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NOTÍCIASAgora consigo ver melhor as estrelas! NOTÍCIAS O que nos torna Humanos? 8

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DE DENTRO 66

DE DENTRO 66

AGORA CONSIGO VER MELHOR AS ESTRELAS!

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«O que mudou em ti, nestes tempos de isolamento?»; «Que preocupações novas surgiram na tua vida?»; «Que coisas boas descobriste, estando fechado na tua casa, durante tanto tempo?»

São perguntas simples, mas obrigam a um «olhar para dentro de si» que agora envolve os outros e que crianças e jovens não estão habituados a fazer!

Vivem tão intensamente, tão alegre e descontraidamente, que não é habitual parar para pensar! Estão tão ocupados a ser crianças e jovens, a estar em constante diversão, que não há tempo para observar com atenção o que existe do lado de fora da sua janela e, principalmente, o que está do lado de dentro. E é assim que deve ser, não é?!

Mas agora o tempo abrandou o seu ritmo; a vida exigiu adaptações; o receio trouxe a capacidade de valorizar ou descobrir o que é pequeno mas enche o peito de alegria e conforto; a família tornou-se o centro dos dias; o animal de estimação vive mais feliz, por ter sempre companhia e muito mais atenção; o quarto ou a sala de estar é agora a sala de aula; o pai ou a mãe estão a trabalhar ali mesmo ao lado, ou pior … têm de sair para o hospital ou outro lugar de risco, que os deixa com «o coração nas mãos» (Até agora nunca se tinham sentido «com o coração nas mãos»!); as refeições são de novo momentos de partilha e tudo tem um sabor melhor… (Se mantivermos a televisão desligada, pois esta é capaz de encher a casa de tristeza, de dar aquele nó na garganta que não nos deixa engolir a fruta, de nos lembrar que a vida é demasiado preciosa para a pormos em risco ...)

São muito jovens, mas a vida obrigou-os a parar para pensar; levou-os a crescer mais depressa; a olhar o mundo com olhos diferentes; a adaptar rotinas; a perder muitas coisas de que gostam, a que estavam habituados e julgavam como certas; a preocupar-se com o que virá a seguir, com o futuro (o desemprego, a pobreza?); obrigou-os a aprender de forma diferente; a sentir saudades muito cedo; a descobrir que os pássaros cantam muito pela manhã; a falar mais com o irmão; a sentir a falta dos avós e dos amigos; a reconhecer a sorte que é ter um parque à beira da janela ou o mar ao alcance da vista; a TER SAUDADES DAESCOLA!!!!!

«O que mudou em ti, nestes tempos de isolamento?»

Um aluno do 7.º ano, com ar sério, pensativo e até intrigado (visível através do ecrã, na videoconferência) respondeu: «Acho que agora consigo ver melhor as estrelas!» Haverá coisa mais bonita, numa época tão triste?

Fernanda Neves – Professora de Português

O QUE NOS TORNA HUMANOS?

No âmbito do seguimento do trabalho de exploração dos Direitos Humanos, iniciado na disciplina de Cidadania e Desenvolvimento, em sala de aula, solicitou-se aos alunos do 8. ºA uma reflexão mais profunda sobre este tema, no início da fase de confinamento, na qual este assunto iria assumir uma dimensão ainda mais significativa.

Estes alunos foram convidados a assistir, com a sua família, à primeira parte do introspetivo documentário "Human" e a debater as ideias transmitidas. Como produto final, tiveram de apresentar cinco respostas possíveis à questão: "O que nos torna humanos?". Partilho algumas dessas respostas que refletem o que nós somos (com certeza) hoje e aquilo que nós precisamos para sobreviver no (imprevisível) amanhã, neste mundo dominado pelo Homem.

Margarida Cruchinho | Diretora de Turma do 8.ºA

. Errar e aprender com os erros. . Amar e ser amado, reciprocidade no carinho, compreensão e tolerância. . Empatia, ser sensível e ser consciente da dor do outro. . Acreditar! Alexandre Baptista . O amor que se constrói no dia-a-dia, unindo várias pessoas. Quando este sentimento é verdadeiro, persiste em todas as ocasiões. . A igualdade entre todos, mesmo entre homens e mulheres, porque ninguém deveria ser obrigado a obedecer a alguém, o que acontece em algumas famílias e/ou culturas, quando as mulheres são obrigadas a casar ou são vítimas de violência. . O respeito uns pelos outros, porque apesar das diferenças entre as pessoas, todas têm sentimentos. O mundo necessita de todos! . Aunião familiar. Bernardo Agapito . A capacidade de nunca desistirmos dos nossos objetivos! Diogo Orrico . Acriatividade, pois com ela conseguimos fazer diversas ações. . O raciocínio, pois quando raciocinamos conseguimos chegar mais longe. . Acapacidade de perdoar, pois podemos perdoar quem nos faz muito mal. Uma das histórias do documentário foi a de um homem que matou a filha e a neta de uma senhora e esta ajudou-o a entender o que era o amor. Gonçalo André . Sabermos controlar os sentimentos e não fazer as coisas por impulso. Jiayi Ye . Todos termos as mesmas necessidades, mas por inúmeras razões (localização geográfica, cultura, religião, ...) vivenciamo-las de maneiras diferentes. . Sermos todos iguais... Mas cada ser humano consegue ser único! João Alves

. Sermos capazes de mudar e escolher os nossos próprios caminhos. . Termos diferentes opiniões e interesses. Maria Gabriela Costa . Os sentimentos, principalmente o amor, pois é um sentimento único. Nós, humanos, também nos distinguimos dos outros animais, porque conseguimos sentir esperança. . Aliberdade de decidir e de agir. Matilde Araújo . A capacidade de tomar decisões e aceitar as consequências que vêm depois. Matilde Lopes

. Agenerosidade.

Milena Zelenovic

. Sermos nós próprios ou termos amor-próprio. Fiquei chocada por ver que há tantos casos de mulheres no mundo que são discriminadas pelos homens. Sabia que existiam, mas nunca pensei que fossem tantos e tão graves. . Termos “uma voz”. No documentário, são contadas muitas histórias de homens e mulheres que viveram a discriminação, devido à sua cor, e se eles não tivessem tido “uma voz”, não seriam quem eles eram, pois a voz simboliza a opinião. Se não tivermos opinião vamos ficando cada vez mais reservados e ninguém entra na nossa vida... o que é mau, porque assim perdemos oportunidades únicas como a de amarmos alguém. . Acapacidade de sentirmos diferentes emoções. Se nós não sentíssemos, mesmo que só um bocadinho, de felicidade, tristeza, medo, alegria, amor e muito mais, o que seríamos? Não ficaríamos felizes nem tristes, zangados ou calmos... ficaríamos vazios! Como humanos, considero que é muito importante sentirmos tudo! Paloma Veloso

. O poder de sentir. . Os diferentes valores que aprendemos. . Anecessidade de nos sentirmos úteis.

Sofia Farias

. Depois de ver este documentário, ficou claro que sou sortuda em ter o que tenho. Deveríamos agradecer, todos os dias, o facto de estarmos vivos e termos casa, alimentação e família, necessidades básicas de todos os humanos. Matilde Nogueira

“Nós não nascemos humanos, nós tornamo-nos humanos.”

(frase de Joseph Campbell, transcrita por Matilde Araújo)

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