REH_v.2, nº 2, 2017

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Estudos HOMEOPÁTICOS

Revista de Uma realização do Grupo Livre de Terapeutas Homeopatas do Centro -Oeste Ano 1 N° 2 Novembro/2017 Publicação Digital Quadrimestral Gratuita ISSN 2965-3045
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Jornalista Responsável

Editora-Executiva Conselho Editorial

Ramon Lobo

Projeto Grá co e Diagramação

Karine Santos

Redatores

Revisão Contato

Blog
EDITORIAL 1 PRIMEIRA PARTE: HOMEOPATIA E NÓS 5 NOTÍCIAS HOMEOPÁTICAS 11 SEGUNDA PARTE: HOMEOPATIA TAMBÉM É CIÊNCIA 21

HOMEOPATIA E NÓS

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BENOIT JULES MURE

Passando por períodos de ascensão e impopularidade, a história da Homeopatia no Brasil é longa e começou com a chegada de um discípulo direto de Samuel Hahnemann, o francês Benoît Jules Mure, ou Bento Mure, como cou conhecido no país. Considerado um dos pro ssionais mais importantes da medicina brasileira, ele desembarcou no Rio de Janeiro no dia 21 de novembro de 1840, aos 31 anos, cheio de projetos visionários para difundir a Homeopatia como um tratamento médico humanizado.

Enquanto ainda morava na França, Mure, que era parte da burguesia de Lyon, formou-se em medi-

cina na Faculdade de Medicina de Montpellier –instituição que tinha a tradição peculiar de abordar a “medicina vitalista”, que via o organismo como dependente de um princípio vital que, quando abalado, possibilitava o surgimento de enfermidades (uma linha de pensamento bem parecida com a da Homeopatia) – e, ainda jovem, passou boa parte de seu tempo visitando inúmeras clínicas e médicos parisienses para tentar se recuperar de uma tuberculose pulmonar. Para sua surpresa, alcançou a cura quando se submeteu a um tratamento homeopático ministrado por Sebastião Des Guidi, introdutor da Homeopatia na França e discípulo de Samuel Hahnemann, o pai da Homeopatia.

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Já como novo discípulo de Hahnemann, Mure dedicou-se a divulgar a Homeopatia na Europa, principalmente, na França e na Itália. Mais tarde, sua vontade de cruzar fronteiras fez com que ele negociasse sua vinda ao Brasil, onde passou a clinicar e difundir a Homeopatia no bairro da Lapa (RJ), tratando escravos e outras minorias socialmente excluídas do Brasil imperial. Durante todo o período de escravidão, a Homeopatia foi a única medicina usada pelos escravos por ser efetiva e de baixo custo.

Em 1843, em parceria com o médico português e discípulo Vicente José Lisboa, fundou o Instituto Homeopático do Brasil. No mesmo endereço, a Escola Homeopática do Brasil, que formava homeopatas dentro dos princípios hahnemannianos puros, mais tarde abriu suas portas.

O trabalho de Bento Mure causou grandes impactos no Império por representar uma medicina social ativa e que acolhia classes sociais que não tinham acesso aos tratamentos médicos da Corte. Consultórios populares foram abertos no Rio de Janeiro e em Salvador, os primeiros ambulatórios gratuitos do Brasil. O Instituto Homeopático do Saí e uma Escola Suplementar de Medicina também foram criadas, assim como novos consultórios na cidade e no interior de São Paulo, ampliando o alcançce da atividade homeopática. Também foi inaugurada a primeira farmácia homeopática do país, a Botica Homeopática Central, assim como a Casa de Saúde Homeopática na Chácara do Marechal Sampaio, em 1846. Já em 1847, Mure e seus companheiros lançaram a revista “A Sciência” para difundir os progressos da homeopatia no Brasil.

O homeopata francês também se dedicou ao estudo da fauna e da ora do país, indo bem além de uma catalogação farmacodinâmica,

e sim, apresentando uma listagem dos sintomas que cada uma das substâncias encontradas causava no corpo humano a partir de recomendações hahnemanianas. Esse trabalho experimental ainda serve como pesquisa histórica, terapêutica e de biodiversidade, organizando a matéria médica brasileira com elementos de todos os reinos da natureza em uma época onde muitos deles eram ignorados por outros estudiosos.

Em 1843, Mure voltou para a Europa e, mais tarde, se casou com Sophie Lemaire, que também era uma homeopata experiente. Juntos, eles viveram no Cairo, no Sudão e então em Gênova, onde se dedicaram a ensinar a prática da Homeopatia para leigos e também abriram um consultório homeopático. Em 1854, durante uma epidemia de cólera na região, Sophie e Benoît usaram a Homeopatia, com sucesso, para tratar os doentes. Contudo, o governo não reconheceu seus esforços e também processou seus alunos por exercício ilegal de medicina. Assim, o casal decidiu retornar ao Egito, onde Mure passou seus últimos dois anos de vida. Ele faleceu em 4 de março de 1858, quando se preparava para voltar ao Brasil.

Como legado, Bento Mure deixou as obras “Patogenesia Brasileira e Doutrina da Escola Médica do Rio de Janeiro”, que cou conhecida mundialmente, e “Prática Elementar da Homeopatia”, com uma tiragem de mais de 10.000 exemplares e que ajudou a reduzir a taxa de mortalidade de 10% para 2-3% entre os escravos brasileiros das plantações de cana de açúcar, o surgimento de novas organizações homeopáticas em território nacional, como a Sociedade Hahnemanniana e a Academia Médico-Homeopática, o crescimento no número de publicações clássicas e originais a respeito da Homeopatia, subsidiadas pelo Instituto Homeopático do Brasil, e os 500 homeopatas que ele ajudou a formar no país.

... A árvore losofal: A nal, onde está a medicina do sujeito?, de L. R. Bulos Solon

Com linguagem objetiva e ilustrações claras, a obra “A árvore losofal: A nal, onde está a medicina do sujeito?”, de Luís Ricardo Bulos Solon, é um ensaio teórico sobre o tratamento de doenças crônicas na Homeopatia e sua interdisciplinaridade com as ciências humanas e biológicas, além de levar o leitor à re exão acerca dos desequilíbrios emocionais e psicológicos, entre outros, que estão por trás de muitas enfermidades. A 2ª edição do livro foi publicada pela Editora Hipocrática, em 2010.

Trechos da obra que merecem destaque:

* “(...) se o mundo é um mundo de con itos, o sujeito é o sujeito do con ito, dos paradoxos vividos. O mundo é o terreno onde germina a árvore. O terreno nutre, forma e deforma o ser humano.”

– p. 54

* “Essas polarizações emocionais, repletas de sentidos e signi cados, convergem para zonas complexas da subjetividade individual e eco coletiva. Ao mesmo tempo, elas movimentam o estresse e o distresse do sujeito, produzindo no corpo marcas que representam esses padrões subjetivos constatados na observação homeopática, como, por exemplo: o medo gera prurido, alergias, se-

creções, resfriados, lentidão dos órgãos (...).” – p. 68

* “Sujeito doente: é o sujeito previsível, engessado, que estabelece relações de co-dependência, consigo mesmo (compulsões), com os demais (jogo da culpa) e com a natureza (eco-dependência).” – p. 82

* “A indecisão é existencial, mas o medo é vital, o mundo torna-se ameaçador. O eterno postergar de compromissos provoca falta de aprendizado perante a vida que, por sua vez, gera medo do fracasso. O medo e a indecisão juntam-se no psórico produzindo o transtorno fóbico-ansioso, ou transtorno de ansiedade generalizada.” – p. 83

* “Ao correr atrás de tratamentos supressivos rápidos e imediatistas, negligenciamos consequências futuras desse comodismo.” – p. 99

L. R. Solon é graduado em medicina pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho,  especialista em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo, mestre em Saúde Coletiva pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul  e doutor em História da Ciência pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

- Livraria Cultura

- Livraria Saraiva

- Estante Virtual

- Mercado Livre

a obra?
Onde encontrar
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Brasil

Embrapa (SP) trata bezerros com Homeopatia

Pesquisadores da Embrapa Pecuária Sudeste, localizada em São Paulo (SP), usaram a Homeopatia para tentarem diminuir casos de diarreia entre os bezerros da região, uma das principais causas de morte dos animais.

Os testes duraram seis meses e, ao todo, 37 bezerros, divididos em três grupos, participaram. O primeiro grupo foi alimentado apenas com leite de vaca. Já o segundo, com a fórmula homeopática em pó misturada ao leite. O terceiro, por sua vez, recebeu leite com um tipo de minério. O resultado nal mostrou que a Homeopatia ajudou, deixando 25% dos animais sem qualquer episódio de diarreia, enquanto, nos outros dois grupos, todos eles tiveram diarreia pelo menos uma vez durante o período de testes.

De acordo com os pesquisadores, a principal vantagem de investir no tratamento homeopático é a diminuição do uso de antibióticos, uma vez que eles podem causar danos tanto para os animais quanto para o alimento consumido pelos seres humanos, sem mencionar a economia, uma vez que os medicamentos homeopáticos são mais baratos.

NOTÍCIAS
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Grupo de Homeopatas do Centro-Oeste realiza atendimentos gratuitos em Teresópolis-GO

Uma senhora de 62 anos chega carregada ao Centro de Especialidades Médicas, com dores fortíssimas em todo o corpo e sem condições de car sozinha em casa. Ela não acreditava que remédios tão baratos como os da Homeopatia, e em quantidade tão pequena, poderiam melhorar seu estado de saúde. Mas, escolheu arriscar, sobretudo, para diminuir os grandes gastos que já tinha com medicação alopática. Após um mês de tratamento, a mesma senhora chega andando, sozinha, sorridente, capaz de cuidar de si mesma e de sua cadelinha, que tinha tido muitos lhotes e precisava de ajuda para alimentá-los.

Essa é apenas uma das muitas vidas que o Grupo de Homeopatas do Centro-Oeste - GHCO tem ajudado a mudar em Teresópolis-GO, região que conta com uma comunidade muito pobre e adoecida. Em 2015, os mesmos terapeutas do GHCO estavam no 2º ano do curso de Homeopatia para não médicos, oferecido pela Universidade Federal de Viçosa. Para que eles pudessem praticar a teoria aprendida em sala de aula, Sheila da Costa Oliveira, idealizadora da Revista de Estudos Homeopáticos, buscou o governo local para tentar formar uma parceria de atendimento voluntário para a população.

“Fomos muito bem recebidos e iniciamos, Suécia e eu (outro membro do grupo), um atendimento quinzenal voluntário, com consultas agendadas no Centro de Especialidades Médicas do Município”, conta a terapeuta homeopata. “A partir de 2016, a demanda cresceu bastante. Então, chamamos nosso colega Abrão Matias para integrar a equipe”. Desde então, o trio de voluntários faz um mutirão de atendimentos gratuitos no último sábado de cada mês (com exceção de dezembro e janeiro), de 9h às 13h, usando os consultórios disponíveis no Posto de Saúde de Teresópolis, e atendendo até trinta pessoas por dia de trabalho, sem mencionar animais e terrenos para hortas, entre outros locais.

O trabalho, que começou sem tanta divulgação, hoje já é conhecido na comunidade graças às próprias pessoas atendidas. “Como o tratamento trouxe resultados positivos, os pacientes começaram a falar sobre ele para conhecidos e familiares, fazendo com que mais pessoas se interessassem”, ressalta Abrão, acrescentando que os problemas de saúde mais comuns entre os pacientes são circulatórios, digestivos e de depressão, especialmente por solidão e sobrecarga emocional e física. “O carinho que recebemos dessas pessoas e a alegria delas ao melhorarem seus estados de saúde é o grande ponto positivo do trabalho que realizamos”, aponta.

O apoio governamental, que começou com a cessão dos consultórios do Centro de Especialidades Médicas e de um funcionário para fazer o agendamento de pacientes, atualmente, também permite que os terapeutas homeopatas voluntários utilizem prontuários e receituários, e ajuda de custo de combustível, além da divulgação do mutirão de atendimentos gratuitos através de um carro de som.

Apesar dos obstáculos que fazem parte do trabalho realizado pelos voluntários do GHCO, entre eles, os gastos com alimentação e hospedagem, e a falta de farmácia homeopática em Teresópolis, as possibilidades de melhorar a qualidade de vida de famílias menos favorecidas e de contribuir para tornar a Homeopatia mais conhecida como abordagem terapêutica falam mais alto. “Estamos contribuindo para difundir a prática homeopática e, no futuro, para abrir a contratação regular de terapeutas desta área, pelo Município”, acredita Sheila.

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Famosos que usam Homeopatia

O que será que Paul McCartney, Gandhi e a Rainha Elizabeth II têm em comum? Eles fazem parte de uma longa lista de famosos que recorrem à Homeopatia regularmente para tratar problemas de saúde, e falam abertamente sobre a e cácia do tratamento. Con ra o Top 10 que preparamos para você!

Pamela Anderson

Modelo e atriz, Pamela Anderson, mais co nhecida por seu papel em Baywatch, teve Hepatite C em 2002 e chegou a falar que não resistiria à doença. Ela começou um tratamento homeopático em Los Angeles e, dois anos depois, durante entrevista, reconheceu que a Homeopatia foi fundamental para sua recuperação. “Eu me sinto ótima. Estou convencida de que os meus remédios homeopáticos estão me mantendo forte”, ressaltou.

Príncipe Charles

Parte da realeza britânica, o príncipe traba lhou incessantemente até fazer com que o tratamento homeopático fosse incluído na NHS, serviço nacional de saúde do Reino Unido. Segundo ele, a Homeopatia “está enraizada em tradições antigas que entenderam, intuitivamente, a necessidade do equilíbrio e da harmonia entre o corpo, a mente e o mundo natural”.

Mundo
Getty Imagens

Jennifer Aniston

A eterna Rachel do seriado norte-america no Friends é conhecida por levar um estilo de vida orgânico e natural, e isso inclui os medicamentos homeopáticos, que ela costuma usar junto com a medicina moderna para manter a saúde.

David Beckham

Quando o jogador de futebol quebrou um dos ossos do pé 50 dias antes da Copa Mundial de 2002, torcedores da Inglaterra entraram em desespero. Com a medicina tradicional, a lesão de Beckham teria demorado de quatro a seis semanas para ser tratada, sem falar em mais duas ou quatro de reabilitação. Beckham usou Homeopatia para acelerar sua recuperação e cou impressionado com o resultado. Ele é grande um fã de Arnica, remédio usado para aliviar dores, machucados e in amações.

Cher

Ganhadora do Oscar e pop star, Cher foi vítima de uma doença viral que causava fadiga crônica e pneumonia, e só conseguiu a cura através da Homeopatia. “Eu acho que eu não estaria viva hoje se não fossem os remédios homeopáticos. Eu tentei a medicina tradicional, mas, não funcionou e os médicos falavam que a minha doença estava na minha cabeça. Depois de quatro meses de tratamento homeopático, eu estava bem novamente e pude continuar a trabalhar”, conta. Em 2004, a estrela apoiou o Glasgow Homeopathic Hospital, impedindo que o governo fechasse a instituição.

Victoria Beckham

Ex-membro do girl group de mais suces so no mundo, a esposa de David Beckham, Victoria, também usa medicamentos homeopáticos regularmente e eles foram seus grandes aliados para combater enjôos matinais durante a terceira gravidez da cantora e designer britânica.

Imagens: Getty Imagens

Usain Bolt

O tri-campeão Olímpico faz uso da Homeopatia desde os 16 anos com o mesmo médico, o Dr. Hans-Wilhelm Müller-Wohlfahrt., conhecido por tratar lesões desportivas usando medicina holística e substâncias homeopáticas.

Paul McCartney

A primeira vez que o ex-Beatle, cantor e compositor Paul McCartney viu de perto ao e cácia do tratamento homeopático foi quando sua esposa, Linda, conseguiu se recuperar de uma amigdalite que se recusava a desaparecer só com o uso de antibióticos. Hoje em dia, ele não consegue se imaginar sem a Homeopatia. “Para onde eu vou, levo meus remédios comigo e faço uso regular deles”, assegura.

Rainha Elizabeth II

A soberana que ocupou o trono real britânico por mais tempo, Rainha Elizabeth II, é uma grande apoiadora da Homeopatia e patrona do Royal London Homeopathic Hospital, que foi fundado pelo Dr Frederick Quin, o primeiro “médico real”. O homeopata da Rainha é o Dr. Peter Fisher, que também é diretor do Royal London Homeopathic Hospital e editor do jornal acadêmico Homeopathy, originalmente chamado de British Homeopathic Journal.

Gandhi

Líder político e espiritual da Índia, Gandhi in uenciava seu povo a estudar Homeopatia e chegou a ajudar no estabelecimento de clínicas de Homeopatia em todo o país, mas, principalmente em Bengal. Na maioria das vezes, os atendimentos eram gratuitos para pessoas de baixa renda. deles”, assegura.

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Imagens: Getty Imagens

Há poucos meses, em agosto, o mundo celebrou a Semana Mundial da Amamentação. Muitas mulheres ainda sofrem durante essa fase por conta de rachaduras, inchaço e desconforto nos mamilos, mastite e leite inadequado ou excessivo, por exemplo. Essas di culdades tremendamente dolorosas chegam, inclusive, a fazer com que algumas delas desistam de passar por essa experiência.

No entanto, na Índia, as mães de hoje em dia andam escolhendo a Homeopatia para minimizar as di culdades de amamentar.

Segundo o Dr. Pankaj Aggarwal, os medicamentos homeopáticos realmente são uma alternativa e caz. “A Homeopatia ajudará e muito as mães com di culdades de amamentação. Os medicamentos não possuem efeitos colaterais nem nas mães e nem nos bebês e ajudarão a fazer da amamentação uma experiência prazerosa”, conclui.

Na Índia, mães de primeira viagem investem em tratamento homeopático
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A Homeopatia anda conquistando seu espaço na vida e no cotidiano de cada vez mais pessoas em todo o Brasil, por isso, selecionamos algumas histórias inspiradoras que tanto comprovam a e cácia dos medicamentos homeopáticos quanto demonstram que podemos recorrer a eles em qualquer situação. Con ra!

“Em minha primeira aula do curso de Homeopatia, aprendi que a Arnica Montana cura, além dos traumatismos físicos, os traumas da alma. Na época, eu convivia com dores causadas pela perda de familiares. Tomei a medicação e também a indiquei para outras pessoas. Todas nós encontramos grande alívio.

Continuei tomando o remédio durante meses, mudando as diluições. Durante o processo aconteceram várias mudanças físicas, mentais e emocionais, como o m da sensação de opressão na região cardíaca, diminuição da ansiedade e melhora nas varizes da perna direita,

o que me fez desistir da cirurgia que eu estava prestes a fazer.

Hoje, os únicos medicamentos alopáticos que eu tomo são os de pressão. Estou me tratando para, em breve, me livrar deles também, a nal, na Homeopatia, dores do corpo e da alma são aliviadas sem os perigos dos inevitáveis efeitos colaterais da Alopatia. Além disso, usar remédios homeopáticos também é uma forma de evitar os hospitais superlotados das grandes cidades, que representam um sofrimento enorme para as pessoas que já estão doentes.”

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Rita Olívia, 62 anos, Asa Norte, Brasília.

“Conheci a Homeopatia em 2105, em um atendimento social realizado por um homeopata do Grupo Livre de Terapeutas Homeopatas do Centro-Oeste. Procurei tratamento para problemas emocionais, como ansiedade, baixa auto-estima, carência afetiva, hipersensibilidade e crises depressivas. Fisicamente, o que me incomodava eram problemas na tireóide, intestino preso, dores no corpo, falta de energia e inchaço.

O tratamento começou com a medicação uya CH 6, e a diluição foi aumentando mês a mês, até chegar a CH 9. Senti melhoras na minha memória e comecei a me lembrar de situações da infância que ainda me incomodavam, além de começar a sonhar mais. Também experimentei uma melhora signi cativa no meu humor deprimido, o intestino cou mais solto e desinchei um pouco.

Porém, a minha irritação, que estava contida e reprimida há algum tempo, veio à tona e passei a responder rapidamente, e de forma ríspida, as pessoas, inclusive a minha chefe. Com receio de perder o emprego, interrompi o tratamento, embora reconhecendo os ganhos de clareza mental

e equilíbrio emocional em outros aspectos. Sei que poderia ter recorrido a outra rotina além da interrupção, mas foi o que me pareceu mais adequado na época, para as minhas condições mentais e emocionais do momento.

Hoje, eu sou estudante de Homeopatia e pretendo retomar meu tratamento de outro ponto, experimentando outros medicamentos para compreendê-los melhor e aprender mais, melhorando a mim mesma.

Recomendo o tratamento homeopático, pois, hoje em dia, em nossa condição humana e social, estamos praticamente todos adoecidos, e nosso desequilíbrio se manifesta, claramente, em quase todos os aspectos de nossa vida cotidiana.

Acredito com rmeza que a Homeopatia pode ser um grande auxílio no restabelecimento da saúde integral, promovendo a retomada do equilíbrio de maneira suave e duradoura, desde que orientada por um pro ssional competente, consciente e responsável, e com o compromisso, por parte do paciente, com sua autocura.”

Con ra a próxima edição para apreciar mais depoimentos. Caso deseje enviar o seu, entre em contato através do e-mail: homeopatascentrooeste@gmail.com.

Maria Aparecida, 31 anos, residente em Goiânia – GO

Homeopatia & Agricultura

O tratamento homeopático pode ser usado a favor de seres humanos, animais, plantas e solo. Na agricultura, ajuda a controlar pragas e doenças, além de fortalecer o solo, aumentar a produtividade das culturas e a defesa natural das plantas. No Brasil, o uso da Homeopatia na agricultura orgânica conta com amparo legal desde 1999, quando a Instrução Normativa nº 07 foi publicada no Diário O cial da União. Nela há normas para a produção orgânica em território nacional, o que inclui permissão para que agricultores usem substâncias homeopáticas.

É na agricultura familiar que estão os maiores pesquisadores do meio rural, pequenos produtores que, constantemente, precisam lidar com imposições por parte da política agrária, sobretudo, para se submeterem a tecnologias de alto custo, enquanto sentem o desejo de resgatar suas culturas ancestrais no que diz respeito à relação entre eles e o meio ambiente.

Hoje em dia, grande parte dos agricultores está presa em um tipo de agricultura que deixa solos devastados, intensi ca a dependência de agrotóxicos e adubos químicos, o que produz plantas doentes, diminui seu valor nutricional, contamina o solo e interfere na qualidade de vida de trabalhadores, e não é capaz de controlar pragas com e cácia. Em regiões como Espírito Santo, Minas Gerais e Mato Grosso, a Homeopatia tem servido como alternativa para evitar o uso de agentes químicos e diminuir, ao máximo, o impacto ambiental, levando harmonia para todos os seres que estão em desequilíbrio. Contudo, a

falta de incentivo e divulgação desse tipo de técnica sustentável ainda compromete a propagação de uma agricultura menos agressiva no Brasil e no mundo.

Para utilizar a Homeopatia no restabelecimento do ecossistema é necessário reconhecer os sistemas biológicos comprometidos, enfraquecidos ou infectados, percebendo a interdependência entre os organismos e a in uência humana.

O tratamento homeopático pode ser feito em uma área completa ou em parte dela, seja solo, água, jardim, horta, pomar ou lavoura, entre outros, bastando de nir e investigar as pragas presentes para, então, selecionar os procedimentos homeopáticos que serão usados.

Os medicamentos homeopáticos são feitos de vegetais, animais e minerais, por exemplo: plantas (raízes, caules, folhas, ores e frutos), animais (abelhas, cupins, formigas e carrapatos), minerais (magnésio, cobre, fósforo, enxofre e ferro). Na agricultura é comum recorrer a preparados homeopáticos feitos do próprio agente causador do desequilíbrio.

Con ra abaixo como usar a Homeopatia para eliminar formigas cortadeiras:

Deve ser aplicado diariamente, por uma semana, com um pulverizador atomizador de jardim, sobre as formigas em movimento, em 50cm do carreiro ou olheiro, e a uma distância de 50cm das formigas em movimento, totalizando 30mL

por aplicação nos olheiros ou carreiros ativos dos formigueiros a serem tratados. A coleta de formigas deve ser feita do maior número de formigueiros possíveis da área a ser tratada. A dinamização é de 30 CH.

- Coloca-se 1 medida (tampa do vidro) de álcool de cereais 70% no vidro e marca-se com canetinha a altura do álcool no vidro. Com o auxílio de uma pinça coleta-se as formigas que vão sendo colocadas no vidro com álcool, até que ultrapassem a quantidade de álcool.

- Para a certeza de que se tem 1 medida de formigas, deve-se retirá-las do vidro com a pinça, colocá-las na tampa até que atinja a superfície da tampa.

Fontes:

BITENCOURT, Deise Peron de; BONATO, Carlos Moacir. HOMEOPATIA SIMPLES APLICADA NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL. 2008. Peabiru, 2008.

SANTOS, Gilberto Alves Gomes dos. EDUCAÇÃO AMBIENTAL: O conhecimento e a prática da homeopatia na agricultura familiar. TCC. Instituto Tecnológico do Estado de Goiás, 2017.

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A Homeopatia na rede pública de saúde do DF

O Distrito Federal é pioneiro quando o assunto é o atendimento homeopático integrado à rede pública de saúde. O trabalho começou em 1987, quando atividades de toterapia e Homeopatia foram implantadas no Centro de Saúde Nº 2 do Núcleo Bandeirante/DF e no Instituto de Saúde Mental no Riacho Fundo/DF, e hoje o Sistema Único de Saúde – SUS do DF conta com 20 Unidades de Saúde que oferecem essa especialidade, realizando cerca de duas mil consultas por mês.

Para esclarecer algumas questões sobre o funcionamento do atendimento homeopático na rede pública de saúde do DF, conversamos com a Dra. Maria Júlia Pereira Spina (CRM-DF18.603), da Coordenação Técnica de Homeopatia/SESDF e com a Assessoria de Comunicação da Secretaria de Saúde do DF.

Como funciona o atendimento homeopático e em quais casos é possível indicá-lo?

SES/DF - A consulta homeopática é focada na integralidade do sujeito, dando atenção ao seu sofrimento, que representa muito mais do que somente a doença (patologia), que ele eventualmente possa ser portador. Durante a consulta, o médico abordará a totalidade do paciente nos seus aspectos físico, mental e emocional; seus hábitos de vida, sua sensibilidade aos fatores externos, buscando compreender a sua forma individual de adoecer e de manter a sua saúde. A partir desta compreensão é que será administrada uma substância medicinal segundo a Lei dos Semelhantes. A homeopatia está indicada em qualquer situação de sofrimento que perturbe a saúde, até mesmo em casos de doenças agudas e crônicas.

Qual é o órgão responsável por gerenciar o atendimento homeopático na rede pública de saúde do DF?

SES/DF - Atualmente, tanto a organização quanto o funcionamento do atendimento homeopático em toda a rede pública de saúde do Distrito Federal ca a cargo da Gerência das Práticas In-

tegrativas em Saúde – GERPIS, através da Coordenação de Homeopatia.

Como é realizada a seleção dos homeopatas que atendem na rede pública de saúde do DF?

Dra. Maria Júlia Spina - A seleção é feita exclusivamente por concurso e os candidatos precisam ser formados em Medicina, com especialidade em Homeopatia.

Há quanto tempo a senhora trabalha como homeopata na rede pública de saúde do DF?

Dra. Maria Júlia Spinola - Eu trabalho com Homeopatia há 15 anos. Comecei no Amazonas e em seguida fui para o Rio Grande do Sul. Estou na Secretaria de Saúde do DF há cinco meses.

Como homeopata, é comum sofrer preconceito por parte de médicos de outras especialidades?

Dra. Maria Júlia Spina - Sim, é comum o preconceito. Um dia, um paciente meu que foi atendido por um cardiologista retornou à consulta informando que o médico pediu para que ele cessasse o uso da Homeopatia, sendo que o medicamento que eu prescrevi para o caso

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dele foi o Cactus grandfolia, totalmente adequado para a patologia.

Quais são as di culdades de trabalhar como homeopata na rede pública de saúde do DF?

Dra. Maria Júlia Spina - Às vezes, o médico homeopata tem que ser criativo. A Homeopatia exige algumas condutas que podem car comprometidas se o paciente de primeira consulta não for alertado. É necessário conferir o medicamento ao recebê-lo e, também, seguir as indicações de armazenamento e prazo de conservação, por exemplo. A dispensação do medicamento deveria ser feita diretamente pela SES-DF para evitar erros, desde a prescrição até o uso. As equipes da Unidade de Saúde também deveriam ter conhecimento sobre as peculiaridades da Homeopatia.

Quantos atendimentos homeopáticos a senhora realiza por mês?

Dra. Maria Júlia Spina – Na SES-DF, o médico homeopata trabalha 20h ou 40h. No primeiro caso, ele chega a realizar uma média de 110 atendimentos mensais, e esse número dobra no segundo caso. Também há os atendimentos considerados como “informais”, que acontecem durante encontros periódicos com a comunidade, através de palestras nas Unidades de Saúde, que chegam a receber 150 pessoas por evento.

A procura por atendimento Homeopático na rede de saúde pública do DF é alta?

Dra. Maria Júlia Spina - Essa questão é relativa porque depende do nível de conhecimento do público e dos demais pro ssionais médicos em relação à Homeopatia e se há cobertura su ciente de prossionais Homeopatas em todas as Unidades de Saúde da Secretaria de Saúde do DF. A porta de acesso mais adequada para o atendimento homeopático seria nas Unidades de Atenção Primária, que visam atender regionalmente, de forma siste-

matizada, a maior parte da procura da população, integrando ações preventivas e curativas; e não na Atenção Secundária, que envolve os serviços especializados em nível ambulatorial e hospitalar, utilizando equipamentos e tecnologia para tratamento, pois a primeira opção permite o livre acesso e livre demanda da comunidade. No aspecto epidemiológico há como dimensionar a procura potencial (pessoas a serem atendidas pela Homeopatia) de uma comunidade, e o atendimento real (consultas realizadas), mas as variáveis citadas acima justi cam essa procura.

Quais foram os atendimentos homeopáticos realizados pela senhora que mais chamaram a sua atenção e por quê?

Dra. Maria Júlia Spina – Há alguns. O primeiro foi um caso com crianças que tinham dermatite atópica que abrangia 60% da pele. Com uma primeira prescrição, elas tiveram uma melhora de 80% nas lesões. Outro caso envolveu uma consulta indireta, realizada com a sobrinha de uma paciente de 84 anos, que estava na UTI, intubada, com septicemia por uma laparatomia branca (cirurgia em que não se encontra evidência visível de doença). Ela recebeu alta da UTI após a primeira semana da medicação. Administrar a Homeopatia em uma pessoa intubada foi pura criatividade, principalmente porque foi preciso orientar que o frasco do medicamento fosse identi cado como “água benta”. Esse caso repercutiu em reuniões periódicas na Sociedade Gaúcha de Homeopatia. O último caso foi com pais que estavam decepcionados com a quantidade de antibióticos utilizados sempre para o mesmo problema de saúde, sem melhora efetiva e com riscos de uso contínuo e efeitos colaterais em seus lhos. Em geral, o que me chama a atenção é quando há um interesse maior pelo tratamento em Homeopatia.

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HOMEOPATIA TAMBÉM É CIÊNCIA

Atropa Belladona é seu nome cientí co, contudo, a planta, que faz parte da composição de um dos medicamentos mais conhecidos na Homeopatia, também já foi chamada de “dama da noite”, “cereja do inferno”, “rainha dos venenos” e “bela dama”. Nos tempos antigos, em Roma, as mulheres costumavam consumí-la por interesses estéticos, já que a moda da época era dilatar as pupilas. E foi exatamente a tradição seguida à risca por essas “belas donas” que inspirarou o nome o cial da espécie.

Com folhas elípticas, frutos amarelados ou mais escuros, quando estão totalmente maduros, e ores de cor púrpura, com re exos verdes e um cheiro não lá muito agradável, a planta Beladona pode chegar a 1,5m de altura e, por ser sensível à radiação solar, é encontrada apenas em regiões mais sombrias e úmidas, como às beiras de rios, lagos e represas da Europa, do norte da África, da Ásia Ocidental e em algumas regiões da América do Norte.

A Beladona se assemelha a um arbusto, e, seus frutos, a cerejas escuras.

Quando possui mudanças nas cores das folhas, ores e frutos, que são mais claros e amarelados, a espécie é chamada de Atropa Belladona Var. Lutea. Na Homeopatia, a Beladona, assim como a Arnica, trabalhada no primeiro número de nossa revista, é conhecida como um dos medicamentos homeopáticos “policrestos”, ou seja, que tem múltiplas aplicações. Por isso, é indicada para tratar febres, doenças nervosas, problemas digestivos, alterações neurológicas, dores agudas e ainda age como um poderoso anti-in amatório, além de estar presente na composição de alguns remédios alopáticos,

como colírios que dilatam as pupilas e remédios para o coração.

Mas, apesar de ser usada para ns medicinais, a planta é altamente tóxica. O simples ato de manipulá-la ou o consumo de suas folhas, ores ou frutos em excesso já pode ser fatal para um adulto. Por isso, os medicamentos feitos com a Beladona são manipulados com muito cuidado, no caso da Hoeopatia, por farmácias de manipulação con áveis, e indicados por homeopatas experientes.

Con ra informações importantes sobre a Beladona abaixo:

Família: Solanaceae (Cronquist)

Parte utilizada nos medicamentos homeopáticos: Flores e folhas.

Princípios Ativos: Atropina, escopolamina, hiosciamina, ácido atrópico, beladonina.

Propriedades:  Ação antiespasmódica, antiasmática, relaxante muscular, calmante, diaforética e diurética.

Toxicologia: Extremamente tóxica, uma vez que todas as partes da planta contêm alcalóides, que são hepatotóxicos, ou seja, tóxicos para o fígado. Os sintomas de envenenamento por Beladona incluem febre, sede intensa, dilatação de pupilas, garganta seca, taquicardia, confusão mental, agressividade, alucinação, pulso rápido, pele seca, visão embaçada, constipação e retenção urinária. A planta não deve ser usada em preparos caseiros e só deve ser consumida de acordo com indicações de pro ssionais competentes.

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Estudo de Caso: CONTENÇÃO EXCESSIVA DE EMOÇÕES

Terapeuta: Ramon Lobo Gomes

Atendida: Protética dentária, 50 anos, residente em São Paulo, SP

PRIMEIRA CONSULTA:

O início do tratamento ocorreu em 12/09/2016, e a queixa principal era não conseguir exteriorizar suas emoções, bem como sentir-se se muito reprimida e com grande sensação de abandono. Durante o atendimento, a atendida relatou pouca vontade de se vestir e de cuidar-se, além de exacerbada vocação para cuidar dos problemas dos outros, com grande envolvimento emocional com as outras pessoas e suas questões.

PRIMEIRA INDICAÇÃO TERAPÊUTICA:

• uya 6CH, por 30 dias.

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SEGUNDA CONSULTA:

• Relatou grande exteriorização emocional, como se houvesse se soltado mais. Começou a prestar menos atenção aos problemas dos outros e a atentar para as próprias questões.

SEGUNDA INDICAÇÃO TERAPÊUTICA:

• Dei continuidade à uya, agora em potência mais elevada - 12CH - por mais 30 dias.

TERCEIRA CONSULTA:

• Relatou ter novas exteriorização de seus sentimentos, cando um pouco mais agressiva verbalmente, mas reduzindo-se a sensação de abandono.

TERCEIRA INDICAÇÃO TERAPÊUTICA

• Feitas as devidas observações, elevei a potência para 30 CH por mais 30 dias.

QUARTA CONSULTA:

•A medicação nessa nova potência provocou a alternância entre raiva, melancolia e alegrias.

QUARTA INDICAÇÃO TERAPÊUTICA

• Suspendi então inteiramente a medicação, aguardando a acomodação da energia vital ao novo estado mental, emocional e orgânico.

QUINTA CONSULTA E QUINTA INDICAÇÃO TERAPÊUTICA

• Novos sintomas foram observados, como a lembrança de traumas antigos, e, assim, uma nova medicação foi administrada – Arnica Montana 200CH, dose única.

SEXTA CONSULTA

• Não havendo mais queixas, dei alta do tratamento. Nas palavras da própria atendida: Em pouco tempo, através do tratamento homeopático, consegui exteriorizar muitas emoções e sentimentos contidos, me libertando da tristeza e do desânimo constantes, passando a ter mais energia e disposição, e me sentindo mais equilibrada e feliz.

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Artigo: A aplicação da teoria homeopática à anamnese e à atuação do homeopata durante a consulta

Terezinha de Jesus Lima Bezerra de Santana

INTRODUÇÃO

A Homeopatia considera as doenças como bloqueios energéticos formados nos planos sutis da alma. Isso implica também estudo das energias eletromagnéticas de alta freqüência atuantes nos veículos sutis, que transmitirão aos corpos mais densos essa vibração positiva até onde a “energia vital se concentra, reage e capta todos os estímulos oriundos dos veículos mais sutis”, segundo Moreno (2004, p. 60).

Ao longo do desenvolvimento da civilização ocidental, as teorias vitalistas, cultivadas nas grandes civilizações da Antiguidade, foram substituídas pela bioquímica, e a Escola de Medicina terminou por reduzir o homem a partes enfermas, conferindo aos médicos graus de especialização cada vez mais re nados. Dessa forma, a busca de sintomas e o papel do médico durante o atendimento foram se diferenciando também, entrando em detalhes anatômicos e marcadores de exames físicos, mas sem considerar a real fonte dos males a serem tratados: os distúrbios da energia vital. Por isso, Medicina Ortodoxa e Homeopatia são sistemas de cura diferentes, com processos de busca de informação e tomada de decisão bem diferenciados, mas não necessariamente antagônicos, tanto que o médico que deseje ser homeopata realmente não olhará para o órgão doente, mas para o individuo enfermo que elegeu aquele órgão para manifestar de forma mais crítica a sua desarmonia, o tropismo, o órgão de eleição, e escolherá o medicamento que mais se harmonize com as características daquele indivíduo, considerando o sintoma-chave e principalmente os sintomas energéticos, decisivos na de agração do processo de adoecimento.

Há que se considerar ainda que o sistema homeopático de reequilíbrio das energias vitais se estende a todos os seres vivos. Um veterinário pode ser homeopata. Um engenheiro agrônomo pode ser homeopata. Um geógrafo pode ser homeopata. Pois um homeopata é sempre alguém que olha o ser vivo como um todo, que sabe ler a linguagem dos sintomas apresentados por cada um. Considerando que cada ser vivo é um ser único, o homeopata se prepara para compreender as quase in nitas nuances do ser vivo, conforme diz Moreno (2004):

Já esta tarefa, para um médico homeopata que teve a formação alopática, torna-se mais difícil, pois este sempre conviveu com o cienticismo, preparado para não aceitar a alma, o espírito, e foi fortemente treinado para tratar somente do corpo físico das pessoas. Ora, se a medicina o cial não aceita, não reconhece a alma, o espírito, a força vital da pessoa, e estas são a base fundamental da homeopatia, conclui-se, pela lógica, que a homeopatia não é restrita, de acesso único aos médicos, e sim a todas as pessoas, interessadas em curar o seu corpo, acessando à energia no espírito e na alma (MORENO, 2004, P. 150).

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1 Filósofa, escritora, palestrante, terapeuta homeopata e coach ontológico. Atua como terapeuta em Brasília, DF.

Médicos se interessam pela homeopatia, porque esta é um sistema de cura que tem suas leis formuladas com clareza e tem se mostrado e ciente durante os últimos duzentos anos, conquistando um número cada vez maior de adeptos entre médicos e não-médicos. A homeopatia foi popularizada principalmente pelos leigos que se reuniram no passado e continuam a fazê-lo até hoje, com a intenção de estudar, difundir e praticar a loso a homeopática. Em vários países do mundo, os práticos em homeopatia somam-se os milhares.

Para compreender a atuação das homeopatias, faz-se necessário indagar sobre a natureza do homem e recorrer às teorias e aos experimentos que reconhecem o ser vivo como um sistema energético multidimensional e que a mente permanece na base de todos os fenômenos em que a alma se manifesta.

As evidências da existência dos corpos sutis com os seus níveis de energia que in uenciam no equilíbrio saúde/doença, podem ser detectadas, além de poderem ser percebidos os efeitos das terapias energéticas que lidam com esse nível invisível, a energia vital, e os caminhos percorridos por ela em diração aos órgãos internos, ou seja, todo órgão do corpo se comunica com a pele, por meio dos caminhos da energia, em forma de padrões energéticos. Portanto, a função do médico é a de restaurar o uxo de energia vital, conforme o aforismo: “O médico superior cura antes que a doença se manifeste. O médico inferior só pode tratar a doença que não pôde prevenir.”

Ora, se, os conhecimentos referentes aos

sistemas multidimensionais do ser vivo nos revelam um universo dinâmico, autoconsciente, que se manifesta primeiramente em sua dimensão extrafísica por meio de padrões energéticos, então a função do terapeuta é a de restaurar o uxo dessas energias, antes que elas se manifestem como doenças no corpo físico.

Portanto, as leis formuladas pela ciência da homeopatia, por serem claras, precisas e comprovadas, se bem aplicadas pelo terapeuta e bem aproveitadas pelo paciente, são su cientes para devolver ao homem o seu bem mais precioso: a saúde, e, para melhor compreensão das leis da cura, neste estudo foram escolhidos para re exão os parágrafos do Organon que dizem respeito à anamnese e à atuação do homeopata durante a consulta.

Ressalte-se que o medicamento homeopático é produzido por meio de experiências realizadas com o homem sadio, e seus resultados são conhecidos como patogenesia ou efeito patogenético. Tais experimentos são catalogados e disponibilizados nas conhecidas Matérias Médicas ou Repertório Homeopático, que indica os sintomas de cada substância estudada. Estas obras apresentam a classi cação dos sintomas físicos, mentais, emocionais e sensações energéticas, que são peculiaridades, impressões importantes características daquele medicamento. Com base na história biopatográ ca da pessoa atendida, na expperiência do terapeuta e mais o amparo dessas publicações técnico-informativas (matérias médicas e repertórios), é possível intervir positivamente no contexto adoecedor, auxiliando o doente a retomar a saúde.

COMENTÁRIOS AOS PARÁGRADOS DO ORGANON

§82. No tratamento das doenças crônicas, devemos considerar que os sintomas vêm evoluindo por muito tempo, o que torna mais difícil a sua identi cação, diferentemente das doenças agudas, cujos sintomas característicos tornam-se rapidamente evidentes, necessitando de menos perguntas na consulta.

A doença aguda, na maioria das vezes é a exacerbação de um quadro crônico. No que diz respeito à doença crônica, é preciso entender inicialmente que a supressão contínua do mecanismo de defesa leva ao enfraquecimento progressivo da população, aumentando consequentemente a incidência de doenças cardiovasculares, distúrbios neurológicos, cânceres e as diversas manifestações das enfermidades de nossa época, causadas muitas vezes pelo uso indiscriminado de antibióticos, vacinas, pílulas anticoncepcionais, tranquilizantes, cortisonas, hormônios, drogas e substâncias estranhas que podem ser destruidoras, caso a pessoa seja suscetível a elas.

§83. Para individualizar uma doença crônica, o médico deve investigar o necessário em cada caso, ter ausência de preconceitos, sentidos perfeitos, atenção na observação e delidade no traçar o quadro da doença.

Em Homeopatia considera-se doença a força vital alterada para menos, considerando o in-

dividuo em sua totalidade. Por isso, e fundamental entender o modo pelo qual cada individuo se comporta diante daquilo que se chama doença, o tipo de sintomas que manifesta, que tipo de reações tem. O estado natural do organismo é o de equilíbrio, como bem demonstrou Hahnemann para que o indivíduo atenda aos objetivos elevados de sua existência. Decifrar a linguagem do principio vital do enfermo é considerar-lhe as características física, emocional, mental, energética e espiritual, procedendo desse modo a repertorização.

§84. O médico, no início do exame, avisa que devem falar devagar, de modo que possa escrever as partes importantes da história clínica, escrevendo com precisão nas próprias expressões empregadas por eles. Mantém-se calado e evita interrompê-los, a não ser que divaguem, pois cada interrupção corta a ordem de idéias dos narradores, que não lembrarão exatamente o que teriam dito a princípio, sem a interrupção. O paciente então descreve a evolução de seus sofrimentos ou os que o acompanham relatam as suas queixas ou o que nele observaram; o médico deve utiliza todos os seus sentidos para perceber o que há de alterado no paciente.

A primeira característica do Homeopata deve ser a disposição de ouvir. Sabendo ouvir, saberá ltrar e compreender a melhor conduta a adotar no caso. É pre-

ciso considerar a percepção daquela pessoa mesmo que seja aparentemente ilógica. É o modo de sentir que determina o adoecimento. Diante das pessoas que falam sem parar e se perdem nos diversos assuntos, é necessário lembrar a ela o que é mais importante, e aprender a extrair da sua fala o que realmente é sintoma, do ponto de vista homeopático.

§85. O médico abre uma nova linha a cada circunstância encontrada; os sintomas são anotados separadamente, uns debaixo dos outros, podendo acrescentar outras coisas a eles, que tenha sido primeiro relatado de modo vago e depois expostos de modo mais claro.

O modo de apresentação da anammese é muito importante para o homeopata traçar um quadro da pessoa, o que nem sempre é possível na primeira, segunda ou terceira consulta, tanto por conta do grau de con ança ainda em construção, quanto pela própria capacidade de consciência e memória da pessoa em tratamento. Por isso essa disposição é fundamental para permitir uma consulta rápida numa próxima entrevista, e também colocar-se a data de observação daquele sintoma, para se ter uma idéia clara de sua evolução.

§86. Quando os narradores terminam o que tinham a dizer, o médico retorna a cada sintoma e obtém informações

mais precisas sobre ele, lendo os sintomas na ordem em que lhe foram relatados e procurando obter mais detalhes.

À medida que se vai observando o sintoma e se aprofundando em suas modalidades, vai se tendo um quadro preciso da imagem da pessoa e dos possíveis medicamentos. A pressa e a desatenção, assim como o desconhecimento/conhecimento não aprofundado das matérias médicas impedem que esse quadro se forme da maneira adequada.

§87. Não se devem fazer perguntas ao paciente sugerindo a resposta, de modo que só se obtenham respostas sim ou não, pois o paciente será sugestionado, resultando num quadro falso da moléstia, e, portanto, tratamento inadequado.

A pergunta sugestiva pode realmente levar à não delcaração correta de sintomas, principalmente nas pessoas menos assertivas e muito sensíveis. Dessa forma, o homeopata melhorará na entrevista, também melhorando como formulador de perguntas.

§88. Quando o paciente não comentou sobre as diversas funções do corpo ou de seu estado mental, o paciente deverá ser estimulado para que possa falar mais sobre elas, empregando expressões gerais.

Nesse momento, os esquemas sintomáticos dos repertórios homeopáticos são um bom guia para o homeopata, auxilian-

do-o a tocar a memória de seu atendido da maneira adequada.

§89. Se o médico acha que ainda não obteve todas as informações necessárias, deverá fazer perguntas mais precisas sobre as alterações encontradas, de forma a caracterizá-las.

Há uma diferença entre a pergunta re exiva, que estimula a pessoa a pensar sobre si mesma em seu relacionamento consigo mesma, com as outras, com seu ambiente, em suas circunstâncias; a pergunta direta, que pede uma resposta informacional quase sempre de natureza pragmática; e a pergunta que tem como objetivo esclarecer, que é feita normalmente a partir do que a pessoa disse. “Você me disse sentir isso, gostaria de aprofundar um pouco mais essa questão...”

§90. Ao nal o médico deve então escrever o que ele próprio observou no paciente e veri car o quanto disto era peculiar ao paciente em seu estado normal. Quando o paciente estiver utilizando vários medicamentos, estes não permitirão traçar um quadro puro de doença, pelos sintomas da droga adicionados, mas após terem sido suspensos durante muitos dias, surgirá à forma original da doença, e são especialmente esses sintomas originais os que o médico deve anotar. Quando a doença for de caráter crônico, e o paciente estiver tomando medicamentos até a consulta, o médico pode deixá-lo alguns dias sem medicação, ou no intervalo administrar-lhe

algo de natureza não-medicinal e adiar o exame mais completo dos sintomas mórbidos.

§91. Os sintomas do paciente durante uma série de medicamentos não permitem um quadro puro de doença; os sintomas sofridos antes do uso dos medicamentos, ou após terem sido suspensos durante muitos dias, dão à idéia verdadeira da forma original da doença, e são especialmente esses os que o médico deve notar. Quando a doença for de caráter crônico, e o paciente estiver tomando medicamentos até a época em que for visitado, o médico pode muito bem deixá-lo alguns dias sem medicação, ou no intervalo administrar-lhe algo de natureza não-medicinal e adiar para mais tarde o exame mais completo dos sintomas mórbidos, a m de poder apreender em sua pureza os sintomas permanentes contaminados da afecção antiga e formar um quadro el da doença.

Esses dois últimos parágrafos se complementam e merecem atenção especial. Atualmente, é muito comum a pessoa estar tomando muitos medicamentos ao mesmo tempo. Fazer a diferença entre o sintoma patogenético e o sintoma iatrogênico é muito difícil, ou, melhor dizendo, praticamente impossível. Por outro lado, pedir a suspensão do medicamento prescrito pelo médico não é uma conduta ética. Esclarece-se a pessoa e mostra-se então que a Homeopatia pode ajudar equilibrando o seu escopo mental, o energético, pedir para que ela faça essa observação e avalie

com o seu médico a viabilidade de retirar ou não o medicamento. Mas é possível traçar um quadro aproximado do similimum daquela pessoa estudando a sua história clínica, a sua biopatogra a, fazendo-a buscar as características mais constantes de sua personalidade. Por meio desse processo é possível chegar ao medicamento mais apropriado e obter bons resultados.

§92. Nas doenças agudas, cuja gravidade não permite a demora de atendimento, observaremos a condição atual, embora alterada por medicamentos, e se não pudermos discernir quais os sintomas que estiveram presentes antes do seu emprego, tomamos o conjunto atual e obtendo-se um quadro clínico completo, utilizaremos o remédio mais adequado.

A conduta na doença aguda deve ser a de debelar o quadro o mais rapidamente possível, considerando a similitude do quadro apresentado com a similitude da homeopatia escolhida.

§93. Quando uma causa for evidente, o paciente ou os acompanhantes podem dar essa informação, porém, quando a mesma tem caráter desagradável, e eles não falam espontaneamente, o médico pode deduzir guiando as suas perguntas ou tomar informações particularmente.

Saber perguntar é uma arte a ser desenvolvida pelo Homeopata, considerando que há terrenos que para muitos são tabus, vergonha, e que há a tendência na-

tural a ocultar as deformações de ordem moral, sem admitir as perversões e perversidades que trazem consigo. Por isso, para que o Homeopata obtenha sucesso na coleta de tais informações é preciso cautela, conhecimento de si mesmo, humildade, muito tato e principalmente a capacidade de ler o corpo e a alma do indivíduo. Há vários titulos técnico-informativos que possibilitam uma interpretação cada vez mais acurada dos sinais corporais, da linguagem, inclusive dos silêncios. Nesse momento, é importante também ter consigo a Matéria Médica, para dirimir dúvidas e para mostrar ao atendido que aquele sentimento ou sensação não deriva da maldade propriamente dita e sim de uma condição patológica passível de ser equilibrada com a homeopatia adequada.

§94. Nas doenças crônicas, devem ser pesquisadas as situações peculiares do paciente como ocupação, vida familiar, dieta etc., a m de identi car e remover, anormalidades que possam provocar ou manter a cronicidade da doença. Nas doenças da mulher é muito importante avaliar condições como gravidez, esterilidade, desejo sexual, partos, abortos, lactação, o estado de sua menstruação e as leucorréias.

As circunstâncias em que o individuo se encontra, o meio-ambiente em que vive, as condições de vida dessa pessoa são determinantes em sua condição de saúde ou de adoecimento, removendo o que venha a ser causa do adoecimento. Daí a grandeza

da obra de Hahnemann, ao relacionar a doenças com as condições psíquicas e sócio-ambientais, cujos postulados estão mais aptos à compreensão em nossa época, com o avanço cientí co.

§95. Nas doenças crônicas a investigação dos sintomas deve ser feita com o máximo critério; os menores detalhes devem ser observados, pois são os mais característicos e os que menos se assemelham ao de moléstias agudas; no entanto os pacientes caram tão habituados ao seu longo sofrimento, que prestam pouca ou nenhuma atenção aos sintomas de menor importância, não acreditando que essas variações de seu estado de saúde possam ter alguma relação com a sua enfermidade principal.

Interessante notar que ele se refere ao habituar-se ao longo sofrimento, o que é uma realidade, daí a importância de convidar à pessoa a conhecer-se, a perceber-se, a olhar para si mesma, identi car o seu sofrimento, as causas do seu adoecimento e a vivenciar um processo de autotransformação. “Nunca havia pensado nisso.” A gente se acostumar com a dor.” “Sempre foi assim, eu sou assim.” E nessas crenças a pessoa não percebe que sofre e causa sofrimento aos outros, isso no âmbito físico e psíquico, deixando, por sua vez, de cumprir os altos ns da existência. Cuidando bem desses aspectos, o homeopata torna-se um guia que vai levando a pessoa sob sua responsabilidade a essa descoberta, e o primeiro passo é justamente o desen-

volvimento da autoconsciência e, conseqüentemente, de autocura por meio da homeopatia,

§96. Os hipocondríacos e outros indivíduos de grande sensibilidade, descrevem os seus sofrimentos com expressões exageradas (sintomas a serem considerados na totalidade) para induzir o médico a lhes receitar remédios, porem não estão inventando como ocorre com os dementes ou os que mentem voluntariamente.

O homeopata experimentado percebe logo nessa pessoa a necessidade de cuidados, de atenção, de ser ouvido, os seus medos e usa a homeopatia para restaurar a integridade, a con ança e força interna do atendido.

§97. Alguns pacientes deixam de informar certos sintomas, achando que não são importantes, ou os descrevem em termos vagos.

Considero, de todos, o caso mais difícil, pois a pessoa permanece em silêncio e diz não saber o que sente, não ter percebido. Nesse caso, a conversa informal pode ajudar a conhecer a pessoa e adquirir a con ança necessária ao desenrolar do tratamento homeopático, mas a continuação dos encontros, bem como o tato e o preparo do homeopata são indispensáveis ao aprofundamento do vínculo terapêutico e ao progresso do tratamento.

§98. Devemos escutar principalmente a descrição dos sintomas feita pelo paciente, pois as descrições feitas pelos acompa-

nhantes geralmente não expressam exatamente o que o paciente sente. Em todas as doenças, e especialmente nas crônicas, devemos investigar o caso completa e precisamente, o que requer cuidado, conhecimento da natureza humana e muita paciência.

O acompanhante tem o papel de esclarecer e de ajudar a reconstituir a história da pessoa, em alguns casos, mas tanto a criança como a pessoa adulta devem ter a oportunidade de expressar o que sentem e nesse momento ser observada pelo Homeopata, buscando resgatar o modo como ela relata os seus sintomas, o seu gestual, a expressão facial, pois todo comportamento traz uma informação importante. Por isso, reforçamos a necessidade de o Homeopata empreender uma jornada de autoconhecimento e a Homeopatia faz isso, pois é essa luz que benecia primeiro a quem a acende.

§99. Na investigação das doenças agudas o médico tem menos para investigar, pois as alterações da saúde ainda estão frescas na memória do paciente e ele as relata mais facilmente.

As doenças agudas são muito importantes por expressarem a linguagem da força vital em seu pico máximo. Delas pode-se partir com segurança para a investigação dos quadros crônicos e para a compreensão dos miasmas.

§100. Na investigação das doenças epidêmicas ou esporádicas, não é tão importante saber se já existiram doenças com o mes-

mo nome. O médico deve analisar o quadro puro da doença atual, como se fosse algo novo e investigá-la completamente, sem jamais conjecturar. Deve examinar todas as suas fases, pois cada doença é, em muitos aspectos, exclusiva, diferente das epidemias anteriores, com exceção das epidemias contagiantes.

“Sem jamais conjeturar”. Essa talvez seja a grande di culdade da mente analítica acostumada a relacionar tudo e o grande perigo em que o Homeopata inexperiente incorre, seja nos casos epidêmicos, seja no dia-a-dia, quando queremos “dar uma homeopatia para isso ou aquilo” ou indicamos um remédio simplesmente baseados em experiência anterior. Cada caso é um caso. Por isso, é preciso investigar a doença atual como se fosse nova, porque cada epidemia terá sua característica, ainda que guarde semelhanças com a anterior, e cada doente tem a sua suscetibilidade.

§101. No primeiro caso de uma epidemia, pode-se não ter um quadro completo da doença. O exame cuidadoso dos casos seguintes poderá fornecer as informações necessárias para a escolha do remédio adequado. §102. O acompanhamento de diversos casos fornecerá os sintomas globais da epidemia; os sintomas gerais cam mais de nidos e os sintomas peculiares destacam-se, caracterizando o quadro completo da doença. A totalidade sintomática somente será obtida com o exame dos pacientes de constituições diferentes.

Nesses dois parágrafos, deve-se considerar que, em epidemia, importa o quadro de sintomas generalizados causadas por determinado agente, mas, quando se toma o quadro individual criteriosamente, percebem-se características semelhantes nos indivíduos adoecidos e identica-se aqueles que não se contagiam, e isso demonstra o grau em que se encontra a força vital. Por isso, o objetivo será sempre o de estimular a força vital com os medicamentos mais semelhantes, considerando a lei da similitude. É interessante frisar que um medicamento aplicado em massa, Eupatorum, por exemplo, numa epidemia de dengue, guarda similitude com os sintomas apresentados pelos enfermos, e que o grupo de enfermos, por sua vez, guarda semelhanças uns com os outros por várias razões, familiares, ambientais, culturais, entre outras. É o que pode ser considerado o similimum do momento.

§103. Os casos crônicos devem ser investigados quanto à totalidade dos sintomas, de forma mais detalhada do que nos casos agudos. Os sintomas da doença crônica miasmática, especialmente a Psora, serão obtidos após o exame de diversos casos semelhantes, a m de se achar o remédio antipsórico adequado.

Vale ressaltar aqui os miasmas identi cados por Hahnemann, os quais são considerados a doença crônica: psora, sicose, luetismo. A psora é a condição de todas as doenças. Está ligada à primeira

doença e seu sintoma externo é a lepra. É um miasma crônico que ao longo da evolução foi transmitido de geração a geração, transmutando-se e ao mesmo tempo moldando-se às condições físicas e psíquicas dos seres humanos, aparecendo de diversas formas. As manifestações externas da psora sobre a pele, a supressão da sarna são responsáveis por transtornos secundários, pois, após, vê-se o paciente livre dos sintomas, mas criando novo estado mórbido, uma modi cação da psora. Hahnemann argumenta que problemas de ordem nervosa, cânceres, estados dolorosos, paralisias, deformidades do corpo, doenças mentais, não existiam em tempos remotos, quando a psora limitava-se à sua manifestação cutânea: a lepra. A modi cação dos hábitos de higiene levou ao alívio externo da sarna, que é a modi cação da lepra mas, em contrapartida, tornou-se mais disseminada e mais geral. Ou seja, cada vez que jogamos a psora para dentro, adoecemos, se isso não ocorre por meio dos sistemas excretores, o sistema de inteligência vital vai preservar a vida e os órgãos que não são de excreção são chamados a realizar esta função, é a causa das in amações, das retenções.

A sicose é o miasma do cancro venéreo. As excrescências da sicose se manifestam nos genitais comuns na gonorréia. A remoção das excrescências não signica a cura, porque, nesse caso, o miasma que governa o organismo não foi destruído, gerando outros transtornos no corpo.

Do mesmo modo, o miasma do luetismo ou si lismo, que se manifesta na fase física da sí is, abrange várias fases: espiritual, energética, mental, emocional e física. A dinâmica miasmática mostra que enquanto a sicose se manifesta como carência de amor, o luetismo revela-se na agressividade, no suicídio, no nível de destruição física e mental. Na hora da consulta, a compreensão do miasma é fundamental para o acerto na escolha do medicamento apropriado.

§104. Quando conseguimos a totalidade sintomática de qualquer doença, teremos completado a parte mais difícil do trabalho médico e um guia a seguir durante o tratamento, para saber qual o efeito do medicamento e as mudanças ocorridas no estado do paciente. Em um novo exame do paciente ele só precisará riscar da relação os sintomas que apresentaram melhora, marcará os que permanecem e acrescentará os novos que possam haver surgido.

Muitas vezes se tem a impressão de que a repertorização, a identicação do miasma, tem por nalidade descobrir o remédio ideal naquele momento e não é isso o que Hahneman a rma nesse parágrafo. Nesse ponto do texto, ele reforça a idéia de “um guia a seguir no tratamento”. Quando se faz um estudo da pessoa, faz-se com vistas ao desenvolvimento de um plano de trabalho a ser seguido durante um tempo determinado, e isso deve car claro para homeopata e cliente. Ao iniciar um

atendimento, temos um projeto terapêutico, que pode ser revisto, alterado e/ou seguido.

§105. A segunda parte do trabalho do médico é o de conhecer o poder patogenético das drogas, para escolher aquela droga que possua o conjunto de sintomas arti ciais semelhantes à totalidade dos sintomas das doenças naturais.

§106. Devemos conhecer todos os efeitos patogenéticos de cada um dos diversos medicamentos (todos os sintomas e alterações mórbidas provocados no indivíduo sadio, durante a experimentação).

§107. Ao administrarmos medicamentos nas pessoas doentes, mesmo que um de cada vez, pouco ou nada se observará dos sintomas puros das drogas, pois as alterações a serem esperadas no estado de saúde misturam-se com os sintomas do doente.

Segundo Brunini, a Matéria Médica decide. O Repertório indica a série de medicamentos disponíveis com sintomas semelhantes, e o estudo da Matéria Médica é quem vai completar a arte do Homeopata. Ele precisa demonstrar para aquela pessoa que o sintoma “parece que sou feita de vidro” está na MM de uya Occ. Sem o domínio da MM não é possível um trabalho de Homeopatia con ável, pois não há como acompanhar adequadamente a evolução do caso.

Insistimos no cumprimento dos “mais altos ns da existência”, pois esta é a função da Homeopatia: reestabelecer a saúde com vistas aos mais altos objetivos da Vida, que têm uma origem maior, daí a importância de, desde o primeiro contato com o cliente, fazê-lo entender que a homeopatia não é um removedor de sintomas incômodos, e sim um recurso de equilíbrio energético, uma medicina vibracional de alcance profundo, que pode gerar benefícios duradouros e muito signi cativos.

Considerações nais

A repertorização é feita por meio da seleção dos sintomas, de modo a chegar ao simillimumm. Inicia-se com a tomada do caso, a partir das manifestações de queixa do próprio individuo, da observação do homeopata, das condições que agravam ou melhoram os sintomas apresentados, dos horários de manifestação, dos sintomas mentais, das reações emocionais, do tempo de aparecimento dos sintomas entre outros.

Esse momento, além de oferecer ao terapeuta informações necessárias à boa escolha dos medicamentos, escalas, diluições e potências, deve igualmente levar a pessoa à re exão, a questionar-se, e despertá-la para o autoconhecimento. A função da pergunta re exiva é obter informações de forma indireta e estimular a pessoa a falar, resgatando sua história biopatográ ca, constituída por sintomas mentais, emocionais, energéticos, físicos.

Como toda cura é uma autocura, não devemos nos limitar simplesmente a estudar a pessoa para achar o similimum, mas sim orientá-la quanto à sua responsabilidade perante a vida na realização de um processo de autotransformação, cuja primeira responsabilidade é tomar o medicamento corretamente, observar-se a si mesmo em todos os seus relacionamentos, observar os seus estados mentais e perceber a diferença após a tomada do medicamento. Sempre recomendável fazer um acompanhamento periódico, para avaliar melhor o resultado das intervenções feitas, e tenho observado que as pessoas empenhadas no processo de autocura obtêm resultados mais imediatos, saindo da zona da queixa para a percepção de si mesmas como indivíduos responsáveis pelos adoecimentos que vivem, assim como pelo retorno à saúde. Nessa prática, busco aproximar-me do que Hahnemann preconiza no Parágrafo 9: no estado de saúde, a força vital mantem todas as atividades em harmonia e o espírito pode alcançar os mais altos ns da existência.

REFERÊNCIAS

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. Doenças Crônicas segundo Hahnemann. Editora Hipocrática Hahnemaniana. Belo Horizonte, 2005.

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VANNIER, Léon. Jean Poirier. Tratado de Matéria Médica Homeopática. Organização Andrei Editora. São Paulo. 1987

ZOBY. Elias Carlos. Taxionomia Homeopática. Robe Editorial. São Paulo. 1996.

Monogra a: TRATAMENTO MIASMÁTICO NA CURA DE ALOPÉCIA AREATA

RESUMO INTRODUÇÃO

Alopecia areata é uma enfermidade crônica que se caracteriza pela perda de cabelo, afetando qualquer área portadora de pelos, também descrita como doença autoimune. Sendo que sua primeira descrição foi feita por Cornélius de Celsus ao relatar à queda de cabelo designando de calvice e de ophiasis a área calva distribuída através do couro cabeludo. Porém foi Hipocrates o primeiro a utilizar o termo alopecia como característica da doença. Nas fases agudas as lesões são levemente eritematosa e edematosa, surgindo na periferia das placas os pelos peládicos que se apresentam a lados menos pigmentados. Contudo as placas de alopecia areata são assintomáticas, embora os doentes queixam-se de secreções parestesicas com prurido discreto, dor ou sensação de ardor local. As formas de alopecias são várias que vais desde placa única em que a pele se apresenta normal com pelos de aparência também normal na periferia da placa; na o ásica, a perda do cabelo ocorre na linha de implantação temporoccipital, na universal há a perda total de pelos. De acordo com estudos publicados a alopecia é um a doença decorrente do miasma da psora.

PALAVRAS-CHAVE

o ásicas, temporoccipital, parestesicas, pytiriasis, eritematosa, edematosa.

Alopecia signi ca “queda de cabelo”, e areata, de origem grega, signi ca temporária. A alopecia é uma doença que se caracteriza pela perda excessiva de cabelo, a qual, além de indicar algum problema interno, também interfere de forma negativa na saúde mental e emocional das pessoas, podendo ser, igualmente causada por desequilíbiros mentais e emocionais. A doença pode iniciar em qualquer idade, atingindo homens e mulheres, sendo sua maior incidência entre 20 e 50 anos. Geralmente, começa com uma ou duas lesões pequenas, redondas do tamanho de uma moeda, sem pelo. Embora seja comum no couro cabeludo, pode ocorrer em qualquer área com pelo, como pálpebras, sobrancelhas etc.. Pode ainda apresentar um desconforto discreto ou prurido durante o desenvolvimento da placa, e as unhas também podem ser acometidas, tornando-se nas e com pontas distorcidas.

Este trabalho apresenta dados obtidos por meio de pesquisa na literatura homeopática e em artigos publicados, além de um estudo de caso, com o intuito de entender sua etiologia, aspectos clínicos e sua patologia. Para tanto, se faz necessária uma boa investigação, com anamnese bem elaborada identi cando os fatores envolvidos na queda do cabelo.

DEFINIÇÃO

De acordo com os Anais Brasileiros Dermatologia, Alopecia Areata (AA) é uma afecção crônica dos folículos pilosos e das unhas, de etiologia desconhecida, provavelmente multifatorial, com evidentes componentes autoimunes e genéticos. Determina a queda dos cabelos ou pêlos por interrupção da sua síntese, sem que ocorra destruição ou atro a dos folículos, motivo pelo qual pode ser reversível.

Para Moreira Jr, Alopecia Areata é um tipo de queda súbita e temporal de cabelos, por vezes recorrente, não cicatricial, que pode afetar qualquer área portadora de pelos, e que vem sendo descrita como uma doença autoimune.

Macedo (1989) descreve o o de cabelo como uma unidade anatômica demonstrada a partir de uma glândula sebácea anexada ao pelo. Esta estrutura se chama folículo piloso, que se encontra na derme, ligada a ela por um músculo eretor. A extremidade inferior do pelo é denominada de papila dérmica, elemento essencial por que é através dele que ocorre o uxo sanguíneo proveniente do organismo. Embriologicamente, provém de um folheto de embrião chamado ectoderma, enquanto a papila dérmica deriva de outro folheto, o mesoderma, conforme se pode ver na imagem a seguir:

Bedin & Bedin ressaltam que a pele é órgão cutâneo integrado harmonicamente na unidade vital. É considerada glândula, cuja forma, disposição e localização lhe dão características especiais, representando 15% do peso corpóreo. A quantidade de sangue circulante pelos vasos cutâneos equivale a 30% do sangue total. É também o órgão maior e mais visível do corpo humano, e acumula diversas funções: controla a temperatura orgânica, protege contra doenças, dá sinais de alterações internas, isola o meio interno do meio externo e é uma barreira e caz contra os germes. Também nela se encontram uidos linfáticos são essenciais para proporcionar alimento às células e excretar os produtos já elaborados.

A nalidade da pele é a proteção do organismo em relação aos agentes agressores do meio ambiente, quer sejam físicos, químicos ou biológicos, e, para tanto, a pele desenvolve as seguintes funções:

Regula o PH super cial; Demonstra capacidade auto-esterilizadora, regulando o crescimento da ora bacteriana micótica;

Regula a passagem da água através da pele;

Produz emulsão água em azeite ou azeite em água; Mantém resistência, plasticidade e suavidade de superfície, protegendo o meio interno, além de eliminar e excretar produtos elaborados e toxinas externas.

Fonte: http://iniciantesemcabelos.blogspot.com. br/2013/04/anatomia-capilar.html

Pelo – é um produto da pele constituído de uma raiz e uma haste. Cada pelo se origina de uma invaginação da epiderme, o folículo piloso, que na fase de crescimento se apresenta como uma dilatação terminal chamada bulbo piloso, em cujo centro se observa a papila dérmica.

A pele possui duas capas de origem e constituição diferentes: a epiderme e a derme. Alguns autores consideram também a existência de mais uma capa mais profunda que denominam hipoderme, mas todas estas vinculadas anatômica e funcionalmente. Epiderme é a camada mais externa e proporciona uma superfície resistente e elástica, possuindo como função principal a produção de melanina, e possui algumas camadas:

Camada basal ou germinativa - é a camada mais profunda em que repousa a derme.

ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE
Figura 1: Anatomia do pelo humano

Espinhosa ou granulosa - constituída por cabelos poligonais e por tomo brilas.

Camada lúcida - é a mais externa, de espessura variável composta de células mortas sem núcleo e com citoplasma contendo queratina. São eliminadas constantemente e, quando ocorre à eliminação, é denominada de exoneração da pele.

Já a derme é o tecido conjuntivo sobre a qual se apoia a epiderme e que se comunica com a hipoderme. Além dos vasos sanguíneos, linfáticos e nervos, também são encontradas outras estruturas derivadas da epiderme: pelos, glândulas sebáceas, sudoríparas e as unhas.

Por sua vez, a Hipoderme, formada por tecido conjuntivo frouxo, une de maneira pouco rme a derme aos órgãos subjacentes, e é responsável pelo desligamento da pele sobre as estruturas nas quais se apóia, conforme representado na gura 2.

OUTROS ASPECTOS

Fonte: https://www.google.com.br/search?q=anatomia+do+p%C3%AAlo+humano&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjwk_GW4N_XAhXMGJAKHQQXAZ8Q_AUICigB&biw=1094&bih=510#imgrc=_cbDrQ9KKvQa1M:

ASPECTOS HISTÓRICOS

O primeiro a descrever a queda de cabelo como doença foi Cornélius de Celsus, em 30 a.C, apontando duas modalidades: a primeira foi relatada como calvície completa, que ocorria em pessoas de todas as idades, e a segunda foi chamada “ophiasis”, devido a uma ampla área calva distribuída através do couro cabeludo. No entanto, foi Hipócrates o primeiro a utilizar o termo alopecia aplicado como característica da doença, “queda de cabelo” tal como é conhecida hoje: alopecia areata, a qual se deve a Sauvages, que a utilizou em “Nosologia Médica”, publicado em 1760, Lyons - França.

No século XVIII, ocorreram vários debates sobre as causas da alopecia areata, se destacando duas hipóteses, uma baseada em infecção parasitária e outra em alteração nervosa. Após várias tentativas para isolar o organismo infectante e transferir AA por inoculação, em experiências não bem sucedidas, essa hipótese foi desconsiderada, mas a neurológica foi sustentada com base na frequência das observações clínicas de traumas, estresse sco e emocional relatadas em jornais médicos da época. Embora esta hipótese seja difícil de ser provada, ela ainda é sustentada por alguns dermatologistas.

No início do século XX, a AA cou conhecida por estar associada à desordem das glândulas endócrinas. Surge ainda nesse período a ideia de que AA seria induzida por agentes tóxicos, não sendo aceita pelos médicos. Prosseguiu-se nos estudos e observou-se que folículos capilares afetados por AA estavam envolvidos por células in amatórias, mas tal hipótese somente foi aceita depois de 1960. Atualmente, acredita-se que AA seja também uma lesão autoimune.

Figura 2: Representação de um corte da Pele

ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS

Os dados estatísticos registrados na literatura são variáveis, pois a afecção pode iniciar-se em qualquer idade, havendo um pico de incidência entre 20 e 50 anos, sendo que 60% dos doentes apresentam o primeiro episódio da doença antes dos 20 anos.

ASPECTOS CLÍNICOS

Fernandes apud Steiner (2000) menciona que para esclarecimentos de queda do cabelo deve-se realizar uma anamnese muito bem elaborada, detalhada e completa, pois vários fatores e situações podem estar envolvidos:

tempo de duração e frequência: veri car se a queixa é aguda, crônica, persistente ou em surtos; queda de cabelo ou alteração da estrutura da haste: é essencial diferenciar-se a queixa do anamento e rarefação dos cabelos ou se refere ao aumento da perda dos os;

histórico familiar: doenças genéticas;

histórico completo sobre saúde: é importante veri car todo o histórico de doenças que pré- existem ou que ocorra no momento. Hipotireoidismo é causa freqüente de queda de cabelo, assim como anemia, sí lis entre outras;

histórico hormonal: os hormônios andrógenos estimulam o a namento e queda de cabelo.

Sendo assim, tensão pré-menstrual e o climatério podem estar associados à queda de cabelo. Alterações dos hormônios tireoideanos também podem resultar em acentuada queda dos cabelos, tais como:

Hábitos: uso de produtos químicos, freqüência de lavagem, tipos de penteado, devem ser avaliados minuciosamente;

Drogas: as drogas estão envolvidas com a perda dos cabelos. Tratamentos de tumores causam a perda abrupta dos mesmos;

Estresse: alterações emocionais excesso de trabalho, ansiedade, depressão, podem indiretamente alterar o ciclo capilar e provocar queda de cabelo.

Após anamnese, o exame físico é fundamental para se identi car o tipo de alopecia. Conforme artigo publicado pelos Anais Brasileiros de Dermatologia (Rivitti) em geral os doentes relatam perda de cabelo e presença abrupta de áreas alopécicas apresentando placa de alopecia lisa com coloração da pele normal que atinge o couro cabeludo ou qualquer área pilosa do corpo. Nas fases agudas, as lesões são levemente eritematosas, edematosas e surgem na periferia das placas os pelos peládicos ou “pêlos em ponto de exclamação”, que se apresentam a lados e menos pigmentados no ponto de emergência do couro cabeludo com espessura maior na extremidade distal. Tais pelos demonstram disposição de pigmento melânico na clava (sinal de widy) ainda que não absolutamente patogênicos, e sugerem o diagnóstico quando presentes. As placas de alopecia areata são habitualmente assintomáticas, embora vários doentes se queixem-se de sensações parestésicas com prurido discreto, dor ou sensação de ardor local.

Há vários aspectos semiológicos que podem auxiliar no diagnóstico de AA, tais como:

Positividade do sinal da tração suave - nas fases agudas da afecção, os pelos se desprendem facilmente à tração suave que se faz na periferia das placas. Nas fases mais crônicas, essa manobra é negativa e os pelos não se desprendem com facilidade quanto na fase aguda;

Dietas restritivas podem provocar alterações capilares, pois a qualidade e normalidade do o de cabelo estão diretamente relacionadas à ingestão equilibrada de proteínas e vitaminas.

Presença de pelos cadavéricos – são pelos nos quais ocorre fratura da haste no interior do foliado piloso, produzindo-se pontos enegrecidos

dentro do ostio folicular que se assemelham a condões;

Desenvolvimento de penugem branca de cerca de meio centímetro de cumprimento ao longo da área alopécica.

À medida que as lesões evoluem para fases mais crônicas, a presença desses sinais não é mais detectada e pode surgir leve hiperqueratose folicular na área alopécica. Finalmente, a superfície das áreas alopécicas pode tornar-se ligeiramente atro ca, mas nunca com aspecto cicatricial. De acordo com o número de lesões, extensão do acometimento e a topogra a das perdas de cabelos ou pelos, a alopecia areata é clinicamente classicada em vá

TRANSMISSIBILIDADE DA ALOPECIA

É grande o número de pessoas atingidas pela alopecia e sua sintomatologia externa, que é a perda de cabelos. Como não era considerada enfermidade, também não se pressentia que fosse transmissível, contudo a disseminação é maciça, pois se veri ca pessoas que apresentam perdas de cabelos, bem como outras que já possuem a enfermidade e ainda não perceberam as alterações exteriores.

Veri cam-se pessoas idosas com poucos cabelos e brancos, assim como pessoas que apresentam muitos cabelos brancos, considerados do tipo resistente, pois possuem o problema, mas seu organismo reage repondo os seus cabelos, embora alterados na cor, e às vezes na textura. Apesar dessa resistência natural à doença, esta não regride espontaneamente, continuando o seu avanço.

CARACTERISTICAS, TRANSMISSIBILIDADE E FORMAS CLÁSSICAS DA ALOPECIA

CARACTERISTICAS EXTERNAS DA ALOPECIA

Null & Null, apud Bedin & Bedin, dizem que o número de famílias microbianas varia nas diversas partes do corpo humano, e por essa razão haverá áreas capilares que se apresentarão mais afetadas que outras. Ressalta ainda que as áreas de maior atuação dos germes são nas áreas capilares, onde é mais propicio ao seu desenvolvimento, assim como as áreas que sofrem mais os estímulos de fricção são as que mantêm menos famílias de microorganismos e, conseqüentemente, mais cabelos.

Em outras áreas do corpo a densidade microbiana mais elevada ocorre no rosto principalmente ao redor do nariz, também em grande número no pescoço, nas axilas e virilhas. Essas áreas são mais seborreicas.

É o que constataram Bedin & Bedin após cinco anos de estudos realizados com 461 pacientes na faixa etária de 15 a 35 anos de idade, todos portadores de alopecia em diversos graus, nos quais se observaram, em exame físico e clínico do couro cabeludo e pele: poros dilatados; eritemas; áreas de excessiva oleosidade; excessiva escamação; acne; prurido; sensibilidade dolorosa ao tato; alteração na cor e no couro cabeludo; manchas escuras e claras; alteração no folículo piloso; queda de cabelo. Perceberam também, via exames microscópicos e cultura, grande quantidade de fungos da família cândida.

No caso dos jovens que apresentavam cabelos brancos, a perda precoce dos cabelos não se pode considerar natural, pois tais quedas não são características pessoais, herdadas, mesmo que haja casos na comunidade. Embora se preconize a teoria da hereditariedade como uma das causas principais da perda de cabelos, ainda que tenham antecedentes familiares, o indivíduo poderá apresentar suscetibilidade, predisposição, uma maior resistência, até mesmo porque não se trata de fator genético.

Outro aspecto observado é que, dos 41% dos pacientes que relacionaram o início da queda de cabelo com outra patogenesia orgânica, somente um apresentou distúrbio hormonal. No que se refere à cronicidade, evidencia-se pela manifestação através dos sintomas de caspas, seborréia, queda dos cabelos, que são periódicas e intermitentes, razão pela qual sua ação se faz de modo quase imperceptível: alternando período de quedas com períodos estacionados e assim sucessivamente.

Identi cou-se que as doenças capilares davam-se sempre da mesma forma, conservando as mesmas características em diferentes indivíduos e constituições, e não sendo hereditárias nem hormonais, mas transmissíveis via contato de pele ou de objetos contaminados de uso pessoal de portadores de alopecia.

Os sintomas de prurido e alterações no nível de pele com características de grande transmissibilidade, evolução crônica em períodos estacionários temporariamente, mas que estão sempre evoluindo, o que não regride espontaneamente. Portanto, não se pode enfatizar que seja por hereditariedade ou por causa hormonal.

De acordo com os resultados obtidos, os autores relatam que crêem que nenhuma teoria apresente uma explicação razoável a respeito da alopecia vulgar, pois tais resultados demonstram que as patologias do couro cabeludo, abordadas desde o seu estágio inicial como uma Pityriasis simples até uma calvície avançada são causadas por um tipo de micro-organismo passível de ser transmitido a outro indivíduo.

Veri caram ainda que os sintomas em nível de pele e cabelo, com caspa, espinhas e queda de cabelos apresentados são semelhantes aos sintomas externos da Psora, descritos por Hanheman.

FORMAS CLÁSSICAS DA ALOPECIA AREATA

Em placa única ou unifocal – nessa forma há uma única placa alopecica redonda ou ovalada lisa, na qual a coloração da pele se apresenta normal com pelos de aparência normal na periferia da placa, facilmente retirados por tração, podendo estar presentes típicos pelos peládicos.

Em placa múltipla ou multifocal – nessa forma ocorrem múltiplas placas alopécicas típicas afetando apenas o couro cabeludo ou também outras áreas pilosas.

O ásica – nesta a perda dos cabelos ocorre na linha de implantação temporooccipital, surgindo área alopecica extensa em faixa que atinge as margens inferiores do couro cabeludo.

Alopecia areata total – há perda total dos pêlos terminais do couro cabeludo sem acometimento dos demais pêlos corpóreos, mas podendo haver acometimento ungueal.

Alopecia areata universal – há perda total dos pêlos corpóreos sendo afetados o couro cabeludo, os cílios, supercílios, barba, bigode, axilas e áreas genitais. Em geral, ocorrem associadamente lesões ungueais variáveis.

Além desses padrões, existem apresentações atípicas das alopecias areatas:

Tipo sisaifo (o asis inversal) – a perda de cabelos atinge todo o couro cabeludo poupando suas margens inferiores, ao longo da linha de implantação temporoccipital, É a imagem clínica inversa da forma o ásica.

Tipo reticular – ocorrem múltiplas placas separadas por estreitas faixas de cabelos preservados, con gurando aspecto reticulado ao conjunto.

Tipo difusa – a perda de cabelos é aguda e difusa. Pode ser a forma inicial, principalmente em crianças e adolescentes ou pode surgir a partir de

formas emplacas. A maioria desses casos evolui para formas mais graves de alopecia areata total ou universal. Para esta forma o diagnóstico é mais difícil exigindo diagnose diferencial com de úvio telógeno agudo, alopecia androgenética e mesmo alopecia si lítica, necessitando em geral exames complementares até exame histopalógico mediante biopsia.

ESTUDO MIASMÁTICO: PSORA, SICOSE E LUETISMO.

PSORA

Para Hahnemann, a psora é uma doença contagiosa, crônica mais antiga, mais universal, mais destrutiva e não obstante a mais irreconhecida das doenças miasmática que há milhares de anos vem des gurando e torturando a humanidade e que nos últimos séculos tem se tornado a mãe de milhares de doenças incrivelmente variadas (agudas) e crônicas (não venéreas), pelas quais é mais e mais afetada a totalidade da raça humana civilizada na parte habitada do globo. Possui como uma de suas características o prurido, e, se negligenciada, a erupção externa possibilitará que se alastre pela pele, podendo ocorrer a insinuação de princípios mórbidos pelos vasos absorventes da massa humoral, infectando o sangue e outros líquidos, abafando a saúde.

Dentre todos os miasmas, a psora é a mais contagiosa de todas as doenças infecciosas, e para que ocorra o contágio é necessário apenas o contato com a epiderme. Em geral, é fácil o processo de contaminação, pois as vesículas que se manifestam na ação primária são as infectantes e em outras ocasiões relata o alto grau de contágio, pois o próprio médico se for psórico poderá inocular a doença no simples ato de tomar o pulso do enfermo, assim como um aperto de mão, a toalha de uso do enfermo são su cientes para transmitir a enfermidade. E, no estágio secundário, os agentes infecciosos, além de estarem contidos com suas toxinas no sangue, também se encontram disseminados pela pele.

No que se refere aos sintomas, estes são mais acentuados no período da manhã, ao despertar. O agravamento ocorre pela retenção ou diminuição da eliminação siológica.

Para melhor compreensão, relacionamos algumas reações primárias:

Medo ansioso;

Os emunctórios naturais são acionados havendo aumento dos gânglios do pescoço, exonerações no nível do aparelho respiratório com aparecimento de resfriados freqüentes, acessos de asmas etc., que nada mais são do que as reações do organismo na tentativa de eliminar a psora;

Fraqueza muscular com facilidade para o deslocamento das articulações e dores em geral;

Pode apresentar náuseas, disfunção intestinal com diarréias ou constipações e facilidades para se desenvolverem vermes intestinais, parasitas dérmicos e febre;

Estado de defesa e amuo dos de todas as eliminações;

O sistema mais sensível é a pele, que em geral é doentia, com várias alterações que podem variar de espinhas a erisipela, podendo atingir o couro cabeludo, e ocorrer in amações bacterianas;

A energia das estruturas celulares está em processo de diminuição gradual;

Agressividade controlada;

Funções mentais momentaneamente bloqueadas e outras.

No que se refere às reações orgânicas secundárias, os órgãos estão mais comprometidos. Havendo falha nos emunctórios naturais, outras partes do organismo serão acionadas, tais como:

dores nos olhos, sensibilidade à luz;

alteração na voz, irritação na garganta com acúmulo de muco;

a pele se altera apresentando grande sensibilidade, os músculos perdem a elasticidade, acidez, câimbras;

no peito, dores variadas, queimantes ou disritmias cardíacas;

aparelho urinário é acionado, procurando eliminar as substancias nociva, sofre graves alterações; aumentam ansiedade, irritações, melancolias, sustos;

sono perturbado, podendo ocorrer mudanças de conduta como cólera, horror ao trabalho etc..

SICOSE

É o miasma cuja fase física é a gonorréia. É a doença do go, que se manifesta primeiro nos órgãos genitais e às vezes nem sempre é acompanhada de uma espécie de gonorréia pela uretra, vários dias ou semanas, inclusive depois das infecções pelo coito. Para Egito, a causa determinante da sicose é a incapacidade do organismo manter o equilíbrio vital ao nível da psora.

São características apresentadas pela sicose:

Na pele, as células que secretam com a nalidade não emunctorial são as glândulas sebáceas, que, com sua funcionalidade exarcebada, dão origem à oleosidade com a modi cação do habitat, ocorrendo às lesões in amatórias de origem bacteriana, surgindo cravos, espinhas, lesões esfoliativas, herpes etc.. Ocorrem também proliferações tissulares controladas (tumores benignos) resultantes da compulsão exonerativa, verrugas, cistos.

No plano mental predominam descon ança, possessividade, ciúmes, racionalidade, defensividade, ditatoriedade, egolatria, arrogância, depreciação, introversão, empreendimento, labor.

Quanto ao agravamento, ocorre pela retenção,

pela repetição, pelas cirurgias e vacinas; re etindo na agressividade em todas as áreas do comportamento, sobretudo na sexual; o aumento de peso intempestivo, obesidades globais; bloqueios progressivos e lentos dos emunctórios importantes e do sistema da defesa imunológica, incapacidade de discernir certo do errado, medo projetivo irracional; assim também os processos in amatórios locais dolorosos se instalam em decorrência da ação bacteriana; derrames em várias partes do organismo; imaginação fértil, a principio, depois embotada; corrimentos de diferentes mucosas, após desenvolvimentos do processo proliferativo; facilidade em se entregar a trapaça, latrocínio, criminalidade.

SIFILINISMO

É a doença do cancro venéreo. O cancro aparece após um coito impuro, entre o 7º e14º dia, principalmente no membro infectado, a princípio como pústula que se transforma numa úlcera impura com bordas em relevo e dores aferroantes, a qual, se não for curada, permanece impassível no mesmo local.

A causa básica do si linismo é a incapacidade do organismo de manter-se em equilíbrio mediante os mecanismos psoricos ou sicóticos.

A pele é o palco de distúrbios lesionais sérios, lesões de fundo si línico como a psoríase e a esclerodermia, envolvendo o próprio tecido conjuntivo broso e o colágeno.

O agravamento se dá pela supressão de descargas pela transpiração, pelo ar, pelo horário, pelo tempo, clima.

Outras características do si linismo:

agressividade acentuada e tendência destrutiva, levando o individuo a criminalidade e autodestrutividade;

comprometimento funcional das células nervosas e cerebrais;

desagregação do intelecto atingindo o nível da inteligência e as áreas afetivo/emotivo com um estado de melancolia profunda;

distúrbios mentais;

excessos de todo o tipo, dinâmico, instável, intolerante;

o organismo apresenta alteração funcional acentuada e perturbações histo siológicas;

substituições nobres das funções por outras deterioradas;

aparecimento de úlceras, gangrenas, neurites periféricas com escoamento de uidos.

percepções alteradas, estados alucinatórios e delirantes;

facilmente dominado pela ambição, orgulho, necessidade de dinheiro ou afundamento na melancolia.

REMÉDIOS MIASMÁTICOS

Para melhor compreensão dos remédios miasmáticos, faz-se necessário esclarecer os seguintes conceitos. Miasma é também denominado de diátese, considerado restos energéticos relacionados ao adoecimento. Nosódio é o medicamento oriundo do material patológico de uma doença. Os remédios miasmáticos estão relacionados por ordem dos miasmas, nos quais se destacam algumas características dos sintomas de cada um dos remédios descritos a seguir:

PSORINUM

É o nosódio indicado no tratamento miasmático da psora, que apresenta os seguintes sintomas:

Desesperado devido ao prurido da pele;

Profundo sentimento de culpa;

Profunda tristeza que produz ansiedade com fortes pensamentos suicidas;

Se sente abandonado desamparado;

Esquece os lugares e também o que leu; péssima memória;

Transtorno por antecipação;

Grande sensibilidade ao frio, tendência a resfriar-se;

Todas as excrescências têm mal odor, seu corpo tem mal odor;

Grande debilidade ao menor esforço, sobretudo o mental;

Vertigem com cefaleia;

Costas úmidas e ulceradas, eczemas, erupções secas ou úmidas;

Otite com secreção purulenta e fétida;

Pele de aspecto sujo, brilhante, pálida, enfermiça;

Ulcerações e a as na língua;

Grande tendência às anginas;

Condilomas no pênis e prepúcio;

Menstruação irregular, escassa, uxo abundante e de odor intolerável;

Debilidade das articulações;

Transtorno por supressão e erupção da sarna, ou por aplicação local.

SULPHUR

É um remédio antipsórico, considerado um grande policresto, apresentando ainda outros sintomas a seguir:

Excita o sistema sanguíneo e desenvolve sua sensibilidade durante uma enfermidade crônica sua reação é torpida, leva a um recrudescencia dos fenômenos de reação ou aparecimento de sintomas antigos;

É útil após uma doença aguda prolongada, quando o doente não reage;

Tem sobre a pele uma ação geral positiva e persistente, parece buscar na superfície da pele todas as in amações internas e toxinas;

O ponto mais importante é a metástase vir do interior para o exterior ou vice versa, se houver uma in uência violenta que faça a afecção periférica se recolher;

A metástase essencial é a pele, parece que as partículas do metalóide buscam um caminho para o exterior nos locais de menor resistência (alças capilares que irrigam a derme sob a epiderme; glândulas sudoríparas e sebáceas, onde o suor se localiza e ca fétido,...).

Age sobre as mucosas de forma profunda;

Age no tecido linfóide, in amando e hipertroando os gânglios;

No aparelho circulatório, determina alterações congestivas variadas;

Age na circulação venosa, na vaso dilatação e na congestão venosa;

Cefaleias congestivas, com sintomas de congestão cerebral, obnubilação com náuseas e vômitos; Face amarelada, suja doentia;

A pele está coberta por cravos negros e pútridos, fétidez na pele, suores locais.

THUYA OCCIDENTALIS

É um remédio que tende a alterar a constituição

sicótica e a mudar o terreno no qual a doença se desenvolve. É considerado um remédio extremamente enérgico para combater conseqüências deploráveis de vacinação, da pequena varíola ou de qualquer intoxicação. E tem por características os seguintes sintomas:

Mentalmente, o indivíduo apresenta grande emotividade, sobretudo quando ouve música;

Inquietude por tudo e agitação;

Enfraquecimento intelectual;

A pele da face é oleosa com aspecto sujo, cravos no sulco nasolabial e no queixo, na raiz do nariz e nas sobrancelhas;

A pele tem aspecto sujo, viscoso, com manchas amarronzadas;

Excrescências carnudas, úmidas, pendiculares, fétidas;

Pensamentos e ideias xas, obsessivas;

Cansado da vida, aborrecido da vida;

Hiperprodução tissular em que aparecem verrugas, condilomas;

O couro cabeludo é coberto por escamas;

Os cabelos são secos, sem brilho, com caspas brancas e caem facilmente;

Transpiração com odor adocicado lembra o mel, às vezes, entretanto, forte e penetrante como alho; Lacrimejamento ao ar livre;

Pólipos brandos nos ouvidos;

Ulcerações dentro dos ouvidos, verrugas, etc;

Sensação de ter algo vivo no ventre;

Secreção uretral, blenorragia aguda ou crônica;

Câncer de útero;

Suores nas mãos;

Úlceras cancerosas e si líticas.

MEDORRHINUM

É um nosódio indicado no tratamento do miasma sicose, apresentando ainda os seguintes sintomas:

Esquecido, sua memória é muito de ciente; Sente-se culpado;

É hipersensível ao toque, a ruídos, contradição, má noticia;

Enxaquecas que melhoram a beira mar;

Surdez parcial e passageira com pulsação nos ouvidos;

Diarreia com fezes biliosas brancas aquosas;

Enureses noturnas com enorme quantidade de urina;

Poluções noturnas, intensas e freqüentes ereções dia e noite ou impotência;

Intensa inquietude nas pernas e pés;

Intenso calor ardente na coluna, inicia na nuca e estende-se ao cóccix;

Pele fria úmida e amarela;

Rói unhas;

Ressecamento e eletricidade dos cabelos, eles não cam escovados;

Uma sensação de perigo constante que o ameaça, mas não sabe o que é;

Não consegue falar sem chorar;

Apaixonado, necessita expressá-lo;

Estado de angústia constante;

Condilomas sangrentos;

Dores reumáticas nos ombros que vão do esquerdo ao direito, piora ao levantar o braço;

Grande sensibilidade à dor nas plantas dos pés.

SIFILINUM

É o nosódio indicado no tratamento miasmático da sí lis, muito e caz no tratamento dos vômitos violentos, persistentes, precedidos de náuseas mortais que se agravam pelo menor movimento, como:

Traumatismo em ossos, periósteo e tendões;

Indicado nas fraturas, facilita a formação de calo e diminui sensivelmente as dores picantes;

Cefaleia no occipício, vértex;

Traumatismo do globo ocular;

Hemorroidas sangrentas e in amadas;

Tem terror à noite por todos os seus sofrimentos; Sua memória é escassa, não pode recordar os nomes próprios das pessoas;

Lava constantemente as mãos como se fosse uma obsessão;

Chora quando fala de sua enfermidade, piora por ser consolado;

Mentiroso, nunca diz a verdade;

As dores são noturnas, iniciam ao escurecer e terminam ao amanhecer;

Indica-se si linum ainda que a similitude não

seja evidente, quando o remédio elegido falha na cura dos enfermos si líticos com antecedentes pessoais ou hereditários de sí lis;

Cefaleias profundas pioram à noite, cefaléias silíticas, grandes queda de cabelos;

Paralisia facial no lado direito, com di culdade para falar;

Ulcerações si líticas que ardem ou queimam;

Cardiopatias valvulares;

Cancros duros no pênis ou glande;

Úlceras na vulva e vagina;

Eczemas no tórax, herpes.

MERCURIUS SOLUBILIS

É remédio utilizado no tratamento miasmático da sí lis, com e cácia no tratamento de outros sintomas tais como:

Pode haver duas atitudes relacionadas a desejo e tendência a matar o outro e a si mesmo;

Sintoma motor: impulso agressivo-destrutivo;

Ansiedade de consciência;

Está sempre descontente com tudo;

Predisposição a todo o tipo de deformação e má formação, sejam físicas ou da alma;

Memória escassa e débil;

Principal remédio das in amações das glândulas salivares, sublinguais e submaxilares;

Comportamento frívolo, desobediente, mentiroso, lascivo;

O odor mercurial é ofensivo fétido;

Tendência destrutiva de tecidos, supressão e ulceração;

Supressão de excreções purulentas(otorréias), de picaduras de insetos, de intoxicação senical;

É doce, mas tem um animal por dentro;

Sintomas bucais característicos: sialorréia, hálito fétido, língua ácida e inchada com impressões dentárias nos bordos;

Nostalgia, agravação estando sós;

Hipersensibilidade aos ruídos, aos odores, a música;

Dores hepáticas agudas, frequentes, impedindo a respiração, piora estando deitado sobre o lado direito;

Congestão na cabeça; sente que ela vai explodir, plenitude no cérebro;

Transpiram muito no couro cabeludo;

Erupções e secreção repugnante, amarelo-esverdeada, erupções vesiculosas e pustulosas com tendência a ulceras.

REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS CALCAREA CARBONICA OU OSTREARUM

É um remédio constitucional designado para uma constituição gorda, tendendo a obesidade, que em geral apresenta a cor da pele branca, cor de giz. Disposição acentuada para apatia, principalmente nas crianças; é lento nos seus movimentos, preguiçoso, e este estado de apatia se deve a fraqueza, a falta de resistência, a uma fadiga após qualquer esforço.

O indivíduo é baixo, com cabelos claros, algumas vezes castanhos e olhos azuis, face pálida, com gânglios duros e hipertro ados, abdômen desen-

volvido, pele fresca e úmida, principalmente nas extremidades, pés e cabeça.

Sua ação é profunda nas trocas intersticiais dos tecidos, na esfera vegetativa, na nutrição dos leucócitos, no desenvolvimento dos ossos e medula, no aumento dos líquidos do organismo.

É útil na formação dos tubérculos, degenerações endurecimentos e calci cações ganglionares, além de outras características abaixo relacionadas:

Transpirações parciais, suores profusos na cabeça;

Sensível ao frio tem muita di culdade de xar a atenção e fadiga rápida produzida pelo exercício mental;

Temeroso, ansioso, tem desgosto pela vida;

Tem medo de loucura e está persuadido de que vai enlouquecer;

Ideias desagradáveis o assaltam quando inicia o sono;

Erupções secas e úmidas muito pruriginosas no couro cabeludo;

Transpiração abundante na cabeça à noite durante o sono;

Sensação de frio interno e externo nas diferentes partes da cabeça, sobretudo a direita como se um pedaço de gelo estivesse aplicado sobre elas.

CALCAREA FLUORICA NATURALIS

É um remédio indicado para indivíduos de constituição média ou pequena, com tecidos rmes e tez morena. Seu esqueleto se desenvolve no sentido anteroposterior, tem dolicocefalia e com freqüência prognatismo de uma ou duas maxilas. Os dentes são pequenos, manchados, com implantação irregular. Os ossos são rugosos, deformados,

delgados e os dedos são nos e alongados.

É útil em todos os problemas que são conseqüentes ao relaxamento de certas bras elásticas, estando incluída a dilatação dos vasos sanguíneos, tumores vasculares, hemorróidas, varizes, ptose dos órgãos abdominais, deslocamentos uterinos, ptoses renais, má nutrição óssea e principalmente dos dentes, certas exostoses após um traumatismo, gânglios endurecidos ou muito duros, de uma consistência pétrea.

É o elemento que preside a rigidez do osso e resistência da bra elástica, apresentando outros sintomas a seguir:

ansioso e desencorajado;

exostose dos ossos do crânio;

boca seca, grande secura da garganta;

endurecimento dos testículos;

prolapso uterino com sensação de peso;

dilatação das artérias e veias;

eczema escamoso com espessamento e fendas na pele;

úlceras fístulas, indolentes, secretam pus amarelo e espesso.

CALCAREA PHOSPHORICA

É um remédio constitucional que age melhor nos indivíduos grandes, magros, espigados, com tez, olhos e cabelos castanhos ou claros, com movimentos vivos, pele delicada e rosada, cabelos macios e sedosos, com cílios longos.

É o medicamento dos enfermos que têm desequilíbrio de suas moléculas em alguma região do corpo, e isto ocorre nas fraturas com consolidação tardia, no desenvolvimento anormal pela nutrição defeituosa de um osso ou de outro teci-

do, que é o que encontramos no raquitismo ou doença similar.

É útil durante a dentição, nos casos de convulsões em crianças débeis, escrofulosas, já que estimula a nutrição. Pode ser indicado após uma contrariedade, desgosto ou desilusão, bem como em outros sintomas como:

cefaléias em nível das suturas: o remédio tem anidade pelo tecido ósseo desta região e das sínses;

couro cabeludo doloroso e tenso, entorpecimento e prurido a noite;

úlceras escrofulosas na cabeça;

placas de calvície;

sintomas pulmonares associados a uma fístula anal;

incontinência urinaria noturna e debilidade geral;

reumatismo gotoso, piora a noite e pelo tempo ruim;

pele seca fria enrugada;

eczemas com crostas amareladas, brancas vesiculosas, cloróticos, gotosos ou escrofulosos;

herpes agudos ou crônico com prurido.

OUTROS REMÉDIOS UTILIZADOS

NO TRATAMENTO DA ALOPECIA

mente anulada. Sua atuação é bastante e caz no tratamento dos sintomas a seguir:

agitação, ansiedade e prostração;

prostração profunda e rápida que aparece bruscamente quando o doente parecia estar em perfeita saúde;

melhoria de todos os sintomas do corpo envolvendo-o de forma que o aqueçamos, e as afecções cefálicas melhoram pelo frio, com exceção das enfermidades externas da cabeça, que são o resto dos sintomas queimantes de arsenicum álbum, melhorando com o calor;

melancolia tristeza, medo de fantasmas, do escuro, da solidão e da morte;

sono agitado e não reparador;

prurido intolerável no couro cabeludo, seborréia seca, queda de cabelo, particularmente na parte anterior. Queimação e prurido noturno, pequenos locais redondos de calvície, sensíveis, ao nível das quais a pele é suja, recoberta por escamas; face inchada pálida, amarelada, caquética, com traços fundos, marcados, frias as vezes úmidas, pode ter expressão agônica;

sensação de constrição ao nível cardíaco; pele seca como pergaminho, enrugada, descamante, com prurido, dores queimantes, pústulas, erupções diversas, edema etc..

BARYTA CARBONICA

ARSENICUM ALBUM

É o medicamento cuja esfera de ação engloba todas as partes do organismo e sua localização é eletiva no sistema simpático, afetando nervos vasomotores. É o medicamento dos indivíduos enfraquecidos, cuja resistência vital está pratica-

É um medicamento útil no tratamento das crianças escrofulosas que estão física e intelectualmente atrasadas, baixas, não crescem normalmente, o desenvolvimento não é harmonioso, têm facilmente o almia escrofulosa, abdômen aumentado, resfriam facilmente e têm amígdalas muito hipertro adas. Sua área de ação abrange outros sintomas a seguir:

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fraqueza mental, o doente é irresoluto, não cona em si mesmo;

desgosto por coisas sem importância, espírito confuso;

cabeça pesada, parece vazia, com sonolência;

sensação de que o cérebro está “solto na cabeça”; grande sensibilidade do couro cabeludo, com erupções úmidas e secas;,

amigdalites constantes com tendência a supuração, coriza e laringite, a menor queda de temperatura é su ciente para resfriá-lo;

brônquios e peito repletos de muco, mas não pode expectorar;

é um bom remédio do aneurisma de aorta e da hipertensão simples;

eczemas nas orelhas e no escroto, erupção seca do couro cabeludo, queda dos cabelos, calvície;

pele doentia, di culdade na cicatrização das feridas.

CARBO VEGETABILIS

É um medicamento trimiasmático indicado aos indivíduos caquéticos, cuja força vital está enfraquecida, quando a doença atual é conseqüência de uma afecção anterior que preparou o terreno deprimindo o doente. Sua ação abrange também outros sintomas a seguir:

fraqueza, debilidade extrema, colapso;

secreções fétidas, pútridas ácidas, escoriantes, purulentas, ulcerações e gangrena;

cefaleia occipital, sensação de cabeça cheia túrgida e distendida, tem a impressão de que seu couro cabeludo é muito estreito;

cefaléia que se agrava pela pressão do chapéu que

mesmo sendo o mais leve possível lhe dá a sensação de grande peso;

erupções no couro cabeludo, queda de cabelos em punhados;

estado de ansiedade, angústia como se estivesse possuído, ansiedade fechando os olhos, deitando-se à noite, ao levantar-se. Facilmente amedrontado tem medo de fantasma e aversão ao escuro;

fácies hipocrática, amarela, cinzenta, face e suores frios; ação marcante, é seu poder de causar e curar as dores devido à atulência excessiva do estomago; é um bom medicamento para o início da coqueluche, quando o paciente estiver confuso, quando a tosse não for su ciente característica para indicar o remédio ou quando se desenvolve parcialmente;

fraqueza em todo o sistema vascular;

úlceras indolentes que sangram facilmente, com dores ardentes, piora à noite, com secreção purulenta e fétida;

escaras nos doentes acamados por um tempo prolongado.

FLUORICUM ACIDUM

É um medicamento que age nos tecidos inferiores do corpo, músculos, ossos, pele e fâneros, mas também exerce sobre o tecido ósseo uma ação profunda. É indicado nas cáries ósseas, principalmente na dos ossos longos, necroses temporomastoidianas, fístulas dentárias que são acompanhadas de supuração com necrose de liquido escoriante. Sua ação abrange também outros sintomas a seguir:

sensação de calor, de queimação ácida;

exaltação e alegria, indiferente pelos que ama;

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reticente e silencioso, ca sentado no seu canto sem falar;

sensação de torpor no couro cabeludo, os cabelos perdem o brilho, se fundem, se quebram, caem, alopecia;

os músculos da face estão sempre em movimento;

calor no estômago antes de comer;

sensação como se um sopro de ar passasse através dos olhos;

as veias tornam-se varicosas em qualquer parte do corpo: hemorróidas, que se tornam salientes após a evacuação e, sobretudo nos membros inferiores;

sensação de queimação na planta dos pés;

as unhas têm seu crescimento afetado, estão ssuradas e deformadas, crescem rápido, estão espessas em certos locais e nas em outros;

dores ardentes circunscritas em diversos lugares da pele. Pele endurecida, com erupções cutâneas diversas;

prurido na cabeça, sobrancelhas, pálpebras, na face posterior do corpo, nas costas se agrava a noite ou aparece pela manhã e a tarde.

GRAPHITES

É também considerado um trimiasmático e sua principal ação é a pele, onde produz erupções, ssuras e lesões de diferentes tipos. Secreções mucosas, gelatinosas, de aspecto e características algumas vezes fétidas, mas destaca-se ação importante no sistema venoso, produzindo alterações na circulação venosa abdominal, principalmente na veia porta, onde aparece a estase, que leva a alterações profundas, inicialmente da plasticidade e depois da nutrição. É indicado aos indivíduos que apresentam sintomas como:

excitação, tristeza e melancolia, angústia e apreensão;

lesões cutâneas com exsudato de liquido espesso como mel;

unhas quebradiças, deformada, esfarelando-se, dolorosas e espessas;

sensação de frio no corpo com calafrios;

ansioso, agitado tem sensação de aperto no coração com uma apreensão, como se fosse morrer, como se estivesse ameaçado por uma grande desgraça, com cefaléias, náuseas e suores;

face amarelada, pálida, com círculos escuros ao redor dos olhos;

erupções úmidas ao redor do nariz, boca e queixo;

atulência e cãibras;

narinas ulceradas, escoriadas, ssuradas, crostas secas no nariz;

pele seca com ausência de transpiração, os pés podem apresentar transpiração fétida;

erupções nas dobras do cotovelo, axilas, cavo poplíteo, nos cantos da boca e dos olhos, atrás das orelhas e no couro cabeludo;

erupções vesiculosas como herpes zoster;

cabelos também crescem duros, quebram e caem com facilidade, não chegam a car compri-dos já que logo após nascer quebram ao serem penteados;

erisipela da face com dor ardente e queimante.

KALI CARBONICUM

Age no sistema nervoso deprimindo-o profun-

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damente, mas a sua ação abrange também os seguintes sintomas:

temperamento leuco egmático, indivíduo sem vigor, sempre fatigados;

intensa fraqueza e hipersensibilidade;

humor variável, às vezes triste, às vezes alegre, a menor alteração o deixa triste, mudando de humor;

desencorajado, muito deprimido, resmungão e nervoso;

intensa secura no couro cabeludo, com queda dos cabelos. Sensação de plenitude na cabeça como se estivesse intoxicado, que um corpo se move dentro do crânio;

a face pode estar amarelada e doentia, com olheiras e abatimento, às vezes, a palidez se alterna com forte vermelhidão;

grande acumulo de muco na garganta;

intensa atulência gástrica;

é indicado na bronquite, pneumonia e tuberculose quando houver os sinais patognomônicos dos remédios;

sensação de que o coração está suspenso por um o;

é indicado na endocardite e pericardite, quando as dores características do remédio, mas não deve ser dado precocemente, mas quando as válvulas cardíacas estiverem afetadas de nitivamente;

pele seca com impossibilidade de transpirar;

sensação de ardor, prurido ardente e lancinante na pele, pele seca e ardente como se um cata-plasma de mostarda fosse aplicado;

erupções de pequenas espinhas no corpo, princi-

palmente no abdômen e nos seios, com prurido e ardor. Inchaço azulado, frieiras vermelho azuladas.

LYCOPODIUM CLAVATUM

É indicado especialmente nas enfermidades crônicas que aumentam progressivamente. Determina enfraquecimento geral, mas afeta principalmente o aparelho digestivo e seus anexos. Age como um depressor geral do sistema nervoso, é um emotivo, medroso, muito sensível, facilmente irritável, com fraqueza e fadiga mental.

Sua linha de ação abrange sintomas tais como:

ditatorial dominador e melancólico;

queda abundante de cabelo, alopecias localizadas; eczemas do couro cabeludo com secreção atrás das orelhas;

cefaléias periódicas relacionadas com alterações gástricas, se passar a hora de comer tem cefaleia; não suporta roupa apertada no abdômen;

herpes crostoso e pruriginosos nas comissuras labiais;

apetite intenso que é saciado rapidamente, alterna sensação de saciedade com fome;

é o principal remédio para os cálculos urinários como grãos de areia, que se depositam no fundo de uma urina clara, no início da crise;

hemiopia vertical, só vê a metade esquerda dos objetos, principalmente com o olho direito;

boca e língua secas, sem sede;

é um bom medicamento para as in amações de faringe, desde uma simples in amação até a difteria;

intensa distensão abdominal, atulência excessiva;

impotência após excesso sexual ou onanismo;

violenta dispnéia com batimentos das asas do nariz;

gota crônica com depósito calcário nas articulações.

NATRUM MURIATICUM

É indicado como medicamento para catarro mucoso com secreção mucosa anormal, mais em quantidade do que em qualidade. Porém, sua linha de ação atinge sintomas que afetam profundamente a nutrição geral do individuo, podendo chegar a entravar a assimilação de aumentar a desassimilação.

Atua no tratamento de vários outros sintomas tais como:

indivíduos que têm grande depressão mental, tristeza e melancolia, sensação importante de desespero, medo do futuro e de tudo;

irritabilidade extrema com cólera fácil, por um nada, não suporta ser contrariado;

cefaléias com dores como se mil martelos batessem no cérebro;

cefaléias causadas por fadiga ocular após horas de estudo ou de trabalhos com agulha;

face terrosa, pálida ou amarela com acne, a pele é oleosa e suja, que nenhuma limpeza com- segue melhorar;

rinorréia, asas nasais inchadas, escoriadas com pústulas e crostas nas bordas nasais e no sulco naso labial;

sensação de cabelo na língua;

violentas palpitações cardíacas com sensação de desmaios freqüentes, pelo movimento ou pelo pouco esforço;

acne, sobretudo na fronte, no local da implantação do cabelo, atrás das orelhas, na nuca, nas pregas articulares;

doenças crônicas na pele, erupções e urticárias; espinhas, ampolas e vesículas com líquido aquoso claro;

cabelo seco, fraco, quebradiço, com tendência a queda, sobretudo na fronte e nas têmporas;

depressão mental, tristeza, desencorajado, fraqueza intelectual;

erupção pruriginosa na borda do couro cabeludo, no limite do implante do cabelo na fronte e na nuca, abundante queda de cabelo.

PHOSPHORICUM ACIDUM

Age profundamente no organismo. Afeta o sistema nervoso, sendo o resultado desta ação uma intensa prostração, fraqueza. A debilidade comum aos ácidos é encontrada aqui de forma muito marcada:

age no tecido ósseo hepático e renal, tendo ação semelhante à de phosphorus;

intensa fraqueza mental;

o cabelo embranquece precocemente e cai;

cabeça pesada com sensação de confusão, dores de esmagamento e pressão dolorosa no vértex, que agravam pelos movimentos e pelo ruído;

face pálida e terrosa, com olhos encovados, com olheiras azuladas, sensação de tensão na pele com por albumina seca;

fermentação e digestão, borborigmos ruidosos e gases;

aversão ao pão e ao café;

rouquidão com sensação de prurido na laringe;

sensação de formigamento em várias regiões da pele, espinhas, acne e furúnculos, úlceras com secreção de pus opaco;

grandes placas violentas, extravasamento de sangue dos capilares, equimoses, que podem se ulcerar.

PHOSPORUS

Age no sistema nervoso. Afeta os dois centros, o cerebral e a medula, produzindo amolecimento e atro a com seus sintomas concomitantes: prostração, tremores, entorpecimento e paralisia. Age profundamente nas mucosas e nos ossos, produzindo cáries e necrose, bem como em indivíduos que apresentam sintomas tais como:

agitação e nervosismo, o enfermo não pode permanecer sentado tranqüilo por um momento, está sempre fatigado, necessita repouso e ca melhor após dormir;

irritabilidade e grande prostração mental e física, após o menor esforço;

cefaléias congestivas, periódicas causadas pelo trabalho mental;

cefaléias agravam pelo ruído, luz, movimento e calor, melhoram pelo frio e repouso agrava quando o doente está deitado, é obrigado a permanecer sentado, comprimindo as mãos com a cabeça e fazendo aplicações frias;

cáries e necroses nos ossos da face, principalmente do maxilar;

visão alterada se enfraquece pela leitura;

mielite, amolecimento da medula, paralisia espinhal progressiva;

vários tipos de erupção da pele, em geral são secas e descamativas, as feridas, mesmo quando su-

per ciais, sangram muito, hemo lia;

couro cabeludo coberto por películas, o cabelo cai em placas e em geral é neste lugar que observamos a erupção escamosa, dores no couro cabeludo como se arrancassem os cabelos.

a pele é sede das in amações, tem acnes, dermatoses, manchas amarronzadas como as de natureza si lítica, principalmente no tórax, pode apresentar manchas hepática marrom amarelada.

SILICIA

É um remédio trimiasmático, cujo processo de assimilação ocorre pelos tecidos mais diversos: tecido venoso, cutâneo, ganglionar, ósseo, bras elásticas, aparelho respiratório e sistema vascular. É indicado nas supurações indolentes, tórpidas, não necessariamente malignas, mas que tendem a croni car-se.

Pessoas que têm por similimum este remédio em geral são tímidas, ansiosas, covardes, a mente está fatigada, têm di culdade para re etir e xar sua atenção; devem ser estimuladas e fatigam-se facilmente mental e sicamente; também são desencorajadas e apresentam aversão pela vida, além de outros sintomas como:

couro cabeludo sensível, dolorido e pruriginoso. Pode ter erupções úmidas, eczematosas e descamações. Queda de cabelo. Erupção ofensiva do couro cabeludo, principalmente na região do occipício. Transpiração na cabeça como se estivesse aquecido por roupas, fontanelas abertas;

é um bom remédio para os hordéolos.

é precioso na cura das o almologias escrofulosas com iminente perfuração córnea,

face pálida, serosa, aspecto cansado, feridas na pele principalmente nas asas nasais e os lábios estão ssurados;

quando o indivíduo faz esforço mesmo que seja

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leve transpira na face e a parte inferior do corpo está praticamente seca;

dentes desgastados por alteração do esmalte; as unhas estão enrugadas, cinzas, sujas, quebradiças, deformadas, com manchas brancas, panarício;

sensibilidade dolorosa na pele, que é fria e doentia, com tendência a supuração, o menor ferimento tende a supurar;

pele seca, lisa, mas com placas de ptiríase espaçadas que servem de base para vesículas, pápulas e crostas herpéticas quando a afecção está mais avançada. Há falta de líquidos nutritivos e a pele não pode recompor-se: a plasticidade diminui, os cabelos caem e o couro cabeludo é coberto de películas purpuráceas;

suor ofensivo nos pés, axilas e nas mãos. Começa a transpirar quando inicia o sono.

SELENIUM

É indicado no tratamento de indivíduos muito esquecido, mas que, quando dorme, sonha com o que havia esquecido. Sua linha de ação abrange sintomas como:

grande esgotamento físico e mental;

agravação por corrente de ar, por excesso sexual; queda dos pelos de todo corpo: cabeça, cílios, bigodes, barbas e genital;

desejos de bebidas alcoólicas especialmente na fase pré-menstrual;

tensão e contração do couro cabeludo, queda de cabelo que dói ao ser tocado;

treme os músculos da face;

pulsação no ventre, piora depois de comer;

constipação com desejos freqüentes e infecções;

impotência com pensamentos eróticos e ausência de emoção;

poluções noturnas, debilidade ou irritabilidade depois do coito;

tuberculoses laríngeas;

dores reumáticas nos membros;

suores copiosos.

ZINCUM METALLICUM

É um elemento químico essencial para as pessoas; intervém no metabolismo de proteínas e ácido nucléicos; estimula atividade de mais de cem enzimas, colabora no bom funcionamento do sistema imunológico. É necessário para cicatrização dos ferimentos, intervém nas percepções do sabor e olfato e na síntese do ADN.

A de ciência de zinco pode produzir retardamento no crescimento, perda de cabelo, diarréias, impotência sexual, lesões oculares e de pele, aumento do tempo de cicatrização de ferimentos e anomalias no sentido do olfato.

Age sobre o conjunto do sistema simpático e cérebro espinhal, contudo, sua ação principal é sobre o plexo do tronco e do baixo ventre, assim como nos feixes nervosos, que distribuem movimento e sensibilidade ao aparelho locomotor.

É o remédio das nevroses, principalmente as do coração e dos pulmões. Age também sobre o sistema nervoso, e sua in uência determina uma grande depressão.

Aumenta a potência que o sistema nervoso tem em fornecer a energia necessária para que o organismo se mantenha saudável, é por outro lado, um remédio inestimável quando o doente, pela extrema fraqueza, não consegue desenvolver uma determinada enfermidade. Além dos sinto-

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mas a seguir:

sensação violenta e incessante dos pés ou membros inferiores, deve movê-los sem parar;

o espírito é fraco e o indivíduo está cansado e esgotado, a memória é fraca, ele é esquecido, repete todas as perguntas antes de respondê-las;

variabilidade excessiva de humor, alternância entre alegria e tristeza, desespero e calma, co- lera e pusilanimidade;

queda de cabelo com sensibilidade do couro cabeludo;

face pálida, terrosa, caquética com alternância passageiras de vermelhidões, escoriações nas comissuras dos lábios, que estão secos e inchados;

anorexia alternada com fome canina;

mal de Parkinson;

sensação de ardor por toda a coluna vertebral;

prurido geral ao entardecer e a noite na cama. Sensação de insetos correndo sobre a pele;

eczema úmido, transpiração rasgante, tendência a cronicidade das erupções, vermelhidões na pele, como por frieiras dolorosas.

USTILAGO

É um medicamento indicado em casos de grande depressão, chora com frequência, não tolera ver e nem falar nada, bem como em situações em que a pessoa apresenta sintomas como:

perda de cabelos e unhas;

cefaléia frontal de manhã ou ao anoitecer com ardor, mal estar;

couro cabeludo seco, queda de cabelo, crosta láctea;

impetigo com secreção serosa;

pele seca e quente;

erupções pruriginosas pioram de noite abscessos na nuca, infecções destrutivas e dolorosas das unhas.

CONCLUSÃO

O estudo da alopecia areata propicia a re exão sobre o comportamento do ser humano em vários aspectos. Primeiro, a tensão emocional decorrente da angústia existencial predominante nos estados emocionais do individuo quando em estado de tristeza, depressão, agitação, medo etc. Segundo, que o medo gera insegurança, induz o ser a um estado de expectativa diante de situações que exijam a tomada de decisões. Se o indivíduo está sob essas manifestações emocionais e psicológicas, terá di culdade para enfrentar as situações diárias que requerem ação, ou seja, deixar a comodidade para aventurar-se em outras situações que lhe são desconhecidas.

Nessas condições, o ser humano apresenta reações exacerbadas, que de certa forma interferem no funcionamento celular, sobrecarregando-as principalmente as células nervosas provocando assim o desequilíbrio.

O ser humano, quando em face de situação estranha ou de perigo que ameace o bem estar de todo o seu complexo orgânico, ocorre de imediato uma reação do organismo para deter a ação do agente estranho causador desse "perigo", que consequentemente irá re etir na atividade de cada órgão, que, para manterem o sistema em funcionamento, alteram suas funções fazendo com que o indivíduo expresse no seu próprio corpo essa carga energética negativa, desestruturando o funcionamento das células propiciando a enfermidade se instalar silenciosamente e se mantendo meio que adormecida ao longo do tempo.

Em um dado momento ou instante da vida, essa

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enfermidade se manifesta, e o indivíduo, meio que atordoado, não se dá conta de que já é portador de tal enfermidade, se acomoda ou se justi ca: estou sob estresse, é hereditário, meu pai era calvo etc., quando decide ir ao médico ou terapeuta para compreender o problema e obter possíveis soluções, encontra di culdade pelo fato de a doença já estar instalada, além do imediatismo para obter a cura, e tudo isto contribui para que a cura tão almejada se distancie.

Como no caso da alopecia areata, que apresenta na sua sintomatologia, escamações de pele, prurido, alteração no couro cabeludo até a queda do cabelo, ainda assim os portadores desta enfermidade não se dão conta da gravidade do problema, e tentam utilizar soluções paliativas para uma situação que exige um diagnóstico preciso para determinar a causa das alterações ocorridas no couro cabeludo bem como o acompanhamento de todo o tratamento.

Entretanto, para que se compreenda de que forma a tensão emocional interfere no bem estar do ser humano, é necessário fazer a leitura de todo organismo do ser humano na sua totalidade, e interpretar o signi cado da simbologia inserida nos sintomas apresentados, que se traduz num novo olhar para a doença.

Dahlke (2007) vê nos sintomas da doença uma oportunidade de desenvolvimento do próprio ser. Ele cita que o cabelo tem uma linguagem variada que se traduz em símbolos de liberdade, de poder, independência, vitalidade. E ao analisar a queda de cabelo quando acompanhada da formação de caspa deve-se pensar no simbolismo de muda, e em questões que se referem a negligência em se despir da velha pele e de se permitir o crescimento de uma nova.

Para Dahlke, alopecia areata signi ca livrar-se de velhas estruturas superadas e permitir que novos impulsos surjam em seu lugar. Nesse contexto, vale a pena observar os sintomas com carinho, esgotar todos os recursos disponíveis para melhor avaliar os sintomas apresentados, exames clínicos,

físicos, etc. Dependendo da gravidade dos sintomas, sugere-se que se vá ao médico para se submeter aos exames clínicos, dando continuidade ao tratamento homeopático, pois a anamnese, seguida da repertorização irá indicar qual a melhor medicação para o caso. Além disso, é necessário ao terapeuta homeopático se permitir um olhar especial, diferenciado para que se possa obter mais informações do comportamento, da maneira de pensar e agir do seu paciente e se permitir acompanhá-lo com zelo e acuidade, o que lhe propiciará traçar um diagnóstico ou per l que possibilitará indicar o tratamento mais adequado aos sintomas apresentados tratando-os todos em conjunto com o miasma predominante. Acima de tudo, procurar decifrar qual é a mensagem simbólica que há atrás dos sintomas da doença e, se possível, fazer uma leitura dos sintomas emocionais, psicológicos em evidência, propiciando a cura suave e duradoura, preconizada por Dr. Hahnemann.

Após re etir e analisar todas as informações obtidas sobre alopecia neste trabalho, creio que pela peculiaridade com que se instala e também pelas condições emocionais, psicológicas e físicas dos portadores, não é aconselhável determinar que seja de origem hereditária ou por algum distúrbio hormonal etc.. É necessário mais pesquisa, pois sabe-se que todos os sintomas indicam a vibração do paciente no miasma psora, diversi cando as várias fases de instalação da enfermidade.

Para que se possa entender esta doença, creio que cada homeopata poderá contribuir registrando as suas observações referentes aos pacientes portadores de alopecia atendidos e partilhar com outros colegas, pois só assim será possível registrar as múltiplas nuances de sua instalação no campo anatômico e psicoemocional do paciente, bem como identi car a medicação preponderante no seu tratamento.

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http//www.scielo.br/scielo.php?script

BVS Homeopatia - http://homeopatia.bvs.br

Base de dados para pesquisa em Homeopatia.

Homéopathe International - http://www.homeoint.org

Página em francês com artigos e biogra as voltadas para a área.

Homeopathy Research Evidence Base - http://www.homeopathyworks.com/content/Homeopathy%20Research%20Evidence%20Base%2010.9.15.pdf

Referências teóricas para estudos homeopáticos.

BVS Pesquisa em bases de dados - http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&base=HomeoIndex&lang=p&form=F Banco de dados bibliográ cos sobre Homeopatia.

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