SBC-AL em Revista Ed.04

Informativo Oficial da Sociedade Brasileira de Cardiologia | Estadual de Alagoas DISTRIBUIÇÃO GRATUITA | ANO 03 - Nº 04 - MAI 2022

ALAGOAS

NOTAS E NOTÍCIAS: POSSE DA NOVA DIRETORIA

O SONO E O CORAÇÃO

Conheça a nova diretoria SBC-AL 2022 / 2023

Falta de sono também afeta o coração

PALPITAÇÃO O que é, causas e como tratar

CARDIOLOGIA E ESPIRITUALIDADE Você conhece essa relação?

PÓS-COVID EM ATLETAS O que sabemos até o momento

CARDIO-ONCOLOGIA Você conhece essa nova subespecialidade?

EXPEDIENTE SBC AL em revista Ed. 04 maio de 2022 Diretoria SBC-AL - gestão 2022/2023 Presidente Pedro Henrique Oliveira de Albuquerque CRM: 6397 CLÍNICA MÉDICA - RQE: 3102 CARDIOLOGIA - RQE: 3270

Vice-presidente Roberta Rodrigues Nolasco Cardoso CRM: 5793 CLÍNICA MÉDICA - RQE: 2769CARDIOLOGIA - RQE: 3549

Diretor Administrativo Carlos Emídio da Mota Araújo CRM: 4590 CARDIOLOGIA - RQE: 4134

Diretor Financeiro Luciano Borba de Araújo CRM: 4307-AL CLÍNICA MÉDICA - RQE: 4512 CARDIOLOGIA - RQE: 2491 ECOCARDIOGRAFIA - RQE: 3837

Diretor de Comunicação Rafael Rebêlo César Cavalcanti

Indice

CRM: 5660 CARDIOLOGIA - RQE: 3687 CLÍNICA MÉDICA - RQE: 3688

Diretora de Promoção à Saúde (FUNCOR) Cintia Gonçalves Fontes Lima CRM: 5275 CLÍNICA MÉDICA - RQE: 3164 CARDIOLOGIA - RQE: 3239

Diretor de Qualidade Assistencial (DQA) Marcus da Rocha Sampaio

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PALAVRA DO PRESIDENTE

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PALPITAÇÃO

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CARDIOLOGIA E ESPIRITUALIDADE

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O SONO E O CORAÇÃO

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PÓS-COVID EM ATLETAS

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NOTAS E NOTÍCIAS SBC-AL

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CARDIO-ONCOLOGIA

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ESPAÇO DO CORAÇÃO

CRM: 3003-AL CARDIOLOGIA - RQE: 674 HOMEOPATIA - RQE: 675

Diretor Científico Carlos Romério Costa Ferro CRM: 4258 CARDIOLOGIA - RQE: 2485 ELETROFISIOLOGIA INVASIVA - RQE: 2495

Membros da Comissão Científica Antônio Leilton Luna Machado Júnior CRM: 4274 | CARDIOLOGIA - RQE: 2163

Evandro Martins Filho CRM: 6602-AL CARDIOLOGIA - RQE: 3177 HEMODIN MICA E CARDIOLOGISTA INTERVENCIONISTA - RQE: 3235

José da Silva Leitão Neto CRM: 6031-AL CIRURGIA CARDIOVASCULAR - RQE: 4329

Lucyano Ferreira Fausto CRM: 5360-AL CARDIOLOGIA - RQE: 2511 ECOCARDIOGRAFIA - RQE: 2512

Sérgio Francisco dos Santos Júnior CRM: 4964 CIRURGIA CARDIOVASCULAR - RQE: 3082

Wanessa Ferreira Vanderlei dos Anjos Bohrer CRM: 5617 | PEDIATRIA - RQE: 3536

Delegado Pedro Ferreira de Albuquerque CRM: 1153 CARDIOLOGIA - RQE: 90 ERGOMETRIA - RQE: 2057

Secretária Silvane Couto de Moraes Sociedade Brasileira de Cardiologia Estadual de Alagoas SBC/AL Rua Engenheiro Mario de Gusmão, nº 18, Galeria Arnaldo Paiva, Sala 27 Pajuçara – Maceió – AL Revisão e Edição de Texto Júlia Montesanti Projeto Gráfico e Edição de Arte Carolina Montesanti Smilari Atendimento ao Leitor contato@jotafrogs.com.br Tiragem: 500 exemplares | Trimestral Distribuição: gratuita em clínicas e hospitais de Alagoas A inclusão de nome de colaboradores nesse expediente não implica em vínculos empregatícios. A Revista SBC AL não se responsabiliza por conceitos emitidos em artigos assinados, que são de inteira responsabilidade de seus autores, nem pelo conteúdo dos anúncios publicados. SCB AL em revista é editada pela Jota.Frogs | Fotos e ilustrações ©|Depositphotos.com

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Palavra do

Dr. Pedro Henrique de Oliveira Albuquerque Presidente SBC-AL 2022/2023

PRESIDENTE

A SBC Alagoas foi fundada em 20 de Agosto de 1982

O primeiro compromisso que nós, da diretoria 2022/23,

e desde então foram vários presidentes em sua história

estabelecemos é que a SBC/AL será comum a todos:

(para mim, patronos). Todos eles merecem a nossa

universidades, instituições públicas e privadas, capital

homenagem. Somos os herdeiros do legado deixado

e interior, conservadores e intervencionistas.

pelos ex-diretores e, ao mesmo tempo, missionários.

Recebemos uma missão da SBC/AL e devemos deixar uma contribuição.

As funções fundamentais dessa sociedade cientíca sempre serão de difundir e facilitar o aprendizado e as atualizações especícas entre seus sócios. E só assim

Nesta sociedade, os interesses institucionais

poderá servir de interseção e perseguir seus objetivos

prevalecem sobre as vaidades. Portanto, a SBC/AL é a

estatutários de congregar os cardiologistas, expandir,

casa de todos os cardiologistas de Alagoas. Estejam

divulgar e incentivar o conhecimento.

certos disso.

e u q i r n e edro H

Um grande abraço.

P

janeiro

2021

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pal pi ta ção

O que é, causas e como tratar

Palpitação é uma das queixas mais frequentes no consultório do cardiologista. Trata-se de um sintoma muito pouco especíco e menos da metade dos pacientes realmente apresentam uma arritmia cardíaca verdadeira. Palpitações consistem numa percepção anormal dos batimentos cardíacos, podendo ser descritas ainda como sensação do coração pular, vibrar ou bater. Na maioria das vezes, as palpitações não estão associadas à doença cardíaca, mas provocadas por fatores diversos.

Estudos apontam que extrassístoles ventriculares são muito comuns na população geral, ocorrendo em 5055% dos adultos jovens com menos de 30 anos, em 64-73% de homens e mulheres de meia-idade e num nível ainda maior em idosos com mais de 60 anos.

A maioria das causas de palpitações são benignas, porém devemos car atentos às principais causas que podem levar a desfechos graves. Palpitações associadas à tontura, lipotimia ou síncope sugerem arritmias e são potencialmente mais graves, exceto quando relacionadas às síndromes vagais.

Inicialmente, há a necessidade de afastar arritmias verdadeiras.

Após esta etapa, devemos pensar em causas não arritmogênicas, extracardíacas, psiquiátricas e secundárias ao uso de medicamentos/drogas.

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Causas

Há 5 grandes grupos de causas: arritmogênicas, não arritmogênicas, extracardíacas, psiquiátricas e drogas/medicamentos

Com relação às causas, há cinco grandes grupos: causas arritmogênicas (taquicardias supraventriculares e ventriculares, bradicardias e extrassístoles), não arritmogênicas (defeito do septo atrial e ventricular, cardiomiopatias, cardiopatias congênitas, insuciência cardíaca, doença valvar, taquicardia mediada por marcapasso e pericardite), extracardíacas (anemia, distúrbios eletrolíticos, febre, hipertireoidismo, hipoglicemia, hipovolemia, feocromocitoma, síndrome vasovagal e menopausa), causas psiquiátricas (transtorno de ansiedade e síndrome do pânico) e drogas/medicamentos (álcool, tabaco, cafeína, digitálico, fenotiazina, teolina, betaagonistas e cocaína).

Anamnese e exame físico certamente denirão a maior parte das causas, porém a melhor forma de denir a etiologia é agrar o momento exato da crise, idealmente com um eletrocardiograma (ECG) de crise. Os exames complementares são Holter, looper de 7 dias, monitor de eventos implantável, estudo eletrosiológico além de exames laboratoriais, ecocardiograma transtorácico, teste ergométrico e ressonância magnética do coração, a depender da suspeita clínica.

Como tratar O tratamento deve ser direcionado ao controle da causa, quando esta for identicada. Prescrições empíricas de betabloquadores ou outros antiarrítmicos quando ainda não há causa denida não devem ser realizadas, sob o risco de desenvolvimento de efeitos colaterais indesejáveis.

Referências Summerton M, Mann S, Rigby A, Petkar S, Dhawan J. New-onset palpitations in general practice: assessing the discriminant value of items within the clinical history. Fam Pract. 2001;18(4):383–392.

Ehlers A, Mayou R, Springings D, Birkhead J. Psychological and perceptual factors associated with arrhythmias and benign palpitations. Psychosom Med. 2000;62:693–702.

Abbott A. Diagnostic approach to palpitations. Am Fam Physician.

2005;71(4):743–756.

Por Dr. Saulo Rodrigo Ramalho de Moraes CRM AL 5873 | CARDIOLOGIA RQE Nº 4186 | ELETROFISIOLOGIA RQE Nº 4183 - Cardiologista pelo Hospital Instituto Nacional de Cardiologia - RJ - Especialista em cardiologia pela SBC

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Cardiologia e espiritualidade Acredita-se que a espiritualidade possa inuenciar de forma favorável nos níveis de cortisol e na atividade do sistema nervoso simpático.

O conceito de saúde como “o completo bem-estar biopsíquico e social”, defendido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), é amplamente conhecido pela comunidade médica. Dentro da cardiologia dispomos de evidências pouco robustas para nos ajudar a agir no polo “psíquico e social” desta denição. A modernização das relações humanas, com advento das redes sociais e, mais recentemente da pandemia, trouxe à tona a necessidade de melhor entendimento e ação sobre dados psíquicos e sociais de nossos pacientes.

com melhor resultado, muitas vezes, tem sido estratégias não medicamentosas, que trabalham a espiritualidade, sendo a principal delas as atividades religiosas.

Acredita-se que a espiritualidade possa inuenciar de forma favorável nos níveis de cortisol e na atividade do sistema nervoso simpático. Age também sobre a saúde mental e os distúrbios do sono. Desta forma promove ação positiva no controle da hipertensão arterial sistêmica e da morbimortalidade das doenças cardiovasculares. Até mesmo a adesão ao tratamento sugerido pelo médico ao paciente sofre inuência positiva.

Muitas vezes, em nossos consultórios, surpreendemonos com demandas puramente associadas a esse binômio. Em 2021, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) publicou um posicionamento sobre hipertensão arterial sistêmica e espiritualidade, demonstrando o interesse e a busca A espiritualidade por novos conhecimentos na área.

Além disso, a espiritualidade e a religiosidade ajudam no enfrentamento do processo de adoecimento e das situações adversas a ele associadas. Alguns estudos apontam que boa parte dos e a religiosidade pacientes deseja que seu médico Conforme o documento da SBC, ajudam no faça perguntas sobre questões espiritualidade é um conjunto de relacionadas à espiritualidade e valores que norteiam pensamentos, enfrentamento do religiosidade. Isso interfere na comportamentos e atitudes. processo de empatia e na conança dedicada Intuitivamente é possível entender o ao prossional. Entender um pouco quanto ela interfere na dinâmica adoecimento sobre as crenças do paciente, tentar psíquica e social de cada indivíduo, procurar sua força espiritual, pode mas, quanticar sua inuência na ser algo determinante no seu tratamento. saúde destes indivíduos não tem sido tarefa fácil. Os estudos observacionais dos quais dispomos sugerem Ainda há grandes desaos para entendermos o uma importante ação da espiritualidade sobre o quanto o pensamento, o comportamento e as controle das doenças cardiovasculares. Para além atitudes dos indivíduos podem afetar o processo das evidências cienticas, a vivência da pandemia saúde-doença. A complexa forma de mensuração e tem levado pacientes aos nossos consultórios com análise dos dados cientícos ainda impõe queixas cardiovasculares, tais como elevação dos diculdades. níveis pressóricos ou palpitações, cujo o tratamento

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As evidências recentes, no entanto, demonstram que o tratamento completo e eciente das doenças cardiovasculares depende de mecanismos biológicos, mas também psíquicos e sociais. O quanto esse binômio pode interferir na morbidade do paciente é variável, mas é certo que devemos estar vigilantes e abrirmos a porta para o conhecimento desta parte que também compõe a doença.

A SBC sinaliza com a necessidade de implementarmos nosso conhecimento sobre a espiritualidade, reconhecendo sua inuência no processo de saúdedoença e estimulando a elaboração de estratégias de abordagem aos pacientes, de modo a melhorar o resultado dos tratamentos já consagrados pela medicina baseada em evidências.

Por Dr. Nilton Cavalcanti Macêdo Neto CRM AL 5420 CARDIOLOGIA | RQE Nº 4350 ECOCARDIOGRAFISTA | RQE 4351 - Residência em Cardiologia no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia em 2013 e Titulo de Especialista em Cardiologia ABM/SBC em 2014 - Residência em Ecocardiograa no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia em 2015 e Título de especialista em Ecocardiograa em 2015 - Integrante do Corpo Clínico e do Centro de Diagnósticos do Hospital do Coração de Alagoas

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O sono e o coração Não é novidade que noites de sono mal dormidas afetam a nossa saúde, não é mesmo? Cansaço e indisposição são sintomas que conseguimos facilmente perceber. Mas, você sabia que a falta de sono também afeta o coração?

Os distúrbios de sono e as doenças cardiovasculares estão correlacionados. Dessa forma, a apneia obstrutiva do sono e a insônia devem ser diagnosticadas e tratadas para reduzir o risco de infarto e acidente vascular cerebral, controlar a pressão arterial, além de reduzir o risco de arritmias ao longo da vida.

O sono é um dos pilares para a saúde do coração e é muito importante estar atento a isso.

Apneia obstrutiva do sono A apneia obstrutiva do sono é caracterizada por roncos e interrupção do uxo da respiração por 10 ou mais segundos durante o sono. Essas pausas causam fragmentação do sono e quedas na concentração de oxigênio no sangue, o que desencadeia uma série de estímulos indevidos ao organismo, inclusive ao coração, causando um aumento nos batimentos cardíacos, provocando ou descompensando a hipertensão arterial e sendo gatilho para a instalação de arritmias cardíacas.

Insônia A insônia consiste na diculdade em adormecer, permanecer dormindo, despertar precoce ou sensação de sono não repousante. Quando se instala por mais de 3 vezes por semana num período de 3 meses, apresenta impactos signicativos à saúde física e mental, inclusive na saúde cardiovascular, levando a um risco aumentado de desenvolver hipertensão arterial — um dos principais fatores de risco para o infarto. Além disso, tem efeitos no metabolismo, alterando a produção hormonal que ocorre durante o sono e aumentando o apetite ao longo do dia, o que diculta o controle do açúcar do sangue em pacientes diabéticos e favorece a instalação da obesidade.

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Durante o sono ocorrem diversos processos siológicos importantes, e com relação ao sistema cardiovascular não é diferente. Os hormônios e substâncias que controlam o funcionamento adequado do coração e vasos são produzidos nas fases profundas do sono.

Assim, quando há privação de sono, o organismo entende que o cérebro e o coração não devem descansar, mantendo a pressão arterial e a frequência cardíaca elevadas, em um período no qual o coração deveria estar com sua atividade reduzida apenas para suprir as necessidades do repouso.

Higiene do sono Priorizar a saúde do sono é priorizar a saúde cardiovascular e a qualidade de vida.

Diante da fase de hiperestímulo na qual vivemos, com excesso de luz articial e informações, retomar uma rotina de cuidados com o sono é fundamental. A mente precisa relaxar para que todo o corpo, principalmente o coração, receba as devidas mensagens siológicas de que é momento de descansar.

Atitudes simples e de fácil aplicação podem melhorar a qualidade do sono e reduzir os riscos de complicações cardíacas no futuro. São algumas delas: - Praticar exercícios físicos durante o dia - Preparar o ambiente para dormir - Desligar telas 2 horas antes de deitar - Manter uma rotina regular no horário de deitar e levantar - Não ir para cama a não ser que esteja com sono - Reduzir o consumo de alimentos de difícil digestão à noite - Evitar consumo de cafeína e álcool próximo ao horário de dormir A sociedade moderna nos impõe esse excesso de estímulos, mas, cabe ao paciente decidir priorizar seu sono e o equilíbrio de sua saúde cardiológica, entendendo que é um investimento em sua saúde física e mental.

Caso essas mudanças não sejam sucientes para melhorar a qualidade do seu sono, procure ajuda médica, para a devida investigação e tratamento.

Por Dra. Cíntia Gonçalves CRM AL: 5275 CLÍNICA MÉDICA | RQE Nº: 3164 CARDIOLOGIA - RQE Nº: 3239 - Cardiologista do Hospital do Coração de Alagoas/HCAL - Especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia - Pós-graduação em Insuciência Cardíaca pela Faculdade de Medicina da USP/Incor - Professora da Universidade Federal de Alagoas- UFAL - Membro da Diretoria da SBC-AL/Funcor

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Pós-covid em atletas?

Ainda não há estudos retrospectivos que evidenciem causas de morte em jovens atletas pós-covid. O infarto do miocárdio, o tromboembolismo pulmonar, ou as arritmias mais complexas — como via comum de atividade inamatória nas miocardites, cardiomiopatia hipertróca etc — são as principais causas que podem levar o paciente à morte súbita.

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A Sociedade Brasileira de Cardiologia publicou em 2020 uma orientação para o retorno das atividades físicas, tanto para atletas prossionais, quanto para esportistas recreativos.

Em caso de alterações de um desses exames, o tratamento para miocardite deve ser instituído e a atividade física proibida, até que haja resolução completa do quadro.

Foram consideradas comorbidades e antecedentes patológicos de cada atleta/esportista, além da caracterização do quadro clínico enquanto infectado pelo vírus, considerando os quadros sintomáticos como quadro leve, moderado ou grave.

Nos quadros moderados ou graves, mas com exames sem alterações, o retorno à atividade física está indicado depois do 14º dia, após resultado de teste ergométrico normal, sendo o paciente reavaliado em 60 dias, devendo ser considerada a realização de ressonância cardíaca para os pacientes com sintomas persistentes.

Infecções virais respondem por grande causa das miocardites, mesmo antes da “era Covid”.

No entanto, devido à maior incidência, o número de casos de miocardites obviamente aumentou.

A intensa alteração inamatória da A intensa alteração Covid pode ser duradoura mesmo inflamatória da após o quadro sintomático deixar de existir.

Covid pode ser

Para prossionais do esporte há a necessidade do eletrocardiograma, dosagem dos marcadores inamatórios no sangue, teste ergométrico, cando o ecocardiograma para ser realizado previamente ao teste ergométrico nos quadros moderado ou grave. O retorno à atividade física deve ser iniciado após o 14º dia da resolução dos sintomas, e os pacientes devem ser reavaliados em 30 dias.

duradoura mesmo Para esportistas recreativos acometidos pela Covid com quadros após quadro leves ou assintomáticos com teste RTsintomático deixar PCR positivo recomenda-se, para o retorno da atividade física, a de existir Lembrando que as vacinas não realização de eletrocardiograma de isentam o praticante de atividade física de ter repouso. A dosagem sanguínea de troponina T complicações cardiovasculares, pois mesmo nos ultrassensível também deve ser considerada. Em caso quadros leves ou até assintomáticos de Covid é de normalidade, as atividades físicas podem ser possível ocorrerem alterações inamatórias que retomadas apenas após 14 dias de período podem perdurar por várias semanas, predispondo às completamente assintomático. complicações cardiovasculares.

Para o quadro de Covid moderado (internamentos) ou grave (internamentos em UTI com necessidade de suporte ventilatório), a realização de ecocardiograma e dosagem de troponina ultrassensível é fundamental antes do retorno às atividades físicas.

Por Dr. Antonio Leílton Luna Machado Júnior CRM AL 4274 CARDIOLOGIA | RQE Nº 2163 HEMODINÂMICA | RQE Nº 3808 - Cardiologista da Vivat Saúde - Hemodinamicista na Santa Casa de Maceió - Especialista em Cardiologia e Cardiologia Intervencionista pela SBC e SBHCI - Membro da Comissão Cientíca da SBC-AL

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NOTAS &

notícias

POSSE DA NOVA DIRETORIA SBC-AL No dia 01 de abril, várias gerações de cardiologistas e médicos de outras especialidades lotaram o auditório do Hotel Jatiúca para prestigiar a posse da nova diretoria da Sociedade Brasileira de Cardiologia Seccional Alagoas (SBC-AL).

Compuseram a mesa do evento alguns dos grandes nomes da cardiologia alagoana: Dr. Wanderley, Dr. Marco Mota, Dr. Pedro Henrique de Albuquerque, Dr. Carlos Romério Ferro, Dr. Francisco Costa, Dr. Ricardo César Cavalcanti e Dr. Pedro Ferreira de Albuquerque.

Em seu discurso de posse, Dr. Pedro Henrique Oliveira de Albuquerque armou: "Comprometo-me com meus legítimos e competentes colegas da diretoria eleita dar continuidade ao trabalho exercido pelos nobres ex-presidentes que por aqui passaram e constituem uma galeria que considero ser imortal.

Recebemos uma missão da SBC-AL e devemos deixar uma contribuição, um legado. Nesta sociedade médica, os interesses institucionais prevalecem sobre as vaidades. Portanto, esta é a casa de todos os cardiologistas do nosso estado. O lugar comum para a educação continuada, o debate das ideias, a inovação. Estejam certos disso!

As funções fundamentais dessa sociedade cientíca sempre serão de difundir o conhecimento, facilitar o aprendizado e as atualizações especícas entre seus sócios e contribuir com a sociedade em geral para conhecer e encontrar formas para evitar as doenças de origem cardíaca e vasculares.

A cerimônia, conduzida pela cerimonialista Gilka Mafra, contou também com uma brilhante aula magna do Dr. Antônio Carlos Sobral Sousa, sobre prevenção das doenças cardiovasculares, e uma homenagem ao Dr. Renato Tadeu Justino Ribeiro, entregue pela vice-presidente empossada, Dra. Roberta Nolasco.

Parabéns aos novos diretores e sucesso à nova gestão!

"UNIR-SE É UM BOM COMEÇO, MANTER A UNIÃO É UM PROGRESSO, E TRABALHAR EM CONJUNTO É A VITÓRIA.” Henry Ford

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JORNADA CARDIOLOGIA EM FOCO No dia 02 de abril aconteceu nosso primeiro evento cientíco do ano: A “Jornada Cardiologia em Foco - Do Consultório às Evidências Cientícas”, A conferência abordou uma nova abordagem de combinação tripla no controle da hipertensão, com uma brilhante e enriquecedora aula do Prof. Antônio Carlos Sobral Sousa.

O evento, moderado pelo Dr. Ricardo Quental Coutinho, contou também com a discussão de dois casos clínicos.

O Dr. Carlos Alberto Macias coordenou a mesa de discussão do primeiro caso clínico, apresentado pela Dra. Roberta Nolasco. A mesa foi composta pelos debatedores Dr. Sérgio Francisco dos S. Junior, Dr. Carlos Emídio Mota Araújo e Dr. Evandro Martins Filho.

Já a mesa de discussão do segundo caso clínico, apresentado pelo Dr. Pedro Albuquerque, foi coordenada pelo Dr. Ricardo Quental Coutinho e composta pelos debatedores Dr. Gláucio Mauren, Dr. Luciano Borba Araújo, Dr. Rafael Cavalcanti e Dr. Francisco de Assis Costa.

Por m, o evento foi nalizado com o lançamento do livro "Manual de Cardiologia para o Clínico'', do Dr. Marcus Sampaio e Turma L da Faculdade de Medicina Uncisal.

Foi uma bela manhã, regada de conhecimento e debates enriquecedores.

AÇÃO SOCIAL Em fevereiro de 2022, em virtude dos trágicos eventos ocorridos em Maceió, que culminaram com duas mortes súbitas em atletas alagoanos, a SBC-AL se reuniu com representantes da Associação dos Bombeiros Militares de Alagoas, da Associação Estadual dos Triatletas Alagoanos e da Sociedade Alagoana de Medicina do Esporte.

Juntos elaboraram um ofício e encaminharam às autoridades políticas locais, com o intuito de implementar medidas para reduzir mortes súbitas em locais de aglomeração em Maceió.

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Cardio-oncologia A nova subespecialidade para melhor cuidado do coração dos pacientes portadores de câncer

A cardio-oncologia é uma área nova da cardiologia que foi criada com o objetivo de acompanhar a saúde cardiovascular dos pacientes com câncer, incluindo aqueles que não apresentam doenças cardiovasculares, mas que durante o tratamento possam vir a desenvolvê-las.

O acompanhamento com o cardio-oncologista deve ser feito preferencialmente antes, durante e após o tratamento oncológico. Atua principalmente diante dos efeitos adversos ao coração (cardiotoxicidade) causados pela próprio tratamento, seja ele quimioterapia, radioterapia, imunoterapia, terapiasalvo e hormonioterapia. A causa da cardiotoxicidade pode estar relacionada ao tipo de droga, à dose utilizada, à quantidade de energia exposta na radioterapia, como exemplo.

Com as novas tecnologias e drogas que tratam o câncer, a sobrevida dos pacientes oncológicos encontra-se em ascensão e estes apresentam os mesmos riscos cardiovasculares que a população em geral. Porém, algumas substâncias presentes nos medicamentos criados para o combate do câncer, em especial os quimioterápicos, podem também acometer tecidos que formam o músculo do coração, levando o paciente oncológico a desenvolver problemas como insuciência cardíaca, doença arterial coronariana, arritmia, hipertensão, miocardite e infarto, por exemplo.

O cardio-oncologista integra a equipe multidisciplinar e auxilia oncologistas clínicos, onco-hematologistas, mastologistas, pneumologistas, cirurgiões oncológicos, dentre outros, a cuidarem dos seus pacientes de forma completa, sistemática e individualizada. Além de acompanhar o paciente, o cardio-oncologista ajuda a diagnosticar intercorrências com o tratamento oncológico, a identicar qual o tipo de classe dos medicamentos oncológicos e sua correlação com a lesão no coração, assim como alterações em exames e correlação com quadro clínico.

A lesão cardíaca é um fator limitador da terapia oncológica? Há como o paciente oncológico seguir seu tratamento com função cardíaca danicada? O cardio-oncologista pode ajudar a responder essas e outras questões, auxiliando na condução do tratamento do paciente oncológico.

Por Dr. Antônio Everaldo Vitoriano de Araújo Filho CRM AL: 6357/AL - Médico formado pela Faculdade de Medicina Nova Esperança-FAMENE - Clínica Médica pela Santa Casa de Misericórdia de Maceió-SCMM - Cardiologista pelo Hospital do Coração de Alagoas - HCAL - Cardio-Oncologista pela Faculdade de Medicina da USP - FMUSP/InCor/ICESP - Docente da Universidade Tiradentes - Unit - Doutorando pela Faculdade de Medicina da USP - FMUSP/InCor/ICESP

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Espaço do

coração

Fotografei com palavras em plena “tempestade biológica” Esta página escreve por nós, pois ela interpreta nosso “silêncio”, Percebe a transparente fadiga em todas linhas de nossas faces, Em nossas pupilas vaporosas perante esse cenário sem desvelo Que nos faz risos pálidos enquanto diante d’outros semblantes.

Mas cada letra não é invisível como o causador da calamidade.

Elas se replicam enquanto acolhem o cordial afago do coração, E abotoadas, são vacinas de palavras que alagam a intempérie, Abarcando-nos em enlaces de afeto em pleno momento de dor.

E sobre nós, uma tempestade que nos afoga para renascermos, Aquela que nos aparta para, adiante, nos tornarmos a unidade, Fazendo-nos intuir quão varridos estávamos da fonte do amor.

Após a tormenta, a euma nos vestirá com seu tecido límpido, Além dos olhos, estarão um diante do outro, todos os corações E não mais separarão os seus abraços por tantas faces de vidro.

Dr. Rogério Correia de Araújo Cardiologista, intensivista e poeta

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ALAGOAS

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