Revista Febrafite | Ano VI | 26 | Dezembro de 2014

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Foto: Chico Ferreira

“O novo governo já começará desgastado”, analisa deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) Candidato derrotado a vice-presidente na chapa de Marina Silva, Beto Albuquerque, como é conhecido, termina seu quarto mandato consecutivo como deputado federal pelo PSB do Rio Grande do Sul e comenta sobre os rumos políticos do país, as defesas do seu partido e faz balanço da campanha presidencial e sua atuação parlamentar.

Qual o balanço do seu mandado na Câmara Federal? Encerro neste mês meu quarto mandato consecutivo na Câmara dos Deputados. Ao longo destes 16 anos procurei me dedicar sempre à construção de uma sociedade mais justa e igualitária, pautado sempre por princípios éticos que valorizem o papel da política. Durante todo esse tempo, tivemos grandes conquistas. Conseguimos aprovar leis importantes como aquelas que aprimoraram o Código de Trânsito Brasileiro e a lei que instituiu, em 2009, a Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea, comemorada entre os dias 14 e 21 de dezembro. Também sou autor da lei que criou o Fundo Nacional do Idoso. Além destes já em vigor, deixo em tramitação vários projetos de relevância como o que determina prazo de até 30 dias para a realização de exames no Sistema Único de Saúde (SUS), quando o câncer for a principal hipótese de doença. São questões que fazem grande diferença na vida da nossa população e que procuram promover mais justiça social.

Como será o relacionamento do Congresso Nacional com o governo na próxima legislatura? Não estarei mais no Congresso na próxima legislatura, mas estou certo de que não será fácil. O

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fato é que Dilma terá que fazer tudo ao contrário do que disse na campanha. E já está fazendo! O novo governo já começará desgastado. Passado o período eleitoral, o governo precisou admitir que convivia há meses com um problema contábil que nem as dezenas de manobras fiscais feitas pelo Tesouro Nacional foram capazes de encobrir. O governo enviou lei ao Congresso para driblar a meta fiscal e reforça a impressão de que o País apresentado na campanha do PT era apenas uma peça de marketing eleitoral. Não seremos sócios da irresponsabilidade fiscal do Governo Dilma! As manobras governistas para mudar a Lei no final do ano servem apenas para livrar a governante do crime de improbidade com as contas públicas. Isso não serve ao interesse público e somente demonstra que continuamos no mesmo ciclo que trouxe a inflação de volta e que prejudica todo o País. É preciso que se faça uma grande limpeza nas nossas empresas estatais, nos ministérios, nas agências reguladoras e até nos poderes, que hoje estão tomados por aparelhamento político. Dilma vai continuar refém da velha política, dos acordos e conchavos feitos com o único objetivo de manter o poder.

FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ASSOCIAÇÕES DE FISCAIS DE TRIBUTOS ESTADUAIS


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