
5 minute read
NOTÍCIAS Ler até morrer
LER ATÉ MORRER!
Guilherme Souza é um aluno do Colégio Campo de Flores, do 12° B, que criou um canal no YouTube em março de 2020, cujo principal foco é apresentar e motivar a leitura de livros diferentes, sendo que também desenvolve outros temas.
Advertisement
No dia 13 de outubro de 2020, entrevistámos o nosso amigo Guilherme de modo a partilhar com os leitores da Sementinha um pouco do seu trabalho e incentivar-vos a procurarem mais sobre este projeto.
O principal motivo que levou o Guilherme a criar um canal no YouTube foi o facto de ter ficado com mais tempo livre, devido à situação da pandemia, especialmente no início da quarentena, “...queria ter uma coisa para eu ocupar a minha cabeça enquanto estava em casa.”
Para além disso, o enorme gosto que o Guilherme tem por livros, juntamente com o facto de ter em mente a ideia “de facilitar as pessoas a conhecer alguns livros que não eram tão conhecidos”, há muitos anos, impulsionou a criação do seu canal.
Aorigem do título do seu canal, Ler Até Morrer, foi ”tentativa e erro de encontrar um nome que fosse catchy e ao mesmo tempo fizesse sentido com o contexto do canal”.
Para a sua seleção de conteúdo, o Guilherme normalmente procura tópicos que o “interessam em geral”.
“O canal não é 100% livros, tem outros conteúdos. Às vezes, sou muito surpreendido quando vou procurar algum tema e acho que é pequeno e de repente é uma coisa gigantesca. Outras vezes, e mais recentemente aconteceu-me isso, é estar a deambular pelo YouTube e encontrar uma coisa que mais ninguém tenha encontrado e isso ser tema para vários vídeos”.
Assim, “acaba por ser um misto entre encontrar coisas engraçadas sem querer e ter um plano já bastante consolidado, por exemplo, alguns livros que eu já tinha interesse em ler antes”.
Neste canal, o tipo de conteúdo que atrai mais o criador é aquele “... que tenha algo que seja muito diferente daquilo que nós vemos normalmente”, distinto dos clichês habituais. “Tudo o que fuja desse âmbito é o que eu gosto de ver e gosto de criar, ou seja, coisas que fujam do normal”.
Relativamente ao valor que o Guilherme dá aos comentários que o canal recebe, ele considera que “depende dos comentários. Comentários positivos, eu acho que se dividem em duas categorias: são pessoas que simplesmente gostaram do vídeo e foram lá comentar, …o que me deixa muito feliz..., porque se a pessoa perdeu o seu tempo a escrever aquilo (eu, que como utilizador também o faço), sei que aquela pessoa gostou mesmo, o que também me dá uma perspectiva do quanto as pessoas estão a gostar ou não; existem outros em que várias pessoas trabalham um pouco mais no comentário,... e foi a partir desses que eu criei uma equipa de validação dos vídeos antes de eu os publicar (são quatro pessoas que recebem os vídeos e veem, avaliam e verificam o que deve ou não ser mudado). Portanto, essas pessoas também participam muito na classificação do canal.
Agora, acerca dos comentários maus: uns são críticas construtivas, mas com uma componente um pouco agressiva, outros são simplesmente agressões e esses são para ignorar.”
Relativamente à influência que o Guilherme deseja que o seu canal tenha no público, ele gostaria de “abrir os horizontes às pessoas para lerem mais tipos de livros e livros diferentes. Isso é o básico. Mas gostaria também de implantar um pouco de compaixão, digamos assim, pelas outras opiniões, porque eu tenho opiniões muito vincadas em relação a bastantes livros e bastantes filmes e gostava de criar uma comunidade que conseguisse perceber que não é só porque eu tenho uma opinião diferente da tua que ela está simplesmente errada, são simplesmente opiniões diferentes. Gostaria de criar uma comunidade que percebesse isso e respeitasse a opinião dos outros.”
Por fim, aos leitores da Sementinha, o Guilherme gostaria de dizer que “Portugal precisa de ler mais!”
Ana Cláudia Pereira, Ana Sofia Pereira, Carolina Henriques e Sofiya Joosab - 12.ºB
MEMÓRIAS DE UM PAÍS CONFINADO
O período de confinamento foi um tempo difícil com sabor a grades que nos impediram de respirar... No entanto, a mente humana é soberba ao moldar-se às vicissitudes e desafios que o Planeta nos envia.
O aluno Francisco Lima do 12.º A(2019-2020) aceitou, sem hesitação, o desafio apresentado pela Editora Chiado Books para escrever acerca deste estranho tempo que estava a viver: o confinamento. O Francisco, ainda que aluno do curso de Ciências e Tecnologias, sempre revelou uma sensibilidade peculiar para “ver por dentro” um texto. É percetível, na sua escrita, o poder que as palavras têm quando olhadas, lidas, sentidas...
Concorreu com dois textos e ambos foram selecionados para um livro cujo título é “Quarentena: memórias de um país confinado”.
Parabéns, Francisco Lima! CCF muito orgulhoso!
Teresa Ribeiro - Professora de Português
“Não foram precisos canos de espingarda Não foi necessária uma só pedrada Para percebermos que a humanidade estava errada
Não foram evocados parlamentos Não foi resultado de súplicas e lamentos
Inúmeras batalhas sem vitória Incontáveis as derrotas na nossa história Que não resolveram nada,
Golpe profundo de espada Que deixa mais uma ferida aberta
Portas e janelas fechadas, Coração aberto, Quisemos fazer do mundo um oásis,
Acabámos com um deserto”
“Vivo numa caixa de vidro, posso ver tudo o que se passa fora dela mas não posso sair, seria muito perigoso. vejo as plantas que crescem sem medo sem medo que as cortem pela raiz, ouço o chilrear dos pássaros que há tanto tempo não ouvia, vejo espaço onde antes me sentia apertado...O mundo parece mais que nunca o mundo, e não parece que sinta muito a nossa falta.É este o grande problema de viver numa caixa de vidro, podes ver tudo o que se passa para lá das paredes translúcidas, mas assim que quebrares uma o que antes vias perfeito molda-se em conformidade com a tua existência. Quando tudo voltar ao "novo normal" espero que tenhamos aprendido que nós somos um universo por explorar tão grande como aquele que nos rodeia, e que se queremos viver neste mundo que o façamos como seus visitantes e não como seus donos.”




Crescer saudável

