DIRETOR e PRODUTOR: Rodrigo Hühn; EDITOR: Ronaldo Gilberto Hühn; COMERCIAL: Alberto Rocha, Augusto Ribeiro, Rodrigo Silva, Rodrigo Hühn; DISTRIBUIÇÃO: Dirigida, Bancas de Revista; REDAÇÃO: Ronaldo G. Hühn; COLABORADORES*: Beatriz Rodrigues, ESA/Alexander Gerst, Ivana Barreto, Jaelta Souza, Jamille Leão, Manuela Oliveira, Mário Gouveia, Matt Romeyn/NASA, Roberta Magalhães, SEDUC, SEMAS, Thais Menezes, Universidade Ca’ Foscari; FOTOGRAFIAS: Divulgação, Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford, Gregor.Health, Izabela Nascimento/ Ascom Semas, Lucas Farias, Marcelo Lelis / Ag. Pará, Michael Snyder, NASA/Cory Huston, NASA/Leif Heimbold, NASA/Scott Kelly, Pedro Guerreiro / Ag. Pará, Rodrigo Pinheiro / Ag.Pará, Universidade Ca’ Foscari; DESKTOP: Rodolph Pyle; EDITORAÇÃO GRÁFICA: Editora Círios
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CAPA
Na abertura oficial do Festival de Cultura e Jogos Indígenas do Xingu, na Arena de Jogos da Orla do Cais, em Altamira, no sudoeste do Pará. Marco de valorização da cultura indígena, celebrando a diversidade cultural e esportiva dos povos originários do Pará. Foto: Marcelo Lelis / Ag.Pará
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Participaram do evento representantes do Governo do Pará, por meio da Semas, instituições de pesquisa, setor produtivo e organizações da sociedade civil
Bioeconomias da Amazônia: escalando uma transição justa e sustentável
O encontro mostrou como o Estado se transforma em um centro de ações de bioeconomia, por meio de políticas públicas e projetos estruturantes, como o PlanBio
Oevento debateu no Espaço São José Liberto, em Belém, o desenvolvimento ambiental, econômico e social, reunindo representantes do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Cli-
Texto *Jamille Leão Fotos Divulgação
ma e Sustentabilidade (Semas), instituições de pesquisa, setor produtivo e organizações da sociedade civil. Na ocasião foram abordadas soluções concretas e inovadoras, baseadas na sustentabilidade, para a Amazônia.
O encontro, que fez parte da iniciativa colaborativa “Semana do Clima da Amazônia”, teve como destaque as apresentações do Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, do Centro de Sociobioeconomia, além de estudos inéditos e iniciativas sobre o tema.
Estratégia
A programação contou com painéis sobre construção do Plano de Bioeconomia do Estado (PlanBio), considerado o primeiro do País a ser “construído coletivamente com os diferentes atores que fazem parte do plano”. A proposta do evento foi mostrar como o Estado vem estruturando uma estratégia de desenvolvimento baseada na bioeconomia como “um desenvolvimento econômico que seja justo, sustentável, e traga um novo paradigma econômico para o Pará”.Também foram discutidos dados sobre a bioeconomia extrativista, industrial, tecnológica e bioindústria, e a necessidade de criar políticas fiscais para permitir sua expansão.
Transição
Foi apresentado o Parque de Bioeconomia e Inovação, descrito como um projeto que cria “um ambiente inovador para a bioeconomia no Estado do Pará, para assegurar que essa transição de modelo seja feita de forma pungente e transformadora”. O Parque integrará um centro de inovação, laboratórios e espaços para startups, ciência e tecnologia. Camille Bemerguy reforçou que a riqueza do Estado no campo da bioeconomia o torna o “epicentro da bioeconomia na Amazônia e no Brasil”.
Segundo a secretária-adjunta de Bioeconomia da Semas, Camille Bemerguy, a agenda “é um reconhecimento de toda uma trajetória do Estado, que nos últimos anos trouxe o clima como uma agenda prioritária e central de política publica, e o entendimento que clima e economia precisam caminhar juntos se queremos um mundo mais sustentável e justo”.
É fundamental que o setor privado participe da atualização do plano
Atualmente, o PlanBio abrange 122 ações executadas por 18 secretarias, com uma plataforma de monitoramento lançada para garantir transparência
Karina Simão, painelista e representante do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), enfatizou a importância de discussões em torno do tema. “Temos atuado fortemente na agenda de bioeconomia por entender que é um denominador comum entre os setores, e pode viabilizar um desenvolvimento mais verde e inclusivo. A Amazônia é nossa única agenda territorial, o que nos aproxima ainda mais do território e dos atores locais. Por isso, temos nos aproximado do Governo do Pará, que já tem destaque nessa pauta. Precisamos olhar para os mecanismos disponíveis e promover parcerias estratégicas entre o setor privado, o governo, as comunidades e a ciência. O Plano Estadual de Bioeconomia do Pará foi um dos pioneiros do Brasil. Ele serviu de referência para o plano nacional – muitas das ações refletidas ali foram inspiradas no processo conduzido pelo Pará. É fundamental que o setor privado participe da atualização do plano, para que, quando for necessário o financiamento, as soluções já estejam integradas com a realidade do mercado”, informou. Rafaela Reis, pesquisadora e coordenadora de Projetos do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), e painelista do evento, explicou que
O Parque integrará um centro de inovação, laboratórios e espaços para startups, ciência e tecnologia
“o Instituto é um grande parceiro do Estado. Um dos painéis apresentados foi ‘Bioeconomia em Dados’, um momento importante para compartilhar os dados que temos sobre bioeconomia e os resultados do nosso projeto focado na bioindústria nos estados da Amazônia Legal”.
O evento contou ainda com um marketplace de bionegócios, e o lançamento de um selo de identificação do Plano de Bioeconomia, que servirá para mapear iniciativas alinhadas à estratégia do Estado. “Toda vez que uma ação, um bionegócio, fizer parte dessa lógica instituída pelo PlanBio, ele vai ter o selo que o identifica, garantindo transparência ao mercado de que essa é uma ação que faz parte de uma estratégia de bioeconomia, que conversa com o que o Estado quer para sua transformação econômica e social”, reforçou Camille Bemerguy.
Investimento
“Hoje, a Fapespa (Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas) executa, dentro do PlanBio, 91 projetos. Isso representa um investimento de R$ 15,6 milhões, nos últimos três anos. Nesse sentido, para além do fomento aos projetos e às startups, existem as ações de inovação nas empresas. Atualmente, executamos programas em parceria, que juntos somam uma disponibilidade orçamentária de R$ 20,7 milhões para
Uma estratégia de desenvolvimento baseada na bioeconomia como “um desenvolvimento econômico que seja justo, sustentável, e traga um novo paradigma econômico para o Pará
o nascimento de novas empresas de base tecnológica, e, dentre elas, algumas de bioeconomia”, destacou o painelista e diretor Científico da Fapespa, Deyvison Medrado. Atualmente, o PlanBio abrange 122 ações executadas por 18 secretarias, com uma plataforma de monitoramento lançada para garantir transparência. O objetivo é promover justiça climática com prosperidade e transformação econômica. Além da Semas, estavam representadas a Secretaria de Estado de Igualdade Racial e Direitos Humanos (Seirdh), Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), Universidade do Estado do Pará (Uepa), Companhia de Desenvolvimento Econômico do Pará (Codec), Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa) e Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). O evento contou ainda com representantes do Governo de Rondônia, Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e World Resources Institute (WRI).
Durante a apresentação do Plano de Bioeconomia do Estado (PlanBio), considerado o primeiro do País a ser “construído coletivamente com os diferentes atores que fazem parte do plano”
(*) SEMAS <<
Pará fortalece liderança em bioeconomia com atração de investimentos industriais sustentáveis
Parceria entre governo do Estado, Codec e Basa impulsiona nova etapa produtiva no setor de açaí, com ênfase em inovação e geração de empregos
Companhia de Desenvolvimento Econômico do Pará (Codec). O encontro reuniu representantes do Banco da Amazônia (Basa) e da empresa Oakberry para tratar da ampliação de investimentos sustentáveis no setor de açaí, com ênfase em inovação, geração de empregos e fortalecimento da cadeia produtiva estadual.
A reunião contou com a articulação da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), da Codec e do Centro das Indústrias do Pará (CIP), e reforçou o compromisso do governo do Estado em alinhar políticas públicas ao setor produtivo, consolidando o Pará como polo estratégico da nova economia amazônica.
Com atuação em mais de 45 países, e projeção de alcançar mil lojas até 2025, a Oakberry está presente no Pará há mais de três anos, por meio da fábrica Flor de Açaí, localizada no município de Santa Izabel do Pará, na Região Metropolitana de Belém. A unidade industrial verticaliza 100% da cadeia do açaí — desde a relação com cooperativas ribeirinhas do Baixo Tocantins até o processamento e exportação do produto. Atualmente, pretende passar por sua quarta ampliação, com novos investimentos em infraestrutura, automação, instalação de câmara fria e melhorias estruturais.
Base estratégica
A planta gera cerca de 200 empregos diretos no município, e a expectativa é que esse número aumente de forma significativa com a expansão.
Oakberry está presente no Pará há mais de três anos, por meio da fábrica Flor de Açaí, localizada no município de Santa Izabel do Pará
Na reunião foram discutidas parcerias para ampliação industrial, automação e acesso a linhas de financiamento do Basa
Texto *Thais Menezes Fotos Divulgação, Lucas Farias
Instalações da fábrica Oakberry, especializada no processamento de açaí
Cardápio Variados
O objetivo da empresa é centralizar todas as operações industriais no Estado, consolidando o Pará como base estratégica de sua produção global. “A Oakberry representa o tipo de empreendimento que queremos no Pará: inovador, sustentável e conectado com os valores da Amazônia. A Codec está à disposição para garantir apoio técnico e institucional a essa nova etapa, que certamente vai gerar emprego, renda e valor para a região”, destacou Manoel Ibiapina, diretor de Atração de Investimentos da Companhia.
Durante o encontro, o representante do Banco da Amazônia apresentou o portfólio de crédito estratégico, com destaque para o Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), recursos do BNDES e linhas voltadas ao capital de giro — instrumentos essenciais para impulsionar essa nova fase da empresa. O Basa também reafirmou seu papel como parceiro do Estado na promoção do desenvolvimento dos municípios, especialmente na industrialização e no empreendedorismo sustentável.
Justiça social
A Oakberry reiterou seu compromisso com boas práticas sociais, como o combate ao trabalho infantil, a rastreabilidade de fornecedores e o fortalecimento de cooperativas legalmente constituídas — pilares alinhados à
política do Governo do Pará de promover uma Amazônia mais justa, produtiva e sustentável.
O presidente da Codec, Lutfala Bitar, ressaltou que a confiança de uma marca internacional no ambiente de negócios paraense comprova o acerto da estratégia adotada pelo governo estadual.
“A decisão da Oakberry de ampliar e centralizar sua produção no Pará é um símbolo da transformação econômica que estamos construindo. O Estado é hoje um dos principais destinos do País para empresas que acreditam na sustentabilidade como motor de desenvolvimento”, afirmou.
Participaram da reunião o superintendente regional do Basa, Leonardo Madeira; o gerente-geral da agência empresarial, Geovane Rodrigues; o gerente
de Negócios, Valdeci de Sá; o diretor de Operações e Expansão da Oakberry, Carlos Brito; a diretora financeira da empresa, Tais Pereira; o diretor de Atração de Investimentos e Negócios da Codec, Manoel Ibiapina; a gerente de Atendimento a Novos Negócios da Codec, Sabrina Sena, e a gerente de Promoção Comercial da Codec, Verônica Rodrigues.
A iniciativa integra a parceria contínua entre o Governo do Pará, o Banco da Amazônia e o setor industrial do Pará, visando à atração de novos investimentos, ao fortalecimento de cadeias produtivas sustentáveis e à geração de oportunidades para todas as regiões do Estado.gu
(*) CODEC <<
Representantes da empresa Oakberry apresentaram plano de expansão da unidade “Flor de Açaí”
Durante a reunião, foram discutidas parcerias para ampliação industrial, automação e acesso a linhas de financiamento oferecidas pelo Basa
“A decisão da Oakberry de ampliar e centralizar sua produção no Pará é um símbolo da transformação econômica que estamos construindo. O Estado é hoje um dos principais destinos do País para empresas que acreditam na sustentabilidade como motor de desenvolvimento”, afirmou o presidente da Codec, Lutfala Bitar
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Governo inaugura creche no Marajó
A
nova unidade contribuirá para a geração de renda das famílias, ao garantir apoio, segurança e educação de qualidade às crianças, facilitando a conciliação entre trabalho e vida familiar
Aeducação infantil é uma das principais prioridades do Governo do Estado, e por isso vem recebendo muitos investimentos para garantir o desenvolvimento completo das crianças. Para reforçar esse compromisso, o governador Helder Barbalho, por meio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), entregou na manhã desta quinta-feira, dia 10, no município de Melgaço, mais uma unidade do programa “Creches Por Todo o Pará”: a Escola Municipal de Educação Infantil Professora Raimunda Wilma Corrêa Vilar.
A nova unidade, que pode atender aproximadamente 200 crianças de 0 a 5 anos, vai fortalecer ainda mais a oferta de ensino de qualidade para as crianças da região do Marajó. O governador Helder Barbalho destacou a parceria entre Estado e município na realização da obra.
“É uma alegria estar novamente em Melgaço e poder compartilhar esse momento em que entregamos benefícios importantes para o município.
Reafirmo que podem contar conosco nessa jornada, seguimos trabalhando cada vez mais por Melgaço.
Agradeço à parceria com a Prefeitura, que doou o terreno. O Governo do Estado construiu, mobiliou, e agora entregamos a chave da creche totalmente pronta, para que o município possa iniciar as matrículas e, imediatamente, receber as crianças em um espaço adequado e de qualidade”, destacou o governador.
“A creche cumpre várias funções essenciais. Primeiro, porque lugar de criança é na escola, e mesmo as bem pequenas, de 0 a 5 anos, já podem e devem estar em um ambiente de aprendizado. Mas além da educação, a creche oferece segurança e tranquilidade para os pais. Quando o pai ou a mãe precisam sair para trabalhar e buscar renda, eles não podem deixar o filho sozinho em casa. A creche garante que essa criança esteja em um ambiente seguro, sob os cuidados de professores e profissionais capacitados. Portanto, ela representa não só o acesso à educação, mas também à proteção e ao cuidado”, finalizou.
Durante a entrega, o governador também enfatizou sobre a importância do papel da creche na vida das famílias, tanto na promoção da educação quanto na proteção das crianças
Na entrega, no município de Melgaço, de mais uma unidade do programa “Creches Por Todo o Pará”: a Escola Municipal de Educação Infantil Professora Raimunda Wilma Corrêa Vilar
“Agradeço a Deus por esse momento em que a gente está entregando um instrumento de transformação que é essa creche, a tão esperada creche de Melgaço hoje é realidade. Estou muito feliz por estar participando deste momento. É uma creche que cuida das crianças e que cuida das famílias também, porque eu pude conversar com muitas mães e ouvi o depoimento delas dizendo que agora podem deixar seu filho no local seguro, iniciando um processo de educação, e podem cuidar de aumentar a renda da família, tendo um local para deixar seu filho”, disse Hana Ghassan.
“Para nós, da Secretaria de Educação, é uma grande honra entregar a primeira creche do Marajó, e justamente em Melgaço. Essa é a primeira de muitas que virão para o Marajó e para todo o Estado do Pará.
Sabemos das dificuldades de levar serviços públicos até essa região, por isso essa conquista é especialmente gratificante para toda a nos-
sa equipe. Cumprimos nosso desafio: entregar uma obra à altura daquilo que o Marajó e Melgaço merecem”, afirmou o secretário.
O prédio conta
O secretário também ressaltou a importância da nova fase de gestão da creche, que passa a ser responsabilidade do município. “A partir de agora, a gestão está nas mãos da Prefeitura, e o nosso objetivo é garantir o melhor serviço possível, mantendo a qualidade da infraestrutura e do atendimento às nossas crianças. Agradeço muito o apoio da comunidade local e o respaldo às ações do Governo do Estado. Contem sempre com a Secretaria de Estado da Educação e com o Governo do Pará”, afirmou.
Estrutura
A infraestrutura inclui ainda quatro banheiros infantis, dois banheiros para professores, três banheiros de uso geral, além de cozinha, refeitório, despensa, vestiários e outras áreas de apoio.
com 10 salas de aula, sala multiuso, lactário, sala de amamentação, dois fraldários, pátio coberto, playground, redário, horta e jardim
O secretário de Estado de Educação, Ricardo Sefer, reafirmou o compromisso com a ampliação da rede de educação infantil no arquipélago do Marajó, ao destacar a entrega da primeira creche da região, no município de Melgaço
Também presente na cerimônia de entrega da creche, a vice-governadora Hana Ghassan, falou do impacto da obra junto às mães que precisam trabalhar.
A senhora Aracie Ferreira, mãe do Benjamim, de um ano e dois meses, se sente muito feliz por poder contar com uma creche que oferta conforto e um ensino com qualidade para o seu filho.
“A creche vai ser muito importante na minha vida e na vida do meu filho também. Sendo que eu trabalho, passo o dia todo trabalhando e só no mesmo intervalo que vou na minha residência.
Então, pra idade dele, isso vai me ajudar muito, muito mesmo. Pra mim, como mãe, é um privilégio, não só pra mim, como para as outras mães também, e com certeza, vai contribuir e vai ajudar muito na educação dos nossos filhos e na aprendizagem no dia a dia. Vejo que a educação que o Estado oferece é de qualidade, de responsabilidade, de compromisso. É excelente”, relatou.
Além de fortalecer o apoio às famílias, as creches seguem o padrão estabelecido pelo Governo do Estado, e desempenham um papel fundamental no desenvolvimento integral das crianças. Em Melgaço, a nova unidade educacional recebeu um investimento de R$ 6.765.870, oferecendo uma estrutura moderna e completa para o atendimento à primeira infância.
“O sentimento é de gratidão. Estamos recebendo um instrumento que vai servir, vai ser muito útil para o município, tanto de vista educacional, quanto de vista social. Hoje nós temos uma vulnerabilidade social grande no município e as nossas mamães vão poder ir trabalhar mais tranquilamente, porque vão deixar essas crianças em um instrumento educacional de qualidade, bem estruturado, com professores qualificados e uma estrutura de conta”, enfatizou Flávio Viegas, secretário municipal de Educação.
O pequeno Henrique Gabriel, de apenas 1 ano e 9 meses, vai à creche pela primeira vez. A novidade representa um alívio para a mãe, Maria José Gonçalves, que trabalha como atendente e agora poderá trabalhar com mais tranquilidade, sabendo que o filho está em um ambiente seguro, acolhedor e preparado para o seu desenvolvimento.
“É muito importante poder contar com um ambiente seguro. Assim como para as outras mães, que trabalham fora e precisamos de uma creche adequada igual a essa, pra gente trabalhar despreocupada, sabendo que ele vai estar sendo bem cuidado, que tem excelentes profissionais, que vão estar educando ele. E hoje, nossa, meu coração tá completamente feliz de deixar o meu filho numa creche que é tudo de bom, é maravilhoso”, declarou.
Ainda na inauguração da primeira creche da região
Numa creche que é tudo de bom
Avanços no Arquipélago do Marajó
O Governo do Estado inaugura a primeira creche da região, que se prepara para receber outras unidades, uma em cada município do arquipélago. Ao todo, mais de 2 mil famílias serão beneficiadas. A iniciativa representa um avanço importante para a educação no Marajó, promovendo mais inclusão, desenvolvimento e cidadania desde os primeiros anos de vida. Além da creche, o Governo do Estado já entregou, desde 2019, onze escolas totalmente reformadas e construídas para a comunidade escolar do Marajó, como parte dos investimentos na melhoria da educação no arquipélago.
O programa prevê a construção de 150 creches em todo o Pará, destinadas a crianças de 0 a 5 anos
O Governo do Estado já entregou creches nos municípios de Belém, Ananindeua, Benevides, Oriximiná, Redenção, Cumaru do Norte, Almeirim, Bannach e, agora, em Melgaço, beneficiando cerca de duas mil famílias.
“Creches Por Todo o Pará”
É um programa educacional inédito no Estado, com o objetivo de atender cerca de 30 mil famílias, especialmente mães em situação de vulnerabilidade social que precisam retornar ao mercado de trabalho. A iniciativa busca facilitar a conciliação entre a vida profissional e os cuidados com os filhos. Com investimento superior a R$ 400 milhões, o programa prevê a construção de 150 creches em todo o Pará, destinadas a crianças de 0 a 5 anos. Nos municípios com maior densidade populacional, serão erguidas duas unidades.
(*) SEDUC <<
Festival de Cultura e jogos do Xingu
Abertura oficial do Festival reuniu mais de 900 indígenas em celebração histórica, em Altamira. O evento inédito, inicia programação com rituais, esportes e manifestações culturais de 14 etnias com apoio do Governo do Pará e parceria da SEPI
Uma noite marcada por emoção, cantos tradicionais e força ancestral marcou a abertura oficial do Festival de Cultura e Jogos Indígenas do Xingu, realizada nesta quinta-feira (17), na Arena de Jogos da Orla do Cais, em Altamira, no sudoeste do Pará. Com a presença de mais de 900 indígenas de 14 etnias, o evento celebrou a diversidade cultural e esportiva dos povos originários do Pará e abriu oficialmente a programação que se estende até o dia 20 de julho.
Momento de celebração da nossa cultura e da nossa ancestralidade. Um momento de fortalecer as etnias, por meio dos jogos e das manifestações culturais, afirmou o governador Helder Barbalho
Com apresentações culturais e rituais de chegada, a abertura oficial teve ainda desfile das delegações, exibição de vídeos institucionais e a tradicional corrida de tora, realizada pelos Gavião Kyikatejê. A cerimônia contou com a presença do governador Helder Barbalho, que destacou a importância do festival como marco de valorização da cultura indígena.
“Este é um momento de celebração da nossa cultura e da nossa ancestralidade. Um momento de fortalecer as etnias, por meio dos jogos e das manifestações culturais. Fico feliz em ver o Governo do Pará, junto com a Prefeitura de Altamira, promovendo esse encontro tão simbólico. Que todos os atletas e todas as etnias aqui presentes pos-
sam representar a diversidade cultural e a força da ancestralidade do nosso povo.
Precisamos estimular cada vez mais a união dos povos, a convivência entre pessoas que pensam diferente, que têm culturas e vidas distintas, mas que compartilham algo maior: somos todos brasileiros, todos paraenses, todos filhos do Xingu. Todos amamos Altamira.
Sua
Celebrando nossa cultura
Aqui vemos que é possível viver em um único território, respeitar o próximo e construir uma convivência em harmonia”, afirmou o governador Helder Barbalho.
Também estiveram presentes o ministro das cidades, Jader filho, e o ministro do Turismo Celso Sabino e demais autoridades. A secretária de Estado dos Povos Indígenas, Puyr Tembé, reforçou o papel da SEPI na construção de parcerias que possibilitam eventos como este e de políticas públicas com protagonismo indígena no Pará.
“O Festival e os jogos do Xingu são uma vitória coletiva. Um espaço de afirmação cultural, de fortalecimento da nossa ancestralidade e também de visibilidade para o povo indígena que luta e tem seu esporte, que dança e resiste com dignidade. A SEPI estará presente onde for preciso para garantir que nossos povos tenham seus direitos respeitados”, afirmou a secretária.
Apresentações culturais e rituais de chegada, na abertura oficial
Cada delegação era composta por cerca de 65 pessoas, entre atletas, crianças e anciãos, reunindo saberes, esportes e tradições de diferentes territórios amazônicos
Também esteve presente na cerimônia, o cacique Paynare Xipaia, da Terra indígena e do povo Xipaia, que destacou o significado do evento. “Estamos muito felizes por participar deste evento, dos Jogos Indígenas, pela primeira vez aqui em Altamira. É um momento importante que fortalece cada vez mais a cultura do nosso povo e promove a troca de saberes com os outros parentes. Esse encontro é uma grande oportunidade de compartilhar experiências e levar novos aprendizados de volta para os nossos territórios”, explicou o Cacique.
Etnias do Médio Xingu e povos convidados Com a maior diversidade étnica do Pará, a região do Médio Xingu sedia o encontro de nove etnias originárias da região: Arara, Xipaya, Kuruaya, Asurini, Xikrin do Trincheira Bacajá, Kayapó do Kararaô, Parakanã, Araweté e Juruna.
Autoridades destacando e aplaudindo a importância do festival como marco de valorização da cultura indígena
Participam ainda como etnias convidadas os povos Gavião Kyikatejê, Krimei Xikrin (do Rio Cateté) e Kayapó Mebêngôkre (TI Kayapó), vindos de outras regiões do esta-
O Festival contou com disputas de nove modalidades tradicionais e esportivas
do. Cada delegação é composta por cerca de 65 pessoas, entre atletas, crianças e anciãos, reunindo saberes, esportes e tradições de diferentes territórios amazônicos.
Programação
O Festival conta com disputas de nove modalidades tradicionais e esportivas, entre elas arco e flecha, tiro ao alvo, corrida de bastão, natação, canoagem, futebol e cabo de força. A programação inclui ainda apresentações culturais, rituais, desfile indígena e shows musicais de artistas como Liah Soares e atrações locais.
O Festival de Cultura e Jogos Indígenas do Xingu é uma realização do Programa Estadual de Incentivo à Cultura (Semear), da Fundação Cultural do Pará (FCP), da Secretaria de Turismo do Pará (Setur), da Secretaria dos Povos Indígenas do Pará (SEPI) e do Governo do Pará. O evento também conta com o apoio de diversas secretarias municipais, da Funai e do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) de Altamira.
(*) SEPI <<
Avaliando a qualidade da água do sistema de captação do Combu
Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais fará monitoramento e laudos técnicos da água de chuva captada, garantindo segurança hídrica aos moradores
OGoverno do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas), realizou uma visita técnica à Ilha do Combu, em Belém, na sexta-feira (11), para acompanhar o avanço das obras do projeto “Água para Todos”. A iniciativa visa a garantir o acesso à água potável por meio da instalação de sistemas de captação e tratamento da água da chuva para comunidades tradicionais da região.
As instalações seguem em ritmo constante, com as bases prontas e os sistemas já instalados. Os trabalhos agora se concentram na montagem das torres de captação e na finalização das calhas.
Durante a visita, a Semas oficializou a parceria com a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, que exerce as funções de Serviço Geológico do Brasil. A partir da inauguração dos sistemas, o monitoramento da qualidade da água será realizado mensalmente, por meio do Laboratório de Análises Minerais da CPRM (LAMIN), que ficará responsável pela emissão de laudos técnicos sobre a água captada, garantindo segurança hídrica e transparência para os moradores da ilha.
“Trouxemos hoje, para essa visita, a CPRM, que está entrando no projeto para monitorar a qualidade da água por meio do LAMIN. Essa é mais uma parceria que agrega valor ao programa.
Assim que o sistema estiver inaugurado, com previsão para o segundo semestre, faremos o monitoramento mensal e divulgaremos esses dados para toda a comunidade. Com o sistema Pluvi e apoio da Fortress e UFPA, estamos implementando solução baseada na natureza com garantia de qualidade da água fornecida”, destacou o secretário adjunto de Gestão e Regularidade Ambiental, Rodolpho Zahluth Bastos.
Homero de Melo Jr., superintendente regional do Serviço Geológico do Brasil: água de qualidade para comunidades tradicionais
Durante a visita técnica à Ilha do Combu
Representantes da Semas, do CPRM e da comunidade inspecionam o sistema de captação de água de chuva na ilha do Combu
Para Homero de Melo Júnior, superintendente regional da CPRM, a parceria técnica com a Semas representa uma oportunidade concreta de garantir água de qualidade para comunidades tradicionais, com tecnologia de fácil operação e manutenção. “Essa cooperação técnica prevê o desenvolvimento de diversos produtos ao longo de cinco anos. O projeto ‘Água para Todos’ é uma iniciativa de grande relevância, pois alia eficiência, sustentabilidade e autonomia para a população local. O monitoramento da água será feito pelo LAMIN, o que garante confiança e segurança para os moradores que vão consumir essa água”, disse.
O projeto abrange também coletivos como a sede da Associação de Mulheres Extrativistas (AME) e a Ygara Artesanal, que trabalham com artesanato local e turismo receptivo baseado em conhecimentos ancestrais sobre o manejo da biodiversidade, como o açaí e a andiroba. Essas iniciativas buscam fomentar a bioeconomia local e apoiar o desenvolvimento sustentável da ilha.
O andamento da ação foi celebrado por moradores da Ilha do Combu, como Iracema Nascimento, representante da Ygara Artesanal, que atua com turismo de base comunitária. “Fomos contemplados com o filtro de captação da água da chuva. Antes
era só uma expectativa, mas agora está se tornando realidade. Estamos ansiosos pela conclusão do sistema, que representa uma esperança de melhora significativa na nossa qualidade de vida”, afirmou.
A iniciativa está alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU, especialmente com o ODS 6 — Água Potável e Saneamento, que prevê o acesso universal e igualitário a água segura para todos. A utilização da água da chuva como recurso hídrico, aliada ao uso de energia limpa e ao manejo comunitário, representa uma solução baseada na natureza, com tecnologia social. A iniciativa é voltada à redução das desigualdades e à promoção da justiça hídrica em territórios vulneráveis. A implementação da infraestrutura hídrica fortalece a segurança no acesso à água e impulsiona o desenvolvimento sustentável das comunidades da Ilha do Combu, com impacto direto na educação do campo, na saúde pública e no fortalecimento de empreendimentos da sociobiodiversidade.
A implantação dos sistemas é resultado de uma ampla articulação institucional. Além da Semas, participam da iniciativa a Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) e Secretaria Municipal de Educação (Semec); o Núcleo de Meio Ambiente (NUMA) da Universidade Federal do Pará (UFPA); a empresa Pluvi Soluções Ambientais Inteligentes, responsável pela tecnologia de captação da água da chuva; a empresa New Fortress, que oferece apoio financeiro; e o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio), gestor da unidade de conservação onde está localizada a Ilha do Combu.
O monitoramento da qualidade da água será realizado mensalmente
Iracema Nascimento, da Ygara Artesanal: conclusão do sistema representa um salto significativo na qualidade de vida no Combu
O
Para fortalecer políticas públicas, Fapespa investe no estudo de indicadores populacionais
A Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas destaca o fator populacional paraense em mais de oito produtos lançados
AFundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), órgão do Governo do Pará, reúne em seus produtos indicadores relacionados à população paraense, que atualmente é a maior da região Norte, com o Pará ocupando a 9ª posição em tamanho populacional entre os estados brasileiros. Apenas pela Coordenadoria de Estatística e Disseminação da Informação (Cedi), vinculada à Diretoria de Estatística e Tecnologia da Gestão da Informação (DETGI), anualmente a Fapespa lança cinco produtos sobre indicadores populacionais: Anuário Estatístico do Pará; Radar de Indicadores das RI; Pará em Números; Pará no Contexto Nacional e Estatísticas Municipais. Os dados também estão presentes em produtos como o Relatório do PIB Estadual, Mapa de Exclusão Social, Perfil da Juventude e vários boletins. Belém, a capital paraense, é o município mais populoso. Segundo Atyliana Dias, diretora de Estatística e Tecnologia da Gestão da Informação, esses estudos são essenciais para o cumprimento da missão da Fapespa. “Eles promovem o desenvolvimento regional com base em dados feitos por cientistas, por estatísticos, economistas e por nossos técnicos. Seu uso contínuo fortalece a ca-
pacidade do Estado em planejar, executar e monitorar políticas públicas eficazes e sustentáveis”, informa.
Eficácia
O analista de Gestão Pública da DETGI, Raymundo Nonnato Júnior, também desta-
ca que conhecer a dinâmica da população é fundamental para a elaboração de políticas públicas mais eficazes. “Uma região que não compreende sua população não consegue identificar quais são as necessidades mais básicas em jogo, como acesso à saúde, educação de qualidade e infraestrutura adequada. Portanto, entender o tamanho e a composição demográfica (faixa etária, sexo, raça/cor etc.) é essencial para identificar os problemas que precisam ser resolvidos, criando cenários futuros mais favoráveis aos cidadãos”, reiterou.
Ainda de acordo com o analista, um exemplo é a questão da previdência social, que demanda um conhecimento específico sobre a composição da população para garantir proteção social, incluindo a oferta de benefícios em situações como aposentadoria, invalidez, pensão por morte e auxílio-doença.
“Se não se conhece os indicadores de mortalidade, fecundidade e migração, como garantir os direitos e deveres dos cidadãos?”, diz Raymundo Júnior.
A Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), órgão do Governo do Pará, reúne em seus produtos indicadores relacionados à população paraense
O Pará, maior da região Norte, ocupando a 9ª posição em tamanho populacional entre os estados brasileiros. Belém, a capital paraense, é o município mais populoso
Outros indicadores fundamentais para a gestão de uma sociedade organizada, que busca o bem-estar coletivo, segundo o analista, são médicos por habitante, leitos disponíveis, nascimentos, óbitos e migração populacional (saídas e entradas de pessoas da região). “Todos esses dados têm um papel crucial na formulação de estratégias que atendam, efetivamente, às necessidades da população”, afirma.
Indicadores no Pará
Segundo estimativas calculadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2024 o Pará possuía mais de 8 milhões de habitantes, sendo que mais da metade da população paraense está na faixa de 20 a 49 anos. A Região de Integração mais populosa é a Guajará, com cinco municípios e aproximadamente 2,2 milhões de residentes, seguida pelas regiões do Tocantins e do Baixo Amazonas, com 866 mil e 840 mil habitantes, respectivamente. Dentre os 144 municípios do Estado, Belém é o mais populoso, com cerca de 1,4 milhão de habitantes, seguido por Ananindeua, com pouco mais de 507 mil habitantes, e Santarém, com cerca de 357 mil. Outro indicador relacionado à população é o índice de envelhecimento, que acompanha a evolução etária da população. O número de idosos em relação à população jovem tem
Conhecer a dinâmica da população é fundamental para a elaboração de políticas públicas
crescido em muitos países, assim como no Brasil, e consequentemente no Pará. “Esta tendência é um reflexo direto da redução dos níveis de fecundidade, somada ao aumento da longevidade dos indivíduos que compõem a terceira idade”, explica Raymundo Júnior. Apesar disso, a razão de dependência da população paraense, que mede a participação relativa do contingente populacional poten-
cialmente inativo (jovens e idosos) em relação à parcela da população potencialmente produtiva (indivíduos de 15 a 64 anos), vem diminuindo ao longo dos anos, registrando, em 2024, aproximadamente 45 dependentes para cada 100 indivíduos em idade produtiva.
(*) Ascom/Fapespa <<
W W Recondicionamento de bombas injetoras Limpeza do catalisador
W W Recondicionamento de Bicos injetoresPedal do acelerador
WRecondicionamento de unidade injetoras
W W Alternador e Motor de partidaTurbinas
WServiço de recuperação de cuícas e válvulas de ar
Policlínica de Tucuruí orienta famílias sobre marmitas saudáveis para crianças no veraneio
2 Nutricionista orienta sobre alimentação prática e segura para passeios ao ar livre
Com o calor intenso de julho e as férias escolares, passeios a rios, balneários e praias de água doce tornam-se frequentes durante o verão amazônico. Nesse período, manter uma alimentação infantil equilibrada, saudável e segura é essencial para garantir o bem-estar das crianças. A nutricionista Alynny Rayla de Sousa, da Policlínica Lago de Tucuruí — unidade do Governo do Pará, gerenciada pelo Instituto de Saúde Social e Ambiental da Amazônia (ISSAA) — compartilhou orientações práticas sobre como montar marmitas inteligentes para os momentos de lazer ao ar livre.
“Frutas cortadas como melancia, uva, maçã e manga são refrescantes, práticas e muito bem aceitas pelas crianças. Também indicamos opções como mix de castanhas, biscoitos integrais, bolinhos caseiros com pouco açúcar, chips de batata-doce assada e sanduíches naturais com recheios leves, como frango desfiado com cenoura”, explica a nutricionista.
A profissional garante que esses alimentos fornecem energia e ajudam a manter a saciedade ao longo do dia, além de evitar o consumo excessivo de industrializados ricos em sódio e açúcar.
Armazenamento
Alynny Rayla alerta que os cuidados com a conservação dos alimentos devem ser redobrados no calor. “O ideal é armazenar os lanches em caixas térmicas com gelo ou em bolsas térmicas. Também é importante usar potes bem fechados e livres de BPA, higienizar bem as frutas antes de armazenar e levar sempre guardanapos limpos e álcool em gel para higienização das mãos”, orienta. Sobre a composição nutricional dos lanches, Alynny recomenda um equilíbrio entre os grupos alimentares. “Para um lanche fora de casa, uma boa proporção é 50% de carboidratos, 30% de proteínas e 20% de gorduras boas. Um exemplo simples seria um sanduíche de pão integral com frango desfiado e um fio de azeite ou abacate no recheio”, sugere.
Policlínica Lago de Tucuruí
Texto * Roberta Paraense Fotos Divulgação, Pedro Guerreiro / Ag. Pará
Além dos alimentos sólidos, a hidratação também deve ser uma prioridade. “A água deve ser sempre a principal escolha. Mas sucos naturais sem açúcar, água de coco e chás gelados como hibisco ou erva-doce também são boas opções. O importante é evitar refrigerantes e bebidas muito açucaradas, que não hidratam de forma eficiente”, ressalta a nutricionista. Para evitar os produtos ultraprocessados durante os passeios, Alynny reforça a importância do preparo caseiro e da leitura dos rótulos. “Planejar com antecedência e levar os lanches prontos de casa garante mais controle sobre os ingredientes. Quando for necessário comprar algo pronto, é importante optar por produtos
sem aditivos artificiais, corantes e conservantes”, afirma. As orientações da nutricionista também levam em conta as mudanças climáticas típicas da região. “No calor, é essencial manter a hidratação e oferecer alimentos leves e frescos. Já em dias mais frios, os lanches podem ser mais consistentes, como pães com ovos cozidos, frutas com casca e bebidas mornas em garrafas térmicas”, recomenda. Uma preocupação comum dos pais é que os lanches estraguem o apetite das refeições principais. Alynny explica que isso pode ser evitado com a oferta fracionada dos alimentos. “Oferecer pequenas porções a cada três horas e evitar exageros é a melhor forma de manter o apetite das crianças equilibrado. Além disso, respeitar os horários habituais de almoço e jantar ajuda o corpo a manter seu ritmo natural de fome e saciedade.”
Com planejamento e atenção à qualidade dos alimentos, é possível oferecer às crianças uma alimentação saudável e segura durante os dias de lazer, sem abrir mão do sabor e da praticidade. “O importante é manter o equilíbrio e garantir que os pequenos estejam bem alimentados e hidratados para aproveitar os passeios com saúde e disposição”, conclui a nutricionista.
Serviço
O funcionamento da Policlínica Lago de Tucuruí é de segunda-feira a sexta-feira, das 7h às 19h. O serviço de hemodiálise também funciona aos sábados, em dois turnos. A unidade fica na avenida Raimundo Veridiano Cardoso, nº 1008, no bairro Santa Mônica, e o funcionamento é realizado 100% gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
(*) Ascom (Governo do Pará) <<
Lanches em caixas ou bolsas térmicas
No calor, é essencial manter a hidratação e oferecer alimentos leves e frescos
A hidratação também deve ser uma prioridade
Da cervejaria à indústria farmacêutica: a jornada da levedura para curar doenças
Pesquisadores da Universidade Ca’ Foscari desenvolveram um método rápido e ecológico usando levedura para criar e analisar peptídeos macrocíclicos
para medicamentos
Texto *Universidade Ca Fotos Foscari EPFL, Instituto de Tecnologia de Kyoto (KIT)Nature Communications, Universidade Ca’ Foscari de Veneza
Cientistas da Universidade Ca’ Foscari de Veneza, em colaboração com pesquisadores do Japão, China, Suíça e Itália, desenvolveram um método inovador para produzir e analisar rapidamente uma vasta gama de peptídeos macrocíclicos, moléculas cada vez mais utilizadas na medicina moderna. A pesquisa, publicada na Nature Communications, utiliza a conhecida levedura de cerveja, transformando bilhões desses minúsculos organismos em fábricas fluorescentes em miniatura, cada uma capaz de criar um peptídeo único com potenciais aplicações terapêuticas.
Peptídeos macrocíclicos são medicamentos promissores porque combinam direcionamento preciso, estabilidade e segurança, oferecendo menos efeitos colaterais do que os medicamentos tradicionais. No entanto, os métodos convencionais para descobrir e testar esses peptídeos costumam ser complexos, difíceis de controlar, lentos e prejudiciais ao meio ambiente.
Peptídeos são amplamente utilizados na indústria farmacêutica como ingredientes farmacêuticos ativos, ferramentas versáteis na descoberta de fármacos e para administração de fármacos. Eles se encontram na interseção de pequenas moléculas e proteínas, possuindo penetração tecidual favorável e a capacidade de se envolver em interações específicas e de alta afinidade com receptores endógenos. Uma das abordagens comumente empregadas na descoberta e no design de peptídeos é a triagem de bibliotecas combinatórias, compreendendo uma miríade de variantes de peptídeos de origem química ou biológica.
monoclonais)
Para superar essas limitações, os pesquisadores modificaram células de levedura de cerveja comum para produzir individualmente diferentes peptídeos macrocíclicos. Cada célula de levedura atua como uma pequena fábrica que se acende ao produzir o composto, permitindo que os cientistas identifiquem rapidamente peptídeos promissores. Utilizando técnicas avançadas de fluorescência, a equipe examinou bilhões dessas microfábricas em apenas algumas horas, um processo significativamente mais rápido e ecológico do que os métodos existentes. Sara Linciano, autora principal e pesquisadora de pós-doutorado no Departamento
Estrutura única do fármaco peptídico macrocíclico (frequentemente de 4 a 24 aminoácidos) situa-se entre os fármacos de moléculas pequenas e os biológicos (como os anticorpos
de Ciências Moleculares e Nanossistemas da Ca’ Foscari, explica: “Manipulamos células de levedura para que cada uma funcionasse como uma ‘microfábrica’ que se torna fluorescente ao produzir um composto específico. Isso nos permitiu analisar 100 milhões de peptídeos diferentes de forma rápida e eficaz.”
Ylenia Mazzocato, colíder do estudo, destaca a sustentabilidade da abordagem: “Ao explorar a maquinaria natural da levedura, produzimos moléculas peptídicas que são biocompatíveis e biodegradáveis, tornando-as seguras para a saúde e o meio ambiente, uma abordagem verdadeiramente ‘farmacêutica verde”.
A equipe também esclareceu como esses peptídeos se ligam precisamente aos seus alvos. Zhanna Romanyuk, que contribuiu para a análise estrutural, afirma: “Usando cristalografia de raios X, demonstramos as excelentes propriedades de ligação desses peptídeos, confirmando sua precisão e potência.”
Este novo método oferece avanços significativos para a descoberta de fármacos, especialmente para alvos desafiadores que os medicamentos convencionais não conseguem abordar facilmente.
Cientistas transformam levedura de cerveja em minifábricas de medicamentos inteligentes. Bilhões de células de levedura modificadas estão abrindo caminho para a descoberta de medicamentos mais seguros e rápidos, produzindo novos medicamentos em potencial com precisão milimétrica — sem a necessidade de ratos de laboratório
Alessandro Angelini, professor associado e coordenador do estudo, enfatiza: “Estamos expandindo os limites desta tecnologia para criar peptídeos macrocíclicos que podem administrar terapias avançadas diretamente a células específicas, potencialmente revolucionando tratamentos. Isso pode beneficiar enormemente a saúde dos pacientes e ter impactos científicos e econômicos substanciais”.
Este trabalho fez parte do Plano Nacional de Recuperação e Resiliência (PNRR), apoiado pela iniciativa Next Generation EU da União Europeia, envolvendo equipes multidisciplinares da Universidade Ca’ Foscari de Veneza, do Instituto de Tecnologia de Kyoto (KIT), da Academia Chinesa de Ciências, da Universidade de Pádua e da École Polytechnique Fédérale de Lausanne (EPFL), incluindo especialistas em química, biofísica, bioquímica e ciências computacionais.
Parte dessa tecnologia já foi patenteada pela Ca’ Foscari e foi recentemente adquirida pela startup Arzanya Srl. “Ver nossa tecnologia ganhar reconhecimento internacional me orgulha”, conclui Angelini. “Espero que a Arzanya Srl possa proporcionar aos nossos jovens e talentosos pesquisadores a oportunidade de perseguir suas paixões aqui na Itália, sem necessariamente precisar se mudar para o exterior”.
Levedura de cervejarias para curar doenças
Da cervejaria à indústria farmacêutica
Alessandro Angelini, no laboratório de Engenharia Biomolecular da Universidade Ca’ Foscari de Veneza
Cultivando plantas no espaço
À medida que os humanos exploram o espaço, desejaremos trazer plantas por razões estéticas e práticas
Já sabemos, por meio de nossos astronautas pioneiros, que flores e jardins frescos na Estação Espacial Internacional criam uma atmosfera bela e nos permitem levar um pedacinho da Terra conosco em nossas jornadas. Elas são boas para o nosso bem-estar psicológico na Terra e no espaço. Também serão essenciais para manter os astronautas saudáveis em missões de longa duração.
A falta de vitamina C foi o suficiente para causar escorbuto nos marinheiros, e deficiências vitamínicas podem causar uma série de outros problemas de saúde. Simplesmente levar alguns multivitamínicos não será suficiente para manter os astronautas saudáveis enquanto exploram o espaço profundo. Eles precisarão de produtos frescos.
Atualmente, na estação espacial, os astronautas recebem remessas regulares de uma grande variedade de refeições liofilizadas e pré-embaladas para cobrir suas necessidades alimentares –as missões de reabastecimento os mantêm sempre frescos. Quando as tripulações se aventuram em missões espaciais mais distantes, viajando por meses ou anos sem remessas de reabastecimento, as vitaminas na forma pré-embalada se decompõem com o tempo, o que representa um problema para a saúde dos astronautas.
A NASA está buscando maneiras de fornecer aos astronautas nutrientes de forma duradoura e de fácil absorção — frutas e vegetais frescos cultivados na hora. O desafio é como fazer isso em um ambiente fechado, sem luz solar ou gravidade terrestre.
Vegetariano
O Sistema de Produção de Vegetais, conhecido como Veggie, é uma horta espacial localizada na estação espacial. O objetivo do Veggie é ajudar a NASA a estudar o crescimento de plantas em microgravidade, ao mesmo tempo em
O astronauta Scott Kelly cuidou de zínias espaciais moribundas na Estação Espacial Internacional
que adiciona alimentos frescos à dieta dos astronautas e aumenta a felicidade e o bem-estar no laboratório orbital. A horta Veggie tem aproximadamente o tamanho de uma bagagem de mão e normalmente comporta seis plantas. Cada planta cresce em uma “almofada” preenchida com um substrato à base de argila e fertilizante. As almofadas são importantes para ajudar a distribuir água, nutrientes e ar em um equilíbrio saudável ao redor das raízes. Caso contrário, as raízes se afogariam na água ou seriam engolidas pelo ar devido à forma como os fluidos no espaço tendem a formar bolhas. Na ausência de gravidade, as plantas usam outros fatores ambientais, como a luz, para orientar e guiar o crescimento. Um conjunto de diodos emissores de luz (LEDs) acima
um
das plantas produz um espectro de luz adequado ao seu crescimento. Como as plantas refletem muita luz verde e usam mais comprimentos de onda vermelho e azul, a câmara Veggie normalmente brilha em rosa magenta.
Até o momento, a Veggie cultivou com sucesso uma variedade de plantas, incluindo três tipos de alface, repolho chinês, mostarda mizuna, couve russa vermelha e flores de zínia. As flores foram especialmente populares com o astronauta Scott Kelly, que colheu um buquê e o fotografou flutuando na cúpula com a Terra ao fundo. Algumas das plantas foram colhidas e consumidas pelos membros da tripulação, com as amostras restantes devolvidas à Terra para serem analisadas. Uma preocupação era o crescimento de micróbios nocivos nos produtos. Até o momento, nenhuma contaminação prejudicial foi detectada, e o alimento tem sido seguro (e agradável) para a tripulação.
Nossa equipe no Centro Espacial Kennedy prevê plantar mais produtos agrícolas no futuro, como tomates e pimentões. Alimentos como frutas vermelhas, certos feijões e outros alimentos ricos em antioxidantes teriam o benefício adicional de fornecer alguma proteção contra a radiação espacial para os tripulantes que os consumirem.
Habitat de plantas avançado
O Advanced Plant Habitat (APH), assim como o Veggie, é uma câmara de crescimento em uma estação para pesquisa de plantas. Ele utiliza luzes de LED e um substrato de argila porosa
John “JC” Carver, engenheiro de integração de carga útil do Contrato de Suporte de Testes e Operações da Kennedy, abre a porta da câmara de crescimento da Unidade de Voo de Habitat Avançado de Plantas nº 1 para uma colheita de teste de metade das plantas de Arabidopsis thaliana que crescem ali.
terrestre Veggie estão sendo colhidas no Laboratório de Desenvolvimento de Equipamentos de Voo, na Instalação de Processamento da Estação Espacial Kennedy. Uma colheita semelhante de zínia foi realizada pelo astronauta
A astronauta Serena Auñón-Chancellor colhe couve-roxa russa e alface-dragão da Veggie em 28 de novembro de 2018, bem a tempo para o Dia de Ação de Graças. A tripulação pôde saborear
lanche no meio da tarde com vinagre balsâmico, e Auñón-Chancellor relatou que a alface estava “deliciosa!”
com fertilizante de liberação controlada para fornecer água, nutrientes e oxigênio às raízes das plantas.
Mas, ao contrário do Veggie, ele é fechado e automatizado, com câmeras e mais de 180 sensores em contato interativo constante com uma equipe em solo em Kennedy, o que o torna prático e prático. A recuperação e distribuição de água, o conteúdo atmosférico, os níveis de umidade e a temperatura são todos automatizados. Possui luzes LED de cores mais variadas que o Veggie, com luzes vermelha, verde e azul, mas também branca, vermelha distante e até infravermelha, permitindo imagens noturnas.
Quando uma colheita está pronta para estudos de pesquisa, a equipe coleta amostras das plantas, congela-as ou fixa-as quimicamente para preservá-las e as envia de volta à Terra para serem estudadas, para que os cientistas possam entender melhor como o espaço afetou seu crescimento e desenvolvimento.
O APH realizou seu primeiro teste na estação espacial na primavera de 2018, usando Arabidopsis thaliana (o “rato branco do mundo da pesquisa vegetal”) e trigo-anão. O vídeo em time-lapse foi um sucesso nas redes sociais da estação espacial em todo o mundo.
O Dr. Norman Lewis é o pesquisador principal do estudo do consórcio Arabidopsis Gravitational Response Omics ( Arabidopsis -GRO), que será o primeiro estudo a utilizar a APH. Ele e seus colaboradores estão especialmente interessados no que acontece com as plantas no espaço em nível de genes, proteínas e metabólitos, e quais mudanças ocorrem e por quê.
Uma questão-chave que eles querem responder é a relação entre a microgravidade e o teor de lignina nas plantas.
As ligninas nas plantas têm funções cuja analogia mais próxima é a dos ossos nos humanos. Elas conferem estrutura e rigidez às plantas e os meios para
se manterem eretas contra a gravidade. Já sabemos que o espaço causa perda óssea e muscular nos humanos porque as demandas físicas são menores no espaço. E quanto às ligninas?
Lewis e sua equipe também querem saber se plantas geneticamente modificadas para ter menos lignina podem sobreviver e funcionar normalmente no espaço. Isso poderia conferir diversas vantagens às plantas cultivadas no espaço, incluindo a melhor absorção de nutrientes quando consumidas pelos humanos e a facilidade de compostagem de resíduos vegetais.
Lewis e sua equipe acreditam que essas informações científicas fundamentais orientarão nossas estratégias de exploração e colonização do espaço profundo. Lewis sabe que a ciência espacial já percorreu um longo caminho — e que as possibilidades no horizonte eram anteriormente o mundo da ficção!
O astronauta da NASA e engenheiro de voo da Expedição 66, Raja Chari, segura um taco feito com pimentas recém-colhidas e cultivadas a bordo da Estação Espacial Internacional como parte do experimento Plant Habitat-04 (PH-04)
O primeiro teste de crescimento de culturas no Habitat Avançado de Plantas a bordo da Estação Espacial Internacional produziu excelentes resultados. Sementes de Arabidopsis – pequenas plantas com flores, aparentadas com repolho e mostarda –cresceram por cerca de seis semanas, e trigo-anão, por cinco semanas.
A equipe do Advanced Plant Habitat (APH) durante as Pesquisas Biológica em Canisters (BRIC)
Qual a idade em que o corpo humano começa a envelhecer
Cientistas descobrem que os humanos envelhecem dramaticamente em duas explosões: aos 44 e depois aos 60
Oenvelhecimento é um processo complexo associado a quase todas as doenças. Compreender as alterações moleculares subjacentes ao envelhecimento e identificar alvos terapêuticos para doenças relacionadas ao envelhecimento são cruciais para aumentar a expectativa de vida. Embora muitos estudos tenham explorado alterações lineares durante o envelhecimento, a prevalência de doenças relacionadas ao envelhecimento e o risco de mortalidade aceleram após pontos de tempo específicos, indicando a importância de estudar alterações moleculares não lineares. Neste estudo, foi realizado um perfil multiômico abrangente em uma pesquisa humana longitudinal de 108 participantes, com idades entre 25 e 75 anos.
Descobrindo ondas de moléculas e micróbios relacionados ao envelhecimento ao longo da vida humana . A maioria das moléculas e micróbios sofre mudanças não lineares durante o envelhecimento humano
“...foram coletadas 5.405 amostras biológicas (incluindo 1.440 amostras de sangue, 926 amostras de fezes, 1.116 amostras de cotonetes estéril usado para coletar amostras biológicas de pele, 1.001 amostras de cotonetes estéril usado para coletar amostras biológicas oral e 922 amostras de cotonete estéril usado para coletar amostras biológicas nasal). Foram adquiridas 135.239 características biológicas (incluindo 10.346 transcrições, 302 proteínas, 814 metabólitos, 66 citocinas, 51 testes de laboratório clínico, 846 lipídios, 52.460 táxons do microbioma intestinal, 8.947 táxons do microbioma da pele, 8.947 táxons do microbioma oral e 52.460 táxons do microbioma nasal), resultando em 246.507.456.400 pontos de dados”.
Os participantes residiam na Califórnia, Estados Unidos, e foram acompanhados por um período mediano de 1,7 anos, com uma duração máxima de acompanhamento de 6,8 anos. A análise revelou padrões não lineares consistentes em marcadores moleculares do envelhecimento, com desregulação substancial ocorrendo em dois períodos principais, aproximadamente aos 44 e 60 anos de idade cronológica. Moléculas distintas e vias funcionais associadas a esses períodos também foram identificadas, como a regulação imunológica e o metabolismo de carboidratos, que se alteraram durante a transição de 60 anos,
Fotos Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford, Gregor.Health, Michael Snyder
O estudo revelou que apenas 6,6% dos marcadores moleculares apresentaram alterações lineares associadas à idade, enquanto 81% apresentaram padrões não lineares, destacando a complexidade do processo de envelhecimento
e as alterações no metabolismo de doenças cardiovasculares, lipídios e álcool na transição de 40 anos. De modo geral, esta pesquisa demonstra que as funções e os riscos de doenças relacionadas ao envelhecimento mudam de forma não linear ao longo da vida humana e fornece insights sobre as vias moleculares e biológicas envolvidas nessas mudanças. O envelhecimento é um processo complexo que continua a ser investigado. A ciência está gradualmente juntando as peças para resolver o enigma que o cerca.
Idades de maior envelhecimento
Para o estudo, milhares de moléculas e micróbios foram rastreados de 108 pessoas com idades entre 24 e 75 anos. Ao longo de vários anos, esses indivíduos forneceram fezes, sangue, raspados de pele e cotonetes nasais e orais a cada poucos meses.
O corpo humano não envelhece em um ritmo constante durante a vida adulta. Ele acelera drasticamente entre os 44 e 60 anos
Foram rastreados de 108 pessoas com idades entre 24 e 75 anos
A mais significativa indica que os seres humanos vivenciam dois períodos de rápidas mudanças ao longo da vida: por volta dos 44 anos e por volta dos 60 anos.
“Não mudamos gradualmente ao longo do tempo. Há mudanças realmente drásticas “, diz Michael Snyder, professor de genética e autor do estudo, acrescentando que “a faixa dos 40 anos é uma época de mudanças drásticas, assim como o início dos 60, e isso se aplica a todos os tipos de genética, independentemente dos tipos de moléculas que você observa”.
Mudanças em cada idade
Efeitos diferentes foram encontrados para cada faixa etária . Na primeira onda de mudanças — durante a década de 40 — foram encontradas moléculas ligadas a doenças cardiovasculares e à diminuição do metabolismo de cafeína , álcool e lipídios.
A análise produziu diversas observações.
Por outro lado, a segunda onda de mudanças — por volta dos 60 anos — incluiu moléculas ligadas à regulação imunológica , ao metabolismo de carboidratos e à função renal . Já as células associadas ao envelhecimento na pele e nos músculos sofreram alterações em ambos os períodos.
Razões
Na tentativa de encontrar as causas dessas variações de pico, os pesquisadores consideraram a possibilidade de perimenopausa e menopausa em mulheres.
Mas os resultados nos homens foram praticamente idênticos.
“Isso sugere que, embora a menopausa ou a perimenopausa possam contribuir para as mudanças observadas em mulheres por
As variações do pico, em mulheres e nos homens foram praticamente idênticos
Mudanças no estilo de vida devem ser feitas enquanto ainda estamos saudáveis
volta dos 40 anos, provavelmente há outros fatores mais importantes influenciando essas mudanças tanto em homens quanto em mulheres”, disse Xiaotao Shen, ex-pesquisador de pós-doutorado na Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford e autor do estudo.
Outra hipótese levantada é uma possível relação com mudanças de hábitos nessas idades, quando podem ocorrer certos períodos de maior estresse. Por exemplo, como explicam, pode haver maior consumo de álcool entre os 40 anos, o que poderia afetar ou desenvolver disfunções metabólicas.
Recomendações de especialistas
As razões para essas mudanças repentinas ainda precisam ser totalmente investigadas. Mas, quaisquer que sejam os resultados futuros, está claro que “ mudanças no estilo de vida devem ser feitas enquanto ainda estamos saudáveis “, sugere Snyder.
Algumas recomendações dos profissionais incluem, por exemplo, praticar mais exercícios físicos nos dois períodos para proteger o coração e manter a massa muscular; ou reduzir o consumo de álcool aos 40 anos para compensar a falta de metabolismo