DIRETOR e PRODUTOR: Rodrigo Hühn; EDITOR: Ronaldo Gilberto Hühn; COMERCIAL: Alberto Rocha, Augusto Ribeiro, Rodrigo Silva, Rodrigo Hühn; DISTRIBUIÇÃO: Dirigida, Bancas de Revista; REDAÇÃO: Ronaldo G. Hühn; COLABORADORES*: Arthur Sobral, Denilson Almeida, Lutz Ziegle, Freda Kreier, Nature Ronaldo Hühn, Universidade de Würzburg; FOTOGRAFIAS: Alex Ribeiro, Marco Santos, Marcelo Lelis, Marcelo Souza e Pedro Guerreiro / Ag. Pará, Arquivo Círios, Arquivo P+, Ascom Basílica Santuário de Nazaré, Cristina Ganuza, Fundação Nazaré, Júlio Grandi, Manoel Costa Neto, Osmarino Souza, Ricardo Stuckert/PR, The Lancet, Universidade de Hong Kong, Universidade Macquarie em Sydney-Austrália, USDA; DESKTOP: Rodolph Pyle; EDITORAÇÃO GRÁFICA: Editora Círios
* Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.
A imagem de Nossa Senhora de Nazaré em Sua Berlinda, na Trasladação, quase chegando à Catedral Metropolitana da Sé. Foto: Júlio Grandi
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CAPA
O GOVERNO DO BRASIL TROUXE A COP30.
FICA PRA
BELÉM
UMA VIDA MELHOR.
O Governo do Brasil investiu R$ 4,7 bi na cidade, deixando melhorias que vão ficar pra sempre na vida do povo paraense.
. Reforma do Complexo Ver-o-Peso
. Requalificação da Nova Doca e da Nova Tamandaré
. Macrodrenagem do Tucunduba, Murutucu, Mártir, Benguí e Marambaia
. Ampliação do Porto de Outeiro
. Construção da Vila COP30
DO LADO DO POVO BRASILEIRO
Formação dos Dirigentes de Peregrinação e Missa do Mandato
Abrem oficialmente as peregrinações cirianas deste ano
Em 2025, o Círio de Nazaré em Belém, tem como tema “Maria, Mãe e Rainha de Toda a Criação”. É uma das maiores manifestações religiosas do mundo que transforma nossa cidade em um verdadeiro santuário a céu aberto. Mas, antes da grande procissão de outubro, existe um caminho silencioso, feito de fé cotidiana, encontros comunitários e preparação espiritual: as peregrinações. Esse movimento começa oficialmente com dois momentos fundamentais: o Encontro de Formação dos Dirigentes de Peregrinação e a Missa do Mandato, ambos realizados em agosto. Recentemente (24/08), cerca de 2 mil pessoas participaram da tradicional Manhã de Formação de Dirigentes, realizada na sede campestre da Assembleia Paraense.
O encontro foi conduzido pelo padre João Paulo Dantas, orientador e revisor do Livro das Peregrinações. Ao final do evento, foi celebrada a Santa Missa de encerramento, presidida pelo Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Júlio Endi Akamine, concelebrada pelo Reitor da Basílica Santuário de Nazaré, Padre Francisco Assis Maria de Oliveira, e pelo Padre João Paulo Dantas. Ali, os dirigentes receberam orientações práticas e espirituais sobre como conduzir as visitas missionárias com a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré.
A missão desses voluntários é levar a presença da Virgem aos lares, comunidades e empresas, acompanhados pelo Livro das Peregrinações, que norteia os encontros. Jorge Xerfan, diretor de Evangelização da Festa de Nazaré, destacou o sentido desse trabalho: “A manhã de formação dos dirigentes de peregrinação é um momento essencial da nossa caminhada rumo ao Círio. É quando unimos espiritualidade e preparação prática, para que cada visita da Imagem Peregrina seja verdadeiramente uma experiência de fé, acolhimento e
Dom Júlio Akamine, na missa de encerramento do Encontro de Formação dos Dirigentes de Peregrinação, ao lado, Pe. João Paulo Dantas, olhando piedosamente a Imagem Peregrina
Participantes da tradicional Manhã de Formação de Dirigentes
Fotos Ascom Basílica Santuário de Nazaré, Fundação Nazaré, Manoel Campos da Costa Neto
Na Assembleia Paraense, no evento voltado aos devotos que coordenarão os encontros nos lares de Belém, como parte da preparação espiritual para o Círio de Nazaré 2025
evangelização. Esses dirigentes são pontes entre a Basílica e as comunidades, e essa formação fortalece a missão que cada um assume ao levar a presença de Nossa Senhora de Nazaré às casas, ruas e corações. É mais do que logística: é serviço, é entrega, é evangelho vivo”.
A Missa do Mandato
No dia seguinte, segunda-feira (25), foi a vez da Basílica Santuário de Nazaré acolher milhares de fiéis para o Dia do Mandato. Ao longo do dia, quatro missas foram celebradas às 7h, 9h, 12h e 18h, todas acompanhadas pela Imagem Peregrina. A missa das 18h foi presidida por Dom Julio Endi Akamine, o 11º arcebispo metropolitano de Belém, que em sua homilia destacou a importância de preparar o coração para além das manifestações externas: “As pessoas podem aparentar uma coisa externamente, mas o coração delas pode estar em outra realidade. É por isso que fazemos toda essa preparação e incentivamos as peregrinações, para que a beleza da manifestação externa reflita também uma conversão interior verdadeira”.
O arcebispo ressaltou ainda que o Círio precisa ser vivido de forma sincera e transformadora: “Queremos que o Círio de Nazaré seja uma expressão sincera do nosso amor por Nossa Senhora e da nossa fé em Jesus Cristo. Por isso, é essencial preparar bem o coração das pessoas. A peregrinação tem esse papel, predispor interiormente os fiéis para que vivam o Círio de forma autêntica e transformadora”.
Durante a celebração, as imagens de Nossa Senhora foram abençoadas e enviadas às famílias, comunidades e empresas que receberão os encontros de oração nos meses que antecedem o Círio.
Esse envio missionário simboliza o início oficial das peregrinações, tradição que alcança atualmente mais de 100 mil residências na Região Metropolitana de Belém e em diversas cidades do Pará.
Imagens de Nossa Senhora sendo abençoadas para sair no envio missionário
A imagem de Nossa Senhora de Nazaré, na missa presidida por Dom Júlio Akamine e concelebrada por Padres Barnabitas: “que a beleza da manifestação externa reflita também uma conversão interior verdadeira”
Dirigentes de Peregrinação felizes já com os Livros que nortearão suas visitas
Jorge Rezende, diretor de Evangelização da Diretoria da Festa de Nazaré, explicou a dimensão desse momento: “Internamente, na Diretoria, a gente diz que o Círio já está na rua. Começou no sábado com o evento das Mil Ave-Marias, que é uma preparação muito forte de oração. Também tivemos a manhã de formação dos dirigentes de peregrinação, que são as pessoas responsáveis por levar o livro de peregrinação e fazer essa evangelização nas famílias. Hoje, na Missa do Mandato, as imagens de Nossa Senhora são abençoadas para sair nesse envio missionário.”
Ele lembrou ainda que, no ano passado, mais de 100 mil famílias receberam a visita das peregrinações. Além disso, os kits de peregrinação — compostos por imagem e exemplares do livro — também chegam a comunidades de outros estados e até fora da Amazônia. Neste ano, pela primeira vez, o Livro das Peregrinações está disponível também em versão digital, facilitando o acesso dos devotos.
Tradição e Livro das Peregrinações
A tradição das peregrinações nasceu em 1972, quando o padre Giovanni Incampo, então pároco da Basílica, inspirou-se em experiências do padre redentorista Daniel Tamaccia no Sul do Brasil. A ideia era oferecer uma preparação espiritual mais profunda antes da grande procissão. Naquele ano, 300 imagens da Virgem de Nazaré foram distribuídas entre leigos da paróquia, que se comprometeram a visitar cerca de
Tradicionalmente, em todas as celebrações, são abençoadas as imagens das peregrinações aos lares dos devotos paraenses
30 residências cada. Já na primeira edição, cerca de 9 mil lares foram alcançados. O êxito foi tão grande que, nos anos seguintes, outras paróquias passaram a adotar a prática.
Desde 1994, o Livro das Peregrinações acompanha oficialmente os encontros, oferecendo roteiros de oração, cânticos e reflexões. Hoje, estima-se que aproximadamente 120 mil residências recebam a visita da imagem a cada ciclo.
Os kits de peregrinação para 2025 já estão disponíveis na Loja Lírio Mimoso, ao custo de R$ 45,00, mediante solicitação oficial das paróquias. Cada kit contém uma imagem de Nossa Senhora, 15 Livros de Peregrinação e 15 cartazes.
Para ampliar ainda mais o alcance, a versão em PDF pode ser baixada gratuitamente no site e no aplicativo oficial do Círio.
O Livro das Peregrinações também está disponível gratuitamente em PDF no site www.ciriodenazare.com.br e no aplicativo oficial do Círio.
Ao marcar o início das peregrinações, o Dia do Mandato não apenas organiza a logística da maior festa religiosa do Pará, mas resgata o verdadeiro sentido do Círio: preparar espiritualmente a comunidade para viver um momento de fé, conversão e encontro. O Círio de Nazaré é uma realização da Arquidiocese de Belém, Basílica Santuário de Nazaré, Diretoria da Festa de Nazaré, Governo do Estado do Pará e Prefeitura de Belém.
Padre João Paulo Dantas, Reitor da Igreja das Mercês, orientador e revisor do Livro das Peregrinações
Livro das Peregrinações
Círio de Nossa Senhora de Nazaré
Com a praça Frei Caetano Brandão (no centro e coração da Amazônia), repleta de devotos de Nossa Senhora de Nazaré, desde o fim da Trasladação, Dom Alberto Taveira, então, Arcebispo Metropolitano de Belém, iniciou a Missa tão esperada do Grande Círio, no palanque em frente à Catedral de Belém, da praça Frei Caetano e ao fundo a antiga sede do Arcebispado e do Museu de Arte Sacra, sendo concelebrada por vários Bispos e sacerdotes.
“Peço que, hoje, ao passarmos por nossas ruas, nos comprometamos a pavimentar de dignidade, respeito, honra, valorização da vida humana, cada espaço desta cidade e das cidades aqui representadas – as mais próximas e as mais distantes”, declarou o arcebispo durante a celebração. Dom Alberto Taveira, citando a multidão que se deslocou até Belém para viver este grande dia. “Nós nos orgulhamos imensamente porque, invocando Nossa Senhora de Nazaré, (…) todos nós e as nossas casas se tornam casa de Nazaré – lugar onde a Sagrada Família habita, onde tudo existe por causa de Deus”, afirmou Dom Alberto.
Ao passarem pelas ruas de Belém, o arcebispo desejou que os fiéis fossem felizes e “construíssem felicidade” para os demais. Ele pediu também que fossem propagadores de ideais como dignidade, honra, respeito, fraternidade, amor ao próximo e valorização da vida humana.
A imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré em sua berlinda em frente à Catedral de Belém
Dom Alberto Taveira, então, Arcebispo Metropolitano de Belém, durante sua homilia, na Missa tão esperada do Grande Círio
Fotos Arquivo Círios, Arquivo P+, Alex Ribeiro, Marco Santos, Marcelo Souza / Ag. Pará, Manoel Costa Neto, Ricardo Stuckert/PR
“Estamos celebrando o Círio de Nazaré, que tem como tema: ‘Perseverar na oração com Maria, Mãe de Jesus’”, lembrou Dom Taveira. O arcebispo frisou que esta celebração, uma iniciativa e acontecimento da Igreja Católica, tem também uma dimensão missionária, a fim de que todos descubram o sentido da vida em Jesus Cristo.
Encerrou desejando as boas-vindas a cada devoto presente, desejando respeito, amor, honra e a valorização da vida humana que deve ser alcançada por meio da Paz.
Em seguida, a procissão do Círio começou oficialmente às 7h11, com a imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré em sua berlinda decorada por Vando Nascimento, com hortênsias azuis e brancas, usadas para criar um efeito de céu; associadas a rosas, anastasias e orquídeas phalaenopsis, que preencheram toda a
O Círio de Nossa Senhora de Nazaré por todo o Complexo Feliz Luzitânia e parte do Ver o Peso
No início da procissão a berlinda frente à Igreja de Santo Alexandre, parte do Complexo Feliz Luzitania
A procissão do Círio, no Boulevard repleto de devotos
Milhares de pessoas unindo o nosso Pará pelo sentimento de amor por Maria Santíssima
estrutura do andor formando um jardim celestial em tons de azul, branco e rosa. E assim seguiu e transcorreu a procissão... Antes do início oficial das festividades, a imagem peregrina visitou diversas cidades brasileiras e paraenses, e várias romarias foram realizadas, incluindo as recentes fluvial, a rodoviária, a moto romaria. No sábado antecedente, a Transladação aconteceu, levando aproximadamente 1,6 milhão de fiéis pelo caminho inverso do Círio.
O ápice das festividades ocorre nesta celebração do 2º domingo de outubro na demonstração de fé da maior romaria católica do mundo, com milhares de fiéis devotos diferenciados como os promesseiros, pagando e cumprindo suas promessas (ex-votos) ou de alguma forma para agradecer a intercessão da Virgem de Nazaré por graças alcançadas.
O Governador Helder Barbalho e esposa acompanhando a procissão do Círio
Acompanhando a procissão na Estação das Docas, presidente Lula e esposa, junto ao ministro das Cidades, Jader Filho e a vice-governadora Hana Ghassan
Frente ao Complexo do Ver o Peso
A Berlinda frente ao Mercado de Peixes do Ver-o-Peso
A Berlinda em seu núcleo, no Boulevard Castilho França, aguardando o atrelamento
A imagem peregrina em sua belíssima berlinda recebendo a homenagem dos funcionários do Banco de Brasil
Vista aérea da procissão do Círio, no Boulevard Castilho França completamente repleto de fiéis devotos
Maria de Nazaré
Maria me cativou
Fez mais forte a minha fé
E por filho me adotou.
Às vezes eu paro e fico a pensar
E sem perceber me vejo a rezar
E meu coracão se põe a cantar
Pra virgem de Nazaré.
Imagem diferente captada do Manoel Pinto da Silva
Promesseiros na Corda, um dos ícones da procissão do Círio
A berlinda na Avenida Presidente Vargas repleta de fiéis devotos
O fervor da multidão de fiéis na procissão do Círio
Os promesseiros da corda ditavam o ritmo da berlinda, e todos os demais, expressavam sua gratidão de diversas maneiras, seja com as mãos voltadas para a berlinda, seja pagando suas promessas ao fazer o trajeto da procissão de joelhos, seja carregando objetos feitos de cera, tijolos, livros ou miniaturas de casas. Com todas as dificuldades, além do calor, Belém se torna capital da fé, com todos os participantes pensando ou de olhares voltados para a imagem de Nossa Senhora, que navegava pelas ruas da cidade, acompanhada por seus fiéis devotos. Durante a romaria, a imagem de Nossa Senhora recebia inúmeras homenagens dos Bancos, Clubes e residências....
Até que e infelizmente, na Avenida Nazaré, próximo à Dr. Moraes, as estações 3, 4 e 5 foram cortadas pelos promesseiros da corda.
Graças e Louvores a todos momentos
Salves e agradecimentos durante a procissão
Miniaturas da Berlinda, em agradecimento de promesseiro
Mesmo assim e em meio ao calor forte e a aglomeração de pessoas, no ritmo do entusiasmo das canções marianas a procissão avançava piedosamente até o último estirão em direção à Basílica.
Pessoas portavam cartazes com referências a doenças curadas e pedidos atendidos, enquanto ambulantes vendiam água mineral, sorvetes, sacolés, artigos religiosos e lembranças alusivas ao Círio.
Mesmo com o cansaço e o suor escorrendo, a imagem de Nossa Senhora em sua berlinda, sob os cuidados dos garbosos Guardas da Santa, continuava e em frente ao Colégio Santa Catarina, como já tradicionalmente, Dom Alberto Taveira aspergia água benta nos promesseiros e nos que por lá passavam.
A berlinda seguia assim seu trajeto até a praça da Basílica Santuário Nossa Senhora de Nazaré, onde a imagem da santa foi encaminhada até o altar da Praça Santuário para a missa de encerramento e para coroar e celebrar a fé dos participantes.
Na Santa Missa de chegada do Círio presidida pelo então bispo auxiliar de Belém, Dom Antônio, concelebrada por bispos e padres convidados, em sua homilia, Dom Antônio enfatizou a importância da esperança, afirmando: “A primeira palavra é esperança, o tema do Círio fala de esperança. Maria é um sinal de esperança, e como é a vida sem esperança? É triste. Quem não tem esperança é triste, pessimista, frustrado e olha para trás. Mas quem tem esperança olha para frente, para o céu e para os lados. Quem
Dom Alberto aspergindo água benta, rito litúrgico católico de purificação e bênção, ao final da procissão do Círio
Promesseiro é atendido por equipes da Cruz Vermelha
A imagem peregrina de Nossa Senhora em sua bela berlinda sob os Arcos da Av. Nazaré
tem esperança vive bem, tem otimismo, alegria e enfrenta as dificuldades com firmeza. Maria é um sinal de esperança”.
Após a Santa Missa, Dom Antônio expressou a alegria por mais um Círio realizado com sucesso: “Sem dúvida, tivemos uma participação excelente, vibração, alegria, senso de fraternidade e acolhida. Foi realmente um Círio excepcional. Eu acredito que o Círio representa uma metáfora da vida, e nossa vida deve ser assim, envolvimento eclesial e participação.” Ele também enfatizou a importância de evitar a dispersão das pessoas da igreja, afirmando: “Gostaria de ver um Círio realizado em cada comunidade, em cada paróquia, todos os dias. Vamos lutar por isso”.
Ao final, os participantes podiam visitar a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré, no altar da Praça Santuário durante a Quadra Nazarena.
Ao final da Missa da missa de encerramento da procissão do Círio, o então bispo auxiliar de Belém, Dom Antônio, que a presidiu, abençoa os presentes participantes, com a imagem da Santa Padroeira
Procissão encerrada, a retirada de Nossa Senhora, de sua berlinda
Ao encerramento da Missa após a procissão Círio, a Benção aos presentes com a imagem da Padroeira
Governador Helder Barbalho e ministro Camilo Santana visitam obras do Porto Futuro II e Parque da Cidade, em Belém
Espaços são legados da COP30 e reforçam o compromisso do Governo do Pará com sustentabilidade, inovação e inclusão social
Ogovernador do Estado, Helder Barbalho, acompanhou na quinta-feira (11/09) o ministro da Educação, Camilo Santana, em visita às obras do Porto Futuro II e do Parque da Cidade, em Belém. Os dois projetos são marcos estruturantes do legado que o Pará entrega à população por ocasião da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada na capital paraense em novembro deste ano. As obras se encontram em fase final, com 98% de execução no Porto Futuro II e 99% no Parque da Cidade. Durante a agenda, o governador destacou o simbolismo da visita e o impacto direto das estruturas na vida dos paraenses.
“Foi uma visita rápida, mas que permite ao ministro sentir a atmosfera que envolve Belém neste período que antecede a COP30. Tivemos tempo de trazer o ministro Camilo Santana para conferir de perto o andamento das obras do Parque da Cidade e do Porto Futuro II”, ressaltou o governador Helder Barbalho.
Porto Futuro II terá museus, centro de inovação e polo gastronômico
Com área total de 50 mil m², o Porto Futuro II reúne cinco armazéns históricos completamente revitalizados. Os espaços vão abrigar o Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, o Museu das Amazônias, a Caixa Cultural e o Porto Gastronômico. A entrega do complexo está prevista para o mês de outubro, fortalecendo a integração entre cultura, ciência, economia verde e turismo.
Parque da Cidade já recebeu mais de 670 mil visitantes ministro pelo
Durante a visita, o governador conduziu o ministro pelo prédio do Centro de Gastronomia, que oferece uma visão ampla do
Parque da Cidade, área que concentrará a Green Zone e a Blue Zone da COP30. Instalado na área de um antigo aeroporto da capital, o parque ocupa 500 mil m², com mais de 2.500 árvores plantadas e uma extensa área de lazer, entregue à população em junho. O espaço recebeu mais de 670 mil visitantes em menos de dois meses, e sediou ações públicas durante as férias escolares, atendendo cerca de 10 mil crianças, adolescentes e idosos até agosto.
Desde o dia 18 de agosto, o Parque da Cidade está sob gestão do governo federal e da ONU, para preparação das estruturas e credenciamento da COP30.
Governador Helder Barbalho e ministro Camilo Santana em visita às obras
Helder Barbalho, acompanhando o ministro da Educação, Camilo Santana
Texto *Denilson Almeida
Ritmo das obras da COP 30 realizadas pelo Governo do Pará, avaliadas positivamente, por comitiva do BNDES
Esse grupo de trabalho fez visita técnica às principais obras de macrodrenagem com saneamento em Belém, que vão beneficiar mais de 500 mil pessoas
Composta por representantes do Governo do Pará e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a comitiva realizou recentemente, visita técnica às obras de macrodrenagem com saneamento dos canais Caraparu, União, Martir e Murutucu, e os canais, já finalizados e entregues da Timbó, Cipriano Santos, Gentil, Leal Martins e o Vileta. (da COP 30) financiadas pela instituição em Belém.
“As obras que acompanhamos em Belém estão avançando em ritmo muito positivo, dentro do cronograma, e já mostram o impacto que terão para mais de 500 mil pessoas da região. Esses investimentos não são apenas para a COP30, mas um verdadeiro legado de infraestrutura, mobilidade e qualidade de vida para a cidade”, destacou Pedro Iootty, engenheiro do BNDES.
Outra obra de responsabilidade do banco federal que foi vistoriada foi o Parque Linear da Tamandaré, com 95% concluído. O espaço terá 1.344 metros e será uma grande área de lazer e contemplação para a população. Além disso contará com quiosques, playground para as crianças, arborização ao longo do parque e obras de infraestrutura, saneamento urbano e drenagem que irão reduzir os alagamentos na região.
“Essas visitas foram importantes, o que mostra o tamanho da intervenção e da parceria do Governo do Pará com o BNDES aqui em Belém. São intervenções em áreas periféricas, que transformam a vida das pessoas
na ponta, o que confirma que esta parceria é muito importante”, afirmou Pedro Iootty.
O Terminal Hidroviário de Belém, com 78% das obras concluídas, também recebeu vistoria do grupo de trabalho do banco federal. Durante a COP 30, o terminal será utilizado como lobby para os navios-hotel que receberão participantes do evento. Após a conferência, o espaço se consolidará como um hub estratégico para o turismo na Amazônia. Já os cruzeiros contratados pelo governo federal ficarão ancorados no Porto de Outeiro.
O Governo do Estado realiza cerca de 30 obras estruturantes na Região Metropolitana de Belém em preparação para a COP 30 nos eixos de desenvolvimento urbano, turismo, mobilidade e macrodrenagem com saneamento. O orçamento destas ações é de R$ 4,5 bilhões, e parte deste montante foi obtida junto ao BNDES - o restante é proveniente do Tesouro do Estado, Itaipu Binacional e Caixa Econômica.
Texto *Arthur Sobral Fotos Marcelo Lelis e Pedro Guerreiro / Ag. Pará
O canal Martir, que recebe obra de saneamento, foi um dos visitados pela comitiva
O Parque Linear da Tamandaré está com as obras 95% concluídas
O Terminal Hidroviário será utilizado como lobby para os navios-hotel que receberão participantes do evento:
Durante a visita técnica às obras, em Belém
Ondas de calor repetidas podem envelhecer tanto quanto fumar ou beber
Uma nova pesquisa em estudos de longo prazo mostra que a exposição frequente ao calor extremo pode envelhecer o corpo quase tanto quanto fumar, desencadeando estresse interno que desgasta órgãos e altera genes e o envelhecimento do corpo é acelerado.
Aexposição prolongada a eventos de calor extremo acelera o processo de envelhecimento do corpo e aumenta a vulnerabilidade a problemas de saúde, segundo um estudo de longo prazo com 24.922 pessoas em Taiwan. O estudo, publicado recentemente na Nature sugere que aumentos moderados na exposição cumulativa a ondas de calor aumentam a idade biológica de uma pessoa — em um grau comparável ao tabagismo ou ao consumo regular de álcool.
Quanto mais eventos de calor extremo as pessoas foram expostas, mais seus órgãos envelheceram. Este é o estudo mais recente a mostrar que o calor extremo pode ter efeitos invisíveis no corpo humano e acelerar o relógio biológico.
A exposição ao calor extremo, especialmente por longos períodos, sobrecarrega os órgãos e pode ser letal, mas “o fato de as ondas de calor nos envelhecerem é surpreendente”, afirma Paul Beggs, cientista de saúde ambiental da Universidade Macquarie em Sydney, Austrália, que não participou da pesquisa. “Este estudo é um alerta para
o fato de que todos somos vulneráveis aos impactos adversos das mudanças climáticas em nossa saúde. Ele reforça os apelos por uma redução urgente e profunda das emissões de gases de efeito estufa”, acrescenta.
Envelhecimento acelerado
A idade não é apenas uma consequência do tempo. Estudos anteriores associaram diversos fatores — incluindo estresse ambiental e social, genética e intervenções médicas — a sinais de alterações fisiológicas relacionadas ao envelhecimento. Isso aumenta o risco de doenças cardiovasculares, câncer, diabetes e demência 2 .
Para estudar os impactos a longo prazo das ondas de calor no envelhecimento, os pesquisadores analisaram dados de exames médicos realizados entre 2008 e 2022. Durante esse período, Taiwan sofreu cerca de 30 ondas de calor, que o estudo definiu como um período de temperatura elevada ao longo de vários dias. Os pesquisadores utilizaram resultados de diversos exames médicos, incluindo avaliações das funções hepática, pulmonar e renal, pressão arterial e inflamação, para calcular a idade biológica.
Calor extremo cria ‘receita para o desastre’ para idosos vulneráveis
No Parque da Cidade, visitantes se refrescam do Calor
Texto *Freda Kreier e Nature Fotos Agência Pará, Nature, The Lancet, Universidade de Hong Kong, Universidade Macquarie em Sydney, Austrália
Em seguida, compararam a idade biológica com a temperatura cumulativa total à qual os participantes provavelmente foram expostos, com base em seu endereço, nos dois anos anteriores à consulta médica.
O estudo descobriu que quanto mais eventos de calor extremo as pessoas vivenciavam, mais rápido elas envelheciam — para cada 1,3 °C extra ao qual um participante era exposto, cerca de 0,023–0,031 anos, em média, eram adicionados ao seu relógio biológico.
“Embora o número em si possa parecer pequeno, ao longo do tempo e entre populações, esse efeito pode ter implicações significativas para a saúde pública”, diz Cui Guo, epidemiologista ambiental da Universidade de Hong Kong, que liderou o estudo.
que vivem em áreas rurais experimentaram os
prolongada ao
na
Trabalhadores manuais e pessoas que vivem em áreas rurais experimentaram os maiores impactos na saúde, provavelmente porque esses grupos têm menos probabilidade de ter acesso a ar condicionado. Mas houve uma vantagem inesperada: o impacto das ondas de calor no envelhecimento diminuiu ao longo do período de estudo de 15 anos. As razões por trás dessa adaptação ao calor não são claras, mas o acesso aprimorado à tecnologia de resfriamento pode desempenhar um papel, diz Guo. Ainda assim, “a mensagem é que o calor faz você envelhecer um pouco mais
Pessoas
maiores impactos da Exposição
calor,
saúde. Sharwar Apo / Wellcome Photography Prize 2021
Quanto mais eventos de calor extremo as pessoas vivenciavam, mais rápido elas envelheciam
rápido do que o normal, e que isso é algo que você gostaria de evitar”, diz Alexandra Schneider, epidemiologista ambiental da Helmholtz Munich, na Alemanha, que não esteve envolvida no estudo.
Aumento do calor
Em 2023, uma pesquisa na Alemanha descobriu que temperaturas mais altas do ar estavam associadas a mais marcadores epigenéticos de envelhecimento.
E um estudo com mais de 3.600 idosos nos Estados Unidos concluiu de forma semelhante, por meio da análise de marcadores de DNA, que o calor extremo envelheceu prematuramente os participantes.
O estudo mais recente se concentrou no impacto da exposição ao calor a longo prazo, que tem maior probabilidade de ter efeitos na saúde ao longo da vida. Isso é importante porque as mudanças climáticas estão levando a mais eventos de calor extremo. Nos Estados Unidos, há agora seis ondas de calor a cada ano, a partir de 2010 - contra duas na década de 1960.
Os cientistas estimam que as mudanças climáticas criaram ondas de calor como as mortais de 2022 no Paquistão e na Índia, durante as quais as temperaturas atingiram 50 °C, 30 vezes mais prováveis de ocorrer.
A crescente frequência das ondas de calor, combinada com seus efeitos na saúde, destaca a importância de proteger os grupos vulneráveis, diz Guo. “A onda de calor não é um fator de risco pessoal, mas uma preocupação global”.
Exposição ao calor a longo prazo,tem maior probabilidade de ter efeitos na saúde ao longo da vida. A ilustração mostra vias fisiológicas da tensão térmica humana
Temperaturas mais altas do ar estão associadas a mais marcadores epigenéticos de envelhecimento
As abelhas são afetadas por temperaturas mais altas e uso mais intensivo da terra
Temperaturas mais altas reforçam os impactos negativos do uso da terra nas abelhas, mas não nos níveis tróficos mais elevados dos insetos
Texto *Lutz Ziegler/Universidade de Würzburg Fotos Cristina Ganuza, USDA
Onúmero e a diversidade de insetos estão diminuindo em todo o mundo. Alguns estudos sugerem que sua biomassa caiu quase pela metade desde a década de 1970. Entre as principais razões para isso estão a perda de habitat — por exemplo, devido à agricultura ou à urbanização — e as mudanças climáticas. Essas ameaças são conhecidas há muito tempo. O que é menos conhecido é como esses fatores de mudança global interagem e como seus efeitos podem se tornar ainda mais severos dessa forma.
Abelhas aguardam dormindo em um ninho artificial feito de junco por condições favoráveis de voo. Diferentes espécies fecham as entradas dos ninhos com argila ou restos de plantas
por
Ameaças globais à diversidade de insetos. Fatores estressantes das 10h às 15h ancoram-se às mudanças climáticas. Insetos em destaque: Abelha-de-colar-real (Speyeria idalia) (Centro), abelha- bombus affinis ( Centro-direita ) e besouro-tigre-puritano ( Cicindela puritan a) (Abaixo). Cada um é um inseto ameaçado que representa uma linhagem maior que inclui muitas espécies da “lista vermelha” da União Internacional para a Conservação da Natureza (ou seja, espécies globalmente extintas, em perigo de extinção e ameaçadas). Ilustração: Virginia R. Wagner (artista).
Morte
mil cortes:
Por exemplo, insetos que foram privados de seu habitat natural podem ser ainda mais afetados por temperaturas mais altas em um novo ambiente. Pesquisadores da Julius-Maximilians-Universität Würzburg (JMU) investigaram precisamente essa interação séria em 179 locais da Baviera. O estudo faz parte do cluster de pesquisa LandKlif, coordenado pelo Professor Ingolf Steffan-Dewenter dentro da Rede de Pesquisa Climática da Baviera bayklif.
Eles publicaram seus resultados no Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences.
As abelhas são particularmente afetadas
O estudo mostra que insetos de diferentes níveis tróficos reagem de forma diferente à combinação de temperaturas mais altas e uso mais intensivo da terra. As abelhas foram particularmente afetadas. Enquanto as populações nas florestas lidaram bem com o calor, seus parentes urbanos tiveram seus números reduzidos em 65%.
Assim como os humanos, os animais não foram afetados apenas pelas altas temperaturas diurnas , mas também pelas noites mais quentes que a média. Tanto o número quanto a diversidade de abelhas sofreram consideravelmente.
“O fato de as temperaturas noturnas terem tanto impacto sobre os insetos diurnos é significativo. Justamente porque as temperaturas médias noturnas aumentam ainda mais rápido do que as temperaturas diurnas”, explica a bióloga Dra. Cristina Ganuza.
Embora os insetos mais acima na cadeia alimentar tenham lidado melhor com o calor, eles tiveram dificuldades em habitats agrícolas abertos, por exemplo. “Isso pode ter um impacto negativo na produção agrícola , pois os insetos que contribuem para o controle natural de pragas devem ser afetados de forma semelhante”, continua a Dra. Sarah Redlich.A situação desses insetos era melhor onde terras agrícolas e áreas naturais eram misturadas.
Três descobertas principais
Os pesquisadores resumem suas descobertas em três pontos principais: Temperaturas diurnas mais altas levam a um maior número e diversidade de abelhas, mas apenas em florestas e pastagens, os habitats mais naturais. Portanto, a preservação e a criação de
habitats naturais interconectados em áreas agrícolas e urbanas são de grande importância. Temperaturas noturnas mais altas levam a uma menor riqueza de abelhas em todos os tipos de habitat estudados. “Este efeito negativo, até então desconhecido, das noites mais quentes sobre os insetos revela uma nova ameaça que requer mais pesquisas para desvendar os mecanismos fisiológicos subjacentes”, explica Steffan-Dewenter.
As mudanças climáticas e o uso da terra interagem, mas afetam insetos em posições mais baixas ou mais altas na cadeia alimentar de maneiras diferentes. “Suas diferentes respostas podem perturbar as teias alimentares e funções ecossistêmicas importantes, como o controle de pragas e a polinização”, diz Ganuza.
(*) Universität Würzburg <<
O impacto da agricultura na diversidade das Abelhas é mais severo do que se pensava anteriormente
O impacto da agricultura na diversidade das Abelhas é mais severo do que se pensava anteriormente