RENASCER 42

Page 1

Distribuição Gratuita | Publicação Trimestral | Nº 42

EDIÇÃO ESPECIAL

RENASCER

Abril Setembro 2013 b o l e t i m www.scmsines.org

i n f o r m a t i v o

Santa Casa da Misericórdia de Sines

NOITE DE FADOS NO SALÃO SOCIAL

No dia 1 de Junho o Salão Social da Santa Casa encheu‐se para uma Noite de Fados cujos protagonistas foram artistas da região. Sandra Tomás, Rute Belga, Joana Luz, Armando Casal, Eduardo Serrão, Chico Malafaia e Alba‐ no Miguel foram os fadistas convidados que tiveram a companhia de Carlos Sil‐ va na viola e João Núncio na guitarra. Cerca de 150 pessoas assistiram ao

fadista Armando Casal, assim como do restante elenco, na ajuda à Misericór‐ dia. O provedor destacou também a calorosa e atenta participação do públi‐ co e manifestou um reconhecido agra‐ decimento aos participantes e organi‐ zadores da Noite de Fados. No futuro fica a certeza de que todos acolherão No final do espectáculo o provedor Luís da melhor forma outras iniciativas des‐ Venturinha enalteceu a boa vontade do te género. espectáculo, entre eles um grupo de idosos da Misericórdia, assim como colaboradores, voluntários, amigos e membros dos órgãos sociais da Santa Casa. Ao longo da noite foi servido o tradicional caldo verde e a linguiça assada.

DESTAQUES

Torneio de Boccia Senior

pág. 6

À Conversa com… Domingos Casa Branca

pág. 10

Santos Populares

pág. 16


RENASCER

b o l e t im in fo r mat iv o

Por ter havido várias condi‐ cionantes por parte do empreiteiro, que penaliza‐ vam o bom andamento da obra e de alguma forma a Misericórdia, decidiu‐se, de acordo com a conjuntura, avançar para uma rescisão amigável do contrato, sendo justo destacar a disponibili‐ dade do mesmo para o efei‐ to. Neste interregno, decidiu‐ se aproveitar a oportunida‐ de, ao abrigo do Decreto‐Lei 67/2012 que permitia o aumento de capacidade de camas, fazer a transformação do projecto de 60 para 80 camas. Lamentamos todas estas con‐ trariedades, mas perante os infortúnios somos obrigados a arranjar soluções, e esta foi

a única forma de se tratar deste procedimento com o mínimo de riscos e custos para todas as partes. Entretanto, estamos a desen‐ volver acções preparatórias para lançamento do novo concurso de reprogramação para a conclusão da obra, com preocupação e empe‐ nho, para que esta volte a arrancar breve, assim que as condições técnicas e regula‐ mentares o permitam.

de Lisboa apoie algumas ins‐ tituições, embora ela tam‐ bém tenha as suas próprias necessidades, e daí absorver boa parte das verbas despen‐ didas, não podendo por isso chegar a todos os necessita‐ dos, como até agora tem sido o nosso caso. Quero com isto dizer que a nossa sustentabi‐ lidade se baseia somente nas receitas familiares e institu‐ cionais, o que pela sua insufi‐ ciência obriga a grandes esforços na contenção de despesas, em paralelo com o esforço de se criar e prestar as melhores condições possí‐ veis aos nossos utentes.

Neste sentido, gostaria de convidar a população de Sines a juntar‐se a nós na valorização da nossa obra social desenvolvida em prol da assistência aos mais desfa‐ Também sabemos que as dificuldades gerais impostas vorecidos. pelas actuais políticas de aus‐ Aproveito também a oportu‐ teridade geram muitas nidade para apelar às entida‐ necessidades e insegurança des, empresas e pessoas de na população em geral, e por boa vontade, para que den‐ arrasto alguma revolta e faci‐ tro das suas possibilidades lidade às críticas negativas. encarem a Misericórdia No que nos toca, sabemos como uma instituição que, que também não podemos nos tempos que correm, pre‐ fugir à regra, pois estamos cisa de todos para melhor muito expostos e limitados também servir todos, não na forma como combater e dando ouvidos a muitas demonstrar eficazmente mui‐ vozes mal informadas sobre a tas inverdades que possam Misericórdia ser apoiada ser ditas, ou seja, bem gosta‐ pelos lucros dos jogos da ríamos de poder ajudar a Santa Casa da Misericórdia transformar atitudes de uma de Lisboa. maneira mais construtiva Acredito que a Misericórdia

EDITORIAL

O CAMINHO FAZ-SE CAMINHANDO Como alguém disse “ O cami‐ nho faz‐se caminhando” só que nem sempre o caminho é tão direto e fácil conforme é desejável. É assim na vida e nos projectos em que nos envolvemos. Pela sua dimen‐ são e representatividade para a Misericórdia, sentimo‐ nos na obrigação de comuni‐ car à nossa irmandade e população em geral o contra‐ tempo com o decorrer da obra da construção do novo Lar Prats Sénior.

Luís Maria Venturinha de Vilhena Provedor da Misericórdia de Sines

salutar e humana. É nosso lema tentar bem ser‐ vir, de preferência com a qualidade e o humanismo possíveis, investindo dentro das nossas condicionadas possibilidades, em melhoria de equipamentos, melhoria na prestação de serviços com base na formação profissio‐ nal, através de workshops e nos conhecimentos adquiri‐ dos pelos funcionários ao longo dos anos. A nossa e sua missão é aju‐ darmos a melhor servir os outros, para que no amanhã quando nós, hoje no activo, precisarmos, também termos quem melhor cuide de nós. Por isso, aceitamos com espí‐ rito aberto todos os apoios e críticas, de preferência cons‐ trutivas, porque nos ajudam a sermos melhores, hoje e no futuro. 

Ficha Técnica

RENASCER

boletim informativo

Propriedade, Edição e Impressão SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE SINES Periodicidade Trimestral Número 42 Edição EDIÇÃO ESPECIAL ‐ Abril | Setembro 2013

2

Director Luís Maria Venturinha de Vilhena Redacção Rita Camacho Revisão de Texto José Mouro, Rita Camacho Fotografia Ricardo Batista, Rita Camacho

Grafismo | Montagem | Paginação Ricardo Batista, Rita Camacho Tiragem 300 exemplares Depósito legal 325965/11 Distribuição Gratuita


RENASCER

b o l e t im in fo r mat iv o

FADO, PATRIMÓNIO MUNDIAL “Nascido nos contextos populares da Lisboa oitocentista, o Fado encontrava‐ se presente nos momentos de convívio e lazer. Manifestando‐se de forma espontânea, a sua execução decorria dentro ou fora de portas, nas hortas, nas esperas de touros, nos retiros, nas ruas e vielas, nas tabernas, cafés de camareiras e casas de meia‐porta. Evo‐ cando temas de emergência urbana, cantando a narrativa do quotidiano, o fado encontra‐se, numa primeira fase, vincadamente associado a contextos sociais pautados pela marginalidade e transgressão, em ambientes frequenta‐ dos por prostitutas, faias, marujos, boleeiros e marialvas. E se as primeiras letras de Fado eram, na sua maioria, anónimas, sucessiva‐ mente transmitidas pela tradição oral, esta situação inverter‐se‐ia definitiva‐ mente a partir de meados da década de 20, época em que surge uma plêiade de poetas populares como Henrique Rego, João da Mata, Gabriel de Oliveira, Fre‐ derico de Brito, Carlos Conde e João Linhares Barbosa, que consagrará ao fado particular atenção. (…) A partir dos anos 50 do século XX o fado cruzar‐se‐á definitivamente com a poesia erudita na voz de Amália Rodrigues. A partir do

A actuação da fadista Rute Belga

contributo decisivo do compositor Alain Oulman, o fado passará a cantar os tex‐ tos de poetas com formação académica e obra literária publicada como David Mourão‐Ferreira, Pedro Homem de Mello, José Régio, Luiz de Macedo e, mais tarde, Alexandre O’Neill, Sidónio Muralha, Leonel Neves ou Vasco de Lima Couto, entre muitos outros. (…) Já nos anos 90 o fado consagrar‐se‐ ia, definitivamente nos circuitos da World Music (Música do Mundo)”. internacional com Mísia e Cristina Bran‐

co, respectivamente no circuito francês e na Holanda. Também nos anos 90, um outro nome que se destaca no panora‐ ma do Fado é Camané, com grande consagração. Desde a década de 90 e já no dealbar do século surge uma nova geração de talentosos intérpretes como Mafalda Arnauth, Katia Guerreiro, Maria Ana Bobone, Joana Amendoeira, Ana Moura, Ana Sofia Varela, Pedro Moutinho, Helder Moutinho, Gonçalo Salgueiro, António Zambujo, Miguel Capucho, Rodrigo Costa Félix, Patrícia Rodrigues, ou Raquel Tavares. No circui‐ to internacional porém, Mariza assume protagonismo absoluto, desenhando um percurso fulgurante, ao longo do qual tem legitimamente colhido suces‐ sivos prémios na categoria de World Music (Música do Mundo)”. O fado foi considerado em 2011 Patri‐ mónio Imaterial da Humanidade pela UNESCO. Excertos do texto: Pereira, Sara (2008), “Circuito Museoló‐ gico”, in Museu do Fado 1998‐2008, Lis‐ boa: EGEAC/Museu do Fado.

O Salão Social encheu‐se para uma noite diferente 3


RENASCER

b o l e t im in fo r mat iv o

09:00 - Recepção aos participantes 09:30 - Cerimónia de Abertura Luís Venturinha - Provedor da SCMS, Ana Clara Birrento - Directora do CDSS de Setúbal, Cecília Gil Directora do Centro de Saúde de Sines, representante da Câmara Municipal de Sines (a designar) 10:00 -

“Ambientes Terapêuticos para pessoas com deterioração cognitiva” Arq.ª Angelina Santos (Segurança Social)

10:30 - Intervalo para café 10:45 - “Lidar

com a doença de Alzheimer - Ocupação”

Representantes da Associação Alzheimer Portugal 11:45 -

“Funcionamento dos gabinetes de apoio a familiares de pessoas com doença de Alzheimer” Representantes da Associação Alzheimer Portugal

12:45 - Debate 13:00 - Almoço Livre 14:30 - “Animação

nos Idosos”

Dr. Luís Jacob (Socialgest, Rutis) 15:30 - “Snoezelen

e o Alzheimer - Estimulação Sensorial”

Organização:

Dra. Amélia Martins (Lar Santa Beatriz da Silva) 16:30 - Debate 17:00 - Encerramento Membro do NLI - Núcleo Local de Inserção

4


RENASCER

b o l e t im in fo r mat iv o

MISERICÓRDIA ACOLHE “ESTUDANTES CICLISTAS” Em Junho, a Santa Casa acolheu um grupo de 11 estudantes e 4 professores da Escola Básica Inte‐ grada de Apelação, em Loures. Com idades compreendidas entre os 15 e os 18 anos de idade, estes alunos fazem parte de uma turma especial criada ao abrigo do Pro‐ grama Integrado de Educação e Formação (PIEF), com o objectivo de reduzir o abandono e o insuces‐ so escolar. Como forma de assinalar o final do ano lectivo, os professores organi‐ zaram uma actividade extra‐ curricular original, denominada PIEF Bike Tour 2013, que levou este grupo a viajar de bicicleta entre Tróia e Lagos. A primeira paragem aconteceu em Sines, no dia 2 de Junho, levando‐os a per‐ noitar no Salão Social da Misericór‐ dia. Eládio Gouveia, professor de Edu‐ cação Física e um dos mentores deste projecto, em conversa com o “Renascer” explicou que «estas turmas funcionam como a última oportunidade para que estes alu‐ nos, em risco de exclusão social, concluam o 6º ou 9º ano.» Eládio Gouveia acrescentou ainda que «ao longo do ano lectivo arranja‐ mos estratégias que motivem estes alunos, sendo esta actividade uma espécie de ‘prémio’, mas não só. O PIEF Bike Tour é também um momento de aprendizagem, no qual são colocados em prática con‐

teúdos leccionados ao longo do ano, como, por exemplo, a preven‐ ção rodoviária. Além disso, há tam‐ bém a questão da motivação e da capacidade que estes alunos têm de se superarem. Muitos deles não acreditam que são capazes de ir de bicicleta de Tróia a Lagos e, no final, ficam surpreendidos consigo próprios.» Esta não foi a primeira edição do PIEF Bike Tour, tal como referiu o professor de Educação Física. «Em anos anteriores já organizámos outras edições desta aventura e, no final, é visível a satisfação de todos os intervenientes. Nós, pro‐ fessores, ficamos com a certeza de que é uma actividade que marca os alunos para sempre.» No final da estadia na Misericór‐ dia, Eládio Gouveia enalteceu o

apoio da comunidade a este pro‐ jecto e o espírito de solidariedade entre todos. «Há uma grande envolvência da parte da escola e até mesmo de particulares, que nos emprestam bicicletas ou que nos acompanham ao longo do per‐ curso. Depois há também uma enorme boa vontade de quem nos acolhe gratuitamente e de braços abertos, como foi o caso da Miseri‐ córdia de Sines.» Além de ter acolhido este grupo de alunos e professores, tem sido hábito nos últimos meses a Miseri‐ córdia acolher, durante a noite, grupos de escuteiros e de peregri‐ nos que procuram apoio na nossa Instituição cuja missão também é a de “dar pousada aos peregri‐ nos” (4ª obra corporal das Miseri‐ córdias). 

O grupo de estudantes e professores antes da partida 5


RENASCER

b o l e t im in fo r mat iv o

BOCCIA, UMA MODALIDADE EM CRESCIMENTO NA SCMS

O grupo de utentes que participou no Torneio em Odivelas

Os idosos da Misericórdia de Sines praticam de forma regular, desde 2012, a modalidade de Boccia. Todas as terças e quintas‐feiras de manhã o Salão Social enche‐se de utentes empenhados em alcançar o

melhor resultado nas sessões de Boccia organizadas pelo serviço de Educação Especial e Reabilitação. Estas sessões servem de treino para algumas competições nas quais a Misericórdia já tem participado.

No dia 4 de Junho um grupo de quatro utentes esteve presente na primeira edição do torneio “Masters Boccia Senior” que decor‐ reu no Pavilhão Multiusos de Odive‐ las. O torneio foi organizado pela Federação Portuguesa de Desporto para Pessoas com Deficiência e a Misericórdia alcançou o 36º lugar entre 49 equipas participantes. Dia 16 de Julho foi a vez da Miseri‐ córdia organizar, no Salão Social, um intercâmbio com um grupo de joga‐ dores do Montijo. Estiveram pre‐ sentes 4 atletas, com bastante experiência na modalidade de Boc‐ cia, que têm como treinador Gabriel Potra, atleta paralímpico de atletis‐ mo, várias vezes medalhado. No final, todos os elementos envolvi‐ dos na competição mostraram o seu contentamento, sendo de des‐ tacar um saudável convívio e espíri‐ to competitivo.

BOCCIA, O QUE É? O Boccia é um jogo de lançamento de bolas, inspirado num jogo praticado na antiga Grécia do qual derivaram jogos como o bowling e a petanca. O Boccia foi originalmente concebido para ser jogado por pessoas com paralisia cere‐ bral, mas tornou‐se tão popular que, hoje em dia, é praticado por muitas outras pessoas, nomeadamente em idade sénior. 

EQUIPAMENTO NECESSÁRIO Bolas de Boccia (6 vermelhas, 6 azuis e 1 branca) Dispositivo de medida Quadro de resultados Indicador da cor Vermelha/Azul (permite aos jogadores ver claramente qual o lado que deve jogar)

REGRAS BÁSICAS Pode ser jogado individualmente ou em equipas (3 elementos), sendo mais comum a competição por equipas. É necessária a presença de 1 árbitro. Joga‐se num campo delimitado (com 12,5m de comprimento por 6m de largura) que inclui “casas” para os jogadores e uma área onde a bola alvo é inválida (linha em “V”). 6


RENASCER

b o l e t im in fo r mat iv o

Os utentes da SCMS em acção

Cada jogador ou equipa dispõe de 6 bolas vermelhas, dispondo a equipa ou jogador adversário de 6 bolas azuis. A bola alvo é branca e é atirada à vez por cada uma das equipas ou jogadores. O objectivo é lançar as bolas de cor o mais próximo possível da bola branca. Cada jogo possui 4 parciais, no caso de ser jogado individualmente, ou 6 parciais, na competição por equipas. Em cada parcial todas as bolas são lançadas pelos jogadores. Os pontos contam‐se no final de cada parcial, sendo atribuído um ponto por cada bola que esteja mais próxima da bola branca.  PUB

7


RENASCER

b o l e t im in fo r mat iv o

ENTREVISTA COM RUI PINTO SOBRE A IMPLEMENTAÇÃO DO PHC A empresa Acidados presta serviços de auditoria, con‐ sultadoria e implementação de projectos na área das Tecnologias da Informação e da Comunicação. A propósi‐ to de uma parceria com a Santa Casa na implementa‐ ção de um novo software de gestão o Renascer esteve à conversa com Rui Pinto, administrador da empresa. Renascer ‐ Há uma reestru‐ turação que está a ser feita na SCMS a nível da gestão da Instituição. Que contributo está a ser dado pela empresa Acidados nessa reestrutura‐ ção? Rui Pinto ‐ Tudo estamos a fazer para que esse contribu‐ to seja muito positivo. A Aci‐ dados foi contratada para implementar e aprimorar uma instalação do software PHC já existente, nas áreas de Pessoal, Gestão, Contabi‐ lidade e Imobilizado. O nosso contributo começou por ser meramente técnico, na área de software, mas com o desenrolar da imple‐ mentação passou a ser mais abrangente, incluindo neste momento toda a área organi‐ zativa de processos e de ser‐ viços ou valências. Não tomamos qualquer decisão, mas contribuímos, e muito, para a discussão e para a implementação e melhora‐ mento de processos, junta‐ mente com a Direcção Finan‐ ceira e com o Provedor da Instituição. Todo o trabalho 8

de implementação do soft‐ ware PHC está a ser feito com base na análise de pro‐ cessos que existiam e que propusemos que fossem modificados para uma melhor percepção da Insti‐ tuição e dos seus responsá‐ veis. Por tudo isto, considero que o nosso contributo para a organização da gestão da Santa Casa está a ser positi‐ vo, com obstáculos que têm sido desafiantes, mas a con‐ clusão do projecto trará, sem dúvidas, mais‐valias para a Instituição no seu todo. R ‐ Em breve pretende‐se que o software PHC venha a ser utilizado por todos ou quase

duzida de forma rápida, efi‐ ciente e que depois seja utili‐ zada em análises. É para isto que todos ou quase todos os funcionários da Instituição vão trabalhar, estando alguns deles já a fazê‐lo. O processo de implementação do soft‐ ware PHC vai abranger todas as áreas da Misericórdia. A título exemplificativo, quan‐ do alguém chegar à Institui‐ ção e quiser fazer uma inscri‐ ção numa das valências, o processo será feito dentro do software PHC e, utilizando ferramentas do próprio soft‐ ware, será desencadeada uma série de informação a tratar pelo responsável de cada área.

todos os funcionários da Ins‐ tituição. De forma o mais simples possível, explique que ferramenta de trabalho é esta? RP ‐ O software PHC é uma aplicação informática de Gestão (ERP ‐ Enterprise Res‐ source Planning) que abran‐ ge muitas áreas de trabalho, entre as quais a facturação, compras, recebimentos, pagamentos, vencimentos de funcionários, stocks, imo‐ bilizado e contabilidade. Mas para que toda a informação colocada no programa seja útil é preciso que seja intro‐

Outro dos processos que estamos a desenvolver é o dos cuidados aos utentes. Qualquer tipo de cuidado prestado será registado pelo funcionário, para que se con‐ siga, em qualquer altura, for‐ necer informação aos técni‐ cos, aos responsáveis de valência e aos familiares, sobre de que forma foram prestados os cuidados, por quem, a que horas e a que dias. A nível dos funcionários vamos ter um processo de registo de refeições (marcações e consumo) para

Rui Miguel Pinto Administrador ACIDADOS

uma melhor organização do sector da cozinha, que deve‐ rá saber diariamente quantas refeições tem de preparar e quantas marcações de fun‐ cionários existem. Neste momento toda a correspon‐ dência que chega à institui‐ ção já é digitalizada e envia‐ da pelo software PHC para os respectivos destinatários, poupando‐se assim um enor‐ me valor em cópias. Todas as requisições ao armazém também já são feitas por um processo interno registado no software PHC após valida‐ ção do departamento finan‐ ceiro. As respectivas entre‐ gas são igualmente regista‐ das dentro do software PHC. Em suma, com o registo dos processos no software todos (de acordo com as res‐ pectivas autorizações) terão acesso à informação que necessitam de forma rápida e útil. É importante a envol‐ vência de todos os colabora‐ dores para que a implemen‐ tação do PHC tenha sucesso, e é para isso que temos esta‐ do a trabalhar. R ‐ De que forma o PHC será


RENASCER utilizado pelos funcionários da Instituição? RP ‐ Hoje em dia a tendência do mercado é a mobilidade. Todos nós usamos equipa‐ mentos que nos permitem aceder de forma rápida à informação, entre eles os tablets ou os smartphones. Conforme a área de inter‐ venção dos funcioná‐ rios assim será o acesso ao registo de informação. Em termos práticos aquilo que estamos a idealizar é o seguinte: a funcionária res‐ ponsável pelos cuidados de higiene de um utente, terá na sua posse um equipamen‐ to com leitura NFC (Comunicação de Campo Próximo ‐ Near Field Com‐ munication) que irá permi‐ tir identificar o quarto onde irá realizar a tarefa, conse‐ quentemente irá, neste mes‐ mo equipamento, ter a pos‐ sibilidade de identificar o utente e iniciar a sua tarefa,

b o l e t im in fo r mat iv o

identificando os materiais e o tempo gastos para execu‐ ção da mesma. Após o final da tarefa, esta ficará regista‐ da no software PHC, a res‐ ponsável de área sabe assim de uma forma rápida que a mesma foi executada e quan‐ tas mais faltam executar. Este exemplo tem a ver com os cuidados de higiene, mas aplica‐se também às tarefas relacionadas com a medica‐ ção, situações de urgência, actos médicos, refeições, no fundo tudo o que diz respei‐ to ao trabalho directo com os utentes nas instalações da SCMS. O Serviço de Apoio Domiciliário, terá acesso à mesma tecnologia, havendo registo da entrega de refei‐ ções, permitindo, por exem‐ plo, que em caso de ausência do utente se possa ter a cer‐ teza que o Serviço de Apoio Domiciliário lá esteve (utilizando georreferencia‐ ção) e assim eserá enviada

uma mensagem SMS aos familiares, alertando para esta situação. Nas áreas em que a mobilidade não é necessária usar‐se‐ão os tra‐ dicionais computadores como forma de aceder ao PHC. R ‐ Sendo que a SCMS tem pessoas como "matéria‐ prima", não acha que o modelo de gestão que está a ser implementado poderá contribuir para uma desuma‐ nização dos cuidados? RP ‐ A primeira tendência é exactamente essa, a de pen‐ sar‐se que tudo o que esta‐ mos a desenvolver e a imple‐ mentar é uma desumaniza‐ ção dos cuidados, mas na minha perspectiva quanto mais registos e informação existir melhor se pode deci‐ dir e actuar, corrigindo acções e humanizando mais os cuidados aos utentes. Cada vez é mais importante o rápido acesso à informa‐

ção, nos dias de hoje é mes‐ mo crucial ter dados a tempo e horas. A SCMS, na figura do seu Provedor, tem como preocupação principal a melhoria contínua no desempenho dos colabora‐ dores e prestadores de servi‐ ços e a procura constante de soluções no que diz respeito ao bem‐estar e conforto dos utentes. É neste sentido que estamos a desenvolver o nosso trabalho, queremos dotar os colaboradores de meios tecnológicos para que possam cada vez prestar melhor os serviços necessá‐ rios para que os utentes se sintam melhor e mais acom‐ panhados. Isto do nosso pon‐ to de vista não desumaniza os cuidados, muito pelo con‐ trário, aproxima os utentes da Instituição, pelos bons serviços prestados. 

Informações Úteis SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE SINES

Acção Social (Lares, Centro de Dia, Apoio Domiciliário)

Avenida 25 de Abril, n.º 2 Apartado 333 7520‐107 SINES Site: www.scmsines.org Email: scmsines@mail.telepac.pt

Tel. 269630460 | Fax. 269630469 Email: social.scmsines@mail.telepac.pt Horário de Atendimento: 09h00‐13h00 | 14h00‐17h00

Provedoria Tel. 269630462 | Fax. 269630469 Email: provedoria.scmsines@mail.telepac.pt Horário de Atendimento: 09h00‐13h00 | 14h00‐16h00

Secretaria Tel. 269630460 | Fax. 269630469 Email: secretaria.scmsines@mail.telepac.pt Horário de Atendimento: 09h00‐13h00 | 14h00‐16h00

Infantário “Capuchinho Vermelho” Telem. 967825287 Email: infantario.scmsines@mail.telepac.pt Horário de Funcionamento: 07h45‐19h45

Outros Contactos: Animação: animacao.scmsines@mail.telepac.pt Gabinete de Informação: gab‐info.scmsines@mail.telepac.pt Gabinete de Psicologia: gab‐psico.scmsines@mail.telepac.pt Recursos Humanos: rh.scmsines@mail.telepac.pt 9


RENASCER

b o l e t im in fo r mat iv o

Á CONVERSA COM...

Domingos Casa Branca

Domingos António Casa Branca, poeta popular de 76 anos, nasceu a 1 de Junho de 1937 no Monte dos Salgados da Várzea, na freguesia de Cercal do Alentejo. Os tempos mais remotos da sua vida não lhe deixaram boas recor‐ dações, já que perdeu os pais demasiado cedo. «A minha mãe morreu, tinha eu 6 anos de idade e por isso fiquei a viver só com o meu pai. Eramos a com‐ panhia um do outro e eu ajudava‐o sempre que podia. Recordo‐me que migava pão caseiro para 10

fazer sopas, e levava‐as ao campo, onde o meu pai trabalhava. Nesse tempo chamavam‐me ‘o puto do Ti Casa Branca’. Mais tarde, aos 9 anos, voltei a sofrer um duro golpe quando o meu pai morreu de repente. Foi uma infelicidade.» Da mãe, Domingos Casa Branca ficou com uma leve recordação, ao passo que do pai lhe ficaram as melhores referências. «Lembro‐me perfeita‐ mente de um dia estar sentado ao Sol, ao pé de casa, e a minha mãe che‐

gar com um passarinho na mão e dizer‐me: ‘Não podes estar aí ao Sol por‐ que faz‐te mal. Não vês este passarinho, também esteve muito tempo ao Sol e agora já não pode voar! A sua sorte fui eu, que o salvei.’ É a única lembrança que tenho dela. Do meu pai guardo as melhores recordações, era um homem trabalha‐ dor, não sabia ler nem escrever, mas isso não o impedia de tocar guitarra, cantar e fazer poesia, gos‐ to que passou para mim, e que ao que sei até já

vinha do meu avô pater‐ no.» Antes do falecimento de seu pai, Domingos recor‐ da, ainda que vagamente, as brincadeiras de crian‐ ça. «Não havia condições para brincadeiras, ainda assim não me esqueço que gostava muito de brincar com um arquinho em ferro, que se equili‐ brava com um gancho.» A sua família, como quase todas nesse tempo, era numerosa. Domingos tinha 9 irmãos, 7 da parte da mãe e 2 da parte do pai, por isso a necessida‐


RENASCER

de de ajudar no sustento da casa afastou‐o da escola e levou‐o a traba‐ lhar no campo, desde muito cedo. «A morte dos meus pais foi o que mais me marcou na minha infância. Quando me vi sozinho no mundo – os meus irmãos eram todos mais velhos e já tinham as suas vidas orientadas – senti‐me muito infeliz. Estive quase para ir para a Casa Pia, mas fui viver com uma das minhas irmãs e aí comecei a tra‐ balhar no campo. Eu tinha apenas 10 anos e o meu cunhado, que não era muito meu amigo, queria que trabalhasse com uma charrua e que cuidasse do gado. Era um trabalho muito duro para mim e que me obrigava a passar muito tempo sozi‐ nho.» Ao fim de quase um ano a viver com a irmã e com o cunhado, Domingos Casa Branca decidiu procurar outro rumo para a sua vida. «Numa madrugada de Novembro fugi de casa da minha irmã. Não me sen‐ tia feliz e tinha muito medo do meu cunhado. Por isso ‘fiz‐me à estrada’, levando pouco mais do que a roupa do corpo. Passei fome e frio e andei

b o l e t im in fo r mat iv o

muito a pé, até chegar a casa dos meus padrinhos em Cercal do Alentejo. Foi aí que a minha vida se modificou.» Domingos passou então a viver no lugar dos Salgadinhos na companhia de seus padri‐ nhos. Por lá se manteve até completar 16 anos, ocupando‐se do trabalho no campo e a pastorear

ganhar o meu dinheiri‐ nho, formar família e ter casa própria.» Este seu desejo acabou por se con‐ cretizar quando Domin‐ gos Casa Branca casou, tinha então 25 anos, vivia na zona de São Domingos da Serra e trabalhava como pastor. «Casei, fui viver para uma casinha simples, alugada e que

cretização de um sonho antigo. «Nessa altura aprendi a ler e a escrever com um senhor que ensi‐ nava os adultos em casa. Foi uma satisfação enor‐ me pois pude finalmente pôr em prática a minha veia de poeta.» A partir dessa altura, mas princi‐ palmente depois de se reformar, aos 51 anos,

Domingos Casa Branca na companhia de outros utentes da Misericórdia

animais. «Ajudava os meus padrinhos, que eram pessoas remedia‐ das. Tenho boas recorda‐ ções dos tempos em que vivi com eles. Nunca me faltou nada daquilo que precisava para viver. Quando fiz 16 anos, era já homem feito, tomei a decisão de sair de casa deles porque queria

não tinha mordomias, mas era suficiente para viver com dignidade. Do meu casamento nasce‐ ram as minhas duas filhas, que são a sorte maior que tive na vida.» Por volta dos 34 anos, uma grave doença impos‐ sibilitou Domingos Casa Branca de trabalhar, sen‐ do assim possível a con‐

Domingos Casa Branca escreveu todos os poe‐ mas que lhe preenchiam o pensamento e em 2001, já com mais de 60 anos, editou o primeiro livro autobiográfico intitulado “Minha vida meu desgos‐ to”. Em 2008 publicou um segundo livro, também este autobiográfico, ao qual decidiu chamar 11


RENASCER

b o l e t im in fo r mat iv o

“Tempos passados na minha vida”. «Os livros que publiquei têm poesia e prosa sobre tudo o que aconteceu de bom e de mau na minha vida. Até a minha vinda para a Santa Casa da Misericórdia de Sines está lá retratada.» A vinda de Domingos Casa Branca para o Lar Anexo 1 da Misericórdia de Sines aconteceu a 10 de Maio de 2004. Hoje, mais de 9 anos passados, este utente está perfeita‐ mente adaptado, sendo até um dos idosos mais activos e que mais partici‐ pa nas actividades que

Domingos Casa Branca com cerca de 20 anos

diariamente se organizam na Instituição. «Vim para a Santa Casa por razões de saúde e para não ficar dependente das minhas filhas. Tenho aqui um sítio onde a comida, a cama e a roupa lavada são uma

certeza. Nem tudo calha bem, mas isso nem em nossa casa acontece. Dou as minhas voltinhas, par‐ ticipo nas actividades que mais me agradam e o que posso dizer é que nunca tinha tido uns dias tão bons como os que tenho nesta casa. São dias sem preocupações.» Do passado, Domingos Casa Branca recorda com saudade um modo de vida diferente. «Não sei explicar muito bem, mas antigamente as pessoas, apesar de pobres – raro era por exemplo aquele que possuía uma bicicleta

Domingos Casa Branca na sua actividade de pastor

PUB

12

–, não eram esmorecidas. Vivia‐se com alegria, até mesmo no trabalho, e as pessoas conviviam e aju‐ davam‐se mais. Trabalha‐ va‐se muito, do Sol nascer ao Sol posto, sem férias nem folgas, mas o dia‐a‐ dia era passado a cantar. Desses aspectos tenho saudades, agora das tris‐ tezas e da dureza da vida não tenho nenhumas.» Quanto ao futuro Domin‐ gos Casa Branca não tem muito a dizer pois de acordo com as suas pala‐ vras «sabe‐se lá o tempo que ainda temos para viver…» No entanto, um excerto de um dos seus poemas ilustra a visão que este idosos tem do futuro: Será o que Deus quiser Eu não posso é esmorecer Vou brigando para me defender A tudo aquilo que eu puder O que o destino a mim me der Eu não posso dizer que não Peço que me escutem com atenção Tenham dó deste velhinho Tratem‐me com paciência e carinho Esta é a última solução 


RENASCER

b o l e t im in fo r mat iv o

POESIA Prestando homenagem a todos os amantes de poesia e porque nesta edição o Renascer destaca a vida de um dos poetas populares que reside na Misericórdia de Sines, publicamos um poema de sua autoria sobre o gosto de fazer poesia. Esta quadra fiz eu dedicada ao poeta. Como gosto de ouvir poesia dos outros, também gosto de fazer poesia minha Mote

A poesia bem completa Nem todos a sabem fazer O poeta pr’a ser poeta É o poeta que sabe ser I

III

Eu não sou poeta afamado

Para qualquer lado que me volte

Comecei já de velha idade

Eu faço a minha poesia

Mas faz rir a sociedade

Nasci com esta sabedoria

O que eu deixo escriturado

Faço uma quadra e o mote

Eu sou um autor apurado

Digo em poesia o meu dichote

Faço a minha poesia certa

Sou pessoa muito honesta

De minha ideia faço mais esta

E gosto de ouvir quem se manifesta

Não posso o meu dote perder

Quem acerta não errou

Tenho feito por eu saber

E todos os pontos bem versou

A poesia bem completa

O poeta pr’a ser poeta

II

IV

É preciso eu não errar

Quem é poeta poetisa

E pensar antes de eu escrever

Faz cantigas bonitas e canções

Para erros eu não os ter

E faz obra óptima em condições

Nunca posso o ponto pisar

De sua ideia improvisa

Escrevo o ponto em seu lugar

Faz a poesia como é precisa

Na poesia que pertencer

Tem um bonito proceder

Para o leitor quando vai ler

E sabe a poesia bem conhecer

Lê a obra bem apurada

Se está bem ou está mal

Esta poesia bem trabalhada

E tem o nome de profissional

Nem todos a sabem fazer

É o poeta que sabe ser.

Domingos Casa Branca

Espaço Informativo da Santa Casa da Misericórdia de Sines na Rádio Sines

TERÇAS-FEIRAS 11:15 | SEXTAS-FEIRAS 15:40 | DOMINGOS depois das 09:00 13


RENASCER

b o l e t im in fo r mat iv o

NOVA COLABORAÇÃO COM VOLUNTÁRIAS DA POLÓNIA bem. Esta parceria foi um sucesso, foi também uma mais‐valia para a Instituição e penso que igualmente para as voluntárias.» Carla Camocho

Actuação dos utentes com as voluntárias polacas

Durante o mês de Junho, duas voluntárias vindas da Polónia esti‐ veram a colaborar com a Misericór‐ dia de Sines, dinamizando acções com os idosos. Maria, pintora, e Jadwinga, coreografa, desenvolve‐ ram actividades relacionadas com a obra “O Principezinho” de Saint Exupéry. Os idosos além de ficarem a conhecer a história, fizeram pin‐ turas, flores de papel e pequenos trabalhos manuais. Além disso ensaiaram exercícios que culmina‐ ram numa apresentação feita no Salão Social, no dia 27 de Junho, último dia em que as voluntárias marcaram presença na Instituição. Esta colaboração aconteceu mais uma vez no âmbito do projecto “Grundtvig – Promover a Educação ao longo da vida”, projecto comuni‐ tário do qual a Associação Prosas – Universidade Sénior de Sines é par‐ ceira. Carla Camocho, responsável pelo Serviço de Animação Sociocultural 14

na Misericórdia e Assunção Duque, presidente da Direcção da Associa‐ ção Prosas, deixaram o seu teste‐ munho sobre esta actividade que muito entusiasmou os utentes da Misericórdia. «Apesar de não ser possível uma comunicação directa entre os ido‐ sos e as voluntárias, e de muitos deles não conhecerem a obra “O Principezinho”, estas semanas foram muito positivas. As activida‐ des foram bem aceites pelos uten‐ tes e com algum entendimento ges‐ tual à mistura, as coisas correram

«Esta iniciativa foi um encanto e as voluntárias encantaram! A história “O Principezinho” é muito bonita e eu recomendo às pessoas que a leiam e que partilhem o sonho e as emoções que a história transporta. Embora houvesse a barreira lin‐ guística, conseguiu‐se transmitir o espírito e, na apresentação final, fiquei totalmente encantada por ver os idosos da Santa Casa a inte‐ ragirem e actuarem com as volun‐ tárias. Foi muito gratificante! O projecto já acabou, tivemos cá três grupos diferentes de voluntários e agradecemos à Santa Casa a forma como nos receberam. Para o Prosas foi muito bom em termos de emo‐ ções e de partilha do nosso tempo e da nossa disponibilidade com os que mais precisam.» Assunção Duque 

Os alunos do Prosas também participaram na actividade


RENASCER

b o l e t im in fo r mat iv o

BREVES

25 DE ABRIL A Revolução de Abril foi, mais uma vez, comemorada na Santa Casa com a presença da Banda Filarmónica da Sociedade Musical União Recreio e Sport Sineense, no dia 25 de Abril. A Banda presenteou os utentes da Mise‐ ricórdia com uma actuação no Salão Social e no Lar Ane‐ xo II. No final houve distribuição de cravos por parte da direcção da Instituição. Os utentes também assistiram ao filme “Capitães de Abril”, de Maria de Medeiros, recordando com entusiasmo esse momento único da história de Portugal em que também foram participantes activos. 

VISITA A FÁTIMA No dia 30 de Abril os elementos do grupo coral da Mise‐ ricórdia, alguns voluntários e utentes da Instituição via‐ jaram até Fátima para visitarem o Santuário e o Museu “Vida de Cristo”. Esta viagem, organizada pelo Serviço de Animação Sociocultural, aconteceu como forma de agra‐ decimento à dedicação dos membros do grupo coral e dos voluntários da nossa Instituição. 

V OUTLET Dias 5 e 6 de Julho a Misericórdia organizou mais um Outlet, no qual foram disponibilizados ao público em geral e aos utentes da Instituição artigos novos que são doados à Misericórdia. Esta iniciativa aconteceu mais uma vez no Salão Social onde estiveram expostas rou‐ pas, calçado e alguns artigos para o lar. Muitas pessoas visitaram a Misericórdia nesse dia, incentivando a reali‐ zação de futuras edições do Outlet. 

O NOSSO MANJERICO A Misericórdia de Sines participou no concurso “Não há manjerico melhor que o meu” pro‐ movido pela Câmara Municipal de Sines, com um manjerico elaborado por colaboradores, voluntários e utentes. O manjerico esteve exposto no dia 22 de Junho, junto aos antigos correios, na Feira dos Santos Populares. 

15


RENASCER

b o l e t im in fo r mat iv o

OS SANTOS POPULARES NA MISERICÓRDIA A época dos Santos Populares não passou em branco na Misericórdia de Sines. Como habitualmente, a Instituição engalanou‐se para comemorar o Santo António, no dia 13 de Junho. Nesse dia, o Salão Social acolheu grande parte dos idosos da Institui‐ ção que se juntaram para partici‐ par num baile popular abrilhanta‐ do pelo acordeonista da região, Nuno Silva. As crianças do Infantá‐ rio “Capuchinho Vermelho” partici‐ param igualmente na festa, conta‐ giando todos com a sua alegria e, a convite da Santa Casa, utentes do Centro de Dia de Porto Covo e da Casa do Povo de Melides também marcaram presença. Durante o baile, o lanche foi servi‐ do no Salão Social e incluiu linguiça assada, sandes, alguns bolos e outros doces, sangria e os tão apreciados caracóis.

No dia 13 de Junho, para além da ração do Santo António: festa de Santo António, a Miseri‐ «O baile de hoje fez‐me recordar os córdia de Sines comemorou tam‐

meus tempos de menina em que se fazia o mastro na rua, enfeitado com pão, e todos cantavam e dançavam. Juntavam‐se muitas raparigas e era tudo muito bonito. Nalgumas ocasiões até se lançavam foguetes e quase sem‐ pre se fazia uma fogueira, com rosma‐ ninho, e eu até era moça capaz para saltar a fogueira… Não tinha medo! Era tudo muito divertido, só ficava triste O baile quando o meu pai não nos deixava ir ao baile. bém o aniversário da sua utente Hoje correu tudo muito bem, gostei de mais velha, Isabel Meco, que cele‐ ver as pessoas de fora que cá estive‐ brou, nesse mesmo dia, 103 prima‐ ram. O bailarico esteve muito bom, veras. Além do tradicional bolo de comi muitos caracóis, até encher a bar‐ aniversário, esta nossa utente con‐ riguinha, e uma fatia de bolo da aniver‐ sariante. Gostei muito!» tou com a presença de amigos e Idalina Rosa, 80 anos

familiares que com ela quiseram partilhar o momento. No final da festa as utentes Idalina Rosa e Luísa Duarte deixaram as suas opiniões acerca da comemo‐

Comemoração do 103º Aniversário de Isabel Meco que completou 103 anos 16

«Antigamente comemoravam o Santo António fazendo um mastro no qual todos cantavam, pois não havia acor‐ deonistas como há hoje. As raparigas cantavam versos aos rapazes e eles às raparigas, e assim se arranjavam namoricos. O Mastro ficava feito do Santo António ao São João. Era tudo muito composto e muito divertido, mas diferente do que é hoje. Os bailes dura‐ vam até de manhã, e recordo‐me que ninguém se cansava! Não havia dores e as raparigas não podiam “dar cabaço” aos rapazes, ou seja, não podiam recu‐ sar um pedido para dançar. No dia seguinte íamos trabalhar logo cedo… Eram outros tempos… Hoje o baile foi muito bom e bonito. Quem pôde, dançou, o lanche estava muito composto, com fartura de cara‐ cóis e outras coisas boas. Podiam ser todos os dias assim… dias de festa!» Luísa Rodrigues, 88 anos 


RENASCER

b o l e t im in fo r mat iv o

PUB

17


b o l e t im in fo r mat iv o

RENASCER

FOTOREPORTAGEM - UTENTES SEMPRE EM ACTIVIDADE

Visita de jovens do C. S. do Catujal Visita de jovens do C. S. do Catujal Banho 29

Visita a Fátima Dia dos Avós

Visita ao Parque das Águas Visita ao Parque das Águas

Intercâmbio entre Misericórdias (Santiago do Cacém) 18

Oficina dos Sentidos

Tarde Dançante


RENASCER

b o l e t im in fo r mat iv o

PARTICIPAÇÃO NA FEIRA NA AVENIDA Entre os dias 14 e 18 de Agosto, a Misericórdia de Sines marcou pre‐ sença na Feira na Avenida organiza‐ da pela Câmara Municipal de Sines, na Avenida Vasco da Gama. Este certame contou com várias diver‐ sões, stands de artesanato e produ‐ tos tradicionais. A participação da

Misericórdia consistiu na exposição de diferentes trabalhos manuais elaborados pelos utentes, entre os quais rendas, bordados, trabalhos em madeira, pinturas e malhas. O stand da Misericórdia recebeu vários visitantes e os nossos idosos tiveram inclusivamente a oportuni‐

dade de trabalhar ao vivo. Muitas pessoas adquiriram os artigos expostos ajudando assim a Miseri‐ córdia e os seus utentes, e incenti‐ vando estes a fazerem novos traba‐ lhos para uma participação futura.

Os trabalhos feitos pelos utentes

Os utentes de visita à Feira O stand da Misericórdia PUB

MATERIAL MÉDICO-HOSPITALAR, LDA. Rossio da Estação, nº 11 7940-196 Cuba Telf.: 284 41 41 39 Fax: 284 41 41 67 Contribuinte nº 503 841 455 E-mail: geral@alquimed.pt

19


RENASCER

b o l e t im in fo r mat iv o PUB

CEMETRA

Centro de Medicina do Trabalho da Área de Sines Rua Júlio Gomes da Silva, n.º 15  7520‐219 SINES Tel.: 269633014  Fax: 269633015 E‐mail: cemetra@netvisao.pt Site: www.cemetra.pt

AGRADECIMENTO

O “Renascer” agradece a todos os patrocinadores e amigos que contribuíram para que este meio de comunicação da nossa Instituição se tornasse uma realidade. Uma vez que é nosso objectivo melhorar gradualmente a forma e os conteúdos deste boletim informati‐ vo, assim como aumentar a sua tiragem e, consequentemente, divulgá‐lo junto de um público cada vez mais vasto, revela‐se de grande importância o apoio destes e de outros patrocinadores. Obrigada por nos ajudarem a sermos melhores! 20


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.