Manual Prático de Fototerapia - 2020

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Fototerapia na dermatite atópica 1•Introdução

Lívia Barbosa1

Dermatite atópica (DA) ou eczema atópico é uma dermatose inflamatória caracterizada por ter curso crônico na maioria dos pacientes, e frequentes episódios de agudização. Pode afetar cerca de 15%-20% das crianças e 2%-3% dos adultos (1). Por conta dessa grande e crescente incidência, tornou-se um problema socioeconômico em vários países (2). Essa doença pode ter um significativo impacto negativo na qualidade de vida do paciente. Manifesta-se clinicamente por eritema, escamação, pápulas e xerose cutânea, cuja distribuição anatômica pode variar de acordo com a idade. O eczema atópico muitas vezes está relacionado com níveis séricos de IgE elevados, história pessoal ou familiar de atopia, rinite alérgica e asma. Estudos realizados no Brasil mostram que essa associação pode estar presente em até 80% dos pacientes (3). A radiação ultravioleta tem se mostrado uma efetiva modalidade terapêutica para o tratamento de DA moderada a grave, pela sua capacidade de diminuir a colonização por Staphylococcus aureus, melhorar a função de barreira cutânea, aliviar o prurido e reduzir a inflamação cutânea da DA (vide capítulo sobre mecanismo de ação da fototerapia). A fototerapia é considerada um tratamento de segunda linha nos pacientes com DA, após falha dos tratamentos de primeira linha (mudanças ambientais, emolientes, corticoides tópicos e inibidores de calcineurina) (4). Os resultados na redução do score de gravidade SCORAD (scoring a topic dermatitis) nos pacientes de AD com o uso isolado de UVB de banda estreita são significativos, podendo ser acima de 50% nas primeiras 12 semanas (5). O referido tratamento também pode ser usado como terapia de manutenção em pacientes com quadros crônicos de DA. O uso de medicamentos sistêmicos nos casos clínicos refratários deve ser cauteloso, de acordo com o perfil de segurança de cada droga (vide capítulos sobre psoríase e associações terapêuticas). Para melhor compreensão das recomendações ao uso adequado dos mecanismos citados, no final deste capítulo, estão disponibilizados protocolos de fototerapia com ultravioleta A.

2•Modalidades de fototerapia em DA Múltiplas fontes de luz são descritas como possivelmente benéficas para a melhora e o controle de sintomas da DA. Entre elas, estão: luz natural, radiação ultra¹ • Médica dermatologista do Hospital Federal de Bonsucesso (RJ). Responsável pelo Ambulatório de Fototerapia e Doenças Inflamatórias do HFB.

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