V Prêmio de Sustentabilidade & Amor à Natureza
HOMENAGEM
Paulo Nogueira Neto
FOTO: GUALTER NAVES
Evandro Xavier e o exministro José Carlos Carvalho entregaram a estatueta à ministra Izabella Teixeira: cochicho à mineira
Biólogo, advogado e escritor, professor emérito da Universidade de São Paulo, PhD em Ciências Biológicas e presidente emérito do Conselho da WWF-Brasil, Paulo Nogueira Neto tem lugar cativo na história ambiental do país. Ativista desde a juventude, à frente da Associação de Defesa do Meio Ambiente de São Paulo (Adema), ele foi o criador da Secretaria Especial de Meio Ambiente (Sema), que presidiu durante doze anos, nos difíceis governos Médici, Geisel e Figueiredo. Na época, a então “secretaria verde” era ligada diretamente à Presidência da República, no âmbito do Ministério do Interior, depois transformada em Ministério de Meio Ambiente e Habitação. Até 2012, apesar da idade avançada, Paulo Nogueira foi o membro mais assíduo às reuniões do Conselho Nacional de Meio Ambiente, o Conama, em Brasília, cuja criação teve a sua inspiração no Conselho de Política Ambiental (Copam) de Minas. Aos 92 anos e com dificuldades de locomoção, ele deixou uma mensagem em vídeo, bem-humorada, sobre a coin-
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cidência de ele, em São Paulo, e Hugo Werneck, em Minas Gerais, terem usado o mesmo tipo de transporte no alvorecer de suas lutas e carreiras como ambientalistas e amantes da natureza. Este transporte, que também servia como sede ambulante de suas respectivas ONGs, era... uma velha Kombi! Ao receber o prêmio em nome do ambientalista, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, acompanhada do ex-ministro José Carlos Carvalho, afirmou que “Dr. Paulo é um homem que não viu o meio ambiente apenas pelo verde. Ele tinha preocupação com a qualidade do ar, das águas. Criou e liderou o Conama em uma época em que não se falava em conselhos deliberativos. Se temos um Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) é graças a ele, que teve a coragem de propô-lo durante a ditadura, em forma de uma lei (6.938) que hoje, no Congresso, não seria aprovada. A homenagem a ele é mais que simbólica. Ele tem uma história ambiental no país que orgulha a todos os brasileiros”. Confira, a seguir, mais trechos da fala da ministra.