Manual Prático de Fototerapia - 2020

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Hipomelanose macular progressiva 1•Introdução

Luna Azulay-Abulafia1

Ficou consagrada a nomenclatura de Hipomelanose Macular Progressiva (HMP) para designar uma hipopigmentação primária adquirida. Descrita em pacientes mestiços das Antilhas, no ano de 1988, recebeu várias denominações, sendo chamada pelo próprio pesquisador que a identificou como hipomelanose maculosa idiopática do mestiço melanodérmico de Guillet-Helenon ou discromia crioula (créole) (1997). De fato, fazer uma modificação no nome dado a essa hipocromia adquirida evitando a palavra progressiva pode soar melhor para o paciente. Assim, pode-se pensar no futuro denominar o quadro de Hipomelanose Maculosa Idiopática, evitando o adjetivo. Ainda com relação à nomenclatura, na língua portuguesa a melhor denominação seria Hipomelanose Maculosa ao invés de usar a palavra macular. Entretanto o uso e a facilidade da busca na bibliografia nos faz manter a denominação usada no título do trabalho. Sua epidemiologia é desconhecida no Brasil, entretanto não é infrequente. Publicação em 2010, de Duarte et cols., encontrou predomínio em brancos. É mais frequente em pacientes adultos jovens, principalmente mulheres, acometendo, especialmente, o tronco anterior e posterior. Caracteriza-se clinicamente por máculas arredondadas, hipopigmentadas, mal definidas, assintomáticas, distribuindo-se de forma confluente e simétrica no tronco anterior e posterior, podendo atingir braços, coxas e abdômen, sem processo inflamatório prévio. Raramente ocorre descamação fina. Pode comprometer a região cervical e as extremidades nas suas porções proximais. É provável a auto resolução do quadro após alguns anos, visto não ser observado em faixas etárias mais avançadas. Em microscopia eletrônica, percebeu-se a modificação nos melanossomos destes pacientes, passando da morfologia negroide para a caucasoide, justificando essa hipopigmentação. Alguns estudos atribuíram a participação do Propionibacterium acnes na sua patogênese, identificado por fluorescência coral à lâmpada de Wood, justificando o uso de ciclinas orais no seu tratamento, além da fototerapia. Os principais diagnósticos diferenciais são pitiríase versicolor, micose fungoide hipocrômica e pitiríase alba extensa, requerendo exames complementares como o micológico direto e o histopatológico, em casos duvidosos. ¹ • Professora associada de Dermatologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ); professora do Curso de Dermatologia do IDPRDA; mestre e PhD em Dermatologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); e coordenadora do Setor de Fototerapia e da UDA de Dermatologia do HUPE-UERJ.

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