Meia-noite
Autoras: Ana Clara Mariano Santos Luana Biondi Gama Luisa Nunes de Lacerda Maria VitĂłria F. Macedo
7° A
Meia-noite Lembro claramente da primeira vez que o vi... Tinha um olhar frio, cicatrizes por todo corpo, pelo preto como carvão, olhos vermelho cor de sangue. Lembro-me da minha mãe acordando com meu choro, e mesmo me esforçando para esquecer, eu me lembro do sangue espalhado pela casa. Todos se lembram de uma criança com o pijama ensanguentado acordando a vizinhança com seu choro desesperador. Parece que depois daquele dia ninguém mais dessa cidade conseguiu ter um sono tranquilo. Passei minha vida inteira sendo mal falada, mal olhada e mal amada. As pessoas não me achavam normal, me viam como uma espécie de demônio, e quanto mais olhavam torto para mim, mais raiva daquele animal indefinido que apenas eu vi ia crescendo. Meu objetivo de vida era matá-lo. Na noite passada, eu estava andando pelas ruas daquela cidade pequena do interior e senti que a noite estava mais escura que o normal, já estava tarde e só havia eu naquela avenida silenciosa (pelo menos era o que pensava). Cheguei a minha casa, o relógio marcava 23h54min, quando comecei a sentir alguns calafrios. Fui tomar um banho, mas a água tinha acabado. Resolvi só colocar um pijama velho de ceda e dormir. Antes de me deitar, fui até a cozinha apagar a luz, o relógio já marcava 23h57min. Ouvi algo na minha porta, semelhante a uma unha rasgando a madeira. 23h58min senti um estouro vindo do teto e a luz se apagou. No desespero, abri a primeira gaveta e peguei uma faca grande. 23h59min vi a porta se abrir e fiquei lá, parada, hipnotizada naqueles olhos vermelhos. Após poucos segundos o corpo peludo enorme dele foi para cima de mim, 00h00min, enfiei
a faca no peito dele e senti a pele quente esfriar. Era aquilo mesmo? A garotinha medrosa de pijama ensanguentado estava mais uma vez na rua, mas dessa vez ela não estava chorando. Autoras: Ana Clara Mariano, Luana Gama, Luisa Nunes e Maria Vitória F. Macedo – 7° A.