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Cultura
Conheça a casa de dança que serve como refúgio para a comunidade LGBTQIAPN+
Página 3
Esportes
Veja como o futebol amador se torna caminho para jovens que tentam a profissionalização
Página 9
Ciência e Tecnologia
Entenda o processo da construção de um carro de corrida até a fórmula SAE
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EDITORIAL// OPINIÃO//
Um espaço para acolher assuntos e pessoas.
Para quem vê de fora, o mundo de pessoas como Stevie Wonder é uma eterna escuridão, sensação semelhante para aqueles que estão à margem da sociedade. É a realidade de quem é minoria na universidade, de uma mãe que carrega nos braços seus filhos pelos corredores e de um artista que não se vê valorizado. De quem pede apoio, mas não tem.
Do choro de um bebê ao chacoalhar de um spray, percebe-se oportunidades e desigualdades. É nessa hora que a denúncia começa: seja da pessoa que foi expulsa de casa, de quem busca por espaço ou precisa sair da sala de aula devido ao choro do filho. Assuntos que permeiam e perturbam a vida daqueles que não se sentem acolhidos.
Contudo se Stevie Wonder
usou de suas valências, além da visão, e um dia escreveu “você é a luz do sol da minha vida”, mesmo sem conseguir ver o brilho da amada, existe esperança para todos dentro e fora dos muros da UFU. Encontrar forças onde não imaginava e ninguém esperava, superando a si mesmo, como fez o pianista, como fazem nossos personagens.
Estas páginas não se constroem só em dor, são inovação, alegria e arte. É felicidade de uma viagem única, ainda que para poucos. Ao olhar para as seções deste jornal percebe-se a diversidade de assuntos e de pessoas, frequentemente silenciados e ignorados. Assim, apresentamos a quinquagésima quarta edição do Jornal Senso (in)comum: diversa, inclusiva e reflexiva.
O que elas têm em comum?
POR CAROLINA LEMOSMaria Clara saiu de casa por volta das oito e meia. Guardou dentro de uma bolsa os seus cadernos desgastados, o estojo vazio com o necessário e algo para comer. Passaria aquela terça-feira inteira na faculdade. Maria Helena, enquanto isso, arrumava a casa e cuidava de seus dois filhos pequenos. Tapou as marcas para que o maior, de quatro anos, não questionasse. Já Ana Maria saiu de casa um pouco antes de Clara. Reuniu os livros e papéis numa bolsa e pegou o ônibus lotado. Naquela terça-feira ela daria uma importante aula e mal podia esperar.
O sol já se punha e o céu escurecia. Clara decidiu distrair-se de assuntos acadêmicos e confraternizar com um recente colega do curso, que a convidou para beber e conversar no bar mais próximo. Ela avisou aos pais que voltaria tarde. Helena, nesse

meio-tempo, olhava para o telefone pensando se faria aquela ligação ou não e esperava, apreensiva, pela chegada do marido. Ana, enquanto isso, faria o mesmo trajeto da ida para a volta - universidade, ônibus, casa. Ela passava por uma alameda deserta até chegar à estação mais próxima e [quase] sempre estava sozinha.
Naquele dia, naquele horário, elas teriam algo em comum.
Clara deu alguns goles na bebida, sentiu sua visão escurecer e o corpo enfraquecer. Ela se deu conta do que vinha pela frente. Ana percebeu que uma sombra, grande e alta, a acompanhava. Ela apertou o celular com força, mas tentou manter-se acalmada. Ah, e a Helena… ela morava em seu perigo.
As três não se conheciam. Sequer viviam na mesma cidade. Mas, naquela terça-feira à noite, elas tinham, em comum, o medo.
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Reitor Valder Steffen Jr - Diretor da FACED Mariana Simone Ferraz Pereira - Coordenadora do curso de Jornalismo Nicoli TassisProfessores Gerson de Sousa, Nuno Manna, Nicoli Tassis e Patrícia Amaral - Jornalista responsável Patrícia Amaral (MTb 24.518) - Editores chefes Aléxia Vilela e Felipe Domingos - Editores Giulia Brandolezi e Eloisa Oliveira (Ciência e Tecnologia) / Madu Porto e Felipe Pirovani (Cultura) / Mariana Gulo e Mell Santos (Esportes) / Bruno Stocco e Felipe Regal (Política) - Opinativo Carolina Lemos e Laura Duarte - Foto e Arte Bruna Paula, Enzo Stroppa, Théo Noguti e Wender Freitas - Redes e Site Gabriel Augusto, Gabriel Ferrer, Vítor Turolla e Wyllorrany Amorim - Checagem Letícia de Paula, Matheus Mazon, Miguel Santiago e Sarah Doralice - Revisão Geovanna Pedra, Greicy Silva, Kathleen Cristina, Lucas Mendes, Maria Eduarda Amorim, Murilo Cardoso, Sofia Volpi e Greicy Silva - Divulgação André Lima e Julia CoêlhoDiagramadores Ana Camfella, Igor Fernandes, José Matos e Luiz Claúdio - Finalização Ricardo Ferreira de Carvalho e Daniele Buiattihttps://sensoincomumufu.wixsite.com/jornal

Casa de Àkàrà ganha CLOSE com Dança Vogue
Espaço é um refúgio para a comunidade LGBTQIAPN+ da UFU e ministra oficinas durante a semana
POR MIGUEL SANTIAGO E WENDER FREITAS
Abre-se uma roda. Chegam dois dançarinos prontos para batalhar. Na pista de dança o corpo manda, é hora de Vogue pela Casa de Àkàrà! Bate-se o leque, grita a multidão, depois de um espacate feito até o chão, se movimenta com as mãos, servindo muito close. História não falta nos passos de Vogue. São corpos que (re)nascem como brasa, incendeiam a alma e reafirmam a identidade. Não dá para negar que a magia dos movimentos acontece quando a categoria é Oficina de dança Vogue da Casa de Àkàrà.
A Casa de Àkàrà possui como um de seus objetivos ser um espaço educativo que fomenta uma visão crítica a partir da dança para seus praticantes. O dançarino, estudante de Teatro da UFU e pai da Casa, Alexandre Roiz, afirma que “A dança tem o papel de questionar a hegemonia, a arte de forma geral questiona a vida e a vida se atualiza dentro da arte”. Enquanto movimento artísticoeducacional, as ações da Casa completam o tripé universitário, de ensino, pesquisa e extensão, ao oferecer oficinas abertas para toda comunidade uberlandense de forma gratuita na UFU. O pai diz que enxerga a Casa de Àkàrà como um lugar horizontalizado, de troca de conhecimentos e como um espaço de cuidado mútuo entre os frequentadores.


“Quilombo LGBTQIAPN+ universitário”
Criada em maio de 2018, a Casa de Àkàrà surgiu a partir do interesse da mestranda em Artes Cênicas e atual mãe da casa, Whander Allípia, em pesquisar sobre o Vogue no contexto brasileiro, especialmente, na cidade de Uberlândia. O desejo da estudante, que se identifica como “Transvestygênera Preta Afrotransfeminista”, partiu de um processo de marginalização da sua identidade no curso de Teatro da UFU. A busca de Whander em encontrar formatos de artes que poderiam incluir a sua feminilidade e abraçar pessoas que fogem do padrão heteronormativo, resultou no encontro dela com a dança Vogue,
conhecida por exigir movimentos femininos e extravagantes.
Motivada pelo propósito da iniciação científica, Whander encontrou Alexandre e a estudante de Dança da UFU, Lara Barcelos, na cena do Vogue. Ambos ministravam aulas para os interessados em aprender Vogue. A curiosidade em entender o Vogue como um movimento político de inclusão fez com que o trio de dançarinos se juntassem e criassem uma Casa que pudesse contribuir para o propósito da dança. Segundo Whander, uma “House” necessita de uma historicidade que contemple as ancestrais trans e travestis, que originaram o movimento de criação de grupos LGBTQIAPN+ para pessoas violen-
tadas em seus lares, criando assim um ambiente familiar fora do berço biológico. Por isso, as pessoas responsáveis por acolher essas pessoas foram chamadas de ‘mãe’ e ‘pai’ pelos filhos acolhidos.
A relação entre os filhos da Casa de Àkàrà com as pessoas que frequentam os treinos abertos ultrapassa a estética dos movimentos do Vogue e se aprofunda no reconhecimento identitário e na sensação de liberdade corporal. Segundo a mãe, a maior responsabilidade que a Casa tem é a de contemplar a diversidade de gênero e orientação sexual das múltiplas raças e etnias e, principalmente, de todos os tipos de corpos. O pai acrescenta que cada pessoa performa de uma maneira, respeitando os limites do corpo e expressando a identidade pessoal na execução dos passos.
De acordo com o coordenador do curso de Dança da UFU e professor especialista em danças urbanas, Vanilton Alves, o Vogue se estabelece como uma linguagem autônoma e exterior ao próprio lugar que está sendo praticada. “Existe o aspecto de como o corpo se organiza do ponto de visto técnico corporal, mas também do gestual, do vestuário e da música. Você acaba usando a dança para difundir ideias e informações”, explica o professor.
Após mais de 80 pessoas passarem pelas oficinas abertas, a mãe da Casa de Àkàrà já consegue ver benefícios na prática da dança.
“Se analisarmos o processo de ensino e aprendizagem físico, percebo como as pessoas vão evoluindo a compreensão do próprio corpo, além disso, sinto que as pessoas saem da oficina com uma perspectiva mais crítica e política do que é essa cultura”, finaliza a mãe.
As oficinas de dança Vogue da Casa de Àkàrà são abertas ao público sem necessidade de inscrição prévia e acontecem nas segundas-feiras em dois horários, das 11h30 às 13h e das 19h às 21h, nas quartas-feiras, das 11h30 às 13h e, também, aos sábados, das 9h30 às 12h. Todos os treinos acontecem no bloco 3M, no campus Santa Mônica da UFU.

Quando o reconhecimento vai pintar?
Universitários lutam pela aceitação e conquista de espaço da arte urbana em Uberlândia
POR BRUNO STOCCO E MARIANA GULO
“Andar, olhar, parar e lembrar”. Essa é a principal mensagem de Erictopus, muralista desde 2019, recentemente formado em Arquitetura e Urbanismo pela UFU e que só teve seu trabalho reconhecido após um grande patrocínio. Essa é apenas uma de várias situações que ele e outros artistas vivenciam diante do preconceito no meio universitário. Ocupar espaços é sua maneira de demonstrar resistência.
A maneira que Erictopus, nome artístico de Eric Freitas, viu de resistir diante das dificuldades da arte urbana foi inovar no seu TCC, trazendo a rua para o meio acadêmico. O até então estudante não apenas apresentou, como executou seu projeto, no qual um

nica foi inteiramente pintado, das paredes ao chão. Foi quando, pela primeira vez, uma monografia do curso de Arquitetura deixou de ser apenas teórica para ser prática.
A intenção do muralista era incentivar os próximos artistas e criar oportunidades para a aceitação do seu trabalho dentro do meio universitário. Uma frase que representa esse desejo foi utilizada em sua dedicatória do TCC: “Dedico este a aqueles que, embora do mesmo lado da ponte não tiveram, diferente de mim, a oportunidade de continuar criando até aqui”.
Outro artista do curso de Arquitetura e Urbanismo é Joga, apelido de Isaac Aires, que também aplica os aprendizados da faculdade na sua arte. Sem vontade de começar o ensino superior e com pouca perspectiva de vida, o estudante se encontrou dentro do graffiti. Hoje tenta usá-lo para expressar seus sentimentos em relação aos problemas que enfrenta, mesmo que nem sempre seja fácil. “O graffiti representa todo o meu ser, porque ser artista é uma parada meio pesada”.
Validação da Arte Urbana
As dificuldades de fazer arte partem de dentro da própria fa-
mília e seguem pela vida acadêmica e social, mesmo que seja um ambiente de grande diversidade. Esse preconceito prevalece no início da vida artística por ser associada ao contexto urbano, principalmente o graffiti que vem do movimento hip hop. Por ser de origem periférica, a aceitação é difícil para parte da população. Para Dequete, artista influente em Uberlândia, “a sociedade finge não ver o graffiti, mas ele está ali independente de gostar ou não, é uma realidade dos grandes centros urbanos”.
O artista, que não revela seu nome e rosto, conheceu o graffiti na sua adolescência com um grupo de amigos da escola. Ele conta que, de meados dos anos 90 até o início dos anos 2000, denúncias eram mais presentes. “Tinha toda aquela dificuldade de lidar com a polícia, por vezes a gente foi detido e assinou diversos TCO’s (Termo Circunstanciado de Ocorrência)”, testemunha Dequete.
Por ser considerado ilegal até 2011, o graffiti era visto como vandalismo. Com a ascensão das redes sociais e a aprovação da lei que desqualifica como crime, o movimento vem conquistando seu espaço e hoje em dia já virou de fato uma profissão. Como membro desse período de descriminalização, Dequete apoia e tenta inserir novos artistas, como Isaac Aires. Joga conta que muito da sua inserção no mundo da arte urbana em Uberlândia se deu por indicação do Dequete, que abriu portas para sua profissionalização ao indicar seu trabalho.
O reconhecimento veio de fato com o primeiro contrato profissional de Isaac, no qual ele foi chamado a fazer um comercial. Depois disso sua carreira avançou até o ponto em que ele consegue viver apenas de arte. “Na questão de reconhecimento eu queria que fosse um pouco mais valorizado como no mural, o reconhecimento bom mesmo é o que te paga”, desabafa Joga. Por isso, ele busca se inserir no muralismo como uma oportunidade de ser melhor remunerado.
Outras iniciativas de reconhecimento estão surgindo na cidade, como a pintura de murais em nove pontos de ônibus da avenida Monsenhor Eduardo, cada um com um artista diferente. Eles tiveram liberdade para criar na parte interna, enquanto Dequete foi o responsável por contar uma história na parte externa. O projeto recebeu apoio e incentivo da Prefeitura Municipal, o que traz uma evolução dentro do cenário da arte urbana em Uberlândia.
É justamente nessa vertente que Erictopus trabalha. Ele teve seu reconhecimento profissional após produzir um mural em homenagem a skatista Rayssa Leal durante as Olimpíadas. A repercussão da arte trouxe olhares de grandes empresas e contratos de trabalho, isso fez com que ele pudesse se concretizar, deixando sua marca pela paisagem urbana.
Segundo Eric, com a conclusão do curso e tendo feito o maior mural da cidade, as oportunidades se tornaram escassas. Foi aí que se mudou para São Paulo, onde via que teria mais espaço para expressar sua arte. “O mural é grande, mas é menor do que todos os grandes de São Paulo”.
ARTE URBANA
Aarte urbanaé amplae possui muitas formas de ser expressada dentro do meio urbano. Duas de suas formas mais conhecidas são o muralismo e o graffiti.Apesar de ambas trabalharem com a paisagem de uma cidade, elas se diferem na forma que abordam e se expressam enquanto representações da sociedade e transformaçãodoambiente.
Muralismo: tem ligação com o movimento modernista e procura mudar o espaço urbano usando a arquitetura e explorando ângulos da construção. É uma transformação doambiente através da arte e doconceitolocal.
Graffiti: relacionado ao movimento hip hop, ele se insere em camadas populares da sociedade com mais força e age, principalmente, através de letras e tags. É uma busca porespaço e manifestaçãode questões sociais.

“Vamos ver quem tem mais tinta”
Grafites e Pixos na UFU geram atritos entre estudantes e Prefeitura Universitária
POR MADU PORTO
As luzes se acendem e aparece o longo corredor do Bloco 1I, no campus Santa Mônica. Os olhos que percorrem as paredes são bombardeados por informações: pixos, grafites, cores e lambes. Aqui, diferente de uma galeria de arte, as obras não se limitam às molduras. “Bombardeio coletivo foi como a gente apelidou, por conta do bombardear de tinta. Nada a ver com movimento terrorista, nenhuma coligação com isso”, diz rindo, Guilherme Cecato, aluno do curso de Artes Visuais, sobre ocupação do local, realizada no segundo semestre de 2023.
As manifestações artísticas pelo Campus Santa Mônica não são um costume de hoje, muito menos dos estudantes de Artes Visuais que participaram do bombardeio no Bloco 1I. Das portas dos banheiros aos muros da Universidade, frases, desenhos e assinaturas se fazem presentes. Para a Prefeitura Universitária(PREFE)arespostaéclara: “Nós apagamos e vamos continuar apagando, porque tem local adequado e tem o que é permitido dentro da UFU, que é o grafite. Você pode fazer um desenho, fazer uma arte, não uma coisa do tipo tribal”, declara o professor da Faculdade de Engenharia Química (FEQ), João Damasceno, atual Prefeito Universitário.

“INTERVENÇÃO URBANA DENTRO DA UFU FALA MUITO DE
Artes Visuais, que preferiu não se identificar. A universitária compartilha sobre a realidade não tão colorida no curso, expondo a falta de materiais, professores e técnicos responsáveis por laboratórios, que se mantêm fechados e proibidos aos alunos. Além disso, reclama da falta de espaços e oportunidades de expressões artísticas na UFU: “A gente está em um curso de arte, estudamos sobre artistas revolucionários, e a gente não tem liberdade nenhuma de poder ver um pouco mais de cor no nosso bloco?”, questiona.
“Você não faz isso na sua casa, faz?”
JOÃO DAMASCENO
Apesar de afirmar que o grafite enriquece a Universidade, o gestor reforça que há locais adequados para o uso do spray. Para ele, alguns tipos de intervenções podem ser consideradas vandalismo ou simplesmente uma marcação de território, e ainda que não concorde com esse tipo de expressão na UFU, deixa claro que o objetivo é sempre educar os alunos, e não puni-los. “Você não faz isso na sua casa, faz? Então, por favor, não faça mais isso. A punição, se ela vier, é fruto de reincidência”, explica Damasceno.

As latinhas de spray balançando já fizeram mais barulho.
O gestor enfatiza a existência de uma resolução do Conselho de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis (CONSEX) que regulamenta a utilização de espaços autorizados para a arte do grafite mediante o edital. Mas o processo está aberto desde 2019 e, após 5 anos da postagem do boletim no site eletrônico, os locais ainda não foram determinados e nem comunicados ao corpo acadêmico, como citado no art. 9° da resolução N°9/2019: “Anualmente a PREFE deverá indicar os locais possíveis para aplicação nos campi da Instituição e os publicará em seu sítio eletrônico”.
“Se a gente não treina, não experimenta aqui, vai experimentar onde?”
PATRÍCIA OSSES
Outra medida resolutiva apontada por ele, foi a recente criação da Comissão do Grafite constituída por representantes do Instituto de Artes (IARTE), da Faculdade de Arquitetura, Urbanismo e Design (FAUeD) e da PREFE. Embora a portaria tenha sido divulgada em dezembro de 2023, e os demais docentes já tenham se pronunciado, a Prefeitura, até a publicação desta edição, ainda não elegeu um membro responsável para a Comissão que segue sem andamento.
“Incomoda mais uma parede colorida do que isso?” crítica Joana, nome fictício dado à aluna de
Para Patrícia Osses, professora de arte poética, “O prédio da Universidade deveria ser um corpo de experimentação”. Ela, como representante do IARTE na Comissão do Grafite, defende que a UFU, assim como os laboratórios, devem ser espaços livres para ocupação dos alunos com a possibilidade de modificações. A docente compartilha que em suas aulas têm buscado, cada vez mais, fazer do prédio um lugar didático e disponível. “Se a gente não treina, não experimenta aqui, vai experimentar onde?”, desabafa. Apesar dos esforços da PREFE para reconhecer a arte do grafite como valor cultural nos espaços acadêmicos, a resposta institucional ainda se mostra insuficiente e por consequência as manifestações estudantis, como a do “bombardeio coletivo”, continuam. De um lado, as falas do Prefeito Universitário retratam as normas da Instituição. Segundo ele, as ordens ao Diretor de Obra é de que se houver pichação, é necessário pintar por cima. Em contrapartida, a fala de Joana, “vamos ver quem tem mais tinta”, transparece o embate dos estudantes que reivindicam mudanças. Até então, o cenário reflete melhor do que nunca que as luzes se apagam, os corredores coloridos se perdem de vista e a oportunidade de um acordo resolutivo, por enquanto, fica no escuro.
“MÃE,VOCÊ NÃOTINHA OPÇÃO, FEZTUDO POR NÓS”
U UNNIIVVEERRSSIITTÁÁRRIIAAS S R REELLAATTAAM M IINNSSUUFFIICCIIÊÊNNCCIIA A D DO O A AUUXXÍÍLLIIO O C CRREECCHHE E P PAARRA A P PRROOMMOOVVEER R A ACCOOLLHHIIMMEENNTTO O N NA A U UFFU U
““O O a auuxxíílliioo--ccrreecchhe e n no o iinníícciio o d deesstte e a anno o a auummeennttoou u p paarra a 4 4550 0 rreeaaiiss, , ssó ó q quue e e em m U Ubbeerrllâânnddiia a a a g geenntte e n nãão o c coonnsseegguue e u umma a c crreecchhe e n neesssse e v vaalloorr” ” ,, a afifirrmma a M Maarriia a C Crriissttiinna a S Siillvvaa, , 2 233, , a alluunna a d de e e ennffeerrm maaggeem m n na a U UFFU U e e m mããe e d de e H Heellooííssaa, , 11 a anno o e e 6 6 m meesseess. . A Appeessaar r d do o a accrréésscciimmo o d de e 11550 0 rreeaaiis s a ao o a appooiio o fi finnaanncceeiirroo, , m muuiittaas s m mããees s u unniivveerrssiittáárriiaas s v veeeem m c coommo o ú únniicca a o oppççãão o lleevvaar r sseeuus s fi fillhhoos s jjuunntto o d de e ssi i à às s a auullaas s d diiaarriiaammeennttee. . E Essssa a é é a a rreeaalliiddaadde e d de e M Maarriia a C Crriissttiinna a S Siillvvaa, , S Stteeffffaanny y C Coosstta a e e A Anna a C Caarroolliinne e R Roocchhaa, , m mããees s u unniiv veerrssiittáárriiaas s e em m c cuurrssoos s iinntteeggrraaiis s n na a U UFFUU. . M Maarriiaa, , a aoos s 117 7 a annooss, , m muuddoouu--sse e p paarra a U Ubbeerrllâânnddiia a p paarra a iinniic ciiaar r a a g grraadduuaaççãão o e em m E Ennffeerrmmaaggeemm. . A Appóós s a allgguunns s a annooss, , sse e ttoorrnnoou u m mããe e d de e H Heellooííssaa. . JJá á S Stteeffffaannyy, , 2 288, , d deessccoobbrriiu u a a g geessttaaççãão o d de e H Heennrriiqquuee, , a attuuaallmmeenntte e c coom m sseeiis s m meesseess, , e ennqquuaanntto o c cuurrssaavva a L Liicceenncciiaattuurra a e em m E Edduuccaaççãão o F Fííssiiccaa. . E Ennqquuaanntto o A Annaa, , 2 266, , iinnggrreessssoou u n na a F Fiissiiootteerraappiia a a aoos s 2 20 0 a annoos s e e d deeu u à à lluuz z a a O Otttto o e em m sseetteemmbbrro o d de e 2 2002233. . A A m maatteerrnniiddaadde e iinnsseerriiu u e essssaas s m muullhheerrees s e em m u um m c coonntteexxtto o d deessaafifiaaddoorr, , e exxiiggiinnddo o u umma a o orrggaanniizzaaççãão o e em m ssuuaas s rroottiinnaass, , a a fi fim m d de e b buussccaar r o o ssuucceesssso o a accaad dêêmmiicco o e e m maatteerrnnoo. . E Em m rreessppoosstta a a a e essssa a n neecceessssiid daaddee, , a a P Prróó--rreeiittoorriia a d de e A Assssiittêênncciia a E Essttuuddaannttiil l ((PPrrooaaee) ) iimmpplleemmeennttoou u e em m 2 200115 5 a a B Boollssa a C Crreecchhee, , d deessttiinnaadda a a a p paaiis s e e m mããees s c coom m fi fillhhoos s m meennoorrees s d de e sseeiis s a annooss. . D De e a accoorrddo o c coom m o o ó órrggããoo, , a atté é 2 2002222, , 2 2661 1 p peessssooaas s rreecceebbeerraam m o o a auuxxíílliio o fi finnaanncceeiirro o q quue e e essttaavva a fi fixxaaddo o e em m 3 3000 0 rreeaaiiss. .
E Em m 2 2002244, , h hoouuvve e o o a auummeenntto o p paarra a 4 4550 0 rreeaaiiss. . A Appeessaar r d diissssoo, , S Stteeffffaanny y rreessssaalltta a q quue e u umma a e essccoolla a iinntteeg grraal l c cuusstta a m maaiis s d de e m miil l rreeaaiiss. . A As s ttrrêês s m mããees s c coommppaarrttiillhhaam m a a d diifificcuullddaadde e d de e e ennccoonnttrraar r u umma a c crreecchhe e p paarrttiiccuullaarr, , d deevviiddo o a a iinnaaddeeqquuaaççãão o d do o v vaalloor r d do o a auuxxíílliio o e em m c coobbrriir r o os s g gaassttoos s d de e sseeuus s fi fillhhoos s e em m u umma a iinnssttiittuuiiççãão o d de e e edduuccaaççãão o iinnffaannttiill. N No o ssee-
“EXISTE UMA CERTA INDIFERENÇA E AUMENTA O NOSSO SENTIMENTO DE SOLIDÃO”
ALINE AGUIAR (MÃE DE IAN)

ttoor r p púúbblliiccoo, , M Maarriia a C Crriissttiinna a rreellaattaa: : ““FFiiqquueei i e essppeerraannddo o o o a anno o iinntteeiirro o p poor r u umma a v vaagga a n na a c crreecchhe e e e n nãão o c coonnsseegguuii” ” . N Neesssse e c ceennáárriioo, , a a ú únniicca a a alltteerrnnaattiivva a é é lleevvaar r sseeuus s fi fillhhoos s p paarra a a a U Unniivveerrssiiddaaddee. ““QQuuaannddo o e eu u d deessccoobbrri i q quue e e essttaavva a g grráávviiddaa, , p poor r ffaalltta a d de e q quueem m d deeiixxaarr, , e eu u jjá á ssaabbiia a q quue e o o ttrraarriiaa” ” ,, c coonntta a A Annaa. P Paarra a e essssaas s e essttuuddaanntteess, , sseennttiirreemm--sse e a accoollhhiiddaas s d de e a allgguumma a ffoorrmma a a ao o lleevvaar r o os s fi fillhhoos s p paarra a a as s a auullaas s é é ffuunnddaam meennttaall. . ““A A ttuurrmma a m me e a abbrraaççoou u b baassttaannttee, , ttiivve e m muuiitto o a appooiio o d doos s m meeuus s p prrooffeessssoorrees s e e d doos s a alluunnooss. . E Ellees s ssãão o m miinnhha a rreedde e d de e a appooiioo!!” ” ,, c coonntta a S Stteeffffaannyy. .
B BAARRRREEIIRRAAS S F FÍÍSSIICCAAS S
M Meessmmo o q quue e e ennccoonnttrreem m e esssse e a ammppaarro o d deennttrro o d de e sseeu u c coonnvvíívviio o p peessssooaall, , a a e essttrruuttuurra a o offeerreecciidda a p peella a U UFFU U n nãão o é é ffaavvoorrááv veel l p paarra a o o b beemm--eessttaar r d daas s m mããees s e e sseeuus s fi fillhhooss. . ““A A c caaddeeiirra a e essttá á p peeqquueennaa, , e essttoou u iinnddo o p paarra a o o ffuunnd do o d da a ssaalla a e e a assssiissttiinnddo o a a a auulla a e em m p pé é c coom m e ellee. . D Doou u d de e m maammaarr, , b baallaannçço o e e e elle e d doorrmmee” ” ,, rreevveella a A Annaa. . A A a alltteerrnnaattiivva a é é lleevvaar r b brriinnqquueeddoos s p paarra a d diissttrraaíí--lloo, , p poorréém m ““jjá á tteevve e d diiaas s d deelle e c coommeeççaar r a a c chhoorraar r e e e eu u ttiivve e q quue e fi ficcaar r o ouuvviinnddo o a a a auulla a d do o c coorrrreeddoorr” ” .. N Na a rroottiinna a d de e S Stteeffffaannyy, , o o c ceennáárriio o n nãão o é é m muuiitto o d diiffeerreennttee, , ““ppoorrqquue e n nãão o c caabbe e n nóós s d dooiis s n neessssa a c caad deeiirraa. T Teem m a auulla a q quue e e eu u fi ficco o e em m p pé é o o tteemmppo o iinntteeiirroo” ” . C Coommo o ffrreeqquueennttaam m c cuurrssoos s iinntteeggrraaiiss, , e essssaas s e essttuuddaannttees s p prreecciissaam m p peerrmmaanneecceer r n na a U UFFU U d duurraanntte e a a m maaiioor r p paarrtte e d do o d diia a e e, , a ao o m meessmmo o tteemmppoo, , lliiddaar r c coom m ttooddaas s a as s n neecceessssiiddaaddees s d de e sseeuus s fi fillhhooss. ““A A g geenntte e fi ficcaavva a q quuaasse e o o d diia a ttood doo, , iia a d de e m maannhhã ã e e v voollttaavva a ssó ó à à ttaarrddee. À Às s v veezzees s e ella a ttoommaavva a u um m ''bbaannhho o d de e g gaattoo' ' n na a p piia a e e sseegguuiia a a assssiimm” ” ,, rreelleemmbbrra a M Maarriia a C Crriissttiinnaa. D Duurraanntte e o os s p peerrííooddoos s n na a U Unniivveerrssiiddaaddee, , e ella a rreeccoorrdda a q quue e e em m c ceerrttoos s d diiaass, , ssuua a ú únniicca a o oppççãão o p paarra a ttrrooccaar r a a rroouuppa a d de e H Heellooííssaa, , e erra a e em m c ciimma a d da a m meessa a d do o p prrooffeessssoorr. . S Seegguunnddo o a a P Prrooaaee, , e exxiisstteem m ffrraallddáárriioos s n no o b baannhheeiirro o d da a U Unniivveerrssiiddaaddee, , p poorréém m a as s m mããees s rreellaattaam m q quuee, , n na a p prrááttiic caa, , n nãão o e ennccoonnttrraam m u um m llooccaal l a apprroopprriiaaddo o p paarra a ttrrooccaar r sseeuus s fi fillhhoos s ““EEu u sseemmpprre e c caarrrreeggo o u um m ttrrooccaaddoor r n na a m moo-
c chhiilla a e e ttrroocco o e elle e e em m c ciimma a d da a p piia a d do o b baannhheeiirroo. . C Coommo o e elle e n nãão o fi ficca a m maaiis s q quuiieettoo, , e eu u tteennhho o q quue e p peeddiir r p paarra a a allgguuéém m iir r c coommiiggo o m me e a ajjuuddaarr, , p poorrqquue e e elle e p poodde e c caaiirr” ” ,, e exxppõõe e S Stteeffffaannyy. . E Em m n noovveemmbbrro o d de e 2 2002233, , e ella a d deennuunncciioou u a a U UFFU U p peella a ffaalltta a d de e ffrraallddáárriioos s e e d de e a acceessssiibbiilliiddaadde e n no o c caammppuus s E Edduuccaa, , m maas s a atté é a a fi finnaalliizzaaççãão o d deesstta a e eddiiççãão o n nãão o o obbtteevve e rreessppoosstta a d do o M Miinniissttéérriio o P Púúbblliicco o F Feeddeerraall.
O Ouuttrro o o obbssttááccuullo o v viivveenncciiaaddo o p poor r e essssaas s m mããees s é é a a ffaalltta a d de e a acceessssiibbiilliiddaadde e p paarra a ttrraannssiittaar r p peelloos s c caammppi i e e e ennccoonnttrraar r e essppaaççoos s a addeeqquuaaddoos s p paarra a a ammaammeennttaar r sseeuus s fi fillhhooss. ““VVooccê ê ssó ó v vaai i o ollhhaar r p paarra a a allgguumma a c cooiissa a q quue e e essttá á ffaallttaannddo o a a p paarrttiir r d do o m moom meenntto o q quue e p prreecciissaa” ” ,, a afifirrmma a S Stteeffffaannyy. . A Appeessaar r d de e m moorraar r e em m ffrreenntte e a a u um m d doos s a acceessssoos s a ao o C Caammppuus s E Edduuccaaççãão o F Fííssiiccaa, , a a ffaalltta a d de e rraammppaas s a a o obbrriigga a a a c caammiinnhhaar r a atté é o ouuttrra a e ennttrraadda a e em m q quue e p poossssa a p paassssaar r c coom m o o c caarrrriinnhhoo. . N No o c caammiinnhho o p peerrccoorrrriiddo o e em m ttoorrnno o d da a U Unniivveerrssiiddaaddee, , e ella a e ennffrreenntta a d diivveerrssoos s o obbssttááccuullooss, , c coommo o c caallççaaddaas s q quueebbrraaddaas s e e rraaíízzees s q quue e a attrraavveessssaam m o o c coonnccrreettoo. . P Poor r c caauussa a d da a ffaalltta a d de e m moobbiilliiddaaddee, , A Anna a o oppttoou u p poor r n nãão o m maaiis s lleevvaar r o o fi fillhho o n no o c caarrrriinnhho o e e a attuuaallmmeenntte e a assssiisstte e ttooddaas s a as s a auullaas s c coom m O Otttto o n no o c coolloo. .
B BAARRRREEIIRRAAS S A ACCAADDÊÊMMIICCAAS S
D Diiaanntte e d da a ffaalltta a d de e ssuuppoorrtte e o offeerreecciiddo o p peella a U UFFUU, , c coonncciilliiaar r a as s rreessppoonnssaabbiilliiddaaddees s c coom m a a rroottiinna a a accaad dêêmmiicca a e e m maatteerrnna a sse e ttoorrnna a a aiinndda a m maaiis s d deessaafifiaad doorr. . ““EEssttaavva a m muuiitto o d diiffíícciil l p paarra a c coonnttiinnuuaar r a a g grraadduuaaççãão o sseem m rreedde e d de e a appooiioo, , sseem m u umma a c crreecchhee. .
E Eu u a accaabbeei i v voollttaannddo o p paarra a m miinnhha a c ciiddaaddee” ” ,, rreellaatta a M Maarriiaa, , q quue e ttrraannccoou u o o c cuurrsso o d de e E Ennffeerrmmaaggeem m e em m 2 2002233. . ““EEm m q quueessttãão o d da a U Unniivveerrssiiddaaddee, , e eu u sseenntti i u um m a abbaannddoonnoo” ” ,, c coommpplleettaa. .
A A P Prróó--rreeiittoorriia a d de e G Grraadduuaaççãão o ((PPrrooggrraadd)), , a attrraavvéés s d da a L Leei i n nº º 6 6..220022//11997755, , p peerrmmiitte e a a p paarrttiir r d do o o oiittaavvo o m mêês s d de e g geessttaaççãão o o o b beenneeffíícciio o d do o R Reeggiimme e E Essppeecciia al l d de e A Apprreennddiizzaaggeemm. . N Neesssse e c caassoo, , c caabbe e a aoos s p prrooffeessssoorrees s c crriiaar r a attiivviiddaaddees s ssuubbssttiittuuttiivvaas s e e ffoorrnneecceer r o o c coonntteeúúddo o d de e m maanneeiirra a rreemmootta a à às s a alluunnaas s d duurraanntte e n noovveenntta a d diiaass. M Maarriia a e e A Anna a a afifirrmmaam m q quue e ssuuaas s e exxppeerriiêênncciiaas s d diivveerrggeem m d do o q quue e é é p prreevviisstto o n na a lleeg giissllaaççããoo, , p pooiis s tteevve e q quue e p paarrttiir r d deellaas s a a iinniicciiaattiivva a d de e b buussccaar r o os s c coonntteeúúddoos s d daas s d diisscciipplliinnaass. ““PPaarra a v vooccê ê rreecceebbeer r a a m maattéérriiaa, , n nãão o tteer r a a ffaalltta a e e ssuubbssttiittuuiir r a as s p prroovvaas s v vooccê ê tteem m q quue e c coorrrreer r a attrráás s d doos s p prrooffeessssoorreess” ” ,, c coonntta a A Annaa.
POR ALÉXIA VILELA E GIULIA BRANDOLEZI

“ÀS VEZES ELA TOMAVA UM 'BANHO DE GATO' NA PIA.”
MARIA CRISTINA SILVA (MÃE DE HELOÍSA)
O Os s o obbssttááccuulloos s d de e m maatteerrnnaar r n na a U UFFU U n nãão o ssãão o rreec ceenntteess. . A Alliinne e A Agguuiiaarr, , 4 422, , p pssiiccóólloogga a e eggrreessssa a d da a iinnssttiittuuiiççããoo, , rreelleemmbbrra a c coommo o ffooi i sseer r m mããe e d de e IIaan n n na a g grraadduuaaççãão o h há á 2 20 0 a annooss. .““EEu u a acchho o q quue e e ellees s ssãão o u um m p poouucco o iinnddiiffeerreennttees s a a iissssoo. . É É ssooffrriiddoo, , n nãão o tteem m e essttíím muulloo, , n nãão o tteem m n naaddaa. . IIsssso o a auummeenntta a o o n noosssso o sseennttiim meenntto o d de e ssoolliiddãão o n neessssa a é éppoocca a q quue e é é a a m maaiis s d diiffíícciil l d da a ssuua a v viiddaa” ” .. D Duurraanntte e sseeu u p peerrííooddo o n na a U Unniivveerrssiiddaad dee, , o o a appooiio o d da a rreedde e ffaammiilliiaar r ffooi i e esssseenncciiaal l p paarra a q quue e e ella a c coonncclluuíísssse e sseeu u c cuurrssoo. . A Ao o c coonnttrráárriio o d daas s m mããees s e ennttrreevviissttaaddaass, , a a p pssiiccóólloogga a n nãão o p prreecciissoou u lleevvaar r sseeu u fi fillhho o à às s a auullaass, , p poorréém m n nãão o p paassssoou u iilleessa a a aoos s d deessaafifioos s d de e sseer r m mããe e u unniivveerrssiittáárriiaa. . ““TTeevve e u umma a p prrooffeessssoorra a q quue e m me e ffeez z p peerrddeer r u umma a b boollssaa. . Q Quuaannddo o e eu u p prreecciissaavva a m me e a auusseennttaar r e e jjuussttiifific caar r p poor r c coonntta a d de e a allgguumma a q quueessttãão o c coom m o o m meeu u fi fillhhoo, , e ella a n nãão o a acceeiittaavva a m miinnhhaas s jjuussttiifificcaattiivvaas s d de e a auussêênncciiaa” ” ,, rreellaatta a A Alliinnee. . N Naaqquueelle e m moommeennttoo, , e ennqquuaanntto o m mããe e e e a alluunnaa, , a a ffaalltta a d da a rreemmuunneerraaççãão o p peella a iinnccoommpprreeeennssãão o d da a p prrooffeessssoorra a ffooi i u umma a p peerrdda a m muuiitto o ssiiggnniifificcaattiivvaa. . A A ffaalltta a d de e a accoollhhiimmeenntto o ttoorrnnaa--sse e u umma a b baarrrreeiirra a p paarra a o o d deesseennvvoollvviimmeenntto o a accaaddêêmmiicco o d deessssaas s m muullhheerrees s n na a U Unniivveerrssiiddaaddee. . U Um m e exxeemmppllo o d diisssso o é é q quue e a a o oppoorrttuunniiddaadde e d de e p paarrttiicciippaar r d de e p prroojjeettooss, , c coommo o e em m lliiggaas s a accaaddêêmmiiccaass, , fi ficca a p prreejjuuddiiccaaddaa: : ““EEu u q quueerriia a p paarrttiicciippaarr, , m maas s c coommo o e eu u v voou u ffaazzeerr? ? Q Quueem m fi ficca a c coom m e ellee??” ” ,, c coonntta a A Annaa. . S Stteeffffaannyy, , A Alliinnee, , A Anna a C Caarroolliinna a e e M Maarriia a C Crriissttiinna a d dãão o v vooz z a a u umma a rreeaalliiddaadde e iinnvviissiibbiilliizzaadda a n na a U UFFU U e e q quue e h há á a annoos s lluuttaam m p poor r e essppaaççoo. . A Alliinnee, , q quue e c coommppaarrttiillhha a ssuua a e exxppeerriiêênncciia a jjuunntto o a a sseeu u fi fillhhoo, , c coonntta a q quue e a aiinndda a p peedde e d deessccuullppaas s a a e elle e p peella a a auussêênncciiaa. . ””EElle e ffaallaa: : ‘‘MMããee, , v vooccê ê n nãão o ttiinnhha a o oppççããoo, , ffeez z ttuuddo o o o q quue e v vooccê ê ffeez z p poor r n nóóss” ” .. C Ciieenntte e d de e q quue e e essttá á e em m u umma a lloonngga a jjoorrnnaaddaa, , e ella a o ollhha a p paarra a ttrráás s e e rreeflfleettee: : ““NNãão o sseei i sse e ffaarriia a d diiffeerreennttee, , tteennhho o m muuiitto o o orrgguullhho o d do o q quue e c coonnssttrruuíí” ” ..

Times femininos
conquistam espaço na Computação
Atlética se anima com estruturação do vôlei e outros esportes seguem o mesmo caminho
POR FELIPE REGAL E GABRIEL FERRER
NA ÚLTIMA OLIMPÍADA UFU O TIME DE VÔLEI, QUE ERA COMPOSTO POR JOGADORAS DE OUTRAS MODALIDADES, CONSEGUIU GARANTIR UMA VITÓRIA DURANTE A PRIMEIRA ETAPA - FOTO: GABRIEL FERRER
O Agita UFU é palco para a oficialização do novo time de vôlei da Computação, ainda que tenham outros esportes se formando, como o handebol. As modalidades femininas cresceram nos últimos anos através das iniciativas das jogadoras e ganham cada vez mais força em um dos cursos que, de acordo com o IBGE possui um dos menores índices de inscrições de mulheres em todos os campi da UFU.
Capitã da equipe, Anna Flauzino, é uma das responsáveis pelo nascimento das novas modalidades. “Quando eu comecei no vôlei, sempre precisava que algumas meninas de outros esportes completassem os treinos”, destaca a aluna de Sistema de Informação. Segundo ela, superado o esforço inicial, hoje a equipe já conta com treinadores fixos e times formados.
A inclusão feminina na computação
Um dos grandes motivos para que algumas equipes femininas sejam criadas na Computação é o baixo número de alunas ingressantes nos cursos que compõem a Atlética. O #Include<girls>, projeto realizado pelo Diretório Acadêmico com o intuito de ins-
pirar meninas a integrar a área da computação, promoveu, em 2021, um estudo mostrando essa disparidade de gêneros nos diferentes campi da UFU.
A pesquisa mostra que apenas 213 dos 1591 ingressantes eram mulheres, o que representa 13,39%. Os números revelam um problema em larga escala, quanto menos meninas entram para o curso, mais difícil fica a formação de equipes. Para Anna, esse é um grande desafio para a criação das equipes e que sempre que uma nova turma entra nos cursos, tenta receber as meninas da melhor forma possível e convidá-las para conhecer e participar das modalidades.
Além das dificuldades impostas pela falta de alunas, outro obstáculo que a Atlética enfrenta é de conseguir marcar os treinos. Devido aos horários das aulas dos dois cursos (um integral e outro noturno), resta apenas o fim de semana para os treinamentos.
A criação de novas modalidades
O vôlei não é a única novidade das modalidades femininas na Computação. Isso porque o handebol ainda está em estágio inicial e tem tomado forma. De acordo com o presidente Pedro Oli-
veira, o time já é sonho antigo da diretoria, mas sempre foi difícil por conta do número de atletas nos cursos.
Criar a equipe de handebol se deu pelo interesse das atletas de outras modalidades. Além do feminino, o masculino também é recente, mas conseguiu disputar a última Olimpíada UFU. Anna apresentou a proposta para o presidente e se tornou responsável pela nova modalidade.
A diretora fez um comparativo com a sua entrada e o crescimento gradativo da organização que possibilitou a formação de uma equipe. Ela cita que uma antiga gestora mostrou a realidade às atletas e pedia para que elas se envolvessem com a atlética. Já hoje, a realidade mudou: “A diferença que eu senti foi que na época que entrei era muito: ‘por favor venha jogar com a gente’, agora está mais para complementar, porque estamos crescendo”, finaliza.
A visão das atletas
O maior impacto das novas equipes femininas atinge as próprias atletas. Rebeca Reis, atleta que disputa vários esportes, que
incluem vôlei e handebol, mas quando ingressou na UFU a atlética ainda não contava com a modalidade handebol. Quando se juntou ao time de vôlei, a equipe tinha apenas três meninas. Com o tempo, mais atletas entraram e possibilitaram a formação de um grupo feminino separado.
Luísa Castilho participou dos treinos de outros esportes, mas tem o vôlei como principal modalidade. Ela enfatiza que para ajudar a atlética, entraria até em mais equipes: “Gosto que minha atlética tenha times femininos e participe dos jogos. Se for o caso de entrar para outro time para possibilitar que as meninas joguem, a gente entra”. Ela destaca ainda que esses espaços com presença feminina ajudam a desconstruir a ideia de “cara do TI” que a Computação tem, por ser uma área majoritariamente masculina.
Na Atlética, as expectativas para o futuro são as melhores possíveis para que as equipes se mantenham fortes no cenário competitivo. Rebeca pontua que nas duas últimas turmas ingressaram alunas mais dispostas a competir, então caso a equipe de vôlei consiga manter suas atletas motivadas, a Olimpíada UFU de 2024 pode ter resultados marcantes.


O sonho continua vivo
Futebol amador se torna caminho atrativo para jovens que tentaram a profissionalização
Futebol amador em Uberlândia
A temporada da Liga Uberlandense de Futebol (LUF) está paralisada, e a espera pela volta do campeonato é grande. O cenário do futebol amador em Uberlândia movimenta bairros, mobiliza torcedores e gera rendas a clubes e profissionais que são parte da engrenagem. Entre todos os personagens, os protagonistas são os atletas, geralmente jovens que sonhavam com a profissionalização em um mundo que movimenta cifras astronômicas.
A vida luxuosa de um estrelado jogador de futebol alimenta um senso comum que viver desse esporte é acumular fortunas e a certeza de sucesso. Entretanto, de acordo com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), até 2016, mais de 80% dos atletas profissionais assalariados recebiam no máximo R$1 mil mensais. Mas como se sustentam os atletas amadores, que vivem de jogos regionais e eventos esporádicos?
O futebol amador uberlandense acolhe aqueles que tentaram, mas não chegaram, e hoje usam o esporte para suprir diferentes necessidades. Desde uma fonte de renda complementar, até saciar a adrenalina de quem nasceu com o senso de competitividade nas veias.
Nesse contexto, a UFU abraçou o movimento e criou o “Santa Mônica - UFU”, equipe que disputa a LUF. Muitos alunos da universidade que se destacam no esporte são convocados para a equipe, como Frederico Carrijo, aluno do curso de Geografia. “Parei de jogar para estudar, ingressei na UFU e o treinador Erick me chamou para o time. Hoje
jogo por diversão, porque tenho amigos na equipe”, comentou.
Mesmo com o dinheiro em segundo plano para o estudante, Fred revelou que os clubes amadores oferecem bons contratos aos atletas. O meia já chegou a ganhar 150 reais por jogo em outras equipes, e tem diversos colegas de competição que vivem disso. Segundo o atleta, o futebol amador é bastante valorizado em Uberlândia. “Muitos jogadores que conheço recebem mais do que alguns profissionais. Um jogador de destaque na categoria amadora pode tirar R$2000 por mês”.
Esse é o caso de Matheus Mello, nascido em Uberlândia e lapidado na base do Corinthians, onde viveu o sonho da ascensão em um grande clube, e consequentemente, teve o conforto financeiro assegurado. Atualmente, Matheus é destaque na cidadenatal e foi campeão da Liga Uberlandense 2022/23, atuando pelo Esporte Clube Voluntários.
A trajetória de uma promessa
Farofa, apelido de Matheus na base do Timão, estampou a manchete de diversos jornais em seus tempos de juniores, por conta dos valores que permeavam o seu contrato. Após se destacar na Taça BH de Futebol Júnior de 2018, o clube paulista venceu a concorrência dos rivais e ofereceu um contrato de três anos, com uma multa rescisória no valor de 80 milhões de reais.
“Como a proposta do Corinthians foi melhor e mais vantajosa, além de que eu sou


corinthiano, eu e meus empresários da época optamos pelo Corinthians. Eu treinava de manhã e à tarde. De noite, como era menor de idade, ia pra escola estudar”.
Apesar da pouca idade, a força de um clube grande com sua torcida apaixonada coloca pressão em qualquer contratação. Diante disso, Matheus ressaltou sobre como sua família foi um pilar nos momentos de dúvida. Mesmo de longe, ela ajudava no processo de adaptação do recém contratado. A família que, na vida de Matheus sempre serviu como base de sustentação, também foi o motivo para que decidisse voltar para casa. Já não havia mais sentido para o jovem, ter todos aqueles holofotes por perto e ainda sofrer com a distância. “Saí do Corinthians por conta dessa distância, e mesmo assim minha meta era dar continuidade no futebol, só que mais perto de casa. Então voltei para Uberlândia e tentei seguir”, desabafou.
Matheus foi jogador por alguns meses no Uberlândia Esporte Clube, mas não teve mais oportunidades profissionalmente. Assim, deixou de ser aquela promessa do clube do coração e, durante algum tempo, precisou conciliar o sonho no futebol com a vida de trabalhador.
No último mês, Farofa foi contratado pelo Olaria, de Catalão (Goiás), e contou sobre as expectativas no novo clube e seus planos para o futuro. “Durante algum tempo eu estava conciliando o trabalho com o futebol, mas eu decidi sair do emprego para focar em jogar, na expectativa que possa surgir alguma oportunidade de ir para fora do país”, finalizou.

UFU leva alunos da engenhar
Qualquer aluno matriculado pode se inscrever no programa que realiza intercâmbios anualmente
POR JULIA COÊLHO E SOFIA VOLPIA busca por experiências educacionais tem levado universitários a explorarem oportunidades de intercâmbio em instituições estrangeiras. De acordo com a Diretoria de Relações Internacionais e Interinstitucionais (DRII), a França é um dos destinos mais requisitados pelos estudantes da UFU. Para os graduandos de Engenharia, em particular, existe o projeto Brasil France Ingénieur Technologie (Brafitec). Este intercâmbio oferece uma oportunidade única de imersão a um ambiente acadêmico renomado através de programas tecnológicos.
O projeto permite aos discentes de alguns cursos de Engenharia, como a Engenharia Mecânica e Aeronáutica, a chance de viver a experiência de estudar na França. O programa é realizado em parceria com a Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior (Capes), que envia alunos brasileiros para universidades francesas todos os anos.
O estudante de Engenharia Aeronáutica, Rodrigo Daher, foi um dos alunos selecionados pelo projeto para realizar o intercâmbio. Ele conta que sempre teve vontade de participar e desde que entrou na faculdade, buscou enriquecer o seu currículo acadêmico, visando a mobilidade. A seleção no programa é feita através de um esquema de pontuação
inscrição. Dentre eles, é observado se o aluno possui nível intermediário de francês, um bom Coeficiente de Rendimento Acadêmico (CRA) e participação em projetos extracurriculares, como iniciação científica, monitorias também publicação de artigos.
Rodrigo garantiu sua vaga partir da dedicação ao que era solicitado no edital. Atualmente, ele auxilia novos ingressantes do curso que também pretendem participar do projeto. “Quando meu amigo entrou, eu falei pra ele ‘se você quiser, já começa agora’. No meu caso, fui abrindo site e vendo editais e pontuações passadas, pensando ‘como eu posso maximizar meus pontos desde já?’. Criei minha fórmula, minha própria estratégia”, afirma.
O estudante de Engenharia Aeronáutica, Frederico Furlanetto, está participando do seu primeiro edital do projeto de intercâmbio sua experiência se relaciona com a de Rodrigo. “Quando descobri projeto Brafitec, me interessei bastante, comecei a pesquisar que deveria fazer para aumentar as minhas chances de ir. Desde períodos iniciais, sempre li editais e me comparei com a situação dos alunos que estavam se classificando”, explica.

Frederico ainda acrescenta que o projeto Brafitec geralmente aceita alunos que finalizaram o último

A DIRETORIA
tunidade de ir no próximo ano”.
Antônio Gonçalves de Lima, professor de Engenharia na UFU, coordenou um dos projetos Brafitec por cinco anos, especialmente na Engenharia Aeronáutica. Ele também participou de um intercâmbio pela Capes e teve seu doutorado concluído na França. Ele conta que a experiência fez toda a diferença em sua vida. “Eu devo tudo à Capes, me abriu ótimas portas”.
Ele explica que o acompanhamento do coordenador com os alunos selecionados vem antes mesmo da aprovação. Além de orientar, o professor é responsável pelo aluno em toda sua trajetória fora do país. A parceria Brasil-França já é de longa data. Antônio conta que o atual reitor da UFU, Valder Steffen Júnior, foi um dos primeiros a ir para a França realizar seu doutorado
contemplados devem fazer uma “prestação de contas” à Capes durante todo o processo. O financiamento engloba, inclusive, bolsa para que o aluno se mantenha no país de destino. Para participar do programa, é obrigatório que o beneficiado faça um estágio em solo francês.
O professor também conta que o programa é bilateral, ou seja, a UFU também aceita estudantes estrangeiros. Ele explica que a Universidade oferece todo o apoio necessário aos intercambistas, encaminhando a cursos de português pela central de línguas, por exemplo. Não é necessário que os ingressantes tenham fluência completa na língua do país de destino. Antônio revela ainda que em sua época de intercâmbio teve uma grande oportunidade: “Eu estudei na melhor escola de francês do mundo”.

É dada a largada para a Fórmula SAE 2024
Estudantes correm contra o tempo e a falta de verba para criar veículo tipo Fórmula
POR GEOVANNA PEDRA, THÉO NOGUTI E WYLLORRANY AMORIM
Equipes universitárias espalhadas por todo o país se preparam para a competição da Fórmula da Associação de Engenheiros Automobilísticos (SAE) Brasil. Faltando menos de cinco meses para a 20ª edição, a equipe UFU Racing almeja criar um carro estruturado e capaz de passar pelas inspeções dos torneios, segundo o seu capitão, Bruno Sachi Magazoni. Este ano, a competição ocorre do dia 31 de julho a 4 de agosto em Piracicaba (SP).
Seguindo uma tradição, as equipes têm até o primeiro dia do mês para apresentar o veículo pronto. Nessa disputa, a pole position não é necessariamente do carro mais veloz, mas sim do que for capaz de impressionar os engenheiros especialistas. São avaliados desde o envio dos relatórios de custo, estrutura e projeto, até a corrida.
O capitão da UFU Racing explica que a equipe possui alunos de diversos cursos participando ativamente na construção do veículo. “Se o estudante, por exemplo, de Jornalismo, se interessa por carros e quiser participar da produção, ele pode. Tudo depende do processo seletivo", afirma Bruno. As habilidades dos participantes são exploradas, de modo a se encaixarem na produção.
No momento, o veículo da equipe está em processo de fabricação. De acordo com o líder da UFU Racing, eles têm se concentrado em melhorias nos projetos de estrutura e suspensão do modelo. “Vários outros componentes também já estão prontos, apenas esperando que a gente finalize a solda da estrutura para que possam ser instalados”, conclui o universitário.
Metas parecidas, apoios diferentes
Com objetivo semelhante, a equipe Optimus FSAE da Universidade Federal de Goiás (UFG) luta pela primeira chance de participar das provas estáticas, inspeções que avaliam o carro em vários níveis técnicos. De acordo com o capitão, Luan Sampaio Costa Gomes, a participação no ano anterior serviu para adquirir experiência. “Mesmo com os problemas no motor que impediram que o carro estivesse pronto, nós o levamos e participamos da inspeção pela tutoria do juiz. Este ano, a nossa pretensão é realmente fazer o carro andar”, finaliza.
A Optimus FSAE possui assistência por trás dos boxes por meio de empresas parceiras, que contribuem com materiais e ferramentas, auxiliando na construção do carro. Dentre elas, está o Ateliê do Carbono, que fornece fibra de carbono e resina. Por outro lado, Luan afirma que o apoio oferecido pela UFG se restringe ao ônibus que transporta a equipe e a oficina cedida, dividida entre outros quatro projetos de

extensão engenharia. que por parcerias ou pela universidade, precisa ser comprado com orçamento próprio da equipe.
Diferente da equipe goiana, a UFU Racing recebe um escasso patrocínio, que se resume à troca de serviços por divulgação da equipe, e eventuais doações. Eles contam majoritariamente com seu próprio caixa, levantado através de rifas, vendas de pizzas, ovos de chocolate e outros, para arcar com suas despesas como a taxa de inscrição da competição, no valor médio de 5 mil reais. A universidade oferece contribuições como o espaço para a oficina, o transporte estudantil, e o caminhão que desloca o carro até o torneio.

falta de vínculo do projeto com o Sistema de Informação de Extensão (Siex), prejudica a candidatura aos editais semestrais de bolsas de extensão da Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proexc). Apenas no ano de 2023, foram publicados 174 editais de apoio financeiro. A direto-
Rodrigues, te que mesmo com os editais, a UFU não consegue suprir a demanda, tendo que buscar financiamento externo.
Em condições semelhantes, mas com suas especificidades, ambas as equipes se preparam para competição, almejando uma boa posição nas provas estáticas enquanto tentam permanecer com o aerofólio conectado ao chão.
Fórmula SAE
A associação de engenheiros automobilísticos, com objetivo de proporcionar aos alunos uma oportunidade de colocar suas habilidades em prática na produção de um carro parecido com aqueles que competem na Fórmula 1, criou em 2004 a Fórmula SAE Brasil.
A competição conta com diversas provas que precedem a corrida. Para a equipe ser classificada para a disputa, os juízes devem aprovar toda a estrutura do veículo em três dias de avaliações estáticas e dinâmicas. O marketing, custos, estrutura e projeto também são inspecionados.
GLOSSÁRIO
Pole position: O piloto que inicia a corrida largandodaprimeiraposição.
Aerofólio: Peça traseira ou frontal que pressiona o carro para manter-se no chão e nãodecolarcomaltavelocidade.


Maternar na UFU
O desamparo na rotina de uma mãe universitária

“É TUDO MUITO ESTREITO. TEM QUE DAR UMA VOLTA ENORME PARA PODER ENTRAR” - FOTO: ALÉXIA VILELA

“SEMPRE CARREGO UM TROCADOR NA MOCHILA E TROCO ELE EM CIMA DA PIA DO BANHEIRO” - FOTO: GIULIA BRANDOLEZI
Ser mãe universitária é uma batalha diária. A insuficiência do valor da bolsa creche obriga mães como Steffany a levarem seus filhos às aulas, enfrentando obstáculos desde o momento em que saem de casa. Morando em frente a uma das entradas do campus, ela necessita contornar a falta de acessibilidade e se deslocar até outra portaria para poder levar seu filho Henrique no carrinho.
O cotidiano na graduação é ainda mais desafiador quando a Universidade não oferece o suporte adequado. A mãe de Henrique, precisa carregar sozinha o filho e o carrinho pelas escadas para acessar as salas de aula e improvisa a pia do banheiro como trocador para seu filho.

“O HENRIQUE VAI EM TODOS OS LUGARES QUE ESTOU. NÃO TEM COMO EU DEIXAR ELE EM ALGUM LUGAR” - FOTO: GIULIA BRANDOLEZI.

“ESSA SITUAÇÃO DA ESCADA É COMPLICADA. O SENTIMENTO QUE FICA É DE INVISIBILIDADE” - FOTO: ALÉXIA VILELA