Revista Business Portugal - Março 2024

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Alexandre Carrera Lejeune, Head of Iberia Territory da FLOA
DIA INTERNACIONAL DA MULHER • SAÚDE E CIÊNCIAS DA VIDA • MARCA RECOMENDADA 2024 • BRANDS POWER
FLOA CONQUISTA MERCADO PORTUGUÊS

ÍNDICE

Março 2024

3. Índice

Nota de boas vindas...

4. Floa

Floa conquista o Mercado Português

8. Dia Internacional da Mulher

12. LNEG

Teresa Ponce de Leão: Liderança e inteligência emocional

14. Marine Antunes Transformar dor em amor

18. Teresa Burnay

Um exemplo de liderança com equilíbrio

25. Saúde e Ciências da Vida

26. Sociedade

Portuguesa de Cardiologia

75 anos de compromisso com a saúde cardiovascular

34. Clínica

Dr. Fernando Martins

Uma visão da saúde oral e da medicina oral do sono

38. ASPE

Haverá alguém que acredite que os enfermeiros vão continuar a trabalhar “por amor à camisola”!

40. Inovação e Tecnologia

42. Samsys Samsys reinventa-se, expande atividade e cresce todos os anos

45. Be and Care Be and Care, o mercado digital de cuidados pessoais e beleza

54. NPL Fórum Ibérico Paola Ortega

56. Qualidade e Inovação

57. Artigo de Opinião Instituto Português da Qualidade - João Pimentel

58. Grupo Tecnimede Inovação Disruptiva

61. SICGEN

SICGEN: Liderança e Inovação

65. Brands Power

67. Dekpool

Dois negócios vividos com paixão e inteligência emocional

75. Sofia Lobo Cera Sucesso e transformação através do Feng Shui

Nota de boas-vindas...

No tecido complexo da economia global, as empresas e empresários desempenham papéis fundamentais, tecendo os fios do progresso e da inovação. São eles os arquitetos da mudança, os visionários que moldam o panorama empresarial e impulsionam o desenvolvimento em direção a novos horizontes.

As empresas são agentes de transformação, catalisadores do crescimento económico e social, verdadeiras forças motrizes, que impulsionam a engrenagem da economia.

Por trás de cada empresa, há um empresário, uma mente audaciosa, um sonhador pragmático, um líder destemido. Os empresários não imaginam apenas o futuro, tornamno realidade. Enfrentam desafios com coragem, abraçam a incerteza com determinação e transformam obstáculos em oportunidades.

Nesta edição da Revista Business Portugal, lembramos, mais uma vez, o papel vital que as empresas e os empresários desempenham na nossa sociedade. Os empresários são os verdadeiros construtores do futuro, cujo trabalho árduo e dedicação constroem os alicerces sobre os quais o progresso é sustentado.

Como disse Naveen Jain:

"O verdadeiro empreendedor é um realizador de visões, um construtor de sonhos, um transformador de ideias em realidade".

Fernando R. da Silva

FICHA TÉCNICA Editor/Propriedade: António Fernando A. R. Silva | Redação e Publicidade: Av. República 2208 - 3º Drt Centro

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Frt,
-190 V N Gaia
Sede: Av.

FLOA CONQUISTA MERCADO PORTUGUÊS

A solução de pagamento parcelado líder no mercado francês chegou a Portugal há dois anos e já conquistou a preferência dos portugueses. A propósito dos objetivos concretos da filial detida pelo grupo BNP Paribas, para Portugal, estivemos à conversa com Alexandre Carrera Lejeune, Head of Iberia Territory da FLOA.

Com uma trajetória que abrange desde grandes empresas como L'Oréal e Grupo BPCE, até experiências empreendedoras nos Estados Unidos, o Alexandre acumulou um vasto conhecimento em diversas áreas. Como esta diversidade de experiências tem influenciado a sua abordagem e estratégia na liderança da expansão internacional da FLOA, ainda mais agora que assumiu um novo cargo de liderança ibérica?

Sem dúvida que os 25 anos de experiência profissional, tanto em grandes empresas como em startups, a par da experiência que acumulei quando era mais jovem enquanto atleta de competição no ténis, me deram ferramentas distintas e complementares para agora participar com sucesso na internacionalização da FLOA. Claro que conto também com equipas de muito talento e temos o apoio do Grupo BNP Paribas, que nos coloca numa posição única no mercado.

Para acelerar o crescimento da FLOA e a notoriedade da marca, existe um trabalho importante com as equipas da FLOA e do Grupo BNP Paribas, além da proximidade com os parceiros e a adaptação aos comportamentos dos consumidores locais e às diferenças culturais e regulatórias de cada mercado. Mais precisamente com a atual liderança da região ibérica, onde é importante otimizar as sinergias de ambos países, identifico alguns pontos fundamentais que influenciam a minha abordagem e estratégia.

Em primeiro lugar, ter trabalhado em diferentes multinacionais, permitiu-me perceber a força de uma estrutura bem organizada e permitiu-me ter uma visão global de negócio.

Por exemplo, hoje trabalhamos com um modelo chamado “One Bank” que nos permite acompanhar os parceiros do Grupo BNP Paribas com todos os serviços financeiros disponíveis por cada entidade. A FLOA tem um posicionamento ligado aos pagamentos, com soluções de Buy Now Pay Later que é complementar às soluções de outras entidades do Grupo. Isto traz-nos muitas oportunidades, tanto com parceiros que já trabalham com o próprio BNP Paribas, permitindo-nos apresentar os serviços da FLOA, como com novos parceiros que podem ter um primeiro contacto com o Grupo pela FLOA. Outro fator extremamente importante prende-se com a flexibilidade e inovação. A minha experiência de empreendedorismo nos EUA expôs-me a ambientes de negócios dinâmicos e altamente inovadores permitindo aprender a lidar com

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Alexandre Carrera Lejeune, Head of Iberia Territory da FLOA

a mudança e desenvolver capacidades de adaptação - características cruciais para liderar uma empresa em expansão num mercado competitivo. Além disso, a coordenação do trabalho em equipa é essencial. Internamente, temos contacto com todas as áreas da banca, com o nosso serviço ao cliente, com os nossos parceiros e com as entidades do Grupo. Neste ponto, acredito que ter sido tenista de alta competição me deu uma melhor perspetiva da importância do trabalho de cada membro da equipa e, aos dias de hoje, tenho uma função similar ao de um treinador. Cabe-me criar um ambiente onde o talento individual se possa destacar e possa ser utilizado para ajudar a equipa a atingir os objetivos determinados para a FLOA em Portugal e em Espanha.

Considerando a crescente procura por soluções de pagamento parcelado, especialmente num contexto de comércio eletrónico em rápida evolução, é crucial entender como empresas como a FLOA se destacam no mercado. Qual o posicionamento da empresa em relação à concorrência e de que forma se distingue no mercado?

A FLOA destaca-se no mercado como uma fintech especializada em Buy Now Pay Later (BNPL) caracterizada pela rapidez, segurança e simplicidade nos processos, tanto para o comerciante como para o consumidor final. O nosso método de pagamento não requer a apresentação de documentos, download de aplicações ou registo, o que facilita a sua utilização. Isto só é possível graças à tecnologia de Inteligência Artificial e Machine Learning desenvolvida pela FLOA, que está em constante atualização com as análises de dados das atividades ligadas às áreas dos diversos setores onde atuamos.

A FLOA trabalha continuamente para simplificar a experiência do cliente e otimizar o sistema de análise de crédito e prevenção de fraudes – elementos fundamentais para o sucesso do BNPL. O Grupo BNP Paribas adquiriu por completo a FLOA em fevereiro de 2022. Desde então, contamos com investimento da maior instituição financeira da Europa para continuar a inovar e aprimorar a nossa solução com tecnologia de ponta e acelerar a nossa expansão para novos mercados europeus, permitindo-nos acompanhar os parceiros em diversos países. O apoio do Grupo BNP Paribas dá-nos a estabilidade e os recursos necessários para expandirmos o nosso alcance e chegarmos a um número cada vez maior de pessoas, especialmente no mercado europeu, seguindo um modelo de negócio comprovado.

A FLOA tem uma abordagem bastante centrada no cliente, com soluções como o pagamento em 3 ou 4 prestações e de Buy Now Pay Later (BNPL). Como estas soluções têm impactado diretamente a satisfação do cliente e proporcionam uma jornada de compra mais simples e agradável para os consumidores?

Na FLOA prezamos a experiência do cliente e procuramos sempre garantir que a sua jornada é o mais simples e acessível possível. Especialmente numa época em que a conveniência e a flexibilidade são cada vez mais valorizadas, opções como o BNPL oferecem aos consumidores um maior controlo sobre as suas decisões financeiras.

Aliás, o estudo feito pela FLOA com a Kantar em 2022, comprova precisamente que no mercado português, 67% dos utilizadores de BNPL mudariam de loja ou marca caso existisse esta modalidade de pagamento, um valor acima da média europeia que se encontra nos 56%. Além disso, a flexibilidade de dividir os pagamentos possibilita uma gestão financeira mais responsável, permitindo que as pessoas possam fazer uma distribuição das despesas mais equilibrada. De destacar também que estas soluções de pagamento representam a alternativa perfeita para aqueles que preferem evitar créditos a longo prazo ou que não têm acesso imediato aos mesmos. Deste modo, na FLOA solicitamos apenas informações básicas, como o nome, morada, NIF, data de nascimento, e-mail e contacto telefónico. Depois, a resposta é instantânea: em menos de um segundo, as nossas ferramentas de análise determinam se o método de pagamento com a FLOA será – ou não – concedido. Em caso de incumprimento do consumidor, assumimos 100% do risco, protegendo assim a sustentabilidade dos nossos parceiros.

O nosso método de pagamento não requer a apresentação de documentos, download de aplicações ou registo, o que facilita a sua utilização. Isto só é possível graças à tecnologia de Inteligência Artificial e Machine Learning desenvolvida pela FLOA

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FLOA

Além dos benefícios diretos para os consumidores, de que forma a FLOA ajuda os comerciantes a impulsionar as suas vendas e expandir os seus negócios? A estabilidade e o suporte do Grupo BNP Paribas têm sido aproveitados para alcançar estes objetivos?

Um dos principais objetivos da FLOA é apoiar a digitalização do comércio local em Portugal. Da perspetiva de um parceiro, a FLOA vem trazer um novo método de pagamento fácil de implementar que ajuda a potenciar as vendas, seja no e-commerce ou nos pontos de venda físicos, permitindo ao comerciante disponibilizar o pagamento fracionado através da FLOA, sem qualquer custo para o consumidor final. Assim, ao oferecer as soluções de pagamento da FLOA ao consumidor, o comerciante aumenta a possibilidade de angariação de clientes e a diminuição do abandono da compra, sendo, ao mesmo tempo, capaz de aumentar o valor médio de vendas. Além disso, e como anteriormente referido, esta é uma solução sem qualquer risco para o comerciante, pois em caso de incumprimento, o pagamento é completamente assegurado pela FLOA – algo também associado à credibilidade do Grupo BNP Paribas. Num contexto económico difícil, ser parceiro de uma empresa que faz parte do Grupo BNP Paribas é um fator de confiança muito relevante para os comerciantes.

Com a FLOA Pay implementada em vários países europeus, incluindo Portugal, de que maneira abordam as diferenças culturais e regulatórias em cada mercado, para garantir uma experiência consistente para os consumidores e comerciantes, tendo em vista o compromisso de estar presente em mais de 10 países até 2025?

Procurar aprofundar o conhecimento sobre o setor e todos os temas que pertencem à esfera dos pagamentos é algo que está ligado ao dia a dia das equipas da FLOA. Acreditamos que só assim será possível tomar as melhores decisões e atingir todas as metas estipuladas.

Deste modo, temos sempre o cuidado de fazer, anualmente, um trabalho de pesquisa aprofundada, em parceria com a agência Kantar, sobre o comportamento e necessidades do mercado e consumidores dos países para onde pretendemos expandir o nosso trabalho, com o objetivo de garantir que estamos preparados para dar a melhor resposta, mas assegurando, também, que estamos a par de todas as características regulatórias do mesmo.

Além disso, contamos sempre com equipas locais que conhecem a cultura e tradições de cada país, permitindo uma presença mais orgânica e adequada. E finalmente, estamos presentes onde o Grupo BNP Paribas já tem uma forte atuação no mercado, o que nos dá um acompanhamento valioso sobre a parte regulatória de cada mercado. Esta parece-nos a combinação perfeita para conseguirmos atingir o objetivo a que nos propusemos de chegar a dez países até 2025.

Como a FLOA utiliza a inovação tecnológica para aprimorar as suas soluções de pagamento, considerando a gestão 100% digital e o pioneirismo em inovações como o mini-crédito? Há algum projeto ou desenvolvimento recente que gostaria de destacar?

Primeiramente, damos bastante importância a todas as questões

Um dos principais objetivos da FLOA é apoiar a digitalização do comércio local em Portugal. Da perspetiva de um parceiro, a FLOA vem trazer um novo método de pagamento fácil de implementar que ajuda a potenciar as vendas

de Cibersegurança, porque, se é verdade que a inovação tecnológica trouxe inúmeras mudanças positivas, é igualmente impossível negar que também novos desafios foram surgindo.

Deste modo, e para assegurar o futuro digital dos pagamentos, são várias as fintechs que estão a reforçar o seu investimento nesta área, recorrendo também à Inteligência Artificial, uma tecnologia emergente que pode ajudar na melhoria contínua da segurança, quer das plataformas online, quer das transações digitais – e a FLOA não é exceção.

A inovação tecnológica é para nós uma prioridade e é graças a processos desta natureza que conseguimos oferecer aos nossos clientes uma solução de pagamento que, numa questão de milissegundos, avalia a sua viabilidade. Temos um serviço assente em tecnologia de ponta que, além de ser de utilização mais prática e fácil, garante também a segurança das transações.

Ainda, se, até aqui, a transformação digital se tinha centrado mais nas operações diárias do cliente, desde transferências e consultas de saldos até pagamentos ou pequenos investimentos e compras de ações, estamos igualmente empenhados em trabalhar na digitalização para tornar processos que geralmente seriam mais longos e demorados em experiências simplificadas, como é o caso do “Coup de Pouce” em França, um mini-crédito que pode ser feito entre 100€ e 3000€ em cinco minutos.

Assim, o projeto que posso destacar é o uso da Inteligência Artificial para complementar o nosso serviço ao cliente. Estamos continuamente a explorar esta área por considerarmos que tem um grande potencial para melhorar, ainda mais, o atendimento que damos aos clientes, trazendo mais opções, assistência e flexibilidade.

Com mais de 10 mil parceiros e pontos de venda, como a FLOA seleciona e colabora com os seus parceiros comerciais para garantir o sucesso mútuo?

Na verdade, já contamos com mais de 15 mil parceiros e pontos de venda. No início da internacionalização, estávamos a acompanhar

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os parceiros franceses que tinham atividade em Portugal, Espanha, Itália e Bélgica, para proporcionar o mesmo método de pagamento nesses mercados.

Com a constituição das equipas com talentos locais de cada país, foi feito um trabalho para oferecer a solução da FLOA aos parceiros existentes do BNP Paribas e criar novas parcerias com empresas locais para acompanhar o crescimento do mercado em diferentes setores como marketplaces, retalho, eletrónicos, eletrodomésticos, casa e decoração, turismo, mobilidade, saúde e beleza.

A relação entre a FLOA e os seus parceiros é um fator essencial para o sucesso de ambos, por isso dedicamos muito tempo e energia para manter uma proximidade que nos permite ter um melhor entendimento dos mesmos e partilhar com eles o nosso conhecimento em áreas específicas – o que acaba por se traduzir numa das nossas maiores vantagens competitivas. Hoje, temos muito orgulho de trabalhar com grandes marcas como a Ibéria Lineas Aéreas, a Rádio Popular, o KuantoKusta, a iStore, a Xiaomi, a NP4Game, a JOM, a Bluebird, a Moviflor, a Code for All, a Americanas e a Prio, para citar alguns exemplos.

Com base nas soluções oferecidas pela FLOA, como avalia o futuro do comércio eletrónico e das transações financeiras?

Acreditamos que a adoção de soluções de BNPL na Europa e particularmente em Portugal vieram para ficar. Aliás, o nosso estudo feito em parceria com a Kantar demonstrou que Portugal está no pódio de países com maior utilização de pagamento fracionado.

Sabemos que os consumidores estão constantemente à procura de soluções inovadoras que permitam melhorar a gestão do seu orçamento e, face à conjuntura económica, faz todo o sentido que assim seja. Em linha com esta necessidade, a FLOA pretende então continuar a acelerar o seu crescimento em Portugal e continuar a reforçar o seu posicionamento ao estabelecer novas parcerias comerciais, contribuindo, assim, para o desenvolvimento do e-commerce e vendas em lojas físicas no país. A expetativa natural é que a procura por BNPL continue a crescer à medida que um maior número de pessoas reconheça os benefícios de poder dividir pagamentos em prestações sem juros, com uma experiência simplificada, para uma melhor gestão orçamental, compras importantes de produtos ou serviços que necessitam no imediato ou imprevistos.

Olhando para o futuro, quais são os planos e metas da FLOA para os próximos anos em termos de expansão geográfica, inovação de produtos e impacto no mercado de pagamentos parcelados na Europa?

Em 2024, a FLOA definiu que chegará a dois novos mercados: a Alemanha e a Holanda. Os países para 2025 serão definidos mais tarde, de acordo com a prioridade alinhada em conjunto com o Grupo BNP Paribas. Em termos de inovação de produtos, estamos a desenvolver soluções para dar mais autonomia aos consumidores dentro das lojas físicas, por forma a que estes percebam se são ou não legíveis para o pagamento com a FLOA durante a jornada e não no momento do check-out. Em termos de impacto no mercado ligado ao Buy Now Pay Later, por um lado projetamos um crescimento que continua a ser importante para este método de pagamento. Por outro lado, a nova legislação que entrará em vigor poderá ter um forte impacto na experiência do cliente, por isso continuamos a trabalhar para simplificar ainda mais a experiência de compra no e-commerce levando em consideração as novas regras que serão exigidas.

A FLOA tem sempre como objetivo fornecer aos consumidores uma nova ferramenta para que possam gerir o seu orçamento pessoal e controlar imprevistos e despesas inesperadas, sempre com segurança, simplicidade e confiança.

www.floapay.pt

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DIA INTERNACIONAL DA MULHER

No dia 8 de março de 2024 celebra-se o Dia Internacional da Mulher, um dia bastante significativo e sendo por isso extremamente importante falarmos sobre o crescente destaque que as mulheres têm vindo a conquistar no universo empresarial. A essência feminina em cargos que se destacam é de extrema importância, seja para a geração atual ou para as gerações futuras, de resto importa que todas as gerações percebam que a força feminina está cada vez mais presente.

A Revista Business Portugal orgulha-se de, em mais uma edição, dar a conhecer as histórias de sucesso destas grandes líderes e empresárias de sucesso que estão a revolucionar o panorama empresarial a nível global. Nas próximas páginas damos a conhecer os seus percursos e a descobrir ainda como usam a sua experiência para tornar o mercado empresarial mais inclusivo, desmistificando preconceitos e traçando o seu próprio caminho. Estas grandes líderes representam tudo aquilo que a essência feminina é.

Vera Gonçalves, Executive Office Manager

“NA VANGUARDA DA TRANSFORMAÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS, AS MULHERES TÊM MOLDADO UMA NOVA ERA DE GESTÃO, ONDE A EMPATIA E A INCLUSÃO SÃO AS FORÇAS MOTRIZES”

Vera Gonçalves, Executive Office Manager da En Punto Solutions, explana em entrevista, o papel das mulheres na evolução dos recursos humanos, bem como os desafios e oportunidades para a promoção da igualdade de género e da diversidade no recrutamento, seleção e desenvolvimento de talentos.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 10 DIA INTERNACIONAL DA MULHER | EN PUNTO SOLUTIONS

Como é que vê o papel das mulheres na evolução dos recursos humanos, especialmente num contexto de transformação digital e mudanças rápidas nas organizações? Como é que isso se reflete na sua abordagem como Executive Office Manager e responsável pelos Recursos humanos na En Punto Solutions?

Na vanguarda da transformação dos Recursos Humanos, as mulheres desempenham um papel vital, especialmente num contexto de rápida mudança e transformação digital nas organizações. A sua influência é marcante, trazendo uma abordagem mais humanizada e inclusiva à gestão de pessoas. Como Executive Office Manager e responsável pelos Recursos Humanos na En Punto Solutions, reconheço plenamente a importância da participação ativa das mulheres nesse processo. Valorizamos a diversidade de perspetivas que elas trazem, refletindo-se em práticas mais eficazes e inovadoras na nossa empresa.

Dada a sua formação académica diversificada, como é que acha que as suas experiências em Ciência Política e Relações Internacionais e recentemente em gestão de políticas de desenvolvimento de Recursos Humanos, influenciaram a sua perspetiva sobre a gestão de recursos humanos?

A minha formação académica em Ciência Política e Relações Internacionais proporcionou-me uma compreensão abrangente das dinâmicas sociais, políticas e culturais que influenciam as organizações e os indivíduos. Essa perspetiva mais ampla permitiu-me apreciar a importância das políticas de Recursos Humanos não apenas no contexto organizacional, mas também no contexto sociopolítico mais amplo. Com anos de experiência na área de Recursos Humanos, adquiri um entendimento prático das necessidades e desafios enfrentados pelos colaboradores e pelas organizações. A minha experiência em gestão de políticas de desenvolvimento de Recursos Humanos adicionou uma dimensão prática e orientada para resultados à minha compreensão teórica. Aprendi a importância de alinhar as estratégias de RH com os objetivos organizacionais e a necessidade de adotar abordagens flexíveis e adaptativas para lidar com as necessidades em constante mudança dos colaboradores e da empresa.

Essas experiências combinadas influenciaram profundamente a minha perspetiva sobre a gestão de recursos humanos na En Punto Solutions. Reconheço a importância de adotar uma abordagem holística que leve em consideração não apenas as necessidades imediatas dos colaboradores, mas também os contextos externos que podem impactar o seu desempenho e bem-estar.

Num ambiente de trabalho cada vez mais globalizado e diversificado, quais são os desafios e oportunidades específicos que identifica para promover a igualdade de género e a diversidade no recrutamento, seleção e desenvolvimento de talentos?

Um dos principais desafios é combater os preconceitos e estereótipos de género que ainda persistem no ambiente corporativo, o que pode influenciar o processo de recrutamento e seleção. Além disso, garantir que todas as etapas do processo sejam justas e

livres de discriminação é fundamental para promover a igualdade de oportunidades para todos os candidatos.

Outro desafio é a criação de políticas e práticas que promovam a inclusão e a diversidade no local de trabalho. Isso envolve não apenas recrutar talentos diversos, mas também criar um ambiente onde todos se sintam valorizados e respeitados, independentemente do género, etnia, orientação sexual ou origem cultural.

No entanto, esses desafios também apresentam oportunidades significativas. Ao promover a diversidade de género e cultural, as empresas podem beneficiar de uma maior criatividade, inovação e resolução de problemas. A diversidade de perspectivas e experiências pode levar a soluções mais abrangentes e adaptáveis aos desafios enfrentados pela empresa num mundo globalizado.

Com a crescente procura por flexibilidade no local de trabalho e o aumento do trabalho remoto, como é que vê o futuro do ambiente de trabalho e quais são os principais desafios e oportunidades que isso traz para a gestão de recursos humanos?

A adoção do trabalho remoto e a flexibilidade no local de trabalho têm o potencial de aumentar a satisfação dos colaboradores, proporcionando-lhes maior autonomia e equilíbrio entre vida pessoal e profissional. No entanto, esta transição também pode apresentar desafios, como a gestão da produtividade e a manutenção da coesão e cultura organizacional em equipas dispersas geograficamente.

Um dos principais desafios para a gestão de recursos humanos é encontrar o equilíbrio certo entre a flexibilidade e a necessidade de colaboração e coesão entre os colaboradores. Além disso, é crucial garantir que todos os colaboradores tenham acesso igualitário a oportunidades de desenvolvimento e crescimento, independentemente do seu local de trabalho.

Por outro lado, esta mudança também abre diversas oportunidades para a gestão de recursos humanos. A tecnologia desempenha um papel fundamental ao facilitar a comunicação e colaboração entre equipas remotas, bem como ao fornecer ferramentas para monitorizar e avaliar o desempenho dos colaboradores de forma mais eficaz.

Além disso, a flexibilidade no local de trabalho permite às empresas aceder a um talento mais diversificado e global, uma vez que não estão restritas a contratar apenas dentro de uma determinada localização geográfica. O futuro do ambiente de trabalho está a ser moldado pela procura por flexibilidade e trabalho remoto. A gestão de recursos humanos enfrenta o desafio de adaptar-se a estas mudanças, garantindo ao mesmo tempo a produtividade, o bem-estar dos colaboradores e a coesão organizacional. No entanto, estas mudanças também trazem consigo oportunidades para inovar e criar ambientes de trabalho mais inclusivos e eficazes.

www.enpuntosolutions.pt

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TERESA PONCE DE LEÃO: LIDERANÇA E INTELIGÊNCIA

EMOCIONAL

Numa entrevista exclusiva, Teresa Ponce de Leão, Presidente do LNEG, dá a conhecer a sua essência e o universo do Laboratório Nacional de Energia e Geologia.

O mote para esta edição é o Mês da Mulher. Neste enquadramento, e enquanto mulher líder, o que a inspira e motiva diariamente? Como consegue criar um equilíbrio entre a esfera pessoal, social e profissional?

Os meus maiores desafios foram - e são - mudar mentalidades, explicar e aplicar o princípio de que tudo se gere e estabelecer prioridades. Em tudo temos de ser eficazes, eficientes e capazes de medir os impactos dos investimentos, sejam eles na produção de ciência ou na gestão do dia-a-dia. Creio que também fui sempre muito consciente das minhas capacidades, pontos fortes e pontos menos fortes. A colaboração e a partilha são igualmente fundamentais em todas as esferas da vida e têm sido alicerces que sempre me ajudaram a lutar pelo êxito e pela melhoria contínua e sinto que ainda há muito por fazer. É precisamente este meu lado de insatisfeita que não me deixa acomodar.

Quais foram os momentos decisivos que moldaram o seu percurso? Que princípios ou valores fundamentais segue na sua jornada como presidente do LNEG?

A dada altura de um percurso de vida é preciso fazer escolhas e tomei a decisão de assumir funções de dirigente de um instituto público, em detrimento de uma carreira académica. Procuro trabalhar com pares internacionais e colaboro em inúmeros grupos de trabalho, principalmente europeus, tomando neles parte de forma muito activa. Mantive sempre esta proactividade na procura de relações internacionais, que me permitiu ter uma visão do mundo segundo diferentes perspectivas e tomar conhecimento das melhores práticas. Como presidente, gostaria de ter condições para premiar o mérito, porque tenho a plena consciência de que, no LNEG, o sucesso é da equipa.

Como descreve a sua visão de liderança e como ela se reflete na sua gestão no LNEG? Quais são os principais desafios que enfrentou como líder do LNEG e como os superou? E quais as principais conquistas alcançadas?

Após a tomada de decisão do Governo, de então, sobre a extinção do INETI e a transferência das competências em energia e tecnologia para o novo instituto com funções de Laboratório do Estado nas áreas

de Energia e Geologia, surgiu o LNEG. Atendendo às competências científicas e ao histórico das actividades de investigação, a estratégia seguida foi centralizar a actividade nas energias renováveis, na eficiência energética, na economia circular e na geologia, mantendo o LNEG as funções de Serviço Geológico Nacional. Enquadramos a actividade na nossa qualidade de “Research and Technology Operator” o que significa que se faz investigação para acumulação de conhecimento e posterior transferência para a sociedade.

A transição foi exigente a vários níveis e à reorganização interna do sector científico seguiu-se uma reorganização administrativa, com a simplificação e centralização de procedimentos e proporcionando ao sector de investigação um apoio administrativo mais ágil e eficiente. Apostámos na digitalização e na internacionalização e, hoje, somos membros com funções executivas em importantes redes europeias, como na “European Energy Research Alliance” (a maior aliança europeia para a investigação em energia e de que também somos fundadores), na “European Sustainable Energy Innovation Alliance” e nos EuroGeoSurveys. O reconhecimento pelos pares foi

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Teresa Ponce de Leão, Presidente

sempre uma motivação enquanto medida de avaliação do nosso desempenho. Sempre tive a consciência de que não temos resultados se nos mantivermos isolados Como referi anteriormente, no LNEG, o sucesso é da equipa e da capacidade de termos uma boa rede de colaborações, a nível nacional e internacional.

O LNEG tem vindo a dirigir estrategicamente a sua actividade para as orientações políticas do país e da Europa. Consideramos como grandes desafios a promoção da desmaterialização e a flexibilidade interna, multidisciplinar que garanta qualidade nas respostas, mas também agilidade e adaptação. Cativar as pessoas, os nossos investigadores, para essa permanente adaptação tem sido uma preocupação permanente. Não podemos ser acomodados, temos de cultivar uma inquietude e tentar fazer melhor, e mais, tendo em conta as necessidades e o que o país espera de nós.

Com os olhos postos no futuro, qual a visão estratégica delineada para o LNEG? Que iniciativas ou projetos estão programados para continuar a avançar nas áreas da Energia e Geologia e fazer, cada vez mais, do LNEG uma instituição de referência capaz de contribuir com soluções de excelência para uma economia descarbonizada?

A tomada de decisão deve ser baseada no conhecimento científico. “Construir um futuro mais limpo e melhor”, é o nosso lema, e contribuímos de forma independente para o desenvolvimento económico e melhoria da qualidade de vida, colocando o conhecimento ao serviço da sociedade. Trabalhamos em duas áreas de referência: energia e geologia e somos um “Research and Technology Operator”, que investiga e desenvolve conhecimento com uma estratégia clara: aplicar esse conhecimento para uma economia verde. Assim, colaboramos com o sector empresarial e no apoio às políticas públicas. Saliento projectos já terminados, mas importantes, como o CAVALI na Cadeia de valor do Lítio, que deu um contributo importante para a utilização de métodos físicos no processamento de minérios de Lítio ou o Edifício Solar XXI que representa um marco histórico, pois foi o primeiro Edifício NZEB (“Net Zero Energy Building”) em Portugal, ainda antes da Directiva Europeia EPBD e foi pioneiro na construção e na integração das Energias Renováveis na própria arquitectura do edifício. Também o Projecto FRAME – “Forecasting and assessing europe’s strategic raw materials needs”, que expandiu o conhecimento dos recursos minerais estratégicos e de matérias-primas críticas através

da compilação do potencial mineral e áreas metalogénicas focada nas associações metálicas interrelacionadas em terra e no mar, o projecto CIRCO Hub Portugal, cujo objetivo principal é incentivar a economia circular através do design, o projeto eMaPriCE, desenvolvido para a APA, que visa identificar oportunidades de implementação de estratégias de Economia Circular a fim de evitar que as Matérias-Primas Críticas (MPC) se transformem em resíduos, bem como apresentar opções da substituição destas por matérias-primas não críticas, o projecto geoON – Atividade Geológica e Mineira Online, que visou a digitalização do acervo de dados do LNEG através do tratamento e harmonização de informação geocientífica recolhida por nós na área da Geologia e Minas, para disponibilização aberta no geoPortal da Energia e Geologia, alinhada com Directivas de dados europeias e nacionais, e melhorámos tecnologicamente o geoPortal ao nível da acessibilidade, usabilidade e segurança.

Mais actuais e, com os olhos no futuro, refiro o projecto “START” que visa criar um sistema sustentável de captura de energia através de uma abordagem inovadora de reciclagem de resíduos de mina, o H2Driven, uma proposta de implementação e valorização de uma nova cadeia de valor na área dos e-combustíveis verdes em Portugal e o Projecto “CO2nstruct – “Modelling the role of circular economy construction value chains for a carbon-neutral Europe”, para citar apenas alguns. Ainda de referir a elaboração do Atlas para o Hidrogénio.

Finalmente, gostaria de referir - até porque foi publicada hoje, precisamente, em Diário da República a Resolução do Conselho de Ministros (RCM nº41/2024) que o aprova - o Plano de Acção para o Biometano, desenvolvido pelo LNEG e que cria um grupo de acompanhamento cuja coordenação nos foi atribuída.

Março é considerado o mês da Mulher e da luta pela igualdade de direitos entre géneros, nas organizações e na sociedade em geral. Que palavras gostaria de deixar a todas as mulheres líderes ou que aspiram a liderança, nomeadamente na área da Ciência e Tecnologia?

Abracem a mudança com coragem e dedicação. Muito trabalho e inteligência emocional e sem ter medo de decidir. E não esquecer que, por vezes, é preciso ter a audácia de arriscar.

NOTA: por indicações da autora, este artigo não foi escrito ao abrigo do acordo ortográfico vigente.

13 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL LNEG | DIA INTERNACIONAL DA MULHER

TRANSFORMAR DOR EM AMOR

O universo e a essência da Marine Antunes numa entrevista exclusiva à Revista Business Portugal, um trajeto verdadeiramente inspirador, uma história de superação, força e resiliência.

Marine, a sua história de superação do cancro, marcada por uma abordagem única e corajosa através do humor, é verdadeiramente inspiradora. Como é que descobriu que o humor poderia ser uma ferramenta tão poderosa para enfrentar desafios tão difíceis como a doença?

O humor sempre esteve presente na minha vida e na vida da minha família. A minha avó Beatriz era uma contadora de histórias, tinha muita graça e eu via nos meus tios e no meu pai essa facilidade de brincar com as histórias, as metáforas, a serem irónicos e perspicazes. Tive a sorte de ter vivido uma infância com muita alegria e riso e fui aprendendo a brincar com as palavras, vendo. Quando adoeci aos 13 anos, automaticamente, entendemos que o humor era quase um alívio - havia espaço para ele. Não é que a situação não fosse dramática (e não imagino o que os meus pais passaram) mas ele surgia nas minhas irmãs, que tocavam à campainha no meu quarto do internamento só para ver se o enfermeiro giro, ou aparecia ou na minha mãe que fazia alguma observação mordaz no momento certo e que nos provocava um ataque de riso. O humor surgia como um amigo, um escape, uma necessidade. E eu decidi que o cancro poderia levar-me o cabelo mas nunca a alegria e aprendi, muito cedo, a rir-me de mim mesma. Antes de criar o projeto Cancro com Humor aos 22 anos, tirei um curso de stand-up comedy e aventurei-me na comédia durante dois anos, a par dos cursos de escrita criativa que fui tirando. Quando criei o meu projeto foi esse o mote - mostrar que era possível ser feliz no caos e falar do tema cancro com uma piada na manga. Mas nunca foi sobre fazer piadas sobre o cancro mas sim permitir que o humor surgisse mesmo na dor.

O projeto “Cancro com Humor” tem sido uma fonte incrível de apoio e inspiração para inúmeros pacientes e cuidadores. Também escreveu obras como “Teorias de Uma (Not) Atinadinha” e “Manual para Descomplicar o Cancro”. Qual tem sido o seu impacto na comunidade oncológica? Como encara a interseção entre humor e autoajuda na sua escrita?

Na verdade o Manual para Descomplicar o Cancro é o meu quarto livro - em 2013 publiquei o Cancro com Humor e em 2017 o Cancro

com Humor 2 - e defendo sem dúvida o humor como terapia. Aliás, no meu internamento com 13 anos eu já tinha um diário amarelo porque precisava muito de desabafar e sentia que só ali na escrita dizia exatamente aquilo que sentia. Fui usando o humor e a escrita para chegar aos outros mas sobretudo para me entender a mim. Ao longo dos anos, além das minhas redes, escrevi três anos para o Jornal I, para a plataforma Capazes e para a Revista Zen Energy. E todos essas plataformas permitem o quê? A partilha. Esse tem sido o meu contributo: partilhar e desmistificar com humor um tema que, até há pouco tempo, era abordado com tanto tabu. Ao longo dos anos, por conta da escrita e da oralidade tenho recebido um feedback diário de doentes, sobreviventes, cuidadores e também profissionais de saúde. As pessoas contam-me a sua história, porque se identificam com a minha e acabamos por nos sentir menos sozinhos. Eu também me incluo no grupo, porque aprendo muito com quem chega até mim. É brutal perceber que com este trabalho há impacto real na vida das pessoas: chegam-me relatos de pais que conseguiram conversar com os seus filhos, cuidadores que encontraram no livro aluma dica para os seus amores, pessoas que antigamente odiavam todo o processo e, com a percepção da importância da alegria, permitiram-se viver momentos felizes, integrando associações, grupos de entre ajuda. Muitas dessas pessoas também acabaram por criar páginas nas redes, lançar os seus projetos e livros que apadrinhei! É incrível perceber que as pessoas mais do que inspiradas acabam por criar os seus projetos e vejo-as a transformar a dor em amor e até em futuro.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 14
DIA INTERNACIONAL DA MULHER | MARINE ANTUNES
Marine Antunes

Co-fundou o projeto “Se Podes Sonhar, Podes Concretizar” com o seu marido, Tiago Castro, visando o público jovem. De que maneira este projeto complementa a sua abordagem para lidar com questões sérias de uma maneira acessível aos jovens? Como avalia o seu papel como palestrante na jornada de transformação pessoal e superação de desafios dos seus espectadores?

Em 2018 lançámos a nossa palestra em conjunto para jovens: em cima do palco, sem tabus apresentámos a nossa história. Percebemos que as crianças e os adolescentes são o público mais exigente e real e durante meses andámos pelo país inteiro a falar com o coração na mão. Temas como o bullying e cancro na infância, a adolescência e o mundo da televisão; o sucesso e o insucesso e, sobretudo, os afetos foram a base da nossa partilha. A par deste projeto, sou palestrante profissional há dez anos com o tema Cancro com Humor - todos os meses apresento a minha Palestra É Possível Ser Feliz no Caos em hospitais, associações, eventos, empresas e, sem dúvida, fazê-lo nas escolas e com jovens ensinou-me muito. Percebi que este caminho de desmistificar e sensibilizar tinha mesmo de passar também pelas escolas - e foi brutal entender como as crianças estão familiarizadas com o tema porque conhecem alguém com cancro mas estão assustadas. Os adultos não conversam com elas. Nessas palestras recebo dúvidas que eu achava que não teriam - como por exemplo, se o cancro se pega? - e que provam que é urgente falar deste tema. Também acontece ter meninos com cancro nas palestras e a nossa palestra torna um bocadinho mais fácil a sua integração. Além disso, mesmo que não se identifiquem com o cancro são sempre inspirados pelo tema da superação. Apesar de me sentir muito confortável no palco e feliz com o meu percurso profissional de quase 11 anos, avalio-me como uma palestrante em constante evolução e aprendizagm. Aprendi a fazer e quando comecei, cometi erros. Aprendi com o erro e isso tornou-me numa pessoa empreendedora, sem medo de criar projetos e ter ideias.

A Marine também é apresentadora do programa “À Procura do True Power” e aparece mensalmente na Praça da Alegria na RTP. Qual a importância da comunicação através destes meios para promover mensagens de positividade e empoderamento?

Eu criei este projeto com um objetivo muito claro - queria apresentar uma alternativa àquilo que geralmente é feito nos programas do day time. Normalmente, quando a pessoa diagnosticada é entrevistada nesses programas, o tema é sempre abordado com uma aura de peso e dor, com o oráculo escrito de forma dramática e um violino a tocar a música instrumental, dando aquele ambiente denso à conversa. No primeiro episódio pedi à minha convidada para partir um violino e convidei uma banda de metal que ela adorava - exatamente para mostrar este ponto: receber um diagnóstico não significa que vivamos uma vida só de dor e trevas. Este programa está disponível no youtube e mensalmente estou na praça da alegria com o meu convidado do mês para apresentar a sua história e apresentar o teaser do programa. É maravilhoso ser recebida pela Sónia e Jorge e este apoio da RTP é fundamental neste trabalho que tenho feito. Há muita gente em casa que nos vê e que não tem outra companhia a não ser a televisão

e, por isso, é fulcral que os conteúdos partilhados sejam também inspiradores, positivos, cheios de esperança e não apenas cheios de dor e pena. Quero que o público conheça essas histórias e ao invés de pensar “que horror”, de certa forma se sinta capaz de lidar com um diagnóstico de cancro (caso ele surja) porque se sentiu inspirado pela força da Daniela ou o entusiasmo de vida do Simão.

No âmbito do Dia Internacional da Mulher, que mensagem gostaria de transmitir às mulheres que enfrentam os seus próprios desafios?

Crescemos a ouvir barbaridades sobre as mulheres, sobretudo a acreditar que somos más e invejosas umas com as outras. Felizmente, tenho nas minhas duas irmãs as minhas melhores amigas e sempre alimentei amizades felizes com outras mulheres - fui sempre encontrado nas mulheres a força e a identificação necessárias e considero-me uma defensora da mulher. É tão mais difícil para nós em tantas áreas, por exemplo, quando comecei no stand-up comedy tinha não só de me preocupar com o texto mas também com a forma com que me vestia. Avisaram-me logo para ser discreta na vestimenta porque senão ninguém ouviria o que eu tinha para dizer. A pressão que a sociedade nos faz em relação à imagem é opressora e violenta e eu mesma, até aos meus 25 anos, nunca tinha conseguido ir à praia com os amigos por conta dos complexos com o meu corpo. Quão violento isso é? Fico tão comovida quando me sinto representada e vejo as mulheres a alcançarem cargos que antes eram só ocupados por homens e tenho zero tolerância ao discurso machista e redutor ouvido por aí. Gostava tanto que todas as mulheres soubessem o quão nos é exigido, tivessem essa noção e consequentemente sentissem menos culpa. Não temos de chegar a todo lado, não temos todas de ser mães, não temos de viver segundo as expectativas dos outros e sobretudo, a nossa vulnerabilidade tantas vezes confundida com fraqueza, é a nossa força. E a nossa intuição o nosso super poder.

Olhando para o futuro, quais são os seus objetivos pessoais e profissionais mais ambiciosos?

Vou terminar esta segunda temporada que dura sensivelmente um ano e continuar as palestras mensais. Estes dois projetos complementam-se muito porque, com o programa dou a conhecer outras histórias e com as palestras abordo a minha, sempre com humor e na prespectiva pessoal. Os meus objetivos passam por continuar a ser feliz, a ter a qualidade de tempo que tenho para os meus, com saúde e paz de espírito. Aquilo que ontem sonhei é o que vivo hoje por isso não tenho a ambição de querer “mais e mais” de forma desmedida a qualquer custo. Não há mesmo nada que cuide mais do que a minha paz. Acho que o segredo para ser feliz é sentir-me completa com o que tenho e sou hoje. Não vivo a projetar o futuro, vivo intensamente o presente e exatamente por ser assim, por me recusar a pressionar-me e a viver em stress é que as coisas têm fluído para mim. No futuro, adorava ter a minha própria casa e viver perto da natureza. Se eu conseguir continuar a ser fiel a mim mesma e verdadeira com o que penso e sinto, tenho a certeza que continuarei a impactar positivamente.

15 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
MARINE ANTUNES | DIA INTERNACIONAL DA MULHER

“A BAGAGEM EMOCIONAL DAS MULHERES APORTA COMPETÊNCIAS DE LIDERANÇA EXTRAORDINÁRIAS”

Filipa Oliveira assume-se uma mulher de desafios e uma mente inquieta, o seu percurso foi movido pela aprendizagem, pela partilha e pela oportunidade de desenvolver o potencial de cada um, o que a levou a criar a Skill Conquest. Fique a conhecer o mundo da Filipa, as suas motivações, inspirações e ambições.

Quem é Filipa Oliveira? Como descreve o seu percurso? O que a inspira e motiva enquanto mulher e profissional? Que valores norteiam a sua jornada?

Sou uma mulher de grandes desafios e sempre tive uma mente inquieta. Trabalho desde os 15 e, durante anos, estudei e trabalhei, tendo entrado para a faculdade após ter constituído família e ter a minha casa.

Foi um percurso desafiante, mas acredito que esse espírito de sacrifício, fez de mim a pessoa que sou hoje e contribuiu para desenvolver a resiliência tão necessária no mundo dos negócios.

Trabalho há mais de 20 anos e, ao longo do meu percurso, sempre me movi pela aprendizagem, pela partilha e pela oportunidade de desenvolver o potencial de cada um e foi essa visão que me levou a abrir a Skill Conquest.

A família é a minha grande inspiração, por isso procuro que o legado que deixarei ao meu filho seja assente em valores basilares, como o amor, solidariedade, honestidade, respeito pelos outros e auto responsabilização pelas nossas ações e resultados.

Sempre foi uma apaixonada pela aprendizagem e pelo desenvolvimento humano, foi nas pessoas que encontrou o seu propósito e, neste sentido, criou a Skill Conquest. Que balanço faz da trajetória da empresa e como descreve o seu posicionamento?

Iniciar uma empresa de consultoria e formação, só com uma visão e a força de trabalho, exige muita dedicação e resiliência. Nem sempre foi fácil desbravar terreno num mercado altamente competitivo, mas é com grande orgulho que, passado um ano, já contamos com clientes que são uma referência nas suas áreas de atuação e temos formadores que contribuem com a sua expertise e permitem disponibilizar uma oferta alargada ao nível da gestão de competências.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 16 DIA INTERNACIONAL DA MULHER | SKILL CONQUEST
Filipa Oliveira, CEO

Numa era em que a introdução da AI nas empresas, terá implicações profundas nas dinâmicas de trabalho, exigindo adaptação e requalificação de competências, somos um parceiro estratégico que apoia neste caminho de transformação, trabalhando o desenvolvimento de competências, que são exclusivamente humanas e que ajudarão a utilizar a tecnologia a nosso favor. Mais do que uma empresa de formação e consultoria, somos a ponte entre a gestão do conhecimento e as metas dos nossos clientes.

Grande parte dos problemas das empresas deve-se a lideranças desajustadas, má comunicação, processos de trabalho ineficientes e pouco investimento no desenvolvimento de competências emocionais. De que forma a Skill Conquest habilita pessoas e organizações, de forma a alcançarem o seu máximo potencial? Que serviços e programas disponibilizam?

A Skill Conquest surge em resposta aos desafios que as empresas enfrentam no desenvolvimento humano e organizacional. Com uma abordagem dinâmica e colaborativa, desenvolvemos talento, capacitamos e preparamos pessoas e organizações para superar obstáculos que afetam a produtividade, eficiência e motivação, construindo equipas fortes e alcançando resultados sustentáveis. Temos uma visão holística das organizações, por isso oferecemos uma variedade de serviços, incluindo formações e mentorias em diversas áreas-chave, programas de liderança que disponibilizam ferramentas práticas e integram conceitos de inteligência emocional e comunicação influente. Fazemos consultoria de RH, focada na gestão de competências, performance e transformação organizacional, bem como Assessment de Sistemas de Gestão que promove altos padrões de qualidade.

Facilitamos também formações e coaching de carreira e liderança a clientes particulares, contribuindo para alcançarem objetivos profissionais e pessoais.

A liderança no feminino centra-se na capacidade de resolução de problemas de forma criativa e inovadora, autoconfiança, espírito de iniciativa, influência e resiliência, sem esquecer o poder da comunicação. Revê-se nestas palavras e características?

Sem dúvida! Durante anos, vi mulheres que receavam mostrar o seu lado emocional, com receio de serem consideradas fracas num mundo dominado por homens. Eu fui uma delas.

Mas o que a experiência me diz é que a bagagem emocional das mulheres aporta competências de liderança extraordinárias. As mulheres são orientadas para resultados, flexíveis, participativas, resilientes e tem um tato incrível para gerir as mais variadas situações, o que as torna eximias na capacidade de resolver problemas e lidar com crises de forma muito criativa. Outra capacidade diferenciadora das mulheres, que para mim é talvez uma das mais importantes competências da liderança, é a capacidade de ver para lá do que é dito. Elas têm a sensibilidade de perceber quando é preciso intervir, mitigar e apoiar.

Quando, cada um contribui com as suas competências específicas para um propósito comum, constroem-se equipas mais fortes e preparadas. A liderança tem de ser facilitadora, agregadora e honesta

Uma sociedade equilibrada contempla a integração de homens e mulheres com igualdade de oportunidades. O sexo não torna o indivíduo nem mais, nem menos apto para o desempenho de uma determinada função. O que é para si ser um bom líder?

Acredito que um bom líder é aquele que fomenta a cooperação, que capacita e procura potenciar o melhor de cada elemento da equipa. Quando, cada um contribui com as suas competências específicas para um propósito comum, constroem-se equipas mais fortes e preparadas. A liderança tem de ser facilitadora, agregadora e honesta. É preciso saber escutar, valorizar e capacitar, mas também ter a assertividade necessária para orientar e comunicar o bom e o menos bom. A responsabilização e a humildade são também fatores extremamente importantes.

Que objetivos tem no horizonte para a Skill Conquest? E a nível pessoal? Que palavras gostaria de deixar às mulheres que aspiram aventurar-se no mundo dos negócios ou a cargos de liderança?

Os meus objetivos passam por continuar a capacitar, desenvolver e contribuir para termos pessoas mais realizadas e empresas com ambientes mais saudáveis e produtivos. Quero também continuar a estar com os meus em qualidade, continuar a aprender e dedicar mais tempo à escrita. E para as mulheres que pensam aventurar-se num negócio ou na liderança, a minha mensagem em jeito de desafio é que sejam agentes da mudança e invistam em si próprias para potenciar as suas competências extraordinárias para a liderança. Como disse Nelson Mandela: “A educação é a arma mais poderosa que podemos usar para mudar o mundo”.

17 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL SKILL CONQUEST | DIA INTERNACIONAL DA MULHER
info@skillconquest.pt • www.skillconquest.pt

UM EXEMPLO DE LIDERANÇA COM EQUILÍBRIO

A marca Dove celebra 20 anos e, a propósito deste marco e do Dia Internacional da Mulher, entrevistámos Teresa Burnay, Diretora de Unidades de Negócio e Media da Unilever.

Março é considerado o mês da Mulher e da luta pela igualdade de direitos entre géneros. Como é que a representação feminina na liderança pode afetar a cultura organizacional e a tomada de decisões?

A diversidade, seja de género, etnia, cultura, ou qualquer outra forma de diferenciação das pessoas, enriquece qualquer equipa. Quando integramos na liderança de uma empresa, com uma multiplicidade de backgrounds e pontos de vista, estamos de forma inerente a criar um processo de tomada de decisões muito mais representativo do mundo que nos rodeia. Esta panóplia de diferentes visões sobre o mesmo problema garante que as estratégias e soluções definidas sejam analisadas sob diferentes lentes, considerando as necessidades e reações de todos os stakeholders impactados. É uma forma de desafiar o status quo, e inconscientemente ser imparcial, mantendo uma postura de constante aprendizagem e adaptação à realidade. Ter liderança feminina numa empresa como a Unilever, de mass market, onde a maioria dos produtos são consumidos por homens e mulheres na mesma proporção da população, mas comprados por uma percentagem maior de senhoras, é imprescindível. Que forma melhor de compreender e comunicar com quem servimos do que sermos uma dessas pessoas? O meu estilo de liderança assenta em inclusão, adaptabilidade, inovação e propósito. Prevalece a inteligência coletiva sobre a individual, as decisões devem ser boas para o negócio, mas também refletir o mundo em que vivemos e as pessoas que servimos.

A propósito do Dia Internacional da Mulher, que palavras gostaria de dedicar às mulheres que veem em si um modelo a seguir?

Antes de falar de mim, gostaria de aproveitar esta oportunidade para expressar o quão importante este dia é para mim pela luta que simboliza e pelas conquistas que demarca. No entanto, o meu maior desejo é que deixe de existir a necessidade de um Dia da Mulher, algo ainda distante! Por um lado, temos imensas estatísticas que comprovam as vantagens de uma liderança de género equilibrada (por exemplo, mais 25% de probabilidade de lucros acima da média - McKinsey&Company, 2020). Por outro lado, são dececionantes os números com que ainda nos deparamos: na Europa as estatísticas variam muito entre países, dependendo da existência de sistemas de quotas ou não, mas a média de mulheres em cargos de board é 34% (Gender Equality Index 2022) e a de CEOs acima de 10%; enquanto

em Portugal apenas 6 em cada 100 CEOs são do género feminino (Women Matter, McKinsey).

O meu testemunho… é possível ter uma carreira de sucesso, ser mãe e feliz no casamento, ter vida social, e ainda tempo e disponibilidade para darmos um pouco de nós aos outros, quando isso faz parte do nosso propósito pessoal. Porém, nunca ponham a carreira à frente desse propósito, façam tudo de forma equilibrada ou acabam por descobrir que estão a subir a “escada” errada. Não receiem a mudança e arrisquem desafios fora da zona de conforto. Só é impossível para quem não tenta!

O propósito da marca Dove – que celebra este ano 20 anos – é tornar a beleza numa fonte de confiança, desconstruindo estereótipos. Sente que é cada vez mais crucial defender a importância da beleza real?

Sem dúvida que é cada vez mais importante. Salvo o pleonasmo, a beleza da Beleza Real é o quão próximo o conceito é de cada um de nós e ao mesmo tempo o quão abrangente é, permitindo que sob a sua alçada se vão adereçando inúmeros temas da atualidade que afetam, de uma forma ou outra, a autoestima e têm de ser desconstruídos.

Começámos por abolir a distorção de imagens e o uso de modelos das nossas campanhas, promovemos a adoção de medidas idênticas no resto da indústria da moda e publicidade, disponibilizando até bancos de imagens de mulheres reais a todo o mercado. Sempre com base em estudos e dados concretos que comprovam a relevância dos temas abordados, temos desenvolvido campanhas de sensibilização para o uso excessivo de redes sociais e filtros associados às mesmas, o impacto da idade na autoestima das mulheres, abordado problemas como distúrbios alimentares ou perturbações mentais, tendo até lançado uma petição para maior regulamentação da segurança digital para crianças e jovens. Em parceria com a Epis e o Ministério de Educação, disponibilizamos conteúdos para pais e professores, apoiamos com formação aulas sob o tema da autoestima, lecionadas na disciplina de Cidadania do 3º Ciclo do Ensino Básico. O nosso maior orgulho é o impacto que todo este trabalho tem tido não só na marca e nos seus consumidores, mas principalmente em todo o mercado. Hoje são inúmeras as marcas que já seguiram os nossos passos e atuam todos os dias para que as pessoas não se sintam intimidadas pela publicidade, mas sim incluídas e familiarizadas.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 18 DIA INTERNACIONAL DA MULHER | TERESA BURNAY
Teresa Burnay, Business Unit & Media Director

BEACH BOWLING : SINÓNIMO DE ALEGRIA E DIVERSÃO

Com 25 anos de história, a Beach Bowling pretende expandir a sua presença com novos espaços e continuar a inovar ao nível da digitalização de processos e da experiência dos consumidores, como conta Rita Amaral, Diretora de Operações, em entrevista à Revista Business Portugal.

A Beach Bowling tem crescido e diversificado as suas áreas de atuação desde 1998. Como líder, como é que define a visão empresarial que impulsionou essa expansão? E qual é o papel da inovação nesse processo?

A nossa visão é clara, ser sinónimo de alegria e diversão para todos. Esta visão pauta todas as nossas decisões, desde sempre. Ao longo de anos, investimos sempre para conferir às nossas empresas condições de excelência para que este desiderato se cumpra de facto. Falar em marcas como a Bowling House, iJump ou Laser Game é falar de alegria, de partilha e de promoção da saúde. Inovamos desde o primeiro dia quando introduzimos na Península Ibérica centros de diversão ao nível do melhor que havia no mundo. Hoje, continuamos a inovar, não só com equipamentos de última geração, mas com políticas de gestão sustentáveis e responsáveis com ganhos para todos os nossos stakeholders. Somos pela sinergia e co-criação de valor. Sempre que

há um desafio, superamo-lo todos. Sempre que celebramos, celebramos em conjunto.

Lidar com diferentes setores, como centros de lazer, restauração e venda de equipamentos, apresenta desafios únicos. Como é que a determinação da liderança superou esses obstáculos?

“Diz-me com quem andas, e eu digo-te onde vais chegar”. Este é o nosso mantra. A coragem, o talento e capacidade dos nossos colaboradores e parceiros permite-nos ser uma empresa ágil e corajosa, que se adapta com eficiência. Soubemos dar passos em frente quando o contexto era de receio, como em crises ou na pandemia. Isto foi possível porque todos contribuíram. Coube-me o papel de guiar uma equipa que sabe muito bem para onde vai.

No contexto do Dia Internacional da Mulher e de líderes inspiradores, como acredita que a sua liderança tem impactado a equipa e os clientes? Existe algum princípio fundamental que guia a abordagem de liderança na empresa?

Positivamente, eu diria. Aqui o mérito é recompensado, a coragem enaltecida, a vontade de aprender promovida e a responsabilidade exigida. O benefício é de cada um e dos nossos clientes.

Quais são as expectativas e planos da empresa para se manter relevante no futuro? Que mensagem gostaria de deixar às mulheres que aspiram aventurar-se no mundo dos negócios?

Estamos a ultimar projetos de modernização dos nossos espaços, que vamos dotar de equipamentos de última geração. Mais uma vez, uma grande novidade em Portugal trazida pela Beach Bowling, precisamente no ano em que celebramos o nosso 25º aniversário. Vamos expandir a nossa presença com novos espaços e continuaremos a inovar ao nível da digitalização dos nossos processos e experiência dos consumidores. Ser mulher é ser dotada de uma capacidade extraordinária para liderar, empreender, analisar e Agir. Agir é a palavra.

Barcelos - Braga

Famalicão - Guimarães

Viana do Castelo

www.bowlinghouse.pt

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 20 DIA INTERNACIONAL DA MULHER | BEACH BOWLING
Rita Amaral, Diretora de Operações

“O MEU MAIOR VÍCIO É AJUDAR O PRÓXIMO”

Ana Isabel Pereira, Diretora da Clínica Alfa Saúde, assume-se como uma mulher empreendedora, mostrandose convicta de que as mulheres têm muito a oferecer no campo da liderança na saúde.

Como descreve o seu percurso e como surgiu a ideia de criar o seu próprio negócio? E porquê a área clínica? O que a motiva diariamente enquanto mulher e profissional?

Sempre fui uma mulher com sonhos e propósitos, dando sentido a todos os projetos em que me envolvo como mulher e como profissional de saúde. Sou formada em Ciências Farmacêuticas com experiência de seis anos em farmácia comunitária e como ávida viajante, cada local que exploro, é uma viagem interna, onde procuro respostas nas minhas inquietações. Assim, nasce a “Clínica Alfa Saúde”, num voo de regresso do Dubai e, desde esse momento, que não parei para conseguir concretizar o meu maior desafio. Escolhi a área clínica, porque acredito que o meu maior vício é ajudar o próximo. Como mulher empreendedora, sinto-me impulsionada pela oportunidade de liderar pelo exemplo, mostrando que é possível quebrar barreiras e construir algo significativo. Como profissional, a minha motivação vem do impacto que o nosso trabalho tem tido nos nossos clientes.

Sendo a área da saúde uma área em que as mulheres estão em minoria nos cargos de liderança alguma vez sentiu que o facto de ser mulher poderia tornar o seu percurso ainda mais desafiante?

Sem dúvida, o caminho da saúde nas posições de liderança,

apresenta desafios adicionais para as mulheres. No entanto, tive o privilégio de fechar parcerias onde as mulheres lideravam, e portanto, ofereceu-me a perspetiva sobre a importância da empatia, colaboração e resiliência. Com isto, acredito firmemente que as mulheres têm muito a oferecer no campo da liderança na saúde e, com estes desafios podemos abrir caminho para uma nova geração de líderes femininas no setor da saúde.

Que balanço faz da trajetória da Clínica Alfa Saúde e como descreve o seu posicionamento no mercado? Que especialidades e programas disponibilizam?

Desde o início que a Clínica Alfa Saúde tem se dedicado a inovar no acesso aos cuidados de saúde através de uma plataforma 100% online. O nosso caminho tem sido marcado por desafios, aprendizagens e, acima de tudo, por um impacto significativo na vida dos nossos clientes.

O nosso posicionamento no mercado é único, destacamo-nos por ser uma das primeiras clínicas 100% online, oferecendo cuidados de saúde especializados e multidisciplinares com a flexibilidade que a vida moderna exige, independentemente da localização geográfica dos nossos clientes. Disponibilizamos consultas de diferentes áreas, tais como, nutrição clínica, psicologia, coaching, hipnoterapia, enfermagem, cessação tabágica, sono do bebé, consulta do viajante e medicina geral. E, programas específicos onde o cliente é acompanhado por uma equipa multidisciplinar, tais como, programa de emagrecimento e cessação tabágica.

Dado o dinamismo do setor clínico, como é que a Clínica Alfa Saúde pretende evoluir nos próximos anos para continuar a construir relações de confiança com os seus pacientes?

Para futuro, pretendemos continuar a inovar, explorando novas tecnologias e metodologias para melhorar a experiência na saúde online. Estamos constantemente a inovar nas nossas especialidades e programas para abranger mais áreas de cuidado e atender um público mais amplo. À medida que crescemos, o nosso foco permanece em melhorar a acessibilidade, qualidade e eficácia dos nossos cuidados de saúde.

geral@clinicaalfasaude.com

www.clinicaalfasaude.com

21 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
CLÍNICA ALFA SAÚDE | DIA INTERNACIONAL DA MULHER
Ana Isabel Pereira, Diretora

“A RESILIÊNCIA E DETERMINAÇÃO DAS MULHERES ESTÃO A COLOCÁ-LAS NOS MAIS ALTOS CARGOS DE GESTÃO DAS EMPRESAS”

Rosa Araújo, Sócia-Gerente e Fundadora da Rara Metais, em entrevista à Revista Business Portugal, deu a conhecer a essência da sua jornada enquanto mulher e empresária. Da empresa que lidera salienta que os fatores que têm garantido o sucesso passam pela honestidade, respeito pelo cliente, qualidade dos produtos fornecidos e transparência nos serviços prestados.

Que princípios ou valores fundamentais segue na sua jornada como líder da Rara Metais?

Os valores fundamentais, pelos quais nos regemos são essencialmente a honestidade, respeito pelo cliente e a transparência nos serviços prestados e produtos fornecidos.

O sucesso da Rara Metais é o resultado do empenho e dedicação diários. Como avalia o posicionamento da Rara Metais na atualidade e que fatores a diferenciam?

A RARA Metais, distingue-se cada vez mais num nicho de mercado para fornecimentos de aços especiais, ligas de níquel e

titânios; graças às parcerias estabelecidas com grandes stokistas, e fornecedores de material de origem europeia, exemplo da SVERDRUP STEEL, especialista no fornecimento de aços especiais https://www.sverdrupsteel.com/products.

Que estratégias adota para manter a motivação e o foco durante momentos mais desafiantes? Como equilibra a vida pessoal, social e profissional enquanto lidera uma empresa de sucesso?

A motivação faz parte da essência e da personalidade de cada um de nós, eu adoro o que faço, é algo muito gratificante encontrar soluções e produtos para os clientes que recorrerem a nós diariamente. A vida pessoal, social e profissional é definida por prioridades e por uma agenda bem organizada.

Sendo março considerado o mês da mulher, que conselhos deixaria para as mulheres que aspiram a tornar-se líderes e empresárias de sucesso?

Acima de tudo é preciso acreditar nas suas capacidades, competências, trabalho e determinação diárias e vão conseguir alcançar os seus objetivos e os seus sonhos.

E a prova disso, é que a resiliência e determinação das mulheres estão a colocá-las nos mais altos cargos de gestão das empresas.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 22 DIA INTERNACIONAL DA MULHER | RARA METAIS
comercial@rarametais.pt • www.rarametais.pt
Rosa Araújo, Sócia-Gerente

REINVENTAR O MUNDO CORPORATIVO

Sofia Manso, CEO da Academia da Felicidade, dá a conhecer o universo da organização e o seu foco em reiventar o mundo corporativo.

Como nasce a Academia da Felicidade e que balanço faz?

Num mundo onde a linha entre a vida pessoal e profissional se torna cada vez mais ténue, emerge uma nova realidade: a importância do bem-estar e felicidade no ambiente de trabalho. É neste contexto que surge a Academia da Felicidade, uma iniciativa pioneira focada em reinventar o mundo corporativo. A génese da Academia da Felicidade reside na constatação de um novo movimento global. Quando pessoas com missões, propósitos e visões alinhadas se cruzaram - Ricardo Costa e Sofia Manso - perceberam a emergência de uma nova era e a urgência de agir. Uma era onde o foco se desloca para colocar as pessoas no centro de todas as decisões corporativas, onde se observa um novo paradigma no modelo de trabalho. As dinâmicas de escolha inverteram-se: agora são as pessoas que escolhem as empresas e não as empresas que escolhem as pessoas. A Academia da Felicidade é mais do que uma instituição, é um movimento, uma chamada para a ação. Com esta abordagem inovadora, estamos a definir não só o futuro do trabalho, mas também das gerações futuras, onde o sucesso empresarial e a satisfação pessoal andam de mãos dadas.

Que serviços são disponilizados?

A orgânica da Academia faz jus aos seus valores de criar valor no maior número de pessoas, sendo que a CEO da Academia procurou um conjunto de pessoas formadas, especialistas em diversas áreas, de todo o país, para que em conjunto façam a implementação dos processos nas empresas. Existem competências-chave a serem alcançadas ao almejar qualquer dos programas, precisamos conhecer a empresa e de seguida apresentamos a nossa melhor proposta para atingir os objetivos de maior felicidade e produtividade”. No que diz respeito à formação para as empresas, desenvolveram-se processos direcionados para uma liderança positiva, equipas positivas, talento (encontrar e gerir) e programas construídos à medida para as empresas - 360º Tailor-Made A Certificação para empresas é um desafio que lançamos às empresas, ao criarmos uma rede de certificação de empresas, de acordo com a norma, com métricas que nos ajudaram a identificar as culturas organizacionais predispostas para o bem-estar do colaborador. O Academia da Felicidade Club surge em resposta às pessoas que ambicionam fazer parte desta comunidade, até ao momento, com uma inscrição vitalícia, a terminar ao chegar aos 1.000 membros, com formações, acesso a eventos, descontos, e muito mais.

Qual a importância do bem-estar e felicidade no trabalho?

Se considerarmos que passamos aproximadamente metade das

nossas horas acordados a trabalhar, torna-se imperativo que as organizações sejam também santuários de contentamento e bem-estar. É aqui que entra a Criação de Valor através das Pessoas. A Academia da Felicidade é, assim, mais do que uma instituição, é um farol que ilumina a jornada da descoberta pessoal e profissional. E no final dessa jornada, o que resta não é apenas um legado de realizações, mas um mundo enriquecido pela compreensão profunda do que significa ser humano, ao tornarmos o ambiente de trabalho num espaço saudável e de crescimento contínuo.

Quais as expectativas para o evento Liderança Positiva, de 19 a 21 de abril, no Porto, e de 17 a 19 de maio, em Lisboa?

Serão três dias de imersão, com mais de 20 expertises, arquitetados de forma completamente disruptiva de todo o tipo de formação. Será uma viagem de conhecimento aliada à prática, com 15 módulos direcionados para a liderança enquanto líder, líder que cuida de pessoas e líder de marca com resultados. Estamos muito entusiasmados com a construção deste programa diferenciado, apesar de conscientes o quão ambicioso é. Iremos ainda acompanhar individualmente os participantes, durante três meses, para garantir que não seja apenas um momento, mas uma contínua nutrição da semente da liderança positiva. Será memorável, transformador, e a repetir.

Que mensagem gostaria de deixar a todas as mulheres líderes (ou que aspiram a liderança)?

Qualquer mulher pode ser uma líder de sucesso, quer seja inata ou não. É para isso que existe a Academia da Felicidade, também para transmitir as competências necessárias para a liderança feminina ou masculina. A liderança feminina é um farol de diversidade, empatia, força e resiliência. Em cada decisão tomada e em cada equipa que lideram, mulheres líderes, tecem a fibra da inclusão e da perspetiva ampla que desafia o status quo. Continuem a liderar com a convicção de que o equilíbrio de género é mais do que uma métrica — é um catalisador para a inovação e a excelência.

www.academiadafelicidade.pt

23 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL ACADEMIA DA FELICIDADE | DIA INTERNACIONAL DA MULHER

A ESSÊNCIA DE JOANA HENRIQUES CALADO,

PROFESSORA UNIVERSITÁRIA, INVESTIGADORA, PSICANALISTA

Nesta entrevista exclusiva, conheça a essência de Joana Henriques Calado, um trajeto de 39 anos de existência, uma mulher na ciência e na intervenção clínica.

Quem é a Joana Henriques Calado? Fale-nos um pouco do seu percurso?

Na vertente académica e científica, tenho tido um percurso enquanto professora universitária em psicologia clínica na Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa e, enquanto investigadora, na área da saúde mental, no Centro de Investigação em Ciência Psicológica CICPSI. Recordo como uma das experiências basilares, o estágio académico em contexto de instituição psiquiátrica, abrindo amplas vias de descobertas. Inicialmente, isso levou-me a interessar pelo tema da psicogénese das demências, tendo mais tarde, sido esse o âmago do meu doutoramento, com uma bolsa de investigação pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia FCT. Nos últimos sete anos, o nosso grupo de investigação tem dirigido o seu foco para os fenómenos relacionados com a personalidade e psicopatologia do adulto, com as perturbações psiquiátricas e no âmbito da avaliação psicológica. Na vertente de intervenção clínica, tive a oportunidade de iniciar cedo a minha prática, convidada para colaborar num projeto de valor humano no Instituto de Psicologia das Relações Humanas IPRH na esfera da intervenção psicológica ao longo do ciclo de vida; esta foi uma outra experiência estruturante, que vinculou o meu trajeto. Isso veio despoletar necessidades de aprofundamento de conhecimentos

e técnicas, iniciando-me como psicoterapeuta, com formação em psicoterapia psicanalítica na Associação Portuguesa de Psicanálise e Psicoterapia Psicanalítica AP. Neste âmbito da psicanálise, tenho o privilégio indizível de ter tido como Mestres de longos trilhos, o Prof. Doutor Manuel Matos e o Doutor António Coimbra de Matos, psicanalistas incontornáveis da nossa sociedade, herdando uma identidade simbólica.

“As Pessoas especiais têm sido o mais determinante no meu percurso – a relação é o fulcral”

Mulher, docente universitária, investigadora, psicóloga clínica. Como consegue criar um equilíbrio entre a esfera pessoal, social e profissional? O que a inspira e motiva diariamente enquanto mulher e profissional? Quais as palavras que definem a essência do seu percurso?

Quanto ao equilíbrio, esse é um dos projetos maiores em trabalho contínuo, a homeostasia é variante e um desafio sistemático. Talvez, a incerteza relativa e o sonho me sejam inspiradores e impulsionem. As Pessoas especiais têm sido o mais determinante no meu percurso: mestres, professores, alunos, pacientes, colegas, família – a relação é o fulcral.

Ver uma mulher em cargos de liderança ainda é visto mais como uma exceção do que uma regra. Que mensagem em palavras-chave gostaria de deixar a todas as mulheres líderes ou que aspiram à liderança?

Nesta entrevista falei em traços largos de um trajeto de 39 anos de existência, enquanto mulher na ciência e na clínica, abnegando-me de incorrer em algum efeito halo, diria: privilegiar o ser ao ter, atribuir qualidade ao tempo, o presente como propulsor, alguma obstinação, doses de subjetividade, empatia, diplomacia, ética, liberdade, inovação e, um excelente humor. Mantenho a expetativa ativa na priorização e evolução dos cuidados especializados em saúde mental.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 24 DIA INTERNACIONAL DA MULHER | JOANA HENRIQUES CALADO
Joana_Henriques_Calado
Joana Henriques Calado
joanahenriquescalado@gmail.com joanahenriquescalado
Hélder Pereira, Presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia
DE COMPROMISSO COM A SAÚDE CARDIOVASCULAR ENSINO E INOVAÇÃO EM SAÚDE • OLHO SECO NA PRIMAVERA • DIA MUNDIAL DO SONO DIA MUNDIAL DA SAÚDE ORAL • ENFERMAGEM
75 ANOS

75 ANOS DE COMPROMISSO COM A SAÚDE CARDIOVASCULAR

Prof. Hélder Pereira, Presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC), em entrevista à Revista Business Portugal, explora o percurso da instituição, destaca as prioridades na sua liderança e salienta a importância do Congresso Português de Cardiologia (CPC) 2024, que se realiza de 19 a 21 de abril, como um marco fundamental na promoção da saúde cardiovascular em Portugal.

A Sociedade Portuguesa de Cardiologia celebra este ano os seus 75 anos de existência. Nesta sua longa caminhada de promoção da saúde cardiovascular em Portugal, o que mais gostaria de destacar?

A SPC foi fundada em 1949, num período em que se começou a reconhecer a necessidade de especialização na Medicina Interna e a reconhecer a importância das especialidades médicas com necessidade de desenvolver áreas de investigação específicas. Desde a sua criação, a Sociedade teve como objetivo primordial a promoção da excelência

em Cardiologia, apoiando a formação médica especializada e a investigação científica. Ao longo de décadas, a SPC tem desempenhado um papel ativo na formulação de políticas de saúde, em parceria com outras organizações de saúde e instituições governamentais, com vista a promover a prevenção, o diagnóstico, o tratamento e reabilitação das doenças cardiovasculares.

Assumiu a presidência da SPC em 2023. Neste seu mandato, que se prolonga até ao próximo ano de 2025, quais são as prioridades da sua equipa diretiva?

A SPC é uma sociedade científica, com a finalidade de promover o desenvolvimento da Cardiologia e o intuito de melhorar a saúde cardiovascular da população portuguesa. Internamente, esta missão é desempenhada através de duas linhas estratégicas: a formação, centrada na Academia Cardiovascular e a investigação centrada nos vários registos que têm base em Coimbra no Centro Nacional de Coleção de Dados em Cardiologia. Esta atividade tem como palcos principais o Congresso Português de Cardiologia e a Revista Portuguesa de Cardiologia. As sociedades médicas não podem estar fechadas sobre si próprias, devem estar abertas ao exterior, não se podendo dissociar da comunidade que, em última análise, é a razão da sua existência. Assim, além de tentarmos adaptar o importante legado recebido das anteriores direções, em termos de formação e investigação, aos novos desafios de uma nova realidade em que as

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 26 SAÚDE E CIÊNCIAS DA VIDA | SOCIEDADE PORTUGUESA DE CARDIOLOGIA
Prof. Hélder Pereira, Presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia

novas tecnologias, designadamente a inteligência artificial, estão a sofrer um desenvolvimento exponencial, temos procurado estar abertos à restante comunidade científica e sociedade civil, de forma a contribuirmos para uma melhor eficiência na distribuição de recursos e no acesso às novas tecnologias. Acrescentar que além da nossa contribuição nacional, temos também tentado reforçar as relações com os países de língua portuguesa. Gostaria de destacar a missão “Coração com Moçambique” que envolveu profissionais de saúde portugueses, que, primeiro online, desenvolveram um programa de preparação para o rastreio de doenças cardíacas, com especial foco na ecocardiografia, e que, depois, no terreno, trabalharam, na zona de Maputo, no rastreio sistemático de crianças, através da ecocardiografia e, em simultâneo ajudaram os colegas cardiologistas de Moçambique a aprofundarem os seus conhecimentos nesta técnica.

Na atualidade, em termos globais, mas com uma particular incidência nos países ocidentais, vive-se de uma forma agitada e desequilibrada. Neste contexto, como está a saúde cardiovascular dos portugueses e o que pode e deve ser feito ao nível da prevenção e da sensibilização para as doenças cardiovasculares?

As doenças cardiovasculares são a principal causa de mortalidade na Europa, representando 36% das mortes em território europeu. Quando falamos da prevalência da doença, devemos ter em atenção que 20% dessa mortalidade é prematura, acontecendo antes dos 65 anos. Nos países mediterrânicos, a morbilidade das doenças cardiovasculares é inferior face aos países do norte.

A obesidade é um problema de saúde pública nos países ocidentais e está-se a verificar um aumento da incidência nas camadas mais jovens. O excesso de gordura corporal comporta um maior risco de hipertensão arterial, colesterol elevado e diabetes. A SPC irá iniciar, em breve, uma campanha nacional que visa alertar a população para esta temática. Esta iniciativa, enquadra-se no âmbito de outras ações que visam melhorar a literacia da população portuguesa relativas às doenças cardiovasculares. A atual direção da SPC encontra-se também empenhada em contribuir para a redução da grande

assimetria na distribuição de recursos, ao nível da Cardiologia, no nosso país. Muitos dos hospitais do Interior não dispõem de serviço Cardiologia, o que claramente limita o acesso dessas populações a esta especialidade. Por outro lado, e isto aplica-se transversalmente a nível nacional, os nossos colegas de Medicina Geral e Familiar, não dispõem de instrumentos básicos para o diagnóstico das doenças cardiovasculares mais comuns, como são, por exemplo, análises para a insuficiência cardíaca, ecocardiografia, TAC e ressonância magnética, muito importantes no diagnóstico da angina de peito e das doenças das válvulas.

Nas áreas da Investigação e da Inovação, que mais recentes avanços científicos contribuíram para o surgimento de novas tecnologias e novas terapêuticas aplicadas à Cardiologia?

No domínio das doenças cardiovasculares, estamos a assistir à emergência de inovação de uma forma quase exponencial, com novas terapêuticas personalizadas, baseadas em biomarcadores e no genoma, novos dispositivos médicos, telemedicina e utilização da inteligência artificial quer no diagnóstico quer na ajuda à implementação de novos protocolos. No âmbito da investigação, dentro das iniciativas de investigação da SPC, destaco o estudo PORTHUS, que envolveu mais de seis mil indivíduos de todo o país e que irá aportar importantíssima informação acerca da prevalência da insuficiência cardíaca em Portugal. O nosso maior desafio é conseguir que a inovação chegue atempadamente à população portuguesa e que quando chegue seja para todos.

O Congresso Português de Cardiologia (CPC) 2024 realiza-se de 19 a 21 de abril, no Centro de Congressos no Algarve, em Vilamoura. Qual o tema central e que novidades podemos esperar deste grande evento científico da cardiologia nacional?

O Congresso Português de Cardiologia 2024 comemora o 50º aniversário. Ao longo dos anos, o Congresso Português de Cardiologia tem crescido e evoluído, ajustando-se às mudanças da Medicina e da sociedade. Continua a ser um marco fundamental na promoção da saúde cardiovascular em Portugal, fomentando a investigação, a educação, e a prática clínica em Cardiologia. Este ano o lema é “rumo à evidência e inovação”. Para além do público - alvo habitual - cardiologistas, internistas, medicina geral e familiar -, iremos abordar também temáticas de grande interesse nas áreas da Neurologia e Nefrologia.

27 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL SOCIEDADE PORTUGUESA DE CARDIOLOGIA | SAÚDE E CIÊNCIAS DA VIDA
www.spc.pt
Lisboa
- Coimbra - Porto

25 ANOS DE ENSINO E INVESTIGAÇÃO

O Prof. Miguel Castelo-Branco, presidente da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (UBI), esteve à conversa com a Revista Business Portugal e deu a conhecer a evolução da área médica na região e o impacto que o investimento na área da saúde teve para a Beira Interior. Paralelamente, partilhou alguns insights sobre projetos de extrema relevância, como o RISE-Health e o UBIMedical

Em 2023 celebrou-se o 25º aniversário da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (FCS-UBI). Que balanço traça deste percurso?

O balanço que se faz do 25º aniversário da criação da Faculdade é positivo, relativamente àquilo que foi possível conseguir desde a construção de uma Faculdade de Medicina fora da zona “habitual” em Portugal. Tudo surgiu através de um desafio que o Governo lançou às universidades portuguesas, no sentido de criar dois novos cursos de Medicina, sendo que um deles deveria ser no Interior. O que a UBI fez foi responder aos requisitos, nomeadamente apresentar um projeto inovador e construir um projeto de ensino de Medicina na base de uma Universidade e nas instituições do Serviço Nacional de Saúde no Interior de Portugal. O projeto, desde o ponto de partida, não era apenas para a Medicina, incluía outras áreas de Ciências da Saúde e, por isso, a denominação “Faculdade de Ciências da Saúde”. As áreas de Ciências Farmacêuticas, Ciências Biomédicas e também a

incorporação de um curso que funciona há muitos anos na UBI – o curso de Optometria e Ciências da Visão - estiveram na criação desta faculdade, sendo o balanço bastante positivo. Do ponto de vista da região, para além do aumento de profissionais nas áreas referidas, também tem tido um grande impacto na atração de pessoas e no desenvolvimento do conhecimento científico.

No plano de investigação, qual a importância do Centro de Investigação em Ciências da Saúde? Quais as áreas de investigação em que se concentra?

O Centro de Investigação em Ciências da Saúde foi criado em simultâneo com a Faculdade. Este centro serve para apoiar a investigação nas mais variadas áreas da saúde: Bio-Farmacêutica, Biomateriais, descoberta de drogas, hormonas e metabolismo, produtos naturais e investigação microbiológica, doenças neurológicas e neuro vasculares e, ainda, as doenças respiratórias e alérgicas. Estes foram os principais focos de atenção que se desenvolveram nos últimos anos. Fazemos ciência com laboratórios muito bem apetrechados e com investigadores de elevada qualidade, o que resultou em muitos trabalhos científicos, na criação de algumas empresas e na transferência para a indústria dos desenvolvimentos feitos no Centro de Investigação e Ciências da Saúde.

Qual o objetivo primordial do RISE-Health?

O objetivo do RISE-Health é criar uma rede de centros de investigação em que o seus polos sejam constituintes no domínio de um centro único, permitindo que haja uma descentralização em termos dos polos, do funcionamento do próprio centro, mas sobretudo mais solidez, porque aumenta o número de investigadores e o número de áreas em volta dos pontos de investigação.

A intensificação da pesquisa na área da saúde é vista como uma alavanca para levar o nível da pesquisa científica na área da saúde em Portugal a patamares que, até então, ainda não foram alcançados. O RISE-Health é uma excelente iniciativa para a investigação na área da saúde, inclusive na expansão das áreas de pesquisa envolvidas.

A instituição tem desbravado caminho em diversas áreas, desde simulação médica até parcerias estratégicas. Qual a importância destes vetores na estratégia da FCS?

A importância é primordial. Hoje, há cada vez mais a evidência científica sobre quais são as melhores metodologias de ensino, quais são as formas mais úteis de transferir conhecimento e competências para as pessoas e capacitá-las para poderem ter um desenvolvimento, em termos profissionais mais adequado ao que se pretende. Procuramos melhorar a qualidade de serviços de saúde onde as pessoas colaboram e também contribuir para a área da investigação. Isso implica que as metodologias sejam comprovadamente eficazes e esse

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 28 ENSINO E INOVAÇÃO EM SAÚDE | FCS-UBI
Prof. Miguel Castelo-Branco, Presidente

tem sido, desde o princípio, o esforço que temos feito em termos de Faculdade, ou seja, inovar nas áreas do ensino. Aliás, este constitui uma parte do desafio que foi lançado à UBI na altura da criação do curso de Medicina, ou seja, ser inovadora nas metodologias, uma aprendizagem que foi feita através de visitas e estudos do que estava documentado sobre a evolução pedagógica, em termos do ensino da Medicina e das outras áreas da saúde. Neste contexto, foi necessário logo à partida, criar um conjunto de parcerias com universidades internacionais para o estabelecimento destas redes de conhecimento e de transferência de informação para podermos realmente aproveitar estas sinergias. Por outro lado, obviamente, em termos operacionais, fomos desenvolvendo um conjunto de parcerias com outros centros de investigação e universidades para continuar a avançar, sob o ponto de vista das estratégias, quer em intercâmbios de alunos, quer de conhecimentos e, portanto, com resultados extremamente importantes para a FCS. Também em sede de projetos e de candidaturas nacionais e internacionais, tem-se feito um conjunto de parcerias com entidades da mais diversa índole, nacionais e internacionais, para dar corpo e adequação àquilo que são as candidaturas, obviamente, visando a majoração das condições para a aprovação dos projetos.

Quais são os principais desafios que a Inteligência Artificial pode ajudar a resolver em ambiente cirúrgico?

Uma das áreas que foi identificada há algum tempo foi o desenvolvimento de competências na área cirúrgica. O que se fez, em simultâneo, foi criar condições de formação avançada nas diversas áreas da Medicina, incluindo a área cirúrgica. Há já alguns anos que dispomos de um laboratório de treino de competências cirúrgicas que se mantém atual e essencial, agora mais do que nunca, através da incorporação de tecnologias de ponta. Numa perspetiva ligada à tecnologia mais avançada, como é o caso da cirurgia robótica feita por apoio tecnológico, incluindo a Inteligência Artificial, criámos uma nova versão do centro de desenvolvimento e competências cirúrgicas, com a designação de CUBI – “Cirurgia na Universidade da Beira Interior”, e uma das áreas em que estamos a apostar é a da cirurgia robótica.

Quais são as principais áreas de pesquisa e especialidades médicas abordadas no Centro Académico Clínico das Beiras?

O Centro Académico Clínico das Beiras (CACB) é um consórcio, atualmente, constituído por quatro Unidades Locais de

Saúde - Viseu, Guarda, Cova da Beira e Castelo Branco - e quatro Escolas Superiores de Saúde, nomeadamente, a Universidade da Beira Interior e os Institutos Politécnicos da Guarda, Viseu e Castelo Branco. A principal aposta de pesquisa desses centros são os principais problemas de saúde presentes na região, como as doenças vasculares, as doenças respiratórias obstrutivas, a diabetes, as doenças ligadas ao sistema nervoso, o cancro e a área de habituação de substâncias, como o álcool e o tabaco.

Qual o papel da UBIMedical na retenção de talento e no alavancar do potencial da região para o investimento científico e instalação de outras empresas na área da saúde?

O UBIMedical foi criado enquanto centro de interface entre a investigação nas áreas da saúde e ciências da vida que se faz na UBI e a sociedade. Assume dois eixos, a incubação de base tecnológica e a componente laboratorial. A incubadora de base tecnológica visa proporcionar um conjunto de serviços de scouting, pré-incubação e aceleração a projetos empreendedores de docentes, investigadores e pessoal não docente. Estes mecanismos têm sido extremamente eficazes para potenciar o surgimento e crescimento de 41 startups, atualmente incubadas no UBIMedical. Estas empresas, na sua maioria captadas da investigação ubiana, são catalisadores da criação e consolidação de um cluster biomédico e biotecnológico na região, potenciando a captação de outras empresas extra-região para o UBIMedical, de projetos e consórcios de I&D, e favorecendo a criação de emprego altamente qualificado. Em termos de exemplos, há a destacar startups ligadas ao desenvolvimento de medicamentos, empresas CRO, próteses, inteligência artificial ligada à deteção de marcadores, análise de dados ou aplicada ao drug design, IoT aplicada à monitorização em saúde, entre outros. Na componente laboratorial, o UBIMedical acolhe 11 laboratórios, em áreas como a fármaco-toxicologia, as radiações, os biosensores, a visão, as doenças respiratórias, o envelhecimento ativo, a fisiopatologia, a saúde nos edifícios, a química, as telecomunicações, e o centro académico clínico. Estes laboratórios assumem uma vertente aplicada, visando à prestação de serviços altamente especializados ao exterior, os projetos em consórcio e o apoio às empresas incubadas. O UBImedical visa, assim, reforçar a ligação da Universidade ao exterior, à sociedade civil e às empresas, bem como alavancar a área das ciências da vida na região, fixando pessoas e empresas.

29 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL FCS-UBI | ENSINO E INOVAÇÃO EM SAÚDE fcsaude@fcsaude.ubi.pt • www.fcsaude.ubi.pt

OLHO SECO E PRIMAVERA

A primavera potencia o desencadeamento e a exacerbação dos sintomas associados ao olho seco.

Dr. João Quadrado Gil , Médico Oftalmologista na Unidade Local de Saúde Coimbra e na Unidade de Oftalmologia de Coimbra

Investigador na Association for Innovation and Biomedical Research on Light and Image (AIBILI) e no Centro Académico Clínico de Coimbra

Doutorando na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra

e a exacerbação dos sintomas associados ao olho seco.

Durante a primavera, o aumento da exposição a alergénios ambientais desafia a integridade e capacidade do filme lacrimal, cujas funções vão muito além da simples lubrificação. Esta fina camada de líquido é crucial para garantir o equilíbrio no oxigénio, pH, nutrientes e fatores de crescimento necessários para a manutenção da saúde ocular, além de atuar como uma barreira protetora contra agentes agressores. Os alergénios presentes no ar durante a primavera podem perturbar esse equilíbrio delicado, estimulando uma resposta inflamatória que compromete a estabilidade do filme lacrimal e, consequentemente, leva a sensação de desconforto ocular e degradação da qualidade da visão.

Contudo, a compreensão dos mecanismos associados ao olho seco e os avanços médicos no campo da Oftalmologia trazem consigo a promessa de melhorias substanciais na qualidade de vida dos doentes. A evolução nos métodos diagnósticos permite agora uma caracterização mais precisa dos diversos subtipos da doença, facilitando a identificação de fatores específicos que contribuem para o olho seco em cada doente. Esta abordagem personalizada é essencial para o desenvolvimento de estratégias de tratamento mais eficazes, adaptadas às necessidades e condições de cada paciente, e aos desafios que cada um enfrenta durante a primavera.

A síndrome do olho seco, uma das doenças mais prevalentes em Oftalmologia e que mais impacto tem na qualidade de vida dos doentes, torna-se um desafio particularmente exigente com a chegada da primavera. Este período, que a maioria das pessoas associa ao regresso do bom tempo e ao florescer da natureza, também introduz elementos que podem agravar os sintomas de olho seco em milhões de pessoas em todo o mundo. A estação, caracterizada por uma maior dispersão de alérgenos no ar, como pólenes e partículas de poeira, cria um cenário propício para o desencadeamento

A primavera é também sinónimo de mudanças no clima, com dias mais longos e, em muitos lugares, um aumento na intensidade da luz solar e nas temperaturas. Estas mudanças podem contribuir para uma maior evaporação do filme lacrimal, exacerbando os sintomas do olho seco. A combinação de ventos mais fortes e ar seco no exterior, e maior exposição a ambientes climatizados no interior, aumenta o risco de desidratação da superfície ocular, intensificando o desconforto e a irritação.

As opções terapêuticas também se expandiram consideravelmente, desde intervenções farmacológicas, como imunomoduladores, até soluções cada vez mais sofisticadas para mimetizar e substituir o filme lacrimal. Além disso, a gestão da síndrome do olho seco na primavera pode significar apenas alguns gestos simples mas eficazes: o uso de óculos de proteção para minimizar a exposição a alergénios, a manutenção de uma boa hidratação ocular, ou a consulta frequente de calendários e alertas polínicos.

O papel do oftalmologista, com a sua combinação de conhecimento técnico, atenção ao doente e tecnologia avançada, é mais central do que nunca. Através de uma combinação de diagnóstico preciso, tratamento personalizado e educação da população, os oftalmologistas são fulcrais no esforço de mitigar o impacto da síndrome do olho seco durante a primavera. Atualmente, é possível não apenas melhorar significativamente a qualidade de vida dos doentes, mas também permitir que eles desfrutem plenamente da beleza e da vitalidade desta estação, sem desconforto e sem comprometer a saúde ocular.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 30 OLHO SECO NA PRIMAVERA | A SÍNDROME DO OLHO SECO

A combinação única de ácido hialurónico e ectoína natural.

Hidratação, proteção do olho seco e alívio dos sintomas inflamat órios.

MODO DE AÇÃO DUPLO

SECURA OCULAR MODERADA OU GRAVE

SEM CONSERVANTES E SEM FOSFATOS

Hidratação moderada do olho seco

Alívio das reações inflamatórias e alérgicas

Hidratação intensiva e duradoura do olho muito seco

Alívio sustentado dos sintomas inflamatórios

Hylo Dual® e Hylo Dual Intense® (Dispositivos médicos). Soluções estéreis sem conservantes para uso ocular. Não conserve o frasco mais de 6 meses após a primeira abertura. Manter fora da vista e do alcance das crianças. Leia cuidadosamente a rotulagem e as instruções de utilização. Para mais informações contacte a Ursapharm: Av. Dom João II, 20 - 1º, 1990-091, Lisboa, info@ursapharm.pt / www.ursapharm.pt

Farmacovigilância: (+351) 21 8863595 farmacovigilância@ursapharm.pt

Dr.ª Sílvia Correia, (OM43249), Médica Pneumologista com competência em Medicina do Sono no Trofa Saúde Boa Nova, Braga Centro, Braga Sul e Gaia

Quais as consequências de um mau sono?

Dormir menos de 6 horas por noite aumenta o risco de excesso de peso, obesidade e diabetes. Por isso, se quer emagrecer, não coloque de lado as horas de sono. Dormir menos de 6h aumenta também o risco de enfarte agudo do miocárdio e morte por doença cardíaca. Para além disso, a nossa imunidade fica enfraquecida, tornando-nos alvos fáceis para infeções. Quem dorme menos de 7 horas, tem um risco 3 vezes superior de ficar constipado. O nosso humor fica prejudicado. Sabemos que a insónia (dificuldade em dormir) duplica o risco de ter uma depressão major (grave). A ciência é clara: um bom sono torna-nos realmente mais felizes. A falta de sono prejudica a nossa memória e dormir menos de 6h leva a um aumento do risco de demência de alzheimer. A concentração, criatividade e performance ficam também comprometidas se dormirmos pouco ou mal. Não é por acaso que o Cristiano Ronaldo coloca o sono como prioridade, de forma a poder manter a sua alta performance. A sonolência é outra das consequências da falta de sono levando ao risco de acidentes de viação e acidentes de trabalho. E quando falamos em profissões de risco, tal como os condutores de autocarros ou pilotos de aviação, essa privação de sono pode custar-nos não só a nossa vida como a de muitas outras pessoas. Finalmente, as repercussões de um mau sono também incluem o nosso equilíbrio emocional. No cérebro, o córtex pré-frontal é extremamente

SAIBA COMO DORMIR BEM PARA SER MAIS FELIZ

A utopia da perfeição tomou parte da nossa vida. Queremos ser os melhores profissionais, os melhores pais, os melhores filhos e cônjuges. Com um dia de 24 horas é realmente tentador deixar para trás o sono e cortar nas horas que passamos a dormir. Para render mais. Para fazer mais. Mas não é uma escolha inteligente. Os custos de um sono insuficiente são altos.

sensível à falta de sono. Esta área do cérebro é responsável pelo nosso raciocínio lógico e pelos nossos pensamentos mais complexos e mais ponderados. Assim, não é possível tomar boas decisões nem ter equilíbrio emocional quando não estamos a dormir bem.

Quantas horas devo dormir?

A maioria dos adultos precisa dormir entre sete a nove horas.

Como dormir melhor?

É preciso ter atenção a 4 fatores: a hora de deitar, horários de sono regulares (hora de dormir e acordar) assim como à duração e qualidade do sono. Os 3 primeiros fatores podem ser modificados através da implementação de rotinas que visam melhorar a higiene do sono. Já a qualidade do sono deve ser avaliada em Consulta de sono no sentido de se perceber se existe alguma patologia do sono a alterar a estrutura e qualidade do sono. Nesta consulta é realizado um estudo do sono, que na maioria dos casos pode ser feito em casa, e irá avaliar o sono em termos de quantidade e qualidade (quantidade de sono superficial e profundo, ou seja, o sono reparador).

Quando devo procurar um médico?

Se dormir mal mais do que 3 vezes por semana, se acordar cansado ou com dor de cabeça, se sentir sonolência durante o dia, se ressonar ou tiver paragens da respiração, se apresentar comportamentos anormais durante o sono, queixas nas pernas que dificultam o sono ou se ranger os dentes durante o sono.

Dicas para dormir melhor:

- Exponha-se à luz solar 30 a 60 minutos depois de acordar, mas evite a exposição à luz intensa à noite;

- Pratique exercício físico diariamente, evitando as 3h antes de dormir;

- Mantenha um horário regular de acordar e adormecer, mesmo ao fim de semana;

- O quarto deve ser fresco, livre de ruídos e usado apenas para dormir: retire os equipamentos eletrónicos do quarto, incluindo TV e telemóvel;

- Evite a cafeína pelo menos 8-10h antes de dormir;

- O álcool prejudica a qualidade do sono pelo que deve ser evitado ao jantar;

- Desligue os dispositivos eletrónicos 1h30 antes de dormir (TV, Tablet, telemóvel).

Se estas técnicas não forem suficientes, procure uma Consulta de Medicina do Sono. Invista no seu sono para viver mais e ser feliz.

Dia Mundial do Sono

O Dia Mundial do Sono observa-se, todos os anos, na sexta-feira anterior ao Equinócio da Primavera. Trata-se de uma iniciativa da Associação Mundial de Medicina do Sono (World Association of Sleep Medicine) que se comemora anualmente em cerca de 75 países do mundo e que chama a atenção para a importância do sono regular diário. O objetivo desta data comemorativa é celebrar o sono e diminuir os problemas relacionados com a privação do sono existentes na sociedade.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 32
DIA MUNDIAL DO SONO | A IMPORTÂNCIA DO SONO

UMA VISÃO DA SAÚDE ORAL E DA MEDICINA ORAL DO SONO

CONTRIBUIÇÃO DA ESTOMATOLOGIA - BREVES NOTAS

O Dr. Fernando Martins, Médico Especialista em Estomatologia e Ortodontia, Master em Medicina Oral do Sono, faz uma abordagem pluridisciplinar da saúde oral em Portugal.

Dr. Fernando Martins, Médico Estomatologista

Ex-Assistente do Instituto Egas Moniz

Ex-Consultor da PT-ACS

Ex-Coordenador da Unidade de Saúde Oral dos SAMS do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas

Celebrou-se no dia 20 de Março o Dia Mundial da Saúde Oral. Nunca é demais realçar a importância de uma imprescindível boa saúde oral, pois que, como diz o povo, “a saúde começa na boca”. Importa por isso evidenciar a importância da Estomatologia no que tem sido e continua a ser como especialidade médico-cirúrgica, que se dedica à investigação, estudo, diagnóstico, profilaxia e tratamento das doenças que afetam a boca e toda a região facial, correlacionando-as com as restantes doenças eventualmente existentes no organismo.

Inclui as alterações e malformações da face, funcionais ou patológicas, orais e maxilares, de origem inflamatória, infeciosa, traumática, genética ou tumoral, incluindo as glândulas salivares e as doenças das articulações temporo-mandibulares.

Foi a primeira especialidade médica criada em Portugal, a 26 de maio de 1911, introduzida no ensino médico em 1916 e a primeira especialidade médica portuguesa a constituir uma sociedade científica, a Sociedade Portuguesa de Estomatologia, a 21 de junho de 1919.

Sendo as doenças da cavidade oral as mais prevalentes na espécie humana, o número de Estomatologistas sempre foi insuficiente para a prestação de cuidados diferenciados de saúde oral convenientes para toda a população. Isso levou a que nos anos 60 do século passado alguns Médicos Estomatologistas se unissem para criar as Escolas Superiores de Medicina Dentária possibilitando a formação de Médicos-Dentistas.

A Estomatologia, tem a seu cargo a atividade assistencial diferenciada e muito especializada na rede hospitalar do Serviço Nacional de Saúde. Existem atualmente 27 serviços de Estomatologia nos hospitais de norte a sul e ilhas. Existem 584 Médicos de Estomatologia e nos últimos anos as vagas abertas para a obtenção do grau de Especialista têm sido completamente ocupadas, estando em formação 47 novos especialistas. Cabe aos Serviços de Estomatologia a prestação de cuidados de saúde oral diferenciados para patologias menos comuns ou para a prestação de cuidados de saúde oral a populações mais carenciadas. Um exemplo recente é a atividade desenvolvida pelo Serviço de Estomatologia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, no tratamento de doentes muito complexos e difíceis cujos casos foram recentemente amplamente divulgados pelos meios de comunicação social.

Celebrou-se este 15 de Março o Dia Mundial do Sono. Importa, por isso, realçar o contributo que a Estomatologia pode dar à prevenção e tratamento da doença do sono mais frequente, a Apneia Obstrutiva. Trata-se de uma situação insuficientemente diagnosticada e tratada, muito frequente, que surge na sequência de obstrução à normal passagem de ar quando respiramos durante o sono.

Cientes da importância desta patologia fundamos com outros colegas em 2010 a Sociedade Portuguesa de Medicina Oral do Sono, reconhecida e afiliada da European Academy of Dental Sleep Medicine, aberta a Médicos Estomatologistas, Médicos-Dentistas e outros que se dediquem a esta área da Medicina.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 34 DIA MUNDIAL DA SAÚDE ORAL E DIA MUNDIAL DO SONO | CLÍNICA DR. FERNANDO MARTINS

Foi a Sociedade, na pessoa dos seus fundadores, que deu origem às consultas pioneiras e institucionais de Medicina Oral do Sono atualmente existentes em Lisboa, no Serviço de Estomatologia do Hospital de Santa Maria e no Departamento de Saúde Oral dos SAMS do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas. Esta última consulta foi implementada por minha proposta e orientação, enquanto Coordenador, à época, do departamento.

Como anteriormente explanado é uma situação muito frequente, geralmente desvalorizada, mas com graves repercussões na saúde geral, na qualidade de vida do paciente e na potenciação da possibilidade de graves acidentes, quer rodoviários quer profissionais.

Relativamente às repercussões na saúde geral é de salientar que a Apneia Obstrutiva pode desenvolver ou agravar situações de Hipertensão Arterial, Insuficiência Cardíaca, Arritmias, AVC, dores de cabeça frequentes e diminuição da libido com impotência sexual, por exemplo.

É comum considerar-se que o “simples” ressonar é normal. Trata-se do primeiro sinal da existência de uma obstrução à normal ventilação durante o sono e não tem nada de normal nem de simples e por isso deve ser tratado. O ressonar, para além do incomodo a quem ouve, promove micro interrupções na progressão das fases do sono que, não sendo suficientes para despertar o paciente, não possibilitam, no entanto, chegar ao sono profundo necessário para proporcionar o devido repouso. Acorda-se cansado, com dor de cabeça, impaciência, sonolência diurna e com diminuição das capacidades laborais.

São, portanto, situações que obrigatoriamente devem ser identificadas, diagnosticadas e tratadas. O Médico Estomatologista tem ao seu dispor a utilização de Dispositivos de Avanço Mandibular (DAM) para tratamento da Roncopatia e da Apneia Obstrutiva leve, que não tem indicação para tratamento com aparelho de pressão positiva (CPAP). A finalidade é não só o tratamento, mas também evitar a evolução para formas mais graves de Apneia Obstrutiva que obriguem a tratamento com CPAP. Este dispositivo promove o avanço do maxilar inferior e por arrastamento a língua, provocando a abertura da via aérea e facilitando a passagem do ar nos movimentos respiratórios. São muito publicitados na internet com promessas de curas mais ou menos milagrosas que importa desmistificar, por não serem os adequados. Tratando-se de um dispositivo médico tem indicações e contraindicações que necessitam ser avaliadas. Necessita de ser adaptado perfeitamente às arcadas dentárias do paciente, para não se soltar durante a noite e ser confortável. Deve ser ajustável na sua abertura e avanço mandibular para se poder obter o máximo efeito com o menor incómodo possível. Obviamente só se conseguem estes efeitos com dispositivos personalizados e com acompanhamento médico. Os que temos em utilização cumprem esses objetivos.

Tão importante ou mais que o tratamento é a prevenção, e essa necessita ser feita logo em criança. Importa diagnosticar as situações de respiração oral, que não é correta. A criança necessita de ter uma respiração nasal. Só isso possibilita um normal desenvolvimento do maxilar superior. Aqui pode ser necessário ter o contributo dos Médicos Alergologistas, Pediatras e Otorrinolaringologistas. Pelo nosso lado, temos a possibilidade de implementar diversos tratamentos com aparelhos ortodônticos, para corrigir as alterações que podem levar a dificuldades ventilatórias, que se agravarão seguramente em idade adulta.

Mais informação em: www.drfernandomartins.com

35 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL CLÍNICA DR. FERNANDO MARTINS | DIA MUNDIAL DA SAÚDE ORAL E DIA MUNDIAL DO SONO

FERIDAS NA BOCA: SAIBA O QUE PODE INDICAR

As feridas na cavidade oral podem variar de aspeto, de tamanho e podem ser um alerta para doenças sistémicas ou para o cancro oral.

Dr.ª Margarida Marques (OMD9236), Médica Dentista no Trofa Saúde Vila Real

Os sinais e sintomas mais descritos são: “feridas, bolhas, manchas ou vermelhidão com ou sem sangramento, edema e principalmente dor. Descrevem uma sensação de queimadura ou formigueiro em redor da área afetada, a boca mais seca e “sensação de cortiça”. Dependendo do tamanho e da sua localização, dificultam as tarefas diárias como alimentação e a fala.

As causas mais comuns de lesões na boca são:

1. A afta, cientificamente chamada de estomatite aftosa, caracteriza-se pelo surgimento de uma ou várias úlceras arredondadas, podendo surgir em qualquer local da boca, como lábio, língua, bochecha, palato ou garganta, causando muita dor e dificuldade na mastigação e na fala

2. Irritações físicas por traumas como mordidas acidentais, trauma por fraturas

de dentes, hábitos tabágicos (mascar e/ou fumar), próteses mal ajustadas, aparelhos ortodônticos ou ser consequência de uma escovagem traumática. Podem também surgir irritações químicas por contato da mucosa com alimentos muito ácidos ou quentes, ou contato com fármacos como ácido acetilsalicílico, antibióticos, anticonvulsivantes, Barbitúricos, medicamentos quimioterápicos, ácido tricloroacético ou alguns produtos de Higiene oral.

3. Infeções víricas, especialmente Herpes Simples e Herpes Zoster que leva ao aparecimento de pequenas bolhas dolorosas na boca, principalmente nos lábios e palato, que podem estar acompanhadas de vermelhidão, comichão e ardência, podendo desaparecer em cerca de 10 a 14 dias. (outros exemplos de infeções virais: vírus Coxsackie (Pé, mão, boca muito comum em crianças na idade pré escolar), Citomegalovírus, vírus Epstein-Barr, HPV ou HIV, gripe e Sarampo).

4. Infeções fúngicas por Cândida (mais comum).

5. Infeções bacterianas como: Gengivites (sendo a mais agressiva a gengivite ulcerativa necrosante aguda), periodontite (infeção do tecido ósseo), implantite (infeção dos implantes), Gonorreia e Sífilis (doenças sexualmente transmissíveis).

6. Doenças sistémicas como: Doença de Behçet, Penfigoide bolhoso ou pênfigo vulgar, Doença celíaca, Neutropenia cíclica, Eritema multiforme, Doença inflamatória intestinal, Deficiência de ferro, Doença de

Kawasaki, Leucemia, Discrasias sanguíneas, síndrome de Stevens-Johnson, Trombocitopenia trombótica, Deficiência de vitamina B, C (escorbuto), B12 e E.

7. Outras patologias orais como Síndrome da boca ardente, Líquen plano, língua geográfica, xerostomia e cancro oral (6º cancro mais comum em todo o mundo).

Avaliação e diagnóstico das lesões orais é o único método de prevenção e tratamento do cancro oral. Apesar dos avanços ocorridos nos últimos anos no diagnóstico e tratamento do cancro oral este continua a ter uma taxa de mortalidade bastante elevada. Estima-se que cerca de 6 em cada 10 doentes de cancro oral morram nos 5 anos após a data do seu diagnóstico.

Assim, quando uma ferida dura mais que 2 semanas ou é acompanhada por outros sintomas, como dor de cabeça, febre, dor na garganta e dificuldade em mastigar é importante que recorra a um Médico Dentista para a sua avaliação. Pode ser necessário a realização de uma biópsia de forma avaliar as alterações morfológicas dos tecidos garantindo o diagnóstico e o plano de tratamento correspondente.

O Médico Dentista está na linha da frente para a deteção precoce destas lesões mas a vigilância é crucial para a sua deteção. É importante que realize o autoexame em casa, realizando a palpação e a visualização da sua boca em frente ao espelho e esteja atento a alterações e sinais de alerta. Mantenha uma boa higiene oral e marque consulta de medicina dentária a cada 6 meses e sempre que detetar alguma lesão suspeita.

DIA MUNDIAL DA SAÚDE ORAL | FERIDAS NA BOCA
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HAVERÁ ALGUÉM QUE ACREDITE QUE OS ENFERMEIROS VÃO CONTINUAR A TRABALHAR “POR AMOR À CAMISOLA”!

Há duas semanas que os portugueses escolheram os seus representantes na Assembleia da República e que terminou o longo período de promessas tentadoras e aliciantes para convencer os eleitores. Assistimos a uma das campanhas eleitorais mais manipuladoras de sempre, em que se disse tudo e o seu contrário, apelando às emoções mais animalescas do ser humano.

Aos enfermeiros, todos prometeram valorização profissional, mas só os partidos da extrema direita e da extrema esquerda defenderam a classificação como profissão de desgaste rápido ou o estatuto de risco e penosidade.

A verdade é que para a generalidade das forças políticas, sobretudo os que são ou foram responsáveis pela governação, os enfermeiros não são, nem nunca foram uma prioridade!

A maioria dos portugueses, e por inerência os políticos também, ainda veem os enfermeiros como “ajudantes dos médicos” e apesar de há mais de 40 anos a profissão estar legalmente reconhecida como autónoma, com direito ao exercício liberal e sujeita a normas europeias de livre circulação, continuamos com políticas que bloqueiam o acesso a cuidados de enfermagem, que impedem os enfermeiros de assumir o atendimento direto à população nas suas áreas próprias de atuação. Os enfermeiros e o SNS enfrentam grandes desafios, como a falta de investimento, a sobrecarga de trabalho, a escassez de recursos, a falta de oportunidades de progressão na carreira e a baixa retenção de profissionais. Estes fatores e os baixos salários levam os Enfermeiros a procurar oportunidades mais aprazíveis no estrangeiro.

De acordo com os dados do anuário estatístico da Ordem dos Enfermeiros, em 2023, estavam inscritos 25.377 enfermeiros especialistas habilitados a exercer de forma independente em áreas onde a população atualmente não tem resposta às suas necessidades de saúde. Somos um país paradigmático!

Nos serviços de urgência, onde recorrem as pessoas com situações emergentes, com elevado risco de vida, entregamos aos enfermeiros sem especialidade a responsabilidade de triar e encaminhar cada caso para o setor adequado e até determinar quanto tempo pode esperar para ser atendido, no entanto nos cuidados de saúde primários a entrada no sistema só pode ser feita pelo médico de família.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 38 ENFERMAGEM | ASPE
Lúcia Leite, Presidente

Por exemplo, a alocação da vigilância da saúde da mulher e saúde da criança aos enfermeiros especialistas, poderá, dependendo das características da lista associada ao médico de família e enfermeiro de família, implicar um decréscimo de consultas na área da saúde da mulher entre 400 a 530 consultas/ano/médico e na área da saúde infantil entre 350 a 440 consultas/ano/médico (não estão incluídas consultas por doença).

Mas continuamos a aceitar que para medir, pesar, avaliar o desenvolvimento psicomotor de uma criança e ensinar a mãe a introduzir alimentos é preciso uma consulta médica. Depois as notícias são, que há mais de 1,7 milhões de portugueses sem médico de família e que a contratação de médicos tem sido um “fracasso”! Continuamos a insistir numa organização medicocentrica mais cara, que desperdiça a capacidade instalada em cuidados de enfermagem especializados e que por ser ineficiente cria negócio ao setor privado. Um jogo de interesses onde se subverte a organização do SNS para assegurar o crescimento de serviços privados e onde alguns enriquecem! Depois nunca há dinheiro para pagar condignamente aos enfermeiros, que mantêm os serviços abertos à custa de trabalharem horas a mais, falsas horas extra, que são pagas incorretamente, quando não desaparecem por milagre das escalas ao fim de uns meses!

Os sucessivos governos insistem em manter os enfermeiros com salários dos mais baixos da Europa e a permitir que outros países recrutem com facilidade os nossos enfermeiros mais qualificados para assumirem nesses países o que não os deixamos fazer aqui!

Ou seja, formamos enfermeiros com elevada competência, para outros povos beneficiarem dos seus cuidados.

Mas na perspetiva do enfermeiro a situação é ainda mais incompreensível!

Para além de não os deixarem exercer na sua plenitude as suas competências próprias, ainda os sujeitam à precariedade laboral, a carga horária excessiva, a atropelos aos seus direitos consagrados, a ambientes onde as ações de assédio, de intimidação ou de coação moral são exercidas de forma continuada. E se juntarmos à equação que a diferença entre o salário líquido de entrada na carreira especial de enfermagem e o salário mínimo rondará os 296,88€, vale a pena ponderar mudar de profissão!

Haverá alguém que acredite que os enfermeiros vão continuar a trabalhar “por amor à camisola”!

Os sucessivos governos insistem em manter os enfermeiros com salários dos mais baixos da Europa e a permitir que outros países recrutem com facilidade os nossos enfermeiros mais qualificados para assumirem nesses países o que não os deixamos fazer aqui!

Para a Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros – ASPE, que represento, o próximo Governo e Ministro da Saúde terão que quebrar este ciclo de palavras sonantes e práticas desrespeitosas que mantem uma profissão essencial subjugada a outras, mal remunerada e sem perspetivas de desenvolvimento profissional.

O salário vai muito para além de ser apenas uma transação financeira; trata-se de um elemento vital na equação da satisfação profissional e do equilíbrio entre vida pessoal e profissional, influenciando diretamente o desenvolvimento e o bem-estar dos enfermeiros e consecutivamente os seus índices de produtividade e compromisso para com a instituição. E depois dos recentes discursos inflamados de todos os partidos políticos em defesa do SNS, será necessário passar das palavras aos atos, e reconhecer efetivamente o valor do trabalho dos enfermeiros, até porque os doentes ficam internados em enfermarias, porque precisam de cuidados de enfermagem e uma qualquer cirurgia não se faz sem pelo menos três enfermeiros!

Ao contrário do que muitos pensam, o futuro do SNS depende mais da sua reestruturação em função das necessidades de saúde da população e da articulação das respostas multiprofissionais disponíveis do que do orçamento que lhe seja atribuído.

E uma coisa é certa, se não cuidarem dos enfermeiros que, com sacrifício, têm mantido o SNS a funcionar, não vão conseguir ir buscá-los a lado nenhum, porque não há país no mundo que não seja deficitário em enfermeiros.

Fica o alerta!

geral@aspe.pt

39 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL ASPE | ENFERMAGEM
• www.aspe.pt
Representação gráfica da evolução de especialistas inscritos na OE (Dados anuário estatístico OE)

INOVAÇÃO E TECNOLOGIA

A inovação e a tecnologia são dois pilares fundamentais que impulsionam o progresso humano em todas as esferas da vida. A interseção entre estes dois campos tem gerado avanços incríveis, transformando radicalmente a maneira como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos.

A inovação é o motor por trás da mudança, envolve a criação de novas ideias, métodos ou produtos que trazem valor e melhoram a vida das pessoas. Desde tempos imemoriais, a humanidade tem procurado formas de resolver problemas e superar desafios através da inovação, seja na forma de uma nova ferramenta de trabalho, um método mais eficiente de produção ou uma descoberta científica revolucionária, a inovação impulsiona o progresso e abre novos horizontes.

Desde a invenção da roda até a era da inteligência artificial, a tecnologia tem sido o catalisador que amplifica o impacto das inovações. A interação entre inovação e tecnologia cria um ciclo virtuoso de avanço. Novas ideias inspiram o desenvolvimento de novas tecnologias que, por sua vez, possibilitam ainda mais inovação. Em suma, a inovação e a tecnologia são forças poderosas que impulsionam o progresso humano, quando utilizadas de maneira responsável e ética, têm o potencial de moldar um futuro mais brilhante e promissor para todos.

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SAMSYS REINVENTA-SE, EXPANDE ATIVIDADE E CRESCE TODOS OS ANOS

A Revista Business Portugal esteve à conversa com Samuel Soares, CEO da Samsys, que em entrevista partilhou insights sobre o universo da empresa e a visão estratégica que tem permitido alcançar um crescimento sólido e sustentado, bem como destacar-se no panorama empresarial nacional.

A Samsys, empresa líder no setor de Tecnologias de Informação e Comunicação, com sede no distrito do Porto, tem como missão primordial impulsionar a eficiência e a produtividade dos seus clientes, através do estudo, desenvolvimento e implementação contínua de soluções personalizadas.

Atua em diversas áreas, desde Consultoria de Gestão, Engenharia de Sistemas, Agência Digital (que integra os departamentos de Comunicação, Marketing, Web Development e Digital) até Assistência e Suporte Técnico. Há 27 anos no mercado, Samuel Soares refere que “tem sido um percurso muito bom, com algumas derrotas e muitas vitórias” e obviamente no decorrer do tempo, passaram por alguns desafios, tendo então de se reinventar, com uma evolução constante, adaptando-se aos desafios e inovações tecnológicas.

A empresa, ciente da sua posição num mercado global altamente competitivo, encara essa realidade como uma oportunidade de evolução e melhoria contínua. Têm presença em todo o Portugal Continental e ilhas, sendo que a sua maior rede de clientes se situa na zona norte de Portugal. A Samsys tem expandido gradualmente a sua presença internacional, com projetos em diversos países europeus, bem como noutros continentes. Destacando o compromisso com a qualidade e a excelência, a Samsys mantém a certificação ISO9001:2015 desde 2020. Esta exigência não é comum no mercado em que a Samsys está inserida, mas demonstra a constante busca da empresa pela melhoria contínua e a dedicação em oferecer o melhor serviço aos seus clientes.

A força motriz por trás da Samsys é a sua equipa, liderada por Samuel e Ruben Soares, que trabalham em conjunto para garantir a estabilidade emocional, familiar e económica dos colaboradores. Acreditam firmemente que esta abordagem colaborativa tem impulsionado a empresa para novos patamares de sucesso, alinhando os interesses de toda a equipa, clientes e parceiros.

Em suma, a Samsys é mais do que uma empresa de tecnologia, é um símbolo de inovação, compromisso com a qualidade e trabalho em equipa, determinada a continuar a liderar o caminho num mercado em constante evolução.

Reconhecimento e notoriedade

Em 2017, a Samsys deu início à participação no prestigiado estudo das Melhores Empresas para Trabalhar, onde são investigadas as boas práticas de gestão e a felicidade das equipas em relação ao trabalho e às condições que a empresa proporciona. Nos dois anos seguintes, reforçou o seu reconhecimento ao alcançar o segundo lugar no Estudo de Felicidade nas Empresas (Happiness Works). Desde 2019, que se destacam entre as 50 Melhores Empresas para Trabalhar em Portugal, sendo que em 2021, alcançaram o TOP 25.

Desde 2018, a Samsys tem-se destacado no Índice de Excelência, o estudo mais completo sobre as boas práticas de gestão e de recursos humanos nas empresas nacionais. Neste ano, conquistaram o 1º lugar no setor de Consultoria e Serviços Profissionais, além do 2º lugar entre as Médias Empresas. Este reconhecimento é profundamente

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 42 INOVAÇÃO E TECNOLOGIA | SAMSYS

gratificante para Samuel Soares, que vê essas distinções como uma recompensa pelo esforço conjunto da equipa ao longo dos anos.

Para o CEO da Samsys, estes feitos refletem o compromisso contínuo da Samsys com a qualidade e o bem-estar da sua equipa, sendo que a felicidade dos seus ajudadores é fundamental, como o próprio diz “as empresas são as suas pessoas”. Assim, a Samsys trabalha, diariamente, no “empowerment” dos seus colaboradores, defendendo que uma empresa só se torna verdadeiramente boa com pessoas felizes, valorizadas e reconhecidas.

Este foco na valorização e no bem-estar dos colaboradores não só fortalece a cultura organizacional da Samsys, mas também se reflete na excelência dos serviços prestados aos clientes e parceiros, elevando os negócios para um patamar de excelência.

Um novo marco na jornada da Samsys

A Samsys iniciou o ano de 2024 com a aquisição do Wisdom GROUP, como parte da sua estratégia de crescimento. Esta aquisição visa fortalecer as equipas da empresa nas áreas de Tecnologias de Informação, Software de Gestão, Desenvolvimento Web e Agência de Digital, além de adicionar serviços de Tradução e Legendagem. Esta iniciativa procura potenciar a inovação nos negócios e desenvolver respostas mais rápidas e eficazes às necessidades dos seus clientes. Esta poderá não ser a única aquisição do ano, pois a Samsys “está sempre atenta a novas oportunidades”.

Visão e estratégia

Samuel Soares assegura que a empresa continuará a seguir o caminho que a tem distinguido: ser uma parceira atenta às necessidades dos clientes e adaptar soluções de forma personalizada. O cerne do negócio está na consultoria, onde a missão é clara: auxiliar clientes e parceiros no caminho da transformação digital, automatizando tarefas repetitivas e exaustivas para disponibilizar tempo e recursos

humanos para atividades mais criativas e estratégicas, permitindo que as pessoas tenham mais tempo para “fazer aquilo que só os humanos podem fazer”.

A inovação é uma peça fundamental nesse percurso, conforme destaca Samuel: “Num mundo digital em constante evolução, a inovação é crucial para manter a competitividade e acompanhar o ritmo do mercado”. Este espírito de inovação alimenta o compromisso da Samsys com o futuro, impulsionando uma equipa motivada num setor em constante crescimento.

Olhando para o horizonte, a Samsys projeta expandir e transformar a sua equipa atual em várias unidades de negócio autónomas, de modo a ampliar a sua especialização e alcance.

Além do sucesso empresarial, a Samsys valoriza a sustentabilidade e a responsabilidade social, integrando práticas sustentáveis em todas as áreas da empresa e promovendo iniciativas na comunidade onde se insere. Um dos eventos mais aguardados ao longo dos anos é o Dia do Conhecimento, organizado pela Academia Samsys. Este ano, contam voltar a reunir cerca de 3000 pessoas na considerada maior iniciativa de formação gratuita disponível a nível nacional. Seguindo o tema da Samsys para este ano, “COMPROMISSO”, os oito oradores de topo já divulgados, irão desenvolver esta temática prometendo inspirar e motivar todos os participantes.

Agendado para o próximo dia 7 de junho, no pavilhão Multiusos em Gondomar, o Dia do Conhecimento é uma oportunidade única para aprender e conectar-se com os melhores. Inscrições disponíveis em https://academia.samsys.pt/ddc-2024/.

43 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL SAMSYS | INOVAÇÃO E TECNOLOGIA
www.samsys.pt

A IMPORTÂNCIA DE CONECTAR O MUNDO EMPRESARIAL AO CONTEXTO ACADÉMICO

A ligação entre o mundo académico e empresarial é algo muito benéfico para ambas as partes, uma vez que tem permitido às empresas captarem profissionais proativos e empreendedores, que servirão como uma “lufada de ar fresco” para a estrutura interna das mesmas e para os clientes com quem estas estabelecem relações.

Contudo, a passagem do contexto académico para o profissional é uma mudança considerável e, em abono da verdade, os estudantes nunca estarão totalmente preparados. Assim, é possível atenuar algumas “dores de crescimento”, encurtando o espaço que existe entre as duas realidades. Se, por um lado as empresas promovem oportunidades de estágio e programas de embaixadores e as faculdades realizam as suas próprias Career Fairs, por outro, espera-se dos estudantes proatividade em extrapolar as suas funções académicas.

As Júnior Empresas, Organizações Sem Fins Lucrativos, formadas exclusivamente por estudantes universitários, são um dos motores de iniciativa presentes nas instituições de ensino superior, estando espalhadas pelo mundo e presentes, inclusive, em Portugal. A Iscte Junior Consulting, a Júnior Empresa do Iscte, permite que os Júnior Empresários tenham uma relação contínua

com o mundo empresarial, tanto através dos projetos externos que realizam para clientes como pelos momentos formativos, muitos deles provenientes de parcerias institucionais estabelecidas.

Com a principal missão de encurtar o fosso entre as duas realidades, surge o Link To Grow, o evento anual da Iscte Junior Consulting, que promete conectar os estudantes universitários de várias partes do país e de diversas áreas de estudo com empresas de renome presentes nos diferentes setores do mercado.

Assim, no próximo mês de maio, o Iscte Sintra e o Centro Cultural Olga Cadaval, receberão a 4ª edição do Link To Grow. O Evento consiste numa experiência imersiva no mundo corporate, que através de dois momentos, o Conect To a Case e o Conect To a Job, permitirá aos participantes terem a oportunidade de explorar novas oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional.

O Conect To a Case é a base do Link To Grow. Consiste na realização de Business Cases, sujeitos a prémios, promovidos por empresas conceituadas e com oportunidade de mentoria por parte das mesmas. Desta forma os participantes terão a oportunidade de aplicar os seus conhecimentos em problemas com os quais serão confrontados no mundo profissional e apresentar soluções inovadoras.

O Conect To a Job, é composto pela Feira de Emprego promovida pela Iscte Junior Consulting, que contará com a presença dos parceiros IJC e outras entidades de renome. Além disso, com o objetivo de destacar o melhor talento jovem de Portugal, este momento conta, também, com sessões de Speed Interviews. De modo a aprofundar a experiência do participante, existirá a oportunidade de assistir a Roundtables, Talks e Workshops, proporcionados por oradores notáveis, que abordarão temas do presente e do futuro.

E como a palavra-chave para cobrir o fosso existente entre o mundo empresarial e o mundo académico é Networking, o término do evento é marcado pela Spring Fest, o momento descontraído ideal para o fomento de relações profissionais entre as organizações presentes no evento e os seus participantes.

Através do Link To Grow, a Iscte Junior Consulting, afirma-se como um motor da iniciativa estudantil para estreitar a distância entre o ensino e o mercado de trabalho, procurando impactar positivamente, não só o tecido empresarial, mas também os estudantes que procuram preparar-se para a próxima etapa das suas vidas.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 44 ARTIGO DE OPINIÃO
Martim Sebastião e Vasco Viana, Iscte Junior Consulting

BE AND CARE, O MERCADO DIGITAL DE CUIDADOS PESSOAIS E BELEZA

Vera Silva, Fundadora da Be and Care

BE AND CARE, O MERCADO DIGITAL DE CUIDADOS PESSOAIS E BELEZA

A Be and Care é uma loja online que se destaca pela sua vasta gama de produtos cosméticos e suplementos alimentares de marcas mundialmente reconhecidas e pela excelência no atendimento personalizado e aconselhamento ao cliente. Em conversa com Vera Silva, Founder e Owner da Be and Care, foram explorados todos os segredos para consolidar uma reputação duradoura no setor da cosmética.

Vera Silva, natural da Beira Interior, Viseu, vive no Porto desde os 18 anos, desde que iniciou os estudos em Farmácia, é um exemplo notável no mundo empresarial e na criação de uma marca bem-sucedida.

Fundou a sua empresa, em 2009, apenas com 23 anos, criando o seu primeiro negócio - uma parafarmácia de venda ao público.

Simultaneamente, nesse mesmo ano, assume a responsabilidade técnica de mais quatro parafarmácias, onde foi responsável pela formação da equipa e pelas compras, durante quase dez anos. Este percurso permitiu adquirir um vasto conhecimento na área da cosmética e produtos de bem-estar, muito útil para o projeto que se seguia, o mundo do e-commerce

Frequentou, durante a noite, o mestrado em Gestão e Economia em Serviços de Saúde, na Faculdade de Economia do Porto. Com novas ideias e oportunidades e um pensamento de desejar fazer algo diferente, juntamente com a exaustão proveniente da constante interação e comunicação com os clientes, desgaste emocional e da gestão de várias pessoas, tomou a decisão de reduzir o seu envolvimento nas parafarmácias físicas, alcançando uma abordagem profissional mais equilibrada e uma motivação emocional mais distinta.

Foi então que decidiu estudar e projetar globalmente todo o conhecimento e experiência adquirida ao longo destes anos iniciando o seu percurso na internacionalização online.

Fundada em 2015, a Be and Care, surge da necessidade e vontade pessoal de evoluir e crescer profissionalmente. Este momento coincide com a altura em que o e-commerce “cosmético” começa a dar os primeiros passos em Portugal, porém dada a acumulação de vários empregos, apenas em 2019, encara o negócio da Be and Care como fulcral, abandonando assim todos os locais físicos onde trabalhava.

O crescimento continuo

Desde 2019 que a Be and Care cresce, de forma sistemática e sólida. Em 2020 atingiu o seu primeiro um milhão de faturação, duplicando esse valor em 2021.

Em 2022, este crescimento não foi tão significativo, em consequência da limitação geográfica de vendas de duas marcas

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 46 MARCA RECOMENDADA 2024 | BE AND CARE
Vera Silva, Founder e Owner

com grande peso na faturação da empresa, atingindo apenas um crescimento de 7%. Este impacto menos positivo foi visto como uma nova oportunidade de se redefinir e aumentar o seu portfólio com marcas que rapidamente colmataram esta queda.

Em 2023, a Be and Care alcançou uns notáveis 84% de crescimento, face ao ano anterior, refletindo o esforço e dedicação da empresária, que se dedica de corpo e alma à sua empresa.

Autenticidade e qualidade

Atualmente, a Be and Care oferece uma variedade de produtos de cuidados pessoais e beleza, estando presente em praticamente todos os países do mundo, um marco importantíssimo para qualquer empresa. Os produtos estão anunciados no site beandcare.com e em alguns marketplaces, tornando-os acessíveis a qualquer consumidor, em qualquer parte do mundo.

Todas as marcas vendidas no site são originais e autênticas, sendo compradas diretamente aos distribuidores oficiais que representam estas marcas no mercado Ibérico.

As marcas disponíveis no site são cuidadosamente eleitas através de um estudo de mercado personalizado, extremamente rigoroso e diferenciado. Este estudo reflete as preferências dos consumidores, garantindo assim, que a Be and Care ofereça uma seleção de produtos alinhada com o mercado da cosmética em que está inserida. Esta procura recorrente pela melhoria constante demonstra todo o trabalho efetuado para atender as necessidades dos clientes e os mais altos padrões de qualidade.

Nem sempre ter o catálogo muito vasto é o melhor, mas sim ter um catálogo que atenda às necessidades da maioria dos consumidores, torna-se uma aposta mais segura.

Uma equipa de sucesso

Para além dos estudos de mercado e todas as estratégias utilizadas para um serviço de qualidade, a equipa da Be and Care

está sistematicamente em atualização, tendo como objetivo apresentar uma face autêntica aos consumidores, destacando o espírito jovem presente.

Como qualquer empresa de sucesso, adapta-se ao que a concorrência oferece, contudo agrega uma abordagem pessoal única, o que proporciona uma experiência genuína. A missão desta empresa e da equipa adjacente, não é apenas fazer transições comerciais, mas sim ajudar os seus clientes, não descurando a valorização que as marcas vendidas possuem e que tem de ser respeitada.

A equipa da Be and Care é constituída por dez pessoas a tempo inteiro formando um grupo multifacetado e promissor, que não tem medo de arregaçar as mangas e aceitar os desafios e objetivos propostos pela empresária, com a sua visão empreendedora. É uma equipa inovadora e tem vontade de fazer diferente, sendo um pilar na empresa e no crescimento contínuo que tem apresentado.

Para o mês de março, projetam-se novidades no site a nível estrutural, de modo que a performance do mesmo seja melhorada a nível técnico e funcional, estabelecendo-se assim uma nova etapa para a Be and Care.

A componente humana e pessoal estará bem presente na partilha de informação e conhecimento, de forma a que os visitantes se sintam na sua farmácia, onde são aconselhados e todas as dúvidas são esclarecidas.

Para além de tudo isto, a equipa desta empresa ainda enfatiza, todos os dias, o papel relevante do Costumer Care, contribuindo para uma boa experiência geral do cliente desde o momento em que “entra” na loja até à entrega dos produtos, transformando assim todo esse esforço no elevado feedback positivo que a empresa tem, tanto a nível de entrega, como nas opções de compras válidas.

Desafios e oportunidades

Tal como todas as áreas comerciais, o setor da cosmética apresenta desafios inerentes. A logística, recursos humanos, a gestão pessoal, limitações geográficas na comercialização de produtos, imprevisibilidade de mercado e o elevado e rápido crescimento da empresa são obstáculos que, muitas das vezes, complicam o processo, visto que o sucesso também traz algumas adversidades. Contudo a Be and Care encara os desafios de frente, não os considerando obstáculos, mas oportunidades para aprimorar os seus processos e desempenho.

47 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL BE AND CARE | MARCA RECOMENDADA 2024

Consciente dos desafios logísticos, a Be and Care busca constantemente otimizar a sua cadeia de transportadoras, adotando práticas eficientes que assegurem uma entrega ágil e segura dos seus produtos. A escassez de recursos humanos é encarada como uma oportunidade para investir na formação e valorização da sua equipa, promovendo um ambiente de trabalho colaborativo e motivador. A gestão das pessoas é cada vez mais vista, pela empresa, como um pilar fundamental. O crescimento da empresa, embora desafiador, porque traz consigo diversos problemas distintos, é visto como uma chance de expansão e consolidação no mercado global.

Assim, o compromisso com a excelência e uma visão positiva de que tudo passa e de que todos os problemas têm solução, são elementos essenciais que impulsionam o sucesso duradouro da Be and Care no setor de atividade competitivo que é a cosmética e beleza.

O reconhecimento merecido

A Be and Care foi distinguida com o prestigiado prémio de “Marca Recomendada”, um reconhecimento reservado às marcas que alcançaram uma performance excecional no decorrer do ano de 2023. Esta distinção baseia-se exclusivamente nas avaliações dos consumidores, evidenciando o compromisso contínuo da empresa com o atendimento ao cliente eficaz e a primazia nos serviços oferecidos pela mesma. Esta gratificação foi recebida com imensa alegria e regozijo, representando não apenas um reconhecimento externo do esforço incansável que a empresa desenvolve para suprir todas as necessidades do cliente e todos os seus desejos. Este prémio reflete o orgulho e dedicação da Be and Care de superar consistentemente as expectativas do mercado, reforçando ainda mais a sua posição como uma empresa de destaque nesta área de cuidados pessoais.

Este prémio reflete o orgulho e dedicação da Be and Care de superar consistentemente as expectativas do mercado, reforçando ainda mais a sua posição como uma empresa de destaque nesta área de cuidados pessoais

Uma visão do futuro

Já para o futuro, Vera Silva, prevê uma maior aposta no website da empresa, Beandcare.com, tornando-o mais atrativo e funcional à vista do consumidor esteja ele onde estiver.

A CEO também planeia, numa linha de tempo, de aproximadamente, três anos, expandir as fronteiras da empresa, criando filiais fora de Portugal. Esta iniciativa visa facilitar o processo logístico global, desde os processos de distribuição até aos envios e entregas.

Prevê-se um crescimento na ordem dos 30% em 2024, sendo os primeiros dois meses do ano promissores nesse sentido.

Estas iniciativas estratégicas retratam a visão proativa de Vera Silva em posicionar a Be and Care para o alcance de cada vez mais objetivos e vitórias.

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MARCA RECOMENDADA 2024 | BE AND CARE

NA LINHA DA FRENTE COM DINAMISMO E INOVAÇÃO

João Baptista, Presidente Executivo do Grupo Interpass, em entrevista à Revista Business Portugal, dá a conhecer o universo da organização, os desafios e os segredos para o sucesso alcançado, deixando antever ainda a aposta em áreas novas e inovadoras de consumo.

O Grupo Interpass é uma plataforma onde se podem encontrar variados serviços, desde energia, viagens e até seguros de saúde. Fale-nos um pouco sobre a história e valores fundamentais do Grupo.

O Interpass, enquanto marca, tem uma presença sólida no mercado português há cerca de 35 anos, mas pertence à estrutura societária atual há 26 anos. A sua filosofia inicial, originária de outro continente e focada principalmente em viagens, foi introduzida em Portugal no final dos anos 80. Contudo, ao perceberem que não se adequava à nossa realidade, ocorreu uma mudança paradigmática significativa, resultando na venda da marca no final dos anos 90 a uma empresa portuguesa, que a detém até hoje.

Atualmente, destacamo-nos como uma vasta plataforma que oferece viagens, produtos e serviços. Ao longo do tempo, evoluímos consideravelmente. O nosso principal objetivo é angariar e fidelizar clientes, proporcionando-lhes acesso a um “hipermercado virtual”

exclusivo, com condições especiais e garantias exclusivas nos variados produtos e serviços que disponibilizamos.

A plataforma, além de ser uma das maiores do mundo no seu género, é única e pioneira em Portugal. Quais os principais benefícios que oferece aos consumidores?

Somos uma das maiores plataformas do mundo no nosso género, pioneiros em Portugal. O nosso principal objetivo é fidelizar clientes, sendo este o nosso grande desafio. Conseguimos alcançá-lo ao oferecer condições especiais e garantias exclusivas em todos os produtos e serviços disponíveis, tais como eletricidade, gás, seguros, telecomunicações, equipamentos e serviços de saúde, viagens, entre outros. Estas condições são possíveis devido às fortes parcerias estratégicas que estabelecemos em várias áreas de negócio. Este fluxo é especialmente benéfico para os parceiros, proporcionando-lhes acesso a um universo de clientes fidelizados em mercado fechado,

O nosso principal objetivo é angariar e fidelizar clientes, proporcionando-lhes acesso a um “hipermercado virtual” exclusivo, com condições especiais e garantias exclusivas nos variados produtos e serviços que disponibilizamos

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João Baptista, Presidente Executivo do Grupo
GRUPO INTERPASS | MARCA RECOMENDADA 2024

Disponibilizamos o primeiro motor de reservas alimentado por IA no mundo, permitindo ao nosso universo de consumidores e aos nossos colaboradores tornarem-se especialistas globais, com a mais recente tecnologia de ponta existente nas viagens

com todas as mais-valias associadas. Além disso, a credibilidade dos nossos parceiros reforça a confiança na plataforma e em todos os produtos e serviços que oferecemos.

Atualmente, o Grupo possui 11 empresas, 15 marcas distintas e conta com mais de 400.000 membros/sócios. Qual é a chave para marcar a diferença e se distanciar das demais?

Operamos sempre na vanguarda, impulsionados por uma dinâmica impressionante e uma notável capacidade de inovação, com o compromisso primordial de criar valor tanto para os nossos consumidores quanto para os parceiros. Em relação a estes últimos, proporcionamos acesso a uma plataforma com mais de 400.000 utilizadores em mercado fechado, permitindo-lhes comercializar os seus produtos e serviços exclusivamente, sem interferências ou riscos nos seus mercados tradicionais. Por exemplo, no setor das viagens, dedicamos um considerável período à busca do parceiro tecnológico ideal, assegurando um desenvolvimento alinhado com as melhores práticas globais numa área altamente volátil e digitalmente em crescimento exponencial. Este esforço resultou na identificação do parceiro que vai ao encontro dos nossos objetivos, presente em mais de 30 países, proporcionando-nos exclusividades e garantias específicas apoiadas pela tecnologia de ponta no mundo das viagens.

Na nossa plataforma, o site de viagens possui 13 motores de busca, desde o motor de hotéis, ligado a 16 agregadores de hotelaria especializados nas mais exigentes pesquisas, um motor de alojamento local com possibilidade de reservar online para qualquer parte do mundo, motor de cruzeiros, motor de transporte, onde pode reservar qualquer tipo de voos, desde voos regulares, low cost, charter, comboios, autocarro e ferry boats, fazer a sua rota de

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 50 MARCA RECOMENDADA 2024 | GRUPO INTERPASS

viagem, pacotes de férias, rent-a-car, reservar todo o tipo de serviços desde espetáculos, jogos de basquetes na NBA, jogos de futebol nos principais campeonatos da Europa, entradas em museus, todo o tipo de espetáculos e concertos musicais em qualquer parte do mundo, e muito mais! Todos sabemos que a Inteligência artificial (IA) veio para ficar e as empresas que conseguirem implementá-la nos seus negócios diários marcarão definitivamente a diferença em relação às outras no presente e alavancando o futuro. Nesse sentido, disponibilizamos o primeiro motor de reservas alimentado por IA no mundo, permitindo ao nosso universo de consumidores e aos nossos colaboradores tornarem-se especialistas globais, com a mais recente tecnologia de ponta existente nas viagens. Destacamo-nos também ao oferecer diversos métodos de pagamento, incluindo MB WAY e multibanco, além do tradicional cartão de crédito, garantindo segurança e comodidade. Toda esta potente ferramenta ao serviço dos nossos clientes está à distância de um clique, em qualquer parte do mundo. Todas as grandes marcas ligadas ao negócio das viagens e do lazer existem nesta plataforma. Proporcionamos algo inestimável para o consumidor moderno: segurança, eficácia e comodidade.

Pelo quarto ano consecutivo, a empresa recebeu o Prémio “Marca Recomendada”, qual a sua importância para o Grupo?

Este prémio e outros semelhantes têm uma importância significativa, pois representam o reconhecimento do árduo trabalho e dedicação de uma equipa extraordinária, composta por cerca de 250 colaboradores, dos quais tenho o orgulho de fazer parte. Este tipo de reconhecimento não beneficia apenas a nossa equipa, mas também todos os nossos parceiros, evidenciando que a aposta se revelou bem-sucedida em todas as áreas. Na nossa abordagem, o cliente é sempre a nossa prioridade. O nosso objetivo diário é alcançar uma satisfação cada vez maior no nosso vasto universo de clientes. A partilha e os feedbacks sobre o nosso trabalho são elementos cruciais. Convido-vos a visitar o nosso site em www. interpass.pt e a clicar em “TESTEMUNHOS”. Lá, terão acesso a milhares de experiências partilhadas pelos nossos clientes. Neste espaço, não somos nós a comunicar, são os nossos clientes que partilham as suas experiências.

Provada a constância e dedicação ao consumidor, como a empresa garante exclusividade e assegura a satisfação e fidelização dos clientes?

Atualmente, contamos com uma base de cerca de 400.000 consumidores. A comercialização dos diversos produtos e serviços é exclusiva, realizada num mercado fechado destinado a este grupo de consumidores específico. Para que os nossos parceiros tenham acesso a este universo de forma exclusiva e segura, sem interferências nas estratégias e regras dos seus negócios tradicionais, comprometem-se a disponibilizar condições especiais e garantias exclusivas aos nossos clientes. A solidez e credibilidade desta abordagem são reforçadas pelo facto de tanto nós como os nossos parceiros possuirmos nome, rosto e uma história consolidada.

Estamos a falar de colaborações com marcas que são líderes nos seus mercados.

Quais são os principais desafios que o Grupo Interpass enfrenta e como planeiam superá-los?

Hoje, o consumidor é informado, exigente, sabe o que quer e, por vezes, não gosta de perder tempo. Os mercados tornaram-se mais competitivos em todas as áreas, com negócios a expandirem rapidamente de âmbitos locais/regionais para uma escala global, sem fronteiras. Alguns negócios estão em constante atividade, nunca param. Nesse contexto, é crucial mantermos um foco aguçado nos comportamentos do consumidor, na seleção criteriosa dos parceiros e na habilidade de negociar as melhores condições e garantias para todos os clientes, numa perspetiva win-win para todos. Precisamos de uma capacidade excecional de inovação e de concretizar ideias, criando valor tanto para os consumidores quanto para os nossos parceiros. Além disso, é essencial desafiar os parceiros, levando-os a explorar territórios inovadores, fora da caixa, com o objetivo claro de alcançar o sucesso para este tridente: consumidor, parceiro e Grupo Interpass. O futuro está intrinsecamente ligado a esta abordagem.

Considerando o sucesso consistente do Grupo, quais são as expectativas futuras?

Vamos continuar a inovar, criar valor, diferenciarmo-nos cada vez mais do mercado, possibilitando aos nossos consumidores continuarem a aceder de uma forma diferenciada, com condições únicas com segurança, eficácia e comodidade. Estamos a desenvolver vários planos em áreas novas e inovadoras de consumo. Não vou revelar agora quais são as novas áreas em que iremos apostar, para preservar o efeito surpresa e o impacto do lançamento. O futuro será fundamentado na nova geração de recursos humanos, bem formada e altamente competente, com suas ideias e visões do futuro. Motivá-los para enfrentar os desafios que se avizinham é crucial, pois o futuro é já amanhã. Mas quanto ao futuro, posso garantir que continuaremos a investir fortemente no acompanhamento e formação das nossas equipas, algo fundamental para o sucesso global. Vamos persistir em fazer acontecer, mantendo-nos sempre à frente da linha da frente com dinamismo e inovação, comprometidos com a criação de valor para o nosso vasto universo de consumidores e todos os nossos parceiros, pois são eles a razão da nossa existência.

51 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL grupo@interpass.pt • www.interpass.pt
GRUPO INTERPASS | MARCA RECOMENDADA 2024

Breves

138 marcas eleitas como “Marca Recomendada”

Para o ano de 2024 foram eleitas 138 marcas pelos consumidores portugueses como “Marca Recomendada 2024”. Esta distinção exclusiva baseia-se na reputação que as marcas possuem no Portal da Queixa. A eleição reconhece e premeia as marcas com a melhor avaliação no site. A Consumers Trust é a entidade que atribui o troféu às marcas vencedoras e que divulga os resultados no seu Relatório Anual.

FLAMA ganha a distinção de “Marca Recomendada 2024”

2024 começou em grande para a Flama, a marca foi distinguida como “Marca Recomendada de 2024”, este acaba por ser um reconhecimento dos consumidores que comprova a excelência da marca, a satisfação dos clientes em relação ao seus serviços e produtos e reconhece ainda o grande esforço que a marca pratica para uma boa gestão.

NOS distinguida como “Marca Recomendada de 2024”.

A NOS foi distinguida como “Marca Recomendada 2024”. Esta distinção, relativa à pontuação no Portal da Queixa e atribuída pela Consumers Trust, baseia-se numa avaliação à reputação que a marca possui no portal, acabando assim por ganhar o dobro do valor, devido ao facto de basear-se na avaliação independente dos seus consumidores.

Auchan distinguida como “Marca Recomendada 2024” no setor dos hipermercados

A marca Auchan destaca-se no meio de tantos outros hipermercados como “Marca Recomendada de 2024”, foi a que obteve a melhor pontuação em relação à satisfação dos clientes, mostrando assim a forma próxima como procurou dar a melhor resposta aos consumidores nesta plataforma, de modo a resolver os problemas que estes possam ter e garantir a satisfação dos clientes em relação os seus produtos.

Oney como líder na categoria Crédito Pessoal e ao Consumo

A Oney, especialista em produtos e serviços financeiros recebeu a distinção de "Marca Recomendada 2024”, concedida pelo Portal da Queixa by Consumers Trust. O Oney Bank Portugal vence a categoria de Crédito Pessoal e ao Consumo, ocupando o primeiro lugar do ranking, sendo esse reconhecimento uma prova de que a marca está empenhada em resolver as questões dos seus clientes.

NOVA FCSH é “Marca Recomendada” pelo segundo ano consecutivo

Pelo segundo ano consecutivo, a NOVA FCSH conquistou o “Selo Dourado” de “Marca Recomendada de 2024”, atribuído na categoria “Ensino Superior” pela ConsumersTrust. No setor do ensino superior a NOVA FCSH é a universidade mais bem qualificada na soma de diversos parâmetros, destacando a preocupação que possui em garantir um bom nível de qualidade do ensino.

“ESTA CONQUISTA ESPELHA A NOSSA DEDICAÇÃO”

O reconhecimento da Saúde Prime como “Marca Recomendada” é resultado do compromisso contínuo com a qualidade e um indicador de confiança e credibilidade.

A Saúde Prime recebeu o Prémio “Marca Recomendada”, o que representa esta distinção?

Foi com entusiasmo que iniciámos o ano a comunicar a conquista da Saúde Prime como “Marca Recomendada” em 2024, na categoria de Planos de Saúde. Trata-se de uma distinção exclusiva que reconhece e premeia as marcas com a melhor reputação no Portal da Queixa by Consumers Trust, uma avaliação dos consumidores ao longo do último ano. Para a Saúde Prime, a satisfação dos clientes é uma prioridade constante e este reconhecimento é resultado do compromisso contínuo com a qualidade no atendimento ao consumidor e um indicador de confiança e credibilidade para quem pesquisa a nossa marca, trata-se de uma montra do reconhecimento público. Esta conquista espelha a nossa dedicação mas agora há que manter o padrão que os nossos clientes merecem.

Quais as vantagens na subscrição de um dos vossos seguros e planos de saúde?

A nossa abordagem é muito simples e está alinhada com a nossa missão de querermos “proporcionar aos nossos clientes acesso às melhores condições de saúde, vida e bem-estar”. Os Planos de Serviços Médicos, têm por base prestar serviços médicos domiciliários e em telemedicina, através de uma Rede Médica de prestadores convencionada a valores de atos médicos convencionados, que garantem ao cliente a utilização de forma imediata aos serviços da rede. Para além disso os planos não oferecem limites à idade, utilização, nem a doenças

pré-existentes. O cliente subscreve hoje e utiliza de imediato! Por outro lado, os Seguros Managed Care, produtos com risco associado, oferecem proteção para cirurgias, ambulatório e outras coberturas essenciais, como parto, estomatologia e próteses.

Ambos têm possibilidade de subscrição multicanal: presencial nas nossas lojas, por telefone, online e ainda através da nossa Rede de Agentes e Corretores de Seguros, proporcionando flexibilidade e conveniência na adesão do cliente. São duas tipologias de soluções válidas para diferentes tipos de clientes, ambas têm as suas vantagens, há clientes para os quais os Planos são o ideal e outros para os quais os Seguros são a resposta, a receita consiste em fazer as perguntas certas e para entender as necessidades do cliente. Os especialistas somos nós, pelo que devemos aconselhar a melhor opção.

Como é que a Saúde Prime se tem diferenciado num mercado cada vez mais competitivo e como planeiam continuar a inovar?

Desde o início, estabelecemos a tecnologia como um pilar fundamental de nossa atividade. A transformação digital na área da saúde está a modificar os relacionamentos entre pacientes e prestadores, e estamos na vanguarda desse movimento. Introduzimos uma abordagem digital para interagir com os nossos clientes, o que se revela uma vantagem significativa. Desde a Telemedicina, através de uma clínica virtual do Grupo que utiliza tecnologias de diagnóstico remoto, até à facilidade de reembolsos na Área Reservada a Clientes (com pedido de reembolsos simplificados através do envio de uma fotografia, como exemplo), Cartões Virtuais, à plataforma de elegibilidade que utilizamos junto dos prestadores. O futuro passa pela aposta contínua na inovação de Produtos de Saúde baseada na tecnologia, que permite a diferenciação, promovem a fidelização e garantem melhores resultados de saúde dos clientes, especialmente na prevenção da doença. Na essência a resposta será ter a tecnologia ao nosso serviço para sermos mais ágeis em todas as frentes do ecossistema em que operamos.

www.saudeprime.pt

SAÚDE PRIME | MARCA RECOMENDADA 2024
Sónia Lagarinhos, Diretora Comercial Canais Próprios, Joaquim Figueiras, Direct Sales Team Leader, Solange Gregório, Head of Portugal Retail
53 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
"ESTAMOS NUMA ÉPOCA DE REINVENÇÃO E SERÁ FASCINANTE VER O QUE OS LÍDERES DO SETOR DOS NPL TÊM PARA OFERECER"

A décima terceira edição do Fórum Ibérico NPL terá lugar no dia 10 de abril de 2024, na Fundación Pablo VI, em Madrid, organizada pelo CMS Group. Numa conjuntura económica complexa, em que as taxas de juro e a taxa de stress se mantêm elevadas, posicionando as empresas de gestão de crédito malparado num momento desafiante, este evento apresenta-se como uma oportunidade fundamental para estes players

Paola Ortega Andrade, Diretora da Conferência de Gestão de Ativos do CMS Group Europe, discutiu o futuro do setor dos NPL e também a forma como o evento que celebra o seu 13º aniversário pode proporcionar um espaço comum essencial, onde os líderes podem abordar os desafios e as necessidades.

Após uma década de experiência profissional na organização de eventos, e mais de seis anos de especialização no mercado europeu de Non-Performing e Asset Management, a diretora coloca a dívida Re-Performing como o principal foco do evento. Prevê uma grande

gestão de dívida em fase inicial, bem como o aumento da regulamentação nesta área, entre muitos outros temas a serem discutidos no evento.

Qual é o principal objetivo do evento NPL? Qual é o cenário em que este evento está a decorrer?

A indústria do crédito em incumprimento está a mudar o seu ciclo e encontra-se num ponto de viragem em que todos os seus intervenientes estão a desafiar a forma como abordam a gestão desta

FORÚM IBÉRICO NPL | PAOLA ORTEGA
Paola Ortega Andrade, Diretora da Conferência de Gestão de Ativos do CMS Group Europe

dívida. O objetivo deste evento é reunir as principais figuras do setor para refletir e lançar luz sobre este novo cenário e a sua abordagem. É um momento-chave, sem dúvida, em que novos protagonistas estão a entrar em cena, o que é muito interessante.

O que torna este evento imperdível?

Eu diria que o que faz deste evento um acontecimento imperdível é o afeto das pessoas que o apoiam. Chegámos à décima terceira edição, porque todos os anos ouvimos o nosso setor, as suas doenças, o seu dinamismo, a sua resiliência e, a partir daí, construímos um evento adaptado aos interesses e oportunidades que vemos para cada um dos seus intervenientes.

Elaborámos cuidadosamente uma lista de convidados de pessoas-chave do setor, para que os nossos patrocinadores e participantes possam encontrar-se facilmente com todos aqueles que lideram o setor, e é isso que faz deste um evento como nenhum outro

Quais são os principais temas que serão debatidos no evento e qual será o tema de tendência deste ano?

Sem dúvida que o tema em voga este ano é o Re-Performing debt Se é verdade que a Espanha continua a ser o país com a terceira maior dívida da Europa, também é verdade que grande parte dessa dívida é subjectiva, ou seja, há muitos créditos que dificilmente pagarão, ou créditos que tiveram algum atraso ou refinanciamento, mas que continuam a cumprir um calendário de pagamentos. Isto tem um custo de capital elevado para os bancos e, por isso, eles estão a drená-los. No entanto, o tratamento desta dívida é muito diferente do das dívidas incobráveis. Será, sem dúvida, uma questão que será objeto de muita discussão.

Que oportunidades de contacto serão oferecidas durante o evento?

Este é um evento de nicho. Elaborámos cuidadosamente uma lista de convidados de pessoas-chave do setor, para que os nossos patrocinadores e participantes possam encontrar-se facilmente com todos aqueles que lideram o setor, e é isso que faz deste um evento como nenhum outro.

Quais são os principais desafios que o setor dos NPL enfrenta neste momento? Qual é a sua perspetiva sobre o estado atual do mercado dos NPL em Espanha?

O maior desafio é saber adaptar-se a uma mudança de ciclo. A grande vaga de crédito malparado pós-Covid não aconteceu devido

às medidas tomadas para a evitar e porque o setor bancário aprendeu muito com a crise de 2008. Atualmente, as taxas de juro elevadas estão a reduzir ainda mais as margens de lucro de uma atividade que atingiu uma fase de maturidade. Do meu ponto de vista, é um momento de reinvenção e será fascinante testemunhar o que os líderes do setor têm para oferecer.

Como começou a trabalhar com NPL e pode partilhar connosco a sua experiência e percurso profissional no setor dos NPL?

Trabalho há cerca de uma década na CMS, uma empresa que realiza eventos especializados no setor do crédito, tanto na América Latina como na Europa, mas nos últimos seis anos, tenho-me especializado no mercado europeu de gestão de carteiras e ativos não produtivos, que considero fascinante, porque está em constante evolução.

Sempre disse que é um privilégio para mim estar tão perto de especialistas de diferentes áreas (banca, consultoria, serviços) que podem partilhar os seus conhecimentos, experiência e visão em primeira mão e com uma generosidade extraordinária, porque é um setor cada vez mais complexo e é muito fácil falhar o alvo.

Como é que os NPL deverão evoluir nos próximos anos?

As empresas que gerem o crédito malparado estão a ajustar os seus modelos de negócio para se adaptarem às novas condições do mercado. Assistiremos a um setor muito especializado, em que a gestão da dívida se encontra numa fase inicial. Assistiremos também a um mercado regulamentado, o que é muito positivo para todos os intervenientes. As condições macroeconómicas criaram um cenário em que não se verificaram grandes aumentos da dívida, no entanto, a taxa de esforço é muito elevada e as taxas de juro também são muito elevadas. Vamos estar atentos à evolução do setor.

Que desafios enfrentou enquanto mulher num setor predominantemente masculino?

O setor está a trabalhar arduamente para implementar critérios de sustentabilidade em que a equidade de género desempenha um papel fundamental, pelo que, nessa perspetiva, não tem sido um desafio para mim, muito pelo contrário.

Dito isto, é verdade que, para mim, a chave para esta questão é a empatia. Estamos numa indústria de números, objetividade e pensamento racional. Gostaria de pensar que, enquanto formos capazes de acrescentar valor neste contexto, veremos cada vez mais mulheres sentadas nessas mesas de negociação, porque a equidade de género é um valor predominante nas empresas e conheci mulheres brilhantes nesta indústria.

55 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
ORTEGA | FORÚM IBÉRICO NPL
PAOLA

QUALIDADE E INOVAÇÃO

Sabemos que a qualidade garante a entrega constante de valor aos clientes da empresa, enquanto a inovação impulsiona a criação desse valor de novas perspetivas, ou seja, juntas são uma poderosa combinação. Empresas que investem em qualidade e inovação estão positivamente posicionadas na resolução de problemas, adaptam-se melhor às mudanças do mercado e obtêm uma maior vantagem a longo prazo. Para uma empresa obter sucesso e sustentabilidade a qualidade e inovação são dois pilares fundamentais. A qualidade está então associada à capacidade que uma empresa tem de responder ou superar as expectativas dos seus clientes, para entregar os seus produtos ou serviços, respondendo com altos padrões de excelência. Ou seja, tudo isso passa por garantir consistência e confiança aos seus clientes.

A capacidade de inovação faz com que as empresas possam trabalhar no desenvolvimento de novos produtos, serviços, processos ou modelos de negócios que aportem valor aos clientes, e essencialmente que se diferenciem dos demais e acaba por influenciar positivamente o crescimento económico. Já a inovação chega a ser a chave para a sobrevivência e crescimento das empresas num ambiente de mercado em constante mudança. Nesta edição, a Revista Business Portugal tem o privilégio de destacar um tema tão importante para o mundo empresarial como a qualidade e inovação e como as empresas fazem para responder a esse tópico da melhor maneira.

“INOVA QUALITY HUB”:

UMA INCUBADORA E ACELERADORA

DE NEGÓCIOS DE BASE TECNOLÓGICA ALICERÇADOS NOS PRINCÍPIOS E NUMA CULTURA DA QUALIDADE

A Qualidade, as suas ferramentas e metodologias bem como a inovação, e a diferenciação que proporcionam, são indissociáveis do sucesso das empresas que ambicionam uma presença global competitiva nos mercados mais exigentes, porque ela apoia e suporta o desenvolvimento sustentável, promove o investimento e é facilitadora da livre circulação de produtos e serviços no espaço europeu e mundial.

A Normalização, a Metrologia e a Qualificação - dimensões da qualidade indispensáveis para descrever produtos e serviços e demonstrar que cumprem os requisitos exigidos pelos governos ou pelo mercado - dispõem de um enquadramento institucional designado Sistema Português da Qualidade (SPQ), o qual constitui a infraestrutura e o enquadramento legal para os assuntos da Qualidade em Portugal, cuja gestão constitui o cerne da missão do Instituto Português da Qualidade (IPQ). As prioridades definidas pelo IPQ, neste âmbito, privilegiam o alinhamento com a Agenda Estratégica para a Qualidade 2030, e suportam-se numa visão que prioriza a inclusividade e a participação ativa no incremento e na abrangência do SPQ, bem como a aposta na inovação e na promoção da Qualidade e da Excelência, como instrumentos essenciais ao desenvolvimento do ecossistema da qualidade português.

A concretização deste desígnio, implica uma aposta convicta na integração da Qualidade nas políticas de sustentabilidade, desde logo ao nível dos processos de gestão e da sua reengenharia, bem como das suas ferramentas e metodologias, de modo a proporcionar ganhos de produtividade e melhorar as condições de acesso aos mercados

de maior valor acrescentado, tornando os negócios mais eficientes e mais sólidos, capazes de satisfazer as expetativas das partes interessadas e contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos Cidadãos.

No âmbito desta estratégia e no que concerne à materialização do Eixo das Micro e Pequenas Empresas, o IPQ criou o “INOVA Quality Hub”, uma incubadora e aceleradora de negócios de base tecnológica, que pretendam alicerçar-se nos princípios e numa cultura da Qualidade, bem como nas metodologias e abordagens sistemáticas aos processos de gestão, enquanto dimensões críticas para uma gestão competente, capaz de incrementar a produtividade e a competitividade. Nesse sentido, encontra-se em fase de elaboração uma especificação técnica para a gestão da qualidade e da inovação de start-ups, orientada à eficiência, ao alto rendimento dos processos e à satisfação do cliente, e suporte à sua certificação acreditada –condições essenciais ao processo de aceitação, reconhecimento e internacionalização empresarial. Desta forma, o IPQ pretende proporcionar uma resposta estrutural, duradoura e impactante para a construção de uma economia mais competitiva, mais coesa, mais inclusiva e mais sustentável.

O “INOVA Quality Hub”, enquanto modelo de governação inclusivo, assente na colaboração e interação entre os diferentes atores da cadeia de valor da Qualidade, é crucial para cimentar, com proatividade, um ecossistema inovador e empreendedor, capaz de responder aos atuais desafios, através da promoção, transmissão e disseminação do conhecimento bem como das competências e das boas práticas nacionais, contribuindo para desmitificar a linguagem e os conceitos da qualidade e fomentando a sua integração no quotidiano das start-ups que se projetam de forma cada vez mais relevante na esfera da economia nacional e mundial. Para além dos serviços de incubação comuns, o “INOVA Quality Hub”, apoiado por uma rede de mentores de excelência e de parceiros da envolvente empresarial e académica, irá disponibilizar uma oferta diferenciada e inovadora e alinhará na capacitação em áreas prioritárias como a digitalização e a sustentabilidade, suportados nos princípios, nas metodologias e nas ferramentas da qualidade, estimulando as relações e as sinergias entre os diferentes players em prol do propósito “Qualidade Portugal”.

João Pimentel, Presidente do Conselho Diretivo do IPQ

57 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL ARTIGO DE OPINIÃO

INOVAÇÃO DISRUPTIVA

Para João Serra, diretor-geral para a Investigação & Desenvolvimento do Grupo Tecnimede, a qualidade e inovação, bem como a busca pela excelência demonstram a capacidade da empresa de evoluir e enfrentar os desafios futuros de maneira proativa.

Como é que o Grupo Tecnimede aborda o desafio de manter a qualidade e a inovação em todo o ciclo do medicamento, desde a pesquisa e desenvolvimento até à comercialização, considerando as mudanças rápidas no cenário da saúde e as crescentes exigências do mercado?

Desde a sua fundação, o Grupo Tecnimede suporta a sua estratégia de crescimento em dois grandes pilares, Investigação & Desenvolvimento e Internacionalização, em que a qualidade e a inovação são conceitos sempre presentes em todas as fases do processo. Atualmente, o ambiente empresarial é muito competitivo e em permanente evolução pelo que as empresas têm de estar capacitadas para se adaptarem rapidamente aos desafios para se manterem no mercado. Neste cenário, a gestão da qualidade e a inovação são aspetos centrais no Grupo Tecnimede ao longo de toda a cadeia de valor, desde a investigação e desenvolvimento até à comercialização. A inovação é um fator determinante para o processo de Investigação & Desenvolvimento mas também para a melhoria do desempenho da organização, com criação de valor, diferenciação de produtos e melhoria de processos, aumentando o conhecimento interno e facilitando o acesso a novos mercados. Os sistemas de gestão da qualidade implementados contribuem para o reforço das nossas vantagens competitivas.

De que forma o Grupo Tecnimede integra a inovação tecnológica nos seus processos de pesquisa e desenvolvimento?

O Grupo Tecnimede iniciou as suas atividades de I&D com o desenvolvimento de medicamento genéricos acumulando conhecimento interno em áreas como a tecnologia farmacêutica, química analítica, desenvolvimento clínico, permitindo que com o conhecimento acumulado evoluísse para novos desafios tecnológicos. Actualmente, mantendo o desenvolvimento interno de medicamentos genéricos, o pipeline de I&D do Grupo Tecnimede é caracterizado pelo desenvolvimento dos denomidados value added medicines que através do reposicionamento de moléculas existentes, quer seja por exemplo através da investigação de novas indicações clínicas, combinação de moléculas ou nova via de administração criam, através da inovação, vantagens terapêuticas para o doente como melhor eficácia, métodos mais convenientes de administração e uma maior compliance contribuindo para o sucesso do tratamento. Uma parte significativa do investimento em I&D é também canalizado para a

João Serra, diretor-geral

inovação disruptiva, para a pesquisa de novas entidades moleculares com foco no tratamento de patologias, onde hajam necessidades terapêuticas identificadas, nomeadamente na área do sistema nervoso central e na área dos antibacterianos.

Para o sucesso das atividades de pesquisa e desenvolvimento, as pessoas desempenham um papel central em todo o processo, sendo fundamental existir complementaridade de competências, promoção de um ambiente colaborativo, trabalho de equipa, para que no final possamos criar valor e aumentarmos a competitividade do GTM.

Como é que o Grupo Tecnimede assegura a consistência da qualidade dos seus produtos em diferentes mercados e regiões, considerando os diferentes requisitos regulatórios e culturais?

Assegurar a consistência da qualidade dos produtos em diferentes mercados e regiões, levando em consideração os diferentes requisitos regulatórios e culturais, é um desafio complexo, mas fundamental para o sucesso global da nossa empresa. Num setor tão regulado

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 58
QUALIDADE E INOVAÇÃO | GRUPO TECNIMEDE

como o farmacêutico não há alternativa à realização de uma análise detalhada dos requisitos regulatórios de cada mercado. Isso inclui padrões de qualidade, normas de produção, rotulagem, requisitos de segurança, entre outros. Mas a nossa abordagem define padrões globais de qualidade que excedem os requisitos mínimos de todos os mercados em que a empresa atua. Para isso é muito importante desenvolver os nossos colaboradores, fornecendo-lhes formação regular sobre os padrões globais de qualidade e as especificidades locais. Outro ponto fundamental é estabelecer uma comunicação regular e transparente com as autoridades regulatórias locais para compreender as mudanças nos requisitos e garantir conformidade contínua. Uma estrutura organizacional ágil que possa se adaptar rapidamente a mudanças nos requisitos regulatórios ou culturais, garantindo a conformidade e a consistência é fundamental para internacionalizar com sucesso num ambiente global diversificado.

A qualidade e inovação são valores fundamentais do Grupo Tecnimede. Como é que esses valores se refletem nas relações com clientes e colaboradores?

Qualidade e inovação são alicerces essenciais para construir relacionamentos sólidos e de confiança tanto com clientes como com colaboradores. A busca pela excelência não apenas atende às expectativas presentes, mas também demonstra a capacidade da empresa de evoluir e enfrentar os desafios futuros de maneira proativa. Compreender as necessidades, preferências e expectativas é crucial para equilibrar a inovação com relações de confiança. Ao adotar uma abordagem para obter feedback dos clientes, a empresa pode obter uma visão abrangente e precisa das suas expectativas e necessidades. No caso dos medicamentos, temos a nossa inovação disruptiva focada nas áreas onde existem necessidades médicas não satisfeitas. Não temos um desenvolvimento unicamente orientado pelo feedback que nos fornecem, mas realizamos várias reuniões com peritos e KOLs para discutir o desenho do nosso pipeline. Com esta abordagem é possível reconhecer as necessidades médicas e dos doentes, identificar indicações de maior potencial de mercado e dos factores diferenciadores que é importante assegurar, tomar decisões de forma precoce de go/no-go poupando recursos, e assegurar uma orientação para a estratégia de estudos clínicos. Ao reconhecer e endereçar necessidades médicas não satisfeitas, a empresa está alinhada com o propósito fundamental da indústria farmacêutica, que é melhorar a saúde e o bem-estar dos doentes.

Como a empresa promove a colaboração e o trabalho em equipa entre diferentes unidades e locais, mantendo a integridade, ética e transparência nos processos?

O Grupo Tecnimede tem presença direta, além de Portugal, em cinco outros países: Marrocos, Espanha, Itália, Colômbia e Brasil. O Grupo Tecnimede, abrange praticamente toda a cadeia de valor do medicamento, desde a investigação e desenvolvimento, fabrico industrial, promoção e comercialização, pelo que a interdisciplinaridade entre equipas e áreas de atividade é uma constante no nosso dia a dia. Sendo a I&D e Inovação um dos pilares estratégicos da Tecnimede, é

A busca pela excelência não

apenas atende às expectativas presentes, mas também demonstra a capacidade da empresa de evoluir e enfrentar os desafios futuros de maneira proativa. Compreender as necessidades, preferências e expectativas é crucial para equilibrar a inovação com relações de confiança

fundamental o trabalho em equipa, criar um ambiente colaborativo para que todos as pessoas entendam que fazem parte do processo, que estão interligadas e que precisam de colaborar para atingirmos objetivos comuns. Internamente, a organização do Grupo Tecnimede está assente num conjunto de processos e procedimentos definidos que são transversais a toda a estrutura permitindo a uniformização entre as várias unidades. Quanto a valores como a integridade, ética, trabalho em equipa, são valores transversais a todo o Grupo Tecnimede e que devem orientar as nossas ações. Conhecendo e vivendo com a diversidade cultural de cada um dos países onde estamos presentes, trabalhamos para que os valores e identidade do Grupo Tecnimede sejam vividos da mesma forma nas várias geografias onde estamos presentes. Mas temos consciência que ética e integridade são a base de confiança das equipas e da empresa.

O Grupo Tecnimede destaca-se na produção de medicamentos com fábricas em Portugal e Marrocos. Como é que a empresa equilibra os padrões de qualidade em ambas as localidades?

Operamos em mercados regulamentados e por isso as estratégias de inovação não são muito influenciadas por diversidade geográfica. As empresas internacionais desenvolvem para o mundo. As decisões de investimento em I&D são muito mais influenciadas pela existência de um ambiente económico e regulamentar que recompense o investimento. Muitas das empresas de inovação estão sediadas nos EUA, sendo a principal fonte de medicamentos inovadores.

59 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL GRUPO TECNIMEDE | QUALIDADE E INOVAÇÃO

Sobre qualidade, as empresas farmacêuticas seguem padrões globais estabelecidos, que fornecem diretrizes específicas para a produção, controle de qualidade e distribuição de medicamentos. Além destes, seguimos sistemas robustos de gestão de qualidade, baseado em normas internacionais. Isto ajuda a garantir processos padronizados em todas as instalações de produção, independentemente da localização geográfica. A realização de auditorias regulares em todas as instalações de produção permite garantir a conformidade contínua com os padrões de qualidade e identificar oportunidades de melhoria. O estabelecimento de parcerias locais, como temos em Marrocos, Colômbia, Brasil, pode ser benéfico para entender as nuances do ambiente regulatório de cada país.

Em que moldes o Grupo Tecnimede aborda a sustentabilidade e a responsabilidade social no âmbito da produção farmacêutica e inovação?

A Comissão Europeia considerou, em 2020, o desenvolvimento sustentável da economia e das indústrias como uma das suas estratégias prioritárias. Na sustentabilidade ambiental, a meta será uma redução significativa nas emissões de gases com efeito de estufa até 2030.

De acordo com as orientações da Comissão Europeia as empresas são responsáveis por identificar, mitigar ou eliminar os impactos negativos da sua actividade no ambiente e na sociedade. Nem todas as empresas serão diretamente abrangidas por esta diretiva, dependendo do número de colaboradores e volume de negócio, mas todas deverão rever e avaliar o impacto da sua atividade na sociedade e no ambiente.

O Grupo Tecnimede, sendo uma indústria farmacêutica, tem a possibilidade de contribuir para a sustentabilidade ambiental pela adopção de estratégias que promovam a saúde do ambiente nomeadamente na redução e no tratamento de resíduos, na eficiência energética promovendo a utilização de energias renováveis e diminuição do consumo energético, no processo de reciclagem, na procura e seleção de fornecedores responsáveis, e na redução de desperdícios farmacêuticos. O Grupo Tecnimede procura ter um impacto positivo nas comunidades em que se insere e na sociedade em geral, procurando um crescimento económico apoiado em práticas de gestão éticas e responsáveis. Quanto a iniciativas, temos contribuído para a sustentabilidade ambiental e responsabilidade

social com a aceleração do processo de digitalização e redução do papel; planeamento da instalação de painéis solares na unidade de investigação e desenvolvimento e nas unidades industriais; alguns dos nossos produtos em desenvolvimento, pelas suas características de libertação de fármacos e redução da frequência posológica diminuem a pegada ecológica, inclusivamente as próprias embalagens finais são ajustadas aos produtos para se diminuir o desperdício de blister/cartonagem; diminuição do desperdício farmacêutico através de programas de doação de medicamentos contribuindo para a sociedade e para os que mais necessitam e, simultaneamente, evitando destruição de medicamentos; e promoção de um ambiente de trabalho seguro e saudável.

Como é que o Grupo Tecnimede pretende continuar a liderar em termos de inovação nos próximos anos?

A evolução da tecnologia na área farmacêutica tem sido significativa ao longo das últimas décadas, trazendo avanços importantes em diversas etapas do processo de pesquisa, desenvolvimento, produção e distribuição de medicamentos. Em termos gerais os avanços na compreensão do genoma humano permitiram o desenvolvimento de medicamentos personalizados, ferramentas computacionais permitem analisar grandes conjuntos de dados biológicos e identificar padrões, acelerando a descoberta de novos medicamentos, a Inteligência Artificial permite identificar padrões em grandes bancos de dados, acelerando a identificação de compostos promissores. A Tecnimede não está fora deste processo. Investimos de forma determinada na terapia celular, uma abordagem inovadora na área da medicina que utiliza células vivas para tratar várias patologias. Mas em paralelo ao progresso tecnológico e inovação, há três grandes desafios que temos de resolver como sociedade, mas que resumem o mesmo desafio. A perda de eficiência da I&D tem de ser resolvida. Desde 1950, o número de novas moléculas aprovadas, pela FDA, por mil milhões de USD gastos em I&D, diminui em 50% a cada 9 anos. Por outro lado, o custo de desenvolvimento de novos fármacos não pára de crescer. Finalmente o modelo de financiamento tem de permitir o acesso precoce aos medicamentos mais eficazes, mas mantendo a sustentabilidade dos sistemas de saúde. No nosso caso concreto, as terapias celulares (e génicas) têm um ganho de QALY, medida que capta numa única medida os ganhos em quantidade e em qualidade de vida, em média, cerca de 12 vezes superiores a moléculas químicas e 13 vezes superiores a biológicos. Com orçamentos da saúde anuais, e incerteza no momento da decisão se a terapêutica proporcionará 5 anos, 10 anos ou uma vida inteira de benefícios, é preciso repensar os modelos de financiamentos públicos.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 60 QUALIDADE E INOVAÇÃO | GRUPO TECNIMEDE
www.tecnimede.com/pt

SICGEN: LIDERANÇA E INOVAÇÃO

José Ramalho, cientista e fundador da empresa, em entrevista, partilha insights sobre o universo da SICGEN, refere a notável validação do sucesso e excelência através dos inúmeros prémios recebidos e destaca como desiderato o alcance de novos clientes em diferentes mercados, aumentando assim os canais de distribuição.

A SICGEN Antibodies é uma empresa de biotecnologia especializada no desenvolvimento e produção de anticorpos para investigação em ciências da vida. Como surge a empresa e que balanço faz da sua trajetória de 16 anos?

A SICGEN Antibodies é uma empresa europeia especializada no desenvolvimento, produção e comercialização de anticorpos policlonais para investigação em Biologia Celular. Fundada em 2008 como uma spin-off da Universidade por mim, cientista português da Universidade NOVA de Lisboa e dois outros sócios. A empresa sediada no BIOCANT PARK, em Cantanhede, opera com uma Unidade de Produção equipada com espaço laboratorial e biotério, capaz de produzir anualmente centenas de anticorpos desenvolvidos em cabras (Capra hircus).

A SICGEN utiliza tecnologia de ponta na área da biotecnologia para o desenvolvimento de anticorpos policlonais mantendo os mais elevados padrões de qualidade a preços competitivos. O portfólio da empresa inclui anticorpos policlonais que têm demonstrado sucesso em diversas áreas da investigação em Ciências da Vida.

Durante todos estes anos de trabalho como investigador em Ciências da Vida, especialmente durante minha estadia em Londres, durante meu doutoramento (1997-2001), observei uma escassez deste tipo de ferramentas, e uma falta de empresas dedicadas ao seu desenvolvimento e produção na Europa. Ao retornar a Portugal, tomei a decisão de fundar a SICGEN Antibodies para preencher essa lacuna de mercado.

A SICGEN utiliza tecnologia de ponta na área da biotecnologia para o desenvolvimento de anticorpos policlonais mantendo os mais elevados padrões de qualidade a preços competitivos

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SICGEN | QUALIDADE E INOVAÇÃO
José Ramalho, Cientista e Fundador

Como avalia o posicionamento da SICGEN num mercado cada vez mais global e competitivo? Que fatores distinguem a empresa e que valores são cruciais na vossa performance e filosofia?

A missão da empresa é desenvolver e aplicar tecnologia para a produção de anticorpos policlonais em caprinos, visando a comercialização para uso em investigação. A meta, a médio prazo, é liderar o mercado nacional e tornar-se uma referência internacional no desenvolvimento e produção de anticorpos policlonais para as Ciências da Vida.

O sucesso da empresa decorre do foco em áreas de nicho, preenchendo lacunas no fornecimento de anticorpos de alta qualidade. Os anticorpos têm ampla aplicação em biologia celular, bioquímica e imunologia, impulsionando o crescimento da indústria. A SICGEN continua a evoluir, melhorando a qualidade, especificidade e reprodutibilidade de seus anticorpos através de colaborações com investigadores, profissionais da indústria e organismos reguladores.

Para reduzir custos e aumentar a escalabilidade, foi adotada a produção em animais caprinos, mantendo a qualidade. Rigorosos protocolos de validação são mantidos, garantindo transparência nos dados. Ao priorizar especificidade e reprodutibilidade, a SICGEN conquistou a confiança dos investigadores, destacando-se de concorrentes estagnados pela falta de inovação e qualidade.

A SICGEN é especializada na produção de anticorpos para objetivos científicos. Como e onde está a ser usada a vossa produção? Que utilização é dada aos anticorpos? Quais são as áreas de pesquisa ou mercado-alvo em que anticorpos são mais utilizados?

A investigação em biologia celular depende fortemente de reagentes específicos e confiáveis, como anticorpos, para sondar e elucidar mecanismos celulares. Os anticorpos policlonais oferecem vantagens distintas, proporcionando uma gama mais ampla de reconhecimento de epítopos em comparação com os anticorpos monoclonais, podendo reconhecer a mesma proteína alvo de espécies diferentes. Por exemplo, anticorpos contra proteínas fluorescentes, tais como Green Fluorescent Protein, mCherry e tdTomato, têm destaque em publicações de investigação como Nature, Cell e Science. Alguns destes anticorpos estão referenciados em mais de uma centena de artigos cintíficos publicados. À data, a SICGEN oferece uma linha de produtos composta por mais de 300 produtos, utilizados principalmente em técnicas bioquímicas como Western Blotting, Imunofluorescência, Imunocitoquímica e ELISA.

Quais são os processos e tecnologias utilizados na produção dos anticorpos? Quais são os critérios considerados ao desenvolver novos produtos ou expandir o portfólio de anticorpos?

O desenvolvimento e produção de anticorpos policlonais englobam diversos processos e tecnologias, desde a produção do antigénio até a caracterização do anticorpo por meio de várias técnicas bioquímicas. Isso inclui manipulação de DNA, síntese de proteínas recombinantes, métodos cromatográficos, eletroforese, cultura celular, microscopia, Western blot, imunofluorescência, ELISA, FACS, entre outras. Estas etapas beneficiam dos avanços em biologia molecular, genómica e biotecnologia.

Sendo uma spin-off de uma instituição acadêmica com fundador investigador, é relativamente fácil para a equipa identificar e concentrar-se na produção de anticorpos com maior procura. A capacidade de antecipar com sucesso a evolução de algumas áreas-chave de estudo científico resulta numa vantagem competitiva.

Desde 2008, a SICGEN conquistou 25 prémios nacionais e internacionais. O que representam estes prémios e distinções? De que forma estes reconhecimentos impactaram a empresa, tanto internamente quanto na perceção do mercado?

Os prémios conquistados, nos últimos quatro anos, representam uma notável validação do sucesso e excelência da SICGEN no desenvolvimento e produção de anticorpos. Esses reconhecimentos abrangem, não apenas a qualidade dos produtos, mas também as contribuições para avanços científicos, boas práticas de negócios e inovação, entre outros.

O impacto desses prémios é significativo para a empresa em vários aspetos. Eles solidificam a reputação da SICGEN na comunidade científica e no mercado, sendo cruciais para estabelecer parcerias, atrair talentos e ganhar a confiança dos clientes. Além disso, os prémios podem chamar a atenção de investidores, parceiros comerciais e outras partes interessadas, facilitando oportunidades de financia-

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E INOVAÇÃO | SICGEN
QUALIDADE

Os prémios conquistados, nos últimos quatro anos, representam uma notável validação do sucesso e excelência da SICGEN no desenvolvimento e produção de anticorpos. Esses reconhecimentos abrangem, não apenas a qualidade dos produtos, mas também as contribuições para avanços científicos, boas práticas de negócios e inovação, entre outros

mento e parcerias estratégicas. Internamente, o reconhecimento fortalece a moral e a motivação da equipa, gerando orgulho entre os colaboradores. Destacando a SICGEN como líder e inovadora, os prémios diferenciam a empresa da concorrência, influenciando positivamente na obtenção de contratos, colaborações e clientes.

Em resumo, esses prémios e distinções validam as realizações da SICGEN, consolidando a sua posição como líder no setor e contribuindo para seu contínuo sucesso tanto internamente quanto na percepção do mercado.

Portugal tem aumentado o investimento em investigação científica e tecnológica, com uma ênfase crescente na biotecnologia. Quais os passos que têm que ser dados para que o nosso país se torne mais competitivo em biotecnologia?

Várias medidas e passos estratégicos podem ser considerados, tais como:

• Alocar recursos substanciais para financiar programas de I&D em biotecnologia, incentivando parcerias entre instituições académicas e empresas;

• Oferecer subsídios e incentivos fiscais para empresas que investem significativamente em I&D;

• Investir em instalações laboratoriais e equipamentos de última geração;

• Facilitar o acesso a financiamento empresas de biotecnologia;

• Estimular colaborações entre empresas e instituições de investigação;

• Estimular a criação de spin-offs e startups.

Qual a estratégia desenhada para que a SICGEN se torne, cada vez mais, o fornecedor mundial de anticorpos policlonais e produtos e serviços relacionados a anticorpos com a melhor qualidade e os preços mais competitivos? Que objetivos estão no horizonte?

A SICGEN continuará a desenvolver, produzir e comercializar novos anticorpos, a fim de preencher diversas lacunas neste setor. Será aumentado o investimento em I&D com a abertura de um novo laboratório dedicado ao desenvolvimento e investigação. Além disso, tentaremos alcançar novos clientes em diferentes mercados, aumentando os nossos canais de distribuição e implementando o nosso programa de amostras.

sicgen.pt

antibodies@sicgen.pt • www.antibodies@sicgen.pt

63 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
ANTIBODIES
SICGEN | QUALIDADE E INOVAÇÃO

UMA ARQUITETURA MODERNA E SUSTENTÁVEL

Os Arquitetos Rui B Ribeiro e Diogo B Carvalho revelam a sua paixão, sublinhando que querem marcar com os seus traços e ideias criativas uma arquitetura moderna, sustentável e ecológica.

Falem-nos como surgiu o projeto da Carvalho Ribeiro Arquitetos e qual a vossa visão acerca do percurso que têm traçado.

O atelier Carvalho Ribeiro arquitetos surge da sociedade entre os arquitetos Diogo B Carvalho e Rui B Ribeiro, localizado em Vila Nova de Cerveira, de onde somos naturais. Sobre o nosso percurso profissional, podemos dizer que, até ao momento, foi a nossa formação académica, a passagem por outros gabinetes de arquitetura, onde fomos colaboradores, e que muito nos prepararam, como, o atelier Branco Cavaleiro Arquitetos, o atelier Ergocirculo e Belvedere Capital (Gran Canaria) que nos dão origem, com todas a ambições de dois jovens arquitetos, que querem marcar com as suas linhas, traços e ideias criativas uma arquitetura moderna, sustentável e ecológica. Os projetos de arquitetura devem ser sempre uma forma de expressão de um arquiteto, pois investimos muito do nosso tempo a pensar, criar e projetar, tornando-se natural, que essas expressões se reflitam na estética, funcionalidade e contexto de todos os nossos projetos, ambos influenciados pela própria experiência, estilo pessoal, valores e aspirações, mas, no final, sempre coerentes com a nossa linha.

Quais são os principais tipos de projetos que o atelier realiza e em que setores ou segmentos de mercado estão focados?

Os projetos surgem, principalmente, do cliente do setor privado e a grande maioria são Edifícios de Habitação Unifamiliar, contudo, temos projetos como Edifícios de Habitação Multifamiliar, Empreendimentos Turísticos – Hotéis/Aldeamentos Turísticos, Equipamentos Desportivos, entre outros. No entanto, na Habitação Unifamiliar, temos várias vertentes de construção, tais como, a construção tradicional, a construção em madeira e a construção modular, como por exemplo, construção em ‘LSF’ ou construção em containers

Quais são os principais princípios de sustentabilidade que o atelier incorpora nos seus projetos, e como se refletem nas decisões de design?

A arquitetura, do presente e do futuro, não pode nem deve fugir a conceitos como a ecologia e a sustentabilidade. Reconhecemos o papel significativo que os edifícios desempenham no consumo total de energia na EU, a arquitetura, concebida, produzida e criada por nós, visa, obrigatoriamente, os princípios da diretiva Europeia 2010/31/ EU. Assim, o CarvalhoRibeiroarquitetos, tem, nos seus projetos, presente o conceito de Passivhaus (Casa Passiva), onde é uma das soluções para o cumprimento das normas estabelecidas, que resulta em edifícios de elevada eficiência energética e elevado conforto térmico interior, com o objetivo final de reduzir o consumo de energia e as emissões de carbono associadas à vida e construção de edifícios.

Quais são os projetos mais significativos ou desafiadores em que o atelier esteve envolvido e qual foi o resultado alcançado? Qual o projeto de sonho que gostariam de desenvolver?

Todos os projetos têm sempre um significado próprio e todos são desafiadores à sua medida, desde a morfologia e característica do próprio terreno à exigência do programa estabelecido pelo requerente. Contudo, existem projetos que elevam os níveis de desafio, como o projeto de uma habitação unifamiliar T6 projetada com nove contentores marítimos, sistema de construção em containers, localizada em Mussulo – Angola; o projeto de um empreendimento turístico, localizado na Herdade da Bouça em Vila Nova de Cerveira, onde estão projetados todos os tipos de obra, desde a reabilitação e ampliação do edifício existente, a implantação de bungalows, a reconstrução dos moinhos existentes e ainda a construção de um edifício para eventos; o projeto de um Hotel – Restaurante & SPA em Vila Nova de Cerveira, com uma vista privilegiada sobre o rio Minho e capacidade para 70 unidades de alojamento. Entre outros projetos, que estão ‘em cima da mesa’, mas que neste momento não podemos revelar, contudo são projetos que ambicionamos e que podem impulsionar o nosso atelier.

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QUALIDADE E INOVAÇÃO | CARVALHO RIBEIRO ARQUITETOS
Diogo B Carvalho e Rui B Ribeiro, Arquitetos

BRANDS POWER

Num mundo cada vez mais interligado e competitivo, as marcas desempenham um papel fundamental na construção da confiança do consumidor, diferenciação e no seu sucesso comercial. O impacto das marcas é uma força dinâmica que impulsiona cada vez mais a economia a nível global. Desde as grandes corporações multinacionais até às pequenas startups inovadoras, cada empresa acaba por procurar estabelecer uma marca poderosa no mercado que se destaque para o seu público-alvo de forma a deixar uma boa impressão no mercado e tornar assim a concorrência mais desafiante. As marcas cada vez primam mais por representar qualidade, identidade e, acima de tudo, confiança. Mais do que simplesmente apresentar um logótipo elas despertam o lado emocional do cliente e acabam por construir relações sólidas com os seus consumidores. Ou seja, o power de uma marca acaba por ir além do seu valor comercial. Todo o consumidor tem a sua marca de eleição num certo produto, sendo isso uma demonstração de confiança do consumidor na marca de eleição, sendo assim uma expressão do compromisso, da visão e dos valores da empresa por trás dela. Nesta edição, a Revista Business Portugal tem o gosto de explorar como as marcas alcançam poder através das experiências de empresas dos mais diversos setores e, que cada vez mais, estão a transformar o mercado, marcas essas que transparecem confiança e que se preocupam com os seus clientes.

POTENCIAR A ECONOMIA VERDE

Carlos Gabirro, CEO da Biostasia, em entrevista, destaca o posicionamento da empresa, os produtos e técnicas, bem como os desafios e oportunidades para este ano de 2024.

Criada em 2004, hoje, a BIOSTASIA está no Top5% das Melhores PME de Portugal no setor. Como avalia o atual posicionamento da empresa?

A BIOSTASIA é hoje uma empresa de inovação e desenvolvimento para o mercado do Resíduo Zero! A prestar serviços de controlo de pragas urbanas (escaravelho da palmeira, lagarta do pinheiro, entre outros) ou na comercialização de produtos Resíduo Zero para o setor ambiente e agrícola. Esses são 5 dos 9 valores que acompanham a evolução e crescimento da BIOSTASIA. Passados 20 anos continuamos a procurar satisfazer as necessidades ambientais pela apresentação de soluções ecológicas, ambientalmente seguras, baseadas na fundamentação técnica, respeitando assim o compromisso com o nosso cliente. E, ser fiel, fiel aos nossos princípios de sustentabilidade ambiental (Resíduo Zero), fiel ao nosso cliente e ao consumidor final. Somos uma empresa 100% portuguesa a trabalhar essencialmente para o mercado nacional.

A aposta na Investigação, Desenvolvimento e Inovação e a busca por melhores soluções de Resíduo Zero tem resultado na criação de novos produtos e técnicas. Quais se destacam?

Com mais de 60 produtos em catálogo, trabalhamos especialmente com nanotecnologia, ou seja, soluções baseadas numa combinação única de ácidos orgânicos de origem natural que visam melhorar a assimilação de macro e micronutrientes de um modo passivo, com poupança de energia; biofertilizantes, ou seja, produtos que promovem a biodeversidade microbiana do solo, tendo a capacidade de aumentar a disponibilidade e consequente absorção de nutrientes por parte das plantas; microorganismos benéficos, que contribuem para um controle biológico de pragas e doenças, por exemplo; e usamos óleos essenciais e extratos naturais, pois a maioria são ricos em matéria orgânica, alguns são ricos em micronutrientes e nutrientes essenciais, outros em aminoácidos e outros ainda têm propriedades que ajudam a controlar os insetos, fungos, bactérias, repelentes ou desinfetantes que conferem proteção às culturas quando usados.

Têm planos para o lançamento de novos produtos? Que desafios e oportunidade se adivinham?

O desafio é a desmitificação dos conceitos no produtor: esclarecer e ajudar a compreender que a qualidade e o preço destas soluções estão salvaguardados e que permitem satisfazer as atuais exigências

do cliente final (especialmente nas grandes superfícies), manter e aumentar a produção e a qualidade dos seus produtos.

Na BIOSTASIA temos produtos em desenvolvimento e melhoria que podem surgir a qualquer momento. Assim, destaco:

• No passado mês de fevereiro apresentámos uma solução inovadora para o controlo do Cancro do Castanheiro, com testes comprovados em campo, de forma rápida, segura e eficaz face à solução atual.

• Vamos manter o focus no controle do Fogo Bacteriano, que representa um desafio constante e preocupante para os pomares nacionais e que tem levado a perdas significativas na produção afetando a subsistência dos agricultores, temos uma representação exclusiva em Portugal do Blossom Protect, um biobactericida e fungicida preventivo especialmente formulado para combater o fogo bacteriano de forma eficaz com resultados altamente positivos, ao mesmo tempo que minimiza o impacto no meio ambiente e na saúde humana.

• Vamos lançar em breve o Girassol Meta+, um bioestimulante constituído por um consórcio único de microrganismos estimuladores de plantas, alivia o stress biótico e abiótico e aumenta os mecanismos de defesa naturais das plantas de modo a suprimir doenças causadas por agentes patogénicos, vai ter um papel importante nas hortícolas.

Qual a estratégia para ser cada vez mais um aliado para tonar o setor agrícola mais amigo do ambiente?

Os produtos BIOSTASIA são produtos Resíduo Zero, o que significa a conservação do planeta e uma produção sustentável, que visa proteger a qualidade de vida das gerações futuras. É um catálogo completo de soluções, seja para fertilização ou proteção, todo ele em modo Resíduo Zero. A produção em modo Resíduo Zero visa níveis de produção e rentabilidade excecionais e com o mínimo de contaminação ambiental. Produção em modo sustentável, o resíduo zero e/ou o modo ecológico, permite contribuir para uma maior qualidade de vida, mais saudável, com menos doenças. Reconhecendo que a agricultura é uma atividade com algum impacto ambiental, a BIOSTASIA procura ser um aliado para tonar este setor mais amigo do ambiente. A aposta assenta assim na produção ecológica sem recorrer a pesticidas.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 66 BRANDS POWER | BIOSTASIA
www.biostasia.com
Carlos Gabirro, CEO

DOIS NEGÓCIOS VIVIDOS COM PAIXÃO E INTELIGÊNCIA

EMOCIONAL

Clementina Nazário é o rosto da Lilith e da Dekpool, duas empresas em áreas de negócio bem distintas, mas que têm em comum, o gosto pela inovação e por surpreender os clientes com produtos de qualidade e excelência.

A Lilith, uma inovadora marca de lingerie é o seu novo projeto. Este é um verdadeiro exemplo de empreendedorismo onde a feminilidade impera. O que a levou a criar a Lilith?

A criação da Lilith foi impulsionada por uma paixão pessoal, oferecendo não apenas peças bonitas e confortáveis, mas também celebrando a feminilidade, de forma autêntica e inclusiva, com peças diferenciadas. A certa altura, percebi uma oportunidade de criar um espaço, onde as mulheres se sentissem empoderadas e confiantes, não apenas ao usar as peças, mas também ao identificarem-se com os valores e a visão da marca.

O universo feminino refere-se ao conjunto de experiências, perspetivas, desafios e realizações que são específicos das mulheres numa sociedade. A Lilith reflete todos esses fatores, bem como a paixão e inteligência emocional da Clementina?

Sim, definitivamente. A marca Lilith, ao celebrar a feminilidade, de forma autêntica, abraça e reflete o universo feminino na sua totalidade. Isso significa reconhecer e representar as diversas experiências, perspetivas, desafios e realizações que são específicos das mulheres em uma sociedade. Além disso, a minha paixão e inteligência emocional certamente se refletem na marca, pois essas qualidades podem influenciar não apenas a estética e a qualidade dos produtos, mas também a mensagem e a missão da empresa. De certa forma, posso ter incorporado a minha própria compreensão das necessidades e aspirações das mulheres na minha visão para a Lilith, tornando-a mais do que apenas uma marca de lingerie, mas também num símbolo de empoderamento e conexão feminina.

Em relação à Lilith, o que podemos esperar da nova coleção? Quais são as perspetivas e ambições para o futuro em relação à marca?

Na nova coleção da Lilith, podemos esperar uma abordagem inovadora e inspiradora da feminilidade. A marca vai continuar a oferecer peças que combinam elegância, conforto e estilo, mas com um toque contemporâneo e único. Pode haver uma variedade de designs que celebram a diversidade do corpo feminino, garantindo que todas as mulheres se sintam representadas e bonitas. Além disso,

a nova coleção pode incorporar elementos de sustentabilidade e consciência social, refletindo o compromisso da Lilith com questões importantes além do mundo da moda. No geral, podemos esperar uma coleção que não apenas atenda às expectativas de qualidade e beleza, mas que também transmita uma mensagem poderosa de empoderamento e autenticidade feminina.

Quais são as perspetivas e ambições para o futuro em relação à marca?

A marca pretende continuar a inovar nos seus produtos nos designs, introduzindo novos estilos, tecidos e tecnologias que atendam às necessidades e preferências dos consumidores.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 68 BRANDS POWER | DEKPOOL

Estamos a considerar expandir a nossa presença para lojas físicas e, talvez mais tarde, para mercados internacionais. A Lilith pretende explorar parcerias com outras marcas ou designers, colaborando em coleções exclusivas que atraiam novos públicos.

Na qualidade de CEO da Dekpool, uma empresa especialista na construção, reabilitação e montagem de todo o tipo de piscinas, como descreve a trajetória da empresa e o seu posicionamento?

A Dekpool foi fundada com a visão de se tornar uma referência na construção, reabilitação e montagem de piscinas de alta qualidade. Desde o início, a empresa estabeleceu um compromisso com a excelência, a inovação e o serviço ao cliente.

A inovação marca o ritmo da empresa e está verdadeiramente no seu core. Um dos muitos produtos inovadores que a empresa disponibiliza refere-se às Pastilhas Eco com luminescência iridescência e tecno. Quais são as mais-valias da aplicabilidade deste produto? Que outros produtos gostaria de destacar?

Sim, por norma, todos os anos, tentamos lançar um produto/ revestimento novo. Este ano, como não podia deixar de ser, lançámos as Pastilhas Eco com luminescência, iridescência e tecnologia oferecem várias vantagens em termos de aplicabilidade e funcionalidade.

O facto de serem pastilhas “Eco” sugere que são fabricadas com materiais e processos que minimizam o impacto ambiental, contribuindo para a sustentabilidade. A base desta pastilha é de vidro plano, transparente e 100% reciclado. O facto de a peça ser arredondada nos cantos também facilita a instalação. Outra vantagem é a nossa produção digital. Graças a vários fatores ao nível da produção, o desenho ou o grafismo das peças nunca desaparece. O tipo de suporte utilizado, o PVC, é também uma enorme vantagem. As tesselas são unidas através da ponta, por isso, mesmo que a junta salte, as peças não saltam.

Na gama IN LUMINISCENCE é, como o nome indica, uma carga luminescente que é aplicada ao mosaico, de modo que, após uma carga de luz solar ou de luz artificial, esse mesmo mosaico, à noite, se ilumine. A carga luminescente é feita em pó, uma vez só, dura aproximadamente 15 a 20 anos. Mas as peças têm de ser carregadas todos os dias, quer com luz artificial quer com luz natural. O efeito luminescente dura todas as noites durante 2 a 3 horas.

Na gama A IRIDISCÊNCIA é um efeito que se adiciona ao mosaico vítreo para que, durante o dia, com o sol a incidir sobre o mosaico na piscina ou onde quer que seja, a peça de grés brilhe muito mais. A iridescência é um efeito SHINY, que faz com que o mosaico, bem orientado e focado no sol, brilhe muito mais do que o mosaico brilhante normalmente produzido. O efeito iridescente é também designado por efeito NACAR ou efeito madrepérola. As referências KIDAKO & ATAI LUMINISCENTE são luminescentes digitais. Ou seja, à noite vê-se o digital no seu desenho.

ATAI LUM e KIDAKO LUM são referências digitais com 5% de luminescência digital. Não só é luminescente e ilumina-se à noite, como também a peça emite o seu design luminescente digital. Todos

os outros luminescentes até à data apenas emitem cor. O luminescente digital dá cor e gráficos luminescentes.

A Dekpool participa frequentemente em feiras internacionais, qual o impacto que essas presenças trazem para a marca? Que novidades estão a preparar para a estação do verão que se aproxima?

Eu não diria “participa”, mas sim visita. As feiras internacionais proporcionam uma plataforma para expor produtos e serviços a um público global, aumentando a visibilidade e alcance do mercado internacional. As feiras internacionais são palcos ideais para lançar novos produtos ou apresentar inovações tecnológicas. Se queremos estar sempre atualizados, estas feiras são excelentes oportunidades para estabelecer contactos com potenciais, parceiros comerciais e distribuidores, o que pode levar a novas oportunidades de negócio e parcerias estratégicas. Este ano são as Pastilhas Eco com luminescência iridescência e tecno.

E alguns produtos de gama alta, tais como os chuveiros personalizáveis em bamboo, que nos permite efetuar cerca de 90 combinações diferentes, as nossas fontes tambem personalizadas, entre outros.

No próximo mês de abril, a Dekpool vai inaugurar um armazém em Alcácer do Sal com 900 metros quadrados, quais são as vantagens dessa abertura para a marca? E quais são os planos e objetivos para o futuro?

Não sei se será já em Abril, será quando estiver pronto. Esta zona em específico é uma zona que há cerca de três anos tem-se desenvolvido muito a nível de construção civil. E como nós estamos a construir também, e a oferta é pouca, para nós faz certamente sentido estarmos perto dos nosso clientes e parceiros e continuar a inovar neste mercado.

69 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL DEKPOOL | BRANDS POWER

CHOCOLATE BLESS: PAIXÃO PELO SABOR

Brigitte Bless trouxe a sua prática de chocolateira, diretamente da Suíça, para abrir, na Nazaré, a sua própria fábrica – a Chocolate Bless. A produção, o fator artesanal, a inovação e paixão são os segredos dos chocolates, como nos diz Brigitte Bless, em entrevista à Revista Business Portugal.

Qual foi a inspiração por trás da escolha do nome “Chocolate Bless” para a sua marca, e como é que acredita que ele reflete a qualidade e excelência dos seus produtos no mercado de chocolates artesanais? De que forma a sua experiência no mercado suíço a ajudou a impulsionar a sua marca?

Inicialmente, escolhi um nome em português, mas um publicitário convenceu-me de que deveria escolher um nome com uma sonoridade mais anglosaxónica. Ele mostrou-me que o meu sobrenome Bless é uma bênção, ao contrário do que se poderia pensar. O nome tem origem na suíça alemã e foi assim que a marca Chocolate Bless nasceu.

O slogan da Chocolate Bless é “Onda de emoção”. Como é que esse slogan reflete a experiência única que a sua marca proporciona aos consumidores? Tratando-se de uma marca que harmoniza os famosos chocolates suíços com os sabores portugueses como avalia a relação emocional dos consumidores com a marca?

O logotipo representa a onda da Nazaré, onde moro. Reflete o ponto máximo dos surfistas, é vivo, poderoso e transmite muita emoção. Eu queria transmitir essa emoção com o chocolate suíço combinado com produtos regionais refinados, delicados e refrescantes como a Ginja, o Porto, as laranjas, os limões, a flor de sal de Rio Maior, a verbena e muitos outros.

Com uma variedade impressionante de 26 sabores de bombons, como é que seleciona e desenvolve essas combinações únicas de ingredientes para garantir que cada produto transmita a excelência e originalidade da Chocolate Bless?

Eu diria que tenho chocolates criados por amor à primeira vista. Quando encontro uma especiaria, um chá, um licor, uma fruta ou outro ingrediente que me agrada, imediatamente penso como realçá-lo neste chocolate suíço sedoso e cremoso, seja ele negro ou de leite. As minhas ganaches são todas muito naturais.

Nunca esqueci a frase de um dos nossos grandes chefs suíços que diz «nunca mais do que três ingredientes para não perturbar o paladar”. É isso que aplico nas minhas misturas, o mínimo de

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 70 BRANDS POWER | CHOCOLATE BLESS
Brigitte Bless

Quando encontro uma especiaria, um chá, um licor, uma fruta ou outro ingrediente que me agrada, imediatamente penso como realçá-lo neste chocolate suíço sedoso e cremoso, seja ele negro ou de leite

ingredientes possível para não nos perdermos na degustação.

Não consigo conter-me em criar cada vez mais bombons. Quando se ama, não se conta.

Dada a diversidade de sabores, desde avelãs crocantes a ganache de chocolate infundido com grãos de café arábica, como é que a Chocolate Bless se mantém inovadora no mercado, respondendo às tendências e preferências dos consumidores ao longo do tempo?

Deixo-me levar pelas descobertas, o meu último bombom é um chocolate negro Rio Huimbi 62%, vindo de Madagáscar, recheado com uma mistura de tangerina cristalizada temperada com aguardente XO da Quinta Sanguinhal.

Um sabor ou um aroma são suficientes para fazer a minha imaginação vibrar.

Olhando para o futuro, como é que vê o papel da Chocolate Bless na liderança do mercado de chocolates artesanais? Quais são os desafios e oportunidades que identifica, e como é que a sua marca pretende destacar-se continuamente na oferta de qualidade e excelência aos consumidores?

O futuro passa por manter o rigor e a precisão, sem esquecer a fantasia e, sobretudo, a alegria de trabalhar, criar e partilhar com a minha colega Annabelle, que também não tem falta de ideias.

Tudo isto permitiu-nos abrir a nossa primeira boutique nas Caldas da Rainha, e ver os nossos produtos em locais de sonho como a Quinta do Tedo no Douro, onde podem encontrar os nossos chocolates, com os sabores dos produtos da Quinta, nos quartos, na sala de provas e à mesa do restaurante; na Quinta Sanguinhal, na região de Lisboa, os nossos chocolates são personalizados com os vinhos e bebidas espirituosas da casa, e estão à venda na boutique; no hotel Quinta da Comporta, os nossos chocolates encontram-se nos quartos e na boutique, e o nosso bolo Truffé Suisse faz parte do menu de sobremesas.

Manter a Chocolate Bless na cena do chocolate nos próximos anos significa participar em mais feiras, abrir mais boutiques de chás, levar os nossos chocolates a mais hotéis, restaurantes e spa’s com a nossa infusão de cacau, simples ou acompanhada de plantas medicinais ou frutos secos e, assim, levar a nossa onda de emoção mais longe, alcançando novos horizontes, novos clientes e transmitindo sempre a nossa paixão pelo sabor.

info@chocolatebless.com

www.chocolatebless.com

71 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL CHOCOLATE BLESS | BRANDS POWER

KIBOM: 50 ANOS DE TRADIÇÃO

Com muita tradição e uma confeção de excelência, no dia 7 de abril de 2024, a Confeitaria e Pastelaria Kibom completa 50 anos. Estivemos à conversa com Fátima Salgado, bisneta da criadora da especialidade regional conhecida como Bolinhol e, atualmente, a 4ª mãe deste fabrico. Fátima falou-nos da história por de trás da marca e de como o Bolinhol (Pão-de-Ló coberto de Vizela) é a principal referência do fabrico antigo e pode ser saboreado na Casa do Bolinhol/Kibom.

Confeitaria e Pastelaria Kibom

Há 50 anos, Maria da Conceição da Silva Ferreira inaugurou a Confeitaria e Pastelaria Kibom. Conceição Ferreira, “uma senhora sábia e sempre à frente do seu tempo”, começou a confecionar a receita da avó no Brasil, onde viveu com o marido, em finais da década de 60.

Fátima Salgado refere que, devido à reação daqueles que saboreavam o doce e ao facto de os irmãos mais novos terem uma predileção pelos gelados da marca brasileira com o mesmo nome, surgiu o nome Kibom. Ao provar o bolo, os clientes brasileiros diziam de forma instantânea a expressão: “Qui bom!”, como uma maneira de agradecer e, acima de tudo, expressar a sua satisfação pelo doce. Quando regressam a Portugal, o casal decide utilizar essa mesma expressão para nomear o estabelecimento.

A especialidade do Bolinhol

Joaquina P. Ferreira da Silva (bisavó da nossa entrevistada) foi a criadora do doce em formato retangular cuidadosamente coberto

com calda de açúcar. Por se tratar de um doce com alguma fragilidade e com vista a transportá-lo para as festas e romarias que frequentava, a doceira decide envolvê-lo em panos de linhol (linho tosco a que era dado o nome de linhol). Assim nasce o Bolo-do-linhol, ou Bolinhol de Vizela, que se caracteriza pela cobertura de açúcar, pelo formato retangular e por ser menor que a tradicional rosca de Pão-de-Ló. O passar dos anos não alterou o sabor da especialidade. Ainda nos dias de hoje, o Pão-de-Ló coberto de Vizela Kibom não deixa indiferente quem o prova. Mesmo com todas as alterações do mercado e a vulgarização dos corantes e conservantes, Fátima garante que continua fiel aos sabores de uma memória coletiva. O Bolinhol Kibom é confecionado a partir dos melhores ingredientes, sem a utilização de sabores artificiais: “Todo o nosso fabrico consolida o nome da nossa casa, Casa do Bolinhol, Memória do Doce... porquê? Só usamos ovos puros, de casca, não pasteurizados, gramagem certa, letra sempre igual; açúcar e farinha da melhor qualidade. Respeitamos assim o cheiro e sabor de antigamente”, tornando-se assim uma marca característica da região de Vizela.

O legado da tradição

Neste momento, o legado da família está com Fátima Ferreira Salgado e com a filha, que abraçam com paixão, carinho, responsabilidade e, acima de tudo, muita admiração este legado gastronómico, assumindo assim um compromisso de vida que juntas tencionam “preservar, proteger e divulgar”.

Fátima Salgado com o mesmo entusiasmo da bisavó partilha um pouco por todo o país a autenticidade do Bolinhol. Nada melhor que visitar o nº 431 da Rua Dr. Abílio Torres onde se mantém o verdadeiro sabor da tradição.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 72 BRANDS POWER | CASA DO BOLINHOL - KIBOM
253 587 527 (chamada para rede fixa nacional) kibom@casadobolinhol.pt
Fátima Salgado

O MARKETING PARA 2024... E 2025

Em 2024 e com o lançamento do Marketing 6.0 (idealizado por Philip Kotler, Hermawan Kartajaya e Iwan Setiawan) na qual o futuro é imersivo, é de constatar que existe uma grande discrepância na abordagem do marketing por parte das empresas. Se por um lado, temos negócios que apostam na IA, experiência de dados e de utilizadores, conteúdos personalizados e o foco na experiência de qualidade entre marca, consumidor e mercado, por outro lado temos ainda muitos negócios que ainda utilizam o marketing abaixo do seu potencial e o que pode oferecer a curto, médio e longo prazo.

O Marketing 6.0, focado na criação de experiências imersivas para os consumidores, é impulsionado por tecnologias disruptivas como a Realidade Aumentada, Realidade Virtual e o Metaverso, que abriram um leque de possibilidades para as empresas e na forma como interagem com o mercado e com tecnologias disruptivas que surgem e que vão continuar a existir nos próximos tempos.

Perante um mundo do marketing que está em constante evolução, e para nos mantermos competitivos dentro e fora do nosso mercado, é importante estar atento às tendências e comportamentos do mercado, do ser humano e evolução tecnológica, nas quais salta à vista:

1. Inteligência Artificial (IA) é uma das principais tendências/confirmações nos próximos anos, com benefícios associados à automatação de tarefas, experiências personalizadas para o

clientes e comunidade. A este ponto, podemos acrescentar a Realidade Aumentada e a Realidade Virtual;

2. Personalização - os consumidores esperam cada vez mais experiências personalizadas e com a exigência a aumentar do lado deles. Não basta apenas comunicar a marca, temos de criar relações duradouras.

3. Conteúdo em Vídeo - O vídeo é um dos formatos de conteúdo mais populares e continuará a crescer em importância nos próximos anos. Formatos como o Reels e plataformas como o Tik Tok continuam a ter um seu espaço privilegiado na comunicação digital.

4. Influenciadores e Marketing de Conteúdo – o conteúdo continua a ser uma ótima estratégia de atrair o público e gerar leads. Uma boa história é sem dúvida uma forma de vender a marca, gerar vendas e relações a longo prazo.

5. Experiência do Cliente – no final de contas, é a experiência que conta para o cliente e que ditará o seu retorno ou abandono.

Num mundo cada vez mais global, os dados ganham um papel preponderante na vida das empresas. Saber obter os dados, analisar e usar a favor do negócio é, sem dúvida, o melhor caminho de marketing que podemos usufruir.

73 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL ARTIGO DE OPINIÃO

MOMENT: INOVAÇÃO E FOCO NO CLIENTE

Ricardo Pereira, Diretor-Geral da Moment – Eventos que Marcam, em entrevista à Revista Business Portugal, partilha o percurso da empresa, destacando a abordagem personalizada e focada no cliente, uma performance que garante que cada momento seja único e envolvente.

Como e quando surge a Moment – Eventos que Marcam? Como avalia a trajetória da empresa e como descreve o seu posicionamento num mercado global e competitivo?

A Moment é o resultado de uma paixão enraizada na experiência académica na organização de eventos. Fundada em 2009, destaca-se pela transparência, pelo compromisso contínuo com a excelência e foco no cliente. O percurso da Moment é marcado por um crescimento consistente e uma reputação sólida. Posiciona-se como uma empresa inovadora e centrada no cliente, oferecendo soluções personalizadas que superam expectativas, destacando-se num mercado global e competitivo.

A Moment é uma agência de eventos jovem e multifacetada. Que serviços disponibiliza? Que fatores se assumem como distintivos na sua filosofia e performance?

A Moment é uma agência especializada em ativação de marcas. Oferecemos vários serviços, desde a conceção, criação de conceitos e visuais até a operacionalização completa no terreno. Inclui staff qualificado, produção de materiais e a garantia de uma logística completa na montagem e desmontagem de cada evento. Distinguimo-nos pela abordagem personalizada e focada no cliente, trabalhando em estreita colaboração para entender as suas necessidades e desenvolver soluções sob medida. Este compromisso garante que cada “Moment(o)” seja único e envolvente, resultando em “eventos que marcam”. Com uma equipa dedicada e um serviço qualificado, estamos bem posicionados para atender às necessidades de nossos clientes e garantir o sucesso de cada evento que realizamos.

A Moment é parceira de líderes de mercado, que importância assumem estas parcerias na visão estratégica da empresa?

Reconhecemos que colaborar com empresas e marcas de destaque não só fortalece a nossa notoriedade, mas abre portas para novas

oportunidades e aperfeiçoa a nossa capacidade de oferecer serviços de alta qualidade. Aprendemos com as melhores práticas e inovações dos parceiros. Associar-nos a marcas e a empresas reconhecidas transmite confiança, permitem-nos diversificar a nossa oferta, identificando oportunidades de colaboração e desenvolvendo soluções inovadoras.

São essenciais para impulsionar o nosso crescimento e sucesso, comprometendo-nos a cultivar relacionamentos sólidos e mutuamente benéficos para alcançar resultados extraordinários.

O que representa para a Moment o reconhecimento como PME Excelência 2022, PME Líder 2023 e Top 5% Melhores Empresas de Portugal? De que forma estas distinções contribuem para a reputação e sucesso da empresa, bem como para a confiança dos clientes? Quais os objetivos no horizonte?

Representam uma validação do nosso compromisso, comprovam que estamos no bom caminho e de que os nossos esforços para oferecer um serviço de qualidade superior são reconhecidos.

É importante na consolidação da reputação e sucesso da empresa, e reforçam a credibilidade junto aos clientes, fornecedores e parceiros, transmitindo a mensagem de que somos uma empresa confiável.

No futuro, a Moment quer consolidar a sua posição como referência no setor de eventos e ativação de marcas em Portugal. Para atingir estes objetivos, continuaremos a apostar na nossa equipa, na tecnologia e processos, de forma a garantir que estamos preparados para enfrentar qualquer desafio.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 74 BRANDS POWER | MOMENT - EVENTOS QUE MARCAM
info@moment-eventos.com www.moment-eventos.com
Equipa da Moment

SUCESSO E TRANSFORMAÇÃO ATRAVÉS DO FENG SHUI

Sofia Lobo Cera, consultora profissional e Mestre de Feng Shui, em entrevista com a Revista Business partilha o poder transformador desta prática milenar que harmoniza espaços para promover o bem-estar e a prosperidade a vários níveis. Com a sua vasta experiência, tem ajudado pessoas e empresas a melhorar significativamente as suas vidas e resultados aplicando os princípios do Feng Shui

Sofia Lobo Cera é uma mulher de múltiplos talentos que, após trilhar um caminho na Engenharia Química e gestão de projetos, encontrou no Feng Shui a sua verdadeira vocação. Mas, desde o início, uma conexão profunda se manifestava entre a energia do Feng Shui e os princípios científicos da sua formação. “Quando se menciona a disposição de objetos ou mobiliário no Feng Shui, estamos a falar de matéria composta por átomos e moléculas, que são a base da energia. Por isso, para mim era algo simples e evidente”, esclarece.

A jornada da consultora demonstra a força da sua convicção e a perseverança face aos desafios. Impulsionada pela paixão pelo Feng Shui e munida de expertise em engenharia, superou a resistência inicial e a falta de apoio para construir um caminho de sucesso. A publicação do seu primeiro livro, “Mude a sua casa, enriqueça a sua vida”, foi um marco nessa trajetória já iniciada, que agora culmina com o lançamento do segundo livro, “Casa organizada, vida equilibrada”.

Ao explicar a sua motivação por trás do segundo livro, Sofia Lobo Cera destacou a importância de ajudar as pessoas a aplicar conhecimentos valiosos nas suas vidas, especialmente em tempos de transformação, nomeadamente energética. “De acordo com o Feng Shui entrámos num novo período de 20 anos que tanto pode levar à iluminação e desenvolvimento da sociedade, como a uma ignorância e falta de conteúdo atrozes, pelo que é crucial alinhar as energias para que domine o lado bom deste período”, observa.

Não se limitando à escrita, é reconhecida pela sua atuação como professora em diversas escolas de Feng Shui, em cursos próprios que desenvolve na sua plataforma, em empresas e em ações nas suas redes sociais, e dedicação em oferecer consultas personalizadas aos seus clientes. O seu público-alvo é amplo e diverso, mas encontra especial recetividade entre mulheres de 25 a 55 anos e cada vez mais em empresas.

De acordo com a especialista, o Feng Shui em Portugal tem conquistado cada vez mais adeptos, apesar de ainda encontrar resistência em alguns setores, como o empresarial e o da construção civil. A consultora refere que as pessoas estão cada vez mais conscientes da influência e da importância do ambiente em que vivem e trabalham, e que o Feng Shui pode oferecer uma solução e uma resposta eficazes para criar espaços mais saudáveis, harmoniosos e equilibrados. Para aqueles que praticam o Feng Shui, Sofia Lobo Cera destaca os benefícios diários, incluindo maior bem-estar, equilíbrio e sucesso em diversas áreas da vida. “O Feng Shui permite-nos influenciar e controlar o ambiente que nos rodeia, organizando e projetando os espaços de forma a promover o equilíbrio e o sucesso desejados”, enfatiza. Com olhos postos no futuro, a consultora partilhou as suas perspetivas de crescimento contínuo do Feng Shui no nosso país. Apesar dos desafios, acredita na expansão da prática a nível nacional já que a nível internacional essa é grande. Com projetos em mente, mantidos em segredo até o momento oportuno, a empreendedora tem como objetivo continuar a transformar vidas e percorrer Portugal, impactando positivamente a sociedade. “Não existem limites para o crescimento e a expansão”, destacando a importância de manter os pés no chão e crescer de forma sólida e consistente. Embora formada em engenharia, Sofia Lobo Cera encontrou no Feng Shui o seu verdadeiro caminho profissional. Guiada por uma força interior, determinação e convicção, converteu a sua paixão num negócio de sucesso, utilizando a sabedoria milenar do Feng Shui para transformar e alcançar a vida que as pessoas desejam ter.

75 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
SOFIA LOBO CERA | BRANDS POWER
Sofia Lobo Cera, Consultora Profissional e Mestre de Feng Shui
geral@sofialobocera.com www.sofialobocera.com

ASSOCIAR OS VINHOS À RIQUEZA DO TERRITÓRIO

A Casa Alvarinho de Canhotos é uma empresa familiar do ramo da vitivinicultura. A Revista Business esteve à conversa com Hugo Rodrigues, Sócio-Gerente, que nos desvendou o universo da empresa e dos programas que dispõe para tornar as visitas numa experiência exclusiva e desbravar novas áreas, não se cingindo apenas aos vinhos.

Quem é a Casa de Canhotos, Produtores Alvarinho?

A Casa de Canhotos, Produção de Alvarinho é uma empresa familiar, que se dedica, essencialmente, à produção de uva e à posterior transformação numa grande diversidade de vinhos.

Falou-me em vinhos. Sabemos que alguns são premiados nacional e internacionalmente. E já agora fale-nos da nova referência que saiu recentemente para o mercado.

É verdade, temos vinhos premiados nacional e internacionalmente, mas vamos por partes. Por norma, fazemos uma seleção dos concursos que vamos concorrer pensando sempre no público-alvo, ou seja, se queremos entrar num mercado tentamos participar em concursos que sejam apreciados pelos consumidores. Felizmente, os nossos vinhos têm tido bastante reconhecimento e posterior aceitação nesses concursos de maior renome e, em consequência disso, bastante aceitação nesses mercados. Em termos nacionais, só concorremos ao da Comissão Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), com Canhotos Sublime-Espumante e Casa de Canhotos Alvarinho e, por exemplo, o espumante, no último concurso, foi distinguido com a medalha

de ouro. Já em relação ao Vermute de Alvarinho, foi uma aposta que fizemos, um produto único em Portugal. Lançámos em abril do ano transato e a procura tem sido imensa, mas humildemente digo, nada que nos surpreenda, pois durante a longa prospeção realizada, todas as pessoas que o provaram ficavam fãs. Neste momento, é muito procurado pelo setor de bares e hotelaria, mas temos a distribuição centrada praticamente na Garrafeira Nacional e na nossa adega. Para conseguir perceber a qualidade do mesmo a melhor forma é mesmo degustando o produto.

Sabemos que o projeto Casa de Canhotos pretende ir para além dos vinhos, fale-nos disso?

É verdade. O nosso projeto pretende associar os vinhos a tudo que há de bom no nosso território. A gastronomia com os nossos produtos locais, a montanha, o rio, as nossas gentes, tudo quanto é a nossa riqueza natural que dá tanta margem para a explorar. Por exemplo, ainda ontem fizemos um programa a um grupo, que o recebemos na nossa adega, e fizemos-lhe uma prova comentada. Terminada a mesma subimos até à montanha e desde o Santuário de S. Tomé, mostrámos, através de paisagens exuberantes, parte da nossa sub-região. Depois disso descemos até ao rio e os nossos anfitriões tiveram oportunidade de se deslumbrar, com as pesqueiras ancestrais de onde são provenientes as lampreias e o sável e toda a beleza única da envolvência. Voltámos novamente para a adega e em forma de aperitivo, foi a vez dos nossos turistas se deliciarem com tábuas de produtos locais acompanhados da nossa gama de vinhos. Para terminar, seguimos para o nosso restaurante, que fica ali ao lado e saborearam a nossa gastronomia. Mas isto é apenas um programa de vários que podem passar por desportos radicais, desportos aventura, trilhos, visitas a museus e tantas outras coisas que o nosso território nos permite oferecer. Um projeto simples, versátil e capaz de ir ao encontro daquilo que o nosso cliente procura, mas sempre com o objetivo claro de ser possível reinventar, para que no ano seguinte, o turista nos visite e já tenha outras propostas à sua espera.

BRANDS POWER | CASA DE CANHOTOS
www.casadecanhotos.com

UMA ESCOLA, UMA EQUIPA, UMA FAMÍLIA

A Diretora Vera Tita, em entrevista, dá a conhecer o universo da Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Alter do Chão (EPDRAC), os desafios e os objetivos estratégicos.

Quais os programas educacionais oferecidos pela EPDRAC e quais são seus objetivos principais? Como é que a EPDRAC se diferencia de outras instituições?

A nossa oferta formativa vai ao encontro das caraterísticas e necessidades da região, apresentando-se como uma mais-valia para os alunos que nos procuram, pois torna-se garante de realização de sonhos e conquista de oportunidades profissionais únicas. Vivemos numa zona rural e turística, logo, toda a nossa formação gira em torno destas áreas. Atualmente, a nossa aposta centra-se nos cursos de Técnico de Gestão Equina, Técnico de Produção Agropecuária e Acompanhante de Turismo Equestre, áreas para as quais temos as melhores condições físicas e materiais, dado a localização da escola na centenária Coudelaria de Alter – cavalos, campo e turismo, o que nos proporciona um laboratório a céu aberto, onde a prática real de trabalho é uma constante diária. Como objetivos principais pretendemos garantir que a EPDRAC siga comprometida com a valorização do seu papel, enquanto espaço privilegiado para a aquisição de conhecimentos, competências e valores, prestando um serviço público eficaz e aberto à comunidade, implementando, por isso, estratégias que conduzam à melhoria dos processos de ensino e de aprendizagem, tendo sempre como meta um ensino rigoroso e de qualidade, salvaguardando acima de tudo as necessidades, interesses e crescimento dos nossos alunos. Como nos diferenciamos de outras ofertas profissionalizantes na região? Pela experiência e especialização de mais de 30 anos na lecionação deste tipo de ofertas; pela entrega a um projeto que é de todos os elementos da comunidade escolar, pela qualidade das parcerias efetivadas com empresas e casas agrícolas de todo o país e além-fronteiras, pelo prestígio que alcançámos com a qualidade técnica dos nossos alunos, muitos deles verdadeiros casos de sucesso profissional, pelo espírito de equipa e pelo sentimento de pertença, por sermos família.

Como a EPDRAC colabora com a comunidade local e as empresas para proporcionar oportunidades de aprendizagem prática aos alunos?

O plano estratégico do nosso projeto educativo pressupõe a agregação de sinergias e o estabelecimento de parcerias, no sentido de podermos facultar aos nossos alunos aprendizagens sólidas e experiências enriquecedoras através da realização de estágios e/ou aulas de

campo, em atividades concertadas com os parceiros, de acordo com as necessidades e interesses tanto de uns como de outros. No entanto, a colaboração com a comunidade vai para além da componente prática e tecnológica dos cursos, pois os nossos alunos participam também em atividades de índole cultural e social, com vista a desenvolver um forte sentido de responsabilidade e de cidadania ativa.

Quais são as áreas de especialização ou cursos mais procurados na EPDRAC e por quê?

Os cursos mais procurados são o de Equitação e o de Agropecuária, talvez pelo prestígio alcançado ao longo dos anos, pois estão em funcionamento há muito tempo, também pelas características do espaço e da motivação e qualidade da equipa docente.

Quais são os principais desafios enfrentados pela EPDRAC? Como planeiam expandir as ofertas educacionais ou melhorar os seus serviços no futuro?

Os principais desafios são sempre de ordem financeira. Os nossos cursos são, pelas suas características tão peculiares, muito dispendiosos; trabalhamos com animais, logo, temos de garantir-lhes todos os cuidados de saúde, alimentação, higiene e segurança. A par dos animais, qualquer uma das nossas ferramentas de trabalho necessitam de uma cuidada manutenção: tratores e máquinas agrícola.

Gostaríamos muito de expandir a nossa oferta formativa para a área do Turismo Ambiental e Rural, ou para a área ambiental e do ordenamento do território. O curso profissional de Ferrador seria a nossa aposta final, uma vez que esta profissão carece de técnicos qualificados para o exercício de funções.

A melhoria contínua é um dos nossos grandes objetivos: ir mudando e acompanhando as exigências da sociedade, tendo sempre presente o bem-estar de todos os elementos da comunidade escolar.

77 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Vera Tita, Diretora
geral@epdrac.pt • www.epdrac.pt EPDRAC | BRANDS POWER

O EMPREENDEDORISMO NO BAIXO ALENTEJO

A Revista Business Portugal esteve à conversa com Joaquim Caeiro, Sócio-Gerente da marca Joaquim das Rações, Comércio De Nutrição Animal, Unipessoal, Lda, situada em Beja, na sub-região do Baixo Alentejo, sobre os desafios da empresa e a sua projeção para o futuro.

A história e o crescimento

Joaquim esteve, desde sempre, ligado a empresas do setor animal, tendo em 2007 optado por abrir o seu próprio negócio. E, foi assim, que a 11 de abril de 2007, nasceu finalmente a Joaquim das Rações, Comércio De Nutrição Animal, Unipessoal, Lda, uma empresa criada em Beja, encontrando-se inserida na sub-região do Baixo Alentejo e na região do Alentejo, destinada ao ramo da alimentação animal.

Do ano da sua fundação até 2015 a empresa teve sede num armazém alugado, e foi nesse mesmo ano devido ao crescimento da marca que a empresa comprou um armazém próprio com cerca de 1000 metros quadrados, para realizar as suas atividades, armazém esse que ainda hoje é a sede da Joaquim das rações.

A empresa conta com uma frota própria que foi recentemente atualizada, para realizar entregas de grandes volumes de ração aos seus clientes. Joaquim trabalha com as mais variadas marcas conceituadas no mercado e opta sempre por marcas 100% portuguesas, acima de tudo conta com uma grande variedade alimentar, que abrange todo o tipo de animais, desde os domésticos como o caso do cão e do gato aos de quinta como as vacas e cavalos, o que lhes dá um destaque bastante positivo no mercado em que atuam.

A relação com o cliente

Joaquim Caeiro preza acima de tudo por uma boa relação de confiança com o cliente, sendo um dos seus lemas o de “O cliente tem sempre razão”. O Sócio-Gerente garante que a empresa tem firme o compromisso de dar o seu melhor aos seus clientes, quer a nível de preço, quer a nível da qualidade que entrega nos seus produtos, sendo então a satisfação dos clientes uma grande preocupação para a empresa.

Devido a toda a crise que o setor pecuário tem vindo a enfrentar, Joaquim Caeiro falou-nos ainda da luta contra a inflação. Para manter sólida a relação com os seus clientes a Joaquim das Rações tem vindo a deparar-se com um grande desafio nos últimos tempos. Com o aumento do valor de várias matérias-primas, incluindo a fibra para os animais, que é algo essencial para o negócio, Joaquim diz que a empresa tem feito um esforço crucial junto dos fornecedores e tem lutado sempre pelo melhor preço

para o seu cliente, chegando até a ter de exercer alguma pressão sobre os seus fornecedores para manter assim saudável a relação de confiança com os seus clientes.

Em suma, Joaquim tem vindo a desempenhar um grande esforço junto de todos os que trabalham consigo, para assim garantir a melhor experiência para o seu cliente, manter a qualidade dos seus produtos sempre ao melhor nível e, mesmo assim, conseguir o melhor preço para o cliente são uma das grandes preocupações da marca.

Prémio TOP 5% Melhores PME Portugal

Em 2023, a Joaquim das Rações foi distinguida pelo prémio TOP 5% Melhores PME Portugal (uma certificação que realiza avaliação às empresas e leva ao apuramento das 5% melhores

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 78 BRANDS POWER | JOAQUIM DAS RAÇÕES
Joaquim Caeiro, Sócio-Gerente

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Abertos de segunda a sábado

Trabalhamos com as melhores marcas de comercialização de rações

Visite-nos na Rua das Agro-Alimentares, 11 7800 - 252 Beja

79 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

PME, uma avaliação realizada a partir da análise da Informação Empresarial Simplificada). Joaquim Caeiro refere-se a esse prémio como “um orgulho” para si, para os seus colaboradores, parceiros e clientes. Trata-se de um prémio que só se obtém com bastante ambição, foco e esforço, para isso Joaquim contou com a colaboração de todos os seus funcionários e parceiros. Esta distinção deixou bastante satisfeito o sócio-gerente que viu recompensado todo o seu esforço e o dos seus colaboradores. Essa distinção vem também estimular a vontade que a Joaquim das Rações tem de colocar o seu serviço num nível superior. Paralelamente, em 2023, a Joaquim das Rações também se posicionou nas dez melhores empresas do setor e da região.

Presença na Ovibeja

A Ovibeja, que celebra este ano 40 anos de existência, é uma das maiores feiras agrícolas do país, que destaca a produção e também a transformação de serviços, é uma mostra institucional, onde também apresenta e promove a discussão de temas da atualidade, reúne pessoas de todas as idades, e conta com várias atividades e espetáculos. A feira realiza-se em Beja, entre 30 de abril e 5 de Maio, a feira consiste em mostrar e promover vários setores, e a Joaquim das Rações tem o orgulho de marcar presença já há alguns anos nesta grande feira. Faz questão de se acompanhar do seu parceiro de longa data As Rações Zêzere.

A presença da empresa de Joaquim Caeiro é bastante importante, uma vez que se trata de uma feira que conta com bastante

visibilidade no setor animal, pois conta com a presença de produtores, clientes e potenciais novos clientes. É também uma feira onde haverá tempo para o convívio entre todos, sendo esse o mote mais importante da presença na feira, pois os produtores, mesmo com muito trabalho arranjam sempre um tempo para ir à feira e contribuir assim positivamente para esse convívio.

A presença na feira é também bastante importante devido à visibilidade que traz para a marca, pois trata-se então de um evento que recebe visitantes de todo o país e com isso existe a oportunidade de expandir a marca e ganhar novos clientes

O futuro

Devido às condições climáticas, 2023 foi um ano positivo para a empresa e apesar de todas as dificuldades vividas no setor da pecuária, Joaquim Caeiro considera que foi um bom ano dentro das medidas possíveis. Apesar das perspetivas indicarem um ano bastante semelhante, a Joaquim das Rações ambiciona um crescimento no negócio para este ano.

Em relação ao futuro Joaquim Caeiro tem a certeza que vai continuar a apostar no crescimento da sua empresa. A Joaquim das Rações realizou recentemente um investimento nas infraestruturas da empresa e também na melhoria da sua frota, tudo isto são medidas que fazem parte de um plano delineado para o seu crescimento.

A Joaquim das Rações está comprometida em atualizar-se conforme as necessidades do mercado e foi também nesse sentido que investiu nas suas infraestruturas. Joaquim garante que os planos para o futuro passam exatamente por aí, ou seja investir sempre na melhoria de condições tanto para os seus funcionários como para os seus clientes.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 80 joaquimdasracoes@gmail.com
BRANDS POWER | JOAQUIM DAS RAÇÕES

UMA JORNADA DE CONQUISTAS E MOTIVAÇÕES

A H. Correia Unipessoal Lda nasceu na Península de Setúbal, com vista em criar um ponto de venda especializado em materiais com qualidade de canalização de águas e esgotos, indústria e materiais similares. Hélder Correia, Sócio-Gerente, falou-nos das conquistas da empresa, dos esforços da equipa e das suas motivações para que sejam melhores a cada ano que passa.

A H. Correia Unipessoal Lda, que se situa em Setúbal, recebeu três das grandes distinções atribuídas a pequenas e médias empresas a nível regional e nacional. 2023 foi um ano memorável para a empresa e o Sócio-Gerente mostra-se bastante positivo com o crescimento da organização, devido a todas as distinções obtidas, sente reconhecido o seu esforço e referiu que a nível empresarial contam com mais clientes e com uma faturação que cresceu bastante, crescimento que só foi possível devido ao esforço de toda a equipa. Foi também devido a esse esforço e entrega profissional que se tornou possível a conquista dos três importantes prémios: o Top 5% das Melhores PME de Portugal, distinção Top 10 das Melhores PME do setor em Portugal, e o Top 10 das Melhores PME Região de Setúbal.

Apesar de ser uma empresa que conta com poucos colaboradores os mesmos reúnem todos os esforços para resolver da melhor forma todos os desafios, e assim estas distinções comprovam que a equipa está cada vez mais empenhada em fazer o melhor e que com todo o esforço consegue alcançar todos os seus objetivos da melhor forma.

A empresa tem assim uma presença assídua no ranking anual das maiores empresas do distrito de Setúbal, o Sócio-Gerente demonstra-se feliz por esse destaque e, acima de tudo, pela subida de cerca

de 85 lugares que a empresa alcançou em relação a 2022, e assegura que tanto esta como todas as distinções com que contam dão uma motivação extra a toda a empresa e que a mesma está comprometida em manter-se nesse ranking e continuar a trabalhar nas melhorias necessária para que assim continue a subir. Com mais de 20 anos no mercado, a empresa preza por inovar na qualidade e no serviço que presta. A H. Correia conta com uma logística interna para realizar entregas aos clientes e colabora com diversas transportadoras para atender clientes em todo o território nacional. Além disso, exporta uma ampla variedade de materiais para os países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP), incluindo Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, e Moçambique. As expectativas são bastante animadoras para este ano, o Sócio-Gerente refere que a empresa já conta com alguns contratos, o que dá uma motivação extra à equipa.

Em relação ao futuro, Hélder Correia demonstra-se bastante confiante no crescimento, e garante que a empresa tem como grande objetivo primar pela qualidade de atendimento e dos materiais que faz chegar ao cliente, ou seja o plano de crescimento passa exatamente pelo ponto de levar a melhor qualidade ao cliente, para que este possa sentir confiança na empresa que escolheu.

81 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
H. CORREIA UNIPESSOAL LDA | BRANDS POWER

“A PROXIMIDADE COM OS CLIENTES FAZ A DIFERENÇA”

Josué Costa, CEO da Ingtrust, dá a conhecer o novo espaço, em Vila Nova de Famalicão, que disponibiliza todos os serviços e know-how do escritório “mãe”, acrescentando a mediação de seguros e, em breve, a gestão de condomínios.

A Ingtrust nasce de uma experiência de mais de 15 anos na área da contabilidade, fiscalidade e consultoria às empresas. Que valores procura incutir na sua liderança e quais são as principais qualidades ou características que acredita serem essenciais para motivar a equipa para alcançar os objetivos da empresa?

A confiança é a base de todas as relações. É construída de dentro para fora. O alinhamento de todas as áreas de uma empresa são fundamentais nessa construção. Rigor, proximidade, transparência, confiança, flexibilidade, confidencialidade, são as qualidades que acreditamos serem essenciais para motivar a equipa no seu bem-estar e produtividade.

Com sede em Almada, a Ingtrust chega agora à zona norte do país, com a inauguração de um novo espaço em Famalicão. Como surgiu esta oportunidade?

A oportunidade surgiu pela necessidade de alguns clientes a

norte dos nossos serviços. Acreditamos que podemos sempre fazer a diferença pela nossa relação de proximidade, ética e confiança, que desenvolvemos sempre com os nossos clientes e parceiros. Vila Nova de Famalicão, por uma questão de proximidade pessoal e conhecimento, tonou-se o sítio ideal para esta aventura.

Criar valor acrescentado às empresas e empresários da zona norte foi o mote para esta aposta? Nesta nova localização, que serviços serão prestados e que os objetivos que pretendem alcançar?

Sim. Procurar soluções com os nossos clientes através de relações sólidas e próximas, aconselhamento especializado, com a ambição de exceder expectativas e resultados. Nesta nova localização, temos sempre todos os serviços e know-how do escritório “mãe”, acrescentando agora a mediação de seguros e a gestão de condomínios, para breve.

Qual a estratégia para continuar a disponibilizar serviços com um alto padrão de qualidade e excelência e garantir a satisfação dos vossos clientes?

A proximidade com os clientes faz a diferença. É essa a nossa estratégia, aliada a disponibilidade e parcerias estratégicas, para que o cliente se sinta bem, seguro e apoiado. A satisfação do cliente vem sempre por acréscimo quando aliamos o saber, disponibilidade e proximidade.

geral@ingtrust.pt

www.ingtrust.pt

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Josué Costa, CEO

Tlf: 223 700 510

Tlm: 937 839 575

E-mail geral: geral@revistabusinessportugal.pt

E-mail comercial: comercial@revistabusinessportugal.pt www.revistabusinessportugal.pt

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