
1 minute read
DaraPalavra DaraPalavra
Esta história o meu pai contou-me dezenas de vezes, ele sempre esteve ligado ao movimento associativo de Alhos Vedros, o meu pai esteve envolvido na fundação da antiga cooperativa e dos reformados.
Eu e a minha irmã vivemos sempre no movimento associativo, porque a nossa infância foi sempre aqui, na Velhinha. Na velhinha faziam-se revistas, O senhor Madeira foi um grande ensaiador aqui.
Advertisement
O senhor do Algarve, que viveu muitos anos aqui, em Alhos Vedros, foi um grande ensaiador aqui. E então a Velhinha tinha sempre peças de teatro, coisas para apresentar. teatro, revistas. Tudo aqui na Velhinha. Aqui na Velhinha antiga, claro.
Ainda não chegámos ali ao pavilhão. Em 1965, formou-se aqui um grupo de jovens. Portanto, eu tinha 15 / 16 anos, quando comecei.
E fomos então fazer essa tal peça de Luís Francisco Rebelo, “Alguém Terá de Morrer”. E fizemos essa peça, a Velhinha inscreveu-se nesse tal concurso do Teatro Amador.
Ganhava quase sempre Évora e Coimbra.
Em Alhos Vedros fizemos aquela peça e aquele júri, aqueles artistas conceituados naquela altura, vieram todos assistir naquele dia. E o nosso espetáculo estava muito bom, muito bom.
Quem ganhou nesse ano foi a Velhinha, o prémio era irmos para Lisboa tirar um curso de teatro profissional.
O meu pai, que era todo para a frente, todo um homem sensível com todas estas coisas, queria que eu fosse. Vai, filha, vai. Tinha lá uma tia para eu ir.
Mas eu, francamente, não me senti com aquela coragem por só ter a quarta classe. E foi isso que me aconteceu. Pronto, fiquei cá.