Revista Ecológico - Edição 101

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comunicação e educação ambiental? Sim. Finalizamos uma licitação e, em breve, assinaremos contrato com uma empresa que será responsável por implementar um plano de comunicação social e educação ambiental na Bacia da Pampulha. A ideia é criarmos canais e ferramentas de diálogo e conscientização efetivas, para que poder público e população possam caminhar juntos, na mesma direção. Sabemos que cada segmento tem o seu papel nesse processo de recuperação e de cuidado com a lagoa. O aporte financeiro, que envolve investimentos de cerca de R$ 30 milhões é obviamente essencial, mas não resolve sozinho a questão. Manter a qualidade de um lago urbano, como a Pampulha, é desafio permanente. Ela precisa ser cuidada como cuidamos das nossas casas, pois depende de ações de limpeza, manutenção e investimentos na ampliação dos sistemas de esgotamento sanitário que terão de ser mantidos para sempre. E em relação ao Programa de Recuperação Ambiental de Belo Horizonte (Drenurbs), lançado em 2001? Alguns especialistas e ambientalistas criticam a PBH por priorizar intervenções meramente sanitárias ou de drenagem, em detrimento da recuperação ambiental e paisagística dos cursos d’água da capital. Tais críticas não procedem. Aliás, no mais recente Plano Municipal de Saneamento, criamos inclusive um indicador relativo à qualidade da intervenção feita nos cursos d’água de BH, batizado de Índice de Tratamento de Fundo de Vale (ITFV). Esse indicador hoje é de 0,76% e comprova que, na prática e com base em dados coletados entre 2008 e 2016, 76% das intervenções e obras em córregos, ribeirões etc. não envolveram canalização. Essa prática só é 56  ECOLÓGICO | SET/OUT DE 2017

MINAS RUMO AO FÓRUM MUNDIAL DA ÁGUA 2018

FOTO: RODRIGO CLEMENTE / PBH

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ENCARTE ESPECIAL FIEMG (5)

AÇÕES de despoluição da Pampulha precisam ser acompanhadas de maior conscientização popular em relação ao lixo

adotada em situações excepcionalíssimas, em áreas onde há ocupação já consolidada e muito adensada ou que representem risco para a população ribeirinha, por exemplo. Acredito que tão ou mais expressivo que esse percentual de 76% é o período em que a coleta dos dados foi feita. Não estou, portanto, defendendo aqui a atual administração. Mas apresentando números atestando que, ao longo dos últimos oito anos, nas diferentes gestões que se sucederam, a PBH interveio e atuou em total consonância com as diretrizes do Drenurbs. Considera que BH tem dado bons exemplos e pode contribuir para o sucesso do 8º Fórum Mundial da Água, ano que vem? Sem dúvida. BH é uma cidade privilegiada, sobretudo do ponto de vista da gestão das águas urbanas. Sou servidor de carreira da PBH desde 1993 e tive a oportunidade de assistir e participar da implementação de uma sólida política de saneamento e de melhoria da qualidade ambiental e hídrica da capital, que envolveu importantes avanços. Entre eles, a

criação de um Conselho Municipal de Saneamento (Comusa), que foi regulamentado em 2003. Ele conta com a participação de representantes da sociedade civil e se reúne mensalmente para deliberar sobre questões importantes para a cidade, a exemplo das discussões mensais que também mantemos com a Copasa. É prazeroso e gratificante fazer parte desse trabalho. Olho para trás e me alegro com os avanços e conquistas. Ao pensar no futuro, sinto entusiasmo e esperança, porque sei que bons frutos ainda serão colhidos, como resultado de anos de coerência e trabalho, somados à adoção de novas tecnologias e ideias das nossas equipes. Felizmente, a PBH tem uma equipe de técnicos competentes e absolutamente comprometidos com o que fazem. Essa expertise praticamente elimina nossa dependência de consultorias externas, pois fica entranhada e agrega cada dia mais valor, conhecimento e experiência ao que fazemos no serviço público.  SAIBA MAIS www.fiemg.com.br

Na próxima edição, confira a cobertura completa do seminário “Minas no Caminho das Águas”.


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