significa mais vendas e razão para continuar existindo (sustentabilidade). Para tanto, as ferramentas a favor do desenvolvimento da engenharia exercem um papel fundamental. Qualquer que seja a ferramenta de solução de problemas (OpEx, Six Sigma, Lean Six Sigma, Design Thinking, etc) tem em comum o modelo mental que passa pelas seguintes etapas:
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O que fazer e por quê?
Qual o benefício para o negócio que justifique o dispêndio de tempo e recursos para todo o projeto. Naturalmente, o benefício a ser alcançado tem que ser maior que o esforço total do projeto e compensar os riscos e tempo até implementação. Sem contar que da perspectiva do negócio, sempre haverá uma competição de onde investir recursos de maneira a garantir a sustentabilidade da empresa, e tais investimentos (o que fazer) sempre terão a sombra dos investimentos tradicionais que o mercado financeiro oferece.
No caso das possíveis rotas de utilização do grafeno na indústria automotiva, os benefícios oferecidos por esta tecnologia deverão ser superiores às tecnologias concorrentes para sua viabilização, como já ocorre em alguns casos.
Como fazer?
Um planejamento macro com lista das atividades necessárias para entregar com sucesso o prometido (o que fazer) no tempo certo para o negócio; muitos fazem uma lista detalhada das atividades nesta etapa, nada contra, porém na maioria dos casos o plano tem que ser ajustado e o detalhismo passa a ser desperdício de tempo. Encontrar o equilíbrio geralmente vem com a experiência.
Quais os critérios para julgar as alternativas ou o(s) caminho(s) mais eficiente e efetivo para entregar o prometido?
O principal objetivo desta pergunta é estabelecer um conjunto de medidas funcionais para dirigir a escolha da solução / satisfação do cliente. Vale a pena ressaltar aqui que são os critérios que definem o vencedor. Por exemplo, para as mesmas alternativas se o critério for “mais barato” o vencedor será um, porém se o critério for “melhor qualidade”, o vencedor será outro.
Definido os critérios, tira-se uma foto da situação atual (referência) e compara- se com os outros competidores para definição do vencedor. Além disto, a escolha correta dos critérios pode auxiliar na escolha correta dos competidores. Quando isto não é bem claro, corre-se o risco de estabelecer uma competição com competidores fracos e a seleção do melhor deles, ser aquém do que o mercado espera.
Para definição correta dos critérios é necessário conhecer bem todos os clientes, que podem ser desde toda cadeia produtiva até leis governamentais e meio ambiente, assim como seus níveis de satisfações.
Coletar alternativas sobre as possíveis soluções do problema, organizar e rodar a competição com os critérios corretos e escolher a alternativa vencedora.
A busca aqui pode ocorrer em duas etapas, do macro para o micro. Selecionando primeiro o sistema que irá entregar o prometido e depois otimizando-o. O objetivo principal é estabelecer com evidencias a melhor alternativa que irá entregar o resultado prometido de acordo com os critérios estabelecidos e ao mesmo tempo atendendo os outros objetivos do negócio. Para tanto o uso de ferramentas para gerar de maneira eficiente evidências para suportar a tomada de decisão é essencial.
Gosto muito desta frase “Quanto mais alternativas maior a chance de sucesso”. As fontes de alternativas podem ser variadas, as mais comuns são “benchmarking”, sessões de criatividades (design thinking, pain or brain storming, etc) ou ferramentas de solução de problemas como TRIZ.
Implementar a alternativa vencedora e monitorá-la. Baseado em toda esta jornada de aprendizados, descobrir e executar novas oportunidades (melhoria contínua).
É comum o ciclo de desenvolvimento parar após a implementação. Porém para manter viva a cultura de melhoria contínua e sustentabilidade da empresa, é muito importante analisar o desempenho do projeto relativo aos objetivos (o que fazer) e entregas do projeto buscando principalmente ações futuras que agreguem valor para o negócio.

A empresa cuja os colaboradores usam habitualmente esta estrutura, explora-se múltiplas alternativas para solução de problemas selecionando a melhor, e todas as decisões de negócio são baseadas em evidências que são obtidas de forma rápida e eficiente, certamente é uma empresa vencedora.
Engenheiro de materiais na General Motors. Doutor em Engenharia de Materiais pela Escola Politecnica, USP. BEng em Engenharia Metalúrgica, forte conhecimento em investigação de falhas. Design para Six Sigma, Master Black Belt. Especialista em encontrar a melhor rota de fabricação de peças metálicas considerando critérios técnicos e comerciais.



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