#271 BOA VONTADE

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BOLETIM INSTITUTO BUTANTAN

Imunização e pandemias Uma das tecnologias mais difundidas, vacinas de vírus inativado são aplicadas há 90 anos e salvaram bilhões de vidas

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ação Divulg

pandemia da Covid-19 não é a primeira e, infelizmente, é provável que não seja a última que o mundo terá de enfrentar. O surto de H1N1 que ocorreu em 2009, popularmente chamado de gripe suína, é o exemplo mais recente. Mesmo sendo menos letal e menos transmissível do que o SARS-CoV-2, o subtipo do vírus Influenza disseminou-se para mais de 120 países na época e só chegou ao fim após 14 meses. O que possibilitou o seu controle foi a adaptação da vacina da Influenza, produzida com tecnologia de vírus inativado, que existe desde 1930 e é atualizada anualmente pelo Instituto Butantan com as cepas mais circulantes. A eficácia desse tipo de imunizante foi alvo de questionamentos sem base científica e de fake news. Essa tecnologia, porém, tem sido usada para combater outras pandemias. Segundo o imunologista Gustavo Cabral, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), as novas tecnologias, como RNA mensageiro e vetor viral, vieram não para substituir as técnicas exis-

tentes, mas para somar. “Imagina se nós tivéssemos esperado até 2021 para ter uma vacina de RNA mensageiro ou de vetor viral para controlar as pandemias anteriores? Não teríamos tempo. A melhor arma contra qualquer doença infectocontagiosa é a vacina”, afirma o especialista. A gripe, causada pelo vírus Influenza, é uma das doenças infecciosas mais comuns em razão de sua alta capacidade de mutação — o vírus do tipo A já provocou outras pandemias no passado. A maior delas foi a da gripe espanhola, entre 1918 e 1919, também causada pela H1N1, que matou mais de 50 milhões de pessoas em um cenário em que ainda não existia vacina. Depois disso, houve a da gripe asiática, de 1957 a 1958 (subtipo H2N2), e a da gripe de Hong Kong, em 1968 e 1969 (H3N2), que resultaram em mais de dois milhões de óbitos. As duas últimas foram controladas graças à vacinação, que se iniciou na década de 1930. Além da vacina da gripe, a tecnologia de organismo inativado (vírus ou bactéria) também é usada em imunizantes contra hepatite A, raiva, poliomielite, HPV, tríplice bacteriana (difteria, tétano e coqueluche) e meningite.

Acesse o boletim completo publicado pelo site do Instituto Butantan no link: https://butantan.gov.br/noticias/vacinas-devirus-inativado-controlaram-outras-pandemias-como-a-h1n1-relembram-pesquisador-da-usp-e-vice-presidente-da-sinovac

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