REH_v.8, nº 8, 2019

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Revista de

Estudos HOMEOPÁTICOS

Publicação Digital Quadrimestral Gratuita

Uma realização do Grupo Livre de Terapeutas Homeopatas do Centro -Oeste

1 de dezembro de 2019 Brasília, Templo Budista, 316 Sul

Mais uma realização dos Terapeutas Homeopatas do Centro-Oeste e da Revista de Estudos Homeopáticos

Ano 3

N° 8

Dezembro/2019

2965-3045
ISSN
Editorial Grupo Livre de Terapeutas Homeopatas do Centro-Oeste revistadeestudoshomeopaticos@gmail.com

Agostinho Dias Paiva – Belo Horizonte

Gosto de ler essa Revista, veio para conhecermos melhor o tratamento natural através da homeopatia. Recomendo consultar um profissional especializado, para nos orientar. Confio na homeopatia pra cura natural. Parabéns por essa iniciativa. Obrigado. Vai ser muito útil ler mais essa edição.

Kátia Avelino – São Paulo

Não conheço ainda todo o material da revista, mas pelas postagens aqui no Face achei muito interessante! Vou aguardar esse primeiro seminário para conhecer melhor e visitar a página com frequência. Acho homeopatia uma super alternativa!

Cátia Nakashima – Ceilândia - DF

Essa Revista é uma excelente oportunidade para conhecer e amar a Homeopatia! Já li todos os números e só fica melhor!

EXPEDIENTE

Jornalista Responsável

Editora-Executiva Conselho Editorial

Projeto Grá co e Diagramação

Karine Santos

Redatores

Revisão

Contato

ÍNDICE EDITORIAL 1 CARTA AO LEITOR 2 EXPEDIENTE 3 SUMÁRIO 4 ANUNCIANTES 5 PRIMEIRA PARTE: HOMEOPATIA E NÓS
HOMEOPATIA TAMBÉM
Revista de Estudos HOMEOPÁTICOS
SEGUNDA PARTE:
É CIÊNCIA

Se você também quiser publicar aqui a divulgação do seu trabalho terapêutico, por favor faça contato com revistadeestudoshomeopaticos@gmail.com e receba os detalhes! Teremos prazer em torná-lx mais conhecidx!

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HOMEOPATIA E NÓS

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de Estudos
Revista
HOMEOPÁTICOS

RETROSPECTIVA DO TRABALHO DO GRUPO LIVRE DE HOMEOPATAS DO CENTRO-OESTE: As conquistas de 2017

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Por Sheila da Costa Oliveira

No ano de 2017 foram realizados 11 encontros, alternando entre Brasília, Goiânia e Abadiânia. Acompanhe uma retrospectiva dos temas estudados e das presenças por meio das imagens a seguir.

Infelizmente, os convites para o II, o III e o V Encontros se perderam... No II (realizado em Goiânia, no mês de fevereiro) e no III (realizado em Brasília, no mês de março), contamos com a colaboração preciosa do nosso companheiro Júlio Aquino (saudades, Júlio!), que conduziu os estudos a respeito da Homeopatia e sua relação com os minerais. E, pelos que caram, dá para perceber a trajetória de estudos do grupo e o passo a passo da organização da Revista de Estudos Homeopáticos... Vamos apreciar! E, se quiser, junte-se a nós para estudar também, se já tiver formação em Homeopatia!

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Foto: Página oficial no Facebook

Nascido em Atenas, na Grécia, em 25 de julho de 1932, George Vithoulkas recebeu o apelido de “maestro da Homeopatia Clássica” do autor Robin Shohet e já foi chamado de “um dos maiores teóricos da Homeopatia” por Lyle Morgan.

Homeopata, professor e escritor, além de ser conhecido por ter formado homeopatas famosos mundialmente – como Bill Gray, Jan Scholten, F. Schroyens, Roger Morrison, Louis Klein e Rajan Sankaran –, ele também foi vencedor do “Prêmio Nobel Alternativo” de 1996 pelo trabalho dedicado à Homeopatia, e também é considerado uma referência global para o processo de renovação e expansão do tratamento homeopático no século XX.

O primeiro contato de Vithoulkas com a Homeopatia aconteceu na África do Sul, onde ele trabalhava como engenheiro. Ao se apaixonar pelo método, ele viajou para a Índia e realizou seus estudos como homeopata pelo Instituto Indiano de Homeopatia de 1963 a 1966. Lá, ele conheceu e tratou Jiddu Krishnamurti, lósofo e educador indiano que está no rol dos maiores pensadores da atualidade.

Ao retornar para a Grécia em 1970, Vithoulkas começou sua jornada como professor, passando a lecionar para um grupo pequeno de homeopatas. O sucesso do curso chamou atenção para o estabelecimento que, eventualmente, se tornou o Centro de Medicina Homeopática de Atenas que, com o passar do tempo, foi palco para a formação de milhares de homeopatas, médicos e homeopatas clássicos, difundindo técnicas que combinavam a teoria e a prática da terapia homeopática a partir de preceitos cientí cos sólidos.

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Em 1976, ele organizou o primeiro de uma série anual de seminários voltados para a Homeopatia. Mais tarde, fundou a revista Homeopathic Medicine. E em 1994 abriu a Academia Internacional de Homeopatia Clássica, na ilha de Alónissos, na Grécia, que ainda é dirigida por ele, e tem o objetivo de promover cursos de pós-graduação para homeopatas.

O retorno de Vithoulkas ao Ocidente desencadeou uma explosão de interesse pela Homeopatia que, com ele, perdeu o status de prática instintiva ou espiritual, como apontado pejorativamente por personalidades do meio cientí co, e retornou às suas origens de ciência baseada em princípios lógicos e comprovados por Hahnemann, seu criador.

Vithoulkas também trouxe de volta o debate sobre a de nição de saúde, o papel das doenças agudas na progressão da saúde, as psicopatologias de medicamentos e outros temas importantes para o avanço contínuo dos cuidados de saúde, difundindo técnicas que combinavam a teoria e a prática da Homeopatia a partir de preceitos cientí cos sólidos, além de colaborar para o desenvolvimento de so wares homeopáticos voltados para a prescrição de medicamentos e de democratizar o acesso ao ensino da Homeopatia através de canais virtuais.

Praticando a homeopatia clássica desde os anos 70 com uma consistência que o tornou conhecido em todo o mundo, ele já colaborou para que inúmeros pacientes deixassem quadros de saúde críticos e também para a formação continuada de homeopatas de diferentes países, agindo como um personagem ativo no trabalho de propagação da Homeopatia.

Em 1996, ele recebeu o prémio “Right Livelihood”, o Prêmio Nobel Alternativo – reconhecido pelas Nações Unidas como uma das premiações mais importantes do mundo –, pela sua “contribuição excepcional para o renascimento da Homeopatia e pelo treinamento de homeopatas seguindo os mais

elevados padrões de excelência”. Ainda de acordo com o texto da premiação, os livros de Vithoulkas “tiveram uma in uência profunda para a aceitação e a prática da Homeopatia a nível mundial”.

Em 2000, George Vithoulkas recebeu a Medalha de Ouro da Hungria do presidente Arpad Goncz, por seu trabalho pela medicina homeopática. No mesmo ano, ele também foi agraciado com a Medalha de Ouro de Homeopata do Milênio, concedida pelo Ministério da Saúde da Índia. Anos depois, em 2012, Vithoulkas recebeu o Prêmio Honorário da Academia Nacional Médica de Pós-Graduação da Ucrânia.

Autor renomado, alguns dos títulos de sua autoria são: Matéria Médica Viva – com 12 volumes –, Homeopatia: Ciência e Cura e Homepathy: Medicine of the New Man – que já possui 21 edições”. Suas obras já foram traduzidas para 33 idiomas e podem ser encontradas nas bibliotecas mais importantes do mundo, como a Biblioteca do Congresso, e as bibliotecas de Harvard e Stanford, todas nos Estados Unidos, a “Die Deutsche Bibliothek”, na Holanda, a Biblioteca Nacional do Reino Unido, localizada em Londres, e a biblioteca da Universidade Católica de Lovaina, na Bélgica.

Atualmente, Vithoulkas é professor honorário da Universidade de Aegean na Grécia, da Academia de Medicina de Kiev, da Academia de Medicina de Moscou e da Universidade de Medicina do País Basco, além de possuir o título de “Doutor Honoris Causa” da Universidade de Medicina e Farmácia, “Doctor Viktor Babes” de Timisoara, na Romênia, e ser um membro sênior da Sociedade Real de Medicina do Reino Unido.

Fontes:

Vithoulkas.Com

VithoulkasCompass.Com

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Documentary of SWF

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Foto: George Vithoulkas/ Right Livelihood Award.Org

O documentário “Documentary of SWF” foi produzido pela Televisão Pública da Alemanha e lançado em 1998.

Dirigido por Lourdes Picareta, o lme conta a história de Geroge Vithoulkas, mostrando, principalmente, seu trabalho incansável pela difusão da Homeopatia no mundo.

É possível assistir ao curta, com legendas em português, no canal de Vithoulkas do Youtube. Clique aqui para conferir.

NOTÍCIAS

Fim do Hospital Universitário Hahnemann

Um juiz federal interrompeu temporariamente a venda dos programas de residência do Hospital Universitário Hahnemann, localizado na cidade da Filadélfia, nos Estados Unidos, onde funcionou por mais de 90 anos.

A medida coloca no limbo as esperanças dos proprietários de uma infusão de fundos para satisfazer os credores e manter operações mínimas enquanto a instituição chega ao fim.

Os Centros de Serviços Medicare e Medicaid, agência federal que financia as residências, se opuseram à venda do hospital

e, depois de algumas idas e vindas no tribunal, ganharam uma estadia temporária.

Os planos para fechar o Hahnemann University Hospital, que era um centro de atendimento terciário em Center City e o hospital de ensino da Faculdade de Medicina da Universidade de Drexel, foram anunciados no final de junho, quando a instituição entrou em falência.

Como parte de sua reorganização, os proprietários tentaram vender suas mais de 550 vagas de residência para um grupo de seis sistemas de saúde locais, liderados pelos Hospitais da Universidade Jefferson.

Hahnemann University Hospital (Foto: Emma Lee/WHYY)

Os advogados do Departamento de Justiça do CMS apresentaram objeções à venda durante os processos judiciais iniciais, contudo, o juiz Kevin Gross as anulou e concedeu sete dias de prazo para a obtenção de uma suspensão da ordem de venda, o que permitiria ao governo recorrer da decisão no Tribunal Distrital de Delaware.

Advogados do CMS argumentaram que os programas de residência não são um ativo da propriedade elegível para venda, mas simplesmente um contrato que cada hospital celebra com o CMS. Eles dizem que esses contratos só são transferíveis para outro hospital se houver uma mudança de propriedade, o que não é o caso, já que o Hospital Universitário Hahnemann está fechando.

Os advogados da instituição Hahnemann, por sua vez, argumentaram que a venda dos programas conta como um ativo

e pode constituir uma "transferência" de propriedade, porque a Hahnemann ainda não está tecnicamente fechada.

A residência foi vendida durante um leilão realizado em agosto por uma oferta vencedora de US $ 55 milhões, um preço muito mais alto do que o inicialmente previsto. Mas, se o recurso do CMS for concedido, os credores do hospital perderiam esse valor.

Advogados dos proprietários do Hospital Universitário Hahnemann disseram que precisam do dinheiro prometido com a venda da residência para continuar o que resta das operações na instituição, e também para manter o Hospital Infantil de São Cristóvão em funcionamento, que também será leiloado.

Fonte: Whyy.Org

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Foto: Inquirer

Ministro alemão é contra o m de subsídios à Homeopatia

Em setembro, durante um evento em Berlim, o ministro da saúde da Alemanha, Jens Spahn, a rmou que sua pasta não pretende obrigar as seguradoras de saúde do país a interromper o subsídio de serviços homeopáticos.

De acordo com ele, enquanto as operadoras de planos de saúde alemãs subsidiam a compra de 40 bilhões de euros em medicamentos convencionais por ano, o reembolso de tratamentos homeopáticos mal chega a 20 milhões de euros.

Apesar de não ter entrado no mérito da ecácia do tratamento, Spahn avaliou que a medicina alternativa na Alemanha representa apenas uma fração dos valores reembolsados pelas seguradoras anualmente.

“Eu decidi: está okay como está,” a rmou o ministro, que acredita que o gasto com medicina alternativa é irrisório e não justi ca a criação de uma medida para banir o tratamento.

Possuir plano de saúde é obrigatório na Alemanha e, por isso, várias seguradoras acabam disputando clientes e usando o reembolso parcial ou total de medicamentos homeopáticos como um diferencial.

A fala do ministro ocorre dois meses depois que uma manifestação da Associação Nacional de Médicos Credenciados a Planos de Saúde (KBV, na sigla em alemão), que representa 150 mil médicos e psicoterapeutas da Alemanha, apoiou o m do nanciamento de serviços homeopáticos.

Em julho deste ano, o chefe da KBV, Andreas Gassen, disse publicamente que “não há evidências su cientes para comprovar a e cácia dos procedimentos homeopáticos” e que “se as pessoas querem remédios homeopáticos, podem tê-los, mas não às custas da coletividade”.

A declaração de Gassen aconteceu logo após que o Ministério da Saúde da França anunciar que não irá mais autorizar o reembolso parcial de tratamentos homeopáticos a partir de 2021.

A Alemanha conta com sete mil médicos homeopatas registrados e muitos críticos que atacam o tratamento.

Um deles é o deputado federal Karl Lauterbach, especialista em questões de saúde pelo Partido Social-Democrata (SPD) e que, há anos, defende uma lei que proíba o reembolso de tratamentos homeopáticos.

Lauterbach conta com o apoio do Comitê Federal Conjunto (GBA), uma agência independente do Ministério da Saúde da Alemanha, que avalia o que deve ser coberto pelos planos de saúde no país.

Também em julho, o diretor da GBA, Josef Hecken, a rmou que “tratamentos sem evidência de e cácia ou benefícios não deveriam ser vistos como mais sérios por serem cobertos por planos de saúde.”

Fonte: Terra

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Gotas homeopáticas produzidas pelo programa Farmácia Viva serão distribuídas de forma gratuita em nove postos de saúde em que foram registrados mais casos da doença

Diretor de pesquisa da empresa de biotecnologia

New England Biolab, em Massachusetts (EUA), o bioquímico e biólogo molecular britânico Richard J. Roberts é conhecido por suas críticas implacáveis à indústria farmacêutica.

Vencedor do Nobel de Fisiologia e Medicina, em 1993, por suas descobertas a respeito da estrutura do DNA, o cientista fez questão de denunciar práticas subversivas da indústria farmacêutica durante entrevista ao El País, em maio deste ano.

Segundo ele, um dos maiores problemas é que ela “diz que quer curar doenças quando não o faz porque não é um bom negócio”.

“Durante anos houve tentativas de interromper pesquisas que desmentem certas coisas”, continuou Roberts. “O melhor exemplo é a Helicobacter pylori. Barry Marshall e Robin Warren descobriram que essa bactéria causava as úlceras, não só o ácido. A indústria tentou eliminar a pesquisa. Se houvesse medicamentos que acabassem com as células cancerígenas por imunoterapia, seriam muito difíceis de comercializar: se o câncer se detivesse totalmente tomando-os duas ou três vezes, onde estaria o dinheiro? Interessa mais à indústria tentar conter o avanço do câncer do que eliminá-lo”, apontou.

A respeito da relação entre política e ciência, o cientista acredita que “os políticos deveriam usar muito melhor as avaliações da ciência para aprender o que é certo e bom e o que não o é”.

“Deveriam se apoiar na ciência para melhorar suas políticas. E nós, cientistas, não precisamos de políticos que, sem conhecer nada de ciência, venham nos dizer o que devemos ou não fazer”, destacou.

Sobre investimento em pesquisas cientí cas, o vencedor do Nobel ainda esclareceu que “o Governo deve custeá-las para impulsionar a economia, não pode esperar que as empresas o façam”.

E prosseguiu:

“Mas investir em ciência não implica um retorno rápido. Nos anos setenta, os investigadores de áreas básicas, como eu mesmo, descobriam as enzimas com as quais cortar o DNA, e outros trabalhavam em uni-lo de novo e fazer combinações,” explicou. “Isso possibilitou a atual indústria biotecnológica. O melhor papel de um Governo é ensinar como a ciência básica funciona,” concluiu.

Fonte: El País

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Para Nobel de Medicina, medicamentos que curam não são rentáveis e, portanto, não são produzidos
Foto: José Jordán/El País

Prêmio Nobel de 2008 denuncia que a homeopatia está “silenciada” por interesses econômicos

Foto: Divulgação.

Luc Montagnier, ganhador do Prêmio

Nobel de Medicina de 2008 pela codificação do vírus da imunodeficiência adquirida (VIH), aproveitou sua passagem pela Universidade Política de Valência, que aconteceu no dia 2 de outubro, para defender os benefícios e a e cácia da Homeopatia.

O cientista, que recebeu críticas por parte da comunidade científica, insistiu que existem fármacos similares a medicamentos que são válidos, como “a homeopatia e algas orientais” e que

os efeitos positivos “de dissoluções de água e das ondas já são comprovados”

Lá, o virólogo francês também incentivou pesquisadores a terem um “espírito aberto” e a não se deixarem parar por “dogmas pré-estabelecidos”.

Em seguida, Montagnier realizou uma palestra com o tema “Novos Paradigmas em Biologia”, com foco em “inovações que podem estar no campo da medicina, que é relativamente conservadora”.

Fonte: Levante-EMV

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Para homeopatas, médicos e pacientes, a desinformação a respeito do tratamento homeopático é um problema real que, muitas vezes, está ligada à falta de reconhecimento por parte das próprias instituições de saúde.

A história da Homeopatia é antiga, uma vez que esta é desenvolvida desde o século XVIII. No Brasil, ela inclusive faz parte do rol de terapias complementares oferecidas pelo Sistema Único de Saúde – SUS. Contudo, ainda enfrenta obstáculos para ser validada na sociedade contemporânea.

Segundo a jornalista e homeopata Marina Costa, o maior entrave é a falta de informação dentro da própria medicina.

“Apesar de ser uma especialidade médica, outros médicos que não são homeopatas sabem pouco da e ciência da homeopatia em casos crônicos e agudos. Então, boa parte da população desconhece que, além dos fár-

macos comuns, é possível lidar com a saúde com fórmulas homeopáticas”, opina Costa.

Já a Dra. Lina Tamassia lembra que os médicos mais ligados às provas cientí cas são críticos da e cácia da homeopatia e cita o embate entre essa categoria e os pesquisadores da área, a exemplo do Dr. Marcos Zulian, referência desse debate na Universidade de São Paulo (USP).

Médica graduada no Rio de Janeiro (RJ), Tamassia acredita que o exercício da homeopatia seja um desdobramento da prática da medicina.

“Dentro das Práticas Integrativas e Complementares de Saúde, ela é considerada como um método semelhante à acupuntura, e vejo uma discrepância nisso. Se eu não sou médico, desconheço o sistema orgânico”, avalia a doutora.

Fonte: Diário do Nordeste

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Especialistas explicam por que a Homeopatia ainda é desconhecida pela população carente brasileira

Terapias integrativas ganham mais atenção dos criadores

Terapias integrativas como a acupuntura e a Homeopatia têm conquistado cada vez mais espaço entre os criadores de equinos, bovinos e ovinos. Além de tratar diversas patologias, elas também melhoram a qualidade de vida dos animais quando atuam em conjunto com a terapia alopática tradicional.

Para a médica-veterinária e professora da Faculdade de Veterinária da Ulbra, Viviane Machado Pinto, quanto mais técnicas são usadas para tratar o paciente, mais rápido ele se recupera.

“Essa é a ideia da medicina integrativa, unir técnicas diferentes para ter o melhor resultado”, destaca Machado.

Ainda segundo ela, a procura pelo uso da acupuntura em equinos anda sendo comum, principalmente por conta de qua-

dros recorrentes de processos in amatórios diretamente ligados ao excesso de exercício físico.

“A terapia tem efeitos neuromusculares e sistêmicos para cavalos com cólica, com problemas neurológicos e dor”, explica a médica-veterinária.

De acordo com a presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-RS), Lisandra Dornelles, a entidade criou a primeira comissão especí ca para as terapias integrativas do Brasil em função de sua importância no tratamento veterinário.

“É preciso ampliar o debate sobre essas técnicas para desmisti car alguns temas relacionados a elas, pois há muita falta de informação. A intenção é conscientizar as pessoas sobre como essas técnicas funcionam”, aponta.

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Foto: LUIZA PRADO/JC

/LUIZA PRADO/JC

A bovinocultora de leite, Beatriz Abreu da Silva, proprietária do Rancho do Chiquinho de Viamão, já estava desacreditada quanto à possibilidade de suas novilhas ficarem prenhas. Depois de tentar resolver o problema com o uso de medicações convencionais, ela finalmente recorreu à Homeopatia e se surpreendeu com o resultado.

"Eu queria prenhez rápida para as novilhas, e a medicação não estava sendo eficiente. A homeopatia funcionou, e já tenho resultados com terneiros ao pé", assinala Silva.

Lisiane Feck Avila, veterinária homeopata e exte nsionista rural da Empresa de Assistência Técnica e Extensão RuralEmater, afirma que, além dos benefícios para a saúde dos animais, a Homeopatia também colabora para redução de custos, já que pode ser usada para diversas enfermidades, como mastites e infestação por carrapatos.

"Fiz o nosódio, um bioterápico preparado a partir de amostras patológicas de animais,” conta Avila, lembrando a experiência que teve no tratamento de ovinos que tinham problema de verminose e, depois de usar Homeopatia, ficaram quatro meses sem precisar da medicação alopática. “No caso, usei o verme que causou a doença no rebanho, e o problema foi sanado," explica.

Ainda para a veterinária, que também trabalha com aves de postura orgânica, recorrer às terapias integrativas no caso de prevenção também é importante:

"Os animais só podem usar fitoterápicos e homeopatia para verminose, e isso traz agregação de valor ao produto final, além de fomentar o bem-estar animal," conclui.

Fonte: Jornal do Comércio

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Lisiane Feck Avila (e) e Beatriz Abreu da Silva optaram pelo tratamento

Depois de comprovar os benefícios do uso de medicamentos organoterápicos – feitos a partir da matriz sadia de órgãos de carneiro e porco – em 300 pacientes com Mal de Parkinson, durante um estudo que aconteceu de 2013 a 2019, a neurologista homeopata Isabel Oliveira Horta começará a pesquisar os efeitos da técnica em pacientes com Alzheimer.

De acordo com ela, “o medicamento homeopático convencional e o organoterápico equilibram a expressão genética do DNA, e modi cam ordens genéticas ‘erradas’ por meio de tendências a adoecer herdadas”.

No entanto, existem diferenças: “O tratamento com organoterápicos matrizes de órgãos sadios de animais (e também de vegetais sadios) é localizado e objetiva tratar apenas o órgão lesionado”, complementa a neurologista.

Durante a pesquisa dedicada aos pacientes com Mal de Parkinson, 91% deles apresentou melhora de 66 sintomas relacionados à doença, enquanto 86% apresentaram melhora dos sintomas constitucionais - sintomas emocionais e lesões leves e moderadas em outros órgãos.

“As lesões graves de outros órgãos foram tratadas e, em sua maior parte, foram resolvidas com o uso de organoterápicos homeopáticos”, afirma a Horta.

Nos últimos cinco anos, a homeopata atendeu quase exclusivamente pacientes parkinsonianos, mas também chegou a acompanhar “um ou dois casos de Alzheimer e esclerose múltipla, em que foi usado o mesmo organoterápico de cérebro”, e obteve resultados surpreendentes.

“Telefonei a um paciente de Alzheimer, que, após o uso das medicações em 2013, relatou a melhora de praticamente todos os sintomas e está bem até hoje”, conta a médica. “Isso me motivou a atender um maior número de pacientes inicialmente e depois partir para a pesquisa controlada também para Alzheimer”, assinala.

O Parkinson é uma doença degenerativa e lentamente progressiva de áreas especí cas do sistema nervoso central - cérebro e medula espinhal - e que acomete mais de 150 mil pessoas por ano no Brasil. Já o Alzheimer, que representa 2 milhões de casos por ano no país, provoca a deterioração das funções cerebrais, o que inclui perda de memória e deterioração da fala.

O novo estudo de Horta será exploratório. Apenas dez vagas serão abertas inicialmente, e o atendimento será inteiramente gratuito.

“Acredito que a experiência pode vir a ser tão bem-sucedida para os casos de Alzheimer como foi com a doença de Parkinson”, aponta a neurologista. “Como ainda atendo 127 pacientes parkinsonianos e sou a única no Brasil a fazer uso desse protocolo, tenho esperança de que outros homeopatas se interessem a aprender a utilizar o mesmo protocolo”, conclui.

Interessados em integrar o grupo de voluntários podem entrar em contato pelo site clinicaveredas.com, pelo e-mail: clinicaveredas@ gmail.com ou pelo telefone (31) 2551-6665.

Fonte: O Tempo

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Médica mineira amplia estudo que começou há cinco anos para tratar a doença de Parkinson
Foto: Ramon Bitencourt / O Tempo

Homeopatia é usada em plantações orgânicas e resultados agradam produtores

A produtora Ceci Bonito é responsável por uma plantação de orgânicos no município de Ipiguá, no Noroeste Paulista.

Desde que ela passou a utilizar o tratamento aplicado de medicamentos homeopáticos nas plantas, algumas mudanças a surpreenderam.

A produtora conseguiu prolongar a produção dos tomateiros que, mesmo após 60 dias de colheita, continuam produzindo. E, além da produtividade, o sabor do fruto também cou mais acentuado.

Os preparados homeopáticos são produzidos em laboratório, à base de substâncias naturais, e cam guardados em pequenos frascos. Depois são diluídos em água e pulverizados na roça.

Um kit com sete fórmulas custa por volta de R$ 365,00.

Em plantações de um hectare, os preparados devem durar cerca de dois anos e cada fórmula tem sua função. É o caso da arnica paulista, voltada para traumas de manejo.

As primeiras pesquisas de tratamentos homeopáticos no Brasil começaram na década de 1990. Recentemente, o engenheiro agrônomo do Senar Marcelo Biasi começou a acompanhar mais de perto as plantações onde o tratamento é usado.

Agricultores tratam lavouras com homeopatia — Foto: Reprodução/TV TEM

Segundo ele, hoje em dia menos de 1% de pragas e doenças atacam a lavoura e também é possível observar melhora na saúde e na aparência das plantas.

Na propriedade de Edge Donizete Rodante, em Nhandeara (SP), quase 20 hectares são destinados à produção de orgânicos. A Homeopatia começou a ser aplicada no local durante o segundo semestre e, meses depois, Rodante já nota diferenças. Onde a homeopatia não foi usada, a doença atacou forte.

Com resultado positivo nos tomates, a Homeopatia começou a ser aplicada também nos canteiros das hortaliças. O otimismo é grande e a expectativa do produtor é de que a plantação orgânica melhore ainda mais no futuro.

Fonte: G1

Fátima Franco, 65 anos, Brasília-DF

Meu contato com a Homeopatia começou no ano de 2016, quando eu participava de um grupo de proteção de animais, e nele conheci a Vanda Del Cistia.

Na época, eu resgatei um gato que foi diagnosticado com as doenças Fiv (AIDs felina), e Felv (leucemia felina). Ao relatar no grupo que o gato resgatado era portador das referidas doenças, a Vanda ofereceu-me um tratamento com a Homeopatia e eu, de pronto, aceitei, pois já havia obtido o diagnóstico do veterinário de que não havia cura para as doenças Fiv/Felv.

Bem, pela medicina tradicional realmente não há promessa de cura para as tais doenças. O que a medicina tradicional oferece é um tratamento que se propõe a aumentar a qualidade de vida dos animais diagnosticados com as doenças.

Então, eu deixei de lado o tratamento convencional e iniciei o tratamento homeopático no gatinho, ao qual dei o nome Thed.

Quando o resgatei, ele estava triste, magro, cheio de feridas e com o pelo falho.

Foto: Fátima Franco e o gato ed/Arquivo pessoal.

Seis meses depois, o gato já estava lindo, gordo, com pelo cheio e brilhoso e olhos luminosos.

Nesse tempo, resolvi repetir os testes de Fiv/Felv cujo resultado ainda deu positivo. Então continuei com o tratamento por mais seis meses. No final desse período refiz o teste e, para minha grata surpresa, o resultado para a Felv deu negativo!

Enfim, Thed estava - e está - finalmente livre da Felv. Durante o tempo em que estava tratando o Thed eu resgatei outros dois gatinhos que foram diagnosticados com Fiv/Felv. Neles eu não apliquei o tratamento com a Homeopatia e os dois vieram a óbito mais ou menos dois anos mais tarde. O Thed continua firme, forte e lindo!

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Gato Thed. Fotos: Arquivo pessoal.

Agda Maria de Freitas, 69 anos, Gama - DF

Ana Clara (minha netinha), ao completar um ano de idade, tomou as vacinas obrigatórias em um posto de saúde local. À noite teve uma febre baixa. No dia seguinte, no período da tarde, começou a chorar sem parar; um choro diferente, como se estivesse irritada. Após umas duas horas de choro sem motivo aparente, conseguiu dormir.

No outro dia, ao acordar, estava totalmente mudada. Parecia não enxergar direito, apresentava estrabismo e virava o pescocinho, tentando enxergar as coisas de lado, forçando o canto do olho direito. O bracinho desse mesmo lado parecia meio virado e sem muita firmeza. Levada à emergência, foi sugerido que fizesse uma consulta mais detalhada com pediatra. No dia seguinte, a pediatra a encaminhou para um oftalmologista infantil. No

Hospital de Olhos de Brasília (HOB), diante da gravidade do quadro, ela foi atendida por um especialista, que após a dilatação das pupilas e exames oftalmológicos, constatou que ela enxergava normalmente. Diagnóstico: estrabismo convergente do olho esquerdo com limitação de abdução de -4,0 (atinge a linha média com dificuldade) e posição viciosa de cabeça (gira para a esquerda a fim de manter a binocularidade). Então fez um relatório, encaminhando-a para uma internação em hospital adequado, sugerindo acompanhamento em UTI, fechando o diagnóstico de reação às vacinas e alertando para o perigo de evoluir para uma síndrome comum em casos assim (Síndrome de Miller Fisher), que provoca paralisia nos bracinhos e perninhas, com perigo de insuficiência respiratória.

O pediatra que a atendeu nesse outro hospital decidiu interná-la imediatamente, porém, para ficar em observação no quarto comum, sem UTI. Nesse mesmo dia, minha ex-professora do curso de Homeopatia, Patrycya Henya, sabendo do caso, entrou em contato comigo, oferecendo atendimento para a Ana em seu consultório. Fui sozinha na consulta, pois a Ana já se encontrava internada, e sua mãe (minha filha) estava com ela no hospital.

Foi quando fiquei sabendo que a professora Patrycya tinha especialização em Detox Homeopático e inclusive tinha acabado de fazer um curso exatamente na área de Detox de vacinas. Imagina a minha emoção e gratidão a ela, a Deus e a todos que estavam em oração pela Ana Clara. Teríamos que entrar imediatamente com as medicações, porém, havia a demora em conseguir as homeopatias, talvez precisassem vir de São Paulo. Mais uma vez, graças a Deus, encontrei uma farmácia aqui que já possuía o tipo de medicação necessária no caso. No mesmo dia começamos o tratamento.

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Agda Maria de Freitas. Foto: Arquivo pessoal

Mariana de Freitas Dias com a filha, Ana Clara de Freitas Alves

Foto: Arquivo pessoal

Após dois dias de internação, e depois de uma tomografia, a Ana recebeu alta com a recomendação de procurar um neuropediatra com especialização em oftalmologia. O médico disse que só conhecia um em Brasília e que havia tentado fazer contato com ele, porém ele havia se mudado para outra cidade.

Fez um mês que a Ana Clara está tomando as homeopatias e já está praticamente recuperada. Movimenta-se normalmente, já está olhando de frente e o estrabismo aparece de forma bem esporádica. Continua com o tratamento homeopático e temos certeza de que ela vai se recuperar totalmente.

É muito importante ressaltar que ela não tomou nenhuma medicação alopática, e que todos os profissionais dessa área que a examinaram não indicaram nenhum remédio, apenas fizeram exames investigativos. Todo o mérito da sua recuperação é devido à Homeopatia e aos profissionais que se dedicaram, e ainda estão se dedicando, nas pesquisas dessa ciência tão poderosa e maravilhosa que vai ganhar o seu lugar de destaque nesse Terceiro Milênio. Que esse depoimento possa servir para dar uma luz para tantas pessoas que buscam alternativas mais naturais e seguras.

Gratidão a todos que acompanharam, sofreram e ajudaram nesse processo, que foi de muito crescimento. Que Deus abençoe a todos!

Con ra a próxima edição para apreciar mais depoimentos. Caso deseje enviar o seu, entre em contato através do e-mail: revistadeestudoshomeopaticos@gmail.com

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Homeopatia na Terceira Idade

A procura por tratamentos complementares à medicina ortodoxa aumenta para 126% entre 2017 e 2018 no SUS

De acordo com dados da Organização das Nações Unidas – ONU, pela primeira vez na história, o mundo conta com mais idosos do que crianças. São 705 milhões de pessoas acima de 65 anos e 680 milhões entre zero e quatro anos, evidenciando que, na maioria dos países, a população está vivendo mais e tendo menos lhos.

No Brasil, o número de idosos chega a 30 milhões e estima-se que, até 2030, nós teremos a 5ª população mais idosa do globo.

O aumento da expectativa de vida é uma das maiores conquistas do século. Contudo, é importante lembrar que a velhice ainda é marcada pelo declínio dos sistemas do corpo humano, uma consequência natural depois de décadas de esforço físico e mental, e que o nível de cuidado e atenção à saúde de idosos deve ser contínuo e redobrado.

Segundo a médica homeopata Ana Crystina de Carvalho, 56 anos, as principais queixas de pacientes dessa faixa etária envolvem problemas cardiorrespiratórios, neurológicos e emocionais:

“Nos idosos, o tratamento homeopático acaba por ser conjunto com outras especialidades, pois eles vêm já com patologias e seguindo tratamentos alopáticos”, explica. “As queixas geralmente dizem respeito a quadros de depressão, tristeza, desânimo; insônia ou outros distúrbios do sono; dores no corpo; e resfriados de repetição, devido à baixa imunidade própria da idade”, acrescenta.

Maria Liontina Campos Pereira, 52 anos, funcionária pública, recorreu à Homeopatia para melhorar a qualidade de vida da mãe, Lúcia Maria Mendes, 85 anos, que sofria com ataques de epilepsia.

“Os efeitos colaterais dos medicamentos alopáticos contra a epilepsia deixavam a minha mãe apática, além de não serem e cazes para combater as crises, que aconteciam sucessivamente por mais ou menos três anos” aponta Maria. “Ela também apresentava um quadro preocupante de ansiedade e insônia.”

Com o início do tratamento homeopático, grandes diferenças começaram a ser notadas.

“Ela passou a interagir com as pessoas demostrando afeto, melhorou demais na questão da

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Foto: Lúcia Maria Mendes. Crédito: João Heli de Campos

ansiedade e também da insônia, e as crises epiléticas estão raras e com pequena duração”, observa a funcionária pública. “A minha mãe continua recebendo tratamento homeopático para manter os resultados conquistados e também para melhorar sua qualidade de vida”, esclarece.

No caso de José Mariano de Souza, 78 anos, aposentado, e sua esposa, Ivany Ferreira de Souza, 56 anos, dona de casa, a decisão de optar pelo tratamento homeopático aconteceu por um diferencial importante.

“A Homeopatia oferece um tratamento menos agressivo no organismo, além de ir direto na raiz dos problemas”, opina Ivany que, na época, procurou a Homeopatia para tratar miomas e insônia, e também por preocupações com a saúde do esposo, que enfrentava complicações devido à ansiedade, glaucoma e problemas de audição.

Ainda de acordo com ela, a Homeopatia serviu não apenas para aliviar sintomas, mas também para impulsionar uma mudança de estilo de vida.

“Através do tratamento homeopático, nós redescobrimos quem somos. Foi uma mudança maravilhosa, inclusive do ponto de vista familiar. Liberamos muitas questões do passado e conseguimos aceitar nossos familiares do jeito que são. Até a comida ganhou um novo sabor, porque passamos a dar valor à nossa alimentação e notar que ela faz uma grande diferença na nossa saúde”, conta Ivany.

Terapeuta homeopata, Geraldo José de Carvalho, 62 anos, é voluntário e vice-presidente da diretoria da Associação de Terapias Naturais Caridade e Esperança – Atence, localizada em São João Evangelista (MG) e, desde 2015, faz atendimentos homeopáticos gratuitos ao público, que é formado, em sua grande maioria, por adultos e idosos.

Da esq. Para a dir., Ondina Salviano (atendida), Sandra de Carvalho (coordenadora do projeto), Maria Salviano (atendida) e Geraldo José de Carvalho.

“O Brasil está se tornando um país de idosos e a demanda de atendimentos de saúde está crescendo muito para eles” adverte Geraldo. “Com o tempo, teremos que oferecer serviços cada vez mais especializados para eles”, ressalta.

Segundo ele, não existem grandes diferenças no tratamento homeopático de idosos em relação às demais faixas etárias.

“A Homeopatia trata o doente e não a doença”, lembra o terapeuta. “Dessa forma, a abordagem ao assistido é semelhante.”

Ele ainda aproveita para deixar um conselho: “O ideal é que as pessoas se tratem com Homeopatia desde a mais tenra idade para não apresentarem problemas maiores ao chegarem numa certa idade. Estar idoso não significa estar doente”, conclui.

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A Homeopatia como aliada no tratamento de dependentes químicos

No Brasil, o Ministério da Saúde reconhece o tratamento de dependentes de álcool e outras drogas como um caso de saúde pública.

Durante o segundo semestre de 2018, o Conselho Federal de Farmácia escolheu o município de Itajaí, em Santa Catarina, para aplicar um projeto experimental de terapia alternativa voltada para o tratamento e a reabilitação de usuários de crack e cocaína e, caso os resultados sejam avaliados como positivos, o modelo será incluído de nitivamente na Secretaria de Saúde.

Contudo, terapeutas homeopatas já realizam esse trabalho há muito mais tempo, e sempre colhendo resultados positivos.

É o caso do nosso entrevistado para a 8ª edição da Revista de Estudos Homeopáticos, Milton Bezerra de Sousa, terapeuta homeopata em atividade desde 1990, graduado em loso a, sociologia e história, e responsável pelo projeto voluntário Homeopatia para Todos, que atende comunidades carentes nas cidades administrativas Paranoá e Itapoã, localizadas no Distrito Federal.

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Milton Bezerra de Souza. Foto: Arquivo pessoal.

REH: Há quanto tempo a Homeopatia é usada para o tratamento de pessoas dependentes de álcool e drogas?

Pessoalmente, eu trato esse tipo de caso desde 1986, abrangendo adolescentes, adultos e idosos, de ambos os sexos. Dos mais de 200 mil atendimentos que realizei até a presente data, cerca de 40% envolvem problemas relacionados a drogas e álcool.

REH: É indicado recorrer apenas à Homeopatia para esse tipo de tratamento ou a Homeopatia deve ser usada como suporte a outras intervenções médicas/terapêuticas?

A Homeopatia foi inserida no rol das Terapias Complementares e isso já dá a ela um caráter meramente coadjuvante. Levando em consideração os meus 33 anos de prática, posso a rmar que a Homeopatia pode, sim, ter um caráter principal no processo terapêutico que envolva as drogadição e o alcoolismo. Porém, o mais importante não é construir divisões ou separações, portanto, ela pode atuar, muito bem junto aos demais processos terapêuticos, inclusive o Alopático. Em todos os casos, como processo único ou complementar, os resultados alcançados com a Homeopatia validam sua utilização. É importante lembrar que, para a Homeopatia, não existem processos patológicos, ou doenças e sim, pessoas doentes. Além disso, entendemos que, tanto as drogas quanto o álcool, não representam o problema em si.

É necessário entender o que levou aquela criatura à dependência, quais processos ela vivenciou, quais perdas, dramas, lutas e dores à levaram a buscar, tanto nas drogas quanto no álcool, um alívio, uma fuga, um anestésico para seus sofrimentos.

REH: Muitas pessoas ainda acreditam que a Homeopatia é um placebo e que, por isso, usá-la para tratar dependentes químicos apenas os coloca em risco. O que estudiosos do tratamento homeopático dizem a esse respeito?

O efeito placebo carrega consigo a necessidade de uma mente consciente e interessada, verdadeiramente em uma cura. O indivíduo, ao receber o medicamento placebo, passa a acreditar que este irá resolver seu problema e, muitas vezes, a força deste pensamento, a fé que ele estabelece, realmente vem promover a cura, ou seja, para que um medicamento seja considerado placebo, faz-se necessária a intervenção da mente desejando a melhora. A Homeopatia é considerada placebo pelo fato de os medicamentos homeopáticos não possuírem substrato físico/quimíco em sua constituição. Ao passarem de determinada diluição, tais medicamentos passam a contar apenas com a informação energética da substância inicial. Ora, não existe o substrato físico/químico, mas existe a energia da substância. Muitos pacientes tratados encontravam-se em tal estado de inconsciência que não podiam estabelecer nenhuma vontade, nenhum

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tipo de desejo ou mesmo intenção para consigo próprio. O estado destes pacientes era de quase desintegração mental, dado o uso de drogas ou álcool. Porém, mesmo assim, sem mesmo saber que estavam sendo tratados, tais pacientes começaram a apresentar resultados de transformação, melhoria e cura de seus processos patológicos. Não podemos, portanto, colocar a Homeopatia no patamar de placebo, pois não existe uma mente consciente participando do processo. Quando pessoas que não lidam com a Homeopatia a rmam que a Homeopatia pode vir a causar problemas em tratamentos de pacientes envolvidos com drogas ou álcool, estas mesmas pessoas entram em profunda contradição, a nal, segundo eles, a Homeopatia é placebo. Então, como ela poderia causar algum tipo de problema?

REH: Por que a Homeopatia é indicada para tratar dependentes químicos? De quais formas ela pode ajudá-los?

Tudo o que acontece ao ser humano, em seu aspecto físico, é resultante de distúrbios que estão acontecendo, primeiro, em outras instâncias primordiais, sejam o nível emocional, o nível psicológico ou o nível energético. O elemento químico vem atuar junto ao cérebro, provocando alterações no mesmo, alterações que acrescentam ou retiram, deste ser, elementos que o constituem, principalmente, sua autopercepção, seu autocontrole e sua vontade própria. A medicina o cial (Alopatia), ao intervir nestes casos, limita-se a atuar na região cerebral, a nal, para esta medicina, o cérebro é o centro, o causador de tudo. A Homeopatia em sua constituição vitalista

entende que o cérebro é a estrutura visível que ordena a vida do indivíduo, porém, não é o cérebro que estabelece o que se dá com tal indivíduo. O elemento mais próximo do cérebro a apresentar desequilíbrio é, em verdade, sua energia vital. A energia vital, ao se desequilibrar, irá transmitir ao corpo físico (inclusive e principalmente ao cérebro) o desequilíbrio do qual é portadora. Cabe registrar que este desequilíbrio da energia vital acontece devido à desestruturação da consciência do indivíduo, que, ao perder seu rumo, seus referenciais, a percepção de seu valor, transmite ao corpo esta desestruturação. Ao fazer uso da Homeopatia, direcionamos a energia vital da substância (ou medicamento) à energia vital do indivíduo que, assim fortalecida, repassa ao corpo equilíbrio e harmonia. O cérebro, embora estabeleça seus comandos e diretrizes através de elementos elétricos e químicos, está atendendo ao comando de uma energia vital que, por sua vez, somente pode ser alcançada por outra energia semelhante. Eis o princípio maior da Homeopatia: ´O semelhante cura o semelhante´.

REH: Levando em conta o seu trabalho como terapeuta homeopata junto a dependentes de álcool e drogas, quais casos lhe chamaram mais a atenção e como essas pessoas se encontram atualmente?

Tenho registro de centenas de casos tratados, seja com álcool, seja com drogas, seja com os dois. Como eu disse anteriormente, o processo de drogadição ou de alcoolismo não representa a problemática central a ser trabalhada, mas sim como resposta a uma questão mal resolvida, mal vivida ou não vivida pelo indivíduo.

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Tão logo o processo de envolvimento com estes elementos se apresente com um mínimo de equilíbrio, passamos a investigar as raízes do problema. Em alguns casos, por exemplo, a motivação do vício aconteceu depois de uma situação de in delidade e nós precisamos considerar a individualidade para o processo terapêutico. Contudo, embora muitas pessoas tenham sofrido algum tipo de traição, nem todas enveredaram para o consumo de álcool ou drogas. Por isso, é necessário entender a estrutura emocional, psicológica, as raízes, o contexto e as perspectivas de cada indivíduo. Somente a partir disso é que vamos poder trabalhar o que, na Homeopatia se denomina, o seu “similimum”. Assim, quando estamos tratando do alcoolismo e da drogadição em si, ainda não estamos tratando do paciente em sua essência. Estamos diante das consequências de muitos fatores e apenas quando tais fatores forem conhecidos e trabalhados, aí sim, podemos dizer que o problema estará sendo resolvido. Considerando essa premissa e, de acordo com a abertura, maturidade e equilíbrio de cada paciente, o tratamento poderá apresentar resultados em maior ou menor espaço de tempo. Já tive resultados positivos em cerca de semanas, mas também outros que levaram anos; até porque o alcoolismo e a drogadição não são, em si, o problema central a ser resolvido. Tão logo o indivíduo alcance um estágio de equilíbrio, autoconsciência e percepção de seus valores, importância e papel diante da vida, tão logo o equilíbrio se dará.

REH: O tratamento homeopático para esse tipo de quadro é pontual e a curto prazo ou

os dependentes químicos precisam contar com a Homeopatia inde nidamente?

A experiência me leva a a rmar que pessoas envolvidas com essa problemática podem obter total libertação de tais vícios, sem recaídas. Lembrando, é claro, que o uso da substância (ou medicamento homeopático) não é, em si, o que fundamenta o processo terapêutico. Aprendi que o processo de equilíbrio e harmonia (para muitos chamados cura) pode ser dividido em dez partes, sendo que oito estão diretamente relacionadas ao ser, ao indivíduo que passa pela problemática. 80% de seu restabelecimento depende, única e exclusivamente de si próprio. Isso passa, primordialmente, pelo seu processo de amadurecimento que, por sua vez, somente pode ser alcançado através do autoconhecimento. Tão logo o indivíduo entenda sua própria história, seus limites, suas fragilidades e, ao mesmo tempo, suas competências, suas forças, ele passa, então, a conduzir a sua jornada. Não mais é levado pelas circunstâncias, não é mais dominado pelos arredores, pelo externo. Ao mesmo tempo em que isso tudo vai acontecendo, a Homeopatia, através dos medicamentos homeopáticos, vai reequilibrando, restabelecendo e fortalecendo a energia vital (que correspondem às duas partes que faltavam para o processo de equilíbrio e harmonia, ou aos 20% para a plena capacitação do ser). Somente fazer uso do medicamento Homeopático (ou Alopático, ou Fitoterápico, ou qualquer outro), sem uma tomada de consciência e amadurecimento, jamais irá promover o restabelecimento do indivíduo. O que fará a grande diferença não é o que ´está entrando´, e sim, o que estará sendo construído no íntimo do indivíduo.

HOMEOPATIA TAMBÉM É CIÊNCIA

38 Revista de HOMEOPÁTICOS Estudos

Também conhecida como “Erva-de-São-João”, Hipericão ou Hipérico, a planta Hypericum Perforatum, que dá origem ao medicamento homeopático Hypericum, pertence à família Hypericaceae e é comumente encontrada no cerrado.

Suas principais características são as ores amareladas, que possuem pequenos pontos pretos onde há elevadas concentrações de um pigmento vermelho chamado de “hipericina”, que atua como antibiótico e antiviral.

De tradição secular, a planta costumava ser usada para tratar úlceras de pele, queimaduras e cicatrizar feridas, e já foi citada por

Hipócrates e Galeno, dois grandes nomes da medicina antiga.

A preparação do medicamento homeopático utiliza todas as partes da planta, começando pelo processo de colheita durante a fase de oração, passando para a maceração em álcool a 90% e, então, já formulada a tintura mãe, começam as etapas de diluição e dinamização características da Homeopatia.

Segundo a terapeuta homeopata Carolina Lara, o per l do paciente que geralmente precisa do Hypericum é aquele que “psicologicamente, pode manifestar sintomas aparentemente contraditórios”.

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Foto: Hypericum Perforatum/Pixabay.

“É importante lembrar que toda personalidade homeopática é um arquétipo que possui duas polaridades opostas”, aponta Lara. “A Hypericum Perforatum é uma planta solar. Não é por acaso que suas ores são amarelas. Isso quer dizer que sua vibração eletromagnética irradia uma frequência semelhante aos raios solares e, por isso mesmo, vai tratar o calor vital em uma pessoa. Pessoas desvitalizadas, cuja chama interior está apagada, costumam recuperar essa luz enfraquecida quando em contato com o Hypericum”, explica. “Na verdade, a chama está lá, porém sem força. O remédio traz à tona esse arquétipo adormecido, recarregando o ‘eu’”.

É o caso de Maria Mendes da Costa Oliveira, 80 anos, que recorreu ao Hypericum para tratar sintomas de depressão.

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Foto: Carol Lara/Crédito: Maria Raquel Magalhães.

Foto: Maria Mendes/Arquivo pessoal

“Eu tive uma queda que causou algumas feridas e microfraturas no meu corpo, então eu sentia muita dor”, conta a aposentada. “Sempre fui muito ativa, mas a falta de mobilidade influenciou muito o meu estado psicológico, e eu comecei a me sentir mais e mais deprimida.”

Contudo, assim que se consultou com sua terapeuta homeopata, Maria Mendes foi aconselhada a iniciar um tratamento com o Hypericum.

“Dentro de poucos dias, eu já senti diferença. Fiquei com menos dor para me sentar e me levantar, então voltei a me mover mais e sem tantas dificuldades. A partir daí, fui só melhorando. Um mês depois, não precisei mais do medicamento, conclui.”

Ainda de acordo com a terapeuta Carol Lara, outra característica de pessoas que são tratadas com o Hypericum é a polaridade negativa.

“O indivíduo perdeu o gosto pela vida por conta da total falta de interação com seu íntimo,” assinala. “O paciente do Hypericum não sente mais prazer pelas coisas externas, que lhe parecem desprovidas de sentido; não tem entusiasmo para nada, e, ao mesmo tempo, também não encontra acolhimento em seu próprio ser. Tampouco há uma conexão entre o interno e o externo”.

Esse conflito, ainda segundo Lara, também é comum em pessoas criativas e esforçadas, “artistas que supervalorizam sua energia”.

“Indivíduos com esses traços de personalidade tendem a sofrer não apenas de insônia, mas também de cefaleias,” destaca. “Geralmente, eles abusam de seu calor vital e apresentam nervosismo, desconfiança e/ou desânimo. Chegam ao ponto de renunciar tudo por falta de força interior, inclusive atividades cotidianas. Nesses casos, o Hypericum pode recarregar a bateria, no entanto, essas pessoas precisam aprender a usar a própria energia com equilíbrio.”

A bióloga Regina Beatriz, 60 anos, também chegou a recorrer ao Hypericum, mas para tratar um quadro bem mais físico.

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“Sugeriram que eu tomasse o medicamento para ajudar no processo pós-cirúrgico de plástica de mama, depois que z a substituição de prótese de uma mama mastectomizada e a redução da outra”, aponta Regina. “O tratamento durou três meses. Ajudou a diminuir o edema e a dor, ajudou na cicatrização e também facilitou a drenagem linfática,” comemora.

De acordo com Carol Lara, o Hypericum também é bastante utilizado para tratar quadros de insônia, dor muscular e membros fantasmas.

“Em acidentes graves com perdas signi cativas dos uidos vitais, os nervos do indivíduo sofrem uma perda de conexão, o ‘brilho’ que conecta os membros”, explica Lara. “O Hypericum recupera os nervos atingidos a nível energético, e a pessoa que teve um membro amputado e ainda o sente dolorosamente pode ser confortado”.

Já nos casos de insônia, a terapeuta esclarece que o Hypericum também pode ser utilizado “desde que a causa seja o cansaço acumulado mentalmente”.

“Funciona bem para aquelas pessoas que trabalham exaustivamente e que, quando vão para a cama, não dormem e não descansam”, aponta. “O desgaste vital é tão intenso que o indivíduo não possui sequer a vitalidade necessária para pegar no sono. Falta-lhe combustível tanto para iniciar o sono quanto para mantê-lo”, acrescenta.

Com o uso da internet, é simples e rápido encontrar o Hypericum disponível para venda em diferentes versões, como chás, extrato e tintura mãe. Apesar disso, Carol Lara não recomenda que os produtos sejam ingeridos sem a recomendação e o acompanhamento de um pro ssional, seja ele terapeuta homeopata ou médico homeopata.

“Pode ocorrer alguma interação indesejada caso o paciente esteja fazendo uso de determinados remédios alopáticos, como anticoncepcionais e anticoagulantes,” ressalta a terapeuta homeopata. “A Homeopatia do Hypericum pode ser usada em baixas dinamizações (6DH, 12 ou 30 DH) como medida de urgência em casos de acidentes que atingem a medula ou quando membros são esmagados, além das pontas dos dedos da mão, a raiz das unhas e as plantas dos pés,” observa. “As altas dinamizações devem ser usadas de acordo com o padrão psicológico da pessoa e, por isso, deve-se conhecer as crenças produzidas por esse remédio, conhecimento que é adquirido pelo pro ssional. É ainda mais importante lembrar que o Hypericum não deve ser usado de forma generalizada para depressão, pois pode até piorar o caso”, conclui.

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Regina Beatriz. Foto: Noa Bernd Leão de Souza

Toxoplasmose: Recuperação da visão pela Homeopatia (descrição de dois casos clínicos)

Autores:

Carlos Eduardo Malagutti malamicke@uol.com.br

Mauricio T. A. Freire freiremauricio@uol.com.br

Walter Osvaldo Salgado walter.osvaldo@terra.com.br

Amélia Gusikuda Murayama ameliagusikudam@ig.com.br

Antonio Carlos Salgado ascs@vivax.com.br e Antonio de Oliveira Lobão antonio.lobao@terra.com.br

Instituição: CESAHO - Centro de Estudos Avançados em Homeopatia – Piracicaba/SP www.cesaho.com.br – cesaho@cesaho.com.br

INTRODUÇÃO

A toxoplasmose é uma zoonose (doenças de animais transmissíveis ao homem, bem como, do homem para os animais). Ela é causada pelo protozoário parasita Toxoplasma gondii que é encontrado, facilmente, na natureza. É uma doença infecciosa, congênita ou adquirida, que ocorre em animais domésticos e silvestres.

O ser humano pode adquirir a toxoplasmose por meio de material contaminado, como: água, carnes mal cozidas, leite cru, ovos, poeira, terra onde animais infectados defecam, transfusão de sangue, saliva e secreções dos órgãos genitais de uma pessoa contaminada. Ou por intermédio de seres vivos, como moscas, baratas, pulgas, percevejos e ovos de parasitas intestinais (lombriga por exemplo).

O parasita penetra no corpo através de diversas portas de entrada (mucosas em geral: boca, nariz, órgãos genitais e pele). Quando infectada, a mãe transmite a doença ao feto. O parasita provoca infecções agudas ou crônicas. A forma aguda pode atacar a maioria dos órgãos, dentre outros, o sistema linfático (forma linfoglandular), pele (forma exantemática), sistema nervoso (meningite ou meningoencefalite), coração (miocardite), pulmão (pneumonite), olhos (coriorretinite) etc.

A forma sem sintomas também pode ocorrer e só é diagnosticada através do exame de laboratório.

A forma congênita da doença é bastante grave, pois as sequelas podem ser definitivas e dentre outras: retardo mental, paralisia cerebral, calcificações intracranianas, micro -

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cefalia, hemiplegia, tonicidade muscular anormal, aumento anormal da cabeça, convulsões, surdez e coriorretinite ativa (sequela mais comum, sendo que o risco de novas complicações na retina permanece por alguns anos, podendo terminar em cegueira).

A perda da visão de pessoas infectadas pelo Toxoplasma gondii pode ser parcial ou total, devida a forma congênita ou adquirida. A parte principal do olho afetada são a mácula e retina, responsáveis pela formação das imagens.

As lesões da retina podem ser isoladas ou múltiplas, unilaterais ou bilaterais.

Se o parasita não atingir a mácula, os prejuízos para a visão são menores. Ela é turva e o indivíduo pode voltar a enxergar normalmente, se o tratamento for eficiente. Se o parasita atingir a mácula, a pessoa perde a visão central e fica apenas com a visão periférica.

Os sintomas da toxoplasmose ocular são variáreis e incluem: olhos avermelhados, visão borrada e pontos pretos flutuantes, dor, sensibilidade à luz, estrabismo, perda da visão.

As lesões associadas, segundo KODJIKIAN, L. et al. (3) são:

Estrabismo – 16%, Microftalmia – 5,4%, Catarata – 3% Insuficiência retiniana – 1,5%, Atrofia do nervo óptico – 1,5%, Iridociclite

– 1,5%, Glaucoma neovascular – 0,8%, Nistagmo – 0,8%, Neovascular coróide – 0,8% Normalmente, o tratamento da toxoplasmose é feito com medicamentos orais fortes, compostos de pirimetamina, sulfadiaziana, ácido fólico, clindamicina, espiramicina etc. Dependendo do caso, por longo período de tempo DOMINGUES (1), LOBÃO (4) , TUON (8), WIKIPÉDIA (9).

Consultando a literatura virtual, até o dia 13/03/2010, não encontramos qualquer indicação de tratamento da toxoplasmose pela homeopatia, por isso decidimos comunicar o sucesso de dois casos, tratados com medicamento homeopático único, prescrito pelo método preconizado pela “Homeopatia Unicista” MORATO (5), cuja eficácia, em outro problema de saúde, foi descrita por FREIRE et al. (2).

Utilizou-se, para o encontro do medicamento único, o programa RADAR (6).

OBJETIVOS:

1) Comunicação da melhora de sintoma ocular de toxoplasmose pelo remédio homeopático único do enfermo.

2) Fornecimento de subsídios para estimular o planejamento e a execução de pesquisas técnicas e científicas que testem a eficácia do medicamento homeopático único, indicado para portadores de diferentes e variadas enfermidades, conforme preconiza Samuel Hahnemann (in MORATO (5), o codificador da Homeopatia e alguns de

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seus seguidores e cujas premissas foram revisadas e discutidas, recentemente, por TEIXEIRA (7).

DESCRIÇÃO DO PRIMEIRO CASO CLÍNICO:

PACIENTE: Mulher, com 31 anos, casada. Motivo da consulta:

Por recomendação do pediatra, sua filha foi tratada pela homeopatia e se recuperou de seus problemas emocionais e físicos. Por isso, resolveu se tratar também.

Consulta homeopática inicial em 16/06/2007:

Relato da paciente:

“Ansiedade devido aos problemas da filha. Eu sofro ao ver os sofrimentos dela. Tive depressão forte, tomava Rivotril, Gardenal e Lorax. Parei com remédios, me separei. E agora vejo minha filha sofrendo. Eu já tive estes sintomas que ela tem. Sempre fui muito discriminada pela família desde cedo. Era muito gorda, cresci sendo humilhada. Tive toxoplasmose olho esquerdo. Fiquei cega com ele. Agora, voltou uns 40%, mas só vejo metade do campo. Eu me revoltava, as pessoas acham que estou olhando para outro. Desconto meu nervoso mordendo dedo indicador esquerdo e bato em mim, na testa. Exmarido antes de separar eu mordi o braço dele. Marido me traiu 3 anos e 2 meses, fiquei com ele por causa da filha. Fui casada 9 anos e feliz fui 15 dias só. Até ir na casa do sogro, eles começaram a me humilhar, falar

de ex-namoradas. Ele me desprezava e humilhava. Na escola já era assim, desprezada, como se fosse um Zé ninguém

Eu me isolei de todos. Não saio. Não ia à casa de ninguém. Só apanhei do pai. Tudo eu era culpada. Hoje, se fosse criança não deixaria ninguém mais me humilhar, pisar. Eu guardava pra mim, chorava muito. Hoje, até me dou melhor com o pai. Eu gosto de me sentir útil. Faltou carinho, atenção de meu pai, do marido. Fui muito discriminada pelo pai.

Tive convulsão, não de desmaiar, mas de ficar paralisada, babar.

Foi há dois anos atrás. Foi excesso de estresse. Meu casamento.

Procurei no casamento, carinho e afeição que não tinha e não tive. Tinha vergonha, meu maior drama foi o corpo. Hoje, melhorei bem. Se eu duvidar de algo, eu vou atrás mesmo até descobrir. Eu me tornei muito ciumenta, obsessiva, insegura.

Era de engolir, eu engoli muito sapo na minha vida. As pessoas me faziam de boba.”

Medos: “Passei muitos dissabores no casamento e não podia contar para qualquer pessoa; tenho medo de dormir, não acordar mais” .

Clima: “Tanto faz frio ou calor. Tomo muita água por dia e gelada”. Desejo por café. Sono: “Acordo de 5 em 5 minutos “.

Por 3 vezes paralisou lado esquerdo do corpo.

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“Tive apendicite supurado com peritonite, 10 dias com apêndice supurado.”

Tem nódulos na tireóide bilateral, fez biópsia e é benigno .

Medicamentos para escolher pela repertorização: Aur, Bell, Ars, Nux-v, Verat e Calc. Procedimento clínico homeopático: Prescrito: Aur – 30Ch, dose única.

Foram realizados 10 retornos:

1º) 14/07/2007:

“Fiquei muito calma, parei com café, graças à minha filha.

Ontem, o cheiro do café me deu ânsia. Estou com muita sede mesmo. Tomo 16 litros de água por dia. Adoro água. Chega a ser 1 litro e meio por vez. Falo rápido.

Preocupação com a filha demais, estou menos excessiva, confiando no tratamento. Antes não tinha força pra nada, hoje não, estou mais feliz, aprendi aceitar as coisas de modo diferente. Não fiz exame da tireóide.”

Sono: “Consigo dormir um pouco mais. Antes acordava a cada 15 minutos. Agora a cada hora e até 4 horas. Cabelo caindo demais, transpiro muito, antes não transpirava. Tive crise de Choro. Não chorava.”

Procedimento clínico homeopático:

Medicamentos: nova repertorização Merc, Nux-v, Ars, Aur, Lach.

Prescrito Merc 200Ch. Dose única.

2º) 11/08/2007:

Bebe menos quantidade de água. Começou a aceitar brincadeiras, menos agressiva sentida. Não teve mais auto-agressão.

Paciente mais feliz, mais animada. Diminuiu muito a quantidade de água. “Melhorei bastante. Também muitos problemas com a filha. Mudei muito, antes chorava muito e agora melhorei muito. Estou dormindo bem, muito bem. Mais calma para conversar, mais calma mesmo! Tive dor na veia do pescoço do lado esquerdo, tive de tomar um plus. Mudou minha vida. Sou outra pessoa.”

Procedimento clínico homeopático: não medicar – retorno em 30 dias.

3º) 15/09/2007:

“Estou chorona demais, sensível e não estava assim. Parece que estou meio depressiva, muito emotiva. Pressão arterial andou subindo muito quando passo nervoso, chega a 18 x 12 e cai para 11 x 6. Quando nervosa eu desequilíbrio, tive dores no peito. Sinto-me inchada, gorda. Quando calma, tomo 8 litros de água , chá e suco e se ansiosa, tomo 12 litros. Ansiedade: eu tomo água para não engordar. Não tem auto-agressão. Dedos estão até cicatrizando. Olho está funcionando maravilhosamente. Estou vendo agora.

O olho tem mais coordenação (está ficando mais centrado). Sempre sonhei com fogo, desde pequena. Não sonho mais com fogo. Olho estou enxergando muito. Emotiva de felicidade. Não preciso virar o rosto para enxergar. Usando óculos para trabalhar. Os músculos do olho viravam e não obedeciam. Hoje, a pessoa percebe que estou conversando com ela. Estou muito feliz mesmo.”

Procedimento clínico Homeopático: Não medicar. Observar e controlar a PA.

4º) 20/10/2007:

“Estou estressada, inchada corpo todo, mais parte do estômago e das costas. É mais à tarde. Tomando 6 litros de água. Diminuiu muito. Tem dia que são 4 litros. Tomo muito chá. Estou mais tolerante. Muito organizada, choros e depressão melhoraram. PA normalizou. Os braços estão um pouco dormentes. De vez em quando, mordo a mão, mas não como antes. Não sonho mais com fogo. Enxergo muito bem com o olho, agora. Só o meio (campo visual) não enxergo bem. Oftalmologista falou que está cada vez melhor. Vou aumentar o grau do óculos para melhorar mais ainda. Ginecologista falou que estava com ferida no útero. Eu chorei e a pressão subiu. Dia 29 vou fazer colposcopia.”

Procedimento clínico homeopático: Prescrito Merc 30Ch glóbulos.

5º) 24/11/2007:

Visão está evoluindo bem. Colposcopia: teste displasia positiva endocervicite crônica e polipóide. Metaplasia escamosa endocervical sem indícios de malignidade.

“Estou pouco nervosa. Agora tomo 2 litros de água por dia,somente. Sinto-me pouco inchada. “Estou muito nervosa, estressada é muita coisa! Acho que é a vida. Agora, acabou aquela ansiedade, tomar água demais. Estresse no limite, Família, filha descarrega tudo em mim. Estressada com as crianças na escola. Estou inchada, não sei por quê. Não durmo direito, sono some, fico acordando e indo muito ao banheiro, fazendo muito xixi a noite. Estou vendo super bem. Vai aumentar o grau do óculos, mas sinto que enxergo melhor sem óculos. Estou bem. Apenas emocionalmente, por causa da filha, poderia estar melhor. Estou engasgando muito, após um pequeno esforço minha roupa aperta.”

Procedimento clínico homeopático: Não medicar, observar, acompanhar o peso.

6º) 10/05/2008:

“Não estou conseguindo dormir, o corpo dorme mas o cérebro não dorme. Tomei um calmante, dormi, mas no outro dia fiquei sonolenta. Tive dor tipo ciático. Estou trabalhando muito. Do geral está bem. Estou feliz, aprendendo a viver a vida melhor. Penso no hoje. Água agora é sacrifício beber. Um copo por vez agora. Visão está nota mil o esquerdo, consegui enxergar no ônibus. Enxergo de

lado total e central 25%. Hoje, a córnea está transparente, antes era opaca e enegrecida.”

Exame clínico: Peso 118,5

Procedimento clínico homeopático: Prescrito Merc 200Ch uma dose e observar o sono.

7º) 07/06/08

“Estou bem, muito bem. Ginecologista fez exames e teve uma melhora. O médico não sabe explicar como cicatrizou a úlcera na vagina e estou desinchada. Olho está do mesmo jeito, enxergando com ele. Até vejo vocês na tela do computador. Está excelente. Sou outra pessoa. Tem noite que durmo, outra não, por preocupação.”

Procedimento clínico homeopático: Não medicar. Observar e aguardar.

8º) 02/08/20008:

“Muito dedicada à filha. Estou muito bem. Água, se não lembrar, eu não bebo. Enxergando muito bem. Lesão ginecológica sumiu. Pouco de corrimento. Não tenho nenhum tipo de infecção.”

Procedimento clínico homeopático: Não medicar e observar.

9º) 05/09/2008:

“Estou bem. Muito bem. Estou vendo tudo,

o olho endireitou mais. O beber água está normal. O pé racha menos, antes sangrava e começou a cicatrizar.”

Procedimento clínico homeopático: Não medicar. Observar e aguardar.

10º) 09/05/2009:

Está bem. Equilibrada, não foi avaliada pelo oftalmologista, porém, usa os 2 olhos agora. “Óculos só uso para sair porque o olho entorta, mas enxergo normal e não era acostumada a enxergar com os 2 olhos. Problema é com a filha. Sono leve. Estou murchando bastante. Estou mais calma, não estou com raiva, aquela vingança. Ninguém me faz de trouxa não. Estou trabalhando muito. Fiz exames de sangue e estão todos OK.”

Procedimento clínico homeopático: Não medicar. Observar.

Relatório de oftalmologia:

Consulta em 30/04/2004, a paciente comparece pela primeira vez com queixa de que apresenta “baixa visão do olho esquerdo, desde 7 anos, devido a toxoplasmose ocular”.

Antecedentes pessoais: “depressão, tratamento durante o qual fez uso de várias medicações (Rivotri/Lexotam/Pasalix etc.). Perda da visão e estrabismo. Epilepsia com uso de Gardenal. Hipertensão arterial: não faz uso de medicações, controla só com die -

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ta. Realizou cirurgia de apendicite e teve úlcera gangrenosa”.

Acuidade visual: Olho direito: 20/20.

Olho esquerdo: menor que 20/400 (vê luz). Não melhora com refração. Biomicroscopia: normal.

Mapeamento de retina: presença de placa de coriorretinite macular no olho esquerdo.

EMO: XT (estrabismo)

Conduta: Solicitação de exames de sangue para confirmação do diagnóstico e teste de prisma para tentar a melhora da visão. Resultado positivo para toxoplasmose. Prescrito uso de prisma 4 diptrias prismáticas com base nasal olho esquerdo.

Retornos: 1º) 10/10/2007 a qual refere à melhora da visão e nota-se a diminuição do estrabismo.

Conduta: Manter o uso dos óculos.

Solicitação de um PAM (potencial de acuidade visual a laser).

Resultado: OD: 20/25 - OE: 20/150

2º) 01/09/2008 refere-se à melhora da visão e do estrabismo.

Conduta: mantida.

Conclusão:

A paciente, ao receber tratamento homeopático para sua ansiedade, recuperou, também, a visão parcial do olho esquerdo, se livrou de seus problemas ginecológicos, teve melhora em seu estado psicológico, sua PA se estabilizou e não teve mais crises convulsivas.

DESCRIÇÃO DO SEGUNDO CASO CLÍNICO:

PACIENTE: homem, 20 anos, solteiro, mecânico.

Motivo da consulta:

O médico oftalmologista do paciente, tomando conhecimento verbal da recuperação de um caso de toxoplasmose pela homeopatia (primeiro caso acima descrito), encaminhou o referido paciente para tratamento com a mesma equipe. O paciente está sob seus cuidados profissionais desde 09/11/93 (6 anos de idade).

Quando e como foi detectada a toxoplasmose:

Relato da mãe do Paciente em 10/04/2010 para fornecer subsídios para publicação do caso:

“Quando meu filho tinha 4 anos, percebemos que seu olho direito começou a ficar torto, virando mais para o lado direito (estrabismo), assim resolvemos levá-lo em um oftalmologista. Na ocasião, depois dos exames clí -

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nicos, ele solicitou um exame de laboratório para diagnóstico de toxoplasmose. O resultado foi positivo.”

Consulta homeopática inicial em 06/12/2008:

Relato do Paciente:

“Tenho Toxoplasmose com cicatriz no fundo do olho. 60% de visão no olho esquerdo e 20% no direito. Para mim não é grande coisa, mas não é normal. Como estou acostumado com a cicatriz, para mim é normal. Usei óculos 6 anos pela dor de cabeça. Passei a não ter mais dor de cabeça. Minha visão é mais lateral. Com o olho direito vejo pouco, mas mais lateral. Sou mecânico de carreta. Sou alegre, pessoa boa, animado. Não posso ver as pessoas tristes. Sonhador. Quero alcançar sempre o melhor e não desisto. Sempre falam bem de mim, que sou boa pessoa. Acho que sou uma pessoa exemplar. Nasci no sítio. A vida toda não convivi com outras pessoas, só com a família. Nunca falo não para as pessoas. Não gosto de ficar parado.”

Medos: “Perder serviço. Que aconteça algo com a família. Gosto de animais, cuidar, dar carinho. Já catei vários cachorros na rua. Perda da avó, minha segunda mãe, há 12 anos. Foi muito marcante”.

Clima: Friorento. “Tomo muita água por dia”.

Sono: bem pesado.

Intestino: bom.

Avó e mãe tiveram diabetes. A avó teve câncer. “Não gosto de depender das pessoas.”

Relato da mãe do Paciente:

“Hoje, passou a aceitar mais o problema. Quando precisou usar óculos, ele se revoltava porque os amigos o chamavam de 4 olhos. É muito amoroso, dedicado. É muito tímido, mas presente. Revoltado porque não consegue tirar a carta de motorista. É conformado, não debate com ninguém. Tem 1 irmão mais velho (24 anos). Sempre estão juntos brincando, não brigam nunca. Tudo tem que conversar entre os dois”.

Procedimento clínico homeopático: A repertorização resultou em:

Nux-v, Carc, Ign, Sulphur e Nat-m.

Prescrição: Carc. 200Ch/Dose única.

Foram realizados 11 Retornos:

1º) 07/02/2009:

Relato do Paciente:

“A minha disposição melhorou um pouco, mesmo fazendo o mesmo serviço (ajudante de mecânico) melhorei uns 40%. Fora isso não houve outras melhoras. Não tive alterações na vista. Não tenho medo de ferimentos. Até me sinto bem fisicamente. Até os 6 anos tinha muito medo da clínica”. Neste mês, tomou Nisulid devido a contusão no braço direito.

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Relato da mãe:

Notou ele mais calmo, mais contente, contando coisas do serviço. “A morte da avó o marcou muito. Na época que ela estava doente, ele cuidava dela, não deixava passar um ruído sequer. Ele se envolve com problemas alheios, pronto para ajudar as pessoas. Gosta das coisas certas”.

Ele: “quero ajudar meus amigos que usam drogas”. É tímido com as pessoas, mas com a mãe é rigoroso, pega no pé.

Procedimento clínico homeopático:

Devido à condição favorável no emocional, foi mantido com a dose única anterior (Carc. 200Ch/Dose única).

2º) 07/03/2009:

Relato do Paciente:

“Passei bem. O que estava melhorando parou naquilo. Continuo paciente, alegre, mas visão não vi nada diferente. Tive dor de cabeça. Tomei o plus e não melhorei. Pinguei na língua e não adiantou. Tomei um comprimido de Neosaldina e não tive mais dor de cabeça. Me senti melhor com o medicamento. Estou mais calmo, mais paciente, timidez melhorou um pouco. O sono está pesado, durmo bem.”

Relato da mãe:

“Até o primeiro mês estava mais contente, mais disponível, agora, este mês, muito mais fechado, mais irritado. Dor de cabeça dá 5 a 6 vezes, mas é muito forte”.

“Ele é muito emotivo. Preocupado de cuidar das coisas. Colocou aparelhos nos dentes, ficou mais nervoso, irritado”.

Exames: Colesterol e Triglicerides

Procedimento clínico homeopático:

(Carc. 200Ch/uma vez ao mês).

3º) 04/04/2009:

Relato do Paciente:

“Estabilizou, não melhorei. Fiquei como estava. Visão de longe parece que melhorou um pouco. Estou bem. Acostumei com o aparelho. Deu uma dor de cabeça pouco fraca”.

Procedimento clínico homeopático: Aguardar e observar. Se precisar; fazer contato.

4º) 09/05/2009:

Relato do Paciente:

“Não tomei nada. Timidez melhorou sim. Sono continua pesado. Disposição melhorou mais.”

Relato da mãe:

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“Está melhor. Está falando que está enxergando melhor de longe. É muito fechado, difícil tirar as coisas dele, se quiser insistir, ele se irrita. Sempre foi muito calado.”

Procedimento clínico homeopático: Continuar Carc/200Ch – 1 vez por mês.

Recomendado um retorno ao médico oftalmologista.

5º) 06/06/2009:

Relato do Paciente:

“O médico oftalmologista disse que as cicatrizes do olho direito estão superficializando e há melhora de 10% do olho esquerdo. Está com 75% de visão esquerda, agora”.

Auto estima está boa. Visão de longe está melhor. Timidez está bem melhor. O olho direito não está tão embaçado como era antes. Friorento. “Não é qualquer coisa que me abala não!”.

Relato da mãe: Não houve.

Procedimento clínico homeopático: Não medicar.

6º) 05/08/2009:

Relato do Paciente:

Achou que estava com conjuntivite. O oftalmologista o examinou e confirmou a conjuntivite e que a cicatriz estava um pouco inflamada e que a visão melhorou. Parece que melhorou mais o outro olho.

Nervosismo. “Roubaram meu celular”.

Melhorou o olho com cicatriz e o outro também. Tolera mais o frio.

Relato da mãe:

“Teve uma infecção da cicatriz do olho. Ele teve isto há 2 anos e meio. Como pessoa melhorou.”

(Quando teve infecção, ligou para o Prescritor e o mesmo orientou-o a tomar o medicamento uma vez por semana).

Está tomando o medicamento uma vez por semana.

Procedimento clínico homeopático: Carc/ 240Ch. Continuar tomando uma vez por semana.

7º) 03/10/2009:

Relato do Paciente:

“Não senti melhora desde aquela data. Acho que parou e não evoluiu mais. Parou nos 70%. Não piorou. Continuo calmo, paciente. Às vezes fico nervoso, principalmente, quando as pessoas fazem as coisas erradas. Ainda não voltei ao oftalmologista”.

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Relato da mãe:

“Humor dele está ótimo. Não notamos mudança alguma”.

Procedimento clínico homeopático:

Prescreveu-se: Carc/1FM - Uma vez por semana.

8º) 05/12/2009:

Relato do Paciente:

“Melhora de mais 10% de visão”. Agora, com 80% da visão segundo avaliação do oftalmologista que o liberou para tirar Carteira de Habilitação.

Procedimento clínico homeopático: Manter a medicação.

9º) 06/02/2010:

Relato do Paciente:

Melhora expressiva. “Fui promovido de cargo. Vou tirar carta de motorista. Confirmada a melhora de 80% da visão”.

Procedimento clínico homeopático: Manter a mesma medicação.

10º) 10/04/2010:

Relato do Paciente:

Relatou melhora da acuidade visual, mais do olho esquerdo (que já era o de melhor visão)

Relato da mãe:

Sentiu que o filho está mais seguro do que faz.

Procedimento clínico homeopático: Manter a mesma medicação.

11º) 12/06/2010:

Relato do paciente:

“Minha auto-estima melhorou muito”.

Relato da mãe:

“Ele está mais solto, mais falante”

Procedimento clínico homeopático: Manter a mesma medicação.

TESTES DA ACUIDADE VISUAL REALIZADOS POR OFTALMOLOGISTA

Início do tratamento em 06/12/2008Último retorno em 12/06/2010

OE 20/40 20/25 - Boa melhora apesar da cicatriz.

OD 20/60 20/60 - Sem melhora.

Conclusão

O paciente, ao receber tratamento homeopático, melhorou sua acuidade visual do olho esquerdo e sua auto-estima, corroborando a crença homeopática de que problemas físicos estão intimamente relacionados aos estados mentais.

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BIBLIOGRAFIA

DOMINGUES, Mª Aliciane Fontenele. Epidemiologia. Disponível em: http://br.monografias.com/ trabalhos/doencas-por-parasitas/doencas-porparasitas2.shtml. Acesso em 13/03/2010.

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TEIXEIRA, Marcus Zulian. Pesquisa clínica em homeopatia: evidências, limitações e projetos.Disponível em: http://www.pediatriasaopaulo.usp.br/upload/pdf/1248.pdf Acesso em13/03/2010

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WIKIPÉDIA - A enciclopédia Livre “Toxoplasmose”. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/ Toxoplasmose. Acesso em 13/03/2010.

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https://institutoidis.com.br/

Voltado para medicina veterinária, com muitas ofertas de cursos e workshops que usam a homeopatia como base de tratamento.

http://bvsfiocruz.fiocruz.br/wp-content/uploads/2017/07/f1_BVSHomeopatia.pdf

Seção do site Fiocruz, com várias publicações em PDF

http://revista.aph.org.br/index.php/aph

Revista cientí ca de Homeopatia, com artigos e outros conteúdos de interesse para estudo continuado e discussão de casos.

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Revista de Estudos

HOMEOPÁTICOS

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