Revista Business Portugal | Fevereiro '17

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Secretaria Regional da Agricultura e Florestas dos Açores| inovação e investimento importante para o arquipélago? De que forma? Nomeadamente em termos económicos e turísticos. É sem dúvida um setor importante para a região, com uma característica não menos relevante que é o seu crescimento exponencial nos últimos anos. Serão, no ano 2018, mais de 800 hectares de vinha apta a produzir vinhos DO (Denominação de Origem) e IG (Indicação Geográfica), num setor que conta já com uma média anual de 250 mil litros de vinho certificado, dividido por cerca de 30 marcas comerciais. São estes números, com perspetivas claras de aumento, que atestam a importância de um setor, com uma marca histórica centenária, numa paisagem classificada em 2004 Património Mundial pela Unesco. A região tem-se revelado nos últimos anos atrativa para os turistas, que cada vez mais nos visitam, tendo como alvo esta simbiose (vinha / paisagem / história), e um produto enológico dela resultante que se revela único em todo o mundo. A Madalena do Pico recebeu o galardão de Capital do Vinho 2017. É o reconhecimento que faltava? A região tem sido nos últimos anos alvo de algumas distinções importantes neste setor, não só enquanto região vitivinícola, mas

também na obtenção e prémios nacionais e internacionais em alguns vinhos produzidos. Este galardão “Madalena – Capital do Vinho 2017” é sem dúvida corolário de um esforço de investimento que se tem feito nos últimos anos, onde se tem tentado recuperar parte da grandeza que o setor teve outrora na ilha do Pico e na região. Que projetos tem a Secretaria Regional da Agricultura e Florestas que merecem destaque nesta nossa edição? Com o objetivo de melhorar a qualidade das vinhas e aumentar o conhecimento e a competitividade dos viticultores e produtores de vinho, o Governo dos Açores vai implementar as seguintes medidas: - Apoiar os produtores locais em visitas de benchmarking. - Fomentar programas de consultoria e de apoio aos viticultores recorrendo a reputados enólogos e a credenciados profissionais nas diferentes áreas da produção. - Aumentar e melhorar o trabalho dos campos de ensaios, por forma a disponibilizar aos viticultores material genético de qualidade e em quantidade suficiente para as necessidades. - Incrementar o apoio técnico prestado pelos Serviços de Desenvolvimento Agrários no controlo das doenças das vinhas.

- Valorizar a produção de uvas e vinho com base nas castas regionais, valorizando nos sistemas de incentivos a utilização de castas autóctones. - Incentivar e apoiar as organizações de produtores a criarem e fortalecerem as suas próprias equipas técnicas, vocacionadas para o melhoramento, proteção e produtividade das vinhas dos seus associados. Com o objetivo de reforçar o contributo do vinho para o bem-estar da ruralidade açoriana, o Governo Regional dos Acores vai implementar as seguintes medidas: - Melhorar as condições de produção dos pequenos produtores. - Incentivar os agrupamentos de empresas para investimentos mais avultados. - Promover junto dos profissionais e da crítica nacional e internacional as castas autóctones e o terroir único, através da criação de um plano de comunicação consistente, que inclua a promoção de visitas de profissionais e críticos de vinhos para dar a conhecer os Açores. - Associar a promoção do vinho à promoção turística da região, valorizando o vinho e a vinha no contexto de promoção nacional e internacional da região. - Apostar na formação de recursos humanos qualificados.

- Criar condições específicas para atrair investidores para as ilhas com menor área de produção, em especial para as zonas de vinha históricas. - Salientar e valorizar as diferenças de terroir entre as diferentes ilhas. - Atrair investidores nacionais e internacionais para a produção de vinhos nos Açores. - Criar medidas específicas para atrair investidores de grande dimensão, com experiência e sucesso no mundo dos vinhos de qualidade, e com capacidade comprovada de exportação. - Incentivar os produtores a investir em centros de visita e salas de prova, bem como em unidades de alojamento inseridas no contexto de produção. - Criar rotas de vinho com variedade de experiências e ligação entre vinha, produtores, alojamento e gastronomia.

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