4. EXPERIÊNCIA HUMANA NA CIDADE
humanos são mais complexas e que eles precisam constantemente de estímulo. Além da segurança e do conforto, o entretenimento é um ponto essencial a ser
No Direito Urbanístico Brasileiro (2010), José Afonso da
considerado, do contrário, os pedestres não optarão pelo
Silva
propõe
determinado
que o pelos
espaço
espaços
livre
na
públicos
cidade
seja
andar, mas sim pelo dirigir, e isso abrange outras questões
urbanos
não-
do por quê preferir o andar à outra forma de locomoção nas
edificáveis e aqueles privados reservados à integração dos
cidades, como, por exemplo, a econômica.
patrimônios públicos, incluindo as vias de comunicação. Para Mazzei, Colesanti e Santos (2007) os espaços livres
No plano arquitetônico das cidades, os estacionamentos e
têm a função de prover ventilação e iluminação às altas
edifícios
edificações, possibilitar às áreas importantes um respaldo
superfície de asfalto, além de outros edifícios pouco
para sua preservação e conservação e “dar oportunidade
convidativos são um tanto hostis com os transeuntes. Nota-
ao cidadão satisfazer suas necessidades de ocupação do
se que o pensamento mais cuidadoso com a vida humana
tempo livre (física, psicológica e social)” (MAZZEI,
das calçadas tenta adentrar a concepção dos “starchitects”
COLESANTI, SANTOS, 2007, p. 37).
e urbanistas, mas ainda essa preocupação de “criar vida de
de
garagem
com suas
empenas
cegas
e
rua” se encontra, ironicamente, tão baixa na lista de Em Walkable City, Jeff Speck (2012) indica dez passos
prioridades quanto não sair do orçamento ou ainda, manter
para que o caminhar na cidade seja útil, seguro, confortável
a chuva do lado de fora do edifício. Consequência disso é
e interessante. Em seu nono passo sobre fazer superfícies
a redução da atração pelo caminhar na cidade. (SPECK,
amigáveis e únicas, ele enuncia que somente segurança e
2012, p 245/246).
conforto não são suficientes, que as motivações dos seres
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