Rota Viva - N. 66 - 3/2024

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ILHÉUS = A Princsa do Sul

The princess of the south

PARATY = Coraçáo da Mata Atlàntica Heart of the Atlantic forest

AQUIRAZ = A primeira capital do Ceará the first capital of Ceará

Ano 21 – N. 66 – Inverno 2024 – R$ 27,50
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INVERNO 2024

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São Paulo é referência na realização de eventos em centros de convenções e espaços especializados, como a Sala São Paulo, que possui uma das melhores acústicas do mundo. Seja na capital ou no interior, existem muitas opções para realizar eventos e oferecer a melhor experiência possível. Tem São Paulo para todos os tipos e tamanhos de encontros. Consulte também os programas de Stopover e aproveite para conhecer os destinos paulistas.

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em São Paulo, sempre um espetáculo. visitesaopaulo.com Apoio Institucional 22/11/23 12:29 rota viva 66.indd 3 04/06/2024 08:30:59

Pouco a pouco, mas constante e irreversivelmente, o Brasil vem desenvolvendo a sua indústria do turismo. No entanto, algumas medidas importantes ainda têm que ser tomadas para a maior profissionalização do setor, saindo de seu empirismo histórico. Além da infraestrutura, obrigação dos governos, faz-se necessária uma maior conscientização dos empresários do setor, principalmente no que diz respeito à compreensão da importância dos Convention Bureaux e da mídia especializada. Os Convention, os captadores de eventos de negócios, congressos e feiras, carecem de maior apoio, principalmente no momento em que o segmento cresce a olhos vistos, com a instalação de novos centros e espaços especializados. E ao tomarem consciência de sua importância, os players saberão também conscientizar seus clientes para a importância de sua contribuição. Também necessário se faz a compreensão do trabalho da mídia, o canal que em última instância leva ao comprador do produto turismo o conhecimento do destino. E depois de escolher para onde ir é que esse viajante vai procurar as agências ou operadoras para selecionar o melhor pacote para onde pretende viajar. E, já no destino, toda a cadeia produtiva lucra com os recursos despendidos por esses visitantes.

Little by little, but in a constant, irreversible fashion, Brazil is developing its tourism industry. However, some important measures still need to be taken in order to professionalize the sector and free it from its historic empiricism. Besides infrastructure – a government obligation – it is necessary that entrepreneurs gain an understanding of the importance of Convention Bureaux and specialized media. Convention Bureaux, the attracters of business events, conferences and trade shows, deserve more support, especially at a time when the segment is growing significantly, with the installation of new convention centers and specialized structures. When stakeholder firms become aware of the importance these institutions have, they will know to educate their clients about it. Also long due is an understanding of the role played by the media, ultimately the channel through which the buyers of a tourist product get to know about a destination. And it is after they choose a place to visit that travelers will look for tour agencies or tour operators to pick the package that best suits them. Once these visitors get to the destination, the entire productive chain benefits from the resources they spend.

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EDITORIAL

Ano 21 – N. 66 – Inverno 2024 – R$ 27,50

06 - ILHÉUS = A Princsa do Sul The princess of the south

25 - PARATY = Coraçáo da Mata Atlàntica Heart of the Atlantic forest

38 - AQUIRAZ = A primeira capital do Ceará the first capital of Ceará

capa: Barra Nova, Aquiraz, Ceará. Foto Jadeq, acervo Min. Turismo

Conselho Editorial: Antonio Eliseu de Barros Junior, Carlos Antonio de Oliveira Carvalho, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Edson José Álvares da Silva, Fernando Cesar Ferrero, José Ozanir Castilhos da Rosa, Newton Rodrigues de Albuquerque Filho, Pedro Paulo Bon Barbosa, Régis Nogueira de Medeiros, Ricardo Carvão Levy, Roberto José Marques Pereira, Vitório Rodrigues Ferreira.

Diretor/Editor/Publisher: Antonio F. A. Calabria

Redação: Eliane Ubaldo da Silva Tradução: Claudio S. A. Calabria e Najara Sena Repórter: Joana Carolina S. A. Calabria Fotos: Acervo Rota Viva Projeto Gráfico: Edson Álvares

A Revista Rota Viva é uma publicação de: Antonio F. A. Calabria Editora revistarotaviva@rotaviva.com.br www.rotaviva.com.br

Somos a Fazenda do Retiro, um oásis da agricultura orgânica localizada na região da Serra da Mantiqueira, na cidade de Gonçalves, e especializada na produção de molhos, temperos, especiarias, suplementos alimentares e chás.

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ILHÉUS

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lhéus

Ilhéus é um município brasileiro do litoral sul do estado da Bahia, Nordeste do Brasil. Conta com o mais extenso litoral do estado. Ilhéus foi fundada em 1534 como “Vila de São Jorge dos ilheos” e elevada a cidade em 1881. É conhecida por ambientar os romances de Jorge Amado, famoso escritor baiano, como Gabriela, Cravo e Canela e Terras do Sem Fim. Considerada a “Capital do Cacau” e denominada por seus habitantes como a “Princesinha do Sul”, tem sua economia baseada na agricultura, no turismo e na indústria.

História

Período colonial

No século XVI, quando chegaram os primeiros portugueses à região, a mesma era habitada pela tribo tupi dos tupiniquins. Com a colonização do Brasil pelos portugueses, o rei português dom João III doou vasta extensão de terra ao donatário Jorge de Figueiredo Correia, escrivão da corte real. O donatário da capitania enviou o espanhol Francisco Romero para cuidar de suas terras e representá-lo na administração da capitania. Francisco Romero era considerado um homem bravo e circunspecto e, para defender as terras a ele delegadas, enfrentou e pacificou os índios tupiniquins que se revoltaram diante da carta de doação da Capitania de Ilhéus.

Francisco Romero se instalou primeiro na ilha de Tinharé, atual Morro de São Paulo; depois, descobriu a Baía do Pontal, se encantou e lá fundou a sede da capitania, dando-lhe o nome de São Jorge dos Ilhéos .São Jorge, uma homenagem ao donatário Jorge e Ilhéus, devido à quantidade de ilhas (ilhéos) encontradas no seu litoral. A paisagem da baía se caracterizava pelos morros do Pernambuco, Outeiro de São Sebastião, Rapa, grande e Itapins. Hoje, estes morros são conhecidos como Morro de Pernambuco, Morro do Outeiro de São Sebastião, Morro da Conquista e Morro do Pacheco . A Vila de São Jorge dos Ilhéos em 1556 se transformou em freguesia por ordem de Dom Pero Fernandes Sardinha.

Quando os franceses atacaram Ilhéus e foram repelidos, em 1595, já existia na entrada do porto o fortim de San-

Praia Norte Estrada do chocolate
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Bar Vesuvio
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to Antônio, transformado em 1611 em forte de pedra e cal Em 1754, o governo português acabou com o sistema de capitanias . hereditárias e as terras brasileiras voltaram para as mãos do governo na metade do século XIX.

Cacau

Nativo da região amazônica, o cacau teve suas primeiras sementes trazidas do Pará pelo francês Louis Frédéric Warneaux e plantadas na fazenda Cubículo, às margens do rio Pardo, hoje município de Canavieiras.Com a importação de mudas de cacaueiros da Amazônia e sua notável adaptação às condições climáticas da região, o município se viu diante de um novo eldorado. O cultivo do cacau passou a gerar um número sem fim de histórias, recheadas de cobiça, amores e lutas pelo poder, se transformando, posteriormente, em um terreno fértil para os romances de Adonias Filho e Jorge Amado, nos quais se narram as paixões desenfreadas dos coronéis por dinheiro, mulheres e terras.

Século XIX

Na primeira metade do século XIX o município conservava o mesmo aspecto de séculos anteriores: a economia continuava estagnada a beira do Atlântico, e apenas o engenho de Santa Maria, pertencente ao brigadeiro Felisberto Caldeira Brant, Marquês de Barbacena, demonstrava alguma prosperidade. No ano de 1866 a exportação do município para a província atingia valor superior a 331 contos de reis e o cacau se tornava a principal fonte de renda.

Em 28 de junho de 1881, Ilhéus foi elevada à categoria de cidade, numa ação referendada pelo Marquês de Paranaguá e, posteriormente, em 1913, a cidade foi transformada em bispado. Neste período, o governo brasileiro doou terras a quem quisesse plantar cacau e atraiu sergipanos e pessoas fugidas da seca. Em dez anos, a população cresceu de uma forma expressiva. Plantava-se cacau em abundância e vieram pessoas buscando o eldorado.

Século XX: apogeu e decadência da cacauicultura

No início do século XX, a antiga vila de casas desalinhadas, dá lugar a palacetes, vinte e oito praças , diversas indústrias, agências de navegação e,

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Bataclan Cacau Casa de Cultura Jorge Amado
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além de exportar cacau , exportava também óleo de copaíba, couro, sabão, madeira para marcenaria, peixe seco, entre outros. Nesta época, começaram a construção de belos edifícios públicos, como o Palácio do Paranaguá, que abriga até hoje a Prefeitura e a sede da Associação Comercial de Ilhéus.

Na década de 1920, Ilhéus fervilhava de pessoas, de dinheiro, de luxo e riqueza. Neste período, foi construído o prédio do “Ilhéos Hotel”, o primeiro edifício no interior do Nordeste com elevador, uma obra ainda hoje imponente, e o Teatro Municipal, considerado, na época, um dos mais bem aparelhados do interior do Nordeste e fora das capitais, que esteve em ruínas, mas foi reformado.

Em 1924, os cacauicultores iniciaram, com recursos próprios, a construção do porto de Ilhéus, e a exportação do cacau começou a ser realizada na cidade, trazendo com isso a presença de estrangeiros e um intercâmbio cultural com países da Europa. Nesta época, vinham dançarinas, mágicos e também aventureiros para divertir as pessoas que possuíam dinheiro. A cidade era movimentada, havia cabarés, clubes noturnos, casinos que serviram de inspiração para o cenário dos romances de Jorge Amado. Uma época de muito dinheiro, luxo e desmandos.

A demanda regional por educação superior, buscada nas década de 1940 e 1950, em Salvador, principalmente pelos filhos dos “coronéis do cacau”, gerou o anseio pela implantação de faculdades e instituições de ensino superior na região. A Universidade Estadual de Santa Cruz é fruto desta demanda. Sendo, hoje, referência nordestina na formação de nível superior, firma-se como importante instituição de produção científica no nordeste, a segunda da Bahia, somente superada pela Universidade Federal da Bahia.[21]

A partir da década de 1980, os ciclos de secas provocadas pelo fenômeno El Niño, os baixos preços internacionais e, por último, uma doença denominada vassoura-de-bruxa fizeram da cacauicultura uma atividade menos rentável. Gradativamente, a atividade econômica da cidade de Ilhéus deixou de basear-se exclusivamente na agricultura, despertando sua vocação

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Catedral de Sáo Sebastiáo Fazenda de cacau
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para o turismo, lazer e o setor de serviços.

A Mata Atlântica é a vegetação predominante no município de Ilhéus, formada sobretudo por árvores de médio e grande porte e com biodiversidade incalculável. Além dessa vegetação, destacam-se as áreas de restinga, predominante na linha de praias, e uma grande faixa de manguezais, dentre os quais se destaca o manguezal do Rio Cachoeira, um dos mais extensos, cerca de 10 km

No setor de transportes, Ilhéus apresenta uma peculiaridade: é o único município do estado da Bahia, fora da Região Metropolitana de Salvador, a possuir um aeroporto e um porto.

Cultura

Puxada do Mastro

É a festa de São Sebastião, no distrito Olivença, em que ocorre a famosa puxada do mastro. Atualmente os ritos vão desde a escolha da árvore que será cortada, com canções do grupo de zabumbeiros em que o mastro é puxado da mata até a praça Cláudio Magalhães, em frente a Igreja Nossa Senhora da escada, e no dia 20 de Janeiro (data comemorativa de São Sebastião) o mastro é erguido com a bandeira do Santo e se encerra com a queima do mastro nas festas juninas. [55]

Turismo

Após a década de 1990, com a crise gerada pela monocultura do cacau, resultante da disseminação do fungo da vassoura de bruxa surgiu a necessidade de alternativas de desenvolvimento econômico, dentre as quais destacam-se o turismo e o atividade industrial (a criação do polo de Informática). O setor de turismo, com uma trajetória própria, foi sustentado pelas vocações do município, em especial as belezas naturais, a história e a cultura amplamente divulgadas nas obras literárias de Jorge Amado. Junto a esse setor, cresceu também o setor de serviços associados ao turismo e lazer tais como: transportes, hospedagem, produção cultural e alimentação.

O Município de Ilhéus tem potencial para se destacar como um polo turístico, em função de alguns atrativos artísticos, culturais, folclóricos, além

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Trilha
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Museu da Piedade Praia Norte

de extensas áreas costeiras, vasto patrimônio histórico, festas e manifestações populares .O ciclo de ouro do cacau é abordado nos romances de Jorge Amado e impulsiona o turismo cultural, na medida em que revela imagens que ilustram tanto aspectos culturais quanto econômicos, naturais, históricos e arquitetônicos da região. Ruas, praças, casas e igrejas da cidade que serviram de cenário para suas narrativas. Lugares como o Bar Vesúvio, a Igreja Matriz de São Jorge, a Catedral de São Sebastião, o

Praias

A costa litorânea do município de Ilhéus possui uma extensão de 84 km, sendo considerada a maior do estado da Bahia. O litoral se estende desde o arraial do Acuípe, limite sul, tendo como divisor o rio Acuípe, até o povoado da Ponta do Ramo, ao norte, cujo limite é o rio Sargi

O litoral norte se caracteriza pelas áreas de preservação de mata atlântica e por praias com ondas fortes indicadas para práticas de esportes. Neste litoral encontram-se as seguintes praias: Ponta da Tulha, Joia do Atlântico, Mamoã, Ponta do Ramo, Sargi, Marciano, de São Domingos, do Malhado, da Avenida, do Cristo.[59]

As praias do Sargi, Mamoã, Ponta da Tulha, Ponta do Ramo e a do Jóia encontram-se inseridas na APA da Lagoa Encantada se caracterizam por apresentar orla exposta e rústica, e trechos em diferentes níveis de ocupação. (

Nas praias de São Domingos e São Miguel Nesta situa-se o bairro de São Miguel, uma península margeada pelo oceano Atlântico e o rio Almada que apresenta residências fixas de veraneio com pequenos comércio cabanas de praias, restaurantes, pousadas e lojas de artesanatos.

Na área central do município se localizam a avenida Soares Lopes, a praia do Cristo e avenida Dois de Julho . Essa área é cercada por rios e praias e apresenta orla exposta em processo de assoreamento com ocupação consolidado e totalmente urbanizada de uso residencial, comercial,turismo,lazer e serviços. Tem como atributos naturais praias em mar aberto com vegetação de restinga herbácea em processo de regeneração e espécies

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Praia Selvagem Paraiso
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Casa de aluguel por temporada

vegetais introduzidas que compõe o Parque Burle Marx.

O Litoral Sul se caracteriza pela diversidade de paisagens, e são encontradas desde praias com formações rochosas às praias com grande extensão de areia intercaladas por rios, recifes de arenito e trechos com vegetação de restinga herbácea e arbustiva, com coqueiros. Ainda Morro de Pernambuco, dos Milionários, do Cururupe, do Back Door, do Baba, do Cai n’água, do Jairi, do Canabrava, Sirihyba e Acuípe.[59]

Praia do Morro de Pernambuco é marcada pela presença de um farol, este trecho caracteriza-se como orla exposta não urbanizada cujos atributos naturais são rochas, vegetação de restinga herbácea, arbustiva e espécies exóticas.[59]

A praia do Opaba se localiza entre o Morro do Pernambuco e a praia dos Milionários e Morro dos Navegantes. Sua orla é exposta e apresenta urbanização consolidada, possui como características naturais praias com recifes de arenito, vegetação de restinga herbácea e coqueirais.Tanto a praia dos Milionários quanto a do Morro dos Navegantes apresentam orla exposta em processo de urbanização e ocupação residencial pouco adensada.

As praias do Cururupe e Back Door têm a orla exposta com ocupação pouco adensada e apresenta diversidade de paisagem que se alterna entre vegetação de restinga herbácea e arbustiva, coqueiros, mangues, recifes de arenito, praias e curso d`água.

Jubiabá, Batuba, dos Milagres e a Cai n’água são praias que apresentam orla exposta em toda extensão e ocupação urbana consolidada. Se caracterizam por paisagens que alternam praias rochosas, rios, morros, recifes, remanescentes de restinga e trechos com águas medicinais. Os usos mais presentes são os de hotelaria, moradia e lazer, além da presença de barracas de praia. Estas praias estão localizadas no distrito de Olivença, única Estância Hidromineral á beira mar do país.[59]

Praia de Sirihyba é a última praia do litoral sul de Ilhéus. Sua orla é exposta e a ocupação está em processo de urbanização.

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Catedral de Sáo Sebastiao Casa de aluguel por temporada
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Museu da Piedade

ILHÉUS

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lhéus

Ilhéus is a Brazilian municipality on the southern coast of the state of Bahia, Northeast Brazil. It has the longest coastline in the state. Ilhéus was founded in 1534 as “Vila de São Jorge dos Ilheos” and became a city in 1881. It is known for setting the novels of Jorge Amado, a famous Bahian writer, such as Gabriela, Cravo e Canela and Terras do Sem Fim. Considered the “Capital of Cocoa” and called by its inhabitants as the “Little Princess of the South”, its economy is based on agriculture, tourism and industry.

History

Colonial period

In the 16th century, when the first Portuguese arrived in the region, it was inhabited by the Tupi tribe of Tupiniquins. With the colonization of Brazil by the Portuguese, the Portuguese king Dom João III donated a vast expanse of land to the grantee Jorge de Figueiredo Correia, clerk of the royal court. The captaincy’s grantee sent the Spaniard Francisco Romero to take care of his lands and represent him in the administration of the captaincy. Francisco Romero was considered a brave and circumspect man and, to defend the lands

Francisco Romero first settled on the island of Tinharé, now Morro de São Paulo; later, he discovered Baía do Pontal, became enchanted and founded the headquarters of the captaincy there, giving it the name São Jorge dos Ilhéos. São Jorge, a tribute to the grantee Jorge and 14

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Praia Norte Barracas de praia
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Barracas de praia

Ilhéus, due to the number of islands (islets) found in the its coastline. The landscape of the bay was characterized by the hills of Pernambuco, Outeiro de São Sebastião, Rapa, Grande and Itapins. Today, these hills are known as Morro de Pernambuco, Morro do Outeiro de São Sebastião, Morro da Conquista and Morro do Pacheco. The town of São Jorge dos Ilhéos in 1556 became a parish by order of Dom Pero Fernandes Sardinha.

When the French attacked Ilhéus and were repelled, in 1595, the Santo Antônio fort already existed at the entrance to the port, transformed in 1611 into a stone and lime fort. In 1754, the Portuguese government ended the captaincy system. hereditary inheritance and Brazilian lands returned to government hands in the mid-19th century.

Cocoa

Native to the Amazon region, cocoa had its first seeds brought from Pará by the Frenchman Louis Frédéric Warneaux and planted on the Cubículo farm, on the banks of the Pardo river, today the municipality of Canavieiras. With the import of cocoa tree seedlings from the Amazon and their remarkable adaptation to climatic conditions in the region, the municipality found itself facing a new eldorado. The cultivation of cocoa began to generate an endless number of stories, filled with greed, love and struggles for power, later becoming fertile ground for the novels of Adonias Filho and Jorge Amado, in which unbridled passions are narrated. from

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Catedral de Sáo Sebastiáo Bataclan
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Porto da Praia do Coco

colonels for money, women and land.

delegated to him, he faced and pacified the Tupiniquin Indians who revolted in the face of the donation letter from the Captaincy of Ilhéus.

XIX century

In the first half of the 19th century, the municipality maintained the same appearance as in previous centuries: the economy continued to stagnate on the banks of the Atlantic, and only the Santa Maria mill, belonging to Brigadier Felisberto Caldeira Brant, Marquês de Barbacena, showed any prosperity. In 1866, exports from the municipality to the province reached a value of more than 331 contos de reis and cocoa became the main source of income.

On June 28, 1881, Ilhéus was elevated to the category of city, in an action endorsed by the Marquis of Paranaguá and, later, in 1913, the city was transformed into a bishopric. During this period, the Brazilian government donated land to anyone who wanted to plant cocoa and attracted people from Sergipe and people fleeing the drought. In ten years, the population grew significantly. Cocoa was planted in abundance and people came looking for Eldorado.

20th century: heyday and decline of cocoa farming

At the beginning of the 20th century, the old village of scruffy houses gave way to mansions, twenty-eight squares, various industries, shipping agencies and, in addition to exporting cocoa, it also exported copaíba oil, leather, soap, wood for car16

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Coqueiral na praia
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Turistas na praia Enduro

pentry, dried fish, among others. At this time, the construction of beautiful public buildings began, such as the Palácio do Paranaguá, which still houses the City Hall and the headquarters of the Commercial Association of Ilhéus.

In the 1920s, Ilhéus was teeming with people, money, luxury and wealth. During this period, the “Ilhéos Hotel” building was built, the first building in the interior of the Northeast with an elevator, a work that is still impressive today, and the Municipal Theater, considered, at the time, one of the best equipped in the interior of the Northeast and beyond. of the capitals, which was in ruins, but was renovated.

In 1924, cocoa farmers began, with their own resources, the construction of the port of Ilhéus, and cocoa exports began to be carried out in the city, bringing with it the presence of foreigners and cultural exchange with European countries. At this time, dancers, magicians and also adventurers came to entertain people who had money. The city was busy, there were cabarets, night clubs, casinos that served as inspiration for the setting of Jorge Amado’s novels. A time of lots of money, luxury and excess.

The regional demand for higher education, sought in the 1940s and 1950s in Salvador, mainly by the children of the “cocoa colonels”, generated the desire to establish colleges and higher education institutions in the region. The State University of Santa Cruz is the result of this

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Restaurante de praia Litiral
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Churrasco na praia

demand. Today, being a northeastern reference in higher education, it has established itself as an important institution of scientific production in the northeast, the second in Bahia, only surpassed by the Federal University of Bahia.[21]

From the 1980s onwards, cycles of drought caused by the El Niño phenomenon, low international prices and, finally, a disease called witches’ broom made cocoa farming a less profitable activity. Gradually, the economic activity of the city of Ilhéus stopped being based exclusively on agriculture, awakening its vocation for tourism, leisure and the service sector.

The Atlantic Forest is the predominant vegetation in the municipality of Ilhéus, formed mainly by medium and large trees and with incalculable biodiversity. In addition to this vegetation, the restinga areas stand out, predominant along the beach line, and a large strip of mangroves, among which the Cachoeira River mangrove stands out, one of the most extensive, approximately 10 km

In the transport sector, Ilhéus presents a peculiarity: it is the only municipality in the state of Bahia, outside the Metropolitan Region of Salvador, to have an airport and a port.

Culture

Mast Pull

It is the festival of São Sebastião, in the Olivença district, where the famous maypole pull takes place. Currently the rites range from the choice of the tree that will be cut, with songs from the group of zabumbei-

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Vista do oceano
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Praia deserta Sunset

ros in which the mast is pulled from the forest to the Cláudio Magalhães square, in front of the Nossa Senhora da Escada Church, and on the 20th of January (date commemorative of Saint Sebastian) the flagpole is raised with the Saint’s flag and ends with the burning of the flagpole during the June festivities.[55]

Tourism

After the 1990s, with the crisis generated by cocoa monoculture, resulting from the spread of the witch’s broom fungus, the need for economic development alternatives arose, among which tourism and industrial activity (the creation of the of IT).

The tourism sector, with its own trajectory, was supported by the municipality’s vocations, especially the natural beauty, history and culture widely disseminated in Jorge Amado’s literary works. Along with this sector, the services sector associated with tourism and leisure has also grown, such as: transport, accommodation, cultural production and food.

The Municipality of Ilhéus has the potential to stand out as a tourist hub, due to some artistic, cultural and folklore attractions, as well as extensive coastal areas, vast historical heritage, festivals and popular demonstrations. The cocoa golden cycle is covered in the novels by Jorge Amado and boosts cultural tourism, as it reveals images that illustrate both cultural and economic, natural, historical and architectural aspects of the region. Streets, squares, houses and churches in the

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Lavagem da Catedral
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Procissáo das baianas Baiana com flores

city that served as the setting for their narratives. Places like Bar Vesúvio, the Igreja Matriz de São Jorge, the Cathedral of São Sebastião, the

Beaches

The coastal coast of the municipality of Ilhéus is 84 km long, considered the longest in the state of Bahia. The coastline extends from Arraial do Acuípe, the southern limit, with the Acuípe river as the divider, to the village of Ponta do Ramo, to the north, whose limit is the Sargi river.

The north coast is characterized by Atlantic forest preservation areas and beaches with strong waves suitable for sports. On this coast there are the following beaches: Ponta da Tulha, Joia do Atlântico, Mamoã, Ponta do Ramo, Sargi, Marciano, de São Domingos, do Malhado, da Avenida, do Cristo.[59]

The beaches of Sargi, Mamoã, Ponta da Tulha, Ponta do Ramo and Jóia are located in the Lagoa Encantada APA and are characterized by having an exposed and rustic coastline, and stretches at different levels of occupation.

On the beaches of São Domingos and São Miguel This is the neighborhood of São Miguel, a peninsula bordered by the Atlantic Ocean and the Almada River that has fixed summer residences with small shops, beach huts, restaurants, inns and craft shops.

In the central area of the municipality are Avenida Soares

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Turistas na procissáo
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Evento popular

Lopes, Praia do Cristo and Avenida Dois de Julho. This area is surrounded by rivers and beaches and has an exposed coastline undergoing a silting process with consolidated and fully urbanized occupation for residential, commercial, tourism, leisure and service use. Its natural attributes are beaches in the open sea with herbaceous restinga vegetation in the process of regeneration and introduced plant species that make up Burle Marx Park.

The South Coast is characterized by a diversity of landscapes, ranging from beaches with rock formations to beaches with a large expanse of sand interspersed with rivers, sandstone reefs and stretches of herbaceous and shrubby restinga vegetation, with coconut trees. Still Morro de Pernambuco, Milionários, Cururupe, Back Door, Baba, Cai n’água, Jairi, Canabrava, Sirihyba and Acuípe.[59

] Praia do Morro de Pernambuco is marked by the presence of a lighthouse, this stretch is characterized as an exposed, unurbanized shoreline whose natural attributes are rocks, herbaceous restinga vegetation, shrubs and exotic species.

Opaba beach is located between Morro do Pernambuco and Milionários beach and Morro dos Navegantes. Its shore is exposed and presents consolidated urbanization, its natural characteristics are beaches with sandstone reefs, herbaceous restinga vegetation and coconut groves. Both Milionários and Morro dos Navegantes beaches have exposed shores in the process of urbanization

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Lavando cavalo no rio Atividades de praia Praia Norte
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and low density residential occupation.

The beaches of Cururupe and Back Door have an exposed shoreline with little density of occupation and present a diversity of landscape that alternates between herbaceous and shrubby restinga vegetation, coconut trees, mangroves, sandstone reefs, beaches and watercourses.

Jubiabá, Batuba, dos Milagres and Cai n’água are beaches that have an exposed coastline along their entire length and consolidated urban occupation. They are characterized by landscapes that alternate between rocky beaches, rivers, hills, reefs, restinga remnants and stretches of medicinal waters. The most common uses are hotels, housing and leisure, in addition to the presence of beach huts. These beaches are located in the district of Olivença, the only seaside hydromineral resort in the country.[59]

Sirihyba Beach is the last beach on the south coast of Ilhéus. Its shoreline is exposed and the occupation is in the process of urbanization.

Others

Chapel of Our Lady of Santana - Povoado Rio do Engenho

Our Lady of the Stairs ChurchOlivença District

Rio do Braço Station - Rio do Braço District

Ponta da Tulha - Town of Ponta da Tulha

Lagoa Encantada - Village of Lagoa Encantada, Estrada Ilhéus/Itacaré

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Clube de lazer Aeroporto de Ilhéus
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Large natural lagoon located 12 km from the south entrance of the road between Ilhéus and Itacaré, at the end of the Jóia do Atlântico condominium. Many natural riches from the lake, several waterfalls, green area, typical food and local culture. The region gained prominence when it was used as a setting in the production of the soap opera Renascer shown by Rede Globo. Ruins of the house of the character “Tião Galinha” can still be visited by tourists

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Capela de fazenda Casccata
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Praia Norte (aérea)
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PARATY

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Município brasileiro Paraty

localizado no litoral sul do estado do Rio de Janeiro, distante 258 quilômetros da capital estadual, a cidade do Rio de Janeiro. Junto ao oceano Atlântico, possui 930,7 quilômetros quadrados. Sua sede distrital está localizada ao nível do mar, em terreno localizado entre os rios Perequê Açu e Mateus Nunes, tendo sido projetada levando em conta o fluxo das marés. Em 5 de julho de 2019, uma porção do território no qual estão localizados o núcleo histórico colonial de Paraty e a Ilha Grande, em Angra dos Reis, foram declarados Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, por sua integração excepcional entre valores associados ao patrimônio cultural e ao natural.

Topônimo

A etimologia de Paraty é incerta devido à ausência de fontes coloniais que expliquem a origem do nome. “Parati” é tanto uma espécie de peixe da família dos mugilídeos quanto uma variedade de mandioca.

Com essa nomeação a região fica reconhecida como patrimônio natural e cultural. A área do Sítio Patrimônio Mundial compreende as seguintes unidades: o Parque Nacional da Serra da Bocaina, a Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul, a Área de Proteção Ambiental de Cairuçu, o Centro Histórico de Paraty e o Morro da Vila Velha.

A cidade de Paraty já era integrante da Rede de Cidades Criativas da UNESCO na categoria gastronomia e após esse reconhecimento comprova a riqueza da diversidade local. A região se forma pelo intercâmbio das culturas indígena, africana e caiçara que se expressam nos bens culturais da cidade.

Em 5 de julho de 2019, uma porção do território no qual estão localizados o núcleo histórico colonial de Paraty e a Ilha Grande, em Angra dos Reis, foi declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, por sua integração excepcional entre valores associados ao patrimônio cultural e ao natural; constituindo-se então, o primeiro sítio misto do Brasil.Com essa nomeação a região

fica reconhecida como patrimônio natural e cultural, a área do Sítio Patrimônio Mundial compreende as seguintes unidades: o Parque Nacional da Serra da Bocaina, a Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul, a Área de Proteção Ambiental de Cairuçu, o Centro Histórico de Paraty e o Morro da Vila Velha.A cidade de Paraty já era integrante da Rede de Cidades Criativas da UNESCO na categoria gastronomia e após esse reconhecimento comprova a riqueza da diversidade local. A região se forma pelo intercâmbio das culturas indígena, africana e caiçara que se expressam nos bens culturais da cidade. Paraty engloba uma fusão de características próprias do patrimônio material e imaterial. Herança e vida de povos tradicionais que

usam a terra e o mar de forma sustentável, demonstrando a interação do homem com o meio ambiente. Ao se unir à Ilha Grande, o sítio torna-se ainda mais representativo com áreas de beleza natural excepcional. O Município de Paraty apresenta referências culturais materiais e imateriais remanescentes do seu povoamento pré-histórico e de seu histórico colonial; conjugadas aos costumes e cultura das populações tradicionais que ainda habitam seu território.

A cidade de Paraty integra a Rede de Cidades Criativas da UNESCO na categoria gastronomia, reconhecimento prévio que já comprovava a relevância internacional da diversi-

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Praia do sonno

dade local. Ao se unir à Ilha Grande, o sítio torna-se ainda mais representativo com áreas de grande riqueza e beleza naturais excepcionais.

Paraty e Ilha Grande foram escolhidos porque possuem uma cultura viva, que interage de forma sustentável com o meio ambiente, respeitando a exploração dos recursos naturais, terrestres e aquáticos de forma que haja equilíbrio na relação cultura e natureza.

Com a descoberta de ouro pelos paulistas na Capitania de São Vicente (na atual região de Minas Gerais), a dinâmica de Paraty ganhou novo impulso já que a capital do Brasil foi transferida de Salvador para o Rio de Janeiro por esse motivo. Em 1702, o governador da capitania do Rio de Janeiro determinou que as mercadorias somente poderiam ingressar na Colônia pela cidade do Rio de Janeiro e daí tomar o rumo de Paraty, de onde seguiriam para as Minas Gerais pela antiga trilha indígena, agora pavimentada com pedras irregulares, que passou a ser conhecida por Caminho do Ouro. A proibição do transporte de ouro pela estrada de Paraty, a partir de 1710, fez os seus habitantes se rebelarem.

A abertura do chamado Caminho Novo, ligando diretamente o Rio de Janeiro às Minas, teve como consequência a diminuição do movimento na vila. A partir do século XVII registra-se o incremento no cultivo de cana-de-açúcar e a produção de aguardente. No século XVIII o número de engenhos ascendia a 250, registrando-se, em 1820, 150 destilarias em atividade. A produção era tão elevada que a expressão “Parati” passou a ser sinônimo de cachaça, produção artesanal que perdura até os nossos dias.

O ciclo do turismo

A cidade e o seu patrimônio foram preservados e reconhecidos como Patrimônio brasileiro, sendo o núcleo urbano colonial e seu conjunto arquitetônico acautelados pela legislação federal de proteção do patrimônio cultural – lei de tombamento, e redescobertos em 1964, com a reabertura da estrada que a ligava ao estado de São Paulo - a Paraty-

-Cunha -, vindo a constituir-se em um polo de atração turística. Desse modo, em 1958, o conjunto histórico de Paraty foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. O movimento turístico intensificou-se com a abertura da Rio-Santos (BR-101) em 1973.

Outro aspecto de relevância no setor é a prática de esportes de aventura. Nas trilhas de Paraty pode-se caminhar por dias a fio. O roteiro mais tradicional entre os amantes da caminhada é a Travessia da Juatinga, que costeia toda a Península da Juatinga, em trilhas de servidão que datam do tempo dos escravos e passam por diversas comunidades caiçaras, responsáveis pela hospedagem e alimentação dos turistas.

Dentre outras modalidades pode-se praticar a canoagem oceânica, a vela, o surf e o mergulho autônomo. As águas calmas, cristalinas e sempre tépidas da Baía da Ilha Grande são ideais para essa prática, atraindo grande número de praticantes. Várias operadoras de mergulho oferecem seus serviços na cidade e nas marinas, atendendo não apenas às escolas de mergulho, mas também a turistas interessados em conhecer a Parati subaquática. A canoagem também é idealmente praticada nas águas calmas da baía, destacando os roteiros de mais de um dia que exploram a Baía da Cajaíba e o Saco do Mamanguá. Já o surfe é praticado na costa aberta ao mar, que se inicia na ponta da Juatinga e engloba as praias da Sumaca, Martin de

Casario colonial
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antiga cadeia publica 27

Sá, Antigos, Sono e todas da Vila de Trindade. A rede hoteleira é formada de pequenas pousadas, muitas delas situadas no Centro Histórico.

Caiçaras

Caiçara é um povo que vive no litoral do RJ e de SP que tem uma miscigenação de indígenas, brancos e negros. A cultura deste povo veio com o encontro dos indígenas que já habitavam o local com os novos colonizadores e a população africana trazida para o continente Americano, e vivem basicamente da pesca e alguns cultivos como mandioca e milho. Existem pelo menos 40 comunidades caiçaras em Paraty.

Indígenas

Há duas aldeias Guarani-Mbya localizadas em Paraty, com terras demarcadas pela F.U.N.A.I; além disso há um assentamento Guarani-Nhandeva que está situado em Rio Pequeno.

Quilombolas

Os quilombolas são territórios étnicos-raciais com ocupação baseada na ancestralidade, no parentesco, e em tradições culturais próprias.

Uma das comunidades é a nomeada Quilombo do Cabral, localizado no município de Paraty, a cerca de 10km do centro histórico, no segundo distrito de Paraty-Mirim. Está rodeado por outras comunidades tradicionais de caiçaras, aldeias indígenas Guarani, e o Quilombo do Campinho que surgiu no final do século XIX com a falência do regime escravocrata.

História

População Indígena

Anteriormente a chegada dos europeus ao Brasil, a região da atual Paraty era habitada por indígenas guaianás. Por volta do ano 1000, estes foram expulsos para o interior do continente devido à chegada dos tupis, procedentes da Amazônia.[16]

Início do povoamento europeu

No século XVI, quando os primeiros europeus chegaram à região de Paraty, esta era habitada pela tribo tupi

dos tamoios.

Embora alguns autores pretendam que a fundação de Paraty remonte à primeira metade do século XVI, quando da passagem da expedição de Martim Afonso de Sousa, a primeira notícia que se tem do povoado é a da passagem da expedição de Martim Correia de Sá, em 1597. Emancipação política.

A partir de 1664 várias comunidades se registraram entre os moradores, visando tornar a povoação independente da vizinha Angra dos Reis, o que veio a ocorrer em 1670, como fruto da revolta liderada por Domingos Gonçalves de Abreu, vindo o povoado a ser alçado à categoria de vila com o nome de “Vila de Nossa

Senhora dos Remédios de Paraty”.

Com a descoberta de ouro pelos paulistas na Capitania de São Vicente, em 1702 o governador da capitania do Rio de Janeiro determinou que as mercadorias somente poderiam ingressar na Colônia pela cidade do Rio de Janeiro e daí tomar o rumo de Paraty, de onde seguiriam para as Minas Gerais pela antiga trilha indígena, agora pavimentada com pedras irregulares, que passou a ser conhecida por Caminho do OuroA partir do século XVII registra-se o incremento no cultivo de cana-de-açúcar e a produção de aguardente. A produção era tão elevada que a expressão “Parati” passou a ser sinônimo de cachaça.

No entanto, Paraty é muito mais que

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baía de Paraty
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apenas uma pequena cidade histórica. Costeada por montanhas cobertas do denso verde da mata atlântica, a cidade é rodeada de Parques e Reservas Ecológicas, fazendo da região uma das mais preservadas do Brasil. Há mais de 60 ilhas e 90 praias em Paraty, boa parte delas acessível somente de barco ou trilhas. As praias de Trindade são uma atração à parte: em fevereiro de 2009, o governo federal delimitou a Praia do Meio, em

A rede hoteleira é formada de pequenas pousadas, muitas delas situadas no Centro Histórico, que é o local em que as pessoas caminham, pois não é permitido carro por lá. Tem um conjunto arquitetônico testemunho do período colonial, um dos mais bem preservados conjuntos desse estilo. O Caminho do Ouro, cujos trechos são registrados como Sítio Arqueológico pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), construído entre os séculos XVII e XIX, a partir de trilhas dos índios Guaianazes. O Forte

Defensor Perpétuo, construído para defender e proteger Paraty. O Saco de Mamanguape, local de beleza cênica e riqueza ambiental de Paraty, é uma dos mais desejadas para conhecer.

Além dos locais citados há muitos outros com valor arquitetônico, artístico, paisagístico, natural e cultural. Os lugares para saborear e experimentar um pouco da gastronomia de Paraty são os cafés, bares, restaurantes e bistrôs, onde você encontrará doces típicos da cidade. A gastronomia tem como base os pescados e frutos do mar, priorizando os produtos locais produzidos pelas comunidades tradicionais e agricultura orgânica.

Flip

Realizada desde 2003, a Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP) conta com a presença de escritores nacionais e estrangeiros que participam de palestras e debates nos prédios históricos ou em tendas armadas nas ruas.

A cada ano, a FLIP é dedicada à memória de um grande escritor já morto. Já foram homenageados, entre

outros, Vinícius de Moraes, Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Jorge Amado , Nelson Rodrigues, Machado de Assis, Manoel Bandeira, Gilberto Freyre e Millôr Fernandes.

Vários outros eventos culturais também têm Paraty, como: Festival da Pinga; Festa do Divino Espírito Santo; Festa de Nossa Senhora dos Remédios; Festa de Santa Rita; Parati em Foco; Mostra Rio-São Paulo de Teatro de Rua; Festival de Música Sacra; Festa do Divino Espírito Santo (patrimônio cultural do Brasil); Festival da Cachaça; Encontro de Teatro de Rua; Carnaval; Festival Internacional de Fotografia; Encontro de Ceramistas; Festival Mimo de música; Bourbon Festival; Tollosa e Paraty Eco Festival.

Outros atrativos

Chafariz do Pedreira - à entrada da cidade, em mármore, foi iniciado em 1851 e inaugurado em 1853 pelo conselheiro Luís Pedreira do Couto Ferraz, então presidente da província do Rio de Janeiro, que, na ocasião, bebeu, em copo de ouro, as suas primeiras águas.

Sobrado dos Bonecos e Passos da Paixão - localizado à Rua Tenente Francisco Antônio, nele se destaca o beiral em telhas de louça.

Antiga Cadeia Pública - atualmente, sedia a Secretaria de Cultura, Turismo e Esportes do município e o Instituto Histórico e Artístico de Parati.

Rua do Fogo - é uma das poucas

cais de Paraty
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cena rural

ruas da cidade que conserva o seu primitivo nome. Comunica um dos vértices do Largo de Santa Rita à Rua Maria Jácome de Melo.

Rua Dona Geralda - Geralda Maria da Silva nasceu em Parati em 1807. Benemérita, herdou de seu pai grande fortuna, que a lenda local associa à descoberta de um tesouro de piratas.

Mercado do Peixe - localiza-se à beira-mar, comercializando verduras e frutas.

Igrejas Matriz de Nossa Senhora dos Remédios, de Santa Rita de Cássia, Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, de Nossa Senhora das Dores

Praça do Imperador = Sobrados coloniais = Santa Casa de Misericórdia de Parati

Forte Defensor Perpétuo e Casa da Pólvora - o forte abriga o Centro de Artes e Tradições Populares de Parati.

Capela da Generosa - localiza-se no Beco do Propósito, à margem do Rio Perequê-açu, onde morreu afogado Teodoro, um ex escravo liberto, que ali se atreveu a pescar em uma Sexta-Feira Santa.

Oratório de Santa Cruz das Almas - também conhecido como Oratório de Santa Cruz dos Enforcados, localiza-se no antigo caminho para o pelourinho.

Engenho da Muricana

Engenho da Boa Vista. O antigo engenho a vapor adquiriu fama por suas aguardentes, como a Azulina, produzida em alambique de barro e destilada com folhas de tangerina.

Engenho do Bom Retiro - em 1908, a sua aguardente recebeu medalha de ouro na Exposição Nacional Comemorativa do 1º Centenário da Abertura dos Portos do Brasil.

Aldeias guaranis de Araponga e Parati mirim - se localizam nos arredores da cidade. Para sua visitação, é necessária uma autorização no posto da Fundação Nacional do Índio que se localiza nessas aldeias.

Casa da cultura Destilaria de cachaça
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Forte Defensor Perpétuo

PARATY

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Paraty

located on the south coast of the state of Rio de Janeiro, 258 kilometers from the state capital, the city of Rio de Janeiro. Next to the Atlantic Ocean, it has 930.7 square kilometers. Its district headquarters is located at sea level, on land located between the Perequê Açu and Mateus Nunes rivers, having been designed taking into account the flow of the tides. On July 5, 2019, a portion of the territory in which the historic colonial nucleus of Paraty and Ilha Grande are located, in Angra dos Reis, were declared a World Heritage Site by UNESCO, for its exceptional integration between values associated with cultural heritage and to the natural.

Toponym

The etymology of Paraty is uncertain due to the absence of colonial sources that explain the origin of the name. “Parati” is both a species of fish in the mugilid family and a variety of cassava.

With this nomination, the region is recognized as a natural and cultural heritage. The World Heritage Site area comprises the following units: the Serra da Bocaina National Park, the Praia do Sul State Biological Reserve, the Cairuçu Environmental Protection Area, the Historic Center of Paraty and Morro da Vila Velha.

The city of Paraty was already a member of the UNESCO Creative Cities Network in the gastronomy category and after this recognition it proves the richness of local diversity. The region is formed by the exchange of indigenous, African and Caiçara cultures that are expressed in the city’s cultural assets.

On July 5, 2019, a portion of the territory in which the historic colonial nucleus of Paraty and Ilha Grande are located, in Angra dos

Reis, was declared a World Heritage Site by UNESCO, for its exceptional integration between values associated with cultural heritage and to the natural; thus becoming the first mixed site in Brazil. With this nomination, the region is recognized as a natural and cultural heritage, the World Heritage Site area comprises the following units: the Serra da Bocaina National Park, the Praia State Biological Reserve do Sul, the Cairuçu Environmental Protection Area, the Historic Center of Paraty and Morro da Vila Velha. The city of Paraty was already a member of the UNESCO Creative Cities Network

in the gastronomy category and after this recognition it proves the richness of local diversity . The region is formed by the exchange of indigenous, African and Caiçara cultures that are expressed in the city’s cultural assets. Paraty encompasses a fusion of characteristics typical of material and intangible heritage. Heritage and life of traditional people who use the land and sea in a sustainable way, demonstrating the interaction between man and the environment. When joining Ilha Grande, the site becomes even more representative with areas of exceptional natural beauty.

Igreja de N. . dos Ramédios
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passeio de caiaque

The Municipality of Paraty presents material and immaterial cultural references remaining from its prehistoric settlement and its colonial history; combined with the customs and culture of the traditional populations that still inhabit their territory.

The city of Paraty is part of the UNESCO Creative Cities Network in the gastronomy category, a previous recognition that already proved the international relevance of local diversity. When joining Ilha Grande, the site becomes even more representative with areas of great natural wealth and exceptional beauty.

Paraty and Ilha Grande were chosen because they have a living culture, which interacts sustainably with the environment, respecting the exploitation of natural, terrestrial and aquatic resources so that there is balance in the relationship between culture and nature.

With the discovery of gold by São Paulo residents in the Captaincy of São Vicente (in the current region of Minas Gerais), the dynamics of Paraty gained new momentum as the capital of Brazil was transferred from Salvador to Rio de Janeiro for this reason. In 1702, the governor of the captaincy of Rio de Janeiro determined that goods could only enter the Colony through the city of Rio de Janeiro and then head towards Paraty, from where they would continue to Minas Gerais along the old indigenous trail, now paved with stones. irregular paths, which came to be known as Caminho do Ouro. The ban on the transport of gold along the Paraty road, from 1710 onwards, made its inhabitants rebel. The opening of the so-called Caminho Novo, directly linking Rio de Janeiro to Minas, resulted in a decrease in movement in the village. From the 17th century onwards, there

was an increase in the cultivation of sugar cane and the production of brandy. In the 18th century, the number of mills reached 250, with 150 active distilleries recorded in 1820. Production was so high that the expression “Parati” became synonymous with cachaça, an artisanal production that continues to this day.

The tourism cycle

The city and its heritage were preserved and recognized as Brazilian Heritage, with the colonial urban nucleus and its architectural complex protected by federal legislation for the protection of

cultural heritage - listing law, and rediscovered in 1964, with the reopening of the road that connected it to the state of São Paulo - Paraty-Cunha -, becoming a tourist attraction hub. Thus, in 1958, the historic complex of Paraty was listed by the National Historical and Artistic Heritage Institute. The tourist movement intensified with the opening of Rio-Santos (BR101) in 1973.

Another relevant aspect in the sector is the practice of adventure sports. On the Paraty trails you can walk for days on end. The most traditional route among hiking lovers is the Travessia da Juatinga,

Portal da cidade
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Praia de Jabaquara

which runs along the entire Juatinga Peninsula, along servitude trails that date back to slave times and pass through several caiçara communities, responsible for hosting and feeding tourists. Among other activities, you can practice ocean kayaking, sailing, surfing and scuba diving. The calm, crystal clear and always warm waters of Ilha Grande Bay are ideal for this practice, attracting a large number of practitioners. Several diving operators offer their services in the city and in the marinas, serving not only diving schools, but also tourists interested in getting to know Parati underwater. Canoeing is also ideally practiced in the calm waters of the bay, highlighting the more than one-day itineraries that explore Baía da Cajaíba and Saco do Mamanguá. Surfing is practiced on the coast open to the sea, which starts at the tip of Juatinga and encompasses the beaches of Sumaca, Martin de Sá, Antigos, Sono and all of Vila de Trindade. The hotel chain is made up of small inns, many of them located in the Historic Center.

Caiçaras

Caiçara is a people who live on the coast of RJ and SP and have a mixture of indigenous, white and black people. The culture of these people came with the encounter of the indigenous people who already inhabited the place with the new colonizers and the African population brought to the American continent, and they basically live off fishing and some crops such as cassava and corn. There are at least 40 caiçara communities in Paraty.

Indigenous

There are two Guarani-Mbya villages located in Paraty, with lands demarcated by the F.U.N.A.I; In addition, there is a Guarani-Nhandeva settlement located in Rio Pequeno.

Quilombolas

Quilombolas are ethnic-racial territories with occupation based on ancestry, kinship, and their own cultural traditions.

One of the communities is called Quilombo do Cabral, located in the municipality of Paraty, about 10km from the historic center, in the second district of Paraty-Mirim. It is surrounded by other traditional caiçara communities, Guarani indigenous villages, and the Quilombo do Campinho that emerged at the end of the 19th century with the bankruptcy of the slave regime.

History

Indigenous Population

Before the arrival of Europeans in Brazil, the region of current Paraty was inhabited by indigenous Guaianás. Around the year 1000, they were expelled to the interior of the continent due to the arrival of the Tupi, coming from the Amazon.[16]

Beginning of European settlement

In the 16th century, when the first Europeans arrived in the Paraty region, it was inhabited by the Tupi Tamoios tribe.

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Praia do Pontal

Although some authors claim that the foundation of Paraty dates back to the first half of the 16th century, when Martim Afonso de Sousa’s expedition passed through, the first news of the town is the passage of Martim Correia de Sá’s expedition, in 1597. .

Political emancipation.

From 1664 onwards, several communities were registered among the residents, aiming to make the village independent of neighboring Angra dos Reis, which occurred in 1670, as a result of the revolt led by Domingos Gonçalves de Abreu, with the village being elevated to the category village called “Vila de Nossa Senhora dos Remédios de Paraty”.

With the discovery of gold by São Paulo residents in the Captaincy of São Vicente, in 1702 the governor of the captaincy of Rio de Janeiro determined that goods could only enter the Colony through the city of Rio de Janeiro and then head towards Paraty, from where they would continue to to Minas Gerais along the old indigenous trail, now paved with irregular stones, which became known as Caminho do Ouro. From the 17th century onwards, there was an increase in the cultivation of sugar cane and the production of brandy. Production was so high that the expression “Parati” became synonymous with cachaça.

However, Paraty is much more than just a small historic city. Coasted by mountains covered in the dense green of the Atlantic forest, the city is surrounded by Parks and Ecological Reserves, making the region one of the most preserved in Brazil. There are more than 60 islands and 90 beaches in Paraty, most of which are only accessible by boat or trails. The beaches of Trindade are an attraction in themselves: in February 2009, the federal government delimited

Praia do Meio, in

The hotel chain is made up of small inns, many of them located in the Historic Center, which is where people walk, as cars are not allowed there. It has an architectural complex that is a testament to the colonial period, one of the best preserved complexes of this style. The Caminho do Ouro, sections of which are registered as an Archaeological Site by the National Historical and Artistic Heritage Institute (IPHAN), built between the 17th and 19th centuries, based on trails from the Guaianazes Indians. The Perpetual Defender Fort, built to defend and protect Paraty. Saco de Mamanguape, a

place of scenic beauty and environmental richness in Paraty, is one of the most desired places to visit.

In addition to the places mentioned, there are many others with architectural, artistic, scenic, natural and cultural value. The places to taste and try some of Paraty’s gastronomy are the cafes, bars, restaurants and bistros, where you will find typical sweets from the city. The cuisine is based on fish and seafood, prioritizing local products produced by traditional communities and organic agriculture.

Flip 35 EDIÇÁO 66 rota viva 66.indd 35 04/06/2024 08:32:05

Held since 2003, the Paraty International Literary Festival (FLIP) is attended by national and foreign writers who participate in lectures and debates in historic buildings or in tents set up in the streets.

Each year, FLIP is dedicated to the memory of a great writer who has died. Among others, Vinícius de Moraes, Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Jorge Amado, Nelson Rodrigues, Machado de Assis, Manoel Bandeira, Gilberto Freyre and Millôr Fernandes have already been honored.

Several other cultural events also take place in Paraty, such as: Festival da Pinga; Feast of the Divine Holy Spirit; Feast of Our Lady of Remedies; Feast of Santa Rita; Parati in Focus; Rio-São Paulo Street Theater Show; Sacred Music Festival; Festa do Divino Espírito Santo (cultural heritage of Brazil); Cachaça Festival; Street Theater Meeting; Carnival; International Photography Festival; Ceramists Meeting; Mimo music festival; Bourbon Festival; Tollosa and Paraty Eco Festival.

Other attractions

Fountain of Pedreira - at the entrance to the city, in marble, it was started in 1851 and inaugurated in 1853 by councilor Luís Pedreira do Couto Ferraz, then president of the province of Rio de Janeiro, who, on the occasion, drank, in a golden cup, the its first waters.

Sobrado dos Bonecos e Passos da Paixão - located on Rua Tenente Francisco Antônio, with its eaves made of ceramic tiles.

Former Public Prison - currently, it houses the municipality’s Department of Culture, Tourism and Sports and the Historical and Artistic Institute of Parati.

Rua do Fogo - is one of the few streets in the city that retains its original name. It connects one of

the corners of Largo de Santa Rita to Rua Maria Jácome de Melo.

Rua Dona Geralda - Geralda Maria da Silva was born in Parati in 1807. Benemérita, she inherited a great fortune from her father, which local legend associates with the discovery of a pirate’s treasure.

Mercado do Peixe - located on the seafront, selling vegetables and fruits.

Main Churches of Nossa Senhora dos Remédios, Santa Rita de Cássia, Nossa Senhora do Rosário and São Benedito, Nossa Senhora das Dores

Emperor’s Square

Colonial townhouses

Santa Casa de Misericórdia de Parati

Forte Defensor Perpétuo and Casa da Pólvora - the fort houses the Center for Arts and Popular Traditions of Parati.

Capela da Generosa - located in Beco do Propósito, on the banks

of the Perequê-açu River, where Teodoro, a freed former slave, drowned, who dared to fish there on a Good Friday.

Oratory of Santa Cruz das Almas - also known as Oratory of Santa Cruz dos Enforcados, is located on the old path to the pillory.

Engenho da Muricana

Boa Vista Mill. The old steam mill became famous for its spirits, such as Azulina, produced in a clay still and distilled with tangerine leaves.

Engenho do Bom Retiro - in 1908, its brandy received a gold medal at the National Exhibition Commemorating the 1st Centenary of the Opening of Brazilian Ports.

Guarani villages of Araponga and Parati Mirim - are located on the outskirts of the city. To visit, an authorization is required from the National Indian Foundation post located in these villages.

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Igreja N. S. das Dores
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AQUIRAZ

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Aquiraz é um município brasileiro no litoral do estado do Ceará, Região Nordeste do país. Pertence à Região Metropolitana de Fortaleza. Sua população estimada em 2022 foi de 80 243 habitantes.

Situada a 32 km de Fortaleza, a cidade de Aquiraz guarda em suas raízes as tradições indígenas e do colonizador europeu, não esquecendo os marcantes traços da cultura africana espalhados em todo município.

A então vila foi criada pela ordem régia de 13 de fevereiro de 1699, efetivamente instalada em 27 de junho de 1713. Tornou-se, portanto, sede administrativa da capitania do Ceará Grande até o ano de 1726, ou seja, foi capital do Ceará até o ano de 1726, quando a capital foi transferida para Fortaleza.

História

A história de Aquiraz mistura os primeiros habitante destas terras, os índios potyguara e outras tribos pertencentes ao tronco tupi como os jenipapo-kanyndé, com os portugueses religiosos e militares que vieram habitar esta região.

Aquiraz é conhecida como “a primeira capital do Ceará”. Em seu perímetro central, situado em torno da bucólica praça Cônego Araripe, que tem traçado de missão jesuítica, encontram-se as principais edificações de interesse histórico arquitetônico do local. Entre elas, podemos citar a imponente Igreja Matriz de São José de Ribamar, construída no século XVIII. Destaca-se no nicho central do altar-mor a imagem do padroeiro São José de Ribamar.

Outro monumento importante é a antiga Casa de Câmara e Cadeia iniciada no século XVIII e concluída no ano de 1877. Atualmente, o prédio sedia o Museu Sacro São José de Ribamar, fundado

em 1967, sendo considerado o primeiro museu sacro do Ceará e o segundo do Norte-Nordeste. Seu acervo compõe-se de mais de 600 peças de caráter religioso datadas dos séculos XVII , XVIII e XIX, alusivas à fé do povo cearense. O antigo sobradão tem sua arquitetura original bastante conservada

O Mercado da Carne, hoje Mercado das Artes, século XIX, outrora centro comercial da cidade, impressiona o visitante pela particular técnica de construção, que prima pelo uso da carnaúba e do tijolo adobe. Os antigos pontos

comerciais, situados na parte externa, foram durante décadas o coração do comércio da cidade, fato que perdurou até o tombamento do prédio em 1988.

A Casa do Capitão-mor é um raro exemplar do casario setecentista do estado. Conhecida também como casa da Ouvidoria, nome do primeiro núcleo judiciário do Ceará, o singelo edifício é feito com paredes de pau-a-pique, reforçada com amarras de couro de boi, uma referência material ao ciclo econômico das charqueadas, que predominou na região durante o século XVIII

Aquiraz e Beach oark
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Aquiraz

Os jesuítas que permaneceram por 32 anos (1727-1759), fundaram no local, hoje chamado “sitio colégio”, o famoso “Hospício dos Jesuítas”. Hospício, no linguajar da época, significava “posto de hospedagem

A residência apostólica também abrigou o primeiro centro de ensino do estado e seu primeiro seminário, constituindo-se num dos únicos polos difusores da cultura daquele tempo. O que restou do extinto estabelecimento são apenas as ruínas da antiga capela de Nossa Senhora do Bom sucesso, construída em 1753. Há ainda quem acredite numa famosa “maldição”. Segundo a lenda, quando os jesuítas foram expulsos, eles profetizaram que um dia o mar haveria de passar sete metros acima das torres da igreja matriz, espalhando o caos por toda a vila. Todos os bens da ordem foram confiscados, porém reza a tradição que parte dessas riquezas permanece escondida em algum recanto daquela velha habitação.

A riqueza da aristocracia portuguesa de outrora ainda permanece a vista nas ruas do centro de Aquiraz, onde suntuosos casarões remetem aos modelos arquitetônicos de Portugal e do sertão..

Turismo

Atualmente, Aquiraz possui o segundo maior parque hoteleiro do Ceará, segundo dados da Secretaria Estadual do Turismo.

Os principais atrativos naturais são os seus 36 km de praias (Porto das Dunas, Prainha, Praia Bela, Praia do Japão, Praia de Marambaia, Presídio, Iguape, Barro Preto e Batoque). A sede do município é guardiã de um rico patrimônio histórico, colocando o município em lugar de destaque no cenário nacional.

Sua ocupação inicial era de casas de veraneio, dada à proximida-

de de Fortaleza. Recentemente, Aquiraz tem recebido investimentos privados de pequeno, médio e grande porte, e o poder público tem investido em projetos de infra-estrutura e qualificação da mão-de-obra, com o objetivo de preparar o município para a demanda crescente de turistas. Vale destacar também o empenho da Secretaria de Turismo do município em organizar toda a cadeia produtiva que se beneficia do turismo, atraindo eventos importantes e sendo protagonista da principal regata de jangadas do Estado, agregando cultura e arte - o Navegarte.

Cultura

Os principais eventos são: Festejos do Coo-padroeiro São Sebastião. Suas comemorações são realizadas no mês de janeiro, na praça matriz da cidade; São José de Ribamar, o padroeiro. Suas comemorações são realizadas no mês de Março, também na praça matriz da cidade; Festa de São Francisco de Assis Porto Das Dunas; Feira Metropolitana do Artesanato;

casa do Capítáo mor
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Ilha

Festa de Nossa Senhora dos Navegantes; Festival de Dança do Coco.

Beach Park

Localizado em Aquiraz, o Beach Park é hoje uma das principais atrações turísticas do Ceará. O empreendimento tomou uma forma tão grande que já não é apenas um parque aquático e sim um destino turístico completo — muitas pessoas viajam para a região exclusivamente para aproveitar a estrutura do Beach Park e seus hotéis. O complexo conta atualmente com 3 resorts e um hotel, todos eles nas proximidades do parque aquático. Além disso, o empreendimento tem também uma barraca de praia que serve um caranguejo muito famoso na cidade, lojinhas e restaurantes abertos ao público, tudo isso com a facilidade de estar à beira-mar, em frente à praia de Porto das Dunas, que tem um mar maravilhoso!

Ytacaranha Park

Ainda em Aquiraz, o Ytacaranha Park é um dos maiores empreendimentos turísticos da região. Possui mais de 40 hectares de área verde preservada, além de contar com diversas atrações para todas as idades. A principal atração do parque é o complexo aquático, com mais de 6.000 m² de piscinas, além de tobogãs, rios artificiais, parquinho aquático e outros dispositivos de água.

O parque ainda oferece outras atrações, como trilha ecológica, arvorismo, paintball, futebol de sabão, área de lazer e muito mais. Tudo isso, em meio a uma deslumbrante paisagem natural, com vista para a Serra de Aratanha. O parque conta ainda com uma estrutura completa de serviços, incluindo lanchonetes, restaurantes e lojas de souvenirs.

barracas de praia
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Centro de artesanato Rio Pacoty

AQUIRAZ

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Aquiraz is a Brazilian municipality on the coast of the state of Ceará, in the Northeast region of the country. It belongs to the Metropolitan Region of Fortaleza. Its estimated population in 2022 was 80,243 inhabitants.

Located 32 km from Fortaleza, the city of Aquiraz keeps indigenous and European colonizer traditions in its roots, not forgetting the striking traces of African culture spread throughout the municipality.

The then town was created by royal order of February 13, 1699, effectively installed on June 27, 1713. It therefore became the administrative headquarters of the captaincy of Ceará Grande until 1726, that is, it was the capital of Ceará until 1726, when the capital was transferred to Fortaleza.

History

The history of Aquiraz mixes the first inhabitants of these lands, the Potyguara Indians and other tribes belonging to the Tupi trunk such as the Jenipapo-Kanynde, with the religious and military Portuguese who came to inhabit this region.

Aquiraz is known as “the first capital of Ceará”. In its central perimeter, located around the bucolic Cônego Araripe square, which has the layout of a Jesuit mission, there are the main buildings of historical architectural interest in the place. Among them, we can mention the imposing Igreja Matriz de São José de Ribamar, built in the 18th century. The image of the patron saint São José de Ribamar stands out in the central niche of the main altar.

Another important monument is the old Chamber and Jail House, which began in the 18th century and was completed in 1877. Currently, the building houses the São José de Ribamar Sacred Museum, founded in 1967, and is considered the first sacred museum in Ceará and the second from the North-Northeast. Its collection consists of more than 600 religious pieces dating from the 17th, 18th and 19th centuries, Ytacaranha

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alluding to the faith of the people of Ceará. The old townhouse has its original architecture well preserved.

The Meat Market, today the Arts Market, 19th century, once the city’s commercial center, impresses the visitor with its particular construction technique, which excels in the use of carnauba and adobe brick. The old commercial points, located outside, were for decades the heart of the city’s commerce, a fact that lasted until the building was listed in 1988.

The Captain-Major’s House is a rare example of the state’s 18th century houses. Also known as Casa da Ouvidoria, the name of the first judiciary nucleus in Ceará, the simple building is made of wattle and daub walls, reinforced with ox leather ties, a material reference to the economic cycle of charqueadas, which predominated in the region. during the 18th century

The Jesuits, who remained for 32 years (1727-1759), founded the famous “Hospício dos Jesuítas” in the place, today called “Sitio Colégio”, the famous “Hospício dos Jesuítas”. Hospice, in the language of the time, meant “hospice

The apostolic residence also housed the state’s first teaching center and its first seminary, becoming one of the only centers for disseminating culture at that time. What remains of the extinct establishment are just the ruins of the old chapel of Nossa Senhora do Bom Sucesso, built in 1753. There are still those who believe in a famous “curse”. According to legend, when the Jesuits were expelled, they prophesied that one day the sea would pass seven meters above the towers of the main church, spreading chaos throughout the village. All of the order’s assets were confiscated, but tradition has it that part of these riches remains hidden in some corner of that old house.

The wealth of the Portuguese aristocracy of yesteryear still remains visible in the streets of the center of Aquiraz, where sumptuous man-

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Centro de Rendeiras Museu sacro

sions resemble the architectural models of Portugal and the hinterland. ourism

Currently, Aquiraz has the second largest hotel park in Ceará, according to data from the State Department of Tourism.

The main natural attractions are its 36 km of beaches (Porto das Dunas, Prainha, Praia Bela, Praia do Japan, Praia de Marambaia, Presídio, Iguape, Barro Preto and Batoque).

The municipality’s headquarters is the guardian of a rich historical heritage, placing the municipality in a prominent place on the national scene.

Its initial occupation was summer houses, given its proximity to Fortaleza. Recently, Aquiraz has received small, medium and large private investments, and the public authorities have invested in infrastructure and workforce qualification projects, with the aim of preparing the municipality for the growing demand from tourists. It is also worth highlighting the commitment of the municipality’s Tourism Department to organize the entire production chain that benefits from tourism, attracting important events and being the protagonist of the main raft regatta in the State, adding culture and art - the Navegarte.

Culture

The main events are:

Celebrations of the patron saint São Sebastião. Its celebrations are held in the month of January, in the city’s main square;

São José de Ribamar, the patron saint. Its celebrations are held in March, also in the city’s main square;

Feast of Saint Francis of Assisi Porto Das Dunas;

Metropolitan Crafts Fair;

Feast of Our Lady of the Navigators; Coconut Dance Festival.

Beach Park

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Located in Aquiraz, Beach Park is today one of the main tourist attractions in Ceará. The development has taken on such a huge form that it is no longer just a water park but a complete tourist destination — many people travel to the region exclusively to enjoy the Beach Park structure and its hotels. The complex currently has 3 resorts and a hotel, all of them close to the water park. In addition, the development also has a beach shack that serves a very famous crab in the city, shops and restaurants open to the public, all with the ease of being on the seafront, in front of Porto das Dunas beach, which has a wonderful sea!

Ytacaranha Park

Still in Aquiraz, Ytacaranha Park is one of the largest tourist developments in the region. It has more than 40 hectares of preserved green area, as well as several attractions for all ages. The park’s main attraction is the aquatic complex, with more than 6,000 m² of swimming pools, as well as slides, artificial rivers, a water playground and other water features.

The park also offers other attractions, such as an ecological trail, tree climbing, paintball, soap football, a leisure area and much more. All of this, amidst a stunning natural landscape, overlooking the Serra de Aratanha. The park also has a complete structure of services, including snack bars, restaurants and souvenir shops.

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