

Estudos
Publicação Digital Quadrimestral Gratuita
Uma realização do Grupo Livre de Terapeutas Homeopatas do Centro-Oeste

ANAIS DO 6º SABERTH
HOMEOPATIA NA SÍNDROME DO PÂNICO
MAIS UMA CONQUISTA FENAPICS MANEJO HOMEOPÁTICO DE SANGRAMENTO UTERINO
Ano 9 N° 24 Abril/2025
Editorial
O mundo atual enfrenta desafios gravíssimos, nos quais até mesmo a noção de Humanidade, em seu sentido filosófico profundo, sofre imensos abalos, diante da indiferença, do capitalismo desenfreado, das imensas desigualdades e injustiças sociais, além da exposição cada vez mais contundente das feridas imensas sofridas pela Natureza, a partir da desenfreada ação humana sobre o planeta.
Nesse cenário tão conturbado, as terapias integrativas avançam devagar, providenciando bem-estar, socorro qualificado e generoso, presença humana, inclusive quando não se vê saída para o locus das dificuldades que nos assolam por todos os lados, atingindo todos os continentes.
A Homeopatia é parte dessas terapias, e nossa missão é divulgá-la, por todos os meios cabíveis e necessários, como direito cidadão de acesso à saúde integral e patrimônio da Humanidade, para universalizar as informações a respeito dela e o acesso de todos a essa possibilidade de construção e manutenção de uma saúde profunda e duradoura.
Abrindo as edições de 2025, nossa equipe reitera seus propósitos e solicita que cada vez mais apoiadores validem este veículo informacional-científico-educacional, para que ele seja o portador de boas novas e boas práticas, por onde passar.
Bem-vindos à vigésima quarta edição, e que venham ainda muitas outras!
A editora Grupo Livre de Terapeutas Homeopatas do Centro-Oeste revistadeestudoshomeopaticos@gmail.com
Mantenedores da Revista de Estudos Homeopáticos
1. Alessandra Lourenço dos Santos
2. Ana Doris da Silva
3. Andréa Machado
4. Artemiza S. Coelho
5. Agda Maria de Freitas
6. Barbara K.R.S. Prandini
7. Beatriz Nunes
8. Bruna Salvate de Assis
9. Cassia Regina da Silva
10. Caroline Cabral Macedo
11. Cristina Ribeiro Rodrigues
12. Edite Lopes de Souza
13. Fernanda Katsuragi
14. Francisca das Chagas Silva
15. George Vithoulkas
16. Jacira Ferreira Curvelo
17.José de Assis Marques
18. Karla Rubia dos S. Silva
19. Lourdes C. Prado
20. Ludmilla Lemos
21. Maria Tereza Menezes
22. Maria Helena A.C. Nunes
23. Maria Mendes da Costa Oliveira
24. Moacir W.S. Ferreira
25. Osmar José Ferreira
26. Osvaldo A. T. P. Dantas
27. Perônica Pires
28. Priscila Gomes S. Silva
29. Rita Oliva S. Abreu
30. Ramon Lobo Gomes
31. Ronaldo Licínio de Miranda
32. Regina Beatriz Bernd
33. Regina Medeiros
34. Ruiz Homeopatia
35. Sebastião Marcos Spolidoro
36. Sebastião Alves de S. Sobrinho
37. Suécia Maria M. Damasceno
38. Sheila da Costa Oliveira
39. Sheila Gutierrez Borges Damazo
40. Vanessa Cristina Rescia
41. Virgínia Goulart B. Stefanichen
42. Wilson Pires
Nossa Revista é mantida com contribuições voluntárias. Quer se tornar também um mantenedor e auxiliar a divulgar a Homeopatia? Envie uma mensagem para revistadeestudoshomeopaticos@gmail.com ou WhatsApp para (61) 99934-5001 e lhe enviaremos o termo de adesão. Sua colaboração garante o sucesso desta publicação!
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O objetivo dessa Revista é divulgar ao máximo a ciência/arte da Homeopatia, para democratizar o acesso às terapias integrativas e fortalecer a rede de terapeutas homeopatas do Centro-Oeste, bem como os prestadores de serviço correlatos a esta importante área de atuação.
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Fraternalmente, nossa gratidão. Brasília, ..................... de....................................................... de 20____.
Carta do Leitor
André Santos, Uruana, GO
Chegou até aqui essa Revista, na capital da melancia. Estamos usando homeopatia em algumas plantações, pra ver o resultado, graças ao que lemos nas Notícias... Belo trabalho!
Marilaine Gouveia, MG
Sei que a Revista é digital e gratuita, mas fica LINDAAAA demais impressa! Sempre baixo as edições e depois imprimo. Uma beleza ler assim!
Jornalista Responsável
Angélica Calheiros
Editora-Executiva
Sheila da Costa Oliveira
Conselho Editorial Ramon Lobo
Sheila da Costa Oliveira
Angélica Calheiros
Projeto Gráfico e Diagramação
Karine Santos
Redatores Angélica Calheiros
Grupo Livre de Terapeutas Homeopatas do Centro-Oeste
Revisão
Sheila da Costa Oliveira
Contato
Email: revistadeestudoshomeopaticos@gmail.com
EDITORIAL 2
ÍNDICE
TERMO DE ADESÃO AO QUADRO DE MANTENEDORES 4
CARTA DO LEITOR 5
André Santos, Uruana, GO
Marilaine Gouveia, MG
EXPEDIENTE 6
SUMÁRIO 7
PRIMEIRA PARTE: HOMEOPATIA E NÓS 8
DIÁRIO DE BORDO 10
VALE A PENA LER 12
NOTÍCIAS 14
Brasil 14
Em Minas Gerais (MG), curso de extensão reúne conhecimento sobre homeopatia, plantas medicinais e agroecologia 14
Goiânia-GO tem a única unidade de saúde pública do Brasil a oferecer tratamentos
alternativos e complementares 15
Dia Nacional da Homeopatia: Filme “Introducing Homeopathy” foi exibido no Brasil em celebração à data 16
Nota de pesar do Conselho Médico de Medicina do Estado do Paraná (CRM-PR) 17
Mundo 18
Tratamento homeopático beneficia pacientes que não podem fazer transplante 18 Associação Médica Indiana, que acusou o governo de tentar promover a “patia cruzada” 19
Empresa divulga relatório sobre crescimento da homeopatia no mercado global 20
COM A FALA, OS ATENDIDOS 22
Isabella da silveira Amaral 22
Maria Antonia Vargas Cabral 23
HOMEOPATIA A NOSSO FAVOR 24
Tratamento de Síndrome do Pânico 204
ENTREVISTA 26
Farmácia Homeopática: Especificidades, dificuldades e oportunidades 26
SEGUNDA PARTE: HOMEOPATIA TAMBÉM É CIÊNCIA 30
APRENDENDO COM VITHOULKAS: 32
CURANDO COM... Aconitum napellus 36
NARRATIVAS TERAPÊUTICAS 40
PÁGINA DA FENAPICS – FEDERAÇÃO NACIONAL DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E
EM SAÚDE 58
Primeira Parte HOMEOPATIA E NÓS
Revista de Estudos HOMEOPÁTICOS
DIÁRIO DE BORDO
RETROSPECTIVA DO TRABALHO DO GRUPO LIVRE DE HOMEOPATAS DO CENTRO-OESTE
De agosto a dezembro, o Grupo Livre de Terapeutas Homeopatas do Centro-Oeste dedicou-se à produção do 6º Saberth, cujo tema: “Num Mundo Turbulento, é Tempo de... Homeopatia, Cuidado e Paz” rendeu excelentes frutos antes, durante e após o evento, com cada vez mais visualizações das gravações disponibilizadas em nosso canal do YouTube Saberth.br
Paralelamente a esse esforço concentrado, continuaram os estudos mensais e as lives, para melhorar a formação do grupo e o contato com o possível público frequentador de mais uma edição do evento.
Em dezembro de 2024, tivemos atividades diferenciadas durante o Saberth: um feirão de títulos de Homeopatia e saúde em geral; uma sala de leitura de exemplares impressos da
Revista; um estande sobre Benzimento como cuidado ancestral, que realizou atendimentos presenciais nos intervalos do Seminário; e uma exposição de desenhos e pinturas infantis sobre o tema do Seminário, com vendas online dos originais produzidos por crianças e adolescentes de um projeto social de atendimento psicoterápico.
Todo o conteúdo tratado durante o Seminário, inclusive com as imagens dos desenhos e pinturas da exposição, pode ser conferido na íntegra no link a seguir, que leva para o volume dos Anais, este ano, produzido à parte.
Esperamos que todos possam acompanhar esse registro e verem por onde andam os corações, mãos e mentes do Grupo Livre de Terapeutas Homeopatas do Centro-Oeste!
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E em nosso blogue oficial: https://www.saberth.com.br/
Vale a pena ler...
Repertório Homeopático Pediátrico, de Carlos Roberto D. Brunini

Foto: Reprodução.
Publicada pela Robe Editorial em 2003, a obra “Repertório Homeopático Pediátrico” foi escrita pelo médico homeopata Carlos Roberto D. Brunini em colaboração com cinco profissionais da área de pediatria homeopática: os médicos Ana Lucia S. Consonni, Cleuza Cristiani P. Birepinte, Maria Susana Heredia, Omar Kalil Abrão Eid e Sérgio Eiji Furuta, reunindo informações de seus dez anos de experiência em atendimentos homeopáticos pediátricos.
O livro é dividido em três grandes capítulos: sintomas psíquicos; sintomas locais; e sintomas gerais. Cada um aborda uma lista de subtópicos, possibilitando que o leitor encontre uma vastidão de informações relacionadas a quadros clínicos e conjuntos de sintomas de forma organizada e intuitiva.
Onde encontrar:
●Americanas ●Amazon ●Estante Virtual ●Seboterapia
Com um texto didático, a obra tem o objetivo de servir como facilitador da prática homeopática, além de estimular a auto-instrução, e é ideal para pediatras, clínicos e homeopatas em geral.
NOTÍCIAS
BRASIL
Em Minas Gerais (MG), curso de extensão reúne conhecimento sobre homeopatia, plantas medicinais e agroecologia

Foto: Detlev Cosler/Pixabay.
O curso “Homeopatia e Plantas Medicinais na Agroecologia”, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), tem o objetivo de capacitar participantes com tecnologias sociais da homeopatia para tratamento de plantas, animais, solos e águas.
Entre agosto de 2024 e janeiro de 2025, o curso atendeu diretamente 17 municípios de MG – quase 100 indiretamente - e cerca de 600 pessoas, graças a uma cooperação técnica com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e ao apoio de emendas parlamentares.
O curso tem carga horária de 120 horas e é ministrado por instrutores e pesquisadores do projeto de pesquisa “Homeopatia tecnologia social das famílias agrícolas e ambientes: formação de agricultores (as), transição agro -
ecológica e saúde”, que integra o programa do Departamento de Educação (DPE) da universidade. O público prioritário inclui agricultores familiares, membros de organizações populares, movimentos sociais, comunitários e extensionistas.
Em entrevista para o site da UFV, a funcionária pública Maria Eliane Gomes, da Secretaria de Educação de Montes Claros (MG), participante do curso, afirmou ter usado o conhecimento adquirido para salvar o limoeiro e a romãzeira de seu quintal, que estavam com as folhas ressecando e começando a enrolar devido à infestação de cochonilhas:
“Comecei a aplicar a homeopatia aprendida no curso e os resultados já apareceram na primeira semana”, comemorou. “As folhas onde estavam os parasitas não voltaram a ser vigorosas, mas apareceram novos brotos que não foram atacados. Apliquei durante 30 dias e os resultados foram surpreendentes, as plantas se transformaram. Vejo que a homeopatia é eficaz no tratamento e, o mais importante, não intoxica e não prejudica a saúde dos humanos ao consumir os frutos”.
Fonte: Site da UFV
Goiânia-GO tem a única unidade de saúde pública do Brasil a oferecer tratamentos alternativos e complementares
O dia 23 de janeiro é dedicado ao Dia Internacional da Medicina Integrativa, uma abordagem terapêutica conhecida por tratar o paciente como um todo em vez de levar em conta apenas os sintomas de uma doença.
Em Goiás, o Centro Estadual de Referência em Medicina Integrativa e Complementar (Cremic) é a única unidade de saúde do país que oferece esse tipo de tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Fundado em 1986 como Hospital de Medicina Alternativa, hoje o local oferece dezesseis práticas integrativas e complementares em saúde para a população goiana, todas aprovadas pela cartilha do Ministério da Saúde (MS). A lista inclui homeopatia, acupuntura, reiki e terapia de florais, entre outras práticas. Dependendo do caso, essas abordagens podem ser adotadas individualmente ou associadas a tratamentos tradicionais. Além disso, o Centro conta com farmácia especializada de manipulação de homeopáticos e fitoterápicos, horta com cultivo de plantas medicinais e alimentícias, e uma equipe multidisciplinar de 167 servidores, incluindo médicos, nutricionistas e psicólogos.
Apesar de ser reconhecida pelo MS e pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a medicina integrativa ainda é alvo de preconceito e desinformação. Em entrevista ao Jornal Opção, a diretora-geral do Cremic, Tânia da Silva Vaz, falou sobre o tema:
“Um dos grandes desafios que a gente tem, não só no Brasil, mas no mundo todo, é justamente a divulgação da realidade das práticas”, afirmou.
Para quem desejar se aprofundar nos conhecimentos de cada modalidade da medicina integrativa, Tânia recomendou o consórcio brasileiro de Medicina Integrativa e Complementar (Cabsim). “Eles pegam esses estudos e fazem uma classificação da maior ou menor comprovação”, explicou.
Fonte: Jornal Opção
Dia Nacional da Homeopatia: Filme “Introducing Homeopathy” foi exibido no Brasil em celebração à data

Foto: Detlev Cosler/Pixabay.
No último dia 21 de novembro, foi comemorado o Dia Nacional da Homeopatia, instituído para homenagear a chegada do homeopata francês Dr. Benoit Jules Mure (1809-1858) ao país, em 1840. Em comemoração à data, o filme “Introducing Homeopathy” foi exibido para moradores de Florianópolis/SC, no Centro Integrado de Cultura (CIC), às 19h. A sessão foi única e exclusiva, realizada com apoio de diferentes farmácias homeopáticas locais.
Destinado ao público em geral, o longa foi produzido por homeopatas dos Estados Unidos e conta com depoimentos tanto de profissionais homeopatas quanto de pessoas que passaram por tratamento e decidiram compartilhar suas experiências positivas.
Atualmente, o filme está disponível para exibições privadas mediante solicitação através do site Introducing Homeopathy.Com.
Nota de pesar do Conselho Médico de Medicina do Estado do Paraná (CRM-PR)

Foto: Dr. Hanibaal Zraik/Reprodução do site Doctoralia.
O CRM-PR, através de seu site oficial, lamentou o falecimento do médico homeopata Hanibaal Zraik (CRM-PR 8.936), ocorrido no dia 23 de janeiro.
Nascido em 16 de dezembro de 1955, em Curitiba (PR), o Dr. Hanibaal era filho de Laila Zraik e Zaki Hussein Zraik, e casado com Salam Bleibel Zraik. Formado pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, em 1983, tinha especialidade em Homeopatia desde 2004 (RQE 13.024).
A cerimônia de despedida e sepultamento do médico foi realizada em Curitiba, no Cemitério Muçulmano Jardim de Allah.
MUNDO
Tratamento homeopático beneficia pacientes que não podem fazer transplante
Quando a doação de órgãos não é uma solução viável, a Homeopatia surge como uma terapia de suporte, com foco no manejo dos sintomas, aumento da vitalidade e bem-estar emocional para melhorar a qualidade de vida dos pacientes com falência crônica de órgãos. Esse é o tema de um artigo publicado no site India Today, e produzido pela Drª Lubna Kamal, que já acompanhou mais de 20 mil casos de tratamento para insuficiência renal. Segundo o texto, o transplante de órgãos é considerado uma das maravilhas da medicina moderna, uma vez que oferece mais tempo de vida e esperança aos pacientes enfermos. Infelizmente, é difícil obter órgãos de doadores e o processo de transplante é muito complexo, deixando muitos pacientes sem opções de tratamento viáveis. Em casos crônicos, o transplante não é possível e a gestão dos sintomas é fundamental. Nesse contexto, o tratamento homeopático pode ser essencial, melhorando a qualidade de vida e até desacelerando certos processos desencadeados pelas doenças.
Benefícios
Gerenciamento de sintomas: Os tratamentos homeopáticos são baseados nos sintomas e na constituição de um indivíduo, portanto, muitos dos sintomas que as pessoas enfrentam na falência crônica de órgãos, como fadiga, dor, náusea e sofrimento emocional, podem ser controlados por meio desse tipo de tratamento.
Fortalecimento da vitalidade: A Homeopatia tem como objetivo estimular a força vital do corpo, o que significa aumentar a resiliência e a vitalidade. Isto pode ser de imenso valor, especialmente para pacientes cujos sistemas orgânicos estão funcionando de forma insuficiente, ajudando-os a manter a energia em bons níveis, bem como a saúde geral.
Redução de efeitos colaterais dos tratamentos convencionais: Pacientes com falência de órgãos precisam ser submetidos a muitos tratamentos convencionais, que apresentam efeitos colaterais. Os remédios homeopáticos podem ser utilizados em concomitância com medicamentos alopáticos para combater os efeitos colaterais e ajudar a aumentar a tolerância aos tratamentos.
Apoio Emocional e Psicológico: A doença crônica e a impossibilidade de transplante afetam gravemente os pacientes emocionalmente. Considera-se que a Homeopatia dá apoio holístico através de sintomas mentais e emocionais, melhorando assim o bem-estar mental e psíquico dos pacientes e, portanto, melhorando os mecanismos de enfrentamento.
Ainda de acordo com a médica, o manejo dos sintomas e a preservação da função remanescente do órgão são fundamentais, uma vez que isso se reflete no aumento da produção de urina, na redução dos níveis de ureia e creatinina, e numa melhoria global da qua -
lidade de vida do paciente, conforme determinado pelo questionário de qualidade de vida da Organização Mundial de Saúde (OMS).
A medicina homeopática funciona estimulando as células-tronco adultas e melhorando a função dos néfrons existentes. Assim, néfrons parcialmente feridos ou mortos podem se recuperar, melhorando a filtração renal.
Pacientes que sofrem de doenças renais crônicas, e foram acompanhados pela Drª Lubna Kamal, relataram uma melhora nos sintomas gerais, bem como na qualidade de vida sob tratamento homeopático. O mesmo aconteceu com pacientes com problemas hepáticos crônicos, que notaram melhora em queixas como icterícia, coceira e fadiga.
É importante assinalar que a Homeopatia não pode ser utilizada no lugar da medicina moderna para falências graves de órgãos, nem como como um tratamento isolado, mas sim, como uma intervenção adjuvante que desempenha um papel de apoio no contexto da medicina convencional. Um uso integrado da Homeopatia com a medicina convencional, modificações no estilo de vida e outras modalidades de tratamento adjuvante podem alcançar um plano de manejo holístico para os pacientes.
Fonte: India Today
Associação Médica Indiana, que acusou o governo de tentar promover a “patia cruzada”
A agência governamental “Maharashtra Food & Drugs Administration” autorizou, numa decisão publicada no último mês de dezembro, que médicos homeopatas que concluíram um curso certificado em farmacologia moderna também possam prescrever medicamentos alopáticos.
A justificativa, em geral, é a de que a Índia enfrenta uma escassez de médicos, especialmente nas áreas rurais, e o quadro de profissionais da AYUSH pode preencher essas lacunas. De acordo com uma declaração do Parlamento em fevereiro de 2024, havia 13.08.009 médicos alopatas registrados nos conselhos médicos estaduais e na Comissão Médica Nacional em junho de 2022, e 5,65 lakh de médicos AYUSH.
Dados do relatório Health Dynamics of India de 2022 e 2023 revelam uma escassez de quase 80% de médicos especialistas em Centros de Saúde Comunitários em toda a Índia rural: apenas 4.413 médicos especialistas dos 21.964 necessários estavam disponíveis.
Em 1996, a Suprema Corte da Índia julgou um caso envolvendo um homeopata que tratou um paciente com medicamentos alopáticos, levando-o à morte. A Corte considerou o profissional culpado por negligência, pois havia prescrito medicamentos para os quais não estava qualificado.
Um artigo de pesquisa de 2015, intitulado “Questões éticas e legais na prática intersistema na Índia: passado, presente e futuro”, de Suresh Bada Math et al, afirma:
“Em todos os julgamentos, o judiciário considerou a prática de ‘patia cruzada’ como uma forma de negligência médica, no entanto, ela é permitida nos estados onde os governos em questão a autorizaram por ordem geral ou especial.
Para o especialista em saúde pública e pesquisador independente Soham Bhaduri, embora existam provas de que os prestadores de nível médio podem prestar cuidados de qualidade comparável aos dos médicos, sua integração ordenada ao sistema é crucial:
“Permitir que qualquer grupo de médicos alternativos assuma papeis e funções destinados aos médicos é uma receita para a anarquia”, opinou o médico, de acordo com material publicado no site The Hindu. “O sistema de clínica geral na Índia já está desordenado e falido. Ao contrário do que acontece no Ocidente, os licenciados em medicina não têm de passar por formação especializada para serem clínicos gerais. Tudo que você precisa aqui é um bacharelado em medicina. Medidas como permitir que homeopatas pratiquem alopatia após um breve curso de farmacologia, a menos que sejam
apoiadas por uma forte lógica contemporânea, apenas diluirão ainda mais o sistema de clínica geral. Embora tenham privilégios de prescrição limitados, sabemos que, de fato, tais limitações são dificilmente implementáveis, especialmente nas zonas rurais. Tais medidas não devem ser utilizadas para mascarar a nossa incapacidade de atrair médicos suficientes para o campo devido a razões como más condições de trabalho e remuneração insatisfatória”.
Fonte: The Hindu
Empresa divulga relatório sobre crescimento da homeopatia no mercado global

Imagem: Gerd Altmann/Pixabay.
Segundo dados do último relatório do Mercado Global de Homeopatia, que realiza análises abrangente anuais considerando desenvolvimento estratégico e principais fatores impulsionadores, o mercado para homeopatia aumentou significativamente nos últimos anos e espera-se que cresça ainda mais, de US$8,37 bilhões, em 2024, para US$9,69 bilhões em 2025, a uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 15,7%.
Tal crescimento pode ser atribuído a mudanças nas preferências de cuidados de saúde da população global, que tem priorizado terapias naturais e holísticas. Além disso, prevê-se que o tamanho do mercado de homeopatia continue aumentando nos próximos anos, chegando a US$18,28 bilhões em 2029.
Essa tendência pode ser atribuída a vários fatores, como campanhas educativas, aumento de condições crônicas de saúde, procura por tratamentos preventivos e a realização de pesquisas e ensaios clínicos comprovando a eficácia da homeopatia.
Como o mercado de homeopatia varia por região?
A América do Norte dominou o mercado de homeopatia em 2024, enquanto a Ásia-Pacífico deverá ser a região que mais poderá crescer durante o período de previsão. O relatório de mercado abrange regiões incluindo Ásia-Pacífico, Europa Ocidental, Europa Oriental, América do Norte, América do Sul, Oriente Médio e África.
Quais são os tipos de produtos disponíveis no mercado de homeopatia?
• Diluições
• Tinturas
• Bioquímica
• Pomadas
• Comprimidos
• Outros
Quais são as principais forças motrizes no mercado de homeopatia?
• Houve um aumento significativo na adoção da medicina homeopática devido à sua abordagem de tratamento personalizada, baseada nos sintomas únicos e na saúde geral de um indivíduo.
• A crescente popularidade da homeopatia por sua característica sem efeitos colaterais está alimentando o crescimento do mercado.
• Práticas culturais e tradicionais profundamente enraizadas que favorecem a homeopatia, particularmente em certos setores da sociedade, contribuíram significativamente para o desenvolvimento do mercado.
• O aumento do valor atribuído às terapias holísticas e naturais, que é um princípio fundamental da homeopatia, prepara o caminho para a expansão do mercado de homeopatia.
Quais tendências significativas estão surgindo no mercado de homeopatia?
• As empresas do setor de homeopatia estão investindo na inovação de produtos para consolidar sua posição no mercado. Esses novos produtos estão atraindo a atenção do mercado e deverão influenciar significativamente sua trajetória.
• A integração da medicina homeopática com tratamentos convencionais, conhecida como adoção da medicina integrativa, é uma tendência que se destaca e segue sendo observada.
• O alcance crescente da telemedicina e das consultas remotas também está impulsionando a presença da homeopatia no mercado.
Fonte: Whatech.com
COM A FALA, OS ATENDIDOS
Isabella da Silveira Amaral, 46 anos, pedagoga.
Goiânia/GO

Minha primeira experiência com a homeopatia aconteceu quando minha filha, Anna Clara da Silveira Barros, hoje com 12 anos, nasceu e, em poucos meses, começou apresentar um quadro de dermatite atópica.
Na época, procurei vários médicos entre pediatras, dermatologistas e alergistas, mas o tratamento só amenizava os sintomas.
Um dia, na emergência com a minha filha, uma senhora me aconselhou a fazer um tratamento com homeopatia, porém eu desconhecia a eficácia desse tratamento, mas mesmo assim, cansada de tantas tentativas e sem conseguir descobrir o que causava essa dermatite (pois os exames não apresentavam nenhuma reação a nada), resolvi procurar o tratamento homeopático, que foi longo, porém muito eficaz. Nos primeiros meses, minha filha teve uma melhora bem significativa.
Hoje, não abro mão da homeopatia. Além de indicar para outras pessoas, faço uso para tratar toda a minha família.
Isabella Amaral e a filha, Anna Clara/ Arquivo pessoal.
Maria Antonia Vargas Cabral, 95 anos, dentista aposentada
Artigas - Uruguai

Sou uruguaia e nasci em Artigas, cidade que faz fronteira com Quaraí, fronteira com o Rio Grande do Sul. Aos 5 anos de idade, contraí uma gripe que evoluiu para pneumonia dupla, e os dois pulmões foram acometidos.
Me contaram que eu estava no colo de minha mãe e chorava, dizendo que queria ficar com
ela. Na verdade, estava delirando com febre alta. Naquela época, os médicos iam às casas das pessoas. O médico que acompanhava minha família, depois de acompanhar meu caso e dar orientações, chegou ao ponto de dizer para meus pais que não tinha mais o que fazer, ou seja, fui desenganada. Antibióticos não existiam.
Minha mãe, desesperada, soube de um Centro Espírita em Quaraí, onde indicavam homeopatia, que era proibida no Uruguai. Ela cruzou a fronteira, se consultou e voltou para casa. Lembro de falarem sobre Beladonna e Aconitum, mas pode ser que tivessem outros. A partir daí, comecei a melhorar. Desde então, a homeopatia sempre esteve presente na minha vida. Minha mãe tinha uma farmacinha homeopática e lembro também de ver medicamentos como Nux vomica e Allium cepa.
O tratamento com homeopatia continuou na minha infância e na minha vida adulta, e atravessou gerações. Hoje, tenho uma filha e uma neta que são homeopatas.
EVITE MESMO A AUTOMEDICAÇÃO! PARA SABER COMO E QUANDO USAR CADA SUBSTÂNCIA CITADA NAS MATÉRIAS DESTA REVISTA, OU EM QUALQUER OUTRO LUGAR, PROCURE SEMPRE UM HOMEOPATA. HÁ RISCO DE EFEITOS INDESEJADOS, SE A PRESCRIÇÃO NÃO FOR FEITA ADEQUADAMENTE.
HOMEOPATIA A NOSSO FAVOR
Tratamento de Síndrome do Pânico

Ilustração: Freepik.
A síndrome do pânico, também conhecida como transtorno do pânico (TP), é caracterizada por crises de ansiedade repentinas e intensas, com forte sensação de medo, acompanhadas de sintomas físicos que causam um mal estar generalizado.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que 280 milhões de pessoas no mundo são acometidas por TP e 6 milhões delas estão no Brasil. Reconhecida pela OMS como medicina alternativa complementar para o tratamento de diver -
sas patologias, a Homeopatia tem encontrado cada vez mais adeptos e se mostrado eficaz no tratamento de diferentes quadros de saúde, tanto servindo como suporte para tratamentos convencionais quanto substituindo medicamentos tradicionais.
De acordo com a terapeuta homeopata Caroline Macedo, de Brasília-DF, a Homeopatia define o quadro de síndrome do pânico da mesma forma que a medicina tradicional. A diferença está na abordagem do tratamento:
“No tratamento homeopático, não avaliamos apenas os sintomas, e sim a pessoa com estes determinados sintomas, com sua individualidade e suas diferenças”, explica. “Na alopatia, são administrados medicamentos para tratar os sintomas que o paciente apresenta. Na Homeopatia, a investigação do paciente é global. É realizada a repertorização de diversos sintomas do paciente, além de seu histórico de vida”.
Francisley Araújo Silva, 53 anos, de Goiânia-GO, foi diagnosticada com síndrome do pânico há dois anos. Iniciou tratamento psicológico e medicamentoso e buscou a Homeopatia para encontrar medicamentos mais leves:
“Senti diferença nos primeiros 15 dias de uso”, ressalta. “As mudanças no bem-estar, bom humor, menos choro, menos medo, também melhoraram entre 20 e 30 dias. Hoje me sinto mais segura, mesmo quando passo por situações que possam me abalar.”
Novamente segundo Caroline, a Homeopatia pode tratar qualquer caso de síndrome do pânico, do mais leve ao mais grave, e os benefícios são vários:
“Na condição de terapêutica energética, a Homeopatia não causa efeitos colaterais, casos de dependência ou sintomas de abstinência. Como a pessoa é tratada de forma holística, é comum termos resultados além do que foi o motivo da consulta, por exemplo, a pessoa chega para tratar o pânico, melhora do quadro e também refere benefícios em outras áreas emocionais ou físicas”, relata a homeopata. “Desde que a situação da pessoa adoecida seja bem investigada e se encontre o medicamento correto, ou seja, o que mais se assemelha ao transtorno de pânico sentido por ela, o tratamento é possível.”
De forma geral, cerca de quatro preparados homeopáticos costumam ser indicados para tratamento de síndrome do pânico:
Aconitum Napellus: Para episódios de pânico que começam de forma súbita e irracional, sensação de medo intenso e de morte iminente, além de paralisação.
Argentum Nitricum: Medo irracional em situações específicas, medo de túneis, sensação de que se vai perder o controle, pressa.
Gelsemium sempervirens: Medo paralisante, vertigem, instabilidade para andar, medo antecipatório, sensação de desmaio.
Arsenicum Album: Ansiedade extrema, medo em relação à própria saúde.
É importante destacar que o tratamento homeopático de síndrome do pânico deve ser realizado com um profissional confiável e que é comum que ele aconteça em conjunto com outras abordagens, como a terapia psicológica e o atendimento psiquiátrico.
“Cada episódio de pânico pode se converter em um trauma”, assinala Caroline. “Em casos nos quais existam riscos reais nos quais a pessoa demonstre ou fale sobre a intenção de autoextermínio, a família deve ser acionada e pode ser necessária a intervenção médica com medicamentos alopáticos”.
ENTREVISTA
Farmácia Homeopática: Especificidades, dificuldades e oportunidades
A Homeopatia surgiu em 1796, graças ao médico alemão Samuel Hahnemann. No Brasil, chegou pelas mãos do médico homeopata francês Benoit Jules Mure, mais conhecido como Bento Mure, que em 1840, passou a morar no Rio de Janeiro, onde começou a trabalhar para divulgar o tratamento homeopático e, com o auxílio de seu amigo e discípulo, o médico português João Vicente Martins, criou a primeira farmácia homeopática do país.Desde então, a Homeopatia passou por várias fases de ascensão e queda, enfrentando barreiras políticas e institucionais. Atualmente, é reconhecida como especialidade médica pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Em 1993, foi reconhecida como especialidade farmacêutica pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF). Segundo o órgão, o farmacêutico homeopata é o profissional graduado em ciências farmacêuticas e registrado no Conselho Regional de Farmácia (CRF) de sua jurisdição, com formação teórico-prática em homeopatia e farmácia homeopática, por meio de disciplinas específicas em cursos de graduação em Farmácia ou de cursos de especialização e em cursos de aprimoramento reconhecidos pelo CFF.
Para esclarecer dúvidas acerca das particularidades da farmácia homeopática, bem como analisar o mercado atual e possibilidades de crescimento, convidamos a farmacêutica homeopata Tânia Maria López de Faria Rezende, de Goiânia (GO), formada pela Universidade Federal de Goiás (UFG).

Foto: Tânia Rezende/ Arquivo pessoal.
REH: O que é a farmácia homeopática?
Tânia Rezende: Uma farmácia homeopática é um estabelecimento que manipula fórmulas magistrais e oficinais. Segundo a resolução 63, deve contar com um laboratório separado para manipular os medicamentos homeopáticos, que seguem uma prescrição médica. A Farmácia Homeopática precisa ter um farmacêutico habilitado em tempo integral, possuir uma estrutura física e técnica adequada e estar regularizada perante a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Qualquer produto que entre na farmácia precisa ser comprado de uma fonte certificada pela Vigilância e todos têm que acompanhar o laudo técnico, para ser conferido para controle de qualidade. Os medicamentos são aviados de acordo com uma prescrição médica, odontológica ou veterinária, e devem ser registrados.
REH: Em quais aspectos a farmacotécnica dos medicamentos homeopáticos difere dos demais medicamentos?
Tânia Rezende: No laboratório de Homeopatia, dentro de uma farmácia, há algumas particularidades. Além das regras de compra da matéria-prima para fabricação do medicamento,a limpeza também é diferente, a esterilização dos vidros é diferente. Desde a produção do medicamento até a rotulação, nós temos legislações e seguimos a farmacopeia homeopática brasileira. Temos, também, o manual técnico da Associação Brasileira dos Farmacêuticos Homeopata (ABFH).
REH: Quais são as diferenças entre farmácia de manipulação e de Homeopatia, e entre medicamentos manipulados e medicamentos homeopáticos?
Tânia Rezende: Medicamentos homeopáticos são medicamentos extraídos das três fontes da natureza: mineral, animal, como vegetal. São medicamentos que estimulam a força vital da pessoa em resposta à doença que ela tem. Na Homeopatia, tratamos o doente e não a doença, tanto na parte física quanto na emocional. O indivíduo é considerado em sua totalidade, passa por uma série de observações e repertorização, e não é tratado como o portador de uma determinada doença. Ele é determinado por um conjunto de sintomas que são observados na experimentação de uma substância medicamentosa. A farmacotécnica homeopática é totalmente diferente, pois visa às leis da Homeopatia, que é o similium, ou seja, o semelhante curando o semelhante. Isso significa que nós aproveitamos a característica das substâncias dos três reinos e o efeito que elas causam no ser humano. Essas substâncias, quando introduzidas em formas diluídas, têm a mesma ação da doença no organismo, e são diluídas para despertar, no organismo, uma força contra essas características que são semelhantes à doença. Então, a Homeopatia é um método seguro e eficaz que é baseado na lei dos semelhantes, que parte do princípio de que, para se alcançar a cura de uma doença, o corpo doente precisa receber uma substân -
cia que provoque os mesmos sintomas dela quando administrada em um corpo saudável. A Homeopatia requer técnicas especiais de manipulação. É considerada uma ciência, assim como a medicina em geral, e tem um método científico no desenvolvimento da sua aplicação. Também é importante ressaltar que a Homeopatia é validada pela OMS, pela medicina, pela farmácia, pela veterinária e pela odontologia, e que é usada em toda a classe médica.
REH: Considerando a história da farmácia homeopática no Brasil, quais foram os maiores avanços conquistados na área até hoje e quais são as dificuldades enfrentadas atualmente?
Tânia Rezende: A farmácia homeopática no Brasil esteve, desde cedo, regida por dispositivos legais. Em 1851, houve o registro do exercício da farmácia homeopática sendo que, até 1965, quem orientava os processos de licenciamento de produtos homeopáticos era a Subcomissão de Assuntos Homeopáticos do Serviço Nacional de Fiscalização de Medicina em Farmácia.
REH: O que faz um farmacêutico homeopata, como esse profissional difere dos demais farmacêuticos e qual é a importância dele no tratamento homeopático?
Tânia Rezende: O farmacêutico homeopata é o profissional capacitado a produzir medicamentos homeopáticos em diferenças de escala, métodos e formas
farmacêuticas e também a orientar o paciente quanto ao uso racional e aos cuidados com os medicamentos. É um profissional muito importante. Hoje, atua em todas as áreas, desde a parte de acolhimento ao paciente. As homeopatias também podem ser indicadas por um farmacêutico homeopata em doses mais baixas, e ele também auxilia na conscientização e na divulgação da Homeopatia. Além disso, o farmacêutico homeopata é importante para fazer o medicamento correto, seguindo todas as normas farmacotécnicas para que o remédio faça efeito.
REH: Como a senhora avalia a situação atual da farmácia homeopática no Brasil?
Tânia Rezende: As farmácias homeopáticas estão bem estabelecidas, já bem reguladas. A dificuldade atual é a de enfrentar a crítica. Existe um ramo bem crítico ao tratamento homeopático. Alguns médicos alopáticos não estudam Homeopatia, nem querem, não entendem e não acreditam nela. Mas, estamos acostumados e a Homeopatia tem crescido ainda assim. Há uma demanda por parte da população, um desejo da cura, de estímulo da força vital. A Homeopatia já está no mundo todo.
REH: Como a senhora avalia a carreira de farmacêutico homeopata no Brasil, tanto na rede de saúde privada como na pública, levando em conta oportunida -
des de trabalho, crescimento de carreira e valorização profissional?
Tânia Rezende: A carreira de farmacêutico homeopata no Brasil, tanto a nível privado como no sistema único de saúde, está em alta, apesar da carência desse profissional. É um ramo puxado. Se pedimos um farmacêutico com formação em Homeopatia, é difícil encontrá-lo. Quase não se acha. Está em falta no mercado. O farmacêutico homeopata não é só um guardião dos medicamentos, ele faz o medicamento. É uma área bastante difícil, que requer bastante atenção e pessoas com treinamento para executar essa farmacotécnica.
REH: Como a senhora avalia a disponibilidade de medicamentos homeopáticos no Sistema Único de Saúde - SUS?
Tânia Rezende: Observo dificuldades para comprar os medicamentos homeopáticos e para manter o laboratório e a farmacotécnica.
REH: Ainda há oportunidades de crescimento para a farmácia homeopática no Brasil? Quais? Como alcançá-las?
Tânia Rezende: Está ocorrendo um movimento de crescimento da Homeopatia no Brasil. Eu acho que isso vem da população, que está tendo mais conscientização dos processos de cura. A Homeopatia está sendo usada como coadjuvante em tratamentos oncológicos e psiquiátricos, por exemplo, porque as pessoas querem
acesso às oportunidades que ela oferece, como a de desenvolver essa força curativa. Para que a Homeopatia continue se desenvolvendo, nós precisamos de pessoas que queiram estudar e se dedicar a ela, se formar e ajudar no tratamento homeopático. Também é necessário contar com incentivo do governo.
Segunda Parte
HOMEOPATIA TAMBÉM É
CIÊNCIA














Estudos


Revista de HOMEOPÁTICOS
APRENDENDO COM VITHOULKAS
Pode a Homeopatia, uma abordagem terapêutica particularmente suave, sobreviver e se desenvolver em um mundo de violência?
George Vithoulkas¹
¹University of the Aegean, Greece
Endereço para correspondência: George Vithoulkas, Alonissos, North Sporades, 37005 Greece (e-mail: george@vithoulkas.com).
Copyright © The Faculty of Homeopathy 17 de fevereiro de 2020 10.1055/s-0040-1710020. Aceito após revisão ISSN 1475-4916. 2 de março de 2020 Conflito de interesses: Nenhum declarado.
Resumo
Este breve tratado aborda uma questão filosófica a respeito do lugar da homeopatia no nosso mundo moderno. A questão suscitada é se um sistema terapêutico tão pacifico, suave e não-violento, como a homeopatia, pode sobreviver e se desenvolver em uma sociedade que frequentemente manifesta características opostas. Boa parte da sociedade contemporânea está mais interessada em curas rápidas e impressionantes, mesmo que elas possam trazer efeitos colaterais; ao passo que a homeopatia pode oferecer soluções com uma abordagem individualizada, que requer longas horas de estudo do caso, pelo homeopata, para encontrar o remédio pessoal correto, que objetiva promover resultados positivos, que a terapia consegue produzir em doenças crônicas profundas. A conclusão é que a homeopatia não se enquadra facilmente em uma sociedade moderna e violenta, que prefere soluções rápidas e invasivas para seus problemas clínicos.
Palavras-chave: homeopatia, sociedade, violência, agressão, tratamento personalizado.
O título deste artigo é uma pergunta legítima que tem torturado minha mente por quase três décadas, e que tem me preocupado cada vez mais, recentemente. Sua resposta é crucial para mim e para meus alunos, que têm aplicado essa abordagem terapêutica. Apesar do potencial terapêutico da homeopatia ser evidente
para milhões de pacientes e para milhares de médicos homeopatas e, apesar da grande quantidade de casos crônicos incuráveis publicados em revistas médicas, 1-15 nós ainda temos um longo caminho a percorrer antes de vermos a homeopatia se tornar uma especialidade médica reconhecida. É incerto se a homeopatia conseguirá, algum dia, assumir seu devido lugar no campo da medicina geral.
É um paradoxo estranho que, apesar das evidências de que a homeopatia clássica pode tratar, com sucesso, doenças crônicas que são consideradas incuráveis pela medicina convencional, a homeopatia ainda permaneça como uma questão intocável para a maioria das autoridades médicas. Se na medicina convencional uma cura fosse encontrada para uma doença crônica, antes incurável, tal descoberta seria manchete nas notícias mundiais; mas, relatórios sobre curas homeopáticas correspondentes, encontram silêncio total! Tenho tentado pensar o que aconteceu com a homeopatia e por que seus efeitos incríveis não são reconhecidos o quanto merecem.
A homeopatia é um sistema terapêutico que tem como objetivo restabelecer o equilíbrio mental, emocional e físico do organismo. É um sistema terapêutico mais “pacífico”, que existe há dois séculos, com registros impressionantes de curas e, ainda assim, tem sempre ficado em segundo plano. Na tentativa de dar uma explicação ao paradoxo, começarei com um exemplo da prática clínica diária.
Um paciente estressado, deprimido, inseguro, irritado e preocupado, que está sob a pressão das adversidades do cotidiano, e que também sofre de uma multiplicidade de desconfortos e dores físicas, busca a ajuda da homeopatia. O homeopata investigará as condições que provocaram tal desequilíbrio e, às vezes, após horas de investigação meticulosa e estudo do caso, tentará encontrar a substancia correta – um remédio personalizado – para “recompor”16 esta pessoa, e possibilitar o retorno a um estado saudável. Uma vez que este remédio personalizado for tomado, a saúde do paciente é restituída, com equilíbrio geral e sensação de bem-estar.
A preocupação é quanto tempo esse equilíbrio físico, emocional e mental17 pode durar, em um paciente sensível, quando ele vive em um mundo tão ostensivamente influenciado por violência e agressão? Quanto tempo o sistema imune – a defesa interior do organismo – consegue se manter em equilíbrio, em meio a uma atmosfera poluída, com alimentos cheios de produtos químicos e, ainda por cima, vivendo em um turbilhão de competição e agressividade implacáveis, tão prevalentes na sociedade? A experiência mostra que o equilíbrio restituído não permanecerá por muito tempo: sob tanto estresse, pacientes sensíveis começarão a sentirem-se doentes novamente. O problema é que, uma vez que o organismo volta para um estado de equilíbrio, ele fica muito mais vulnerável ao estresse, do que um organismo já comprometido.
Em muitos casos, o paciente não voltará para a homeopatia, pensando que a cura deveria ter durado para sempre. O fato é que os pacientes que vivem na sociedade moderna têm que enfrentar muitos obstáculos à saúde. A sociedade moderna que nós criamos incita as pessoas à uma agressividade cada vez maior. O acúmulo de bens materiais acima de tudo, às vezes assumindo a forma de comportamento desumano, é prática comum. A meritocracia desapareceu, há muito, do consciente coletivo, enquanto a conquista de poder, por qualquer meio, é a regra aceita. Todas estas condições criam barreiras à saúde das pessoas, através da ansiedade, das fobias e da depressão.
Aqueles que buscam e promovem um avanço espiritual para si mesmos e para a sociedade, recusando-se a comprometer suas consciências e sua ética moral, são considerados, hoje, uma minoria escassa e frágil. Apenas alguns poucos destes indivíduos serão encontrados entre diferentes grupos da sociedade – por exemplo, entre os cientistas, artistas, médicos homeopatas, trabalhadores sociais, religiosos ou os que buscam espiritualidade – mas tais pessoas são, ou marginalizadas, devido ao seu temperamento pacífico, ou são aqueles que ainda estão lutando e ficarão exaustos, já que a maioria da sociedade está tão impregnada de violência e corrupção que nega, quase automaticamente, qualquer esforço de mudança por grupos menores, que estão buscando por paz e justiça. Contudo, são estes grupos que merecem e apreciam o cuidado proporcionado por essa terapia pacífica. Essas pessoas, apesar de serem os pilares da sociedade, sentem-se sem poder para impor um sistema de terapia que as tem servido tão bem e tão eficazmente.
A violência, em todas as suas formas – entre estados, entre nações, entre grupos terroristas, por qualquer um que possui algum poder sobre grupos mais vulneráveis – está predominando no mundo hoje em dia. Portanto, é interessante que a medicina convencional, com sua abordagem geralmente invasiva, encaixe-se tão bem na mentalidade da sociedade atual, e assim, domine o setor de saúde contemporâneo. Desenvolvendo a pergunta original deste artigo: em tal sociedade, é possível que a homeopatia – um sistema terapêutico não-violento, que tenta restituir a paz e o equilíbrio interior – possa sobreviver e crescer?
A menos que uma pessoa, especialmente a mais perceptiva, seja capaz de apresentar uma resistência notável às tendências gerais de corrupção e agressão, ela achará extremamente difícil manter seu equilíbrio metal e emocional. Viver em ambientes onde a corrupção e o interesse próprio prevalecem, pode levar pessoas sensíveis a comprometer suas consciências e sua própria ética moral, a fim de sobreviverem. Como resultado, tal comportamento as torna profundamente doentes no início de seus esforços. Sob tais condições, fica difícil para uma pessoas frágil manter sua saúde e permanecer bem por muito tempo, mesmo sob a melhor assistência homeopática.
É bem lógico concluir que a homeopatia não é uma abordagem terapêutica apropriada para uma sociedade moderna “desenvolvida”; que ela nunca será amplamente praticada em nosso mundo contemporâneo; e que nunca será realmente adotada pelas escolas médicas – exceto por poucas instituições médicas de vanguarda, que têm lideranças visionárias. É por isso que eu sempre afirmei que a medicina convencional, no mundo desenvolvido, não deveria temer que a homeopatia invadisse seu espaço.
A homeopatia recebeu, e continuará recebendo, a aprovação apenas daqueles poucos profissionais com ideais elevados, que ainda creem em uma sociedade livre e justa – uma sociedade ideal – que pode emergir após muito tempo e muito sofrimento. Uma forma suave de prática médica não terá espaço para prosperar no mundo de amanhã, enquanto os dias de constantes assaltos aos valores morais não forem confinados no passado. Mas, verdadeiramente, isto irá acontecer?
Minha percepção é que, mesmo que um profeta com habilidades e poderes extraordinários surgisse amanhã, incitando as massas a ajudar a eliminar a violência e a corrupção, e a promover a paz e a justiça na Terra, qual seria o cenário mais provável? Nossa sociedade moderna mataria o profeta!



CURANDO COM … Aconitum napellus
A planta herbácea Aconitum napellus, também conhecida como “Casco de Júpiter” e “Carro de Vênus”, costuma crescer em regiões montanhosas da França, Europa central, Sibéria Meridional e Ásia. Tem como característica principal as flores de tom azul-púrpura, com formato que lembra um capuz, e, por ser consideravelmente tóxica, também tradicionalmente usada como veneno para caça.
Na farmácia homeopática, a planta deve ser altamente diluída e tem sido usada como medicamento desde Samuel Hahnemann, que chegou a incluí-la na obra “Matéria Médica Pura” após testá-la por conta própria e observar que era usada por diversos
especialistas como uma terapia tradicional à base de ervas.
A terapeuta homeopata Sheila Gutierrez Damazo, do Rio de Janeiro - RJ, trata família e amigos com homeopatia há 44 anos e, profissionalmente, atua na área desde 2010. De acordo com ela, o preparado homeopático Aconitum napellus costuma tratar diferentes quadros de saúde físicos e emocionais:
“É geralmente indicado em casos agudos ou recentes que afetam pessoas jovens, especialmente aquelas que levam uma rotina sedentária”, assinala. “Pessoas que convivem com muito medo e ansiedade mental, com grande excitabilidade dos nervos, também,


Foto: Annette Meyer/Pixabay.
assim como indivíduos que apresentam convulsões, tosse seca, distúrbios respiratórios, dor de cabeça violenta sobre os olhos e febre. Mas é importante lembrar que o Aconitum nunca deve ser dado simplesmente para controlar a febre e que nunca se deve alterná-lo com outras drogas para esse propósito”.
Ainda segundo Sheila, o perfil do paciente que geralmente precisa de Aconitum napellus é extenso e variado, com alguns pontos que podem ser destacados:
“Acham que o mundo é duro, áspero e insensível demais para os seres humanos. Por isso, procuram pela orientação de outros, buscam prote -

ção e conforto”, aponta a terapeuta homeopata. “Há conflito entre sua personalidade infantil e fraca, precisando de conforto e de proteção, por um lado, e o desejo de ser alguém na comunidade, pelo outro. Querem ser enxergados como tendo sucesso na vida, como pessoas fortes, mas podem ser facilmente desequilibrados por choques, ameaças inesperadas ou críticas. Trata-se do conflito entre a criança e o adulto interior. Precisam confiar totalmente em si mesmos, mas se sentem sozinhos no mundo, tendo que sobreviver a todo tipo de perigos e problemas. Também tendem a suprimir suas emoções e sua sexualidade para cumprir com as regras da comunidade e serem aceitos. No entanto, a supressão não é com -



pleta, resultando em crises emocionais histéricas e condutas para chamar a atenção”.
Novamente de acordo com Sheila Damazo, a duração do tratamento com Aconitum napellus varia de indivíduo para indivíduo:
“Existem vários níveis de adoecimento”, analisa. “É sempre bom lembrar que a boa escolha do medicamento resulta em respostas rápidas e duradouras. Uma pessoa em tratamento com esse remédio pode esperar pela cura completa. Mas, se os problemas persistirem, é crucial adquirir um olhar mais profundo e ver a doença crônica profundamente que subjaz”.
Com tanto tempo de estudo e trabalho na área homeopática, Sheila já observou e tratou dezenas de casos.
Entre eles, o que mais chamou a atenção da homeopata foi o de um familiar próximo, que também foi tratado com Aconitum napellus:
“Minha mãe tem 92 anos e eu acompanho o caso dela há mais de 35. Qualquer início de algum mal estar a apavora, e ela começa a gritar. Diluo Aconitum em um copo de água com cinco gotas, e dou a ela um gole pequeno em espaços de um em um minuto. Em menos de cinco, a pressão dela abaixa e ela se acalma. Minha mãe e alguns clientes têm o hábito de levar o preparado homeopático na bolsa regularmente”.



O Aconitum napellus está disponível na farmácia homeopática em diferentes formatos: líquidos, glóbulos, tabletes e papelotes. Seguindo as regras da Farmacopeia Homeopática Brasileira, a preparação do medicamento em gotas deve incluir álcool etílico a 30% (v/v), a partir do Aconitum napellus 5CH. Já glóbulos, tabletes e comprimidos, a partir de 6CH.
NARRATIVAS TERAPÊUTICAS
TRATAMENTO DO SANGRAMENTO UTERINO DISFUNCIONAL COM O MEDICAMENTO HOMEOPÁTICO ARSENICUM ALBUM. RELATO DE CASO
ROBERTO CARNEIRO HORTA JUNIOR
Monografia apresentada a ALPHA/APH como Exigência para obtenção do título de especialista em homeopatia.
Orientador: Mario Sérgio Giorgi
SÃO PAULO 2014
RESUMO
O objetivo deste trabalho é apresentar e discutir o relato de um caso clínico de uma paciente no climatério com quadro de hemorragia uterina disfuncional. A mesma foi encaminhada para o serviço de cirurgia ginecológica para exérese do útero - histerectomia. Foi proposto o tratamento homeopático como a última tentativa para se evitar o procedimento cirúrgico. A proposta foi aceita e desde o início do tratamento a paciente teve a hemorragia uterina controlada e tem se mantido assintomática desde fevereiro de 2011 até os dias atuais. Concluiu-se que a homeopatia constitui uma importante opção terapêutica no tratamento da hemorragia uterina disfuncional, sendo o sucesso terapêutico vinculado à percepção dos princípios básicos da homeopatia com a adequada tomada do caso, hierarquização dos sintomas, e definição do remédio adequado.
PALAVRAS-CHAVE: Homeopatia – Hemorragia uterina disfuncional – Arsenicum album.
ABSTRACT
The aim of the present study is to present and discuss a case of a climacteric patient with dysfunctional uterine bleeding treated with a homeopathic remedy. She was referred to the gynecological surgery service to have the uterus removed – hysterectomy. The homeopathic treatment was offered as the last attempt to avoid surgery. The propose was accepted and since the beginning of the treatment the bleeding was controlled, and the patient has been asymptomatic since February 2011 until nowadays. The conclusion is that Homeopathy is an important therapeutic option to treat dysfunctional uterine bleeding, being the success of the treatment linked to the perception of the basic principles of Homeopathy with the adequate anamnesis, symptoms hierarchization and the choice of the correct remedy.
KEY WORDS: Homeopathy - Dysfunctional uterine bleeding – Arsenicum album
1.INTRODUÇÃO
A hemorragia uterina se manifesta de diversas formas e está presente em todos os períodos da vida das mulheres após a menarca.
Epidemiologicamente, o sangramento uterino resultante de ciclo menstrual normal tem como parâmetros ocorrer a intervalos regulares de 26 -34 dias e persistir por 2 a 7 dias, em volume de 20-80ml,1,2,3. Alterações menstruais podem ocorrer nos parâmetros intervalo, duração, volume e aspecto físico ou forma do sangramento. Não há concordância em relação à terminologia utilizada para definir as diferentes alterações em nenhum destes parâmetros, principalmente em relação à forma de apresentação do sangramento 4,5,6. Neste texto, utiliza-se classificação de Seitz- Medina (tabela 1); procurando harmonizá-la com as tentativas de consenso atual em língua inglesa. De modo geral, classifica-se o sangramento uterino anormal com base na etiologia (orgânico ou disfuncional), período de vida da mulher (adolescência, menacme, pré-menopausa) e função ovariana (ovulatório, não ovulatório). Esta classificação, ainda que não universal, foi preferida porque permite inferir os mecanismos fisiopatológicos e racionalizar tanto a investigação quanto a conduta 7.
2.REVISÃO DA LITERATURA
2.1.Conceitos
Sangramento uterino excessivo pode ocorrer em várias condições clínicas hormonais, orgânicas ou bioquímicas locais, daí a terminologia sangramento uterino anormal (SUA) ser generalizada a todo tipo de sangramento 7,8. O termo sangramento uterino orgânico (SUO) é restrito aos sangramentos de causas orgânicas genitais e extragenitais e sangramento uterino disfuncional (SUD) é síndrome caracterizada por alterações dos mecanismos neuroendócrinos que controlam o ciclo menstrual. Este conceito de SUD só é atendido após excluir complicações da gravidez, causas iatrogênicas e doenças orgânicas sistêmicas ou genitais. Os conhecimentos atuais acerca dos mecanismos locais/endometriais envolvidos no sangramento menstrual normal e a possibilidade de que possam estar alterados e serem causa de sangramento uterino anormal 9,10, ainda que não tenham causa endócrina, são frequentemente incluídas nas publicações sobre SUD. Assim, as alterações em nível endometrial das prostaglandinas, fibrinolíticos ou enzimas líticas endometriais estão incluídas no texto.
2.2.Prevalência
Apenas 40%-45% das pacientes que procuram tratamento por excesso de sangramento perdem mais do que 80ml e quase metade daquelas que afirmam ter sangramento aumentado perde menos que 40ml. Devido à percepção pouco precisa das pacientes esta observação indica a necessidade de métodos mais precisos para medir o volume do sangramento menstrual11, 12. Cerca de 15%-30% das mulheres em idade reprodutiva apresentam sangramento anormal, tendo maior prevalência em seus extremos. Em geral o sangramento é disfuncional entre 10%-80% dos casos13.
2.3.Fisiopatologia
Em resposta ao eixo hipotálamo-hipófise-ovariano-uterino a menstruação normal ocorre a intervalos regulares de 26 a 34 dias, inicia-se abruptamente e prolonga-se entre 2 a 7 dias, com perda de sangue de aproximadamente 40ml. No SUD não há alteração nítida do eixo hipotálamo-hipófise-ovariano, sendo normais os níveis basais de gonadotrofinas e estrogênios14, 15. Podem ocorrer alterações nos mecanismos de retroalimentação com nível insuficiente de estradiol para promover efeito hipotalâmico positivo16, mas informações acerca da pulsatilidade do GnRH no SUD não são disponíveis. Na sua gênese, tem-se ainda incluído alterações dos fatores luteolíticos locais17,18, desequilíbrios nas concentrações locais entre prostaglandinas vasoconstritoras e vasodilatadoras19, exacerbação do sistema fibronolítico20 e maior densidade de receptores para estradiol e progesterona no endométrio15. Quando um ou mais dos processos fisio-
lógicos responsáveis que controlam, regulam e limitam a menstruação (Tabela 2) for alterado à extensão em que a função normal possa ser prejudicada, ocorrerá o sangramento uterino excessivo disfuncional8. Considera-se excessivo qualquer alteração em qualquer um dos parâmetros intervalo, duração ou volume. As alterações do parâmetro intervalo marcam a disfunção do eixo neuroendócrino, sendo esta manifestada por: (1) perturbação do desenvolvimento folicular ou disfunção lútea nos ciclos ovulatórios, quando comprometimento do eixo for menos severo ou (2) níveis insuficientes de estradiol e LH para promover ovulação, nos quadros de disfunções com maior severidade.
2.4.Classificação
Com objetivo de facilitar a identificação das possíveis causas e racionalizar a conduta, pode-se classificar a SUD segundo período de vida/evolução genital (puberdade, anos reprodutivos, pré-menopausa) e etiologia (hipotalâmica, hipofisária, ovariana). Classificação dos sangramentos segundo a função ovariana (ovulatória, anovulatória) e formas de sangramento21 é mostrada na tabela 3. Recomenda-se que o aspecto do sangramento seja considerado no sistema de classificação 4, 5.
2.5.Causas
Como visto anteriormente, o sangramento uterino é disfuncional quando, por alteração do eixo hipotálamo-hipófise-ovariano, há (1) desenvolvimento folicular anormal, (2) ausência do mecanismo de retroalimentação hipotálamo-estradiol positivo,(3) alteração funcional do corpo lúteo. Estas alterações podem ser consequência de: Disfunções do córtex cerebral, sistema límbico e hipotálamo; Imaturidade persistente do sistema GnRH; Estresse psíquico, físico e nutricional; Tumores, infecções, irradiação, cirurgia.
-Disfunções hipofisárias; Diminuição na secreção de FSH e LH.
-Secreção de moléculas heterogêneas de FSH, LH; Tumor secretor de FSH; Irradiação, infarto hipofisário
-Disfunções ovarianas
-Alteração na atividade das enzimas 17α-hidroxilase e 17-20 liase.
-Disfunções endometriais/locais Desequilíbrio das prostaglandinas; Exacerbação da fibronólise;
-Alteração das enzimas proteolíticas 4, 5.
2.6.Expressão clínica do SUD
Em ciclos ovulatórios com desenvolvimento folicular insuficiente, o retardo no processo de reepitelização dá origem ao prolongamento do sangramento menstrual, tanto com aumento (hipermenorragia) como sem aumento (hipermenorréia) aumento do volume22. Havendo foliculogênese acelerada o intervalo do ciclo pode ser mais curto em até uma (ciclos entre 20-26 dias, proiomenorréia) ou duas semanas (ciclos a cada 15 dias, polimenorréia) (D). Na insuficiência folicular a foliculogênese retardada resulta em ciclos mais longos (35-45 dias, opsomenorréia) clinicamente traduzidos por manchas no pré-menstruo, prolongando o sangramento (opsohipermenorréia). Na ocorrência de fase lútea insuficiente, podem-se observar ciclos tanto com intervalos normais, manifestando- se por manchas antes do fluxo e prolongamento de sua duração (hipermenorréia), como ciclos com intervalos curtos (proiomenorréia) (B). No comprometimento mais severo do eixo hipotálamo-hipófise-ovariano ocorre foliculogênese incompleta, duração variável do intervalo entre sangramentos e produção insuficiente de estrogênios para promover retroalimentação hipotalâmica positiva e ovulação (A). Não havendo ovulação o sangramento ocorre por ruptura da superfície endometrial a intervalos irregulares (C). As manifestações clínicas marcantes são a polimenorréia ou os ciclos longos, com duração variável e fluxo prolongado. Lembrar que na polimenorréia por anovulação não há modificações nas características físicas do fluxo e que este fato permite diferenciá-la dos ciclos ovulatórios com manchas no meio do ciclo. Ciclos longos (oligomenorréia na literatura inglesa e opsomenorréia ou espaniomenorréia na alemã) podem não caracterizaralterações com excesso de sangramento23.
2.7.Diagnóstico
Avaliação minuciosa é essencial para excluir possíveis causas orgânicas, comprovar alteração nos mecanismos de controle da menstruação e firmar o diagnóstico de sangramento disfuncional (Tabela 4). Destacam-se pontos relevantes na investigação.
Na anamnese:
-Idade, estilo de vida, estresse excessivo (físico, psíquico, nutricional), perda do peso excessivo, vômitos.
-Sinais de alteração hipotalâmica: sono, sede, apetite, olfato, regulação térmica, cefaléia, convulsões, mudanças comportamentais.
-Sinais de alteração hipofisária: galactorréia, restrição do campo visual.
-Sintomas de hipoestrogenismo ou mudanças bruscas nos níveis de estrogênios: fogachos, sudorese noturna.
-Características físicas do sangramento, existência de manchas no pré/pós mênstruo e intervalos irregulares entre os sangramentos.
-Outros: crescimento de pêlos em excesso, adinamia, edema, pele seca, intolerância ao frio, obstipação. No exame físico
-Conformação corporal: altura, peso, envergadura, razão cintura-quadril, índice de massa corporal.
-Pulso: rápido (hipertiroidismo) ou lento (hipotireoidismo, estresse físico ou nutricional).
-Pele: coloração amarelada (no hipotiroidismo e anorexia nervosa), sinais de hiperandrogenismo (acne, hirsutismo), sinais de resistência à insulina (acanthosis nigricans, acrocórdones).
-Mamas: galactorréia.
-Genitais: trofismo, pilificação, tamanho clitóris.
Na investigação complementar:
-Excluir uso de medicamentos anticoagulantes e hormônios que possam causar sangramento iatrogênico.
-Excluir complicações de gravidez com dosagens de βhCG e ultrassonografia.
-Considerar testes para identificar disfunções da tireóide, insuficiência renal, insuficiência hepática, hiperprolactinemia, diabetes mellitus, doença de VonWillebrand (fator VIII, antígeno Von Willebrand, teste de agregação plaquetária).
-Comprovar a normalidade dos órgãos pélvicos: ultrassonografia, histeroscopia, biópsia do endométrio, laparoscopia.
-Investigar a função hipofisário-hipotalâmica: FSH, LH, se necessário teste com GnRH, ressonância magnética.
-Investigar a função hipofisária: FSH, LH, PRL, teste com GnRH.
-Examinar a duração e função da fase folicular: incremento do estradiol, acompanhamento do crescimento e ruptura folicular e modificações endometriais com ultrassonografia seriada. Notar que a dinâmica do incremento dos níveis de estradiol em dosagens seriadas não está, ainda, padronizada.
-Examinar a duração da função lútea: identificação ecográfica do dia da ovulação,vascularização do corpo lúteo, curva da progesterona, biopsia com datamento do endométrio e, clinicamente, pelas características do início do fluxo menstrual (presença ou ausência de manchas antes do aumento do fluxo)7.
2.8.Tratamento
Diferenciar o tratamento segundo a(s):
-Etiologia
-Forma de apresentação clínica
-Histologia endometrial
-Metas da paciente
Considerando estes aspectos, o tratamento poderá caracterizar ou não uma urgência médica, ser clínico ou cirúrgico conservador ou radical.
2.8.1Na urgência
-Corrigir hipovolemia e manter hemodinâmica normal.
-Parar o sangramento
1.Estrogênios: estrogênios conjugados 25mg EV a cada 4-6 horas (A)24. Não é recomendada a associação estrogênio-progestogênio no primeiro momento.
2.Curetagem: pode ser considerada em mulheres acima de 40 anos, uso prévio prolongado ou irregular de estrogênios, ou falha do estrogênio na tentativa de parar o sangramento.
2.8.2Não urgência
-Seguir protocolo diagnóstico para identificar a causa (Tabela 4).
-Individualizar, segundo a causa e as metas das pacientes.
-Considerar a histologia do endométrio, se disponível.
-Definir se clínico ou cirúrgico
1.Clínico:
-Ciclos ovulatórios anormais, ou anovulatórios, sem desejo de gravidez.
-Estabelecer ciclos artificiais, estendidos ou não, com anticoncepcional hormonal combinado (oral, vaginal, transdérmico) (A) 25.
-Ciclos ovulatórios anormais ou anovulatórios com desejo de gravidez.
-Assegurar foliculogênese, ovulação e fase lútea normais com indutores da ovulação (citrato de clomifeno, inibidores da aromatase) e/ou gonadotrofinas (FSH, LH) (A).
-Ciclos ovulatórios com alteração das prostaglandinas.
-Inibidores de síntese de prostaglandinas (fluxo 20%-40%) (A)13,26 Ácido mefenâmico: 500 mg-3 vezes ao dia;
-Piroxican: 20mg-2 vezes ao dia; Ibuprofeno: 600mg-2 vezes ao dia.
-Inibidores de síntese de prostaglandinas e fragilidade plaquetária Etansilato: 500 mg-4 dias, 5 a 15 dias (A).
-Ciclos ovulatórios com exacerbação do sistema fibrinolítico Antifibrinolíticos (fluxo 40%-60%) (A)27.
-Ácido aminocapróico: 250mg-2 comprimidos 4 vezes ao dia (B).
-Ácido tranexâmico: 250mg-2 comprimidos 4 vezes ao dia (A).
-Ciclos ovulatórios anormais, ou ovulatórios, sem desejo de gravidez.124 DIU com progestogênio: (fluxo 65%-97%)28,29.
-Levonorgestrel (LNG): (65% A). Progesterona (P): (80% -97% A).
2.Cirúrgico:
Independente do método (histerectomia, ablação, endométrio), considerá- loapenas na mulher com prole completa e falha do tratamento clínico. Lembrar que as falhas no tratamento clínico são comuns na falha do diagnóstico das causas orgânicas.
Tabela 1- Classificação dos distúrbios menstruais, com sangramento excessivo, segundo alterações nos parâmetros volume, intervalo e duração do sangramento*
* Não há consenso na literatura inglesa e germânica.

Tabela 2- Mecanismos responsáveis pelo início e término do

Fluxo menstrual.
• Utilização dos ácidos araquidônico e eicosanotrienóico das membranas celulares.
• Síntese de prostaglandinas , vasodilatação e vasoconstrição rítmicas.
• Contração intermitente das arteríolas espiraladas (em 24h).
• Isquemia, ruptura vascular, diapedese, extravasamento de sangue.
• Ruptura da superfície epitelial do endométrio e descolamento da basal.
Término:
• Vasoconstrição das arteríolas espiraladas da basal e radiais do miométrio;
• Foliculogênese normal com produção de estrogênios;
• Reepitelização do endométrio;
• Integridade miometrial;
• Área endometrial normal;
• Espessura endometrial normal;
• Grau de vascularização e edema mio-endometrial normais;
• Equilíbrio entre prostaglandinas vasoconstritoras e vasodilatadoras;
• Eficácia do sistema de coagulação.
Tabela 3 - Classificação do sangramento uterino disfuncional, segundo a função ovariana, tipo de ciclo e características do sangramento
Adaptação de Field et al, 1988.


Tabela 4- Objetivos para o diagnóstico de sangramento uterino disfuncional

A palavra homeopatia, oriunda do grego homoios = semelhante e pathos = doença ou sofrimento, designa a ciência terapêutica baseada na lei natural de cura Similia similibus curentur ou “sejam os semelhantes curados pelos semelhantes”. (Kossak, 2003).
2.9.Princípios fundamentais da homeopatia
A homeopatia é fundamentada em quatro pilares, quais sejam:
1.Lei da Semelhança ou Similia similibus curentur (Sejam os semelhantes curados pelos semelhantes);
2.Experimentação no homem são;
3.Dose mínima;
4.Remédio único.
2.9.1Lei da semelhança
A homeopatia foi fundada por Samuel Hahnemann. Ele postulou um princípio de cura: “O que pode produzir um conjunto de sintomas em um indivíduo saudável, pode tratar uma pessoa doente que está manifestando um conjunto de sintomas semelhantes - a lei dos semelhantes”. Esse princípio, semelhante cura semelhante, deu o nome de ‘Homeopatia’ 30
O método de tratamento homeopático baseia-se na aplicação do princípio da similitude (similia similibus curentur), utilizando medicamentos que causam efeitos semelhantes aos sintomas da doença, com o objetivo de estimular uma reação do organismo contra seus próprios distúrbios 32.
2.9.2Experimentação no homem são
A experimentação de uma droga no homem sadio e sensível é um requisito indispensável para o conhecimento e catalogação dos mínimos desvios relacionados às sensações, funções e sintomas psíquicos 32. O homem doente tem sensibilidade exacerbada, especialmente dos órgãos afetados, estando a sua resposta condicionada a uma segunda doença artificial profundamente alterada 32. As experiências animais propiciam contribuições indiretas, incapazes de fundamentar as patogenesias, decorrentes da diferença de res-
posta entre as espécies, entre os componentes da mesma espécie e, principalmente, pela impossibilidade da comunicação através da palavra acerca dos sintomas subjetivos 32.
3.1.3. Dose mínima
Dentro do raciocínio da semelhança adotou-se a aplicação clínica das drogas em doses reduzidas, subtóxicas, embora em nível ponderável, sobrevindo curas sempre que a correlação de semelhança fosse obedecida. Doses mínimas em nível imponderável não foram inicialmente cogitadas. A vivência diária mostrou, entretanto, frequentemente agravamento inicial, atribuído á soma da doença já existente, com aquela artificial provocada pelo simillimum em doses ponderáveis. No intuito de contornar este inconveniente, HAHNEMANN procedeu à redução das doses numa técnica de diluição em água e álcool, em escala centesimal progressiva, tendo o cuidado de homogeneizar cada diluição através do procedimento das sucussões, receava que tal conduta prejudicasse o efeito terapêutico e surpreendeu-se ao constatar que as diluições sucussionadas, além de conservarem, adquiriam maior potencial curativo. Este fato motivou a descoberta do poder farmacodinâmico em substâncias até então consideradas inertes e possibilitou a elaboração de patogenesias a partir de substâncias tóxicas 32.
3.1.4 Remédio único
Se a doença se manifesta por sintomas, se os sintomas revelam suas propriedades em experimentações no homem sadio, se a relação entre as manifestações do doente e aquelas de uma droga representam lei da semelhança, um único raciocínio lógico ditará a conduta médica: prescrever com base nesta correlação de semelhança. O medicamento identificado, ou simillimum, será administrado unicamente, sem interferência de outro. Remédio único constitui requisito ou corolário derivado da lei da semelhança, o mais importante sob o ponto de vista médico-científico e o mais difícil na prática 32.
2.10.Matéria médica
Ao conjunto de manifestações apresentadas pelo individuo sadio e sensível, durante a experimentação de uma droga, foi dado o nome de patogenesia. A reunião dos quadros experimentais devidamente catalogados, ou patogenesias, passou a constituir a matéria Médica Homeopática 32.
3.FARMACOTÉCNICA
HOMEOPÁTICA
O medicamento homeopático é obtido através dos processos de dinamização e sucussão.
A diluição representa a distribuição do soluto no solvente. Este processo não é suficiente para conferir à mistura o poder dos remédios homeopáticos. Este será obtido através da sucussão desta diluição. Este processo possibilita a liberação de energia dinâmica consequente à fricção intermolecular. Homeopaticamente, quando se fala em diluição, é subentendido obrigatoriamente o procedimento de sucussão, sendo o termo diluição empregado de forma genérica com o mesmo significado de dinamização e potência 32.
Existem várias escalas, isto é, formas diferentes de diluir e sucussionar o medicamento homeopático.
3.1.Escala Centesimal Hahnemanniana
Recebem a sigla “CH”. As diluições são obtidas através da mistura de uma parte de tintura mãe com noventa e nove partes de solução hidro-alcoólica seguida de 100 sucussões. Assim obtém-se a potência 1CH. Retirando-se uma parte desta potência 1 CH e misturando-se com noventa e nove partes de solução hidroalcoólica, obtém-se a potência 2 CH e assim sucessivamente.
3.2.Escala decimal de Hering
Idealizada por Hering, adota o soluto solvente na proporção de 1:9. Nesta escala, o nome do medicamento é seguido pelo símbolo da potência, como por exemplo um remédio na sexta diluição decimal teria seu nome seguido por D6 ou 6X.
3.3.Escala de Korsakov
Trata-se de um homeopata russo que desejou simplificar a preparação dos medicamentos homeopáticos utilizando um único frasco para as dinamizações sucessivas. Ele calculou que fazendo a dinamização num determinado frasco, quando este era esvaziado, a quantidade de solução que se mantinha aderente às paredes era proporcional a um centésimo do volume anterior, bastando portanto, acrescentar 99 partes de solvente e proceder à nova série de sucussões para se ter a dinamização seguinte.
3.4.Escala Cinquenta Milesimal
É uma escala que foi desenvolvida por Hahnemann com o objetivo de evitar a intensificação dos sintomas da doença. Conforme afirma Anna Kossak, o método não é mais adequado aos propósitos científicos, não evita agravações homeopáticas e pode ser facilmente substituído pela escala centesimal Hahnemanniana, sem prejudicar o doente.
4.O MEDICAMENTO HOMEOPATICO ARSENICUM ALBUM
Arsenicum album é raramente encontrado em estado natural e geralmente é obtido por combustão do Arsenio sulfuro de ferro e outros minerais arseníferos de cobalto ou de níquel.
É um agente terapêutico de grande potência e atua em todas as partes do organismo, preferencialmente no sistema nervoso simpático.
Nas experimentações feitas por Hahnemann destacaram-se alguns efeitos como imensa fraqueza e prostração, irritabilidade, grande ansiedade e agitação física e psíquica e na circulação, e no sangue se observou que o Arsenicum album determinou diminuição do poder dos glóbulos vermelhos em fixar o oxigênio ao nível pulmonar. Na intoxicação com Arsenicum album, o sangue tona-se negro, incoagulável e há extravasamento petequial 33.
4.1.Características
Arsenicum album é sobretudo o medicamento dos indivíduos enfraquecidos, cuja resistência vital está praticamente anulada. O temperamento do remédio é caracterizado pela alternância entre a excitação e a depressão, que é frequentemente periódica, fica muito enfraquecido, agitado, angustiado e banhado numa sudorese fria e com medo da morte. Essa periodicidade está presente em todo o medicamento. As dores são realmente periódicas; há alternância de excitação, bem estar e depressão no mesmo dia ou por períodos mais longos. Quanto maior é a cronicidade da doença maior é o ciclo 33.
É um dos remédios mais agitados da matéria médica. Essa agitação é tanto física quanto psíquica. Há uma grande inquietude moral, ansiedade indeterminada.
Ao lado da agitação temos imensa fraqueza e prostração que são profundas e rápidas, aparecendo bruscamente quando o doente parece estar em perfeita saúde. O desassossego e ansiedade são tão marcantes que obrigam o doente a mudar de lugar e posição constantemente. Essa inquietude também é marcada durante a febre (que se alterna com sonolência e estupor), durante a menstruação 34.
Característica marcante de Arsenicum album é a sensação de queimação. As dores são queimantes e podem acometer todas as partes do corpo. A sensação de queimação no cérebro pode levar o doente a lavar a cabeça com água fria 33.
4.2.Modalidades
A modalidade de um sintoma é a condição de agravação ou de melhora do mesmo, sendo tanto mais importante quanto mais nítida e intensamente influenciar determinada manifestação 32.
Agravação:
-À noite, após a meia noite, entre 1 e 3 horas.
-Pelo frio. As cefaléias queimantes melhoram pela aplicação de água fria, mas todas as dores no corpo melhoram pelo calor.
-Do lado direito (cabeça, pulmão e abdome).
-Deitado sobre o lado afetado e com a cabeça baixa.
Melhoria:
-Mantendo a cabeça alta.
-Pelo calor, pelas bebidas quentes. Foge do frio e da umidade.
4.3.Sintomas mentais
O indivíduo de Arsenicum album é marcado pela ansiedade, agitação, desespero e esgotamento. Os pensamentos são numerosos, mas está muito enfraquecido para detê-los. Tem idéias e pensamentos deprimentes que o tornam ansioso. A mente do indivíduo é dominada pela agitação, ansiedade e prostração 34.
A ansiedade do remédio é acompanhada de melancolia, tristeza, medo de fantasmas, do escuro, da solidão e da morte, e é aliviada pelo movimento. Pensa que é inútil tomar remédios, pois suas doenças são incuráveis 34.
Apresenta um notável desejo de companhia, já que nunca quer estar só, pois teme que algo aconteça nos momentos de solidão, principalmente no escuro e à noite.
O medo de Arsenicum album é acompanhado de suores frios tremores e delírios. Seu sono é agitado, sobretudo entre 1 e 3 horas da manhã, quando levanta- se bruscamente com uma ansiedade marcada como se fosse morrer. O sonho frequentemente é acompanhado de delírios, sonhos e pesadelos com agitação extrema.
Não tolera coisas fora do lugar habitual. É excessivamente asseado, organizado, escrupuloso, rigoroso e minucioso, até com problemas ou aspectos insignificantes da vida diária, o que o torna um indivíduo chato que frequentemente desaprova os outros 33.
4.4.Órgãos genitais femininos
Dores queimantes nos ovários, principalmente no direito. Menstruações abundantes e precoces, de sangue negro. Leucorréia escoriante com prurido queimante na vulva.
Durante a menstruação a mulher sofre de pontadas no reto, períneo e vulva.
A vulva pode ser sede de inflamação, irritação, inchaço doloroso e queimante.
Tendência ao sangramento. Hemorragias fáceis e por todos os lugares. O sangue é negro, fétido, com queimação, escoriação ao nível da hemorragia, acompanhado de ansiedade, prostração e agitação.
Diante desse sangramento abundante, a anemia é um quadro marcado pelo remédio 34.
5.RELATO DE CASO CLÍNICO
Relato de um caso atendido no ambulatório de ginecologia do Sistema Único de Saúde do Município de Indaiatuba, SP. Trata-se de uma consulta marcada em caráter de urgência em função de sangramento transvaginal de grande monta com sinais clínicos de anemia. A paciente havia sido atendida em diversos serviços e fora encaminhada à unidade de referência para tratamento cirúrgico já que diversas tentativas com a medicina tradicional não lograram êxito.
Paciente submetida à anamnese direta e exame físico geral para avaliação da sintomatologia apresentada. Foram apresentados exames de ultrassonografia nos quais não havia nenhuma patologia anatômica nos órgãos genitais. Diante do quadro clínico, foi proposto o tratamento homeopático como sendo a última tentativa antes de se indicar o tratamento cirúrgico- histerectomia.
Anamnese:
Identificação Nome: MJT. Idade: 47 anos.
Gênero: feminino.
Grupo étnico: leucoderma. Estado civil:casada.
Profissão: policial militar. Queixa principal: “Hemorragia vaginal com anemia há 3 anos”.
História da Doença Atual:
Há três anos apresentando sangramento vaginal importante com duração de até 40 dias, utilizando uma média de 8 unidades de absorventes ao dia, com redução do sangramento periodicamente e intensificações frequentes. Foi tratada em diversos serviços com inúmeros tratamentos hormonais, passou por três curetagens uterinas em caráter de urgência, sendo que em todas as internações precisou de hemotransfusão e como não teve sucesso com nenhum tratamento, foi encaminhada ao serviço de referência para o tratamento cirúrgico.
Investigação sobre os diversos aparelhos:
Cabeça: nada digno de nota.
Aparelho genital: Gesta II Para II (dois partos vaginais sem intercorrências).
Menarca aos 12 anos, Ciclos regulares até os 40 anos de idade. Após os 40 anos passou a apresentar episódios de amenorréia seguidos de metrorragia .
Frequentemente apresentava leucorréia amarelada com sensação de queimação na vagina e ovários e menstruações com cheiro de “podre”.
Sistema nervoso: ansiedade marcada principalmente diante de quadros de adoecimento com importante nervosismo e prostração. Melancolia, tristeza. Refere medo de morrer e de que tenha alguma doença grave, medo de desgraça, de que algo de ruim aconteça consigo e com os familiares. Esses medos são mais aparentes pela manhã, ao acordar. Refere que diante de algum evento ou acontecimento fica muito ansiosa, observando aumento do sangramento uterino e inquietação. “Minha cabeça não para e fico inquieta fisicamente, mudando de lugar, virando de um lado pro outro na cama”.
Aparelho respiratório – nada digno de nota.
Aparelho digestivo e abdome - nada digno de nota.
Medos: Medo de morrer. Medo de ter uma doença incurável. Medo de depender da ajuda dos outros. Medo de escuro.
Sonhos: nada digno de nota.
Antecedentes pessoais: Varicela e parotidite quando pequena.
Antecedentes familiares: Nada digno de nota. Nega histórico de câncer de mama na família (mãe, tia ou irmã).
Generalidades: Sente muito frio, o que é motivo de sofrimento. Tem o costume de se agasalhar e observa que as outras pessoas a sua volta não o fazem na mesma intensidade.
Exame Físico:
-Hipocorada (++/4+), hidratada, eupneica.
-Língua sem alterações.
-Pescoço sem alterações.
-Aparelho respiratório- murmúrio broncovesicular universalmente audível sem ruídos adventícios.
-Aparelho cardiovascular – ritmo cardíaco regular, em 2 tempos, sem sopros ou extrassístoles.
-Abdome flácido, indolor à palpação superficial e profunda.
-Exame especular:
Colo epitelizado com eliminação de pequena quantidade de sangue negro. Paredes vaginais de aspecto preservado. Ausência de leucorréia.
Toque:
Útero em anteflexão, tamanho normal, indolor à mobilização.
-Membros inferiores sem alterações. Exames complementares:
Ultrassonografia realizada no momento da consulta:
Data: 21.02.2011.
Paciente: M. J. T.
Idade: 47 anos
Solicitante: DR. ROBERTO HORTA
ULTRASSONOGRAFIA PÉLVICA TRANSVAGINAL
ÚTERO antefletido, medindo 9,4x 5,4x 5,3 cm (L X AP X T).
Volume uterino aproximado de 139cm³. (Valores normais: nulípara até 90 cm³, menopausa até 70cm³; Paridade 1 e 2 até 140cm; paridade 3 até 160 cm³; paridade 4 até 180cm³).
Textura miometrial homogênea.
ENDOMÉTRIO homogêneo com espessura de 10mm.
OVÁRIO DIREITO de forma ovalada, contornos regulares e ecotextura normal.
Medidas: 1,5x 2,1x 2,4 cm. Volume de 4,3cm³.
OVÁRIO ESQUERDO de forma ovalada, contornos regulares e ecotextura normal.
Medidas: 2,2x 1,7x 1,8 cm. Volume de 3,9cm³.
(volume normal – até 11,0 cm³ no menacme e até 5,0 cm³ na menopausa)
Ausência de liquido em fundo de saco posterior.
Conclusão: Aspecto ultrassonográfico normal dos órgãos avaliados.
Diagnóstico final:
Hemorragia uterina disfuncional.
Sintomas utilizados na repertorização:
1.“Melancolia, tristeza, notável medo de morrer ou de que tenha alguma doença incurável, principalmente de manhã, quando acorda de manhã.”
-Mental – medo, apreensão, pavor – morte, da – despertar, ao.
2.“Refere que diante de algum evento ou acontecimento fica muito ansiosa, observando aumento do sangramento uterino e inquietação.”
-Mental – transtornos por – antecipação, presságio, pressentimento.
3.“Frequentemente apresentava leucorreia amarelada com sensação de queimação na vagina e ovários”
-Genitais femininos – dor – ardente – ovários
4.Há três anos apresentando sangramento vaginal importante com duração de até 40 dias, utilizando uma média de 8 unidades de absorventes ao dia, com redução do sangramento periodicamente e intensificações frequentes”
-Genitais femininos – menstruação copiosa
5.“menstruações com cheiro de “podre”.
-Genitais femininos- menstruação repugnante – pútrida Conduta:
Avaliando o estudo da matéria médica foi prescrito o medicamento homeopático Arsenicum album 12 CH 03 gotas à noite. Em caso de sangramento aumentado, repetir a dose para até 3 vezes ao dia e retornar após 21 dias.
Evolução clínica:
Paciente evoluiu bem. Nos primeiros 15 dias de tratamento apresentou pequenos sangramentos não mais tão fétidos como antes. Após 35 dias de tratamento não mais apresentou sangramento e até hoje utiliza a
mesma medicação na mesma potência. Após 3 meses de tratamento passou a usar o remédio em dias alternados. Refere que se ficar 3 dias sem tomar o remédio, passa a sentir cólica e sente-se agitada.
Desde o início do tratamento não mais apresentou leucorréia. Refere que se sente muito bem, que a ansiedade e as preocupações estão menos intensas, mais sob controle.
6.DISCUSSÃO
A síndrome que acompanha a hemorragia uterina disfuncional é um frequente motivo da consulta ginecológica e também homeopática. As alterações menstruais, em sua maioria, vêm acompanhadas de sintomas gerais, locais e psíquicos, como anemia, distúrbio hidroeletrolítico, dores as mais diversas, transpiração diferente do habitual, alteração de odor, frio e/ou ondas de calor, irritabilidade, medos, insônia etc. O tratamento adequado para uma síndrome tão complexa é sempre um grande um desafio.
Além dos sintomas em si, alguns fatores concorrem para a dificuldade da abordagem da paciente, como a hipertensão arterial, a obesidade, o diabetes mellitus, as alterações de coagulação com o histórico de síndromes trombóticas e varizes etc, o que por vezes contraindicam o tratamento hormonal, o qual pode também não ser eficaz, sendo necessário o tratamento cirúrgico com a curetagem uterina, a ablação endometrial ou a retirada do útero (histerectomia).(Halbe, 1993).
A homeopatia surge como uma opção terapêutica, segura, livre de efeitos- colaterais, sem absolutamente nenhuma contraindicação e que aborda o indivíduo como um todo, extraindo da anamnese fatores marcantes e individualizantes que determinarão a certeira escolha do medicamento com real chance de tratar o quadro hemorrágico e os sintomas coexistentes conferindo à paciente a possibilidade de uma melhora na qualidade de vida e evitando o tratamento cirúrgico com todos os seus riscos.
7.CONCLUSÃO
O presente trabalho apresenta a homeopatia como uma opção segura e eficaz para o tratamento da hemorragia uterina disfuncional. O relato do caso clínico demonstrou que a homeopatia clássica foi capaz de controlar satisfatoriamente a síndrome hemorrágica e demais aspectos clínicos e psicológicos da paciente evitando, portanto, o tratamento cirúrgico, o qual já havia sido indicado por outros profissionais. A paciente, em tratamento homeopático desde fevereiro de 2011, tem se mantido em remissão da hemorragia.
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29.IRVINE G. A; CAMPBELL-BROWN M. B; LUMSDEN M. A; HEIKKILA A; WALKER J. J; CAMERON I. T. Randomised comparative trial of the levonorgestrel intrauterine system and norethisterone for treatment of idiopathic menorrhagia. Brit J Obstet Gynecol. 105:592-8;1998.
30SANKARAN, R. A Sensação em Homeopatia. Editora Organon. 2010.
31TEIXEIRA, M. Z. Semelhante cura semelhante: o princípio de cura homeopático fundamentado pela racio-nalidade médica e científica. São Paulo: Editorial Petrus, 1998.
32KOSSAK-ROMANACH, A. Homeopatia em 1000 conceitos. 3ª Ed. São Paulo:Editora Elcid, 2003. 561 p.
33LATHOUD, F. Matéria Médica Homeopática. SP: Editora Organon, 2000.
34VIJNOWSKY, B. Tratado de Matéria Medica Homeopática. São Paulo, 2012.
Como tudo começou... E como pode ser o futuro?
PÁGINA DA FENAPICS – FEDERAÇÃO NACIONAL DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE – REVISTA DE ESTUDOS HOMEOPÁTICOS –
ABRIL/25

Dentro das atividades de fortalecimento e reconhecimento da Homeopatia e outras práticas integrativas, foram realizadas algumas ações importantes.
1.Contratação de terapeuta homeopata em Novo Cabrais, para atender pelo SUS, município do RS que iniciou essa prática há uns anos. A íntegra da ação e as conversas de repercussão podem ser acompanhadas em https://www.facebook.com/share/p/12EeGA2fhHK/
2.AUDI Ê NCIA P Ú BLICA destinada a debate, sensibiliza çã o e apresenta çã o de minuta/proposta de projeto de lei que visa ao reconhecimento institucional dos Not ó rios Saberes para Mestres e Mestras dos Saberes e Fazeres Tradicionais, Populares e Culturais, em suas artes, of í cios, cosmologias e cosmopercepções tradicionais.
Foi realizada em 11/03, às 08h:30min, no Audit ó rio C - Pr é dio 18, CCNE, e a proposta foi acolhida com sucesso.
Pode ser acompanhada na íntegra em: https://www.youtube.com/ live/Pa0mhADV2Wo
3.Realização de live para mostrar o piloto de um documentário sobre Homeopatia Popular, contando com a presença de vários atores importantes da História da Homeopatia no Brasil.
Mesmo ainda sem identidade jurídica definida, a organização já se articula e produz, em nome de todas as terapias complemen tares e integrativas!










Revista de Estudos HOMEOPÁTICOS