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OPINIÃO - Rui Pires

RUI PIRES CEO da RVP - Tecnologia em Engenharia Ltda

OEstatuto da Mobilidade Sustentável evidencia que o transporte público, as bicicletas e as calçadas devem constituir política prioritária de Estado e os governos devem cumpri-la.

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Semáforos inteligentes com central semafórica com programação “on-line” interligando com o sistema de transporte público, iluminação pública eficiente, estacionamento público rotativo pago, equipamentos de controle de velocidade, projetos de sistemas estruturais de transportes públicos (metrôs, BRTs,

VLTs, ITSs,) da Mobilidade nas grandes cidades no montante superior a 40 bilhões. Nos próximos cinco anos devem estar em operação mais de 100 bilhões de investimentos nesses sistemas.

Os novos combustíveis estão à espera de iniciativas governamentais para utilização de motores híbridos elétricos e com combustíveis limpos como o álcool, gás, biodiesel. Hoje com os motores EURO 5 e com o Biodiesel já se terá o fim da fumaça preta dos ônibus, diminuindo índices poluidores. Tendências do uso de iluminação a LED em semáforos inteligentes, painéis solares para geração de eletricidade, estações de recarga para os veículos elétricos. Esses veículos serão uma nova opção para os motoristas que preferem dirigir carros elétricos.

Uma mudança de comportamento no trânsito tem que acontecer urgentemente. Somos mal educados no trânsito. A adoção da direção segura, treinamentos, campanhas de conscientização

MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL

permanentes e investimentos em Engenharia de Tráfego, Esforço legal, Estatísticas confiáveis (padronização dos boletins de ocorrência de incidentes de trânsito) e Educação em todos os níveis de escolaridade, envolvendo todos os usuários e fortalecendo a segurança dos pedestres.

O Detran deveria disponibilizar parte dos recursos financeiros arrecadados para estruturar o órgão municipal, evitando o crescimento dos índices de acidentalidade e fatalidades nessas cidades. O Governo Federal através do processo da municipalização deu o ônus para os municípios e os investimentos não foram previstos. Caberá ao município criar seu órgão de trânsito, constituindo a JARI, setor de engenharia de tráfego e educação para trânsito. Os incidentes de trânsito, os congestionamentos nas grandes cidades e a poluição são consequências da falta de infraestrutura e educação.

Não se pode falar em mobilidade urbana sem ter uma gestão integrada entre os estacionamentos públicos com os privados. A política das tarifas como instrumento de gestão. As cidades poderão limitar o número de vagas de estacionamentos nas vias para que as pessoas se desloquem utilizando transporte coletivo ou transporte de massa de qualidade.

A Engenharia de Tráfego tem um papel cada vez mais importante, tanto para cuidar do fluxo crescente da frota como pela segurança de todos os usuários, principalmente os mais frágeis (pedestres, ciclistas...).

A França reduziu de 18 mil óbitos ao ano para quatro mil, investindo pesado na Segurança Viária com definição de metas e indicadores, e elaborou uma política de mobilidade urbana com balanço anual. Uma das prioridades escolhidas foi a mudança de comportamento, educar, treinar os usuários do trânsito e investiu forte no controle de velocidade por equipamentos eletrônicos com fotos, com sistema automatizado e com rapidez, em dois dias o infrator recebe a multa na sua residência. Reduziram 10 km/h a velocidade nas vias, instalaram em torno de quatro mil ECVs. Insistiram na formação e educação permanente em todos os níveis com programas nas escolas, envolvendo principalmente jovens que totalizam em torno de 9% da população do País. Para os motociclistas a obrigatoriedade de roupas com faixas refletivas para evitar incidentes entre veículos de duas rodas versus quatro rodas.

A ONU lançou o plano de medidas imediatas de educação e prevenção contra a violência nas estradas e nas vias urbanas: a Década Mundial de Ação pela Segurança no Trânsito nos próximos 10 anos. Esse plano vai ajudar pessoas de todo mundo, também para salvar vidas, no Rio Grande do Sul.

O desafio é grande: diminuir em 50% o número de mortes nos próximos 10 anos.

O trânsito tem que virar plano de governo. Infelizmente falta um plano permanente de políticas, prioridades e investimentos em Segurança Viária. Prioridade na prevenção de incidentes de trânsito.

A cada real investido na prevenção no trânsito, economizam-se cinco reais. Os investimentos são muito baixos, os governos preferem investir pesado na saúde e esquecem-se de investir na prevenção, na fiscalização, na engenharia de tráfego, na educação.

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