Revista Ferramental Edição 84

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OPINIÃO

FERRAMENTARIAS NO ROTA 2030 JEFFERSON DE OLIVEIRA GOMES - jefferson@ipt.br

A

Lei 13.755, que passou a ser conhecida como “Rota 2030”, tem como foco principal incentivar os projetos de P&D em toda a cadeia do setor. Assim, o programa se estendeu aos setores das autopeças e dos sistemas estratégicos para a produção dos veículos, não limitado unicamente às montadoras. É nesse habitat de oportunidades que se cria a conexão com as ferramentarias. Dados da ABINFER (2016) revelam que cerca de 50% dos ferramentais em geral e 100% dos moldes de peças grandes e de superfície Classe A são importados, causando tanto déficit na balança comercial quanto atrasos no lançamento de veículos com engenharia e desenvolvimento nacional. Nesse cenário de oportunidades, no primeiro semestre desse ano o Governo Federal abriu chamada para apresentação de programas que contemplassem os objetivos estratégicos supracitados pelo Programa ROTA 2030 e restaram apresentadas mais de 30 propostas. Foram aceitas 5 propostas de programas, sendo uma delas do setor de ferramentaria, cuidadosamente concebida por representantes de empresas automotivas, entidades representativas e Instituições de Ciência. A proposta, chamada de Ferramentarias Brasileiras Mais Competitivas, tem o IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas e a FUNDEP – Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa como as instituições administradoras do consórcio. Esse programa teve sua aprovação graças a

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visão sistêmica que visa integrar a cadeia tecnológica de ferramental de produtos automotivos, principalmente pelas ações de melhoria de indicadores de qualidade e de confiabilidade dos produtos e de aumento do grau de prontidão e de maturidade tecnológica e organizacional, impostos pelo avanço da Indústria 4.0. Fundamentalmente o programa para as ferramentarias está estruturado nas seguintes ações: •

Construir plataforma central de Desenvolvimento e Inovação em projeto e manufatura de ferramentais, passando pela evolução de processos de fabricação, análise da qualidade de produtos, bem como da aplicação de conceitos da Indústria 4.0, tanto para a manufatura quanto para a logística. O Brasil já possui estruturas de desenvolvimento capazes de atender demandas, mas não está descartada a possibilidade de criação de equipamentos complementares capazes de simular condições reais em ferramentarias; Implantar plataforma de difusão do conhecimento entre as ferramentarias; Formar pessoas nas áreas técnicas bem como gestores aptos a internacionalizar as empresas; Desenvolver programas de empreendedorismo, melhorando a cadeia de valor; Implantar programa de certificação nacional e internacional das ferramentarias brasileiras.

REVISTAFERRAMENTAL.COM.BR // JUL / AGO 2019

Cada uma das plataformas será composta por subprogramas que darão origem aos diversos projetos e iniciativas apresentados. O fato mais importante é que todas essas ações serão permanentemente avaliadas pelo conselho, composto pelos atores representando empresas automotivas, associações e instituições. A presidência desse conselho será sempre do representante da ABINFER. Essa é mais uma oportunidade para conseguirmos lograr aumento de produtividade, que está intrinsicamente conectado com a promoção da capacitação técnico-científica e de empreendedorismo dos colaboradores das empresas e das respectivas corporações e o aumento da competividade, que se reflete no desenvolvimento de conteúdo nacional em pesquisa aplicada, serviços tecnológicos de alto valor agregado e programas de incremento à inovação. E você, ferramenteiro, faz parte dessa importante ação para o futuro do seu negócio e da ferramentaria do Brasil.

Jefferson de Oliveira Gomes Presidente do IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas e VicePresidente de Inovação da ABINFER


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