Revista Très #21 - Abril.Maio

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DA REDAÇÃO

PO

DA

N I A

S

empre que definimos o tema da revista, pego-me completamente fascinada por tudo que está a minha volta e traz à tona reflexões sobre o assunto. Detalhes, que no decorrer (ou melhor, correr) do dia a dia podem passar despercebidos, tornam-se atrativos e ganham a minha atenção. Nesta edição, a sensação que tive é que precisei despertar para o tema. Como se uma voz (a la Cid Moreira) sussurrasse em meu ouvido num tom de sabedoria e exigência: "É minha filha, o tempo não para…" Tipo, acorda! Foi aí que os ponteiros começaram a andar, produção da revista a mil, e eu passei a refletir sobre como estamos nos saindo na tentativa de cronometrar o relógio chamado vida. Anos, meses, dias, horas, minutos, segundos… Passos curtos ou largos? Em qual velocidade? Para quem? Por quem? Fazemos parte de uma geração em que é preciso estar sempre "online". O status "na correria" faz a maioria se sentir útil e importante, dando brecha para a eterna insatisfação e compulsão por querer sempre mais, precisamos estar toda hora em ação ou em busca, enquanto momentos de tempo livre trazem a sensação de culpa e o pouco que nos resta, gastamos

M E T

desejosos da aprovação alheia, linkados ao mundo virtual. Percebi isso, de fato, mês passado quando fui ao show do Nando Reis. Ingressos esgotados, lugar lotado, todos ansiosos para assistir ao ruivo cantarolar… Ele estava lá, ao vivo, e o que mais se via eram pessoas com os celulares nas mãos. As telas dos smartphones brilhavam por todos os cantos. Tudo para "registrar" o momento em vez de vivenciá-lo? Para "jogar" nas redes sociais? Em vez de definitivamente "curtir isso"? Confesso, também caí em tentação, mas o Cid voltou a sussurrar: "Não é hora para isso". Obedeci. Se continuarmos nesse ritmo, teremos que acordar cada dia mais cedo, dormir cada dia mais tarde, trabalhar mais, descansar menos. Mas já que não dá pra largar tudo e vender coco na praia, sugiro uma trégua para aquele que é protagonista da sua história. Cuide-se! Equilibre o temporal com o atemporal. Valorize o seu tempo e priorize o que não é passageiro. Sintonize mente, corpo e espírito. Afinal, felicidade mesmo é não saber que horas são. "Não há tempo que volte, amor Vamos viver tudo o que há pra viver Vamos nos permitir" (Lulu Santos) Desejamos uma ótima leitura :)

Amanda Carvalho


PRUDENSHOPPING - 18.3223-6335 F E L Í C I O TA R A B AY, 4 6 2 - 1 8 . 3 9 0 3 - 9 6 2 6 PRESIDENTE PRUDENTE - SP


TRÈS NO INSTAGRAM De um lado, proteção, orgulho e amor incondicional. De outro, carinho e gratidão infinitos. Mães e filhos constroem ao longo dos anos uma relação de confiança, compreensão e sentimento mútuo. Com o tema “amor de mãe”, muitos participantes do concurso da Très no Instagram marcaram suas fotos com a hashtag #instatres_amordemae, e foram selecionadas sete imagens que traduzem de forma especial esse laço familiar tão forte. O resultado é esta linda galeria. Fique atento ao próximo concurso e participe!

@camilassadq Camila Assad Quintanilha, 25 anos, estudante

@revistatres

@lmikaota Lana Mika Ota, 23 anos, estudante de Arquitetura e Urbanismo

@samara_nogueira Samara Nogueira, 22 anos, publicitária e fotógrafa

@jmoraisbhz Janaína Morais, 35 anos, fotógrafa e administradora de empresas

@carolinajmedeiros Carolina Medeiros, 15 anos, estudante

@pat_tenorio Patrícia Tavares Soares Tenório, 28 anos, enfermeira

@gutotrindade Guto Trindade, 47 anos, empresário



COLABORADORES DO MÊS

GABIH VEIGA

CARLOS CASTILHO

Apaixonada por livros,

Amante nato da fotogra-

AUGUSTO MORETTI DE BARROS

DENISE FÁVARO DO CARMO

filmes, fotografia e tudo que

fia, o juiz Carlos Castilho

Cursando o último ano da

Formada em Psicologia

remete ao mundo fashion,

encontrou nesse hobby uma

graduação em Letras pela

Clínica e especialista na

Gabriela Veiga tem 25 anos,

grande paixão (sorte nos-

UNESP de Assis e também

área de Saúde pela UNESP,

é maquiadora e estudante de

sa!). Nesta edição, através

pesquisador na área de

Denise deu uma pausa entre

Design de Moda.

da técnica “Infrared”, ele

Linguística Aplicada. Fez

uma consulta e outra, doan-

compõe uma linda galeria

intercâmbio na Argentina

do um pouquinho do seu

em nossas páginas. Confira

durante seis meses, país que

tempo para escrever para a

na seção Ensaio Fotográfico.

inspirou a seção Explore.

Très sobre um assunto que

Confira na página 94 a dica

afeta grande parte da popu-

desta edição: Mendoza.

lação: a correria do dia a dia.

Entre em contato com a nossa redação (18) 3222-0435 ou envie um e-mail : contato@revistatres.com.br

Saiba mais na seção Saúde.

Central de Assinaturas: (18) 99101-4463 Departamento Comercial: (18) 99645-2225 Todas os textos e imagens utilizados em nossas matérias são cedidas e de responsabilidade de seus autores ou representantes do conteúdo. Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução parcial ou total sem autorização.

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Colaboradores FIXOS 01-Danuza Azevedo 02- Iara Valiente 03- Fernanda Cantero

· Publicação: Grupo Très - Amanda Carvalho e Thyane Brito · Jornalista Responsável: Priscila Nascimento · Redação: Violeta Araki · Revisão de texto: Lucas Miolla · Fotografia: Estúdio Triz · Departamento Comercial: Camila Buchler · Proj. Gráfico e Direção de Arte: Daniel F. Luizari Agência ID Design

04- Henrique Chagas 05- Maristela Coimbra 06- Luiz Dalle 07

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07- Eliane Gushiken 08- Priscila Nascimento 09- Violeta Araki 10- Priscyla Poll 11- Camila Galindo

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12- Valéria Coelho



SUMÁRIO 92

ESCUTE ENTREVISTA EXCLUSIVA COM ANA CAÑAS

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BATE-PAPO BRUNO LINS

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EDITORIAL DE MODA MOVIMENTO FASHION

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ESPECIAL TEMPO, UM LUXO POSSÍVEL? FAMOSO QUEM DONIZETE RODRIGUES DA MATA

MODA 37ª SPFW

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POLÍTICA COPA NO BRASIL

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SAÚDE PAREMOS O TEMPO

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GASTRONOMIA GASTRONOMIA MOLECULAR

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RÉSUMÉ ISADORA MARTINS

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VITRINE ELAS MERECEM

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ENSAIO ESPECIAL HOMENAGEM DE DIA DAS MÃES

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VITRINE RELÓGIOS

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COLUNA SOCIAL BONJOUR

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COBERTURA MORANA

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EDITORIAL GOLD MIX SEMI JOIAS E ACESSÓRIOS

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ENSAIO FOTOGRÁFICO LUZ DE SONHO

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HARDECOR TUDO NOVO DE NOVO

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ARQUITETURA ATEMPORAIS

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ASSISTA

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LEIA

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EXPLORE MENDOZA, UMA BELA SURPRESA DA ARGENTINA

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COLUNA SOCIAL BONSOIR

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AU REVOIR GOTINHAS DE RETICÊNCIAS

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UM POUCO + ARAMO

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GOLF PLAY

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TROPEIRO GRILL

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PHILIPE LOURENÇÃO

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POSTO LALA

Foto Capa: Estúdio Triz

CURIOSITÉS MINUTOS PRECIOSOS MULHER FORTE LUCINHA ARAÚJO

Tiragem: 3000 exemplares



ESPECIAL

por: Violeta Araki - Fotos: Estúdio Triz - ILustrações: Sidnei Peretti

TEMPO

UM LUXO POSSÍVEL? DENTRO DAS CASAS, ESCRITÓRIOS, FÁBRICAS, CORPORAÇÕES, O MUNDO SEGUE O SEU CURSO NATURALMENTE, UM CURSO VELOZ E DINÂMICO, ENQUANTO LÁ FORA AS ESTAÇÕES MUDAM E NINGUÉM VÊ, POIS TODO MUNDO ESTÁ OCUPADO DEMAIS CORRENDO...

O

vento levou o tempo. Para onde foi o tempo? Essa é a resposta que todos nós queremos achar no meio de um cotidiano que parece tanto mais tumultuado quanto mais despejamos afazeres nele. Sentimos os prazos apertarem contra as 24 horas do dia. Vamos ficando cada vez mais espremidos entre os números do relógio e assistimos, frustrados, à qualidade de vida escapar entre as agendas lotadas, os mil lembretes colados no computador, a caixa de e-mails cheia e as tarefas que se acumulam, inevitavelmente, para o dia seguinte. Será que estamos travando uma luta absolutamente desigual? Dá para vencer o tempo ou só retardar a derrota?

16_ REVISTA TRÈS #21

SOMOS UM OU SOMOS VÁRIOS? Quantas vezes não dá a impressão de que estamos fazendo tudo ao mesmo tempo? E sempre com os minutos contados, correndo, correndo, correndo. Essa simultaneidade de obrigações e falta de tempo para o que gostaríamos de fazer é explicada por muitos especialistas pelo aumento significativo de funções das pessoas na contemporaneidade. Elas começaram a “ter” que ser mais do que eram períodos atrás, como

aponta o professor de Sociologia e doutorando em Educação, Wagner Caetano. “Isso é facilmente verificável nas escolas, por exemplo. Hoje, um professor que apenas ensina não é mais suficiente. É preciso alguém que, além de construir conhecimento, também eduque e ensine valores morais. Dessa forma, a escola adquiriu funções que antes eram da família”, afirma. Com uma rotina bastante corrida, a médica Caroline Simioni, 32 anos, frequentemente se desdobra em várias e divide as 24 horas do seu dia entre o filho Enrico, de seis anos, a pós-graduação, o consultório, docência na área clínica e plantões em hospitais, duas vezes por semana. Parece que em algum momento, a conta do relógio não fecha e, de fato, acontece de ter que passar 36 ou 48 horas fora de casa, quase sem dormir. “Mas o que me encanta na profissão é que posso ajudar as pessoas, ainda mais em momentos tão frágeis”, diz Caroline. “E também penso que esta correria é período de investimento para o resto da vida. Se neste momento estou batalhando um pouco mais é para daqui a uns anos estar tranquila”, completa. Todas as horas livres são dedicadas ao filho. Mesmo à noite, senta ao seu lado para ajuda nas tarefas da escola e conversar.


Umas horas a mais no relógio aliviariam a rotina da médica Caroline Simioni, que se divide entre o filho, plantões, consultório, pós-graduação e docência #21 REVISTA TRÈS _17


ESPECIAL

“Ainda que curto, tento fazer desse tempo o mais proveitoso possível”, afirma. Caroline já até excluiu seu perfil do Facebook para não desperdiçar nenhum segundo com coisas que não lhe acrescentariam muito e diz que hoje procura usar a internet para se atualizar na profissão. Se a médica pudesse esticar o relógio, ela sabe muito bem o que faria com essas horas extras. “Acrescentaria mais tempo para as atividades que já faço no dia a dia, como ficar com o Enrico, praticar atividade física e estudar”.

TRABALHO X TODO O RESTO A cobrança por uma produtividade cada vez maior se choca com o limite de nossa capacidade de produzir. Prazos inadiáveis tomam cada segundo da jornada e, não raro, fazem-na se estender até a madrugada, roubando as poucas horas de sono restantes. Além de desempenhar bem a função, é preciso estar constantemente atualizado para acompanhar as rápidas mudanças do próprio campo profissional. O homem se vê, então, escravo daquilo que faz, sem conseguir direcionar energia para outras áreas da vida que também precisam de atenção, como a social e afetiva.

O trabalho, em si, não deveria constituir um mal que não permitisse a exploração da criatividade nem barrasse o desenvolvimento cultural do indivíduo. É isso o que defende o sociólogo e filósofo italiano Domenico De Mais no livro ‘O ócio criativo’. Bem diferente de desocupação, ele o associa ao ofício que “consegue simultaneamente criar riqueza, conhecimento e bem estar”. O docente Wagner Caetano compartilha a mesma opinião e indica que o tempo exclusivo que dedicamos ao trabalho gera um grande déficit pessoal. “Posso ser muito bom no que faço, mas de que adianta se não estou conseguindo me relacionar com ninguém, não estou vendo meu filho crescer nem cumprir outros papéis que provavelmente me ajudariam a viver melhor e mais feliz?”, questiona.

O TRABALHO, EM SI, NÃO DEVERIA CONSTITUIR UM MAL QUE NÃO PERMITISSE A EXPLORAÇÃO DA CRIATIVIDADE NEM BARRASSE O DESENVOLVIMENTO CULTURAL DO INDIVÍDUO

NA VELOCIDADE DA REDE Para alguns profissionais, o tempo é curto e a pressão é grande, como no caso dos jornalistas de veículos online. Pedro Mathias, 26 anos, coordenador do G1 Presidente Prudente e Região, que 18_ REVISTA TRÈS #21

o diga. No comando de uma equipe de mais quatro pessoas, que produzem conteúdo diariamente durante 14 horas ininterruptas, naturalmente a correria e a mudança rápida de foco são bem comuns por conta da dinâmica da internet. “Acredito que apurar e escrever com rapidez são os maiores desafios, mas a prática ensina bastante e faz com o tempo não seja mais inimigo”, diz. Na redação em que Pedro trabalha há uma média de quatro matérias por período para cada jornalista e a meta é postar no mínimo uma por hora. Ele observa que a pressa não é só do jornalista, também é do internauta. Quem consome notícias online entra no site para buscar o que acabou de acontecer e quer receber instantaneamente informações e atualizações. “Se as pessoas não encontrarem o que procuram na hora, partem para outra página”. Mas agilidade só não basta, segundo ele. É preciso conciliar rapidez e qualidade. Considerando cinco minutos a mais para que o assunto seja completamente checado, é preferível usar esse tempo para evitar o risco de dar informações erradas ao internauta. Claro que se houvesse mais tempo o trabalho seria feito de forma mais confortável, porém, como o


Parar o relógio para apurar mais e escrever melhor é o desejo de vários jornalistas, mas a prática deu a Pedro Mathias agilidade no meio online #21 REVISTA TRÈS _19


ESPECIAL

jornalista mesmo reconhece, na internet é preciso ser ágil. “Não dá para esperar as coisas acontecerem ou caírem no colo”.

DE OLHO NO LANCE Em uma narração esportiva do prudentino Marcelo Sanches, 30 anos, não há tempo para comer bronha nem espaço para a falta de emoção. “É preciso concentração e poder de improviso muito grande para lidar com o dinamismo do esporte”, observa o locutor. “Aí vem o time do São Paulo, Jorge Wagner trabalha pela esquerda, a defesa passa para o ataque, domínio do São Paulo, trabalha por fora, vai jogando o Marcelinho Paraíba, lançou a bola na direita, pra subida de Cicinho, tá liiivre, recebeu

O FUTURO NÃO É MAIS O QUE ERA? QUE FUTURO TEM UMA SOCIEDADE QUE, ATROPELADA PELA PRODUTIVIDADE, PERDE CONTATO COM A REFLEXÃO?”. JACK LONDON, AUTOR DO LIVRO "ADEUS, FACEBOOK – O MUNDO PÓS-DIGITAL"

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na direita, levou à linha de fundo, Oliveira vem pra cima dele, baaaate no Marcelo Oliveira, vai pela linha de fundo, eeeeescanteio do São Paulo que vem com tuuuuuudo”. Com 14 anos de carreira no rádio atuando, sobretudo, no jornalismo esportivo, Marcelo conta que as primeiras experiências de narração de futebol o fizeram deslanchar na atividade. Depois de partidas locais, vieram os primeiros campeonatos estaduais e brasileiros. Segundo ele, há casos em que ser muito afobado pode atrapalhar uma narração. “Às vezes o narrador está a 100 km/h e o jogo a 20 km/h. Isso é ruim porque toda essa empolgação pode atrapalhar em algum momento”. Marcelo enfatiza que o interessante em sua profissão não é ser o mais rápido, e sim conseguir transmitir com maior clareza a informação. Isso quer dizer que pronunciar mais de 100 palavras por minuto ajuda, mas só se forem suficientemente compreensíveis. Diferentemente da TV, que basta posicionar os jogadores em campo, na transmissão de rádio o profissional deve também descrever, comentar e estar com o olhar atento em 360º da partida, afinal, não há replay. Lances decisivos acontecem no calor da hora. “Se bobear, acontece o gol e você não vê”, adverte Marcelo.


O radialista e narrador esportivo Marcelo Sanches vive correndo contra o tempo para acompanhar todo o dinamismo de uma partida de futebol e passar a melhor informação ao ouvinte #21 REVISTA TRÈS _21


o Famoso

por: Violeta Araki - Fotos: Estúdio Triz

DONIZETE RODRIGUES DA MATA

NEM UM MINUTO A PERDER

Lutar contra o tempo para salvar vidas faz parte da rotina desse técnico de enfermagem há 15 anos. Em ambulâncias do SAME (Serviço de Atendimento Médico Emergencial), ele não só leva chances de sobrevivência às pessoas, mas também a certeza de que para ajudar alguém, independentemente de estar na área da saúde, é preciso sempre pensar no próximo e amar o ser humano

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Très: Como é o seu trabalho no SAME? Donizete: O meu serviço aqui é o APH, atendimento pré-hospitalar. Depois da primeira triagem no telefone 192, nos deslocamos até a vítima, prosseguimos com as aferições dos sinais vitais para saber se é um caso grave ou leve. Medimos pressão arterial, saturação de oxigênio no sangue, frequência cardíaca, etc. Essa avaliação é de extrema importância porque determinará se faremos um trajeto tranquilo ou com mais urgência. Très: Por que é importante que só um profissional treinado atenda às vítimas? Donizete: Porque nós temos capacitação para avaliar se o acidentado apresenta traumas, por exemplo. Se percebermos fraturas na coluna, imobilizamos e estabilizamos imediatamente a pessoa. Esse cuidado pode evitar que ela fique paraplégica ou tetraplégica. Très: E em situações de parada cardiorrespiratória? Donizete: A cada ano que passa, é mudado o protocolo de atendimento pré-hospitalar. Atualmente, por exemplo, não fazemos mais respiração boca a boca. Se essa vítima está com respiração longa e espaçada (chamada respiração gasping), acoplamos a ela o DEA (desfibrilador externo automático). O aparelho detecta se a pessoa precisa de terapia de choque para reanimação. E também entramos com massagem cardiorrespiratória. Très: O que é primordial em sua profissão para atender bem às pessoas? Donizete: Nesse tipo de serviço, é essencial ter o treinamento para toda a equipe e também cursos de reciclagem. Cabe a cada profissional se interessar em adquirir e renovar o conhecimento. Nesse meio, somos multiplicadores, temos que passar adiante o que sabemos. Não adianta ter a mentalidade ignorante de não querer dividir esse conhecimento com ninguém. A partir do momento em que nos capacitamos bem, podemos fazer um atendimento melhor, mais seguro, garantindo mais proteção à vítima.

Très: Ser rápido não quer dizer agir com afobação, certo? Donizete: Sim, isso fica claro no trajeto com a ambulância. Em casos de necessidade de massagem cardiorrespiratória na vítima, como são só dois profissionais dentro do veículo, tenho que alertar o motorista para diminuir a velocidade. Se ele for rápido demais, me desequilibro e não consigo realizar os movimentos. Isso pode agravar ainda mais o estado da vítima. Não adianta correr, nesses casos. No hospital, às vezes pode-se reverter essa parada cardiorrespiratória, mas nem sempre. Très: Gostaria que explicasse por que o tempo é tão determinante em sua área de atuação. Donizete: Todo o período de deslocamento até a chegada ao hospital e os procedimentos que se aplicam para prestar o primeiro atendimento à vítima são cruciais para que ela chegue às mãos dos médicos com boas chances de recuperação. Infelizmente, o trânsito é nosso inimigo. Se os motoristas não derem passagem às ambulâncias, nosso trabalho pode ser perdido. Fatores como vidro fechado, som alto e falar ao celular comprometem a percepção do condutor e prejudicam nossa evolução no trânsito. É importante ressaltar que a vítima pode ficar com sequelas gravíssimas para o resto da vida. Très: Há situações marcantes na sua trajetória profissional? Donizete: Acredito que todos devem ser tratados com respeito e atenção. Não posso esperar reconhecimento porque é minha obrigação atender às pessoas sem discriminação de cor, sexo, idade. Procuro fazer o melhor de mim, porque também sou um ser humano. Mas poderia citar que certa vez, em atendimento a uma senhora que passava mal, fui conversando com ela dentro da ambulância, e ela até estranhou a atitude. Eu disse: “Sim, vou junto, a senhora não é um pacote para ser simplesmente colocada no compartimento do carro, eu fechar a porta e ir lá na frente.” É dessa forma atenciosa que gosto de trabalhar. Não sou rico, mas coloco a cabeça no travesseiro à noite e durmo tranquilo. Sei que naquele dia de trabalho cumpri com a minha obrigação, dei o melhor de mim e fiz o que estava ao meu alcance. Essa é a minha gratificação.

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UM POUCO +

ARAMO

multi marcas

por: Violeta Araki / Fotos: Estúdio Triz

Grifes como Morena Rosa, Maria Valentina, Zinco, Practory, Nectarina, Love It e Cheroy, desejadas por dez em cada dez mulheres, já estão reunidas em um novo endereço no centro comercial de Presidente Prudente. A Aramo Multimarcas apresenta uma nova referência em moda feminina, oferecendo peças exclusivas e renomadas no mundo fashion. A loja, inaugurada em março, tem aroma de novidade e garante as melhores opções para as mulheres de bom gosto. A coleção de outono já está nas vitrines e a de inverno chegará ao final do mês, com muitas novidades. Vale a pena conferir as tendências e últimos lançamentos. Endereço: Rua Major Felício Tarabay, 474 | Fone: (18) 3916-7810

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MODA

37ª

por: Letícia Andrade - Fotos: Mkt Mix / Cedidas

SPFW

TRANSPARÊNCIA E EFEITOS METALIZADOS SÃO AS PRINCIPAIS PROMESSAS PARA A MODA NO VERÃO 2015

Brilho e paleta de variadas cores são as apostas de muitos estilistas na semana de moda em SP

E

ntramos em uma estação fria, em que os aconchegos das malhas quentes e pesadas ganham a vez no nosso dia a dia. Os sapatos também recebem sua posição de destaque nas produções de looks invernais. Mas foi em outra atmosfera: mais cool, fresh, leve, espontânea e alegre, 26_ REVISTA TRÈS #21

que a semana paulista de moda, a 37ª SPFW, Edição de Verão 2014-2015, sediada no Parque Ecológico Cândido Portinari, apresentou suas principais tendências para a época mais quente do ano. Uma estação inspirada na alegria e leveza: uma das primeiras grifes a se apresentar foi a Animale. A marca assinada pelo estilista Eduardo Pombal trouxe para a passarela inspirações das regiões Norte e Nordeste.

As cores predominantes foram o marrom, amarelo e laranja. A coleção conta com decotes, bordados e cintura marcada. Prepara-se para brilhar e aderir ao heavy metal: não apenas pelas temperaturas altas típicas da estação, mas pelas peças de efeito metalizado. Três grifes tiveram esta mesma proposta: Tufi Duek, João Pimenta, e Pat’s Pat’s. A aposta é em um look metal total, ou mesmo em peças metalizadas.


BACKSTAGE Letícia Andrade, nossa colaboradora, com a consultora de moda brasileira Gloria Kalil

Além do efeito furta-cor, que tem a promessa de ser tendência em 2015, há também as opções em tons coloridos, para quem não quer ficar apenas com looks de efeito futurista e anos 60 que a cor prata remete. Muito brilho nas peças de verão – pode apostar sem medo de errar – é uma tendência que veio para permanecer. Vida longa a essa trend – que já se firmou firmou nas passarelas internacionais. A grife Colcci recebeu a Uber Model Gisele Bündchen na passarela, tendo a inspiração para suas peças no tropicalismo brasileiro. A estilista da marca para a coleção, Adriana Zucco, aposta que o shape mais importante continua sendo o gráfico, criando uma atmosfera minimalista. A influência oriental aparece em diversas peças de modelagem ampla.

O comprimento abaixo do joelho dá um toque extra de sofisticação. A transparência continua sendo um hit da estação, a pele é revelada com muita feminilidade em recortes estratégicos nas diferentes peças, valorizando a silhueta. A cartela de cores e a primorosa escolha de tecidos, leves e naturais, remetem à estação do calor. Turquesa, índigo, uma gama de rosas (do blush ao pink), off-white e nudes são destaque. Construções novas em rendas de algodão, jacquard com estampas artísticas, maquinetados em sedas e gazar, e o couro com alto relevo de flores dão vida a essa

coleção solar. O jeans é artesanal, muitos com toque rústico. Aplicações manuais de pedras que simulam flores com desenhos gráficos conferem sofisticação para o principal segmento da marca. Listras gráficas, em diversas proporções e combinações, criam uma ruptura entre o mood romântico e um padrão mais urbano. As estampas florais são highlight, e algumas recebem aplicações de bordados manuais. Na moda praia, o hit da transparência reafirma sua força e propõe “ares sexy” nas produções. A sofisticação fica por conta dos tecidos leves, como é o caso do tule. O preto aparece predominante nas peças como hot pants – que ganharam novo ar depois de estar em alta já há tantas temporadas, além de maiôs de recortes geométricos e até um longo ultrafluído. A cartela de cores passa da clássica composição do P&B a variáveis tonalidades de verdes e dourados, ao lado de peças completamente plissadas, evidenciando romantismo. #21 REVISTA TRÈS _27


EDITORIAL DE MODA

MO VI MEN TO

n o i h s fa

Este ensaio inspira a pluralidade da mulher moderna: profissional, mãe e esposa. Com funções multiplicadas e a correria do dia a dia, ela ainda consegue ser elegantíssima! O tempo não existe pra ela: ela é o próprio tempo. Seu universo fashion pode ser básico e requintado como a padronagem de Coco Chanel, ou ousado e surpreendente nas animal prints que a moda promete para este inverno

Fotos: Estúdio Triz Amanda Carvalho e Thyane Brito Modelo: Michele Körber Modelos Infantis: Valentina e Benjamin Produção de Moda: Gabih Veiga Make / Hair: Isabella Carvalho Agradecimento: Camila Buchler 28_ REVISTA TRÈS #21


Mãe: Vestido e Trench Coat LUCIA ROTTA Bota e bolsa JORGE BISCHOFF Filhos: Look total ZERO A DOZE

LUCIA ROTTA 3903-0559 JORGE BISCHOFF 3221-3395 ZERO A DOZE 2101-3333 #21 REVISTA TRÈS _29


EDITORIAL DE MODA

Mãe: Calça flare e colete DONA MILA Acessórios MORANA Sandália DIVINO DESEJO Filhos: Look total MARMELLÊ DONA MILA 98153-1000 / 98813-6222 MORANA 3903-7823 DIVINO DESEJO 3223-6893 MARMELLÊ 3221-1588

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Joias MARISA CLERMANN Vestido DONA MILA MARISA CLERMANN 3222-9911 DONA MILA 98153-1000 / 98813-6222

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EDITORIAL DE MODA

Look BOB STORE Joias MARISA CLERMANN

BOB STORE 3221-7733 MARISA CLERMANN 3222-9911

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Mãe: Vestido LE PAPILLON Colar e brinco MORANA Bolsa EDUBOLSAS Filho: Look total ZERO A DOZE

LE PAPILLON 3995-1232 MORANA 3903-7823 EDUBOLSAS 3222-9565

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EDITORIAL DE MODA

Mãe e filha Camisas GOLF PLAY GOLF PLAY 3222-5697

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BATE-PAPO

por: Violeta Araki - Fotos: Estúdio Triz

BRUNO Lins

O QUE É UM SEGUNDO PARA VOCÊ? PARA ESTE CAMPEÃO PAN E SUL-AMERICANO NO REVEZAMENTO 4X100M, É MUITO MAIS QUE O LIMITE ENTRE A VITÓRIA E A DERROTA. PODE REPRESENTAR A GLÓRIA DE LEVAR UMA MEDALHA OLÍMPICA. O VELOCISTA ALAGOANO, QUE TREINA EM PRESIDENTE PRUDENTE, CONTA SOBRE AS VITÓRIAS NO ATLETISMO E A VIDA DENTRO E FORA DAS PISTAS

Très: Quais foram suas conquistas mais importantes? Bruno Lins: Em 2008 fui finalista no revezamento 4x100 nas Olimpíadas de Pequim. A equipe brasileira ficou em 4º lugar, um pouco frustrante porque chegamos perto do pódio e não fomos medalhistas. Já em 2011, fui campeão brasileiro dos 100 e 200 metros, bati o recorde dos 200 metros do Troféu Brasil, uma marca que não era quebrada desde 1989. Nesse mesmo ano fui finalista no Mundial de Daegu (Coreia do Sul), e campeão pan-americano do revezamento 4x100 e consegui bronze nos 200 metros. Em 2012 fui semifinalista nas Olimpíadas de Londres nos 200m e em 2013 terminei a temporada liderando o Ranking Brasileiro dessa prova. Neste ano venci junto com minha equipe a prova do revezamento 4x100 nos Jogos Sul-Americanos, no Chile, o que nos garantiu índice para o Mundial de Revezamento em maio, nas Bahamas.

36_ REVISTA TRÈS #21

Très: Como você enxerga o nível brasileiro no atletismo da atualidade? Bruno Lins: Individualmente, alguns se destacam. É muito difícil ter quatro ou cinco atletas entre os 10 melhores do mundo. Nos últimos dois anos, consegui entrar para essa seleta lista. Claro que foi um ótimo resultado, mas ainda não é o suficiente, almejo ficar entre os 5 primeiros no ranking mundial e ter chances de brigar pelo pódio. Desde que os quatro medalhistas olímpicos em Sidney pararam (Claudinei Quirino, André Domingos, Édson Ricardo e Vicente Lenilson), o atletismo passou por um processo de renovação muito longo, mas estamos batalhando e treinando forte para obter boas colocações.

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#17 #21 REVISTA TRÈS _43 _37


BATE-PAPO

Très: Quais as expectativas para as Olimpíadas de 2016? Bruno Lins: Estamos treinando forte e temos condições de trazer medalhas para o país. Competir em casa é fenomenal, a energia da torcida é fantástica. Pude experimentar um pouco dessa emoção no desafio contra o campeão olímpico Usain Bolt, em 2013. Acredito que muitos atletas vão tirar força lá de dentro só por causa do apoio da torcida brasileira.

Très: De que forma você lida com a pressão por baixar tempos e com cada vez mais frequência? Bruno Lins: A diferença entre o primeiro e o décimo atleta no ranking mundial é mínima. Por exemplo, um segundo é uma eternidade. Se eu correr 20 segundos e o outro fizer 21, chego absurdamente na frente. Para mim, para o meu esporte, é uma vida inteira, uma diferença muito grande. Por isso a preparação mental também é importante.

Très: Como a corrida entrou em sua vida? Bruno Lins: Foi bem por acaso. Eram jogos de verão na praia em Maceió, minha cidade natal. Fiz uma corrida de 100 metros e me destaquei bastante, fiquei à frente até de meninos de 18 anos, e na época tinha 12. Sempre gostei de praticar esporte, mas nunca pensei em ser profissional. Até o dia em que participei de uma seletiva dos Jogos Estudantis Alagoanos e tive bons resultados. Em 2006, fui campeão brasileiro juvenil. Na época isso despertou o interesse do Jaime Neto, técnico da seleção. Fui convidado para treinar em Presidente Prudente e desde 2007 estou por aqui.

Não é só treinar e competir. É todo um exercício mental, físico e até espiritual. É preciso estar ciente de que você treinou e vai dar o seu melhor

38_ REVISTA TRÈS #21

Très: Como foi a adaptação? Bruno Lins: Foi difícil. Sentia muitas saudades de casa, da família, dos amigos. Mas quando passou essa fase de adaptação, era 2008, ano olímpico. Treinei intensamente para conseguir índices para os Jogos de Pequim. Eu chegava em casat e pedia a Deus para ele me iluminar: “O que mais posso fazer para evoluir?” Mas entendi que estava fazendo tudo certo, era só continuar treinando. Fui o primeiro atleta da temporada a conseguir a vaga para as Olimpíadas nos 200 metros.

Très: Quando você acha que a vontade de ser o mais rápido atrapalha o esportista? Bruno Lins: O atleta tem que estar em equilíbrio constante. Não pode querer demais nem de menos. Quando vai com muito ímpeto, acaba fazendo coisas erradas. Não é só treinar e competir. É todo um exercício mental, físico e até espiritual. É preciso estar ciente de que você treinou e vai dar o seu melhor. Se ficar tranquilo e se concentrar, os resultados aparecerão.

Très: Na vida fora das pistas, você se considera uma pessoa agitada ou calma? Bruno Lins: Às vezes sou um pouco ansioso, mas a partir do momento que entro para correr, é outra história. Tenho que focar e ter tranquilidade. Antes, mesmo no cotidiano, eu queria fazer tudo rápido, achava que isso era o certo. Mas depois fui aprendendo a ter mais calma. O esporte ajuda muito a ter paciência.



POLÍTICA

por: Priscila Nascimento - Ilustração: Agência Id Design

COPA NO BRA$IL:

A MAIS CARA DA HI$TÓRIA GASTOS EXAGERADOS, OBRAS ATRASADAS, DENÚNCIAS DE SUPERFATURAMENTO. DÁ ATÉ UMA SENSAÇÃO DE QUE O MUNDIAL É A ÚLTIMA COISA QUE DEVERIA SER REALIZADA NO PAÍS. POR QUE SERÁ?

A

ssim como o Cazuza, que não foi convidado para essa festa “pobre”, também estamos a pagar sem ver toda essa Copa, e se dermos sorte, teremos energia elétrica para assistir pela televisão. Mesmo porque o ingresso mais barato, segundo a FIFA, seria de R$ 60,00, mas não ouvimos ninguém falando que foi contemplado, e o mais caro chega a quase R$ 2.000,00 (lembrando que esse é o valor oficial pela Federação). A festinha para gringo ver já chega ao custo de 28 bilhões de reais e com uma previsão de R$ 33 bilhões, quatro vezes mais cara que a Copa de 2010 e três vezes mais que a da Alemanha, em 2006. Fora a gastança desgovernada para o mundial, os brasileiros já são motivo

40_ REVISTA TRÈS #21

de chacota. Com a má fama de atrasados, seis dos doze estádios que receberão jogos já estouraram o prazo de entrega. E um deles, o mais vergonhoso de todos, o Itaquerão em São Paulo, depois da queda do guindaste que carregava a última peça, já provocou a morte de três trabalhadores, dois em novembro do ano passado e mais um em março deste ano, totalizando até agora oito mortes em acidentes nos estádios da Copa. Ainda falando da vergonha, a Arena Pantanal, em Cuiabá, já sofreu denúncias de superfaturamento na compra de cadeiras, que custaram 12 mil reais, o dobro das cadeiras da Alemanha. O estádio até pegou fogo, além de ter sofrido assaltos com troca de tiros. Há quem diga que o pior ainda está por vir. Estava previsto no projeto da Copa algumas ações para o turismo, segurança, mobilidade e saúde. Algumas não saíram do papel, para outras o investimento total não foi gasto, como no caso da segurança. Estava previsto o gasto de 1,8 bilhão, mas apenas R$ 411,6 milhões já foram contratados, e somente R$ 266 milhões efetivamente executados. A importância de projetos como esses é a esperança em algum avanço que o país receberá de legado pela festança. Será que a Copa vai ser um caos? Pode ser que sim, mas que brasileiro sabe fazer uma boa festa, isso sabe! Acostumados a deixar tudo para amanhã, depois a gente vê como vai ficar a crise energética que está batendo em nossas portas, a falta de água, o caos aéreo e a conta da festinha – uma inflaçãozinha aqui, uns impostinhos acolá, e por aí vai.


R$ 1,8 bilhão é o valor estimado em ações de melhoria na área de segurança, mas apenas R$ 266 milhões foram gastos em investimentos até agora. Estavam previstos 51 projetos para mobilidade urbana, mas apenas 35 estão na relação de obras. E somente uma está 100% concluída. Na área de telecomunicações, dos R$ 200,1 milhões de investimentos previstos pela Telebrás, apenas 38% foram executados até o início deste ano. Dos R$ 171 milhões de orçamento da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), só 39% foram desembolsados até agora.

A Copa no Brasil já chega a R$ 28 bilhões de custo total, com previsão de R$33 bilhões. É 4x mais cara que a Copa da Alemanha (2006) e da África do Sul (2010)

FIFA com os bolsos cheios

Pressa pra quê?

Com um lucro absurdo, na primeira avaliação, em 2011, a FIFA projetava uma receita de US$ 3,6 bilhões. Hoje o secretário-geral da FIFA, Jerôme Valcke, confessa que a renda superará o valor de US$ 4 bilhões, dobrando o lucro da entidade com a Copa, além da isenção de impostos em mais de R$ 1 bilhão. O lucro no Brasil é 2x maior ao que a FIFA teve com a Copa de 2006 na Alemanha e 3x o valor da África do Sul, em 2010.

• 6 dos 12 estádios que receberão jogos já estouraram o prazo de entrega.

#21 REVISTA TRÈS _41


SAÚDE

Por: Denise Cantero

PAREMOS O TEMPO QUANDO O RELÓGIO NOS ATROPELA E LEVA AO ADOECIMENTO FÍSICO E MENTAL, É HORA DE REFLETIR E BUSCAR UM EQUILÍBRIO ENTRE QUEM SOMOS, O QUE NOS É EXIGIDO E O QUE REALMENTE IMPORTA NA VIDA

Denise Cantero – psicóloga clínica, atuante na área de Abordagem CognitivoComportamental e especialista em Psicologia da Área da Saúde.

M

uitas vezes vivemos nosso cotidiano como se o relógio tivesse identidade própria, uma personalidade autônoma a nos cobrar a cada instante a fazer e viver muito mais do que nossa condição humana nos permite. A questão é que estamos mergulhados em uma dinâmica tecnológica em que as novidades se tornam rapidamente obsoletas, e somos convocados a nos atualizar sempre, tanto na aquisição de bens de consumo quanto de conhecimento. Vivemos um momento de pressa, de rapidez, de um corre-corre que nos distancia de nós mesmos. Não raro falamos e ouvimos que o dia deveria ter muito mais que 24 horas. Somos bombardeamos e cobrados a ter tudo, muito e bem rápido. Mas se desejamos aprimorar o ser, precisamos garimpar oportunidades.

COMO APROVEITAR MELHOR O SEU TEMPO 42_ REVISTA TRÈS #21

VIVENCIAR UM HOBBY

Cada indivíduo possui uma forma única de pensar e compreender a vida, mas uma rotina de pressa e de muitas atividades, em um mesmo período para uma única pessoa, acaba por padronizar o tempo subjetivo, o que leva ao adoecimento emocional. A era tecnológica induz à despersonificação, pois raras são as situações em que se respeita o tempo de cada um. Quem é você em relação ao seu tempo? Você tem o mínimo espaço de tempo necessário para exercer sua identidade na sua rotina? Reflita! No ambiente do trabalho a pressão do tempo se revela na cobrança por produção, que passa por

APROXIMAR-SE DE PESSOAS COM AS QUAIS SE SINTA BEM

DESAFIAR-SE A APRENDER COISAS NOVAS

REALIZAR TRABALHOS ARTÍSTICOS

REAVIVAR A ESPIRITUALIDADE


cima da forma particular como denominam de SPA – Síndrome cada qual se percebe produzin- do Pensamento Acelerado, do; no aspecto familiar a falta de caracterizado por uma rapidez tempo torna os membros pouco e intensidade de pensamentos tolerantes a erros, frustrações; do indivíduo, gerando sofrinas escolas o tempo padroniza- mento e prejuízo pessoal e das do exige uniformidade de com- pessoas ao redor. portamento, aprendizagem, nota. Nessa situação, não se perCito em especial as crianças, ado- cebe o tempo presente, tamlescentes e adultos diagnostica- pouco o momento vivido, mas dos (equipe interdisciplinar) com somente o tempo futuro, em Transtorno de Déficit de Atenção um estado de alerta constane Hiperatividade (TDAH). Apesar te que nosso organismo físico e da complexidade do transtorno, psíquico não tolera, levando ao em suas várias adoecimento. A ERA TECNOLÓGICA INDUZ À modalidades, A noso portador do DESPERSONIFICAÇÃO, POIS RARAS sa realidade TDAH é um SÃO AS SITUAÇÕES EM QUE SE exige que nos indivíduo que, RESPEITA O TEMPO DE CADA UM adaptemos ao em essência, tempo da vida possui um tempo diferenciado de contemporânea, mas para que compreensão dos conteúdos. essas adaptações humanas se Entretanto, quando não encon- processem, precisamos parar tra condições e espaço para pro- em pequenos intervalos diários cessar a aprendizagem com seu e observarmos detalhes simples tempo, desenvolve o que chama- do ambiente e de nós mesmos. mos de comorbidades: sintomas “[...] o que se passa é que a secundários, como baixa autoes- alma e o espírito, em toda sua tima, sensação de incompetên- dignidade e dimensão humana, cia, frustração, inferioridade que são os estados complexos e úniculminam em demais patolo- cos de um organismo. Talvez a gias graves (estresse, depressão, coisa mais indispensável que transtorno de ansiedade, trans- possamos fazer no nosso dia a torno de pânico etc). dia, enquanto seres humanos, Esse é um dos muitos exem- seja recordar a nós próprios e plos em que o ser humano ado- aos outros a complexidade, fraece emocionalmente por não gilidade, finitude e singulariter seu tempo particular res- dade que nos caracterizam.” (O peitado. Também observamos Erro de Descartes – Antonio R. um padrão de comportamen- Damásio) to derivado da pressa, correria e ansiedade. Alguns estudiosos o

INSERIR NA ROTINA PEQUENAS ATIVIDADES QUE DEEM PRAZER

CRIAR OPORTUNIDADES DE ESTAR EM CONTATO COM A NATUREZA

PERMITIR-SE MOMENTOS DE ÓCIO PARA ATIVAR A CRIATIVIDADE #20 REVISTA TRÈS _39


GASTRONOMIA

por: Camila Galindo - Foto: Arquivo

GASTRONOMIA MOLECULAR COMO NOVAS METODOLOGIAS APERFEIÇOAM E INOVAM PRATOS E BEBIDAS

A

ntes reservada à classificação de arte intuitiva, hoje a culinária já faz uso das revoluções científicas para seu aprimoramento. O tema gastronomia molecular se popularizou há pouco tempo, mas já vem sendo explorado há vários anos. Nasceu no final da década de 1980 como um movimento que estuda os processos químicos e físicos que possam ter utilidade na preparação de novos pratos. O inglês Nicholas Kurti e o francês Hervé This foram pioneiros no assunto. Unindo ciência e gastronomia, nascem novas técnicas, ingredientes e modos de preparo dentro de nossas cozinhas. No Brasil ainda não existem muitos restaurantes que utilizam dessas técnicas. Alex Atala é um dos precursores chefs brasileiros que se arriscam na gastronomia molecular em seu restaurante D.O.M., em São Paulo. Podem ser citadas as ostras empanadas com tapioca marinada e o gel de tomates verdes. 44_ REVISTA TRÈS #21

O Chef Felipe Bronze também experimenta essa linha gastronômica em seu restaurante, Oro, no Rio de Janeiro. Algumas opções do menu: camarão com chuchu, que leva também picles de legumes e vinagrete sólido de taperebá, a feijoada com bolinho de aipim com camarão, sanduíche de filé com abacaxi e ainda um refrigerante de gengibre.

MIXOLOGIA MOLECULAR Um ramo dessa linha gastronômica é a mixologia molecular, que é o processo de criação de coquetéis com o uso de agentes e materiais científicos. A técnica, que provoca espanto e curiosidade ao mesmo tempo, traz a ideia de “comer” ou “degustar” a bebida. “Esses coquetéis possuem uma grande variedade e intensidade de sabores, além de combinar aromas e texturas diferentes, criando efeitos visuais atrativos”, diz Miller Lopes Rumin, formado em Mixologia Molecular e pioneiro nessa área em Presidente Prudente. Segundo ele, um exemplo que faz bastante sucesso é o Caviar de Mojito, em que o drinque é aprisionado em esferas perfeitas, semelhantes ao caviar, mesmo. É o que se chama de “coquetel comestível”, já que explora a degustação sensorial. “Pretendo inovar o gosto e paladar prudentino, unindo a coquetelaria contemporânea e clássica com muita criatividade”, finaliza.



RÉSUMÉ 1

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9 Foto: Estúdio Triz

Isadora Martins

Com um par de tênis e muita motivação, essa personal trainer e corredora já foi longe, até o fim do mundo, em Ushuaia, a cidade mais ao sul do planeta, mais precisamente. Já participou de várias maratonas e hoje não consegue mais imaginar sua vida sem as passadas rápidas

46_ REVISTA TRÈS #21

1- Medalhas e Troféus: “Representam as con-

para a prova (risos). 6- Cartas: “São

quistas de cada prova. As mais significativas

recordações do meu pai. Ele as escrevia

foram minha primeira competição internacional

desde antes de eu nascer. Contava como

(Maratona de Berlim), a Maratona de São Paulo

se sentia em relação a mim. Tenho car-

(primeira prova de 42 km) e a primeira marato-

tas até dos últimos dias de vida dele.

na de montanha, na Patagônia. Todo mundo me

Quando preciso, elas são um refúgio.” 7-

pergunta se já corri a São Silvestre, mas ainda não

Canecas: “Comecei minha coleção com

pude participar, apesar da vontade. ” 2- Fotos: “São

uma caneca super legal que ganhei de

da corrida de montanha, na Patagônia. Naquela

uma amiga. Então o número foi aumen-

prova, apesar das condições terem sido difíceis e

tando. Sempre trago uma dos lugares

diferentes das que existem no Brasil, fui motiva-

para onde viajo. E eu uso mesmo, elas

da pelo desafio, afinal, não sabia direito o que ia

não ficam só como enfeite.” 8- iPod: “A

encontrar.” 3- Livros: “Sempre estou com um livro

música sempre me motiva porque me

de cabeceira. Tanto romances quanto os relacio-

desligo um pouco do mundo. Preciso

nados à minha profissão, como ‘Era uma vez um

de música por perto, especialmente

corredor’, presente especial de uma amiga.” 4-

nas provas mais longas, como marato-

Capacete: “Representa minha outra paixão, que

nas, em que fico quatro horas corren-

é pedalar. A bike é só por hobby atualmente, mas

do.” 9- Relógio: “Tem um GPS e em todas

foi meu meio de transporte durante muito tempo.

as corridas está junto a mim. Procuro

Hoje pedalo para desestressar.” 5- Tênis: “Meu ins-

melhorar meu tempo, encarar desafios.

trumento de trabalho. Coloco às seis da manhã e

Sou um pouco competitiva, mas princi-

só tiro às dez da noite. E há sempre aquele favorito

palmente em relação a mim mesma.”


HENRO


48_ REVISTA TRÈS #21



ENSAIO ESPECIAL

Mães

Dia das

O TEMPO PASSA RÁPIDO, MAS REALMENTE PARA QUANDO ELAS ESTÃO POR PERTO. PARECEM ADIVINHAR NOSSOS PENSAMENTOS E SEMPRE TÊM A MELHOR SOLUÇÃO PARA NOSSOS PROBLEMAS. PARA HOMENAGEAR ESSAS GUERREIRAS, A TRÈS CONVIDOU CINCO SUPERMÃES PARA UM ENSAIO CHEIO DE CUMPLICIDADE, EM QUE REVELAM O QUE A MATERNIDADE MUDOU EM SUAS VIDAS.

Fotos: Estúdio Triz (Amanda Carvalho e Thyane Brito) Make: Isabella Carvalho

50_ REVISTA TRÈS #21


Cristiane Rodrigues e Pedro Henrique

A maternidade trouxe mudanças de paradigmas, perspectivas, aspirações. Eu descobri que posso ser frágil e forte ao mesmo tempo. O Pedro Henrique me fez ver o mundo por outro ângulo. Aprendi com ele que não é preciso muito para ser feliz. Basta lançar-se para a vida. É o que ele faz todos os dias. #21 REVISTA TRÈS _51


ESPECIAL

Mariana Hirai e Liz

Costumo dizer que minha vida tomou um novo sentido quando me descobri grávida. Tudo mudou. Minhas perspectivas diante do mundo, minha fé, meu amor. Tudo foi multiplicado por mil. A Liz, sem dúvida, me transformou em um ser humano melhor, me despertou para o que há de mais especial na vida: o amor incondicional. Ela é o meu sol.

52_ REVISTA TRÈS #21


Marcela Manica e Jõao Pedro

Os valores mudaram, a fé aumentou, e a vida teve um novo sentido. É um amor incrível, que eu nem sabia que tinha para dar a alguém. "E de repente a vida te vira do avesso, e você descobre que o avesso é o seu lado certo." (Caio Fernando Abreu)

#21 REVISTA TRÈS _53


ESPECIAL

A maternidade é uma renovação e tem um efeito muito humanizador. Me fez deixar de pensar só em mim e cuidar de alguém. É o amor mais forte e duradouro existe.

Juliane Cirino e Alice

54_ REVISTA TRÈS #21


Raquel Trevisi, Pedro Henrique e Anita

A maternidade não mudou minha vida, minha vida começou pós maternidade. É a forma mais sublime do amor, que alimenta, preenche e emana. Amor que enobrece a alma.

#21 REVISTA TRÈS _55




Coluna Bonjour por: Danuza Azevedo

O jornalista e colunista social Sinomar Calmona e o filho, o engenheiro agrônomo Matheus, no Leilão Encontro da Pecuária.

O pecuarista Chico Antônio Esteves entre os filhos Paulinho e Chiquinho.

Mariana Olivatti, proprietária da Retrô, em tarde de reinauguração da loja. A prudentina Gabi Nehring realiza exposição fotográfica em São Paulo. A beleza de Mary Saraiva, Gabriela Taguti e Gabriela Lima. Marcela Marino na Times Square,

As agentes de viagens Carol Mello, da cida-

em Nova York,

de de Assis, e Amanda Arantes, representan-

nos USA.

do a Agência Mania de Viagem, de Presidente Prudente, em Isla Mujeres, em Cancun.

58_ REVISTA TRÈS #21


Fernanda Banguerard e o cantor Mariano. A dupla Munhoz & Mariano esteve em Presidente Prudente em fevereiro para gravar o 3º DVD da carreira, no Estádio Prudentão. O DVD está previsto para ser lançado ainda no primeiro semestre de 2014.

Elizabete Campos e o neto

Luciano Célio

Iago Ferruchi em tarde de

Machado na J.A.

sol em Presidente Prudente.

Eventos.

O CNA Morumbi ofereceu um pouco da tradição japonesa aos alunos e seus amigos. A festa foi regada a muito sushi, e os adolescentes se divertiram saboreando a culinária japonesa. Uma gueixa e um sushiman fizeram parte da atividade, dando vida ao espaço. Vem muito mais por aí! Na foto, os teachers Caroline Koga, Ligia Pazoti, Lucas Bravo e Isabela Benini. #17 REVISTA TRÈS _05


CURIOSITÉS

por: Eliane Gushiken - Fotos: Arquivo

Minutos

pre cio sos A sua agenda diz que na quinta você tem os seguintes compromissos: trabalho, curso de idioma e academia. Como você faria para planejar todas essas ações? Já imaginou quantas vezes consulta o relógio para controlar seu tempo? É, na maioria das vezes, em seu pulso, está concentrado o que é uma das maiores preciosidades que mede, indica, apresenta e registra o tempo: o horário. Em uma entrevista de aproximadamente três horas, Isac Sitnik, empresário do Grupo Caiado, recebeu a Très para apresentar o universo dos relógios

Horário: “A preocupação com o tempo começou a existir quando os homens evoluíram e começaram a morar em cavernas. O homem saía para caçar e queria ter uma visão de a que horas começava a anoitecer para voltar”.

Primeiro relógio: “O primeiro relógio (uma torre) para o público que se tem notícia surgiu em uma cidade italiana, por volta de 1300. A intenção era mostrar a noção do tempo. Por volta de 1500 começaram a construir os primeiros relógios para colocar nas mesas e mais tarde evoluíram ao fabricar peças em miniatura para guardar no bolso”.

Brasileiro: “Santos Dumont é uma das pessoas que contribuíram para a criação do relógio de pulso. Ele fazia vários experimentos com balões e sentia a necessidade de calcular o tempo por causa do vento. Pediu para um colega da Cartier conceber um relógio para usar no pulso, pois assim não teria que tirar o relógio do bolso e olhar para ele”. 60_ REVISTA TRÈS #21


Complicações: São dispositivos presentes no relógio e que apresentam outras funções além das horas. Um relógio que possui a equação do tempo é acompanhado de fases da lua e o calendário perpétuo, capaz de mostrar todos os dias do mês em um período prolongado. Esse mecanismo mostra o dia 28/02 e salta para 01/03; se for ano bissexto, mostra o dia 29. Alguns foram feitos de maneira que somente em 2100 será necessário efetuar a regulagem. Há mais de 200 anos, o turbilhão é um mecanismo composto por mais de 100 peças e pesa menos de um grama. Ele minimiza os erros causados pela variação da força da gravidade, tornando a medição mais exata. “Um relógio com turbilhão vai ficar, no mínimo, R$ 60.000 mais caro”. O campeão em complicação é a Patek Philippe, com 33 complicações. O exemplar único está no museu.

Por que a Suíça? “Na realidade, a indústria começou a se desenvolver na França, mas houve uma guerra e muitos fabricantes fugiram para a Suíça e, assim, conseguiram sobreviver nos negócios. Atualmente são centenas de fabricantes e todos eles possuem um museu para mostrar as peças produzidas”.

Paixão: “Os relógios sempre me fascinaram e eu comecei a ler livros, revistas, manuais, a fim de saber mais da história, lançamentos, funcionalidades, preços. É fantástico pensar que você tem uma peça no seu pulso com mais de 600 componentes microscópicos!”.

Produção: “Por causa das complicações, alguns relógios levam cinco anos para a finalização, desde o estudo, desenho, a fabricação do protótipo, até a inserção no mercado”. “E, por incrível que pareça, a maior fabricadora em quantidade é a Citizen, marca japonesa, enquanto o Rolex conseguiu se tornar a marca mais conhecida no mundo”.

Hierarquia: Para explicar a hierarquia das marcas dos relógios, Gene Stone, no livro The Watch, definiu que: “o Rei é Patek Philippe; Vacheron Constantin, a Rainha; o Príncipe, Audemars Piguet; o Primeiro Ministro, Jaeger Le Coultre e o pai do Rei, Abraham Louis Breguet, pois revolucionou o mundo dos relógios com suas invenções usadas até hoje”.

Colecionador: Em virtude da conservação, os colecionadores guardam os relógios em máquinas que possuem formatos de cofres. “Há um tipo de apoio, como se fosse um pulso, e ele fica lentamente virando para nunca parar”. 120 anos: “Eu ganhei um relógio de bolso que pertenceu ao meu bisavô e está na família há cerca de 120 anos. São dois lados: um apresenta o horário; o outro marca a numeração e possui espaço para foto. Quando mandamos restaurar, a pessoa quebrou o ponteiro, perdeu o vidro e a foto”. #20 REVISTA TRÈS _47


MULHER FORTE

por: Iara Valiente - Fotos: arquivo

LUCINHA

Araújo

A MAIOR FÃ DE UM FILHO PARA ELA, O DRAMA DA DOENÇA E MORTE DE CAZUZA NÃO SE ESTAGNOU NA DOR E SE TRANSFORMOU EM OPORTUNIDADE DE AJUDAR CRIANÇAS COM H.I.V.

E

la tinha a possibilidade de enlouquecer, de se privar do convívio com as pessoas queridas, iludir-se e até mesmo morrer. Mas o exemplo de mulher que ilustra nossa seção este mês não poderia se esquecer de um dos versos mais cativantes e profundos compostos por seu filho: “o tempo não para...”. Maria Lúcia Araújo, a Lucinha Araújo, mãe do expoente musical dos anos 80, Cazuza, ousou ter coragem e fé. Ao contrário do que se esperava de uma mãe em luto, o que se viu em suas atitudes foi o começo de uma luta e hoje é como se tivesse multiplicado seu filho em dezenas de crianças, que contam com seu amor e doação. Nascida em 1936 em uma família de classe média, casou aos 20 anos com João Araújo, produtor musical responsável pelo lançamento de artistas ilustres como Caetano Veloso e Gal Costa que, quando vivo, a classificava como uma mãe severa, em busca da perfeição. Lucinha foi criada para ser esposa e saber se comportar em meio à sociedade. Só bebeu o primeiro copo de vinho aos 40 anos e nunca usou drogas. Daí sua dificuldade em lidar com um filho que,

62_ REVISTA TRÈS #21

desde os primeiros passos para a escola, mostravase rebelde aos padrões. As conversas, a busca por compreendê-lo e a paixão a fizeram, cerca de uma década antes de sua morte, respeitá-lo. Todo o esforço rendeu-lhe uma amizade intensa, mas como mãe superprotetora, sentia-se impotente perante o universo de perigos a que ele estava exposto. A mulher que idolatrava o filho foi a primeira a ouvir o diagnóstico da doença que o faria definhar com os anos. Foi a mesma que não titubeou em dar o cafuné do qual mesmo o mais independente dos homens às vezes precisa. Foi ela quem o ajudou a transcrever composições, quando estava debilitado por conta da medicação. O símbolo desse amor maternal ficou evidente quando, nas últimas horas de vida do cantor, esforçou-se por segurar a máscara de oxigênio que o permitiu desfrutar de sua companhia. Nos últimos


instantes, porém, sentiu que não seria capaz de vê-lo partir. E diante do inevitável, teve ímpetos de devolvê-lo ao ventre. Com a perda do filho aos 32 anos, ela sabia que o desejo dele não era vê-la pelos cantos, aceitando o sofrimento como única alternativa. Tinha a consciência de que não voltaria a ser a mesma, mas entendia que dera o seu melhor apesar dos cuidados por vezes, sim, exagerados. Para superar a dor e o vazio, começou a ajudar em um hospital do Rio de Janeiro. Inicialmente eram apenas doações, mas convidada a colaborar com sua presença e visita aos pacientes aidéticos, dedicou parte de seus dias a entender que doença era aquilo que tirara dela seu bem mais precioso. Com a ferida ainda aberta, deixou o trabalho voluntário no local e fundou a Sociedade Viva Cazuza no ano de 1993, entidade que oferece moradia, alimentação e tratamento completo a crianças carentes, portadoras do vírus H.I.V. O que marca essa mulher forte é a sinceridade e serenidade com que passou a levar seus dias. Sempre que procurada para dar depoimentos sobre a Fundação ou sobre o filho, ressalta que melhorou como ser humano, mas que certamente não teria esse trabalho se ele não tivesse morrido com a doença. Para conhecer mais da história de Lucinha Araújo com o filho, confira os livros “Preciso dizer que te amo”, (de sua autoria) e “Cazuza: só as mães são felizes”, escrito em parceria com a jornalista Regina Echeverria. #17 REVISTA TRÈS _59


COBERTURA FOTOGRÁFICA

Fotos: Priscyla Poll

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nova coleção da Morana foi inspirada na beleza e diversidade da mulher brasileira. Maria Fernanda Cândido, Carolina Dieckmann, Débora Nascimento e Carol Castro emprestaram todo seu charme e glamour à marca. A Très esteve no lançamento da campanha de outono/inverno da loja no Prudenshopping, no dia 15 de março, e comprovou como as novidades em acessórios agradaram às clientes. Venha conhecer as exclusividades da Morana. Vale a pena conferir!

Fotos: 1- Equipe Morana - Rosi Lima, Marcela Durigon, Brisa Ferreira, Tainá Novaes, Letícia Ladeia e Cíntia Mello 2- Brisa Ferreira, Vera Oliveira, Angelina e Letícia Ladeia 3- Juliana Nunes, Brisa Ferreira, Valentina Nunes, Frederica Mendonça e Marina Nunes 4- Edilene Weffort 5 - Rafaela Ragazzi e Brisa Ferreira 6 - Brisa Ferreira e Tricia Linhares 7- William Iuri e Tainá Novaes 8- Maria Eduarda e Danielle Pompei 9- Vanessa Noguchi e Satico Sakai 10- Débora Funada e Brisa Ferreira 64_ REVISTA TRÈS #21

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EDITORIAL GOLD MIX

REFERÊNCIA EM BELEZA E

QUALIDADE Fotos: Estúdio Triz Amanda Carvalho e Thyane Brito Modelo: Michele Körber Make: Isabella Carvalho Hair: Dani Fatala Produção: Gabih Veiga

66_ REVISTA TRÈS #21



EDITORIAL GOLD MIX


Body LUCIA ROTTA Acessórios MORANA LUCIA ROTTA 3903-0559 MORANA 3903-7823

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EDITORIAL GOLD MIX

70_ REVISTA TRÈS #21



UM POUCO +

por: Violeta Araki / Fotos: Estúdio Triz

golf play CAMISARIA CRIATIVA E MODERNA

C

om seis anos de existência, a Golf Play apostou desde o início em alto padrão de qualidade de seus produtos aliados a preços competitivos no mercado. A marca registrada possui revendas em todo o Brasil e está presente inclusive no exterior. Com forte atuação no estado de São Paulo, a cada 70 quilômetros é possível encontrar uma revenda. O grande diferencial da Golf Play é a constante renovação das peças. Toda semana são lançadas edições novas e somado a isso, há vantagem na produção ser semiartesanal, o que contribui para a exclusividade dos produtos. No showroom da marca em Presidente Prudente, inaugurado em março, é fácil perceber que a qualidade é de excelência. Na confecção das camisas, as matérias-primas são o que existe de melhor no mercado e é utilizada a costura francesa, conferindo um acabamento perfeito, tanto no seu exterior como no avesso. 72_ REVISTA TRÈS #21

Quem conferir o showroom da Golf Play em Presidente Prudente pode se surpreender com a criatividade do modelo italiano de camisaria, que agrada pela versatilidade e modernidade, sem deixar de lado o refinamento da modelagem tradicional. Além das elegantes e charmosas camisas, a marca tem o mesmo diferencial nas camisas polos de malha, tanto masculina como feminina. A novidade para 2014 é o lançamento da coleção infantil de seus produtos, mantendo a mesma qualidade da linha adulta. O espaço está aberto para receber o público e também preparado para atender revendedoras. Inovação, sutileza nos detalhes e máxima qualidade. A Golf Play une todos estes atributos pensando em oferecer o melhor para seus clientes. Show Room Golf Play Endereço: Rua Dr. José Foz, 1713 Tel: (18) 3221-7546



Ensaio fotográfico

Por: Carlos Castilho

Luz de Sonho Favela RJ

Morada de Deus - Pres.Prudente

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om a técnica infrared (ou uso da luz infravermelha) é possível explorar novas formas e cores na fotografia. Nessa modalidade, o infravermelho envolve, em uma atmosfera de sonho, cenários e pessoas. Além do mais, é possível destacar detalhes que seriam perdidos na fotografia comum. Câmeras com recurso de raios infravermelhos são utilizadas por cientistas e investigadores, mas também fazem sucesso nas mãos de fotógrafos criativos que, com ou sem auxílio de softwares de edição de imagem, como Photoshop, conseguem realçar cores e texturas inéditas, antes somente possíveis na imaginação humana.


Brasilândia

Zona rural Pres.Prudente

Lost Cemitery - Sony Awards Commended

#21 REVISTA TRÈS _75


ENSAIO FOTOGRÁFICO

Sertanejo - Petrolina

Panorâmica Rio do Peixe

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Colheita - Mirante do Paranapanema


Parque do Povo - Pres.Prudente

Pirenópolis

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ENSAIO FOTOGRÁFICO

Making

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Rio Teles Pires - Colider

CARLOS CASTILHO

A ponte - Central Park

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Ponte Paulicéia

78_ REVISTA TRÈS #21

arlos Castilho encontrou na luz lúdica sua grande forma de expressão. Fotógrafo amador, ele logo se viu envolto e apaixonado por imagens surreais. Com a técnica infrared, ele conquistou inclusive elogios dos jurados no concurso Sony World Photography Awards 2014 com a imagem “Lost Cemetery”, tirada no Distrito de Sussuí. “Acredito que imagem boa é a que faz o espectador parar. Pouco importa se tem tratamento ou não”, diz Castilho. “Achei a luz que não se vê e nela me inebrio, faço imagens reais de cenas que não existem na realidade. Desejo prender os olhos das pessoas em algum lugar, mesmo que esses lugares sejam só meus sonhos.” Castilho tem uma Nikon D80 modificada. Foi retirado o filtro original, que barra a luz infrared, e substituído por outro filtro, que barra todas as demais luzes e só deixa passar a luz infravermelha. Com processamento no Photoshop as imagens ganham cores surreais.



UM POUCO +

Texto e Fotos: Divulgação

TROPEIRO GRILL UM CONCEITO DIFERENCIADO DE CHURRASCARIA A OPÇÃO DO BOM GOSTO

Inaugurada em 2012, a proposta de uma combinação gastronômica inusitada já ganhou seu espaço entre os prudentinos.

P

restes a completar 2 anos, a Tropeiro Grill estabelece em Presidente Prudente um novo conceito de churrascaria. Inaugurada em 2012, a proposta de uma combinação gastronômica inusitada já ganhou seu espaço entre os prudentinos. Além de 18 cortes de carnes de primeira, o requinte da culinária japonesa foi o diferencial para um jantar completo. Durante o almoço, o buffet oferece variedade em saladas, frios e pratos quentes visando 80_ REVISTA TRÈS #21

atender desde um almoço informal por quilo à degustação de cortes nobres no rodízio de carnes. À frente da cozinha está o cheff Ariel Fernandes responsável pelo alto padrão e a variedade de pratos da culinária japonesa. Ariel, junto com Yolanda Freitas - proprietária e gerente de alimentos - comanda a cozinha visando a filosofia da casa: oferecer produtos sempre frescos e de qualidade. Em seu ambiente, a casa oferece um espaço aconchegante e

climatizado, contando ainda com um espaço Kids para os momentos de lazer da criançada. Para quem aprecia uma boa comida, seja ela uma refeição rápida ou celebrar momentos especiais, a Churrascaria Tropeiro Grill com certeza é uma boa pedida.

Acesse: www.tropeirogrill.com www.facebook.com/tropeirogrill



HARDECOR

por: Valéria Coelho - Decoradora e editora do blog www.hardecor.com.br - Fotos: Arquivo

TUDO NOVO DE NOVO No mundo do design, nada é definitivo

Luminárias Tom Dixon

O tempo é sem dúvida, o maior luxo. Irrecuperável, grátis, longo ou curtíssimo. Alivia dores intensas, traz esperança e produz novidades, às vezes novidades antigas, como no universo do design e da própria vida. As formas e ideias se repetem, se atualizam, os materiais evoluem, e parece que chegamos a uma forma definitiva. Ledo engano. Os designers conseguem moldar, torcer, repensar e inventar formas e necessidades que nem sabíamos existir. O bom design é desejado hoje, ontem e para sempre. O bom design de ontem é ícone hoje, e serve de inspiração para que o institucionalizado seja REpensado. O ajuste perfeito às formas do corpo, a beleza do desenho, a funcionalidade e a novidade são premissas de um projeto de sucesso. Hoje muito mais democrático, o design faz parte da vida de todos, no espaço público ou privado, em simples objetos, como um abridor de latas, ou em um carro de altíssimo luxo. Novos materiais, texturas e formas, livres e soltas constroem o design atual, calcado, sem dúvida, nas referências poderosas do passado. 82_ REVISTA TRÈS #21

Salvador Dalí oferecendo, através do design de mobiliário, um pouco de sua genialidade

Nesta fileira, de cima para baixo, Quartz Armchair, design colaborativo entre CTRL ZAK and Davide Barzaghi. | De volta para o futuro, Love Lamp de Willy Rizzo. | Piuma Table, de Pietro Russo

Onde encontrar: Peças Tom Dixon podem ser encontradas na Mixtape, em São Paulo, que representa também outros nomes quentes do design mundial (mixtapedesign.com. br). A loja Passado Composto e a Loja Teo comercializam designers brasileiros do século XX. Tudo lindo e especial. Na Micasa e na A Lot Of, designers internacionais de peso. E na Firma Casa é possível encontrar as valorizadas peças dos Campana. Todas em São Paulo. Divirta-se!


por: Violeta Araki / Foto: Estúdio Triz

UM POUCO +

SOLUÇÕES TÉCNICAS, COMPETÊNCIA E QUALIDADE Com experiência de seis anos, dos quais quatro foram acumulados na maior metrópole brasileira, São Paulo, o Engenheiro Civil Philipe Lourenção apostou em trazer a Presidente Prudente o máximo de qualidade no serviço e atendimento. Pós-graduado em Avaliações e Perícias da Engenharia, possui ainda em seu currículo experiência em consultoria empresarial principalmente no setor elétrico para a iniciativa pública e privada. O diferencial são os diversos segmentos que atende além da construção civil, como elaboração de projetos arquitetônicos, projetos de prevenção no combate a incêndios, acompanhamento de obras, laudos, perícias judiciais, avaliações, entre outros serviços.

Para o profissional, o cliente é o grande foco, e o compromisso com prazos e visitas agendadas está entre suas prioridades. Essas características já contribuíram para a concretização de parcerias com grandes empresas privadas desde que se instalou em Presidente Prudente. Um exemplo é o Tênis Clube, cujas recentes reformas do setor de engenharia civil estão sob sua responsabilidade. Independentemente do porte da obra, o profissional objetiva entender as necessidades de cada cliente e oferecer as melhores soluções técnicas. Rua Reverendo Coriolano, 1262 Tel: (18) 3223-3961 Cel: (18) 99627-7234 / 99601-7234 E-mail: philipe.lourencao@gmail.com #21 REVISTA TRÈS _83


ARQUITETURA

por: Violeta Araki - Fotos: Estúdio Triz / Arquivo

O projeto, assinado pela designer de interiores Valéria Coelho, foi planejado para um casal cosmopolita, que adora viajar e trazer souvenires. Na decoração, foram aproveitados o mobiliário e as peças colecionadas ao longo da vida. “A base clássica e neutra recebe essas peças especiais e confere a elas o papel de protagonista, como deve ser”, diz a profissional

Atemporais At e mpor a is CLÁSSICO PODE SER TANTO O TRADICIONAL QUANTO AQUILO QUE SE TORNOU REVOLUCIONÁRIO, MESMO NA MODERNIDADE. SEJA NO ESTILO DE DECORAÇÃO OU EM PEÇAS ÍCONES DO DESIGN MUNDIAL, INVESTIR NESSA IDEIA TRAZ EXCELENTES RESULTADOS

P

assam-se os anos, mas alguns estilos de decoração e elementos arquitetônicos nunca saem de moda. Assim como as peças de design que se firmaram ao longo das décadas como atemporais. Sua fama e desejo de consumo atravessam as gerações. Em relação ao estilo decorativo, o clássico foi e continua sendo o mais tradicional, justamente por escapar das tendências que vêm e desaparecem.

84_ REVISTA TRÈS #21

“O termo ‘clássico’ pode remeter a um intervalo de tempo bastante extenso, seja da arquitetura greco-romana, renascentista, neoclássica, modernismo até a contemporaneidade”, conceitua a arquiteta e docente universitária Fabrícia Fernandes Borges. Ainda segundo a profissional, o legado da linguagem arquitetônica desse período antigo foi amplamente difundido, reavaliado e trabalhado em quase todo o mundo durante os séculos,


perpetuando-se até nossa época atual. Fabrícia afirma que o estilo clássico não precisa conter elementos derivados direta ou indiretamente da linguagem arquitetônica do mundo antigo, mas deve apresentar a essência do classicismo, ligada basicamente aos conceitos de harmonia entre as partes, pureza e limpeza dos excessos de ornamentos, simetria, proporção, escala e ritmo. “Temos ainda nos dias de hoje o debruçar sobre essa fonte de modo a capturar o âmago do sentido do classicismo, que transcende o passar dos séculos, culminando no sentido do belo, atemporal, eterno”, completa. Na decoração, espelhos, obras de arte ornamentadas com belas molduras e presença de móveis em madeiras nobres e escuras são elementos do clássico europeu. Espaços amplos combinam bem com o clássico. Pode-se trabalhar com mobiliários robustos e dar atenção especial para objetos sofisticados. Nesta vertente decorativa, saber inserir o requinte em locais certos é fundamental. No living, nada mais elegante que optar por lustres trabalhados, mesas de apoio e poltronas vistosas.

De cima para baixo, em sentido horário: Conjunto Charles Eames, ícone de status e conforto. A Egg, clássico do dinarmaquês Arne Jacobsen, foi a estrela modernista do Hotel Real, no centro de Copenhagen. Dotada de ergonomia e simplicidade, a Bertoia é hoje umas das cadeiras mais vendidas e procuradas do mundo. Já a cadeira Barcelona, grande sucesso do arquiteto Mies Van der Rohe, está presente nos salões mais seletos do mundo

SUCESSO ONTEM E SEMPRE “O clássico com sentido de eterno é o mais explorado na decoração”, cita a design de interiores Luciana Bernardes. No mobiliário, essa afirmação se faz valer com as criações revolucionárias da Escola Bauhaus. Arquitetos e designers conceituados assinaram peças que, anos após seu surgimento, continuam atuais e de extrema importância na decoração, atuando como ícones, independentes da época. Você pode até não saber o nome correto, mas com certeza já viu e desejou as famosas poltronas “Barcelona”, do arquiteto Mies Van Der Rohe, “Egg Chair”, do arquiteto e designer Arne Jacobsen, “Phanton Chair”, de Verner Phanton e “Bertoia”, do designer Harry Bertoia. Isso sem esquecer, claro, da lendária cadeira “The Ant”, projetada também por Arne Jacobsen. Todas são da primeira #21 REVISTA TRÈS _85


ARQUITETURA

metade do século XX e em comum guardam as formas ousadas e inovadoras e a funcionalidade. A cadeira “Egg”, por exemplo, cujo formato lembra a casca quebrada de um ovo, foi desenhada por Arne Jacobsen para ser uma obra modernista. Ela oferece conforto e confere sofisticação e personalidade ao ambiente. Em meados de 1950, a cadeira “The Ant” provocou estranhamento pelas suas nada usuais três pernas (posteriormente foi projetada também com quatro). A nomenclatura deriva de sua semelhança com o esboço de uma formiga com a cabeça levantada e o objeto foi concebido também por Jacobsen com contribuição de Verner Phanton. Já a “Bertoia” é um excelente exemplo de simplicidade e ergonomia, que conquistou fãs no mundo inteiro e é uma das mais procuradas no mercado atualmente. Tem uma incrível capacidade de adaptação a vários tipos de ambientes. Seu criador, o italiano Harry Bertoia soube como poucos explorar a maleabilidade do metal no mobiliário. Apresentada pela primeira vez na Feira Internacional de Barcelona, em 1929, a cadeira Barcelona, projetada por Mies Van der Rohe, é hoje uma das peças de mobiliário mais apreciadas pelos designers. O preço da original chega a 3.500 euros. Outro clássico é o conjunto Charles Eames, criado em 1956 pelo casal de designers americanos Charles e Ray, que se tornou símbolo de status e modernidade. “A acentuada curva de sua base, o despojamento e a clareza da composição demonstram o motivo de ser um dos produtos mais requisitados para mobiliar as residências hoje em dia, passados quase 60 anos de sua concepção”, observa arquiteta Fabrícia Fernandes Borges. No Brasil, Oscar Niemeyer e sua filha, a designer Anna Maria Niemeyer, conceberam a peça que se tornou um ícone do design, a cadeira de balanço, conhecida como chaise longue Rio, de 1977. 86_ REVISTA TRÈS #21

O objeto se firmou como uma obra artística de grande importância e destaque. Sua forma curvilínea demonstra a identificação do famoso arquiteto carioca com a natureza e as curva das montanhas do Rio de Janeiro e formato sinuoso do corpo das mulheres brasileiras. Seja pela revolucionária maneira de trabalhar com os materiais e dar formas dinâmicas às peças do design de mobiliário, arquitetos e decoradores presentearam seus contemporâneos e futuros admiradores com criações de apelo artístico e valor eterno.

Inspiração nas belezas naturais brasileiras levaram à criação da chaise longue Rio, de Oscar Niemeyer

The Ant: Desenhada para ser leve, fácil de empilhar e poupar o embaraço dos pés do usuário


Fotos: Danuza Azevedo

UM POUCO +

O

Posto Lala sempre foi sinônimo de bom atendimento e serviços de qualidade. E com a inauguração da loja de conveniência Select no dia 25 de fevereiro, ficou ainda melhor, oferecendo mais comodidade a seus clientes. Na nova loja você pode degustar deliciosos sanduíches feitos na hora, sobremesas e aquele cafezinho especial. Confira as novidades da inauguração e da reforma na cobertura feita pela Très. Posto Lala Select Av. Washington Luiz, 2046 Horário de funcionamento: Seg-sex: 06h às 0h Sáb, dom e feriado: aberto 24 horas Telefone: (18) 3222-0833

#21 REVISTA TRÈS _87


ASSISTA

por: Luiz Dale

ELA

RIO 2

O tempo e o sentimento segundo Spike Jonze

Panfleto colorido

Nota: 10 Título Original: Her, EUA, 2013 De: Spike Jonze Romance/Drama: 120 min.

S

omos apresentados aos personagens de “Ela” em um futuro não muito distante. Em oposição aos dias atuais, dominado pelo contato em redes sociais, mensagens instantâneas por meio de aplicativos, e-mails e afins, Theodore (Joaquin Phoenix) é um especialista em escrever cartas que expressam os sentimentos de seus clientes. Toma para si sensações alheias ao viver solitário em um mundo de projeção. Decide, então, comprar um programa operacional – Samantha (voz de Scarlett Johansson) – que assume tarefas como secretária, companheira e amante. A partir de então, ela, Samantha, estabelece o paradigma e as perspectivas das relações contemporâneas com situações corriqueiras e sentimentais que fazem o tempo narrativo passar praticamente despercebido pelo espectador. São sentimentos atemporais que afloram em qualquer ser humano que respire fundo. Já “Ela”, o filme, com seus argumentos um pouco mais devaneadores, inicia a construção de um discurso pós-moderno, crítica já apresentada por Chaplin e Kubrick em obras menos sentimentais. Spike Jonze sintetiza comportamentos muito característicos da sociedade moderna em um filme para ser visto, refletido e, especialmente, sentido. Uma pequena obra-prima.

88_ REVISTA TRÈS #21

Nota: 6,5 Título Original: Rio 2, EUA, 2014 De: Carlos Saldanha Animação: 102 min.

A

pós o sucesso de Rio, Carlos Saldanha e sua equipe trabalharam por mais de dois anos na continuação que chega aos cinemas brasileiros como a maior estreia em número de salas dos últimos 14 anos: 1.271 salas contra 1.253 do até então campeão Homem de Ferro 3. É claro que o objetivo maior é arrecadar milhões em curto prazo, especialmente quando é perceptível a fragilidade do roteiro desimaginoso. Rio 2 aciona temas nobres e pertinentes como o desmatamento, extinção e família, mas em momento algum incita discussões devido ao trato extremamente acriançado do discurso. De qualquer forma, o visual e personagens engraçadinhos compensam o ingresso. Vivendo com a família em uma reserva florestal do Rio de Janeiro, Blu (Jesse Einsenberg), uma arara-azul urbana, resolve ceder aos pedidos da esposa Jade (Anne Hathaway), uma arara que preza suas origens, e viajam até a Amazônia para reencontrar seus antigos donos, Túlio (Rodrigo Santoro) e Linda (Leslie Mann). A jornada até o destino é deslumbrante. Além da estética, outro ponto muito bem aproveitado por Saldanha é a musicalidade autêntica de Carlinhos Brow e Sérgio Mendes, que dão o tom certo aos momentos festivos do longa. Um panfleto bacana, mas superficial.



LEIA

por: Henrique Chagas

O INVENTÁRIO DAS COISAS AUSENTES Autora: CAROLA SAAVEDRA Número de páginas: 128 · Preço: R$34,50

Como começa o amor? Qual é a distância entre dizer 'eu te amo' e amar alguém? Essas são algumas das questões de “O inventário das coisas ausentes”. O romance de Carola Saavedra investiga o fazer literário, a memória, o amor e as marcas deixadas pela ausência do outro. DIAS PERFEITOS Autor: RAPHAEL MONTES Número de páginas: 280 · Preço: R$35,00

DAVI E GOLIAS - A ARTE DE ENFRENTAR GIGANTES Autor: MALCOLM GLADWELL Tradutor: IVO KORYTOWSKI · Número de páginas: 288 · Preço: R$34,90

O protagonista do livro é Téo, um jovem e solitário estudante de Medicina que divide seu tempo entre cuidar da mãe paraplégica e dissecar cadáveres nas aulas de anatomia. “Dias Perfeitos” se desenrolam em Teresópolis, onde Téo e Clarice vivem momentos de desespero e resignação. A REPÚBLICA DE PLATÃO

Há três mil anos, em algum lugar do Oriente Médio, um jovem pastor derrubou um poderoso guerreiro com apenas uma pedra e uma funda, e desde então os nomes Davi e Golias simbolizaram as batalhas entre os mais fracos e os gigantes. Em 'Davi e Golias', Malcolm Gladwell desafia nossas crenças sobre obstáculos e desvantagens, oferecendo uma interpretação nova do que significa enfrentar as dificuldades cotidianas. Na tradição dos sucessos anteriores de Gladwell, 'Davi e Golias' lança mão da História, da Psicologia e de uma narrativa poderosa para abalar e reformular nosso pensamento sobre o mundo à nossa volta.

90_ REVISTA TRÈS #21

RECONTADA POR ALAIN BADIOU Autor: ALAIN BADIOU Número de páginas: 384 · Preço: R$59,90

Para dar vida nova ao mais famoso e influente dos diálogos de Platão - A República, escrito no séc. IV a.C., o filósofo francês Alain Badiou praticamente inventa um gênero literário e aproxima sua temática das questões contemporâneas e universais. ALMANAQUE 1964 Autora: ANA MARIA BAHIANA Número de páginas: 240 · Preço: R$54,50

Há 50 anos, em 1964, o mundo fervia. O Brasil começava a viver sob uma ditadura militar desde que, em 31 de março, o Exército tomara o poder, sufocando a democracia e restringindo diversos direitos individuais. O volume é um passeio instrutivo por um tempo que ajudou a definir, com violência, paixão, som e fúria, o mundo de hoje.



ESCUTE

por: Violeta Araki - Foto: Marcos Hermes (divulgação)

Ana Cañas Delicada e audaciosa, performática e reflexiva, com os sentimentos à flor da fina pele alva, Ana já mostrou no decorrer de três discos que tem calibre para se firmar como uma das grandes cantoras brasileiras da atualidade. Ela fala à Très sobre o último trabalho, parceria com Nando Reis, e composições em francês

Très: Seu mais recente DVD, “Coração Inevitável”, tem direção de Ney Matogrosso e revela sua forte

Très: Atualmente sua composição “L’amour” faz parte da trilha sonora da novela “Em Família”, de Manoel Carlos. Em que se inspirou para compor a música na língua francesa?

Ana Cañas: Entre o começo e o fim há o belo e estranho 'limbo do talvez'. Entre idas e vindas, incertezas e possíveis 'fruturos' de uma relação amorosa: "Eu amei, mas o sol anoiteceu / Meu coração já não conta mais um, dois, três / O fim é triste, tudo é estranho / A boca é vermelha como o coração dos anjos" (no original: “J’ai aimé J'aimé / mais le soleil est devenu noir / mon coeur ne compte plus um, deux, trois / La fin c’est triste/ Tout sons étrange / La bouche est rouge / comme le coeur des anges”) .

característica de performance no show. Gostaria que falasse um pouco desse trabalho.

Très: Hoje em dia você tem mais domínio do idioma? Tem pla-

Ana Cañas: "Coração Inevitável" é um show que me trouxe inúmeras realizações, muita felicidade e descobertas metafísicas. O roteiro do show explora o lado poético e feminino mais subjetivo, e é sensual sem ser vulgar. O olhar experiente do Ney, através da escolha de repertório (músicas autorais e releituras para músicas de Cazuza, Caetano Veloso, Chico Buarque, Edith Piaf, Led Zeppelin) e no desenho da luz, foi fundamental. Um trabalho primoroso de direção e iluminação. Intenso e delicado. Forte e sutil, explorando a paleta múltipla de texturas infinitas da vasta alma feminina. Foi uma honra trabalhar com ele e ainda é emocionante ver o show crescer a cada apresentação.

nos de fazer outras composições em francês?

92_ REVISTA TRÈS #21

Ana Cañas: Nenhum, apenas admiração e adoração por uma língua e cultura tão especiais. Sobre outras composições, acho difícil, a criação dessa foi um contexto muito especial e diferente. Mas nada, absolutamente nada, é impossível, certo?

Très: Em 2009, a música autoral “Esconderijo”, do álbum “Hein?”, também foi tema de novela e te deu projeção nacional. Essa sua face compositora vem tomando mais fôlego e se fortalecendo ao longo dos discos?

Ana Cañas: Ela vai e vem. As duas faces (intérprete e compositora) coexistem e são o que são. Sempre aceitei isso positivamente porque elas não se digladiam em mim. No DVD, ambas as facetas estão bem dosadas. Mas as músicas que fizeram parte de trilhas sonoras curiosamente são quase todas autorais.


No DVD “Coração Inevitável”, Ana Cañas esbanja performance em sucessos de sua carreira, como “Esconderijo” e “L’amour”

Très: A participação no álbum “Drês”, de Nando Reis, com a canção “Pra você guardei o amor”, fez enorme sucesso na época (2009). O que esse episódio representou em vida e carreira?

Ana Cañas: Representou um encontro verdadeiro e mágico, de muita poesia e alegrias nítidas. Nando é um artista completo. O gesto do seu silêncio me diz muito. 'Gauche' e popular, um verdadeiro alquimista. Sua inteligência e inspiração são presentes aos seres humanos. Très: No disco “Volta”, de 2012, que realmente marcou sua volta aos palcos depois de um período longe da exposição da

Très: Te incomoda o fato de muitos gêneros da música bra-

mídia, há versões para “La vie em Rose”, “My baby just cares

sileira atualmente alcançarem sucesso com letras de pouco

for me”, e “Rock and Roll”. Você considera importante essa

conteúdo e muita apelação?

revisita aos clássicos da música internacional?

Ana Cañas: Nada que faça sucesso me incomoda. Respeito a luta e a batalha de cada ser humano. A grande mídia faz suas escolhas. E nós podemos fazer outras, caso desejemos ou queiramos.

Ana Cañas: Para emocionar alguém, existe apenas um caminho: o da verdade. Então, preciso escolher canções que me tocam profundamente, arrebatam, me tiram do lugar comum e que calam o coração. Preciso sentir, extravasar, chorar, renascer, viver, me jogar ao cantar. A arte é transcendental por natureza. O abismo é. Ou sonhamos ou morremos.

Très: Qual o seu maior desejo em termos de realização na carreira musical?

Ana Cañas: Significar. Ou amar depois morrer. #21 REVISTA TRÈS _93


EXPLORE

por: Augusto Moretti - Fotos: Augusto Moretti (cedidas) e divulgação

Mendoza uma bela surpresa da Argentina A PROXIMIDADE COM A CORDILHEIRA DOS ANDES PROPORCIONA CENÁRIOS ENCANTADORES, E O CLIMA ÁRIDO FAZ RESPLANDECEREM VINÍCOLAS QUE SÃO O GRANDE ATRATIVO DESSA CIDADE

L Acima, nesta página, as montanhas andinas no inverno, e abaixo, o centro da cidade. Na página ao lado, em sentido horário, as famosas vinícolas da região, a Plaza Independencia o Parque San Martín, maior área verde de Mendoza e sempre de portões abertos para receber moradores e visitantes.

94_ REVISTA TRÈS #21

ocalizada no oeste argentino, Mendoza é um presente aos seus moradores e visitantes. A cidade é conhecida por ser a capital internacional do vinho (representa 70% do vinhedo da Argentina) e uma das maiores cidades turísticas da América do Sul. A arquitetura da cidade é uma mescla entre o tradicional e o moderno. Há belíssimas praças como a Plaza Independencia, a Plaza Italia e a Plaza España, todas no centro, e um dos maiores parques do mundo, o Parque General San Martín, que abriga 34 esculturas e é considerado o lugar de maior área verde da província de Mendoza, que é onde fica a cidade. Os turistas desavisados devem tomar muito cuidado com uma especificidade de Mendoza: as acéquias. São canais de irrigação expostos ao ar livre, entre a rua e a calçada, para facilitar a chegada da água vinda do degelo das montanhas até às vegetações locais. A cidade é conhecida por seu clima seco,


com baixos índices de chuva por ano, então aproveita-se toda a água vinda das formações rochosas. No inverno, as montanhas ficam cobertas de neve, cenário visto por qualquer cidadão e que serve de moldura para o lugar. Aquele que pisa em solo mendocino, mas não conhece seus vinhedos e adegas, não teve um passeio turístico de fato. Por poucos pesos, é possível alugar uma bicicleta e fazer o percurso dos vinhedos, visitando ainda fábricas de doce de leite e de azeite de oliva. Tudo, claro, acompanhado de muita degustação. A culinária tradicional passa pelos assados, as milanesas (ou empanados) e os deliciosos alfajores. Para conhecer construções históricas vale a pena visitar o monumento ao exército dos Andes, que homenageia a batalha de San Martin pela independência da Argentina, e é situado no alto do Cerro de la Gloria, dentro do Parque San Martín.

Os mendocinos possuem horários um tanto quanto diferentes, se comparados a nós, brasileiros. Acorda-se e dorme-se mais tarde, e as refeições seguem a mesma regra. Ainda, após o almoço, boa parte dos comerciantes fecha suas portas para executar uma de suas grandes tradições: a boa e velha siesta. E uma curiosidade: para incentivar os jovens a irem mais cedo para as baladas, a maioria das casas noturnas têm entrada gratuita até por volta das duas horas da manhã. Sim, os mendocinos começam a chegar depois das três! Se esse é o seu passeio favorito, a região irá te proporcionar um vasto leque de opções de casas noturnas, bares temáticos e lanchonetes, tudo regado a muito vinho e muito fernet, bebida bastante apreciada na Argentina. Uma boa dica é a Rua Arístides Villanueva, no centro da cidade. Mas se você prefere estar em contato com a natureza, a poucos quilômetros da capital, há um clube chamado El Nihuil, onde você pode dar um bom mergulho e se divertir à beira da praia ou conhecer um dos termas de águas quentes. Com oito a dez horas de viagem em um ônibus, chega-se a Viña del Mar, no Chile, cujas principais atrações são os jardins, os antigos palácios e castelos. Uma das grandes vantagens de estar em Mendoza é a proximidade com o país vizinho, sendo viável e proveitoso visitá-lo também. Para se hospedar, há uma grande variedade de hostels (albergues) e hotéis, que apresentam preços variáveis. Porém, se você visitar Mendoza, vai querer apenas um lugar para tomar banho e dormir, pois terá muito o que conhecer e apreciar. #21 REVISTA TRÈS _95


Coluna Bonsoir por: Danuza Azevedo

No dia 28 de março, Nando Reis fez um show que encantou o público prudentino. Com organização do Sesc Thermas, o evento foi realizado no Ginásio do Tênis Clube. Emerson Marques, Guilherme Zago, Rodrigo Barão e Hebert Malfatti, no Carnavio no Costa Fascinosa.

Andrea Garcia e Bira Simione na gravação do 3º DVD do Munhoz & Mariano em Presidente Prudente.

No dia 3 de Maio, o Cine Bardot é sede da festa Social Club. Sucesso do Réveillon 2014 da casa, o projeto Saxen, com LP Avanço e Einstein Gondim, retorna a Presidente Prudente para tocar o melhor do instrumental do saxofone com o house music. A balada é a primeira open bar da vodka núme-

Danilo Calçado, Eroni e Mayara Bertuol inauguraram em

ro 1 do mundo, a Grey Goose. Esse será mais um

Presidente Prudente a agência de Intercâmbio e Turismo

evento inesquecível, nos vemos lá! Informações e

TravelMate, na Rua Tuiuti, 29, próximo ao Campus I da

convites na Barão Store (18) 3908-1815.

Unoeste. Parabéns e sucesso!

96_ REVISTA TRÈS #21


Juliana Galindo Nunes, Will Iuri e Kalind Nunes apresentaram, em um delicioso coquetel, a nova coleção de outono/inverno 2014 da Colcci, no Prudenshopping.

As sócias Thais e Cristiane Rondó inauguraram a loja Líder Interiores em Presidente Prudente. No evento de lançamento, receberam amigos, clientes e a imprensa. Sucesso meninas! A beleza de Kalind Nunes.

O casal Antônio Formigoni e Thais Helena Esteves de Oliveira com os filhos Marquinhos e Maria.

Sabará fechou com chave de ouro suas atividades como gerente do Sesc Thermas com o super show do Nando Reis. Na foto, com sua família.

Dirce Zamora e Mário Sérgio também prestigiaram o evento na Líder Interiores.

#17 REVISTA TRÈS _05


AU REVOIR

por: Lucas Miolla - Ilustração: Sidnei Peretti Júnior

Gotinhas de reticências

“M

e passa mais uma fatia desse bolo. Antes que o mundo acabe”, pediu Ana para o marido, um tanto quanto preocupada. O assunto do alerta do Ministério Público sobre marcas de leite adulterado virou revertério na mesa do café da manhã da família Nogueira. Fato que deixou a mãezona de orelha em pé. Afinal, ela tem três filhos pra cuidar: um que estuda veterinária e não sai da balada sertaneja. A do meio, amante da arte das pulseiras, feitas das coisas que a natureza dá, bebe o que estiver na mesa - até amaciante. E o último, que anda sobre quatro patas, atende pelo nome de Thor. Um labrador. (A cara dela). Ou seja, vários motivos para ficar arrepiada com notícias de alimentos adulterados, cantores vegetarianos fazendo propaganda de carne, e campeonatos esportivos em sedes sem estrutura. Nisso ela começou a se perguntar: O que vai ser dos meus filhos? Com essa de uma descoberta cabeluda atrás da outra (às vezes literalmente cabeludas, encontradas dentro de embalagens). Se ficarem saindo notícias alarmantes sobre a periculosidade de se andar fora do carpete da avó, eles não vivem. É milagre que estejam limpando a própria bunda e atravessando a rua. Já não se ama por medo de ter o coração partido. Há tempos não se sorri por medo de falsidade. Agora não se bebe mais leite por receio do que vem na caixa. Daqui a pouco não se vive por medo de morrer; refletiu a matriarca. O medo de Ana não é de formol. O medo é de que nada mais aconteça ou se faça. Gostem ou não, a energia se transfere, as formas se transformam e o tempo vai rodar, consequente, reticente... Um dia vem seguido do outro, e todos caminham para o mesmo fim. Portanto, a vida é muito curta para viver em dieta de emoções. Sua história é feita de números, mas não necessariamente de tempo. Também de quantos despertares, quantos beijos, lágrimas, pontas de lápis quebradas e linhas apagadas. Mordidas. Razões e emoções. Então é preciso relaxar. Parar de fatiar a vida com a espátula em intervalos sem cobertura ou cereja. Que seja saboreado o gosto de cada pedaço. E assim como fez Ana, que sejam lambidas as pontas dos dedos, enquanto em plena felicidade, não se saiba nem que hora é agora. Assim ela explicou sua reflexão de mãe para a personal trainer, justificando o generoso pedaço do bolo de chantilly pecaminoso e hedonista no café da manhã, mas não escapou da meia hora a mais de corrida, já anoitecendo. O alívio, ou não, é que o sol sempre volta, então vai acontecer o que tiver que acontecer. O tempo não para. Só não custa nada mudar de marca. Não é, Dona Ana?

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