1 minute read

DaraPalavra DaraPalavra

Era aqui à porta da Velhinha, que todas as bandas vinham tocar, a banda de Alhos Vedros ia esperar as outras bandas à estação de comboios. Vinham bandas de qualquer parte do País.

No final da segunda guerra mundial em 1945 / 1946, a Velhinha abriu as portas, tudo iluminado, a banda saiu à rua a tocar nas ruas de Alhos Vedros. Quando a banda já ia para passar a Baixa da Banheira, que naquela altura era ali umas casinhas só e mais nada.

Advertisement

Eles queriam ir para o Lavradio e para o Barreiro tocar, onde estavam as fábricas importantes de cortiça. As pessoas vinham para a rua para ouvir a banda tocar, iam a pé de Alhos Vedros para o Barreiro.

Quando a banda ia a chegar ao pé do Forno da Cal, zona onde hoje é o Continente, veio uma pessoa de bicicleta, muito aflita, um homem avisar que vinha a cavalaria do Barreiro a chegar ao Lavradio.

Os homens da banda já estavam a ouvir os cavalos vir ao encontro deles, tiveram todos que se esconder. Estes homens conheciam bem Alhos Vedros, esconderam-se no túnel por baixo da estrada, na zona das marinhas entre a Casa do Sal e o Forno da Cal.

Aquela zona tinha também uma azinheira que ainda hoje lá está, velha, numa árvore ali muito grande. Aí foi onde o meu pai se conseguir meter, porque o saxofone era muito grande, que era o da banda e ele conseguiu se meter debaixo da azinheira.

Despiu-se e enrolou a roupa que tinha vestida no instrumento, porque eles vêm com lanternas. Naquela altura não havia luz nenhuma. Eram as lanternas que a tropa trazia, a cavalaria do Barreiro trazia.

Os outros músicos fugiram para o Rio dos Paus, que era do outro lado da estação. Havia um rio onde as mulheres iam lavar e coisas. Fugiram para o Rio dos Paus.

This article is from: