Revista Ferramental Edição 101

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EDITORIAL

JUNTOS FAREMOS A DIFERENÇA! POR CHRISTIAN DIHLMANN

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moção, satisfação e orgulho com os resultados conquistados até ela e com ela, a centésima edição da revista Ferramental, este fantástico veículo de comunicação, formação e informação. Nossa equipe deu um show, nossos apoiadores foram top e os leitores, priceless. Arrojo, inovação e responsabilidade são as premissas que se impõem com os desafios que ora se apresentam. A régua subiu muito e a nova referência nos traz um fardo pesado a ser conduzido no próximo período. Mas também nos autoriza a ser ainda mais criativos em conteúdos e entregas além de colaborativos junto aos nossos parceiros, sejam eles clientes ou fornecedores. Essa é nossa missão, enfim precisamos agradecer e retribuir ao apoio de todos para atingimento do sucesso carimbado. Em 2009, logo após a crise do ano anterior, o CEO da Forvm, Victor Batista, encaminhou para mim um artigo intitulado “Não desperdice a crise”. A seguir transcrevo o texto. V, W, U ou L. Essa sopa de letrinhas é a mais nova diversão dos economistas. Consiste em tentar antever como será a recuperação da economia. V seria uma recuperação repentina, crise vai como veio, rápida e fulminante. W significaria uma recuperação rápida porém não sustentável, seguida de uma nova queda e posterior recuperação. Haja estômago, poderíamos chamar de montanha russa. U seria um período mais prolongado no fundo do poço, para que o mercado comece a reagir em cerca de 2 anos. E finalmente a tão temida L, crise pela qual o Japão passou nos anos 90 e que até hoje perdura. No Brasil temos a tendência de acreditar que tudo é simples e fácil. Às vezes até fingir que crise não existe. Em evento do IMD, uma importante escola internacional de negócios, o Professor Paul Strebel, que conduzia um workshop, perguntou à plateia, composta principalmente por dirigentes de

empresas brasileiras, em que estágio da crise acreditavam que estavam. Mais de 50% dos participantes respondeu que estariam no vértice do V, ou seja, deixando o pior para trás e que daqui em diante haveria um forte crescimento. Seja qual for o formato desta crise, devemos sempre estar preparados para que seja a pior. É a Lei de Murphy, “se o pior pode acontecer, acontecerá”. Ao entrar mais preparados na crise, podemos realmente tirar partido das melhores oportunidades que se apresentam. O momento é ímpar e não podemos desperdiçá-lo. Errar é fazer nada, ficar apenas apagando os incêndios descuidando da estratégia de longo prazo. Sugerimos alguns aspectos chave que devem ser reconsiderados: Liquidez é tudo. Qual era a sua situação de liquidez no auge da crise? Se até agora você estiver apagando incêndios financeiros é por que aí provavelmente cometeu um pecado capital (literalmente) no passado. Hora de recompor liquidez e preparar-se para a próxima. Por outro lado, quem tem liquidez no fundo da crise aproveita as melhores oportunidades. Reestruture sem aumentar a estrutura. A dinâmica de negócios tem alterado substancialmente os modelos. O que deu certo há poucos anos já não mostra a mesma eficácia. O design de produtos não é a única coisa que tem mudado rapidamente, o design das organizações de sucesso também não é mais o mesmo. Analise por exemplo o Cirque du Soleil, um circo sem animais e que consegue cobrar muito mais que um circo tradicional. Ou a companhia aérea Azul, que servindo aeroportos

menores conseguiu reduzir os preços das passagens e provocou uma reviravolta no seu segmento de mercado. Invista nas parcerias de longo prazo. Sejam elas com clientes, fornecedores ou colaboradores. Vínculos criados em tempos difíceis são fortes e duradouros. Crises são ciclos. Assim como prosperidades. A visão estratégica de longo prazo é sempre o melhor caminho, pois com ela conseguimos lidar melhor com as ansiedades do presente. Percebam que são passadas mais de duas décadas desde essa inspiração do amigo Victor. Analisem qual a diferença daquela para esta crise. Ou de outras que já passamos. A equipe da Ferramental pensa do mesmo jeito. A visão estratégica de longo prazo precisa nortear a empresa, complementada com ações de curto e médio prazos. Alicerçados na fé em Deus, no amor pelo nosso Brasil, na paixão da equipe, na confiança dos patrocinadores e no sucesso dos leitores, faremos o máximo esforço para superar as expectativas daqueles que confiam e apostam na Ferramental. Creiam, juntos faremos a diferença!

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SUMÁRIO

CONTEÚDO 06 10 12 14 18 22 26 30 34 38

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EXPRESSAS

Informes objetivos sobre acontecimentos do setor

MERCADO

O divórcio da indústria com o conhecimento

ROTA 2030

Evento que encerrou o primeiro ciclo do programa reuniu startups e ferramentarias

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GESTÃO

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CANTINHO DE IDEIAS

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7 dicas para atrair e manter os melhores talentos na indústria

Intercâmbio Brasil-Japão da indústria de ferramentais

PROCESSOS

Impressão 3D e usinagem CNC: qual escolher?

GESTÃO

Kanban: conheça uma importante ferramenta do toyotismo

GESTÃO

Tenho dívidas na minha empresa e agora?

MEMÓRIAS

Aeromatrizes comemora seus 35 anos de história com foco no mercado nacional e na exportação para a América Latina

JURÍDICA

A importância da reorganização societária para a perpetuidade do negócio

ORGULHO DE SER MEMBRO

PROUD TO BE MEMBER

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PROCESSOS

Análise de robustez através de simulação para redução de taxa de scrap na produção de peças estampadas

GENTE & GESTÃO

Como evoluir seus contatos para relacionamentos, amizades e negócios sustentáveis

PROCESSOS

O CAM não é mais somente um CAM

PROCESSOS

Avaliação de viabilidade do processo de manufatura aditiva híbrida (métodos aditivo e subtrativo) para o reparo de ferramentas

ENFOQUE

Novidades tecnológicas do mundo da ferramentaria

CIRCUITO BUSINESS Cursos, eventos e feiras

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CONEXÃO WWW

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ESPAÇO LITERÁRIO

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OPINIÃO

Indicação de websites

Indicação de livros

PróFerramentaria, Trabalho e Resiliência


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A Revista Ferramental é distribuída gratuitamente em todo Brasil, bimestralmente. É destinada à divulgação da tecnologia de ferramentais, seus processos, produtos e serviços para os profissionais das indústrias de ferramentais e seus fornecedores: ferramentais, modelações, empresas de design, projetos, prototipagem, modelagem, softwares industriais e administrativos, matérias-primas, acessórios e periféricos, máquinas ferramenta, ferramentas de corte, óleos e lubrificantes, prestadores de serviços e indústrias compradoras e usuárias de ferramentais, dispositivos e protótipos: transformadoras do setor plástico e da fundiçao, automobilísticas, autopeças, usinagem, máquinas, implementos agrícolas, transporte, elétricas, eletroeletrônicas, comunicações, alimentícias, bebidas, hospitalares, farmacêuticas, químicas, cosméticos, limpeza, brinquedos, calçados, vestuário, construção civil, moveleiras, eletrodomésticos e informática, entre outras usuárias de ferramentais dos mais diversos segmentos e processos industriais. A Ferramental tem como pressuposto fundamental que todas as informações nela contidas provêm de fontes fidedignas, portanto, recebidas em boa fé. Logo, não pode ser responsabilizada pela veracidade e legitimidade de tais informações. Quando da aceitação para a publicação, o autor concorda em conceder, transferir e ceder à editora todos os direitos exclusivos para publicar a obra durante a vigência dos direitos autorais. Em especial, a editora terá plena autoridade e poderes para reproduzir a obra para fins comerciais em cópias de qualquer formato e/ou armazenar a obra em bancos de dados eletrônicos de acesso público. As opiniões dos artigos assinados não são necessariamente as mesmas da revista Ferramental. A reprodução de matérias é permitida, desde que citada a fonte. Tiragem: 4.000 exemplares.

www.revistaferramental.com.br ISSN 1981-240X DIRETORIA Christian Dihlmann - Jacira Carrer REDAÇÃO Christian Dihlmann Jornalista Responsável Gisélle Araujo Cemin - SC/02466 jornalismo@revistaferramental.com.br COLABORADORES Dr. Adriano Fagali de Souza André P. Penteado Silveira Dr. Cristiano V. Ferreira Dr. Jefferson de Oliveira Gomes Dr. Moacir Eckhardt Dr. Rolando Vargas Vallejos PUBLICIDADE Coordenação Nacional de Vendas Christian Dihlmann (47) 3025-2817 | 99964-7117 christian@revistaferramental.com.br comercial@revistaferramental.com.br GESTÃO Administração Jacira Carrer (47) 98877-6857 adm@revistaferramental.com.br Circulação e Assinaturas circulacao@revistaferramental.com.br EDITORAÇÃO B3 Marketing - contato@b3marketing.com.br FOTO DE CAPA Montagem artística. Imagem gerada pela revista Ferramental, de Joinville/SC IMPRESSÃO Tipotil Indústria Gráfica - www.tipotil.com.br EDITORA GRAVO LTDA Rua Jacob Eisenhut, 467 - Tel. (47) 3025-2817 CEP 89203-070 - Joinville/SC

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EXPRESSAS

NOVIDADES E ACONTECIMENTOS DA INDÚSTRIA FALTA DE MATÉRIASPRIMAS, DEMANDA INSUFICIENTE, TAXA DE JUROS E LOGÍSTICA PREOCUPAM EMPRESÁRIO INDUSTRIAL

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Sondagem Industrial do primeiro trimestre, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra que 58,8% dos empresários ainda consideram a falta ou o alto custo da matéria-prima o principal problema enfrentado pela indústria. No entanto, esse percentual caiu em relação ao período anterior e outros três problemas começaram a despontar: demanda interna insuficiente, taxas de juros elevada e dificuldades com logística. A pesquisa ouviu 1.842 empresas entre 1º e 11 de abril. A queda no consumo foi citada por 25,5% dos empresários industriais. Há dois trimestres esse problema vem ganhando força. No segundo trimestre de 2021, ele atingia 19,4%. O gerente de Análise Econômica, Marcelo Azevedo, explica que, isoladamente, o percentual não parece ser tão alto, no entanto, dado o momento em que a oferta começa a se ajustar, a demanda se mostra insuficiente. “A dificuldade de acesso à matéria-prima começa a ter uma pequena redução e o problema de demanda fica mais evidente. É realmente uma situação muito complicada”, explica. O aumento mais expressivo ocorre na parcela do empresariado que considera as altas taxas de juros um problema. Passou de 14,2% para 20,8%. É o quarto trimestre consecutivo que esse problema cresce. No fim do ano passado, apenas 7,6% consideravam os juros um obstáculo ao seu negócio. Além disso, as dificuldades na logística de transporte já afetam 13,8% ante 11,8% no trimestre anterior. Esse é o terceiro trimestre seguido de alta. A produção industrial apresentou vigoroso crescimento em março de

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PERNAMBUCO SERÁ A SEDE DE NOVA MONTADORA NACIONAL

iniciadas ainda neste primeiro semestre de 2022. O lançamento da pedra fundamental do projeto aconteceu no final do mês passado. A sede será erguida em área de 290 mil m² e contará com 30 mil m² de área construída. O complexo também terá uma usina solar fotovoltaica e uma pista de testes. A planta do Grupo NBR será mista, utilizará mão de obra humana e robotizada e contará com tecnologia europeia. Conforme publicado no site da prefeitura de Araripina, na localidade serão produzidos dois modelos de carros populares para o mercado nacional. Ainda de acordo com as informações do governo municipal, a capacidade instalada da fábrica será de 1.600 carros por mês. A produção será iniciada no segundo semestre de 2023 com 1200 unidades. Em três anos, a capacidade instalada poderá ser dobrada. Os veículos serão comercializados em lojas próprias (Recife, Natal, Fortaleza, São Paulo e Florianópolis) e revendas homologadas pelo fabricante. As unidades serão compostas por showroom e oficinas autorizadas.

O município de Araripina, em Pernambuco, vai sediar a montadora de automóveis da NBR – Grupo Novo Brasil. A planta receberá investimentos da ordem de R$ 260 milhões e as obras devem ser

Modelos Na montadora serão fabricados dois modelos, um buggy e um carro popular para cinco pessoas. Os dois modelos

2022. O índice de evolução da produção ficou em 54,5 pontos, resultado que está acima da linha divisória entre queda e crescimento da produção. Desde dezembro, o índice encontrava-se abaixo do patamar dos 50 pontos, comportamento que foi revertido em março, indicando crescimento da produção. Além disso, o índice que mensura a produção industrial em março de 2022 foi 4 pontos acima de março de 2021. A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) aumentou 1 ponto percentual, para 69%, entre fevereiro e março de 2022. O resultado é positivo: 2 pontos acima da média dos meses de março. O percentual vem em trajetória de crescimento desde janeiro de deste ano. A intenção de investimento manteve-se estável em abril. O índice de intenção de investimento alcançou 56,6 pontos, permanecendo acima da média histórica de 51 pontos. Fonte Ipesi

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EXPRESSAS

serão construídos em uma estrutura modular com carroceria de fibra de vidro ou carbono e deverá custar R$ 66 mil para o consumidor final. Para conseguir vender o carro a esse valor, o Grupo NBR vai realizar a montagem dos conjuntos junto aos fornecedores e fabricantes disponíveis no mercado brasileiro, como por exemplo conjunto de rodas, pneus, baterias, conjuntos óticos e faróis auxiliares, vidros, amortecedores, molas, sistemas de freio, resinas, fibras etc. Os motores deverão ser fornecidos por fabricantes do Brasil, China e Índia. “Nossa montadora ocupa uma lacuna em que não há concorrente em nenhum país do mundo. Grandes marcas apresentaram protótipos de buggies que ainda não chegaram ao mercado. No país, apenas empresas artesanais realizam a adaptação de carros pré-existentes para atender à demanda do mercado brasileiro de buggies, investimento que varia entre R$ 80 mil e R$ 100 mil. Também queremos renovar e reacender a paixão dos brasileiros pelo buggy”, diz Evandro Lira, diretor-presidente do Grupo NBR. Capacitação O Grupo NBR está negociando junto à Secretaria de Trabalho, Capacitação e Empreendedorismo do Governo de Pernambuco um projeto de capacitação para até 1.000 pessoas nas áreas de laminação de fibra de vidro e de carbono, elétrica, mecânica, montagem e funilaria, entre outros. Toda a capacitação será realizada em Araripina. Fonte Usinagem Brasil

NOVO METAL DESENVOLVIDO PELA NASA SUPORTA TEMPERATURAS DE ATÉ 1000 GRAUS CELSIUS Pensando em aumentar a vida útil dos motores a jato, reduzir o consumo de combustível e gastos com manutenção, recentemente, a NASA desenvolveu uma nova liga metálica através de um processo de impressão 3D. Com isso, a resistência dos componentes e peças utilizados durante

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uma exploração espacial terão um desempenho melhor e mais duradouro. Formado por uma liga de dispersão de óxido, o material que ficou conhecido como GRX-810 é capaz de manter sua força estrutural em cenários adversos. De acordo com a publicação da NASA, para que fosse possível compreender o comportamento e desempenho termodinâmico do objeto, os pesquisadores usaram modelos computacionais para determinar a composição da liga. Segundo o relato, a equipe de pesquisadores descobriu a composição ideal em apenas 30 simulações e o material apresentou resistência e flexibilidade em condições de até 1093 ºC. “Esta inovação é revolucionária para o desenvolvimento aeroespacial. Anteriormente, um aumento na resistência à tração geralmente reduzia a capacidade de um material de esticar e dobrar antes de quebrar, e é por isso que nossa nova liga é notável”, afirma Dale Hopkins, vice-presidente de projetos da NASA. Além da sua alta performance, o GRX-810 é visto como um forte aliado no desenvolvimento sustentável, afinal, sua vida útil contribui para a redução do uso de combustível e manutenção de aeronaves nas missões espaciais. Fonte CIMM

TUPY COMPRA MWM DO BRASIL POR R$ 865 MILHÕES Com aquisição, fabricante de componentes quer atuar em novos setores da cadeia e integrar serviços de usina-

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gem, montagem e engenharia Com o objetivo de estender suas operações no país, a Tupy acaba de anunciar a compra da MWM do Brasil. Com o negócio, a multinacional brasileira de componentes para veículos pesados e agrícolas pretende atuar em outros segmentos de mercado ao agregar os serviços da tradicional fabricante de motores e geradores. Estimada em R$ 865 milhões, a aquisição ainda está sujeita à aprovação da autoridade antitruste do país. A negociação é mais um movimento de expansão da Tupy, que no ano passado adquiriu a Teksid, divisão de componentes do Grupo Stellantis. Bom para os dois lados A nova negociação segue a lógica do “juntar o útil ao agradável”. Segundo a Tupy, a aquisição da MWM do Brasil visa a integração de serviços de fundição, usinagem, montagem, validação técnica e engenharia. Além de fornecer componentes a fabricantes de caminhões, máquinas agrícolas, de construção e motores, a Tupy vai se valer da produção e expertise da MWM na fabricação de propulsores e grupos geradores para ampliar seus negócios. Do outro lado, a aquisição é uma nova frente para a MWM. A empresa foi uma das que mais sentiu o baque do fim das operações industriais da Ford, em janeiro de 2021, e atualmente concentra suas atividades em grupos geradores. A compra pela Tupy pode dar novo fôlego ao segmento de motores para veículos comerciais e pesados.

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EXPRESSAS

Novos segmentos de mercado A transação permite à Tupy atuar também em novos segmentos, como os de energia, marítimo e reposição. Só no segmento de reposição de peças e componentes de motores, são mais de 600 pontos de venda e cerca de 300 oficinas credenciadas da MWM em todo o país. “Juntas, MWM e Tupy tornam-se uma companhia singular no mercado. Vamos nos unir a uma empresa com grande capital intelectual e tecnológico, cultura empreendedora e elevada credibilidade técnica em nossa indústria. Com a competência técnica desse time, estenderemos os serviços por eles oferecidos aos nossos clientes atuais”, afirma Fernando Cestari de Rizzo, CEO da Tupy. Iniciativas sustentáveis Segundo comunicado da Tupy, a aquisição também vai permitir que a companhia ofereça soluções de descarbonização. A empresa destaca a eletrificação para o agronegócio como uma das principais estratégias e diz que já há um time de engenharia dedicado na adaptação de geradores e veículos comerciais ao uso de biogás, biometano, biodiesel, gás natural e hidrogênio, “em um processo desenvolvido, certificado e garantido pela fábrica da MWM”. “O uso de biogás e biometano para geração de eletricidade e como combustível para frotas de caminhões, ônibus e tratores agrícolas é a principal rota para a descarbonização da indústria nacional e exportadora”, defende José Eduardo Luzzi, CEO da MWM. “A produção de biogás no país é inerente ao tamanho do agronegócio brasileiro e também será utilizado, em grande medida, como combustível para a produção de eletricidade em propriedades rurais através de geradores elétricos desenvolvidos e fabricados pela MWM”, completa o executivo. Vale lembrar que a Tupy Tech, no ano passado, apresentou iniciativas para processos mais sustentáveis. Desenvolvimento de materiais, geometrias e usinagem de componentes apropriados ao hidrogênio como

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combustível e para carros de passeio híbridos a etanol ou gasolina, além de soluções para reciclagem e reutilização das baterias de íon-lítio, estavam entre as premissas da companhia. Fonte Automotive Business

MACHINERY TOOLING UNIT: UMA HISTÓRIA DE INOVAÇÃO E PIONEIRISMO Unidade da Nidec Global Appliance chega aos 50 anos com softwares de gestão que permitem acompanhamento da produção das peças em tempo real. Há cinco décadas, a ferramentaria da Nidec Global Appliance é uma referência na América Latina. Criada, inicialmente, para suprir as demandas da companhia, o setor cresceu, incorporando tecnologias e pedidos que extrapolam os muros da empresa. O crescimento foi tão intenso que a área passou a ser chamada de Machinery Tooling Unit (MTU). Ao longo de sua história, a MTU contabiliza muitas inovações. O setor foi um dos primeiros a incorporar a tecnologia CNC e ferramentas intercambiáveis. A partir dos anos 1990, começou uma grande modernização, que hoje se reflete na utilização de modelagem 3D, simulações em realidade virtual, entre outras melhorias. O time conta com colaboradores de diferentes áreas, que juntos já

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desenvolveram mais de 12 patentes em ferramentais e máquinas, gerando diferencial competitivo e estratégico para a Nidec Global Appliance. “Joinville é um polo metalmecânico no Brasil e a MTU auxiliou nesse crescimento, com o desenvolvimento de tecnologias, a preparação de fornecedores e o treinamento de profissionais qualificados”, afirma Heber de Carvalho Hespanhol, gerente da MTU. Hoje, são mais de 80 equipamentos, usados no desenvolvimento de ferramentais e máquinas para a companhia e para clientes externos. Alinhado aos princípios de manufatura avançada, o setor incorporou softwares que aprimoram ainda mais seus processos. Projetos que antes eram feitos no papel, hoje são manipulados em programas de alta tecnologia e permitem economia de tempo. São mais de 150 mil desenhos gerenciados pela equipe. O setor recebe, em média, 12 mil pedidos novos por ano, desenvolvendo aproximadamente 100 ferramentais e máquinas durante o período. Hoje, a MTU se dedica à fabricação de ferramentais para os processos de produção de quase todas as peças metálicas do compressor. Também são produzidos dispositivos especiais como gabaritos para linhas de montagens, medição e máquinas customizadas, desenvolvidas e automatizadas sob demanda. São


equipamentos utilizados para construir peças complexas que podem integrar linhas inteiras de montagem. Para Heber, um ferramental eficiente é estratégico no funcionamento de uma linha de produção. “Ele gera um produto de qualidade, com cada vez mais produtividade, de forma prática, otimizando recursos como matéria-prima”. Gestão e automação – Softwares de gestão também permitem acompanhar a produção das peças em tempo real, reduzindo o ciclo de entrega de cada produto. Há, inclusive, programas que simulam a fabricação do produto final. Os ferramentais projetados são de fácil manutenção a ponto de, em muitos casos, não precisar parar a linha de produção para realizar um eventual setup, ajuste ou conserto. Assistência técnica, treinamentos sob encomenda, manuais de manutenção preventivos que trazem as revisões programadas e máquinas

modernas são outros aspectos importantes da rotina do setor. Mais informações: www.nidec.com GOVERNO EDITA DECRETO QUE REDUZ ALÍQUOTAS DE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS O governo federal editou decreto que reduz as alíquotas de produtos industrializados relacionados na Tabela de Incidência do Imposto de Produtos Industrializados (TIPI). A medida altera decreto anterior, publicado no final do mês passado, que trata do mesmo tema. As alterações começam a valer a partir do dia 1º de maio. De acordo com o governo, a medida publicada na quinta-feira (14), no Diário Oficial da União (DOU), busca a adequação das alíquotas da tabela para este ano, em relação ao que estava estabelecido em decreto de 2017, “promovendo a manutenção

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da redução geral da alíquota do IPI em 25% para a maioria dos produtos.” O governo justificou a redução com o argumento de que a medida tem por objetivo estimular a economia, afetada pela pandemia de covid-19, para auxiliar na recuperação econômica do país. Ainda de acordo com o governo, as mudanças representam uma diminuição da carga tributária de R$ 19,5 bilhões para o ano de 2022. Nos anos seguintes, a estimativa de redução será de R$ 20,9 bilhões para o ano de 2023 e R$ 22,5 bilhões para o ano de 2024. “Por se tratar de tributo extrafiscal, de natureza regulatória, é dispensada a apresentação de medidas de compensação, como autorizado pela Lei de Responsabilidade Fiscal”, informou a Secretaria-Geral da Presidência da República. Fonte CIMM

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MERCADO

O DIVÓRCIO DA INDÚSTRIA COM O CONHECIMENTO POR MAURO C. ANDREASSA

Acompanhe a relação entre indústria e o conhecimento ao longo do tempo e as recomendações do Prof. Andreassa para um caminho mais colaborativo na formação de profissionais

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m dia já estiveram felizes juntos. Tiveram até belos filhos e na década de 1980, a indústria já representou 34% do PIB. O tempo passou e parece que a rotina destruiu mais este casamento. Hoje, a indústria representa parcos 11% (dados de 2020). Mas proponho romanticamente uma receita para recompor este casamento. Mas o nobre leitor encontrará apenas no final.

ARMADILHAS DO CONHECIMENTO Com isto também houve o empobrecimento do conhecimento. Uma fábrica é um ambiente cheio de armadilhas peçonhentas. É preciso de matemática, pois vários são os controles, incluindo o estatístico. Boa comunicação no idioma nativo e até inglês. Conhecimento de fenômenos da física e da química. Segundo a The Economist, palavras de Rafael Cagnin da IEDI (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), “O Brasil é o pior exemplo de desindustrialização prematuro do mundo”. Os trabalhadores mudaram para empregos de serviços de baixa qualificação, em vez de empregos de alta tecnologia e qualificados. Ter cursos de engenharia sem um parque industrial com laboratórios e oficinas que deem continuidade a construção do conhecimento e geração de recursos é ter um cortador de grama no deserto. A pergunta

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fundamental é: como e para que servem universidades de engenharia em um desolado parque industrial? Não cresce o engenheiro, nem floresce a empresa. Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha, quem vem primeiro, a indústria ou os cursos técnicos e de engenharia? Surgem juntos é a resposta certa, caro leitor. VALE DO SILÍCIO PODE SER AQUI O Vale do Silício não surgiu apenas pela HP e outras famosas empresas com Intel, Apple etc. Lembro vocês que Stanford estava lá desde 1885. A lâmpada elétrica foi criada em 1879 apenas para nos referenciar no tempo. A formação do engenheiro, e de outras profissões também, apenas se completa quando, uma vez formados, seguem para o mundo real e são expostos a situações complexas que se distanciam dos exercícios bem-comportados do mundo acadêmico. Nem estágio, nem TCC, nem competições acadêmicas conseguem mostrar a crueza do mundo real, tão fundamental para sedimentação do conhecimento. Por sua vez, uma empresa sem tecnologia e conhecimento destes engenheiros e engenheiras vive a sombra e dependência de uma benevolente globalização. INDÚSTRIA EM BUSCA DA ALMA As empresas brasileiras estão despertando tardiamente para a competição

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global. Como dizia Peter Drucker há muito tempo, não importa onde você esteja, hoje você está sempre competindo globalmente. O que você faz aqui, algum chinês ou indiano ou outro, está fazendo muito bem e barato. E veja que Peter Drucker não viveu para ver a pandemia onde a crueldade da globalização foi muito mais exposta. Quando você dá alguns cliques no seu App de compras, não sabe de onde está vindo seu objeto de desejo. Todos nós alimentamos a competição global, e estamos golpeando duramente nossa própria indústria muitas vezes. E não se trata de ser a favor de barreiras artificiais protecionistas que jamais levaram país algum a excelência de produção. Trata-se de ter seus produtos com preços e qualidade competitivas nos Apps de compras. UNIVERSIDADE EM BUSCA DA ALMA O que quero dizer é que cursos cinco estrelas das universidades brasileiras não serão capazes de evitar nossa jornada ladeira abaixo. Além de bons cursos, precisamos das indústrias ao redor com vontade de inovar e criar, em todos seus tamanhos e organizações, pois o término do curso de engenharia se concretiza no ecossistema. É de lá que vem o derradeiro e verdadeiro diploma. Mestrados, doutorados e pós-doutorados não substituem a vida real. Somam, mas não substituem.


MERCADO

É bem verdade que o engenheiro pode ir para várias outras áreas. Mas é uma opção e não a regra. Você não fica em laboratórios de mecânica de fluidos, eletromagnetismo, mecânica, termodinâmica, etc., para depois ir trabalhar em um banco, em uma fintech e afins. Até pode, mas a formação não é primordialmente para isto. Continuo na minha opinião e ainda me expondo a inevitáveis críticas: cursos de engenharia com foco em gestão são importantes, mas a gestão não deve substituir as raízes do conhecimento. A desindustrialização gerará um vácuo de gestão. Engenhei-

ro vai gerir o quê se não mais existir indústrias? Gestão do quê? SANTO CASAMENTEIRO Portanto, a receita para reatar este casamento, na minha visão seria: 1. A importância do ecossistema. Todos são importantes para dar vazão e permitir o real término da formação do engenheiro. Políticas governamentais fazem parte, mas não se restringe apenas ao estímulo à indústria. É preciso apostar na tecnologia. A cada dia que não fazemos esta

aposta, estamos mais distantes da arena global. 2. Estágios, TCC, competições universitárias emulam o mundo real sem, contudo, desenvolver as habilidades socioemocionais tão importantes para a sobrevivência do empreendedorismo e do mundo corporativo. 3. Ciência e tecnologia é física, química, matemática na veia. Aplicação, gestão ou qualquer termo da moda não substitui o trabalho duro de compreender a ciência e de como transformá-la em tecnologia.

Mauro C. Andreassa - Físico, muitos e muitos anos imerso na carreira executiva na área da mobilidade. Professor de pós-graduação, instrutor e curador de conteúdo em temas como Management, Inteligência Artificial, Indústria 4.0, Manufatura Enxuta, Inovação e Computação Quântica. Fundador da Big Learning e cofundador da L2M Innova. mandreas@uol.com.br

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EVENTO QUE ENCERROU O PRIMEIRO CICLO DO PROGRAMA REUNIU STARTUPS E FERRAMENTARIAS, E CRIOU CONEXÕES ESTRATÉGICAS PARA O SETOR AUTOMOTIVO DO BRASIL POR AMANDA NASCIMENTO

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FUNDEP - Fundação de apoio da UFMG, realizou no dia 29 de abril, o Demoday Rota Challenge em Joinville, Santa Catarina. O evento foi organizado em parceria com a ABINFER - Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais no espaço Ágora Tech Park. O encontro marcou o encerramento do primeiro ciclo desta iniciativa de empreendedorismo da Linha IV – Ferramentarias brasileiras mais competitivas – e contou com a participação das indústrias FHS Ferramentaria, Stampway Ferramentaria e a Union Moldes, e das startups I-Sensi, Vitau, Diamondbigger e Bitável para uma rodada de pitch e mostra de resultados.

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Além disso, o Demoday foi uma oportunidade para gerar conexões com outras empresas do setor, além de divulgar o programa na região sul do Brasil. “O grande desafio é se aproximar das ferramentarias, por isso, temos tentado trazer uma comunicação horizontal com as pessoas que já estão com a gente. Acreditamos muito no conceito de rede em rede e assim chegamos de pessoa em pessoa, o nosso objetivo é nos conectar com o maior número possível de ferramentarias”, explicou Jade Alves da Coordenação de Programas da FUNDEP. Os participantes puderam entender melhor como funciona o Rota Challenge, talks shows sobre Indústria 4.0,

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modelo de gestão e processos, pitchs entre as startups e indústrias, o papel da FUNDEP e ainda ficar por dentro das novidades do programa Rota 2030. Programas como o Rota Challenge são muito relevantes, pois permitem novas parcerias. “Estar aqui e beber da fonte desse ecossistema é muito importante para nós, pois podemos ajudar a fazer mais e melhor no futuro”, explicou Marco Goetten, gerente executivo do Sesi Senai IEL. “Eventos como o Demoday divulgam as inovações tecnológicas e ao mesmo tempo proporcionam a oportunidade das empresas se conectarem às inovações das outras empresas ligadas às tecnologias”, falou Lucas


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Camargo, que participou do evento representando a startup Cpop Sistemas. Lucas é mestre em engenharia de produção e membro e acredita que envolver todos no mesmo contexto é importante e fundamental para trazer as necessidades reais das indústrias. Para Rafael Dimas Vieira de Oliveira, participante do evento e proprietário da América Modelação e Ferramentaria, a parte mais importante do Rota Challenge é que ele escuta os problemas das ferramentarias e busca soluções em cima desses problemas. O evento foi mediado por Jade Alves e Luiz Miranda da Coordenação de Programas da FUNDEP e Rafael Pelli, Head de Inovação Corporativa. A abertura contou com a participação de Christian Dihlmann, presidente da ABINFER, Osmar Filho, supervisor administrativo do parque tecnológico Ágora Tech Park e Marco Goetten, gerente executivo do SESI SENAI IEL.

responsável pela Linha IV – Ferramentarias brasileiras mais competitivas e Linha V – Biocombustíveis, segurança veicular e propulsão alternativa à combustão. Na oportunidade divulgou ainda a aprovação como coordenadora da Linha VI – Estímulo à produção de tecnologias relacionadas à conectividade veicular. SEGUNDO CICLO: EXPANSÃO E OPORTUNIDADE Das quatro startups participantes, duas foram selecionadas para o segundo ciclo do Rota Challenge: Vitau Automation e I-Sensi Tecnologia da Informação. Nesse segundo ciclo, as startups irão receber recursos de até R$300 mil/cada para multiplicar as soluções criadas e implementar em outras ferramentarias.

As demais startups e indústrias serão selecionadas a partir da inscrição na chamada que será em breve publicada no site do programa: www.rota2030.fundep.ufmg.br SAIBA MAIS SOBRE O ROTA 2030 O Rota 2030 é uma evolução do Programa Inovar Auto. O programa é uma iniciativa do Governo Federal e tem como objetivo ampliar a competitividade e a capacidade produtiva da indústria automotiva nacional. Neste contexto, a FUNDEP atua como um importante elo conector das necessidades da cadeia automotiva nacional e ainda contribui para fomentar o setor automotivo e de autopeças, estimulando a inovação, o desenvolvimento e a competitividade das empresas brasileiras.

APORTE FINANCEIRO E O PAPEL DA FUNDEP No primeiro ciclo a FUNDEP, por meio do Rota 2030, além de acompanhar as startups e indústrias em todo processo, disponibilizou aportes de até R$100 mil para a implantação de Provas de Conceito (PoC). O resultado desse ciclo gerou soluções de gestão que melhoraram e aceleraram os processos produtivos das indústrias e esses resultados podem ser implementados em outras ferramentarias. Atualmente a FUNDEP é

Amanda Nascimento Analista de Marketing e Comunicação do Programa Rota 2030 da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep). amandaoliveira@fundep.com.br

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G E S TÃO

7 DICAS PARA ATRAIR E MANTER OS MELHORES TALENTOS NA INDÚSTRIA POR A VOZ DA INDÚSTRIA

Pessoas são os maiores ativos de qualquer instituição. Por isso, captar e valorizar os talentos na indústria é fundamental para o setor

T

oda indústria é constituída de produto, processos, fabricação, vendas, administração e gestão, sendo necessário entregar produtos ou serviços que atendam às necessidades dos consumidores e ter lucro. Exatamente por isso, nenhuma empresa sobrevive sem pessoas, e é por isso que é preciso atrair e manter os talentos na indústria. “Neste processo, prefiro a expressão ‘buscar e valorizar seus talentos’ ao invés de ‘reter talentos’, especialmente se considerarmos as relações de trabalho nos tempos atuais”, diz Márcia Regina Frasson, especialista em RH. A seguir, saiba como fazer isso com a máxima eficiência. BENEFÍCIOS DA MANUTENÇÃO DE TALENTOS DENTRO DA INDÚSTRIA No ambiente da indústria, o principal desafio dos empreendedores é entender o custo-benefício de identificar e manter profissionais com competência diferenciada. Assim, processos de contratação que se mostram assertivos, trazendo para a organização o profissional eficaz para a necessidade que gerou sua busca, são de fundamental importância e contribuem significativamente para: Redução de custos - “a contratação assertiva ou manutenção do bom

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colaborador agregará ao grupo profissionais já bem qualificados ou reduzindo investimentos em formação/qualificação de novos colaboradores”, salienta a especialista em RH. Com isso, evita-se retrabalho em caso de substituição por não adaptação à função/produtividade aquém da esperada etc; Otimização do tempo - uma eficaz contratação evita interrupções ou mesmo paradas em determinadas áreas por falta de profissionais qualificados ou recrutados no tempo previsto; Diminuição de turnover; Agilidade de integração e entrega dos resultados esperados. 7 DICAS PARA ATRAIR OU MANTER BONS TALENTOS NA INDÚSTRIA Confira dicas que vão ajudar sua indústria a atrair e manter profissionais: 1. Invista em treinamento A expressão “life long learning” vem sendo muito utilizada para destacar uma competência altamente desejada: disposição para aprender sempre, de variadas formas, mostrando-se competente para responder/solucionar problemas e evoluir conforme as demandas surgem. Por isso, investir em capacitação

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de colaboradores é fundamental. “É preciso desmistificar que não necessariamente através de cursos formais, mas sim das inúmeras maneiras de aprender, a começar pelo ‘treinamento on the job’ (aprender fazendo), de observação, através de mentoria etc”, salienta Márcia. 2. Multiplique a competência dos bons profissionais Bons profissionais podem representar uma excelente fonte de capacitação interna, transferindo para as pessoas menos qualificadas os seus conhecimentos e competências. Exatamente por isso, bons profissionais ou “talentos” merecem sempre um olhar atento de seus líderes, aproveitando que são exemplos nas equipes e podem ter importante papel como líderes funcionais e/ou formadores de opinião na direção da cultura desejada pela empresa. 3. Reconheça seus melhores colaboradores A relação de trabalho pressupõe que ocorram entregas dos funcionários para que a empresa possa cumprir sua missão. Para isto, ela tem visão de futuro, estabelece metas e objetivos, faz investimentos e espera sucesso em sua entrega de produto ao mercado, com o consequente lucro esperado. “Sem colaboradores eficazes – ou


TECNOLOGIA

ainda, sem investir para ter a maior parte de colaboradores eficazes – dificilmente alcançará os resultados esperados ou será sustentável”, ressalta a especialista em RH. Portanto, é justo que bons colaboradores sejam reconhecidos pela sua competência. 4. Sempre ofereça oportunidades de crescimento dentro da empresa É fundamental que a empresa tenha em sua cultura este pilar, considerado um dos mais importantes para que o funcionário deseje ali permanecer. • Ofereça oportunidades de ascensão na carreira, através de aproveitamentos internos. • Proporcione treinamento e outras formas de aprendizagem e desenvolvimento profissional e pessoal. • Receba feedbacks constantes sobre sua atuação e perspectivas na empresa. • Tenha um ambiente transparente, em que os erros possam aparecer e ser utilizados como aprendizados. 5. Institua a meritocracia Para meritocracia fazer sentido, é fundamental que haja clareza de papéis e quais resultados são esperados dos colaboradores, definindo em qual período e os recursos disponíveis para que realize seu trabalho. “É justo reconhecer aqueles que se destacam, “entregam mais”, com regras conhecidas e aceitas pelo grupo através de sistema de avaliação de performance, de remuneração variável ou mesmo destaques especiais, onde o “feito” merece ser efetivamente destacado e recompensado seu autor”, recomenda Márcia Frasson. 6. Aposte nos feedbacks Dar e receber feedbacks é, possivelmente, a principal ferramenta para construção de uma cultura de respeito, confiança e que valoriza o crescimento de funcionários. “O papel das lideranças é fundamental nesta questão e precisam ser desenvolvidas para usá-la de maneira

correta. Por isso, expandir para uma ‘cultura’ de feedback é ainda mais rico, onde as pessoas sintam-se à vontade e mesmo com responsabilidade em dar e receber feedbacks entre colegas da equipe, de outras áreas, entre diferentes níveis hierárquicos”, diz. 7. Planeje o processo de seleção, de acordo com suas necessidades Fazer um planejamento de pessoal é de fundamental importância dentro da indústria. Idealmente deveria ser feito por períodos pré-estabelecidos. Com isto, líderes são chamados a refletir sobre seu quadro atual e necessidades futuras. O processo seletivo pode ser feito de maneira mais eficaz (sabe-se qual cargo se necessita, para quando e os recursos disponíveis para contratá-lo). Isto permite acionar os envolvidos em tempo hábil para desenvolver o processo com a qualidade que merece. Por fim, muitas vezes, a contratação de novos colaboradores é um processo cobrado ou esperado como responsabilidade exclusiva de RH. Mas, na verdade, é um processo a ser compartilhado por “várias mãos” e de especial responsabilidade da própria direção da empresa e suas lideranças. Assim, com base nas dicas acima, a velha máxima “a pessoa certa para o lugar certo” ainda faz todo sentido! Cabe às indústrias adotá-las.

A Voz da Indústria é o canal de conteúdo da FEIMEC (Feira Internacional de Máquinas e Equipamentos) e EXPOMAFE (Feira Internacional de Máquinas-Ferramenta e Automação Industrial). É um espaço destinado aos profissionais do setor com conteúdo exclusivo, inédito e com foco na indústria brasileira de máquinas e equipamentos. A Voz da Indústria é um espaço em constante atualização, com a missão de manter o setor industrial brasileiro atualizado e informado. avozdaindustria@informa.com

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CANTINHO DE IDEIAS

INTERCÂMBIO BRASIL-JAPÃO DA INDÚSTRIA DE FERRAMENTAIS

Etsujiro Yokota

Christian Dihlmann

Alexandre A V Morais

Roberto Eiji Kimura

Presidente de Honra

Presidente

Membro Associado

Membro Associado

Takao Maeda

Roberto Monteiro Spada

Stephan Dihlmann

Luiz Eduardo Leão

Membro Associado

Diretor SENAI/SP

Engenheiro Agile²

Gerente de Tecnologias Educacionais SENAI/DN

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8ª Reunião – A ferramentaria ideal

elato da reunião virtual realizada em 11 de maio de 2022 (20:00h às 22:00h) para alinhamentos de visões globais referentes ao setor de ferramentaria, principalmente para o período pós pandemia, com a presença do Presidente de Honra da ABINFER Prof. Etsujiro Yokota, do Japão. Foi ainda definido o próximo encontro virtual para o dia 22/06/2022 (quarta-feira), as 20:00h. INTRODUÇÃO Iniciando a conversa, Yokota solicitou a Christian que fizesse uma explana-

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ção resumida sobre o entendimento de uma ferramentaria atual no Brasil. Assim, foram comentados 4 pontos principais: 1. Empresário – de forma geral, trabalhou até 30 anos de idade, tendo um salário bom e acima da média de mercado. Por ver a posição e status, não necessariamente real, do patrão, entende que tem a devida competência para empreender e se tornar um empresário ferramenteiro. Com o valor da rescisão de trabalho, ele utiliza o dinheiro para iniciar empresa. Sem noção de custos e compromissos

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financeiros, não faz planejamento nem monta um plano de negócios. Geralmente compromete o fluxo de caixa em favor de benefícios da vida privada e gasta antes de receber. Tem pouca visão ou experiência comercial e financeira; 2. Funcionário – de maneira geral, o profissional técnico era mais bem preparado no passado do que nos dias de hoje. Por ser uma atividade em constante evolução e diversificação de produtos, passa por muitas etapas ainda artesanais exigindo experiência e conhecimento. Atualmente os


CANTINHO DE IDEIAS

jovens são muito compulsivos e não percebem valor na profissão em que estão. Buscam sempre novos desafios mas sem o devido preparo para tal. Por outro lado, a geração atual é mais rápida e tem uma quantidade de informações técnicas disponível infinitamente maior do que a geração passada. Entretanto, precisa saber aplicar esta massa de conhecimento com o devido embasamento técnico. A média de idade é de 34 anos de idade nas empresas, denotando clara renovação do perfil profissional do segmento; 3. Tecnologia – quando comparada aos países líderes na produção de ferramentais, o parque de máquinas e tecnologias de produção está defasado em cerca de 10 anos. Não há investimento na renovação do parque fabril por conta da baixa lucratividade do setor e da carência de planejamento

financeiro consistente. Essa baixa lucratividade está altamente associada a vergonhosa produtividade obtida no segmento que torna o retorno do investimento muito dilatado. A produtividade brasileira nas ferramentarias orbita na casa de 23% em máquinas de produção contra 58% dos melhores fabricantes globais. A aplicação de recursos de simulação disponíveis na grande maioria dos sistemas computacionais também é pouco conhecida, impedindo o aproveitamento melhor dos recursos disponíveis e a conversão em ganho de produtividade; 4. Governança – o empresário brasileiro, de maneira geral, não está preparado para assumir a governança apurada e progressista necessária para o sucesso do negócio. Não por má fé, mas por total despreparo e desconhecimento das técnicas de adminis-

tração corporativa. Dessa forma, atua e decide muito de forma cognitiva, sem embasamento técnico. É a gestão pelo coração e não pela razão. A afirmação de Yokota é que o Brasil de hoje se iguala ao Japão de 30 anos atrás. Dando seguimento, mencionou que, atualmente, a crise pandêmica está afetando a indústria manufatureira do Japão da seguinte forma: a. Descobriu-se inesperadamente que não eram mais fabricadas no país as máscaras, seringas, roupas de proteção médica, equipamentos médicos, dentre diversos outros produtos; b. Identificou-se repentinamente a vulnerabilidade da indústria japonesa devido a falta de chips e semicondutores. Isso causou a necessidade de fabricação de algumas peças no exterior, para

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CANTINHO DE IDEIAS

banheiros, aquecedores e peças da indústria de automobilística. A linha de montagem de carros nacionais é altamente dependente de peças importada; c. Clareou-se a baixa taxa de autossuficiência do Japão exposto pela “Crise da Ucrânia”, com produtos que vão desde farinha, soja e até itens de necessidades diárias; d. Percebeu-se que a fabricação de armas de autodefesa do Japão é realizada no exterior, revelado também pela “Crise da Ucrânia”. Esse fato alavancou a necessidade de rever a produção de armamentos no país. Nítido restou que a afirmação “sendo barato está tudo bem” é um grande erro. Como resultado, reconhecendo a importância da segurança econômica para o desenvolvimento do Japão, o Congresso está deliberando sobre a Lei de Promoção da Segurança Econômica. Na indústria de manufatura, a fim de estabelecer a segurança econômica, é necessário proteger os insumos de matéria primas. E a base da manufatura é a indústria de ferramental. Isso é de conhecimento de todos. Sem o molde não se fabrica nada! Mas a impressão geral dessa importante indústria de ferramental é que o funcionário veste uniforme sujo, carrega material pesado todos os dias, trabalha com máquinas antigas e cheios de oléo, em ambiente escuro e fabricam produtos que não recebem atenção do público, que os salários não podem ser considerados de alta renumeração. E que são, principalmente, indústrias de pequeno e médio porte que não a torna uma indústria “atraente”. Portanto, é preciso transformar o conceito, valorizar a profissão e fortalecer as conexões com a sociedade. Para os jovens que vão liderar a próxima geração, é imperativo incutir em suas cabeças que a indústria de ferramental é atraente e deve ser escolhida como local de trabalho. A fim de mudar essa

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má impressão da indústria do ferramental, precisamos levar o setor a um novo patamar. O professional vai vestir uniformes limpos, ter atuação inteligente, sem necessidade de uso da força para trabalhar, bom ambiente de trabalho, serviço reconhecido pela sociedade e renumeração salarial de alto valor. Contudo, na realidade não existe este local de trabalho ideal no mundo. Então, como podemos fazer a indústria do ferramental ser a mais desejada? Esclarecendo este mal entendido. Os profissionais do setor sabem que:

ferramental, pois não deixaram conhecida a importância desse importante setor industrial. Cada empresa utiliza o website, participa em feiras, e, exposição, entre outros eventos, para “apresentar” os atrativos de sua empresa, mas apenas isso não é suficiente. O que deve ser feito a partir de agora é “mostrar” os atrativos desta indústria. Há uma grande diferença entre APRESENTAR e MOSTRAR. Como se diferencia? Basicamente, apresentar é baseado no conceito de visão pelo lado da empresa vendedora. E mostrar é baseado

Percepção

Realidade

Uniformes sujos

Uniformes limpos

Peças pesadas

Tudo manuseado por máquinas e equipamentos

Máquinas sujas de óleo

Máquinas de última geração

Uniformes sujos

Ambiente claro e limpo

Peças pesadas

Chão mais limpo e organizado que no escritório

Máquinas sujas de óleo

Bons salários e acima da média de mercado

Uniformes sujos

Existe produto que fica sobre holofotes

Peças pesadas

Também em grandes empresas

A primeira imagem abaixo demonstra a entrada de uma ferramentaria totalmente subterrânea e com temperatura controlada. Já a segunda imagem mostra uma área de usinagem com máquinas de última geração.

no conceito de visão pelo lado da empresa compradora. Um ditado diz “conte-me que vou esquecer, mostre-me que vou aprender”. Pense nesta diferença! Apresentar é pela visão do vendedor. Mostrar é pela visão do comprador.

O maior desafio da indústria de ferramental está no fato de serem raras as pessoas que sabem responder à pergunta “o que é uma ferramentaria”. Mas quem é o responsável por esse fato? A responsabilidade é de todos os envolvidos na indústria do

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Então, o que e como devemos mostrar? A base para “mostrar” é pensar a partir do ponto de vista do espectador, do cliente. Se o espectador não estiver interessado, não terá sentido, pois ninguém vai ver. Há 2 maneiras de dizer “isto é maravilhoso na ferramentaria!”. Uma delas é voltada ao mercado cliente; A outra é direcionada ao público em geral. O importante é atingir o público em geral, pois é formador de opinião e construtor de tendências. Originalmente o local de trabalho em uma indústria de ferramentais é atraente. Não há outra indústria manufatureira tão interessante como esta. Entretanto, as pessoas em geral


CANTINHO DE IDEIAS

entendem muito pouco ou nada. A partir de agora, as indústrias de ferramentais devem promover atividades proativas de “mostrar” e posicioná-la como um local de trabalho atrativo. Qual o centro dessa promoção? A associação de fabricantes de ferramentais do país. No Brasil, a ABINFER deve se dedicar à essa ação com muito empenho e intensidade. As questões “o que é um ferramental” e “o que pode produzir um ferramental” devem poder ser respondidas por qualquer cidadão. A imagem que uma empresa de ferramental deve refletir, vista pelas pessoas em geral: • Atividade profissional atraente; • Ambiente de trabalho atraente; • Empresa que gostaríamos de trabalhar. Na realidade, já existem muitas empresas de ferramental no Brasil que atendem a esses itens. A partir de agora, como fazer para mostrar isso?

Destacar, com muita clareza e determinação, a atratividade da ferramentaria com os seguintes pontos: • Trabalho diário com criação, sendo um local realmente divertido (pode-se trabalhar todos os dias em diferentes serviços); • Sempre envolvido no desenvolvimento de produtos de ponta (novos produtos começam com a fabricação de ferramentais); • Empresas de bom tamanho, pequeno e médio porte (sempre podendo se transformar para adequar-se à época); • Sempre envolvido em tecnologia de ponta (CAD/CAM/CAE, robôs, tecnologia de inteligência artificial, máquinas-ferramentas de ponta). CONCLUSÕES Finalizando, o grupo se perguntou: o que é uma ferramentaria ideal? A cerne da vida de uma empresa de ferramental está nos recursos humanos

que ali trabalham. Portanto, a conclusão de “o que é uma empresa de ferramental ideal” é aquela empresa onde vale a pena trabalhar. O grupo entende que o assunto “a ferramentaria ideal” deve ser mais profundamente explorado e que são boas sugestões de temas para as próximas reuniões: • A postura do empresário ferramenteiro do Japão relativamente a governança do negócio; • Tratativas comerciais entre ferramentaria x cliente x fornecedor.

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PROCESSOS

IMPRESSÃO 3D E USINAGEM CNC: QUAL ESCOLHER?

A

POR MOISÉS HENRIQUES B. PEREIRA

Impressão tridimensional (3D), também conhecida como manufatura aditiva (MA), do inglês 3D Printing (3DP), é um método de fabricação de produtos físicos a partir de um modelo criado no computador. Essa tecnologia inovadora e versátil, criada pelo engenheiro americano Charles Hull, chegou ao mercado na década de 80, como estereolitografia. Hull fundou a 3D Systens Corporation no ano de 1986, 1987 lançou o primeiro sistema comercial de impressão 3D, que ficou conhecido como SLA-1. O termo SLA originou da palavra Estereolitografia, Stereon (sólido), Lithos (pedra) e graphy (escrita), originando a Stereolithography Apparatus (SLA). O sistema utiliza uma luz para solidificar uma resina fotossensível, criando camadas sucessivas de impressão. Posteriormente, novas tecnologias e sistemas foram desenvolvidos a partir do software CAD de estereolitografia criado pela 3D Systems. Em 1988, Carl Deckard, criou um método

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alternativo, conhecido como Sinterização seletiva a laser (SLS), em que ele utilizava pó solto ao invés de uma matéria prima líquida. No ano de 1989, o casal Scott e Lisa Crump, criou e patenteou um novo método de impressão 3D chamado modelagem de deposição fundida (FDM), enquanto tentava fazer um brinquedo para a filha deles. O método é conhecido como extrusão de fusão, que é utilizado para depositar filamentos de termoplásticos. Posteriormente, eles fundaram a empresa Stratasys, que inclusive é líder de mercado atualmente, quando o assunto é impressoras 3D de alta precisão e ainda detém a patente. No ano de 1992, a startup DTM de Carl Deckard, desenvolveu a primeira máquina de sinterização seletiva a laser (SLS). Em 1996, o processo de comercialização da 3D Systems começou para Impressão ColorJet (CJP). Nos anos 2000 a indústria da impressão 3D deu um salto considerável e se popularizou, devido ao

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vencimento de principais patentes, o que consequentemente, diminuiu o custo das máquinas. Atualmente, é utilizada nas mais diversas áreas (medicina, aparelhos ergonômicos, construção civil, modelos didáticos pedagógicos, arquitetura, robótica, educação, indústria automobilística, dentre outros). A Systems lançou o primeiro simulador cirúrgico de realidade virtual Simbionix. Em 2011, os engenheiros da Universidade de Southampton projetaram a primeira aeronave não tripulada impressa em 3D e o Urbee, um protótipo de carro com corpo impresso em 3D, foi apresentado em uma conferência TEDx no Canadá. Essa revolução no mercado 3D possibilitou a entrada de vários profissionais como designers, fabricantes e inventores no cenário mundial. Em 2005, o Dr. Adrian Bowyer com o Projeto RepRap lançou uma impressora 3D capaz de construir-se sozinha. Em 2009, a vez foi do grande lançamento da Kickstarter, que impulsionou


PROCESSOS

projetos criativos personalizando os processos. O mercado passou a ser mais colaborativo, onde os designers passaram a receber feedback de outros profissionais e consumidores antes de criar os produtos. O mercado também se abriu para criadores construírem suas próprias impressoras 3D e seus produtos. Muito se têm visto em termos de inovação nos últimos anos na indústria 3D, em todas as áreas do conhecimento: ossos, espaçonaves, órgãos, aviões, carros, modelos de joias, vestuário e maquiagem. Na atualidade, protetores faciais, testes COVID e peças para respiradores também foram produzidas. Empresas de todo o mundo têm utilizado os benefícios da impressão 3D, tais como: Bugatti, General Electric, NASA e diversos setores de saúde e medicina. QUAIS SÃO AS DIFERENÇAS ENTRE A IMPRESSÃO 3D E A USINAGEM CNC? Graças à impressão 3D é possível criar um protótipo rápido, através de camadas sucessivas de material, até a peça ser completamente formada. É também possível personalizar modelos de impressão 3D prontos ou criar objetos do zero, além possibilitar a fabricação de peças complexas utilizando uma menor quantidade de

material que os métodos tradicionais de fabricação. Apesar das vantagens, para muitos utilizar a tecnologia 3D ainda é um desafio, principalmente pelo fator de sua metodologia de operação ainda variar bastante. Além disso, a sua utilização depende bastante da finalidade, pois como qualquer outra tecnologia ela possui suas limitações, como por exemplo, não poder ser efetivamente usada para produção em massa, pois até o presente momento, ela ainda é limitada em velocidade e acessibilidade, quando comparada a usinagem CNC. Nesse sentido, o presente artigo foi escrito com o objetivo de orientar os profissionais com informações relevantes da literatura e soluções práticas, para que você consiga saber escolher quando for necessário. Você deve está se perguntando, mas o que diferencia essa tecnologia 3D da usinagem CNC? A principal diferença está na forma e tipo de fabricação. A impressão 3D é uma tecnologia em rápido crescimento, com muitas vantagens em relação aos métodos tradicionais de fabricação. Os processos de MA ou impressão 3D criam peças adicionando um material por camada, ou seja, pode-se dizer que ocorre por deposição ou união de material. Os processos AM não exigem ferramentas ou acessórios especiais, portanto, os custos iniciais de configuração são mantidos de maneira linear mesmo independente da quantidade. Ao contrário da 3D, a usinagem CNC utiliza a fabricação subtrativa. Em termos práticos, isso significa que ela inicia com um bloco de material, conhecido como “branco” e corta o material para criar a peça finalizada. A modelagem da peça é feita com cortadores e ferramentas de fiação específicas (Figura 01).

Figura 1: Esquema comparativo entre a usinagem CNC e a impressão 3D. (A) Usinagem CNC ou subtrativa. (B) Impressão 3D ou manufatura aditiva. Notar as diferenças entre os dois métodos desde a etapa de escolha do material, passando pelas máquinas utilizadas no processo de fabricação aditiva e no desperdício. Adaptado de Engiprinters, (2017).

E QUANTO À COMPATIBILIDADE DE MATERIAIS? Tanto a tecnologia da impressão 3D quanto a usinagem CNC são compatíveis com uma grande variedade de materiais e matérias-primas. No entanto, a impressão 3D está mais focada nos plásticos, embora mudanças ocorram rapidamente em todo o setor. Inclusive, fabricantes renomados 3D Systems, Arcam, Desktop Metal e Markforged, já estão disponibilizando no mercado as melhores e mais acessíveis formas de impressão 3D, provenientes de metal. Na usinagem CNC, os plásticos mais utilizados são ABS, Nylon (PA66), Policarbonato (PC),

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PROCESSOS

Acrílico (PMMA), Polipropileno (PP), POM e PEEK. Um metal comumente usado na usinagem CNC é o alumínio, por oferecer uma alta qualidade de proteção e por ser reciclável. Ele é comumente utilizado por empresas que trabalham com prototipagem de alta qualidade para aplicação industrial. Outros metais que também são utilizados incluem o aço inoxidável, a liga de magnésio, a de titânio e a liga de zinco e latão. Por outro lado, no mercado 3D, os termoplásticos mais utilizados são ABS, PLA, Nylon, ULTEM, foto-polímeros como cera, calcináveis ou resinas biocompatíveis. Algumas impressoras 3D de nicho também permitem a impressão com areia e cerâmica. Os metais que já são comumente utilizados na impressão 3D incluem alumínio, aço inoxidável, titânio e inconel. Vale destacar para a impressão 3D em metal, são necessários maiores investimentos, pois as máquinas industriais possuem um custo bem mais elevado. ESCOLHA DOS SOFTWARES Agora que você já entendeu os conceitos básicos da impressão 3D, o próximo passo é você transformar a sua ideia em um modelo. Existem no mercado vários softwares de modelagens. O Solidworks é um software amplamente utilizado no mercado, por se adaptar bem em projetos da área de mecânica e engenharia. Já o Autodesk fusion 360, é utilizado para modelagens free form, sólidas e montagens. Com o software autodesk é possível simular encaixes, movimentos, tensão e estresse térmico. O tinkercad é uma ferramenta simples, que pode ser utilizada diretamente pelo navegador de internet, para que quer criar do zero ou partir de modelos prontos. E para completar o 3D builder, é uma solução simplificada para usuários sem ou com pouco conhecimento técnico. PROJETO E ETAPAS DA IMPRESSÃO 3D DE FORMA SIMPLIFICADA Se você preferir, é possível terceirizar completamente o serviço e contratar uma empresa especializada, mas é

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importante você conhecer algumas etapas de planejamento: 1. Modelo virtual da sua peça: o primeiro passo é criar o modelo virtual da peça na qual você pretende produzir. 2. Criação da peça: para criar a peça você pode, por exemplo, além dos softwares citados no tópico anterior, utilizar o programa de CAD (Design Auxiliado por Computador; Computer Aided Design), pois com ele você poderá decodificar e analisar o caminho da ferramenta. Com a utilização do CAD é possível interpretar a geometria da peça criada e definir cada procedimento que será necessário para o funcionamento da máquina. No ramo, de atuação o procedimento é conhecido como Slicing (fatiar). 3. Preparo da máquina e calibração: etapa de escolha dos materiais necessários e de transmissão do código gerado para a máquina, que irá operar e gerar o sólido automaticamente. 4. Remoção da peca: é necessário retirar o produto criado da plataforma de impressão e fazer a remover tanto os suportes e quanto os excessos de material. Caso seja necessário aumentar a resistência do material, é possível reaquecer ou curar o material. De acordo com Hiemenz (2011), é possível também fazer montagem, pintura e até acabamentos nas peças. EXEMPLO PRÁTICO DE COMO A IMPRESSÃO 3D TEM REVOLUCIONADO A ÁREA DE ENSINO Como tecnologia da impressão 3D tem revolucionado a área de ensino e educação, aqui na empresa papo CNC, não tem sido diferente. A tecnologia já tem sido aplicada e implementada por nós, no sentido de melhorar a experiência dos alunos. Diversas peças já têm sido produzidas especialmente para os cursos de formação de novos profissionais. Recentemente, investimos na elaboração e construção de torres elétricas de torno CNC, para as aulas de alunos iniciantes. Os resultados tem sido surpreendentes, pois tem trazido dinamismo, auto-poder de demonstração entre a teoria e prática, além de autonomia a interação entre os alunos. Outros projetos já estão em andamento.

Figura 2: Projeto de impressão 3D idealizado e implementado por Moisés Henriques, instrutor e CEO da Empresa Papo CNC, para as práticas didático/pedagógicas de seus alunos.

COMO ESCOLHER UMA BOA IMPRESSORA 3D? Alguns pontos importantes precisam ser considerados, na hora de definir qual equipamento utilizar, que incluem: 1. Questões relacionadas à finalidade e aplicação: Qual é a finalidade das peças? Para que você possa saber quais são os materiais que serão utilizados. Como são as peças e qual o tamanho? Quais aplicações elas terão e se

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PROCESSOS

terão acabamento? Se as peças serão expostas à alta temperatura ou se terão contato com algum reagente químico? 2. Questões relacionadas aos objetivos da impressão: será para uso empresarial ou educacional? Você ou sua empresa fará o projeto ou terá que terceirizar? 3. Questões relacionadas ao conhecimento do operador: Quem vai operar a maquina e qual o nível de conhecimento? a impressora será montada ou o serviço será terceirizado? 4. Questões relacionadas aos aspectos financeiros: quanto você pode e está disposto a pagar? Qual será o custo de operação? Atualmente, há no mercado muitos tipos de impressão 3D tais como: SLA (Estereolitografia), FDM

(Modelagem de Deposição Fundida), DLP (Processo de luz digital), SLS (Sinterização seletiva a laser), DMLS (Sinterização a laser de metal direto), SLM (derretimento seletivo a laser), EBM (Derretimento de feixe de elétrons), MJF (Multi Jet Fusion), PolyJet (Injeção de resina em gota). Como não faz parte do escopo no presente artigo falar sobre cada uma das máquinas. A nossa equipe coloca-se à disposição para esclarecer as suas dúvidas e lhe prestar uma consultoria caso seja necessário. CONSIDERAÇÕES FINAIS Tanto a impressão 3D quanto a usinagem CNC são compatíveis com uma variedade de materiais, incluindo plásticos e metais. No entanto, não existe uma técnica perfeita, e se você me perguntar qual eu indico, a resposta é depende do seu objetivo.

Tanto tecnologia 3D quanto a usinagem CNC estão em amplo crescimento no mercado, portanto, o que é mais adequado para você ou para a sua empresa, dependerá do material, da complexidade geométrica das peças que serão produzidas, do volume de fabricação e principalmente do orçamento e do corpo técnico disponível. Quer saber mais a respeito das tecnologias, entre em contato com a nossa equipe.

Moisés Henriques - Especialista em CNC. 17 anos trabalhando com CNC. Desde 2012 atua com consultoria e treinamentos CNC, Já ministrou treinamentos nas grandes empresas do país e também fora. (31) 9 9477-8520 Instagram: @papocnc moises@papocnc.com.br

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conheça as máquinas que realizam os maiores moldes para injeção.

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Há mais de 30 anos, grandes projetos passam por aqui.

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KANBAN: CONHEÇA UMA IMPORTANTE FERRAMENTA DO TOYOTISMO! P O R R E V I S TA F E R R A M E N TA L

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Para uma boa gestão de projetos, o Kanban é essencial, pois possui uma abordagem simples, direta e eficiente para administrar as demandas.

ocê com certeza você deve ter ouvido falar em sistema Kanban, certo? É um assunto comum na parte de gestão de projetos. Muito famoso, por não se limitar ao quadro branco pendurado nas salas e escritórios, o Kanban faz parte da estrutura de aplicativos de gestão populares ao redor do mundo. Sua fama tem motivo: ele é extremamente simples de aplicar e traz resultados rápidos. Por esse motivo, ao pesquisar métodos ágeis, quase sempre um dos primeiros métodos que você vai encontrar é o Kanban. Ele tem como base técnicas que

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controlam e gerenciam os fluxos de produção nas empresas. Com o objetivo de aumentar a produtividade e otimizar os processos, O Kanban pode transformar sua empresa. Neste artigo você vai entender tudo sobre a metodologia Kanban. Vamos lá?

O Kanban foi criado pela Toyota e, de forma resumida, é uma forma de gerenciar tarefas e ações necessárias através de um quadro visual. O método já é utilizado há várias décadas aqui no Brasil, não apenas na indústria, mas também em qualquer negócio que queira atingir um nível de excelência em suas atividades.

O QUE É O SISTEMA KANBAN? Kanban é um método de controle e gerenciamento de estoque e fluxo de peças que utiliza cartões coloridos (post-its), também conhecido como gestão visual, por fazer o uso de cores como indicadores.

A HISTÓRIA DO MÉTODO KANBAN Se uma empresa possui muitos produtos armazenados em estoque, quer dizer que ela está acumulando produtos que deveriam estar no mercado, mas, por algum motivo não estão. Da mesma forma, se está faltando

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a apenas um estilo de atuação ou implementação. O sistema pode ser adequado à prioridade da sua empresa no momento. Em resumo, o Kanban é representado por um quadro, chamado de Quadro Kanban. É uma forma eficiente de priorizar e organizar o seu fluxo de trabalho com responsabilidade e transparência. Você move cada tarefa por diferentes estágios dentro do quadro, da esquerda para a direita, até concluir o trabalho. A seguir falaremos sobre alguns dos diferentes tipos de Kanban que você pode aplicar:

produtos em uma empresa, significa que ela não está conseguindo dar conta da demanda que os clientes necessitam, fazendo com que eles busquem o produto com o concorrente. Com o objetivo de equilibrar a produção para não passar por essas duas situações, a Toyota criou o método kanban na década de 1940, tornando-o parte do Sistema Toyota de Produção. O seu foco era garantir o controle do estoque de materiais para que não faltasse e nem fossem produzidos produtos em excesso. Atualmente, a metodologia kanban é utilizada em diferentes áreas, como em equipes de marketing e vendas, prestadores de serviços e desenvolvedores de aplicativos e softwares, funcionando como uma ferramenta de gestão de tarefas. ONDE O KANBAN PODE SER APLICADO? O sistema Kanban pode ser utilizado em qualquer tipo de projeto, seja ele corporativo (Não importa o nicho ou o setor interno, tanto no escritório, quanto no chão de fábrica ou no setor de vendas), ou até mesmo pessoal. QUAIS SÃO OS TIPOS DE KANBAN? Da mesma forma que o lean manufacturing, o Kanban não fica limitado

KANBAN DE PRODUÇÃO No kanban para produção, os quadros geralmente são divididos em três etapas: para fazer (to do), fazendo (doing) e feito (done). Cada cartão precisa conter as seguintes informações sobre cada tarefa que será desempenhada: • O que é preciso fazer; • O prazo para concluir a tarefa, • O responsável pela atividade. Você pode utilizar cores para indicar o andamento da tarefa ou o segmento responsável. Quando se iniciam os trabalhos, os cartões vão seguindo para a etapa posterior, até a conclusão dentro do quadro Kanban. Quando uma coluna conter uma vaga em aberto, ela pode receber uma nova tarefa, “puxando” um novo item para a linha de produção. KANBAN DE MOVIMENTAÇÃO A Toyota é um exemplo claro de Kanban de movimentação, afinal, ela é a idealizadora do método. Vamos imaginar que a fábrica precisasse criar um lote de 200 veículos. Mas a produção só pode prosseguir a cada vinte carros, com as respectivas fases: montagem, pintura e acabamento. A velocidade de produção se torna proporcional ao padrão de consumo e ao giro de itens. Quanto maior o giro e o consu-

mo, maior será a quantidade a ser produzida. Isso é possível devido aos recursos humanos e financeiros que são utilizados de forma sustentável e responsável. E-KANBAN É uma adaptação do Kanban para a internet. Esse sistema permite ter mais agilidade e eficiência na comunicação interna das empresas. Ele pode ser utilizado em software de gestão empresarial ou em aplicativos e sistemas para tablets e celulares, por exemplo. QUAIS OS BENEFÍCIOS DO KANBAN? Se você ainda não se convenceu de que o Kanban pode aumentar a eficiência do seu setor ou da sua empresa vou te apresentar alguns motivos importantes para utilizá-lo. Inúmeras empresas já aproveitam as vantagens do Kanban e conseguem um nível alto de produtividade através dele, que se mantém contínuo e com menos falhas. Evita que os funcionários fiquem ociosos Ter funcionários ociosos é um grande problema para gestores e empreendedores, pois, além de trazerem prejuízos financeiros, a ociosidade afeta a motivação e o engajamento no trabalho. Contudo, o uso do método Kanban pode neutralizar o problema. Como a equipe está sempre de olho no quadro de tarefas e nas ações a serem tomadas, acabam trabalhando mais para que suas responsabilidades sejam concluídas e registradas no quadro dentro do prazo estabelecido. Reduz o tempo gasto para executar processos Outro ponto que merece destaque é a diminuição do tempo preciso para concluir uma tarefa. Ao deixar visível para todos da equipe as suas responsabilidades e o prazo, eles produzem mais e mais rápido. Geralmente é possível perceber

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que as etapas são finalizadas em um tempo razoável, e boa parte delas é concluída antes mesmo do prazo determinado. Além do mais, a divisão em três etapas de produção impede que a ordem das ações seja alterada, evitando problemas na produção e diminuição na qualidade final do produto. Dessa forma temos um processo de alta qualidade e, ao mesmo tempo, mais rápido. É fácil e simples de ser aplicado Como vimos, o material e a metodologia utilizada no Kanban são bem simples e de fácil aplicação. Com um pequeno investimento, você pode implementá-la e aproveitar todos os benefícios mencionados. Utilizando referências visuais claras, eliminamos toda a burocracia de um processo produtivo, pois as demandas são identificadas de forma fácil, sem ser preciso analisar relatórios, ofícios e memorandos. Elimina atividades que não agrega valor à equipe Quando delimitamos e gerenciamos os processos devidamente, os funcionários se ocupam com o que realmente traz resultados para a empresa. Isso resulta em eliminação de tarefas e deveres que não contribuem para o sucesso da atividade e representam uma perda de tempo. Reduz os custos e desperdícios na empresa Um dos grandes objetivos de qualquer empresa é a redução de custos. Não importa o porte ou segmento de atuação da sua empresa, é natural que você sempre esteja buscando estratégias que diminuam seus gastos operacionais. Dessa forma, o sistema Kanban pode ser um grande aliado, já que sua aplicação diminui o índice de estoque máximo e limita os gastos que não são necessários ou feitos em momentos ruins para a empresa, principalmente durante a produção de produtos.

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COMO A METODOLOGIA KANBAN FUNCIONA NA PRÁTICA? Kanban é um termo de origem japonesa que significa “sinalização” ou “cartão”, e faz o uso de cartões (post-its) para identificar e gerenciar o andamento da produção em uma empresa. O Kanban deixa visível o fluxo previsto de trabalho, com todas as tarefas envolvidas e o trabalho real, e seu objetivo é encontrar possíveis gargalos, e fazer correções para que haja fluidez nas atividades da empresa. DEFINIÇÃO DE COLUNAS Existem três colunas básicas no Kanban: “a fazer”, “fazendo” e “feito”, porém o sistema pode ser organizado de acordo com a sua necessidade. Então, antes de tudo, é necessário determinar quais são as colunas e o que elas representam no seu fluxo de trabalho. Abaixo, vou apresentar uma definição sobre as três principais colunas, mas fique sabendo que existem várias outras que podem ser utilizadas no quadro. Conforme falamos, isso depende do seu fluxo de trabalho. Uma coluna muito utilizada no Kanban (geralmente a primeira, à esquerda) é a de backlog, com tarefas que precisam ser realizadas, porém não são urgentes, ou que deverão ser feitas apenas no futuro, ou mesmo que precisem de aprovação. Outra coluna muito utilizada é a de aprovação do que foi realizado internamente. Geralmente, é posicionada logo após a coluna “To Do”. To do: tarefas a serem feitas Geralmente é uma das primeiras colunas à esquerda e possui os cartões de tarefas que devem ser feitos a seguir. Essa divisão costuma ser chamada de Backlog, e precisa ser gerida de forma estratégica de acordo com o trabalho. Então, quando uma tarefa sai da coluna seguinte (Doing), o primeiro cartão da coluna To Do toma o seu lugar.

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Doing: tarefas sendo executadas Na coluna Doing estão os cartões que os funcionários estão trabalhando no momento. Por ser um método de entrega contínua, quando um cartão sai, outro entra em seu lugar. Done: tarefas concluídas Você pode respirar aliviado quando o cartão chega nessa coluna: a tarefa foi finalizada! O objetivo é trazer todos os cartões para esta coluna o mais rápido possível sem comprometer a qualidade. Limite de trabalho em progresso Outro ponto importante no Kanban é saber impor limite no trabalho em progresso, como por exemplo, não iniciar outra tarefa sem primeiro despachar um pedido pronto. Fazer isso evita atraso nas entregas e manter um bom fluxo de trabalho. O objetivo é sempre entregar as atividades com qualidade máxima e evitar gargalos entre as etapas. CONCLUSÃO Como você viu, o método Kanban é utilizado há quase meio século. Essa metodologia torna os processos mais eficientes e garante maior flexibilidade em todos os setores da empresa. Muitas empresas já utilizam o Kanban, inclusive adaptando os princípios da metodologia no seu próprio fluxo de trabalho. Espero que esse conteúdo te ajude como um guia para a implementação do Kanban!

Revista Ferramental - Temos como missão levar informações e análises aprofundadas sobre tecnologia, gestão, literatura, futuro, economia e muito mais para o setor metal-mecânico. Acreditamos que o conteúdo de qualidade é a base para criar empresas mais eficientes, fortalecer a indústria e fazer deste país um ambiente de negócios melhor. contato@revistaferramental.com.br


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TENHO DÍVIDAS NA MINHA EMPRESA E AGORA? POR MARIA CLAUDIA FERREIRA BARBOSA

Diante do cenário de pandemia, como realizar uma sucessão empresarial

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frequente a procura de escritórios de advocacia por clientes empresariais com dívidas contraídas no período da pandemia da COVID-19. Muitos chegam dizendo que a empresa estava com as contas fiscais, cíveis e trabalhistas em dia antes de janeiro de 2020, o que é de fato verdade. Como se não bastassem as dívidas acumuladas, os empregadores ainda precisam lidar com os problemas decorrentes das demissões ocasionadas pela paralização das atividades no período crítico da pandemia, transformadas em ações judiciais trabalhistas que tiram o sono dos empresários, principalmente dos pequenos e médios. Ainda mais prejudicados são aqueles que adquiriram um estabelecimento comercial em 2019 achando

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que estavam fazendo um bom negócio comprando uma empresa já constituída, e depois descobriram que, além dos apertos no período da pandemia, ainda compraram gato por lebre, e que a empresa adquirida estava cheia de dívidas. Nesse cenário, a empresa passa um tempo tentando sobreviver, até que o empresário, ciente que a “maionese desandou de vez”, recorre ao contador da empresa, igualmente desesperado pela quantidade de Portarias, Resoluções, Instruções, Decretos, etc., que foram editados e publicados por conta da rotina desordenada que a pandemia nos impôs. E é claro que o empresário vai recorrer ao contador, afinal, toda empresa, em regra, é obrigada por lei a ter um contador, e se ele está sendo pago, deve resolver todos os problemas, não é mesmo? Só que não é bem

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assim que a banda toca! Verdade seja dita: coitado do contador. Assim como a maioria dos advogados não entendem nada de contabilidade, muitos contadores não possuem o conhecimento necessário para dar ao seu cliente a resposta mais efetiva para o problema. Cá entre nós, vou lhes contar um segredo: Contadores são objetivos e não estão acostumados com a ladainha jurídica que gera divergência de opiniões até entre os advogados e demais juristas. Os contadores vão olhar a lei e entendê-la de forma literal. Só que a interpretação de uma lei pode te levar a vários resultados. E aí prezado leitor, só um advogado para tentar te explicar a bagunça. Porém, mesmo com toda a assessoria possível, não são raras as orientações para que o


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empresário, em caso de dívidas, seja pela compra de um estabelecimento comercial “pepino” ou mesmo no caso da sua empresa sendo atingida por dívidas, abram uma nova empresa para que continuem operando com um CNPJ limpinho e livre de dívidas. Mas será essa opção a mais correta? Na verdade, “não existe o jeito certo de fazer a coisa errada”. Abrir um CNPJ em nome de um terceiro (muitas vezes um parente) e continuar operando na mesma atividade desenvolvida pelo CNPJ inicial que foi “abandonado” pode configurar, sobretudo judicialmente, uma sucessão empresarial irregular decorrente da dissolução irregular de uma sociedade. Assim como nos casos de aquisição de fundos de comércio, como marcas, estabelecimentos comerciais, carteiras de clientes, estabelecimentos de outras pessoas jurídicas também pode ser definido como sucessão empresarial.

MAS AFINAL, O QUE É SUCESSÃO EMPRESARIAL? A sucessão empresarial é um procedimento de transmissão de poder e capital de uma empresa para outra, que continuará executando as atividades da empresa anterior mesmo que com outra razão social. Isto ocorre com a fusão, incorporação ou transformação de uma empresa, venda do estabelecimento comercial ou alterações no quadro societário. Podemos entender como sucessão na empresa também a alteração do quadro societário para inclusão dos herdeiros dos sócios, nos casos de empresas de natureza familiar. Existe também um fenômeno pouco conhecido, que é a sucessão empresarial irregular. Essa modalidade de sucessão consiste no “desaparecimento” da empresa, porém sem a observância dos procedimentos de liquidação de sociedades previstas em lei. Falaremos sobre isso adiante. E QUAIS AS REPONSABILIDADES DECORRENTES DA SUCESSÃO EMPRESARIAL? A responsabilização reflexa da sucessão empresarial decorre de dívidas civis (contratos com fornecedores ou dívidas bancárias, por exemplo), trabalhistas, fiscais ou, ainda, qualquer outra espécie de dívida, não havendo nenhuma restrição. Diz o Código Civil de 2002, em seu artigo 1.146, que o comprador/sucessor responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que devidamente contabilizados. Mesmo que exista um contrato entre as partes (adquirente e adquirida ou sucessora e sucedida) isentando o segundo CNPJ de responsabilidades, essa disposição poderá ser consi-

derada invalida e, nessa situação, a responsabilidade persistirá. O supramencionado diploma legal determina que a empresa antecessora continua responsável, solidariamente, pelo pagamento das dívidas até o prazo de 01 (um) ano contado do vencimento da dívida ou, nos casos de dívida a vencer, contado da publicação da transferência dos ativos de uma sociedade para a outra. Após esse prazo, a responsabilidade será exclusiva da nova empresa, lembrando que desde a sua formação, o novo CNPJ será solidariamente responsável pelas dívidas. Quanto as dívidas trabalhistas e fiscais, estas nunca nos abandonam, nem mesmo ao final do prazo previsto no Código Civil. Também não precisam ser previamente escrituradas, restando certo que, mesmo se omitidas pela empresa anterior em um possível negócio de venda da sociedade, ainda assim fazem do sucessor responsável por elas. FALANDO EM DÍVIDAS TRABALHISTAS O artigo 448 da CLT determina que o negócio jurídico realizado entre as sociedades empresárias não impacta na relação trabalhista. Assim, o trabalhador poderá ajuizar demanda contra a sociedade antiga e/ou a atual nos casos de fusão, incorporação, venda de estabelecimento comercial, etc. Nos casos de sucessão empresarial irregular por dissolução irregular da empresa é pior. Mesmo que a empresa antecessora continue existindo, porém inoperante, as dívidas trabalhistas podem ser transmitidas para a nova empresa pelo reconhecimento de grupo econômico entre elas.

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E O FISCO? A sucessão empresarial encontra respaldo legal no artigo 133 do Código Tributário Nacional. Caso a empresa vendedora de ativos continue exercendo suas atividades no mesmo ramo, a empresa sucessora apenas será responsabilizada subsidiariamente, ou seja, a responsabilização ocorrerá somente se a primeira não arcar com a dívida ou se pagar apenas uma parte. Porém, se a empresa sucedida deixar de exercer atividades no mesmo ramo, a situação torna-se ainda mais preocupante, pois a empresa sucessora responderá integralmente pelos débitos fiscais. Mais uma vez, esse impasse não pode ser resolvido apenas por meio da edição de um contrato isentando o adquirente de responsabilidade, pois, de acordo com o artigo 123 do Código Tributário Nacional, as convenções particulares não são oponíveis ao Fisco, e este poderá requerer a responsabilização da sociedade empresária sucessora. Por óbvio, a existência de uma cláusula contratual nesse sentido permiti à sucessora o ajuizamento de outra demanda regressiva contra a sucedida, com o objetivo de obter a devolução de valores. Porém, antes disso, será necessário arcar com os débitos deixados pela antecessora, e a restituição dos valores dependerá de ação judicial. No caso fiscal valem as mesmas regras aplicadas às dívidas de natureza trabalhista nos casos de dissolução irregular da empresa reconhecida judicialmente: pode acarretar reconhecimento de grupo econômico, com a solidariedade da dívida atribuída tanto a empresa antiga como para a nova. O QUE SIGNIFICA A DISSOLUÇÃO IRREGULAR DA EMPRESA E RECONHECIMENTO DE GRUPO ECONÔMICO? Entende-se por dissolução irregular de empresas quando estas encerram suas atividades de modo não oficial, sem quitar dívidas e sem atualizar os dados cadastrais junto aos órgãos

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públicos. A dissolução da empresa é considerada irregular quando os sócios, sem observar o procedimento extintivo previsto em lei, restringem-se a vender os ativos, encerrando as atividades. E os sócios? Cada uma vai para um lado. É o típico “apaga a luz e fecha a porta”. Podemos dizer então que se caracteriza como irregular a dissolução quando a empresa não observa o procedimento de liquidação e de pagamento dos credores, conforme previsto no Código Civil Brasileiro ou na Lei de Falências (Lei n. 11.101⁄2005). A empresa de fato “desaparece”, muito embora conste na Junta Comercial e nos órgãos públicos como ativa e funcionando no endereço registrado como de sua sede, nascendo a irregularidade. Mas muitas vezes a empresa não sumiu, apenas passou a operar com outros sócios e com um novo CNPJ. E é aí que o judiciário pode reconhecer a dissolução e uma sucessão empresarial irregular, podendo também reconhecer a existência de um grupo econômico entre as empresas, entendendo que a nova empresa é, na verdade, a empresa anterior travestida de nova. E quando ocorre o reconhecimento de uma dissolução irregular pela via judicial, ou mesmo a existência de um grupo econômico, por óbvio as dívidas da empresa “desaparecida” passam a ser da empresa nova, principalmente se o Poder Judiciário constatar que de desaparecida, a devedora originária não tem nada. E QUAIS AS PRECAÇÕES QUE DEVEM SER TOMADAS? Antes de adquirir fundo de comércio ou o estabelecimento de outra sociedade, é imprescindível o levantamento de informações, principalmente quanto às dívidas e obrigações contratuais previamente existentes, visando prevenir o reconhecimento de uma sucessão empresarial e a consequente responsabilização da sociedade sucessora por débitos que não foram contraídos por si, o que poderia levar

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a sociedade à ruína. Cientes das implicações legais da sucessão empresarial, é necessário que os empresários façam uma análise criteriosa da situação antes da tomada de decisão. Por isso, é muito importante que as empresas façam um trabalho conjunto com seus contadores e seus advogados, pois cada profissional tem sua área de atuação e sua valiosa contribuição. Mesmo entre advogados e contadores existem especialidades. Vejamos o médico: quando você está com um problema no seu coração, você vai a um médico cardiologista e não a um ortopedista, certo? O mesmo ocorre com advogados e contadores. Assim sendo, para aqueles que pretendem fundir, incorporar, comprar estabelecimentos comerciais com CNPJ ou mesmo procedendo a abertura de um cadastro novo, deve verificar todas as dívidas, judiciais ou não, da empresa que está sendo adquirida, para que o façam cientes das responsabilidades financeiras que estão contraindo. E para aqueles que pretendem abrir outro CNPJ para fins de manutenção da própria atividade econômica que já praticam deixando de usar o CNPJ anterior, devo lembrá-los que este procedimento pode ser considerado uma “fraude” contra credores e Fisco. Caso a empresa queira dissolver uma sociedade e abrir outra, que o faça de modo regular, seguindo os preceitos legais, informando sua inatividade aos órgãos competentes e promovendo a publicidade do encerramento de seus atos com a ajuda do seu contador e do seu advogado.

Maria Claudia Ferreira Barbosa: Especialista em Direito do Trabalho pela Amatra/Univali. Especialista em Direito Tributário e Contabilidade Tributária na Católica de Santa Catarina. Professora das disciplinas de Filosofia, Direito Processual Civil e Direito Civil. Advogada (sócia) na empresa ZFF Advogados Associados. mcferreira.adv@gmail.com


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MEMÓRIAS

Estrutura

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Aeromatriz interna da

AEROMATRIZES COMEMORA SEUS 35 ANOS DE HISTÓRIA COM FOCO NO MERCADO NACIONAL E NA EXPORTAÇÃO PARA A AMÉRICA LATINA POR GISÉLLE ARAUJO CEMIN

Empresa se destaca na capacidade de atender clientes com a produção de moldes grandes e complexos

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Aeromatrizes Indústria de Matrizes iniciou sua atividade em 1º de julho de 1987 em uma garagem ao lado da empresa de usinagem que seu fundador, Clóvis Timoteo Lionço já possuía. Na época, poucos recursos, apenas máquinas convencionais e poucas ferramentas, mas o desejo de prosperar falava mais alto, principalmente pelo fato de abrir as portas em uma época em que existia grande demanda e poucas empresas para atender nesta área. A atividade, lá em 1987, estava focada na usinagem de precisão. Hoje, com seus 35 anos de experiência,

stória e hi34 aria nacional

atende as mais variadas necessidades nos segmentos automotivo, linha branca, agrícola, construção civil, eletroeletrônico, computação, jardinagem, entre outros, com capacidade de produção de moldes de até 50 toneladas. Assim, destaca-se por sua forte atuação como fabricante de moldes de injeção de termo plásticos, moldes de injeção de múltiplos componentes, moldes de sobreinjeção, injeção com gás, injeção de alumínio, moldes para compressão a quente (BMC/LPP/ SMC), injeção com baixa pressão, injeção com contrapressão e moldes de injeção reativa (RIM).

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Nestes longos anos de trajetória, Clovis ressalta que a principal mudança na empresa foi o tamanho dos moldes e nos segmentos atendidos. “Com o passar dos anos fomos aumentando o mercado de atuação para moldes maiores e mais complexos”, explica. A área construída da Aeromatrizes também precisou ser ampliada. Se no início bastava apenas uma pequena garagem alugada, o crescimento gerou a necessidade da mudança para um pavilhão maior e próprio, local onde está sediada até hoje, em uma área fabril que soma 4.500 m². No início das atividades, apenas 4 funcioná-


ferramentaria nacional MEMÓRIAS

Sede d a empr esa

rios, hoje, mais de 100 colaboradores, sendo 30% com ensino superior e 70% ensino técnico. O gestor ainda ressalta que 60% é de mão de obra direta (produção) e 40% mão de obra indireta (administrativo, engenharia, comercial, qualidade e outras áreas). A Aeromatrizes nasceu e continua sendo uma empresa familiar, administrada pelo seu fundador, que ocupa o cargo de diretor. Ele tem como principais acionistas sua esposa, filho e filha. Thales Lionço (filho) é o gerente industrial. “Temos uma equipe de gestores altamente capacitada, que se dedica a nossa organização”, ressalta Clóvis. Para produzir mais e melhor, contam com Centros de usinagem 5 e 3 eixos, centro de furação 8 eixos, eletroerosão CNC e software de apoio como: CAD NX, CATIA, Autocad e ainda, CAM NX e Work NC. A Certificação ISO 9001:2015 conquistada mostra

que os gestores e toda a equipe buscam sempre o melhor desempenho das atividades e a qualidade na prestação de seus serviços. Para a Aeromatrizes é preciso operar com eficiência para manter os clientes atuais e conquistar novos. O fundador lembra que alguns clientes estão com eles desde o início das atividades e, ao longo dos anos conquistaram muitos outros. “Temos clientes em todo o Brasil e também exportamos para alguns países da América do Sul”, acrescenta. Para os diretores, o mercado está cada vez mais competitivo, mas, apesar disso, poucas indústrias alcançam confiabilidade junto aos clientes. “Há alguns moldes muito complexos, que necessitam de uma equipe altamente capacitada e com experiência para conseguir atender todos os requisitos especificados na contratação”, abordam. Desta forma, esta exigência por parte dos clientes é vista com bons olhos pela equipe Aeromatrizes porque faz com que todos continuem buscando implementar melhorias ao longo de todos os processos para superar as demandas. Para Clóvis, o tempo de lançamento de novos produtos está cada vez menor, porque o consumidor final busca coisas novas a todo o tempo. “Isto faz com que cadeia de suprimentos busque processos mais ágeis e eficazes para atender a estes prazos apertados”, comenta. Quando o assunto é investimentos, a Aeromatrizes sabe que deve

continuar apostando em novas tecnologias, melhorando continuamente os processos internos com a utilização de máquinas mais eficientes, softwares mais modernos e, principalmente, focar na capacitação e motivação da sua força de trabalho. “Nestes últimos 35 anos, nossos colaboradores vêm fazendo a diferença na nossa trajetória”, ressalta o fundador. Visão: Ser reconhecido no mercado nacional como a mais eficiente indústria em soluções para a fabricação de moldes de injeção de médio e grande porte até final de 2026. Valores: Transparência e ética nas relações, Excelência no atendimento ao cliente, inovação tecnológica, flexibilidade nas negociações, desenvolvimento de pessoas. Objetivos Estratégicos: 1. Aumentar a Produtividade; 2. Aperfeiçoar a tecnologia; 3. Atender as expectativas dos clientes; 4. Desenvolver a equipe e reter talentos; 5. Melhorar continuamente o sistema de gestão e garantir a conformidade de produtos e processos.

Aeromatrizes Indústria de Matrizes Rua Antônio Cunico, s/nº - Sagrada Família - Caxias do Sul/RS +55 (54) 3533-4000 www.aeromatrizes.com.br

Visão aérea da empresa

nharia Setor de enge

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JURÍDICA

A IMPORTÂNCIA DA REORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA PARA A PERPETUIDADE DO NEGÓCIO POR BÁRBARA MEIRA DE SOUZA

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m um mundo a cada dia mais competitivo, não é difícil concluir que saber se adaptar a mudanças é parte fundamental para a sobrevivência e evolução, especialmente quando se trata do ramo empresarial. Para que as empresas se mantenham ativas e atinjam seus objetivos negociais, é necessário, portanto, um olhar mais diligente para dentro, ou seja, deverá a empresa buscar novas formas de diminuir custos e aumentar lucros, ao mesmo tempo em que lida com a volatilidade do mercado, da legislação, dos consumidores e até dos próprios sócios. É a partir desse cenário que a reorganização societária passa a configurar uma indispensável ferramenta em prol da continuidade do negócio. A reorganização societária pode ser usada de diferentes formas, a depender do interesse dos sócios e/ou

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da necessidade do mercado, e deve ter como foco principal gerar benefícios à empresa e seus sócios, o que pode se dar através de um bom planejamento tributário, da antecipação da sucessão, da blindagem patrimonial, entre outros. Portanto, a reorganização societária nada mais é do que a reorganização de uma empresa por meio da alteração de sua estrutura, o que pode se dar com alterações de pequena monta, até alterações mais complexas. Nesse sentido, importe lembrar que a reorganização societária com a finalidade de minimização de riscos e maximização de lucros é perfeitamente lícita, tendo, inclusive, previsão legal em nosso Código Civil, no art. 49-A e Parágrafo Único, que assim dispõe: “Art. 49-A. A pessoa jurídica não se confunde com os seus sócios, associados, instituidores ou adminis-

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tradores. Parágrafo único. A autonomia patrimonial das pessoas jurídicas é um instrumento lícito de alocação e segregação de riscos, estabelecido pela lei com a finalidade de estimular empreendimentos, para a geração de empregos, tributo, renda e inovação em benefício de todos.” Mas o que seria exatamente uma reorganização societária? Dentre as principais modalidades de reorganização societária, podemos destacar a Transformação, a Fusão, a Cisão e a Incorporação. A Transformação nada mais é do que a alteração da natureza da sociedade. Essa forma de classificação de uma empresa é muito importante, pois a partir dela serão determinadas as obrigações às quais se submeterão a sociedade e também a sua forma de estrutura. As principais naturezas jurídicas


JURÍDICA

para se classificar uma empresa são: Empresário Individual (EI), Sociedade Simples, Sociedade Limitada (LTDA), que pode também ser unipessoal, e Sociedade Anônima (S/A). É essencial que todo empreendedor conheça a natureza jurídica de sua empresa, a fim de entender os seus direitos e deveres. A Fusão é uma operação por meio da qual duas empresas se unem com o objetivo de formar uma nova empresa. Nessa modalidade de reorganização societária, as empresas que se fundiram deixam de existir completamente, sendo constituída uma empresa totalmente nova. Importante lembrar que, na fusão, a nova empresa sucederá as anteriores em seus direitos e obrigações. A Cisão é uma operação em que uma sociedade transfere a totalidade ou apenas uma parte do seu patrimônio para outra ou outras sociedades, que podem tanto ser sociedades novas quanto sociedades já existentes no mercado. Na cisão total, a empresa, ao

transferir a totalidade de seu patrimônio para uma ou mais empresas, deixa de existir. Na cisão parcial, a empresa transfere parte do seu patrimônio líquido, resultando muitas vezes na redução do capital social. Por fim, a Incorporação ocorre quando uma ou mais sociedades são inteiramente absorvidas por outra. Nessa modalidade, a empresa incorporada deixa totalmente de existir, mas a empresa que a absorveu a sucede em todos os direitos e obrigações. Normalmente, a incorporação ocorre com o objetivo de otimizar o controle de mercado, captar pessoas e tecnologias e aumentar o patrimônio da sociedade incorporadora. Além destas modalidades, existem ainda outras opções, como a alteração do quadro societário, alteração de controle, alteração do tipo de quotas, etc. Percebe-se, assim, que a reorganização societária pode ser uma ferramenta extremamente vantajosa ao empresário, ao estender a este um

leque de opções para o melhor aproveitamento do negócio como um todo. Todavia, é preciso executar tal operação de forma zelosa e com o auxílio de um profissional especializado, de preferência aliado a um bom Planejamento Patrimonial e Sucessório.

Bárbara Meira de Souza Advogada especialista em Direito Empresarial com atuação na área societária em Schramm Hofmann Advogados Associados OAB/SC 38.711 Maiores informações E-mail ahofmann@sh.adv.br Fone 47 3027 2848

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PROCESSOS

ANÁLISE DE ROBUSTEZ ATRAVÉS DE SIMULAÇÃO PARA REDUÇÃO DE TAXA DE SCRAP NA PRODUÇÃO DE PEÇAS ESTAMPADAS P O R L E O N A R D O P R ATA

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este artigo iremos abordar caso prático onde o uso de um software CAE é utilizado como ferramenta auxiliar para reduzir a taxa de produtos rejeitados na produção de peças estampadas. Será utilizada como exemplo uma simulação do processo de estampagem completo de uma caixa de roda, do inglês ‘Wheel House’. A simulação inicial do produto Wheel House foi desenvolvida para que ela representasse o que o vai ser feito na realidade. O cerne do desenvolvimento de uma simulação com qualidade é seguir o paradigma de que se deve simular o que vai ser executado e, quando o processo for feito na prática, deve-se executar o que foi simulado. Levando em consideração o que foi dito, a simulação do produto levou em consideração todas as entradas de dados que serão utilizadas na prática. Desde de dados de propriedades mecânicas do material metálico utilizado para a concepção do produto, fornecido por usinas, até as forças aplicadas pela prensa aos ferramentais atuantes no processo de conformação do produto. Todos esses dados são inseridos no software de simulação e após o processamento pelo algoritmo os resultados pertinentes ao processo analisado são apresentados, permitindo a avaliação da qualidade da peça conformada. Um exemplo de resultado que pode ser analisado é o

Formability (figura 1). Este resultado mostra a conformabilidade do produto apresentando graficamente de maneira bem intuitiva as regiões da peça que estão com problemas (rupturas, rugas, etc...) ou não, baseando-se no estado de estiramento da chapa. O especialista em processos de estampagem de chapas metálicas pode alterar algumas variáveis de projeto da peça ou do processo de produção, visando melhorar a qualidade do produto na etapa final. A alteração desses parâmetros afeta diretamente a qualidade do resultado da simulação. Como exemplo, propositalmente foi aumentada a força de sujeição da ferramenta “prensa-chapas” no processo de estampagem. Na prática esta força de sujeição é uma variável sob o controle do operador do maquinário. É possível ver na imagem (figura 2) que o aumento deste parâmetro resulta num estiramento excessivo da chapa, causando a sua ruptura e invalidando o produto.

Figura 2: Produto Wheel House com o resultado de Formability com rupturas

Figura 1: Produto Wheel House com o resultado Formability

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Pode-se assumir erroneamente que para evitar o problema de ruptura o operador poderia simplesmente diminuir ao máximo a força de sujeição da ferramenta “prensa-chapas”. Mas aí a chapa não entraria dentro do limite de deformação plástica e enfrentaria problemas de enrugamento para manter a sua estrutura, como mostra a imagem a seguir (figura 3).


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A simulação nominal é um excelente referencial para a próxima etapa, que é reproduzir na prática exatamente o que o foi simulado. Esta etapa já prediz muitos problemas dentro da elaboração do processo de conformação, informando ao especialista previamente as estratégias que ele deve evitar. Sendo assim, através de alguns loops de correção ele desenvolverá uma simulação dentro dos critérios desejados para uma boa concepção do produto e do processo. O processo de estampagem possui variáveis de ruído. Variáveis de ruído são variáveis que influenciam na qualidade da peça, mas que não temos um controle delas na prática. Um ótimo exemplo é o próprio material metálico que é adquirido da usina para a fabricação do produto. Dentro da própria norma que especifica as propriedades mecânicas do material é possível observar que existem faixas de variação aceitáveis (figura 4) É de interesse dos especialistas que seja desenvolvido um processo onde essas variáveis de ruído não influenciem muito o resultado final da simulação nominal. Caso uma simulação tenha capacidade de manter grande parte do resultado final mesmo levando em conta a possível variação dos parâmetros, é considerado que o processo é robusto. Através do módulo Sigma do software Autoform é possível avaliar, utilizando as simulações, se um pro-

Figura 3: Produto Wheel House com o resultado Formability com enrugamento

Figura 5: AutoForm Essentials Noise

Figura 4: Propriedades Mecânicas e Requisitos De Dureza En 10130 / En 10139

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cesso é robusto. O software tem como ponto de partida a simulação nominal, e insere dentro dos parâmetros de cálculo a definição de diversas interações onde os valores das variáveis de ruído são modificados dentro de faixas estabelecidas. Depois tudo é compilado para um único arquivo de análise onde é possível verificar a influência das variações dos valores das variáveis consideradas nos resultados da simulação nominal desenvolvida inicialmente. Após o cálculo de todas as realizações o software compila todos os resultados em um único modelo através de um metamodelo matemático (figura 5): ANÁLISE DOS RESULTADOS DA SIMULAÇÃO DE ROBUSTEZ Depois de calculadas todas as interações o AutoForm apresenta alguns resultados que podem ser facilmente interpretados utilizando-se os recursos da interface do sofware. Como exemplo o resultado adotado para avaliação será o “Thinning” ou “Afinamento” em tradução direta. É ideal que para uma boa qualidade da peça o afinamento da espessura da chapa não ultrapasse dos 30% em nenhuma região do produto, além do que este afinamento excessivo tende a causar rupturas. Entre 20% e 30% temos um sinal de alerta, dependo do perfil do produto, um afinamento nesse intervalo pode também causar problemas. O fator de 20% de afinamento é ideal para se trabalhar com esse perfil. Em conjunto com o resultado de “Thinning” será feita uma análise do critério CPK. O CPK é a capacidade geral do processo ou precisão do processo: Uma estatística de capacidade de qualidade que qualifica a largura e a posição dos resultados mais importantes de 99,73% da distribuição do metamodelo em relação à posição absoluta da faixa de especificação dada. Na figura 6 é possível observar uma região vermelha no produto apresentando uma taxa de defeitos maior que 15,6%. Ou seja, mesmo

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Figura 6: Resultado Thinning lower CPK

tendo uma simulação considerada boa com os valores dentro do aceitável na situação nominal, o produto apresentará problemas relacionados a afinamento em no mínimo em 15% das vezes quando submetido as alterações causadas pelas variáveis de ruído. Causando assim uma elevada perda de produtos que não serão utilizados nas montagens dos carros gerando um aumento de custo no produto final. A próxima etapa é, através da alteração da simulação nominal, encontrar uma condição mais estável para o resultado “Thinning” de modo que, ao fazer o estudo de robustez, o resultado seja mais satisfatório. Então uma nova abordagem da simulação nominal foi realizada onde se reduziu o valor nominal da força de sujeição do “prensa-chapas” Após isso, uma nova análise de Robustez foi feita levando em consideração as mesmas taxas de variação das variáveis de ruído mostradas no capítulo anterior, mas agora, tendo como base a nova simulação nominal feita com a redução da força de sujeição.

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Figura 7: Resultado Thinning lower CPK da nova simulação


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Após o cálculo, uma mesma análise do resultado thinning em cruzamento com o critério CPK é realizada, e pode-se ver uma grande melhora do produto onde antes existia um problema de afinamento excessivo em uma região crítica (figura 7). Ainda dentro do software AutoForm, é possível fazer uma análise do impacto que essa modificação gerou no custo do produto. Um dos módulos do software leva em consideração o ferramental e as quantidades de operações necessárias para manufaturar o produto permitindo fazer uma previsão do custo de cada uma das peças produzidas. Na primeira abordagem (figura 8) é possível ver uma análise de custos levando em consideração a taxa de rejeição de 15,6%, gerando um preço de R$28,81 por peça. Já na segunda abordagem é possível ver a mesma análise de custos levando em consideração uma taxa de rejeição de 3%. Essa taxa foi baseada numa análise conservadora onde mesmo com a simulação de robustez mostrando que a peça não enfrentará problemas relacionados ao afinamento excessivo, ela ainda pode ser rejeitada por algum outro fator que não foi previsto. Nessa nova simulação o peço por peça cai para R$26,98. Levando em consideração o volume de produção de quinhentas mil peças essa modificação implica em uma redução de custos de R$915.000,00 para a produção desta única peça do carro.

Figura 8: Custos por peça

CONCLUSÃO Neste artigo foi possível mostrar que é possível obter resultados muito satisfatórios através da simulação computadorizada de um processo de estampagem de chapas metálicas. Ele pode ser utilizado como referência para análises dos índices de robustez nos departamentos de engenharia de manufatura, ainda na etapa de desenvolvimento do processo de estampagem de produtos feitos de chapa metálica, trazendo assim benefícios na diminuição de eventos não desejados na produção real e na redução dos custos de produção. O mesmo fluxo de trabalho pode ser desenvolvido para outros produtos estampados, com maior ou menor complexidade para se obter os mesmos indicadores e para fornecer aos responsáveis pelos projetos mais propriedade para tomar decisões relacionadas ao planejamento da produção do produto.

Leonardo Prata Engenheiro de Aplicação Sênior pela AutoForm com mais de dez anos de experiência no mercado automotivo. Também é MBA em gerenciamento de Projetos pela IBMEC SP e membro do Corporative Support and Training Team da AutoForm Engineering GmbH. Contato: leonardo.prata@autoform.com

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COMO EVOLUIR SEUS CONTATOS PARA RELACIONAMENTOS, AMIZADES E NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS P O R M I C H E L L E B O R C H A R D T - PA U L O S I LV E I R A

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ualquer ser humano seria incapaz de levar uma vida saudável sem se relacionar com outras pessoas; o isolamento total ou mesmo parcial da sociedade seria extremamente danoso a qualquer um. O isolamento social pelo qual passamos devido à crise da COVID-19 afetou pessoas, organizações, negócios, famílias, relacionamentos, e suas consequências são sentidas ainda hoje. Um isolamento necessário para poupar vidas, mas que acentuou a importância, necessidade e a falta que o relacionamento e o contato humano têm em nossas vidas. Com certeza também tivemos avanços significativos em modelos de trabalho remoto, digitalização, serviços online e diversos outros aspectos que se reinventaram a partir da pandemia e concordamos com tudo isso e usufruímos desses benefícios. Mas participar fisicamente em uma feira de negócios, estar em um evento presencial, comemorar aniversários em família ao redor da mesa, realizar uma convenção de vendas com time reunido...não tem preço! Um estudo de psicologia de 1967 chamado The Small World Problem (ou “O problema do mundo pequeno”, em tradução livre) diz que estamos a seis pessoas de distância de qualquer outra no mundo. A todo instante estamos realizando pequenas ações que nos aproximam de diversas pessoas, que até então, não conhecíamos. Seja em um curso online, em uma viagem com a família, na faculdade, em uma compra no shopping, feiras ou no próprio trabalho. Esses relacionamentos no entanto estão ligados a diversos aspectos da nossa vida e não

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somente na área social. Nem sempre sabemos com qual pessoa precisamos exatamente nos relacionar, mas a certeza absoluta que temos é a de que precisamos de alguém. A esse “exercício” damos o nome de network, termo que vem do inglês (“net” é rede e “work” é trabalho) e significa rede de relacionamentos ou rede de contatos. O que é networking, então: trata-se de uma rede de pessoas que trocam informações e conhecimentos entre si, e que pode ser muito mais poderosa do que você pensa. NETWORK OU NETWORKING? Ambas as palavras dizem respeito ao mesmo assunto. A diferença é que network é mais ligada ao significado substantivo de “rede de contatos”, enquanto networking nomeia a atividade de cultivar essa rede. Cada conversa é uma oportunidade para expandir a sua rede de relacionamentos. Mas não espere que as oportunidades apareçam, crie-as. Participe de eventos, meetups, fóruns de discussão e demais situações que proporcionam a interação com novas pessoas. É importante saber se relacionar da maneira certa, e isso significa ir além das pessoas conhecidas ou mais próximas. Ainda assim, fique alerta, porque quantidade não significa qualidade! Não é porque você tem mais de cinco mil amigos em suas redes sociais que você está fazendo um networking apropriado. Contatos sem relacionamento são apenas isso, contatos. Sendo assim, não significa muita coisa ter o e-mail do CEO de uma grande empresa se ele sequer vai ler sua mensagem quando recebê-la.

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ENTÃO, COMO VAI O SEU NETWORK? Quantas pessoas você conhece que sabem que podem contar com você quando for preciso? Elas realmente estão certas, ou “na hora H” você irá sair pela tangente e recusar-lhes um favor que está ao seu alcance, e que exige pouco esforço da sua parte? Quantas pessoas que você conhece estão aptas e dispostas a ajudá-lo quando for necessário e farão isso de bom grado? Será que você realmente possui network? Ou você apenas recorre àqueles velhos conhecidos (com quem você não fala há muito tempo) apenas quando está com a “corda no pescoço”? O verdadeiro networking está baseado em relações de cooperação e troca, onde você não pode pensar apenas nos benefícios que ganha, mas também no que tem a oferecer. Criar e manter um network fiel é o resultado de uma vida inteira trabalhando bons relacionamentos e vínculos verdadeiros. POR QUE INVESTIR NO NETWORKING? 1. Uma rede pode compensar suas fraquezas e fazer que suas capacidades sejam ampliadas. Criando relações de confiança você aumenta seu poder de influência e sua relevância. 2. Pode aumentar a visibilidade do seu negócio, melhorar a credibilidade da sua empresa e identificar oportunidades. 3. Uma rede expande a outra sem limites. As redes de contato ampliam as possibilidades de parcerias profissionais. 4. Possibilita o convívio com pessoas em diversos patamares de carreira.


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5. É um caminho para aprimorar seus conhecimentos e transmitir o seu, servindo de ponte entre pessoas. Duas cabeças pensam melhor que uma – e várias cabeças pensam ainda melhor! 6. É um excelente espaço para buscar por inspiração e colocar o benchmarking em prática. Através do benchmarking, busca-se entender, avaliar e aplicar ideias já implementadas por outras empresas ou profissionais, adotando boas práticas que podem trazer melhorias ao negócio. 7. Em sua rede você pode confiar, evoluir e crescer junto a ela. Você pode fazer recomendações e dar indicações a amigos, funcionando como uma conexão entre as pessoas e demonstrando interesse em ajudar da melhor forma possível. 8. Você pode acompanhar a trajetória de profissionais que inspiram você e até mesmo observar o desempenho da concorrência. TESTE SEU NETWORKING AGORA: 1. Quando alguém de sua rede lhe presta um favor você: a. Agradece imediatamente e procura retribui-lo assim que possível. b. Procura retribuir o favor o quanto antes, e para facilitar esse processo utiliza a ajuda de outros contatos da rede. c. Espera que lhe peçam um favor em troca para deixar a situação quite. d. Simplesmente agradece. e. Faz-se de desentendido e evita um novo contato para não receber uma cobrança. 2. Você entra em contato com as pessoas de sua rede: a. Somente quando precisa de algo. b. Regularmente. Sempre que fica sabendo de algo que pode interessar a seu contato, para tratar de negócios, ou simplesmente para ter uma conversa informal. c. Exclusivamente para tratar de negócios. d. Somente quando é procurado por seus contatos.

e. Quando precisa de algo, e também em datas comemorativas. 3. Ao fazer um novo contato com alguém que seria interessante possuir em sua rede você: a. Troca cartões de visita e entra em contato no máximo em 3 dias. b. Só entra em contato se a pessoa lhe pedir. c. Fica ansioso aguardando a oportunidade de talvez encontrá-lo em outra ocasião. d. Apenas aproveita aquele breve momento de conversa e não dá nenhuma deixa para que um novo contato aconteça. e. Troca cartões de visita (por ser regra), mas não se empenha em realizar um novo contato. 4. Em geral você entra em contato com as pessoas de sua rede: a. Pessoalmente. b. Por telefone/WhatsApp c. E-mail/Redes Sociais d. Correspondência. e. Pede que sua secretária se encarregue disso. 5. Quando você precisa que algum serviço ou favor lhe seja prestado, você geralmente: a. Encontra a solução dentro da sua rede de contatos. b. Pede indicações de novos contatos à sua rede. c. Pede indicações de novos contatos à sua rede, e inclui esta nova pessoa/empresa em seu network. d. Procura sozinho pelo que deseja, pois sua rede não pode ajudá-lo. e. Contata sua rede e pede que se encarregue de resolver todo o problema. Afinal um network serve para fazer o seu trabalho enquanto que você descansa para evitar estresse. 6. Sua rede precisa de sua ajuda e, após avaliar a situação, você percebe que é para realizar algo importante e sensato. Então você: a. Geralmente está apto a ajudar. b. Nem sempre pode resolver o problema, mas sabe indicar quem possa.

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c. Não pode ajudar, pois não tem tempo... d. Ajuda para futuramente poder cobrar algum favor. e. Evita o contato, afinal você já tem problemas demais para resolver. 7. Se você fosse demitido hoje: a. Já teria uma proposta de trabalho feita por contatos de sua rede. b. Recorreria à sua rede, que poderia lhe fornecer uma oportunidade ou indicar uma. c. Agiria sozinho, pois neste caso sua rede não poderia ajudá-lo. d. Entraria em desespero, pois não haveria a quem recorrer. e. Montaria um negócio próprio, pois teria grande chance de obter sucesso devido a seus contatos, que poderiam se tornar fornecedores, sócios, e principalmente bons clientes. 8. Os últimos trabalhos que lhe foram designados: a. Obtiveram sucesso e dependeram exclusivamente do seu desempenho e atenção. b. Obtiveram sucesso principalmente devido ao grande apoio e auxílio por parte de sua rede. c. Fracassaram, pois você optou por não recorrer à sua rede. d. Fracassaram, pois você não tinha a quem recorrer para lhe auxiliar. e. Fracassaram, mesmo recorrendo à sua rede, pois ela se mostrou ineficaz e não foi capaz de lhe prestar a ajuda que você esperava. RESPONDA VERDADEIRO OU FALSO 1. Meus contatos são também meus amigos e posso confiar neles. [ ] Verdadeiro [ ] Falso 2. Na maioria das vezes que preciso de algo, encontro a solução através de minha rede. [ ] Verdadeiro [ ] Falso 3. Sempre que possível procuro conhecer coisas pessoais dos meus contatos (hobbies, preferências, etc.). [ ] Verdadeiro [ ] Falso

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4. Minha rede facilita minhas ações, de forma que posso assumir maiores desafios. [ ] Verdadeiro [ ] Falso 5. Grande parte do meu sucesso deve-se ao bom relacionamento com minha rede e ao apoio que ela me presta. [ ] Verdadeiro [ ] Falso 6. Encontrar em minha rede a pessoa certa a quem devo recorrer é algo consideravelmente fácil. [ ] Verdadeiro [ ] Falso 7. A retribuição por aquilo que faço por minha rede é algo que surge de forma natural. [ ] Verdadeiro [ ] Falso 8. Uma parcela do sucesso dos meus contatos de minha rede deve-se às ações prestadas por minha parte, direta ou indiretamente. [ ] Verdadeiro [ ] Falso 9. Realizo, com minha rede, permutas que favorecem ambas as partes. [ ] Verdadeiro [ ] Falso 10. Sou requisitado regularmente por minha rede. [ ] Verdadeiro [ ] Falso PONTUAÇÃO GERAL Questão 1 some: • 1 ponto, se você escolheu “d”. Um agradecimento é o mínimo que se espera, considere que você não fez “mais do que sua obrigação”, procure demonstrar sua gratidão não somente com palavras, mas também com atitudes. • 2 pontos, se você respondeu “c”. Você se mostra disposto a ajudar quando lhe for pedido. Procure melhorar o relacionamento com seus contatos, procure perceber quando eles precisam de você e descubra maneiras inesperadas de colaborar com eles. • 4 pontos, se você respondeu “a”. A “sua rede” provavelmente o vê como um bom contato e que se mostra disposto a ajudar quando for preciso. Melhore seu relacio-

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namento e surpreenda-a trazendo novidades que lhe interessem e indique oportunidades que tragam bons resultados. 5 pontos, por responder “b”. Perfeito! Com certeza você provavelmente é um contato valioso para as pessoas de sua rede, sabe ser grato e retribuir favores usando sua própria rede e gera benefícios. 2 pontos, se você respondeu “e”. Se você continuar a procurar sua rede somente para pedir favores, não expressar sua gratidão e não retribuir o que lhe foi feito, logo não terá mais a quem recorrer, afinal todos o veem como um ingrato aproveitador.

Questão 2 some: • Nenhum ponto, se você respondeu “d”. Que rede é essa que você não usa nem quando precisa? • Apenas 1 ponto, se você respondeu “a”. Continue assim e sua rede irá começar a fugir de você. Uma rede de contatos serve para auxiliá-lo, mas você também deve auxiliá-la mesmo que ela não espere por sua ajuda. Procure estreitar o relacionamento com sua rede, e não entre em contato com ela somente quando precisar. • 2 pontos, se você respondeu “e”. Não se orgulhe muito, você não está agindo muito diferente das duas situações acima. A diferença é que você quer tentar parecer mais cordial, mas sua tentativa não é muito feliz e as pessoas percebem seu comportamento. • 3 pontos, se você respondeu “c”. Você utiliza sua rede e o faz com frequência, porém não limite o assunto de sua conversa somente aos negócios, isso irá cansar as pessoas e afastá-las; mostre interesse por elas, que é a melhor forma de aproximá-las de você. Faça isso e verá que seus negócios também fluirão e você obterá um comprometimento muito maior. • 5 pontos, se respondeu “b”. Por tratar sua rede como pessoas de negócios, mas também como ami-


Pasta

Diamante

Platina

Ouro

Prata

Bronze

Ferramentaria

Apoio

Mídia

Realização

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gos com os quais você se importa, e quer ver e ajudar a crescer. Questão 3 some: • 1 ponto, se você respondeu “c” ou “d”. Agora pare e reflita: Quantos bons contatos você deixou de incluir em seu network? • Nenhum ponto, se você respondeu “b” ou “e”. Seus contatos não têm valido muita coisa, e não utilizá-los é quase o mesmo que não tê-los. Felizmente, talvez eles não sejam como você, e venham a procurá-lo um dia. • 5 pontos, se você respondeu “a”. Muito bem! Agora o que você deve fazer é sempre manter contato tratando de assuntos de interesse das duas partes, para manter o relacionamento ativo. Afinal este novo membro da rede é muito importante para você, não o perca de maneira alguma. Questão 4 some: • 5 pontos, se você respondeu “a”. O contato pessoal sempre é muito mais agradável e permite uma série de coisas que outros modos não permitem, como por exemplo, o olho no olho; apenas tome cuidado para passar uma boa imagem. • 3 pontos, se você respondeu “b”. Nem sempre é possível estabelecer um contato pessoal. Portanto prefira o uso do telefone ou WhatsApp, que pelo menos permite que a outra pessoa ouça sua voz. • 2 pontos, se você respondeu “c”. O e-mail, assim como as redes sociais são meios de comunicação mais frios, ou mais para uso de manutenção de imagem que você pode utilizar devido ao volume de pessoas. Procure usá-las com discernimento e cada vez menos, opte pelo telefone/WhatsApp e, em seguida, avance para encontros pessoais. • Nenhum ponto, se respondeu “d”. Este não é o melhor meio de se comunicar com sua rede. Use correspondências somente quando for necessário ou apenas de modo ocasional.

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2 pontos NEGATIVOS, para você que respondeu “e”. Por ter a ousadia de tomar esse tipo de atitude! Procure mudar de atitude agora, e dê muitos telefonemas para todos de sua rede, marque muitos encontros e convide-os para muitos eventos. A maior beneficiada com tudo isso é sua secretária, que, se souber aproveitar a oportunidade, possuirá um excelente network que também deveria ser seu.

Questão 5 some: • 5 pontos, se você respondeu “a” ou “c”. Isso mostra que você soube construir um bom network, pois ele possui uma grande variedade de pessoas que podem auxiliá-lo em suas atividades. • 3 pontos, se você respondeu “b”. Procure por novos contatos e use sua rede para obtê-los. Assim você diminui seu esforço e desgaste em longo prazo. • 2 pontos, se você respondeu “d”. Seu network precisa ser mais variado e flexível. Procure incluir nele pessoas que estão ligadas às atividades próximas da sua, mas talvez o problema seja mais sério: sua rede pode não estar comprometida com você. Procure reverter essa situação o quanto antes. • 2 pontos, se você respondeu “e”. Sinto informá-lo, mas você ainda não entendeu bem como funciona uma rede de contatos. Um network serve para auxiliar você e facilitar suas tarefas, e não para fazer o seu trabalho. Mude essa atitude dependente ou em breve você não terá mais sua rede de contatos. Questão 6, some: • 5 pontos, se você respondeu “a” ou “b”. Você realmente é alguém valioso para sua rede, pois sabe ser grato, retribuir favores e prestar auxílio quando é preciso. Acredite: ela vai querer tê-lo em suas redes por muito tempo, basta você manter esta sua disposição e pró-atividade. • 2 pontos, se você respondeu “c”.

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Você tem tempo para pedir ajuda? Então você também deve estar disponível quando for requisitado. Se você usa isso como desculpa a coisa é grave e você corre sério risco de prejudicar muito seu relacionamento com seus contatos. Se for verdade, infelizmente você corre o mesmo risco, mas procure organizar-se melhor. 2 pontos, se você respondeu “d”. Você ajuda, mas essa relação de puro interesse está seriamente propensa a ser enfraquecida e extinta. E em breve. Nenhum ponto, se você respondeu “e”. É extremamente desagradável e irritante quando tentamos entrar em contato com alguém e nunca conseguimos, principalmente se o assunto é importante. Cuidado, muitas vezes ao negar uma ajuda você perde várias oportunidades. Permute... E beneficie a todos!

Questão 7 some: • 5 pontos, se você respondeu “a”, “b” ou “e”. Isso mostra que além de possuir um ótimo relacionamento com sua rede, você também possui boas qualificações profissionais e é por isso que as pessoas acreditam em você. • 2 pontos, se você respondeu “c”. Se você tivesse investido mais em sua rede teria facilitado, e muito, as coisas. Ainda é tempo de se reestruturar, profissionalmente, e em contatos de rede também. • Nenhum ponto, se você respondeu “d”. Duas coisas podem estar acontecendo: • Sua rede realmente é ineficaz e a culpa por isso também é sua, pois não investiu nela; • Ou suas qualificações profissionais realmente são insatisfatórias, e assim fica quase impossível ajudá-lo sem assumir grandes riscos e novamente a culpa também é sua por ter se acomodado e não aprimorado seus conhecimentos.

Questão 8 some: 1 ponto, para “d”. Você precisa melhorar, e muito, sua rede de con-


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tatos. Invista nela, e você obterá melhores resultados com maior frequência. Lembre-se de que é impossível fazer tudo bem feito sem a ajuda de outras pessoas. 2 pontos, para “a”. Ótimo que você esteja obtendo sucesso, mas onde entra a participação do seu network? Se você utilizá-lo, o processo para obter bons resultados será muito mais fácil e poderá gerar resultados produtivos em longo prazo. 2 pontos, para “c”. Por qual motivo você não utilizou sua rede? Independente de qual tenha sido, foi negligência sua, um network existe para ser utilizado. 5 pontos, se você respondeu “b”. A única coisa que também é esperada é que sua rede também tenha sido beneficiada, e que você soube retribuir sua gratidão. Se isso ocorreu, parabéns, sua rede só tende a prosperar e, acredite, ela levará você junto.

VERDADEIRO OU FALSO Some um ponto para cada resposta Verdadeira e nenhum para cada resposta Falsa. Estes dez pontos são fundamentais para obter um bom desempenho e manter um bom relacionamento com sua rede. Considere cada afirmação que você tenha respondido Falso como um ponto fraco; empenhe-se em trabalhar estes pontos até que você consiga torná-los todos como Verdadeiros. RESULTADO 0 – 10 pontos Sua situação é crítica ou você não possui um network. Se este for o caso, procure esforçar-se o máximo para fazer novos contatos de forma constante, ou você possui uma rede, mas está prestes a perdê-la, pois você

a trata sem a devida atenção, não atende às suas necessidades. Seja lá qual for a sua situação, você precisa agir logo; retome o contato com o máximo possível de pessoas que você conheça; peça que elas lhe indiquem novas pessoas/empresas que possam ser acrescentadas em seu network, e faça muitos, mas muitos novos contatos. O próximo passo é descobrir o que VOCÊ pode fazer por sua rede, e em seguida faça! Seja sempre cortês e mostre-se interessado nas pessoas e não no que elas podem fazer por você. Isso irá criar comprometimento e fará que elas se sintam responsáveis por retribuir aquilo que você fez para elas. Aja pela lei da reciprocidade! 11 – 25 pontos Sua situação não está tão crítica quanto a descrita anteriormente, mas você não está tão longe assim. Sua rede não o vê como alguém muito importante e seus serviços podem ser facilmente descartados; em consequência, seu network não se mostrará muito disposto a colaborar com você. Em primeiro lugar concentre-se em mudar a ideia que sua rede possui a seu respeito; venda sua imagem e mostre a eles do que você é capaz; aproxime-se de seus contatos, e mantenha um relacionamento constante. Isso fará que eles mesmos vendam sua imagem, e tragam mais pessoas para sua rede. Em segundo lugar, procure ampliar sua rede por si só, faça mais contatos e se mantenha presente. Talvez eles não precisem de você ou não possam ajudá-lo, mas como membros de seu network irão saber quem pode. 26 – 40 pontos Você possui uma rede consideravelmente ampla e pode contar com ela

sempre que estiver usando de bom senso, pois se mostra disponível sempre que puder fazer algo que a beneficie. Concentre-se em satisfazer as necessidades de seus atuais contatos, e procure sempre beneficiá-los, ao mesmo tempo em que eles o beneficiam. Assim eles só terão elogios a fazer a seu respeito, e novos membros para seu network surgirão naturalmente. Muito cuidado para não se acomodar. Criar seu network deve ter sido uma tarefa que levou algum tempo e exigiu muita dedicação de sua parte. Agora que você conseguiu, tem uma reputação a zelar. Portanto mantenha seu padrão de qualidade e procure surpreender sua rede com ações inesperadas; eles irão demonstrar a gratidão que possuem por você através de grandes atitudes. 40 – 50 pontos Você realmente possui uma rede fiel que construiu com atitudes louváveis. Sua rede possui grande comprometimento com você e fará o possível para ajudá-lo e agradar sua pessoa. Eles não só o veem como alguém com grande carisma, mas também como um profissional dedicado e uma pessoa extremamente preocupada com os outros. Isso faz de você alguém extremamente importante na rede de seus contatos e eles farão de tudo para mantê-lo por perto. Então se mantenha e satisfaça-os cada vez mais. Atenção! Você possui responsabilidade dobrada, pois precisa, sempre que possível, exceder às expectativas de seus contatos; faça por eles muito mais do que eles esperam e cuidado para não abusar de sua popularidade. Se agir de forma arrogante irá inverter completamente a situação; se não cumprir promessas, se ignorar pessoas que julga não ter muita importância, ou faltar com ética, sua rede irá

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ficar extremamente desapontada com suas atitudes, e você poderá passar de ídolo para tirano e comprometer todo seu trabalho de anos. Esperamos que o teste tenha lhe ajudado a refletir sobre a sua rede de contatos. Se você ainda não chegou a pontuação máxima, não desanime. Releia as dicas e comece a trabalhar sua rede o quanto antes. Refaça o

teste sempre que desejar e lembre-se: Jamais solicite de graça a um amigo aquilo que ele faz para ganhar a vida. E finalizamos este artigo na certeza que nenhum de nós é tão bom quanto todos NÓS JUNTOS, pois: Os semelhantes se atraem, limita-te a ser quem és: serena(o), transparente e brilhante! Quando irradiamos o que somos, quando em atos e coração, fazemos

aquilo que agrega valor ao meio e traz paz ao coração, isto automaticamente afastará quem nada tem a ver conosco, e atrairá sim, a quem têm muito a aprender, e também a nos ensinar! Tenha um excelente dia e hoje e sempre; Pois o mercado é do tamanho da sua competência, influência e reputação.

Michelle Borchardt Silveira - Administradora de empresas com MBA em marketing pela Fundação Getúlio Vargas. Atua na área de Customer Success, no relacionamento e comunicação direta com clientes, equipes internas e parceiros estratégicos. Em seu dia-a-dia busca contribuir para a retenção de clientes e entrega de valor percebido. Também possui experiência em liderança de equipes de Serviços e gerenciamento de projetos. Autora dos livros ATITUDE – A VIRTUDE DOS VENCEDORES – Best-seller com mais de 500.000 leitores, além de Coautora no livro Ser+ com Palestrantes Campeões e dos doze títulos da Coleção Atitude. Paulo César Silveira - Conferencista com mais de 2500 palestras em seus 21 anos de carreira, nas áreas corportamental, liderança, vendas consultivas, negociação, vendas técnicas e comunicação com base em influência. Foi contratado por mais de 200 empresas das 500 melhores empresas eleitas pela Revista Exame. Professor convidado da FGV/SP, FIA FEA/USP, UDESC e UFRGS. Consultor, empreendedor e articulista com mais de 900 artigos editados. Autor de 26 livros, destacando-se os best-sellers: A LÓGICA DA VENDA, ATITUDE – A Virtude dos Vencedores e o VENDA SUSTENTÁVEL – A Lógica da NEGOCIAÇÃO lidos por mais de 4,8 milhões de leitores. Está revolucionando o mercado com novas formas de pensar e treinar equipes comerciais, com formatos disruptivos e inovadores, trazendo resultados nunca antes alcançados! Sua experiência e conhecimento são amplamente compartilhados em livros e artigos. Esses não só fizeram sucesso entre os mercados corporativos, como também despontaram em vendas para o público geral, tornando alguns dos seus títulos como os mais aplicáveis e vendidos do segmento. Sendo ainda Mentor e líder do Projeto Liderança Made in Brazil. falecom@paulosilveira.com.br

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PROCESSOS

O CAM NÃO É MAIS SOMENTE UM CAM

C

omo assim “o CAM não é mais somente um CAM”? Muitas vezes, classificamos o CAM apenas como uma ferramenta de apoio para os programadores ou operadores de máquina criarem as programações de suas peças. Com geometrias cada vez mais complexas e máquinas e dispositivos seguindo a mesma complexidade, o uso de uma ferramenta assim é indispensável para alcançarmos o máximo de possibilidades e eficiência do setor.

E SE O CAM PUDESSE AUXILIAR NÃO SÓ O SETOR DE PROGRAMAÇÃO DE FORMA DIRETA, MAS SIM TODA A EMPRESA? Podemos começar falando sobre o processo de atualizações de projetos dentro da engenharia. Como essa informação de uma nova revisão chega ao programador/operador? Com a utilização do CAM, assim que o modelo é atualizado ou alterado, uma mensagem é gerada dentro da tela do software para informar o usuário. O programa, de forma simples e nativa, pode recalcular seus percursos de acordo com a nova geometria e, assim, gerar um novo código atualizado e homologado para esta nova revisão sem a interferência de nenhum outro sistema periférico. O que temos aqui nada mais é do que um dos pilares da indústria 4.0: a integração entre sistemas, que acabará diminuindo os ruídos de comunicação e consequentemente o refugo de peças produzidas fora de revisão. COMO SE PREPARAR PARA A PRODUÇÃO Continuando no processo de integra-

POR SKA

ção e compartilhamento de informações, cada vez mais uma máquina CNC precisa estar preparada para executar a sua função principal, que é produzir. Mas de que forma estamos preparando o nosso setor para liberar a máquina para esta função? Que tipo de documentação estamos criando? Como estamos compartilhando e para quem? Com a geração das folhas de processos, podemos adicionar todos os dados de ferramentas, presets, dispositivos, particularidades e qualquer outro tipo de informação pertinente ao processo em uma página da intranet de simples compartilhamento. Assim, os setores responsáveis pela preparação do ferramental podem preparar tudo o que for necessário para a troca rápida em máquina. Como qualquer computador que estiver conectado à rede da empresa pode ter acesso ao visualizador, podemos disponibilizar também ao operador da máquina as mesmas informações para que o próprio try-out seja mais ágil em sua validação. Com a validação virtual no software de simulação 3D, preparação das ferramentas de forma externa à máquina e informações de como cada processo será executado, a segurança na execução é aumentada de forma significativa deixando a máquina parada o menor tempo possível.

Planning, o programador e o operador podem ter em suas mãos a sequência das atividades, garantindo não somente os objetivos em relação aos prazos, mas também que todos os pré-requisitos necessários às execuções estejam disponíveis. Novamente, estamos falando de sistemas de integração e agora também, adicionamos mais um dos pilares da indústria 4.0: o big data. Então, podemos afirmar que um software de CAM não é somente um software de CAM para gerar caminho de ferramenta. Ele é sim uma ferramenta para auxiliar toda a empresa com informações, dados e recursos para melhorar a produtividade do chão de fábrica e de qualquer outro setor em que ele possa ser integrado.

Em seus mais de 30 anos de história, muito mais do que softwares, a SKA sempre se propôs a entregar soluções e, assim, conquistou mais de 5.000 clientes em todo o país. A Indústria 4.0 já é realidade, mudou a forma de pensar das engenharias e manufaturas, e impacta empresas e processos. A SKA acompanha estas mudanças e traz um novo olhar sobre a engenharia, promovendo uma forma contemporânea de conceber produtos, de

PLANEJAMENTO É A CHAVE E como falamos novamente de outros setores, por que não compartilhar com o PCP o tempo de usinagem de um item para que todo o dia/semana/ mês da máquina possa ser planejado e sequenciado? Com ferramentas como o SYNECO

organizar processos, de evoluir etapas. Na manufatura, concebe novas formas de utilizar recursos, otimizando tempo, custos, espaço, tornando a cadeia mais sustentável e preparada para o próximo passo. Mais do que oferecer softwares líderes de mercado e desenvolver soluções personalizadas, a SKA se propõe a agregar soluções, promover o desenvolvimento, construir relações para juntos caminharmos rumo a nova era da indústria brasileira. ska.com.br

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PROCESSOS

AVALIAÇÃO DE VIABILIDADE DO PROCESSO DE MANUFATURA ADITIVA HÍBRIDA (MÉTODOS ADITIVO E SUBTRATIVO) PARA O REPARO DE FERRAMENTAS P O R VÁ G N E R B R A G A - D I E G O T O L O T T I D E A L M E I D A - A N G É L I C A P. D E O L I V E I R A

A

J E A N F. D A S I LVA - C A R O L I N A A . C . D E S O U Z A - M I LT O N S . F. D E L I M A

Manufatura Aditiva (MA) representa a quebra de um paradigma de desenvolvimento e fabricação de produtos na indústria global. Devido a agilidade, precisão e eficiência econômica na customização de peças em comparação com outros métodos de fabricação, há um eminente interesse em aplicações inseridas no contexto das indústrias aeroespacial, de energia, biomédica, automotiva e na reparação de danos em moldes e matrizes. Os processos de reparo convencionais nas indústrias metalmecânica apresentam limitações consideráveis, sobretudo no que diz respeito ao acabamento do reparo, custo e tempo de processo. Em alguns casos, todo o ciclo de reparo é tão longo e caro que as peças danificadas são simplesmente descartadas. Portanto, métodos de reparo eficientes são extremamente importantes, visando a introdução de uma técnica de reconstrução rápida, ambientalmente correta e de baixo custo. Por sua vez, a manufatura aditiva fornece a adição controlada de material em camadas a um determinado substrato a partir de um projeto e seleção de materiais no desenvolvimento de um componente por meio de um modelo geométrico computacional 3D. A técnica de deposição de metal a laser (Laser Metal Deposition - LMD), utilizada no presente estudo, é extremamente eficiente em termos

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de reparo de moldes e matrizes, ou mesmo quando novas peças precisam ser acopladas a peças danificadas. Paralelamente, o pó metálico de H13 atomizado usado em uma ampla gama de processos envolvendo manufatura aditiva deve ser testado e avaliado antes de ser utilizado em um processo de fabricação. Portanto, foram estudados a microestrutura e aspectos termodinâmicos da interface deposição-substrato. MATERIAIS E MÉTODOS Aquisição do Material Foi utilizado um pó metálico de aço H13 atomizado a gás fornecido pela

LPW Technology Inc, cujo foi depositado sobre uma barra arredondada com 30 mm de diâmetro de aço H13, utilizada como substrato conforme é mostrado na Figura 1. As composições químicas do pó e do substrato são apresentadas na Tabela 1. Uma extremidade da barra foi cortada com 10 mm de altura e usinada circularmente com uma ranhura de 5,0 mm de largura e 2,0 mm de profundidade. O processo de usinagem foi realizado com velocidade de 100 m/min, taxa de corte circular de 0,1 mm/passo e taxa de corte em profundidade de 0,5 mm/passo. A escolha do formato do canal (Figura 2) é baseada no desafio

Figura 1: Processo de usinagem das barras de H13 para posterior deposição do pó metálico atomizado e fresamento da camada em excesso. (a) Usinagem da cavidade para deposição; (b) Pó metálico de H13 atomizado depositado na cavidade; (c) fresamento do excesso de pó depositado na superfície do substrato.

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de controlar o superaquecimento do pino central e do anel externo em geometria delicada na parte superior da ferramenta. TÉCNICA LASER METAL DEPOSITION (LMD) Tanto a usinagem quanto a deposição de material foram executados na ROMI 4X D800 Hybrid Machine. A instalação híbrida combina a capacidade subtrativa de uma máquina CNC de 4 eixos com um cabeçote LMD para operações aditivas. O cabeçote Ambit® Hybrid AM é conectado a um laser de fibra (Yb) com as características fornecidas na Tabela 2. As condições reais de processamento LMD são apresentadas na Tabela 3. Os parâmetros representativos do processo LMD consistem na espessura da camada, velocidade de varredura, potência do laser, estratégia de varredura e espaço entre as varreduras do laser. ANÁLISE DA MICROESTRUTURA Inicialmente foi realizada a avaliação da distribuição de tamanho de partícula do pó metálico H13. O software ImageJ foi utilizado para realizar 109 medições de diâmetros de partícula de forma aleatória a partir de imagens geradas pelo microscópio eletrônico de varredura (MEV). As seções transversais das amostras processadas com LMD foram polidas mecanicamente seguido de ataque químico com Nital 3% (ácido nítrico 3% em etanol 97%) para revelar a microestrutura. As imagens de microscopia óptica (MO) foram obtidas por meio de um equipamento Zeiss Imager2M. Já as imagens de microscopia eletrônica de varredura foram adquiridas com o auxílio de um microscópio eletrônico de varredura (MEV) JSM-6380LV.

RESULTADOS E DISCUSSÕES Caracterização do pó metálico de aço H13 A Fig. 3 apresenta a imagem gerada via microscopia eletrônica de varredura do pó de aço H13, bem como a

Figura 2: Esquema representativo do substrato de aço H13 com suas respectivas dimensões.

Pó metálico H13 atomizado a gás C

Mn

Si

V

Mo

Cr

Fe

0.32 - 0.45

0.20 - 0.50

0.80 - 1.20

0.80 - 1.20

1.10 - 1.75

4.75 - 5.50

Bal.

Substrato: Bloco de aço H13 C

Mn

Si

V

Mo

Cr

Fe

0.4

0.35

1.00

0.90

1.50

5.20

Bal.

Tabela 1: Composição química (wt%) do pó metálico e do substrato.

Cabeçote laser

Yb: Fiber (λ = 1070 nm)

Potência Máxima (kW)

1.5 kW

Distância entre bocal e ponto focal (mm)

10 mm

Diâmetro focal (mm)

2 mm Tabela 2: Características do feixe de laser.

Potência (W)

800 W

Velocidade do feixe laser (mm/min)

350 mm/min

Velocidade de alimentação (g/min)

8 g/min

Gás de proteção

Argônio (99.995% Ar)

Fluxo de gás do bico (l/min)

4 l/min

Fluxo de gás de proteção (l/min)

8 l/min

Carrier gas flow (l/min)

4 l/min

Espaçamento entre as linhas (mm)

0.65 (2/3 da largura do cordão)

Número de camadas

3 Tabela 3: Parâmetros de processo LMD.

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distribuição e a média de tamanho de partícula. A morfologia das partículas é típica do pó H13, apresentando formas esféricas ou quase esféricas com superfícies relativamente lisas, embora algumas partículas se pronunciem na forma de “satélite,”oblongas arredondadas” e “semelhantes a pera”. As partículas mais grossas tendem a ter formas ovais, enquanto as mais finas são mais esféricas. A forma refinada e esférica das partículas de pó pode melhorar a densidade do depósito e, consequentementre, favorecer a distribuição uniforme do material entre as camadas, otimizando as características mecânicas do componente. A morfologia “tipo pera” mostrada na Fig. 3 (a), ocorre quando um pó esférico fino se integra a um pó mais grosso e ocorre um estreitamento entre eles, formando um estrangulamento. A morfologia “oblonga arredondada”, também apresentada na Fig. 3 (a), é caracterizada por um tamanho de partícula grosseiro. A última morfologia mostrada é a “satélite”, que é a forma de partícula

típica no processamento de pó metálico. Em geral, diferentes morfologias de partículas podem impactar na sinergia entre o feixe de laser e as partículas em “vôo”, promovendo diversos fenômenos, o que torna ainda mais necessário a identificação das formas de pronunciamento dessas partículas. Conforme mostrado na Fig. 3 (b), a curva de distribuição normal apresenta maior frequência em torno de 68 µm (diâmetro de partícula) a partir de um total de 109 medições. ANÁLISE DA MICROESTRUTURA DO PÓ DE AÇO H13 DEPOSITADO VIA LMD A Fig. 4 apresenta imagens de microscopia óptica da seção transversal da amostra. A Fig. 4 (a) mostra o esquema da região onde as imagens foram obtidas. Na Fig. 4 (b) é possível visualizar as diferentes regiões: zona de pó de H13 depositado, zona parcialmente fundida (partially melted zone - PMZ), zona afetada pelo calor (heat affected zone - HAZ) e o substrato H13. A partir da Fig. 4 (c-d), é possível ver claramente as marcas das camadas de deposição e dos limites da poça de fusão (melt pool boundaries - MPB), que têm cerca de 1 mm de profundidade. As regiões PMZ e HAZ possuem cerca de 0,1 e 0,5 mm de profundidade, respectivamente.

Figura 4: Micrografias da seção transversal da amostra. (a) Esquema; (b) Visão geral; (c) Magnificação de 50x; (d) MPB, PMZ e HAZ.

Figura 3: Características do pó metálico de H13: (a) Morfologia do pó; (b) Frequência de distribuição.

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Na Fig. 4 é evidente que as camadas fundidas do depósito preencheram a ranhura, porém não mantiveram sua forma retangular original (Fig. 2). Uma parte do substrato foi fundida durante a MA, particularmente aquela próxima à superfície, ocorrendo o processo de fundição entre as partículas de pó do substrato. Comparando a Fig. 4 (c) com a Fig. 2, pode-se observar algum excesso de material no topo da ferramenta, embora a profundidade de deposição seja apenas a profundidade da ranhura. O preenchimento adequado da ranhura foi garantido pela baixa diluição na parte inferior do canal e sobra de material no topo, pronto para o processo usinagem.

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A Fig. 5 mostra a microestrutura da seção transversal da matriz de aço H13 após o processo de deposição ser efetuado. A estrutura celular do pó de H13 com grão quase equiaxiais solidificados durante o processo de atomização de gás pode ser vista claramente, bem como grãos grosseiros e colunares formados pelos efeitos de aquecimento e resfriamento. Conforme mostrado, o material consiste em muitos grãos com geometria quase equiaxial e textura quase aleatória, juntamente com uma disposição homogênea de precipitados na matriz. A estrutura colunar é encontrada próxima à região inferior da zona fundida a laser, uma vez que a solidificação geralmente começa com o crescimento epitaxial da matriz. As transformações de fase e o pronunciamento de carbonetos ocorrem na zona de transição entre PMZ e o substrato, limite da poça de fusão, como mostrado na Fig. 5 (d). Adicionalmente, a Fig. 5 (a-b) mostra a morfologia de solidificação do pó de H13 depositado, que apresenta uma morfologia dendrítica celular. Esta morfologia inclui grãos colunar e equiaxial dependendo da região do material resolifificado. A geometria das células de solidificação, sejam equiaxiais ou colunares, também é influenciada pelo ponto de vista do ângulo de corte, onde as seções perpendiculares e paralelas à direção da sobreposição das camadas possuem formas equiaxiais e alongadas na micrografia do aço processao a laser, correspondentemente.

Figura 5: Micrografia eletrônica de varredura do aço H13 processado via LMD: (a) MEVBES da região de deposição; (b) MEV-SEI da região de deposição; (c) Borda da poça de fusão da região depositada; (d) Borda da poça de fusão (magnificação de 200x).

Sugere-se que o processo de solidificação do H13 ocorre de duas formas: como austenita primária ou como ferrita. Se a fase primária for ferrita, uma transformação em austenita ocorrerá durante o resfriamento e provavelmente haverá uma redução significativa de tensões . Por outro lado, se a solidificação ocorrer como austenita primária, não haveria qualquer alívio de tensão em teoria. Porém, quando a austenita é encontrada em baixas temperaturas, seja austenita formada de ferrita ou austenita primária, ela se torna martensita no aço H13 por causa de sua alta temperabilidade, conforme mostrado na Fig. 5 (b).

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A morfologia da camada depositada com H13 fabricada pelo método LMD é mostrada na Fig. 5 (c-d). As características típicas da fabricação aditiva de metais podem ser observadas onde poças de fusão sobrepostas de formas relativamente semielípticas foram formadas. O desenvolvimento da poça de fusão semi-elíptica é intrínseco à MA usando classificações de ligas ferrosas e não ferrosas devido à origem do processo. As poças de fusão têm 170 a 190 μm de profundidade e aproximadamente 160 a 180 μm de largura. A formação dessas poças de fusão ocorre devido à solidificação de células colunares e equaxiais de diferentes tamanhos. A Fig. 5 (c) também mostra a forma estimada da poça de fusão (linhas tracejadas). Durante o processo de deposição de metal a laser, a energia do laser é convertida em energia térmica, então o fluxo de calor na poça fundida desempenha um papel razoável na determinação da morfologia e do tamanho da área depositada. À medida que a temperatura da superfície atinge a região de fusão, a convecção térmica é mais evidente na poça de fusão. O fluxo de líquido na poça derretida foi impulsionado principalmente por convecção termocapilar (efeito Marangoni) que depende em certa medida da força de empuxo e principalmente do coeficiente de temperatura da tensão superficial. O efeito Marangoni provoca a distribuição irregular de elementos, por exemplo, “fluxos circulares”, e gera uma certa mistura nas poças de fusão, bem como a segregação de alguns elementos de liga de aço H13, como Cr e Mo. Este fenômeno também pode auxiliar na diluição dos elementos de liga, levando à distribuição dos elementos de liga do substrato H13 nas poças de fusão. Dessa forma, a formação da PMZ ocorre por meio da liquação dos precipitados do substrato, acompanhada de aumento, dando origem a precipitados maiores próximos da poça de fusão. Os precipitados aglomerados atuam como pontos de nucleação para solidifica-


PROCESSOS

ção. O fluxo de circulação juntamente com a diluição dos elementos do substrato ocorre apenas na região da primeira camada depositada mais próxima da interface, o que contribui para o padrão de fluxo circular. CONCLUSÕES Com base nos resultados deste estudo, as seguintes conclusões podem ser consideradas: 1. A caracterização do pó mostrou partículas com tamanho médio de 65 µm, mas algumas outras apresentaram morfologias ligeiramente diferentes. Em geral, foram obtidas partículas esféricas refinadas e grosseiras, e uma distribuição muito homogênea, o que contribui positivamente em termos de qualidade de deposição. 2. Quanto à microestrutura formada a partir do processo, foi possível observar uma matriz α-Fe composta por α’-martensita, o que

é normal quando se trata de um processo de solidificação rápida. 3. O processo de reparo via LMD permitiu o preenchimento da cavidade sem que o substrato apresentasse alterações na microestrutura. A alta precisão do processamento do laser em termos de efeitos causados ao material e a agilidade do processo, são decisivos para que não ocorram danos na parte do substrato mais suscetível ao feixe de laser. AGRADECIMENTOS Em nome da Bruning Tecnometal, os autores agradecem pela parceria e colaboração técnica, de fundamental importância para o desenvolvimento deste trabalho. Os agradecimentos se estendem à FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) que, através dos processos 2018/23884-5 e 2016/11309-0, viabilizou a concretização do estudo.

Vágner Braga: Engenheiro de Materiais pela Universidade Franciscana - UFN. Mestre em Ciências e Tecnologias Espaciais pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica - ITA. Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciências e Tecnologias Espaciais – Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), com período sanduíche na Ryerson University, Toronto - Ontário (CA). Atualmente ocupa o cargo de Analista Sênior de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação na Bruning Tecnometal Ltda., Panambi/RS. vagner.braga@bruning.com.br Diego Tolotti de Almeida: Engenheiro Mecânico pela UNIJUI - Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Mestre em Ciência e Tecnologia dos Materiais pela UFRGS. Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Minas, Metalurgia e Materiais (PPGE3M/UFRGS). Supervisor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação na Bruning Tecnometal Ltda., Panambi/RS. diegot@bruning.com.br Angélica Paola de Oliveira Lopes: Engenheira de Produção pela UNICRUZ - Universidade de Cruz Alta, Mestranda em Engenharia Mecânica na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Analista de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação na Bruning Tecnometal Ltda., Panambi/RS. angelica@bruning.com.br Jean Fleck da Silva: Engenheiro Mecânico pela UNIJUI – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Atua como Analista de Desenvolvimento de Produtos da Bruning Tecnometal Ltda., Panambi/RS. jean. fleck@bruning.com.br Carolina Alencar Caldeira de Souza: Engenheira Metalúrgica pelo Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca - CEFET/RJ. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciência dos Materiais - Instituto Militar de Engenharia (IME). Atua como Trainee de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação na Bruning Tecnometal Ltda., Panambi/RS. carolina.caldeira@bruning.com.br Milton Sergio Fernandes de Lima: Graduado em Física, mestre e doutor em Engenharia Metalúrgica. É pesquisador do Instituto de Estudos Avançados (IEAv), professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências e Tecnologias Espaciais do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e professor do Programa de Pós-Graduação da REDEMAT Rede Temática em Engenharia de Materiais da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). msflima@gmail.com

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ENFOQUE

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ma ágil para permitir uma tomada de decisão mais precisa e embasada. Outro destaque é a tomografia computadorizada (CT), com a tecnologia de raio-X Zeiss que revela cada detalhe no interior da peça sem que para isso seja preciso destruí-la. E para fomentar o conhecimento e discutir as novas tecnologias da indústria, a série de webinars interativos Innovation Rocks também foi uma das atrações do espaço, com a divulgação dos encontros virtuais que acontecerão 0800-770-5556 relacionamento@zeiss.com zeiss.com.br SCHUNK SCHUNK INTEC BRASIL EXPÕE SISTEMAS DE GARRAS E TECNOLOGIA DE FIXAÇÃO NA FEIMEC 2022 Subsidiária brasileira da empresa familiar alemã Schunk GmbH & Co. KG leva tecnologia para seu estande na feira. Lixadeira Orbital Pneumática AOV A AOV é ideal para processos robotizados de lixamento e polimento, com inúmeras possibilidades de utilização. Uma lixadeira pneumática orbital, perfeita para processos robotizados de lixamento e polimento, estamos falando da AOV. Essa ferramenta possui troca automática de lixas ou discos de polimento, além de uma conexão de sucção que permite a redução de contaminação do ambiente. Rebarbador FDB A FDB é um fuso rebarbador flexí-

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ENFOQUE

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HYPERTHERM HYPERTHERM EXIBE NA FEIMEC SISTEMAS DE CORTE A PLASMA MAIS AVANÇADOS DA INDÚSTRIA Multinacional leva ao evento as mais avançadas soluções em corte de metal a plasma: a tecnologia X-Definition e sistema Powermax SYNC. Referência mundial em sistemas e softwares para o corte industrial, a norte-americana Hypertherm marca presença na da Feira Internacional de Máquinas e Equipamentos 2022 (Feimec). No evento, a multinacional exibiu as suas mais avançadas soluções em corte de metal a plasma: a tecnologia X-Definition, considerada a mais precisa de todo o setor, tanto em metais ferrosos quanto em não-ferrosos, e comparada até ao corte a laser; e o novo sistema Powermax SYNC de cortadores a ar, que conta com inteligência integrada e um revolucionário cartucho de peça única – os visitantes que forem ao estande da empresa, localizado pelo número F058, podem testar o Powermax SYNC e ver de perto as diversas opções de torque e cartucho disponíveis no mercado. Outro destaque do estande é o Plate Saver, uma nova tecnologia SureCut, que combina a estabilidade do arco do plasma XPR da Hypertherm com softwares especializados em reduzir o desperdício de material e, assim, ajudar as empresas a aumentarem os lucros. “Estamos muito empolgados com a possibilidade de apresentar ao Brasil os muitos avanços tec-

nológicos feitos pela Hypertherm durante os últimos dois anos”, disse Stephen Bruner, Diretor de Marketing Americas. “Desde o PowerMax SYNC, que minimiza o desperdício, o tempo de inatividade da máquina e mesmo a necessidade de profissionais extremamente treinados na operação, até o X-Definition e o Plate Saver, capaz de otimizar o uso de materiais e reduzir a emissão de carbono na atmosfera”, acrescenta. (11) 2409-2636 contato@hypertherm.com hypertherm.com GRUPO JUNKER ZEMA NUMERIKA G800 PLUS: CARRO-CHEFE DA JUNKER SERÁ DESTAQUE NA FEIMEC

Setup rápido para produção seriada de pequenos lotes, operação flexível e inúmeras possibilidades de aplicação. Tudo isso faz da retificadora cilíndrica externa CNC ZEMA Numerika G800 Plus um dos carros-chefes do Grupo Junker no Brasil. A máquina esteve em exposição na Feimec 2022, onde os visitantes poderam conhecer também outras tecnologias da companhia. A retificadora de rebolos convencionais é especializada na produção em série de uma grande variedade de peças. No comando CNC podem ser arquivados diversos programas, para as mais variadas famílias de peças. Como resultado, o processo de produção de uma peça poderá ser trocado com rapidez para o de outra peça. A máquina pode ser utilizada com um sistema automático opcional de carga e descarga, permitindo um processo de produção sem inter-

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ENFOQUE

ferências. Com as suas robustas retificadoras de rebolos convencionais, a Numerika G800 Plus representa um excelente complemento às linhas de retificadoras de alta velocidade CBN da Junker. Os rebolos de retificação da G800 Plus podem ser facilmente substituídos para a usinagem de materiais duros. A troca de rebolos convencionais para diamantados é bem-sucedida após passos simples. Em sua configuração standard, essa retificadora cilíndrica externa possui uma base de máquina robusta, guias hidrostáticas e cabeçotes de retificação com mancais hidrostáticos ou rolamentos de alta precisão. Comando de fácil utilização com todos os seus menus intuitivos permitem uma retificação precisa com rebolos convencionais. O resultado são peças com excelente qualidade de superfície. A Numerika processa de forma precisa e confiável várias peças, flanges e espigas de virabrequins, turbo compressores e eixos de transmissão. Além disso, os clientes se beneficiam da assistência técnica mundial. (11) 4153-9645 info@junker-group.com.br junker-group.com.br YASKAWA YASKAWA MOTOMAN LANÇA COBOT HC-20 NA FEIMEC

A fabricante de robôs Yaskawa Motoman, integrante do grupo Yaskawa Electric Corporation, lançou oficialmente na Feimec o robô colaborativo HC20. O HC20 possui seis eixos, alcance máximo de 1700 mm (horizontal e vertical) e capacidade de carga de 20 kg. “O novo cobot foi desenvolvido para preencher uma lacuna no

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mercado, aplicações onde se exige robustez, versatilidade e agilidade sem abrir mão da segurança que todo robô colaborativo exige, afinal eles foram desenvolvidos para trabalhar ombro a ombro com seres humanos”, afirma Icaru Sakuyoshi, diretor-presidente da Yaskawa Motoman. O HC20 é capaz de atender a uma ampla gama de operações. No estande da Yaskawa Motoman, os visitantes poderão conferir o cobot executando paletização ao manusear caixas até a altura de dois metros. De acordo com a empresa fabricante, o robô é ideal para a paletização segura, flexível e adaptável. Segundo a Yaskawa Motoman, com carga útil de 20 kg e um longo raio de alcance, o novo robô colaborativo é capaz de carregar ou descarregar um palete de 1000 x 1200 até dois metros de altura sem elevador, oferecendo uma versatilidade incomparável para melhor retorno do investimento. Projetado para funcionar em todos os ambientes desde um armazém até uma indústria alimentícia, o HC20 possui o FGG (Food-grade grease) que o torna apto para uso em espaços onde há a possibilidade de contato acidental com alimentos. Ele também possui grau de proteção IP67, de modo a facilitar a sua limpeza. Com alta velocidade e precisão, possui ±0,05 mm de repetibilidade. Pode alternar entre os modos robôs industriais colaborativos e robôs industriais de alta velocidade, com variedade de opções de ferramentas. Além disso, pode ser programado de maneira fácil e intuitiva, mesmo por técnicos que não estejam familiarizados com a robótica colaborativa. (11) 3563-5500 motoman.com/pt-br NEDERMAN NEDERMAN APRESENTA NA FEIMEC NOVA LINHA DE FILTROS CONECTADOS À INTERNET INDUSTRIAL DAS COISAS A Nederman do Brasil, empresa es-

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pecializada em produtos e soluções para tratamento do ar industrial, usou seu espaço na Feimec 2022 para apresentar as últimas novidades em produtos e sistemas para captação, filtragem e tratamento do ar industrial. O destaque foi um grande lançamento, a nova linha de filtros SmartFilters, conectados a plataforma IIoT Insight Ready da Nederman. “Foi pensando nas demandas da Indústria 4.0 e na atual era da digitalização que desenvolvemos soluções de automação aplicadas aos sistemas de exaustão e filtragem industrial. Com esta tecnologia proporcionaremos aos nossos clientes equipamentos que apresentam mais eficiência e produtividade, além da possibilidade de monitorar remotamente de qualquer dispositivo como tablet, celular, computador, a performance dos sistemas, sem a necessidade de verificações manuais, evitando paradas inesperadas, aumentando a segurança e reduzindo custos operacionais” - explica José Maurício Sampaio, diretor geral da Nederman no Brasil. Estaram expostos também equipamentos para controlar e reduzir os efeitos dos fumos de solda dentro do ambiente de produção das empresas, assim como particulado seco oriundo da manipulação de pós. A Nederman está no Brasil há mais de 25 anos, possui equipe de produção e assistência técnica própria e já instalou sistemas em indústrias dos mais diversos segmentos, como Unilever, Nestlé, Schaeffler, John Deere, Mercedes Benz, Magneti Marelli, ZF, Owens Corning, Akzo Nobel, Bayer, entre outras. Durante o evento, a empresa fez demonstrações e simulações em tempo real da nova tecnologia Insight Ready e também oferecerá apresentações gratuitas aos visitantes, com o tema “Automação e tecnologia aplicadas a sistemas de exaustão e filtragem industrial”. (11) 4750-1514 nederman@nederman.com.br nederman.com/pt-br


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CIRCUITO BUSINESS

CURSOS, EVENTOS E FEIRAS EVENTOS, FEIRAS E WEBINARS

CURSOS ONLINE E PRESENCIAIS

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JUNHO 2022

02 a 03 – Caxias do Sul, RS, Brasil ENAFER 2022 - Encontro Nacional de Ferramentarias relacionamento@abinfer.org.br

TK Treinamento Industrial 04 - Leitura e interpretação de desenho técnico 11 - Programação de torno CNC básico 20 - CAD Solidworks básico 25 - CAD CAM Cimatron (47) 3027-2121 tktreinamento.com.br

07 a 09 – São Paulo, SP, Brasil ABM WEEK 6ª edição - evento técnicocientífico da América Latina nas áreas de metalurgia, materiais e mineração abmbrasil.com.br AGOSTO 2022 16 a 19 – Pinhais, PR, Brasil Expomac 2022 – Feira da Indústria Metal Mecânica (41) 3075-1100 expomac.com.br SETEMBRO 2022 13 a 16 – Joinville, SC, Brasil Intermach – Feira e congresso Internacional de Tecnologia, Máquinas, Equipamentos, Automação e Serviços para a Indústria Metalmecânica. (47) 3451-3000 intermach.com.br OUTUBRO 2022 15 a 12 - Rho, Itália 33.BI-MU - Feira italiana dedicada à indústria metalomecânica bimu.it/en MARÇO 2023 27 a 31 - São Paulo, SP Plástico Brasil 2023 plasticobrasil.com.br

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JULHO 2022 TK Treinamento Industrial 04 - Programação de fresamento CNC básico 09 e 16 - Tecnologia de Ferramentas para fresadora e torno CNC 16 - Programação de fresamento CNC básico 30 - CAM Powermill básico (47) 3027-2121 tktreinamento.com.br FIT Tecnologia 09 a 23 - Projetos CAD Modelagem de Produtos | CIMATRON 18 a 22 - Programação CAM Fresamento 3 Eixos | CIMATRON fit-tecnologia.com.br AGOSTO 2022 FIT Tecnologia 06 a 27 - Projetos CAD Moldes de Injeção | CIMATRON fit-tecnologia.com.br

SOB CONSULTA FIT Tecnologia Cursos para a área metal-mecânica (15) 3500-9392 fit-tecnologia.com.br

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Udemy – Cursos de diversos temas com preços acessíveis Custo: pago udemy.com Faber-Castell – Cursos sobre desenho e caligráfica Custo: gratuito cursos.faber-castell.com.br/courses Sebrae – Cursos sobre empreendedorismo e negócios Custo: gratuito sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ cursosonline FBV Cursos Cursos sobre empreendedorismo e negócios Custo: gratuito fbvcursos.com Segredos da simulação Custo: pago repuxando.com.br/curso-segredosda-simulacao Programação CNC para Torneamento Custo: pago render.com.br A Interação Homem-máquina Custo: gratuito faculdadesdaindustria.org.br/ ielgratuito Big Data e Inteligência Artificial como Sabedoria Tecnológica da Indústria Custo: gratuito faculdadesdaindustria.org.br/ ielgratuito Conceitos e Fundamentos da Inovação Custo: gratuito faculdadesdaindustria.org.br/ ielgratuito


CIRCUITO BUSINESS

Cultura para a Inovação na Transformação Digital Custo: gratuito faculdadesdaindustria.org.br/ ielgratuito Estratégia para a Indústria 4.0 Custo: gratuito faculdadesdaindustria.org.br/ ielgratuito Gestão Financeira por Fluxo de Caixa Custo: gratuito faculdadesdaindustria.org.br/ ielgratuito ABIPLAST - São Paulo, SP Curso: Formação de operadores de produção e planejamento estratégico para micro e pequena empresa (11) 3060-9688 abiplast.org.br ABM - São Paulo, SP Curso: Metalurgia e materiais (11) 5536-4333 abmbrasil.com.br Bertoloti - In company Curso: Melhoria na troca de moldes (11) 8262-8785 bertoloti@uol.com.br CECT - Florianópolis, SC Curso: Metrologia e sistemas da qualidade (48) 3234-3920 cect.com.br CERTI - Florianópolis, SC Curso: Metrologia (48) 3239-2120 certi.org.br/metrologia Colégio Técnico - Campinas, SP Curso: Injeção de termoplásticos e projeto de moldes para injeção de termoplásticos (19) 3775-8600 cotuca.unicamp.br/plasticos CTA - São José dos Campos, SP Auditores da qualidade, gestão da qualidade, normalização, ultra-som, raio-X (12) 3947-5255 ifi.cta.br

Escola LF - São Paulo, SP • Operação de máquinas de sopro e injetoras, análise de materiais e processamento, projeto de moldes • Injeção de plásticos • Decoração e gravação • Máquina sopradora • Manutenção de injetoras • Máquinas injetoras • Setup em máquinas injetoras • Segurança em máquinas injetoras • Projeto de moldes 2D e 3D • Metrologia e desenho • Câmara quente • Extrusão de filme • Processamento de PET • Preparador técnico em máquinas de sopro • Processos de extrusão (11) 3277-0553 escolalf.com.br

INPAME - São Paulo, SP Operador de prensas e similares (in company) (11) 3719-1059 inpame.org.br IMA - Rio de Janeiro, RJ Especialização em processamento de plásticos e borrachas (21) 2562-7230 ima.ufrj.br Intelligentia - Porto Alegre, RS Racionalização de processos de manufatura, desenvolvimento gerencial (51) 3019-5565 intelligentia.com.br PLMX Soluções - São Caetano do Sul, SP, Brasil Treinamentos: Solid Edge (11) 3565-3808 plmx.com.br Sandvik - São Paulo, SP Técnicas básicas de usinagem, tecnologia para usinagem de superligas, otimização em torneamento e fresamento (11) 5696-5589 sandvik.com.br

Escola Técnica Tupy - Curitiba, PR Técnico em plásticos (41) 3296-0132 sociesc.com.br Faculdade Tecnológica Tupy Curitiba, PR Tecnólogo em polímeros e Pós-graduação em desenvolvimento e processos de produtos plásticos (41) 3296-0132 sociesc.com.br FC Educa - Joinville, SC • Lean Manufacturing • Administração de Compras e Fornecedores • Como Planejar Ações na Área Comercial • Consultoria em Vendas • Desenvolvimento de Lideranças • Estratégias de Negociação e Vendas (47) 3422-2200. fceduca.com.br

SENAI - Joinville, SC Tecnologia em usinagem, mecatrônica, ferramentaria (47) 3441-7700 sc.senai.br

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CONEXÃO WWW

INDICAÇÃO DE

WWWEBSITES

SMALL PDF A plataforma facilita a conversão e edição de arquivos PDF. Em poucos cliques, é possível comprimir um PDF sem perder a qualidade, transformá-lo em formato Word, PowerPoint e Excell (e vice-versa), separá-lo em páginas, combinar mais de um documento e muito mais.

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Crie PDFs, organize documentos e compartilhe arquivos entre todos os seus aparelhos conectados usando o aplicativo do Smallpdf para aparelhos móveis. smallpdf.com/pt

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WETRANSFER Famoso na internet, o WeTransfer quebra muito o galho de quem precisa compartilhar arquivos mais pesados com outras pessoas pela internet.

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Você adiciona o ficheiro, informa o seu e-mail e o do destinatário (escreve uma mensagem, se desejar) e envia. Ou pode, simplesmente, gerar um link de transferência e compartilhar com quem você quiser. Depois, é só a pessoa abri-lo no computador ou celular e fazer o download. wetransfer.com

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E S PAÇO L I T E R Á R I O

DICAS DE

LEITURA Livros para você se inspirar

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USINAGEM PARA ENGENHARIA: UM CURSO DE MECÂNICA DO CORTE O livro é dividido em três partes: a primeira denominada de Tecnologia de usinagem apresenta os fundamentos técnicos dos processos de usinagem. A segunda parte, a Mecânica do corte, aborda os fenômenos físicos envolvidos. A terceira parte, o Processo de usinagem, integra o conteúdo desenvolvido ao longo do livro . O livro foi publicado em 2020 em formato Ebook.

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A PSICOLOGIA FINANCEIRA: LIÇÕES ATEMPORAIS SOBRE FORTUNA, GANÂNCIA E FELICIDADE Abordando a gestão financeira de maneira inédita, apresenta casos de sucessos e fracassos que demonstram a importância do fator psicológico nas finanças, oferecendo aprendizados para administrar e fazer o dinheiro render em busca do maior objetivo de todos nós: a felicidade. O livro foi publicado em 2021 e possui 304 páginas.

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USINAGEM ENXUTA: GESTÃO DO PROCESSO No livro são apresentados alguns conceitos e terminologias sobre a tecnologia do processo de usinagem, exclusivamente com vistas a facilitar o entendimento sobre a sua gestão. Tempos e custos são sinônimos de produtividade e competitividade, os quais são pontos fundamentais em qualquer atividade que envolva gestão de atividades lucrativas. O livro foi publicado em 2015 e possui 136 páginas

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FERRAMENTARIA: A IMPORTÂNCIA DE GESTÃO, ESTRATÉGIA E PESSOAS NA CONSTRUÇÃO DO FUTURO Um convite para voltar ao passado e viajar rumo ao presente através de experiências de 40 anos de atividades no segmento de ferramentaria. O autor será seu comissário de bordo, comentando e atribuindo conhecimento nas passagens durante o trajeto. O livro foi publicado em 2020 e possui 126 páginas.

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Utilize o QR CODE abaixo de cada livro para saber mais

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OPINIÃO

PRÓFERRAMENTARIA, TRABALHO E RESILIÊNCIA

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Programa de Apoio e Adensamento da Cadeia Produtiva de Ferramentaria – ProFerramentaria nasceu em 2017. Na época eu estava no cargo de Secretário Executivo da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC e buscávamos alternativas de crédito e geração de negócios para o setor. Em diversas discussões com o Arranjo Produtivo Local de Ferramentaria do Grande ABC Paulista, identificamos um significativo volume de créditos acumulados de ICMS das montadoras, gerados pela grande quantidade de exportação de veículos com alíquota zero de ICMS na saída. Pensamos em transformar esse “problema” das montadoras em “oportunidade” para o setor de ferramentaria, utilizando o estoque de créditos retidos com o governo do Estado de São Paulo para financiar ferramentais para a indústria automotiva. A época o volume era gigantesco, com mais de 8 bilhões de reais. Naquele momento o presidente da ANFAVEA, Antônio Megale, entendeu muito rápido o conceito e propósito da proposta do programa como uma política de fomento para o setor automotivo. Na sequência, redigimos uma política industrial para convencimento do Governador de que esse movimento do setor produtivo seria também um bom negócio para o Governo do Estado de São Paulo. Já em 2018, o Governador de São Paulo era Márcio França, que assume o governo como pré-candidato a reeleição, e também compreendeu o conceito do PróFerramentaria como uma grande oportunidade para gerar

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P O R G I O VA N N I R O C C O N E T O

empregos e negócios no Estado de São Paulo. França deu o comando para que o Secretário da Fazenda acelerasse a parte burocrática para as liberações dos recursos. Depois de muitas reuniões de trabalho com a equipe técnica da SEFAZ e os cérebros da ABINFER, chegamos ao texto base do decreto, tendo uma importante etapa vencida. Entretanto, após a publicação do Decreto Nº 63.785 de 08/11/2018, que institui o PróFerramentaria como política de fomento a cadeia produtiva da indústria automotiva, o então candidato Márcio França perdeu a eleição no Estado de SP e não deu sequência aos encaminhamentos seguintes. O Decreto por si só não colocava o PróFerramentaria para rodar. Faltava a regulamentação interna da Secretaria da Fazenda. O desafio então passou a ser o convencimento da importância do projeto aos membros da nova estrutura, demonstrando o impacto positivo nas indústrias automotiva e de ferramentais, além do fato da geração de centenas de empregos no Estado de São Paulo. Assim, ABINFER, Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e ANFAVEA começam um ciclo de seminários e eventos para mobilizar o setor automotivo em prol do PróFerramentaria, com o objetivo de fazer a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo entender e publicar a regulamentação do programa. Passados mais de um ano, em 06/12/2019 é publicada a resolução SFP-104 regulamentando o Programa. A expectativa era iniciar 2020 com pelo menos 4 projetos pilotos

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de ferramentais utilizando o crédito acumulado de ICMS como fonte de financiamento. Porém, veio a pandemia e o governo segurou os recursos com o argumento do combate a Covid-19. Paralelamente começamos a desenvolver um sistema de acompanhamento, gestão e rastreabilidade da produção de ferramentais no Estado de São Paulo, visando dar segurança para que a Secretaria da Fazenda libere os recursos com mais rapidez e eficiência, evitando qualquer tipo possível de fraudes. O trabalho agora, com o fim da pandemia, é executar os projetos pilotos. O ProFerramentaria é uma medida importante para a retomada de competividade do setor, que enfrenta concorrência de produtos importados, e será determinante para a manutenção e ampliação de empregos sem perda do domínio tecnológico alcançado até aqui. Com o programa, o setor de ferramentaria garante fortalecimento e consolidação da produtividade e competitividade, e também a constituição de uma estrutura de acompanhamento para a vigilância da liberação dos recursos. PróFerramentaria, Trabalho e Resiliência, resultado do Associativismo sério proposto pela ABINFER e seus parceiros.

Giovanni Rocco Neto Assessor Especial de Assuntos Governamentais giovannirocco@uol.com.br


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