29ª Edição - Agosto 2013

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Ano 3

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N째 25 | Outubro / Novembro 2012

ISSN 2179-6653


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índice

editorial

No último editorial falamos sobre a queda nos preços da cesta básica no Brasil. Em Julho essa realidade se repetiu. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), as 18 capitais pesquisadas apresentaram queda. Em Brasília a retração foi a maior: -8,86%. Em Belo Horizonte a redução foi de -4,86%, em Vitória foi de -1,55% e Salvador de -0,18%. O tomate, de acordo com o Correio Brasiliense, acabou virando adubo em algumas propriedades rurais, pois os agricultores preferiram jogar a lavoura no chão, para evitar maiores prejuízos. No primeiro trimestre deste ano, a caixa de 20 quilos da hortaliça chegou a custar R$ 80,00. Mas atualmente não consegue passar dos R$ 20,00. O consumidor foi quem saiu ganhando, com as reduções nos preços do produto. Segundo divulgação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação do país, teve uma variação de 0,03% em julho. A menor desde julho de 2010. Já nesta 29ª edição, no ritmo do I Concurso de Redação Agrominas, trazemos uma entrevista para discutir a Educação no Campo como forma de combater o êxodo rural. Em Grandes Criatórios, conheça o Minas Ranch com a criação da raça Quarto de Milha. Em Dia de Campo, um personagem com ponto certo na mesa dos brasileiros, é a cultura abordada: o feijão. Em Entidade de Classe conheça a história da Cooperativa Veneza, em Nova Venécia, no norte Capixaba. A seção de Sustentabilidade traz um artigo do Secretário de Agricultura da Bahia, Eduardo Salles, que aborda também a questão da emigração do homem do campo e o caos urbano. Em culinária, aprenda a fazer um Baião de Dois, bem incrementado. Bom apetite e boa leitura!

4 Giro no Campo 6 Entrevista 10 Entidade de Classe 12 Grandes Criatórios 15 Dia de Campo 18 Saúde Animal 20 Caderno Técnico 23 Forragicultura 26 Agrovisão 28 Sustentabilidade 30 Perfil Profissional 31 Meteorologia 32 Mercado 34 Cotações 36 Mão na Massa 37 Emater | IMA Incaper

Lidiane Dias Editora-chefe

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Aconteceu Culinária

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O Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), anunciou em 30 de julho, a liberação de R$ 10 milhões para a reforma e ampliação dos parques de exposições. Na região dos Vales do Rio Doce, Mucuri e Jequitinhonha, treze municípios foram contemplados e receberam recursos que giram em torno de R$ 100 mil, cada um. São eles: Aimorés, Almenara, Araçuaí, Itambacuri, Nanuque, Sabinópolis, Salinas, Peçanha, Pedra Azul, Capelinha, Carlos Chagas, Mutum e Teófilo Otoni. De acordo com Subsecretário do Agronegócio, André Merlo “com a ampliação e reforma dos parques de exposições, essas cidades ganham novo impulso para o desenvolvimento, se tornando importantes polos do agronegócio, oferecendo infraestrutura necessária para os agricultores comercializarem seus produtos, melhorando o trabalho que já vinham fazendo”. Os recursos, provenientes de operação de crédito

contratada junto ao Banco do Brasil, estarão disponíveis para as prefeituras ou entidades assim que for apresentada toda a documentação exigida pelo órgão financiador, no prazo máximo de 60 dias após a publicação dos convênios no Diário Oficial dos Poderes do Estado. Ao todo, cem municípios de todas as regiões do estado foram contemplados. Ainda segundo o Subsecretário, que esteve presente no momento das assinaturas dos convênios entre a Seapa e os representantes municipais “o investimento reforça a importância que o Governo tem dado ao agronegócio, uma vez que os parques de exposições, além de propiciar lazer para a população, são espaços públicos voltados para a comercialização de produtos agropecuários, leilões de gado e venda de máquinas agrícolas, que movimentam a economia dos municípios e regiões”. (Fonte: Cassio Teles / Subsecretaria do Agronegócio) Foto: Divulgação SEAPA

Giro no Campo

Municípios dos Vales do Rio Doce, Mucuri e Jequitinhonha receberão recursos para reforma e ampliação de parques de exposições

Indústria de laticínios começa a operar em Governador Valadares já no primeiro semestre do próximo ano

Fiscalização do trânsito de animais e vegetais é intensa no 1º semestre de 2013

No primeiro semestre do ano que vem, a empresa Laticínios Bela Vista, detentora da marca Piracanjuba – uma das maiores do segmento lácteo brasileiro –, começará a operar em Governador Valadares. Com investimentos na ordem de R$ 31 milhões, a unidade será a segunda fora do Estado de Goiás, local de nascimento e sede da empresa (a primeira fica em Santa Catarina). A obra, que começou em março deste ano, já está gerando cerca de 100 empregos diretos, número que deve subir para 250, entre administrativos e da construção civil. Toda a mão de obra é local. Com uma área construída de 12 mil m² em sete alqueires de terra, a unidade comportará a fábrica propriamente dita, a parte administrativa, laboratório e auditório para treinamento. Inicialmente, a fábrica de Valadares terá capacidade de produção de 300 mil litros de leite por dia, absorvendo uma mão de obra de cerca de 70 funcionários; mas a estrutura já está sendo feita para produzir o dobro, ou seja, 600 mil litros de leite por dia, gerando cerca de 500 empregos diretos e indiretos. Já em 2014, a previsão é de que a unidade valadarense represente 5% do faturamento total da Laticínios Bela Vista, subindo para 10%, quando atingir a capacidade máxima de produção. (Fonte: SECOM PMGV)

Durante o primeiro semestre de 2013, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) fiscalizou o trânsito de animais, vegetais, seus produtos e subprodutos, inspecionando 18.859 veículos, 25.804 bovinos em trânsito, 555.023 aves, 7.593 suínos, 15.252 mudas de espécies vegetais, 1.066 toneladas de produtos de origem vegetal (banana, citrus, uva), além de 637 metros cúbicos de madeira de Pinus, todos com documentação conforme. Através das 16 barreiras sanitárias fixas, foram fiscalizadas 29.663 Guias de Trânsito Animal (GTA) e 35.370 Permissões de Trânsito vegetal (PTV). As barreiras estão localizadas em divisas estratégicas do Estado e abrangem todas as regiões mineiras. O objetivo das fiscalizações de trânsito é verificar o cumprimento da legislação e os requisitos higiênico-sanitários para o transporte de cargas. As fiscalizações realizadas nas barreiras fixas visam à conferência da documentação sanitária obrigatória (GTA e PTV) das cargas transportadas, no sentido de coibir possíveis adulterações e evitar o comércio dos produtos clandestinos e de má qualidade, contribuindo para a melhoria da vigilância animal e vegetal em Minas Gerais. Ainda no primeiro semestre deste ano, foram retiradas de circulação 114 toneladas de produtos cárneos (carnes, salsichas, linguiças e embutidos) e 2 toneladas de lácteos (iogurte, queijo, manteiga) impróprios para o consumo. (Fonte: ACS IMA)

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Aplicações do crédito rural aumentaram 16,4% em Minas As aplicações do crédito rural em Minas Gerais, na safra 2012/2013, considerando apenas os repasses do Banco do Brasil, somaram R$ 9,6 bilhões, uma variação positiva de 16,4% em relação ao valor registrado no período anterior. De acordo com a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), o resultado é explicado principalmente pelo aumento do valor do crédito contratado individualmente no Estado. Além disso, o número de contratos (cerca de 149 mil) foi 5% superior ao registrado entre julho de 2011 e junho de 2012. “Os dados divulgados pelo Banco do Brasil mostram um interesse crescente dos agricultores pela adoção do crédito

PIB do agronegócio cresce 2,99% em 2013, puxado pelo setor primário

O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio cresceu 2,99% no acumulado de janeiro a abril deste ano, em relação ao mesmo período de 2012. A alta foi impulsionada principalmente pelo resultado do PIB da agropecuária (segmento primário), cuja expansão foi de 5,01% nos primeiros quatro meses de 2013. Levantamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostra que tanto o aumento do volume de produção quanto a elevação dos preços contribuíram para o desempenho do setor primário, que contempla a atividade dentro da porteira. Na agricultura, o crescimento no primeiro quadrimestre foi de 4,57%, na comparação com o mesmo período do ano passado. O desempenho positivo do segmento primário agrícola foi atribuído, especialmente, ao aumento expressivo no faturamento de culturas como batata (209%), tomate (165%), trigo (91,9%), soja (32,8%), mandioca (24,7%), arroz (17,7%), fumo (14,5%), feijão (6,7%) e milho (6,7%). Na pecuária, a alta registrada para o setor primário foi de 5,61%, com destaque especial para a avicultura, suinocultura e bovinocultura que, apesar da desaceleração observada neste ano, tiveram desempenho superior aos quatro primeiros meses de 2012. (Fonte: ASCOM CNA)

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HERINGER

rural”, observa Diego Alves Peçanha, assessor técnico da Superintendência de Política e Economia Agrícola da Seapa. “Uma análise dos repasses da última safra, em relação ao valor registrado no período 2009/2010, mostra crescimento de 32,6% nas aplicações”. Segundo Peçanha, na safra 2012/2013, período de julho a maio, as aplicações exclusivamente da agricultura empresarial já alcançavam R$ 7,7 bilhões, superando em 3% o total de repasses registrado no mesmo período da safra anterior. “Já a agricultura familiar fez aplicações de R$ 1,7 bilhão, até maio deste ano, um crescimento de 13,3%”, ressalta o assessor. (Fonte: ASCOM SEAPA)

Reinauguração de frigorífico em Itapetinga garante carne sadia para população da região Fechado desde março de 2012, o Frigorífico Regional Sudoeste, de Itapetinga, já voltou a funcionar, com investimentos de R$ 10 milhões, atendendo à demanda de toda região, composta por 13 municípios, assegurando à população carne sadia e de qualidade. A reinauguração oficial aconteceu no dia 23 de julho, durante evento que contou com a presença do secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, do diretor geral e do diretor de Inspeção da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), Paulo Emílio Torres e Adriano Bouzas, presidentes de sindicatos rurais, representantes de associações e do CDL, pecuaristas, prefeitos dos municípios vizinhos, dos proprietários do empreendimento, além dos mais de 110 funcionários. Agora, afirmou o secretário Eduardo Salles, com a reabertura do frigorífico de Itapetinga, os criadores da região têm onde abater seus animais em equipamento autorizado pelo Ministério da Agricultura e Adab. O secretário enfatizou ainda que a vigilância sanitária dos municípios tem papel importante a desempenhar nesse sentido, destacando que os gestores municipais na sua grande maioria têm sido parceiros nesse processo, colocando a saúde da população em primeiro lugar. (Fonte: Ascom Seagri)

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entrevista

A Educação no Campo: peça-chave para fomentar o agronegócio E combateR o êxodo rural Por Lidiane Dias

Foto: Revista Plantar

Foto: Revista Globo Rural

Jornalista

“Se, na verdade, não estou no mundo para simplesmente a ele me adaptar, mas para transformá-lo; se não é possível mudá-lo sem um certo sonho ou projeto de mundo, devo usar toda possibilidade que tenha para não apenas falar de minha utopia, mas participar de práticas com ela coerentes”. Essa frase dita pelo educador e filósofo Paulo Freire só ilustra o que queremos tratar nesta edição. A base do futuro mundial tem um nome: educação. Qualquer problema seja econômico, social ou cultural, só pode ser resolvido com conhecimento. É a partir do conhecimento adquirido que os indivíduos colocam em prática ações que podem alavancar a sociedade. O meio rural não pode ficar para trás. A educação no campo precisa ser uma forma de investimento para que o homem permaneça no campo. De acordo com o Censo Demográfico de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a popula6 AGOSTO 13

ção rural diminuiu mais de 2 milhões de habitantes, o que corresponde a aproximadamente 6,5% a menos. Essa realidade só justifica a superlotação dos grandes centros. O Êxodo Rural, a saída do homem do campo, já faz parte das discussões entre educadores e pesquisadores há algumas décadas. O professor Ignacy Sachs em seu artigo “Brasil rural: da redescoberta à invenção”, de 2001, aponta que o Brasil sofreu uma urbanização prematura e desigual a partir dos anos 30, através da industrialização. Isso só configurou no desequilíbrio nos grandes centros, onde de um lado estão os bairros luxuosos e do outro o crescimento de favelas. Essa realidade só alerta para a necessidade de investimentos na zona rural, para que o homem permaneça no campo e essa superlotação nas cidades seja controlada. A educação é a peça-chave para que outros investimentos se confirmem. A Lei 9.394/96,

que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em seu artigo 28 aponta que “na oferta de educação básica para a população rural, os sistemas de ensino promoverão as adaptações necessárias à sua adequação às peculiaridades da vida rural e de cada região”. E mais: o inciso II desse artigo complementa que o calendário escolar precisa adaptar-se as fases do ciclo agrícola e das condições do clima. “A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais”, artigo 1° da Lei 9.394/96. Programas governamentais, de instituições privadas e Organizações Não Governamentais (ONGs) tem esse propósito. Algumas universidades, por exemplo, a Federal de Minas Gerais tem em sua grade curricular a Licen-


ciatura em Educação do Campo e a Federal do Espírito Santo aprovou em julho a inclusão desse curso na grade. Isso mostra a preocupação em formar educadores voltados exclusivamente para a realidade que o homem do campo vive, suas dificuldades e fatores que o impedem de exercer suas atividades. A Editora e Revista Agrominas, preocupadas com o êxodo rural e entendendo a educação no campo como um dos fatores que pode ajudar a diminuir essas emigrações, está promovendo o I Concurso de Redação Agrominas. Voltado para os alunos do Ensino Médio das Escolas Públicas, tem o objetivo de provocar a reflexão sobre o êxodo rural e estimular a pesquisa sobre esse contexto. Para falar sobre esse assunto, entrevistamos o Coordenador da Casa Familiar Rural Regional e Diretor Executivo da Cooperativa Extremo Norte de Alpestre (RS), Wagner Rogério Bohn. Ele é educador do Programa Novos Rurais, do Instituto Souza Cruz, que objetiva fomentar estratégias de diversificação produtiva e comercial, através da educação dos jovens que vivem no campo. Revista Agrominas - Segundo dados do Censo Demográfico do IBGE, em 2010 a população rural teve uma queda, se comparada com 2000. Em 2000, a população residente na zona rural era de 31.845.211 pessoas. Já em 2010 esse número caiu para 29.830.007 habitantes. Consequentemente, de 2000 para 2010 a zona urbana teve um aumento de 137.953.959 para 160.925.792 habitantes. O que mostra que a população está saindo da zona rural e se concentrando nos grandes centros. O que isso significa para a zona rural? Esse êxodo rural afeta de que forma o desenvolvimento do campo e o acesso às tecnologias? Wagner Bohn - Que vamos ter um

Rural sem gente e já temos sérios problemas na questão da sucessão familiar de cada propriedade. A pergunta que devemos nos fazer é quem vai continuar a produção de alimentos daquela propriedade se hoje está só o pai e a mãe, ou seja, esta propriedade está sujeita a desaparecer. O maior problema que vejo que o êxodo vai causar é uma falta de pessoas e de quem vai produzir alimentos. Corremos um grande risco e já em algumas regiões se tem esse problema. Em muitas comunidades do meio rural as pessoas têm dificuldades como acesso, estradas precárias, questão de saúde, políticas públicas, a internet, onde estudar, uma renda mensal aos familiares, moradia, e não se tendo esse mínimo de qualidade de vida, faz com que principalmente o jovem, o filho do agricultor, busque tudo isso no meio urbano. Na cidade, na visão dele, ele tem tudo e não fica excluído estando no meio urbano. Revista Agrominas - O professor Milton Santos em suas pesquisas e livros abordava essas questões da urbanização, êxodo rural, etc. Ele apontava o fato de a população urbana ter mais fácil acesso às tecnologias, saúde, educação, cultura, dentre outros. Hoje, mesmo com programas e projetos de instituições não governamentais, que auxiliam no acesso ao conhecimento e às tecnologias para o homem do campo, qual o cenário pode ser descrito quanto às fragilidades da zona rural? Wagner Bohn - A Maior fragilidade que vejo é que na maioria das propriedades o agricultor está sozinho, esposo e esposa, eles não têm mais seus filhos para a sucessão, muitas vezes não tem apoio do poder público municipal, estadual e ou federal, com políticas públicas que beneficiem e proporcionem a evolução dessa propriedade

e da sua família. REVISTA AGROMINAS - O homem do campo já conseguiu diminuir um pouco dessa barreira? O que falta ainda para percorrer? Wagner Bohn - Em nossa região e Estado aos poucos sim, mas ainda se tem muita dificuldade. Penso que está faltando ânimo às famílias do meio rural, que o homem do campo pudesse se ver como um empreendedor, que ele é importante num contexto, ou seja, ele coloca comida na mesa de muitos brasileiros. Revista Agrominas - Com a crescente demanda por alimentos, a responsabilidade às famílias rurais para a produção de alimentos, só tende a crescer. Porém, com esses números, que só mostram a saída do homem do campo, será que se conseguirá atingir esses objetivos? Wagner Bohn - É muito provável que teremos sérios problemas com certeza. Com o esvaziamento do meio rural e não tendo pessoas que façam a sucessão familiar, consequentemente a produção de alimentos estará comprometida e poderá algumas regiões e grandes centros ficarem sem esses alimentos. Isso fará com que os preços fiquem muito altos e apenas um grupo de pessoas poderá adquirir os mesmos se os encontrarem nos supermercados. Já tivemos uma prévia há pouco tempo com o tomate e que muito provável acontecerá com outras culturas. Revista Agrominas - Quanto à educação e o acesso ao conhecimento, qual o cenário hoje? Quais são as perspectivas a médio e longo prazo para o Brasil? Wagner Bohn - Sabemos que o acesso a Educação hoje é complicado, em especial a população mais carente, seja do rural ou urbano. No meio ru7 AGOSTO 13


nicipal, Estadual e/ou Federal, com certeza o nosso índice de êxodo rural seria muito menor e teríamos sim um rural com gente. Alguns governos não conseguem visualizar as Casas Familiares Rurais como algo que vem sim dando resultado e proporcionando a permanência do jovem no meio rural. Posso aqui citar o meu Estado, o Rio Grande do Sul. Temos que ter claro também que o investimento não está só em recurso financeiro, mas no seu plano de formação, de como estamos “ensinando”, ter uma visão diferente de investimento no meio rural, temos que buscar profissionalizar os jovens e seus familiares para que possam ser empreendedores e que possam cuidar de seu negócio, saber gerir e administrar a sua propriedade. Isso proporcionará ao mesmo tempo um olhar diferente ao seu meio, pois isso lhe dará retorno em qualidade de vida e sua Revista Agrominas - Quais são manutenção financeira. os maiores desafios para 2013 no Revista Agrominas - O Instituto que diz respeito à Educação no Campo e o Combate ao Êxodo Ru- Souza Cruz faz um importante paral? Os investimentos em educação pel no que diz repeito à Educação no campo é o caminho para se com- no Campo e intervenção social, forbater o êxodo rural? Quais outros mando e capacitando jovens rurais. fatores podem auxiliar no decrésci- Dois programas executados pelo Instituto desempenham muito bem mo desses números? Wagner Bohn - Um dos desafios esse papel de incentivo em investiestá em como manter e viabilizar as mentos no campo: Programa Eminstituições que de fato trabalham preendedorismo do Jovem Rural a Educação do Campo. Cito aqui o (PEJR) e Novos Rurais. O que se exemplo da Rede CEFAS, que tem tem alcançado através desses proas Casas Familiares Rurais; outro é gramas? Quais incentivos eles têm criar mecanismos para que o jovem levado aos jovens do campo? Wagner Bohn – Bem, se tivéssequeira ficar no meio rural com os pais e seus familiares; outro é ter po- mos investimentos e programas como líticas públicas voltadas a Pedagogia estes do Instituto Souza Cruz por parte da Alternância, para que as mesmas dos governos como uma política púpossam beneficiar os jovens e seus blica, com certeza teríamos um meio familiares no meio em que eles es- rural muito diferente, transformador tão inseridos. Se tivéssemos de fato, e com um maior número de jovens. investimento na educação do Campo Eu digo isso porque estamos vendo a por parte dos governos seja ele Mu- transformação e o ânimo dos nossos ral foi promovido às nucleações nos centros urbanos, ou seja, fecharam as escolas que estavam inseridas no seu meio para levar esses jovens para a cidade, tirando os mesmos do seu meio. E nos centros urbanos sabemos das precariedades que temos no ensino, a falta de estrutura e a não valorização do professor. E vale ressaltar que no Brasil a Educação na prática mesmo não está como prioridade. Esperamos que possa haver de fato um investimento forte na educação, porém não vejo isso muito a médio prazo e sim a longo, com grandes mudanças nos órgãos de governo que possam realmente valorizar o conhecimento e que a população tenha esse acesso como prioridade. O grande problema é que o povo culto e detentor do conhecimento pode vir a prejudicar alguns interesses.

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sete jovens que foram beneficiados com o Programa Novos Rurais, no qual a Casa Familiar Rural Regional de Alpestre-RS está participando. Outro fator importante é que esse ânimo não está só com jovem e sim com a sua família, contagiou a todos, pois, com os benefícios do programa os jovens têm os seus projetos já definidos. Porém, alguns teriam dificuldade em aplicar a sua totalidade ou aplicariam de forma parcelada ou ainda teriam que dispor de recursos próprios ou financiados para colocar o seu projeto na prática. Posso citar o exemplo de uma jovem que depois de 15 anos poderá fazer o melhoramento da água de sua propriedade com o “encamizamento de uma fonte de água”, isso proporcionará uma melhor qualidade da água oferecida ao bovino de leite que, consequentemente, irá melhor à qualidade do leite e sua produção devido a se ter uma água de boa qualidade. Isso só foi proporcionado pelo programa Novos Rurais do Instituto Souza Cruz. Outro detalhe importante é o jovem ganhar um Netbook, pois a maioria não tem esse equipamento na sua casa e isso faz com que ele se insira no mundo da informática e ainda possa utilizar essa ferramenta para gerenciar sua propriedade, monitorando e anotando os controles, podendo o mesmo ter uma visão diferente da sua propriedade. Com esses dados o jovem e sua família terá condições de fazer novos investimentos em sua unidade familiar. Veja que com um pequeno investimento, teremos resultados fantásticos, pois se está proporcionando ou dando mecanismos para que esse jovem possa permanecer em sua propriedade.


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entidade de classe

Cooperativa Agropecuária Veneza: investindo e fomentando a indústria do leite Marthina Dias Fotos: Arquivo Cooperativa Veneza

Estagiária de Jornalismo

Figura 1: Antiga Sede - Figura 2: Sede Atual Fundada no ano de 1953, com a finalidade de resolver problemas de comercialização leiteira e buscando melhores condições econômicas e sociais, a Cooperativa Veneza comemorou 60 anos. Atualmente é composta por 457 funcionários, distribuídos em diversas áreas, como produção, manutenção, área administrativa e veterinária. A diretoria é formada pelo diretor-presidente, o vice-presidente e um diretor eventual. Composta inicialmente por 17 produtores rurais e gerando 4 mil litros/dia, hoje possui 1660 cooperados, sendo 1135 ativos, e com produção média de 151.095 mil/dia. A Cooperativa Veneza possui no mercado hoje 34 itens, entre eles: manteiga; queijo mussarela; queijo prato; queijo minas; queijo ricota; queijo cobocó; iogurte, sabor morango com fibras; doce de leite; bebida láctea sabores pêssego, morango e ameixa; leite barriga mole; leite UAT integral longa vida; requeijão cremoso, tradicional e light; queijo parmesão ralado e Leite em pó integral. Além dos queijos finos Brie, Camembert e Gorgonzola, que são três novos itens. Localizada na cidade de Nova Venécia, Noroeste do Espírito Santo, a Cooperativa é situada no mesmo endereço desde sua criação. A cidade possui forte influência da cultura italiana, o que originou o nome da Cooperativa. Com predomínio do mini e pequeno produtor rural e com economia familiar dominante, o produtor que se associar adquire inúmeras vantagens, entre elas: pagamento da matéria-prima em dia; assistência técnica; plantão veterinário; aquisição de ração com preços abaixo do preço do mercado, através da Associação dos Produtores de Leite do Norte Capixaba (APLENC); incentivo à produção de alimentação para vacas em lactação; tem direito de participar ativamente das assembleias gerais, discutindo e votando os assuntos que nela se tratarem; e muitas outras vantagens e incentivos. Segundo o presidente da Cooperativa José Carnieli, para 10 AGOSTO 13

se tornar um associado é necessário o interessado, além de enviar o leite, preencher uma proposta de admissão fornecida pela cooperativa, assinando-a juntamente com dois associados proponentes, apresentando no ato da inscrição: a certidão de matrícula no registro do imóvel ou a respectiva escritura registrada ou ainda documentos que comprovem a posse da terra ou equivalentes, cadastro de pessoa física, cadastro no INCRA, documentos pessoais e inscrição de produtor rural. De acordo com o presidente, a Cooperativa Veneza é uma empresa particular, que vive das operações que realiza no dia a dia, recebendo o leite, processando-o e comercializando-o. Ainda segundo Carnieli, a Cooperativa possui parcerias e convênios, a fim de suprir a capacidade ociosa da indústria. A Cooperativa Veneza possui duas filiais, uma em Itapetinga/BA e uma em Guaçui/ES. A respeito da abrangência da Veneza em relação aos fornecedores e sua comercialização, a Cooperativa conta com mais de 2,4 mil clientes espalhados pelo Espírito Santo, Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro e Pará, gerando uma receita anual de R$ 108 milhões, se posicionando entre as maiores produtoras de queijos do Brasil e a oitava colocada no ranking setorial da indústria de alimentos do Espírito Santo, segundo a Federação das Indústrias do Estado (FINDES). “No campo institucional, temos a continuidade dos objetivos sem o continuísmo das pessoas e alternância no mando, através dos órgãos colegiados da Cooperativa. Se não bastasse, temos uma tradição de mercado de captação e venda de produtos de 60 anos, além de um rigoroso programa de pontualidade e qualidade do leite”, declarou Carnieli a respeito da atuação da Cooperativa junto aos produtores rurais. Sempre investindo e realizando eventos para fomentar o setor, a Cooperativa promove Dias de Campo, Assembleias,


Fórum de Mulheres, Encontro de Casais e Reuniões com novos produtores, onde é disseminado o que é cooperativismo. Sobre os programas desenvolvidos e/ou apoiados pela entidade, destacam-se: Programa de Melhoramento Genético do Rebanho da SEAG, Programa Leite Certo (SEBRAE e Coopttec), Programa de qualidade e segurança do leite e derivados. O presidente Nascido na cidade de Afonso Cláudio (ES), é casado com Edma Pettene Carnieli e pai de Ligia e José Carnieli Júnior. Com participação sempre ativa no setor cooperativista, José Carnieli assumiu a presidência da Cooperativa Veneza em Abril de 2010. Foi presidente do G-100 (Associação Brasileira de Pequenas e Médias Cooperativas e Empresas de Laticínios em Brasília-DF); é Conselheiro de administração da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB/ES); membro do Conselho Estadual do Cooperativismo (CONECOOP); Conselheiro da Diretoria Regional da FINDES; Membro efetivo do Conselho de Fornecedores da Associação Capixaba de Supermercados (ACAPS) e Membro titular da Câmara Setorial do Leite do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Formado em Direito, Administração de Empresas e pós-graduado pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), o presidente começou sua carreira na Cooperativa Veneza como Office boy em 1974, já exerceu o cargo de superintendente ge-

ral e atualmente a presidência. É filiado a Cooperativa desde o ano de 1983, quando se tornou produtor rural, cultivando café e produzindo leite. Carnieli está no seu segundo mandato, que termina em 2016, já que o mandato tem duração de três anos. Perguntado se pretende se reeleger, José Carnieli respondeu que sim, pois o estatuto permite até três mandatos. Sobre as principais ações desenvolvidas pela Cooperativa, Carnieli destaca as Fazendas Experimentais I e II (FAEVE) voltadas para recria de bezerras leiteiras, a APLENC para otimizar os custos e o Projeto Leite Certo que cuida da assistência técnica continuada. O presidente lembra ainda que a cooperativa tem uma preocupação com o meio ambiente, através de iniciativas como uma estação para o tratamento de efluentes, a “osmose reversa” onde um equipamento processa o soro obtido na fabricação de queijos e evitando a poluição da água, a construção de um galpão para higienizar os caminhões atendendo a legislação ambiental, dentre outras. “Hoje um dos maiores desafios é desenvolver a produção primária, no caso da Veneza a sua bacia leiteira que nada mais é, do que o combustível que move a Cooperativa. Sem leite não existe Veneza e nenhuma outra do setor. Nesse sentido, a Veneza montou três Projetos que sustentam um quarto, todos voltados ao desenvolvimento da produtividade e melhoria da renda do Produtor Cooperado”, arremata o presidente.

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A docilidade, inteligência e morfologia que conquistaram um criador Por Lidiane Dias

Jornalista

Foto: Lidiane Dias

grandes criatórios

Minas Ranch na criação do Quarto de Milha

Um dos garanhões Gypsy Joy (Pocodo Andy x Verdad de Badger), com Arthur Nascimento A emoção da velocidade, as competições nos tambores e na baliza. Uma linhagem de trabalho e feras nos esportes. Ao visitar uma propriedade no Rio de Janeiro, um criador da região começou a gostar da raça e resolver criar o Quarto de Milha. André Luiz Soares, 51 anos, deu início ao seu criatório em 1985 e, dois anos depois, se vinculou à Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM), registrando seus animais. A versatilidade da raça chamou a atenção de André Soares que está na atividade há 28 anos. Os animais, que no começo eram mestiços, deram lugar aos animais Puro Sangue. Natural de Governador Valadares, o criador é pai de Sarah Morais Oliveira Soares, 27 anos, zootecnista e também uma apaixonada pelo Quarto de Milha. O criatório, com a marca Minas Ranch, fica lo12 AGOSTO 13

calizado em Alpercata (MG) e tem dois alqueires. No início, Soares tinha outra propriedade, localizada no Córrego Preto, em Governador Valadares. Mas o local era de difícil acesso, o que complicava a ida ao lugar. Há sete anos, a área em Alpercata foi adquirida e há pouco mais de um ano a outra propriedade foi vendida. Depois de uma viagem aos Estados Unidos em 2007, André Soares ficou ainda mais animado e resolveu investir em um Centro de Treinamento. Em 2008 a estrutura do Minas Ranch foi finalizada. Hoje, além de um haras, o sítio também é um Centro de Treinamento dos animais do criatório e de outros animais que seus donos alugam baias. Quando o rancho foi adquirido, a estrutura da propriedade era basicamente de um sítio, mas hoje o local é composto por uma pista de 90 x 45 metros, um redondel,

14 baias, galpão para feno e 13 piquetes. Há pouco tempo uma capineira começou a ser feita, numa área de 100 x 60 metros. Ainda não começaram a usar a forrageira, mas ela será usada como capim picado. Soares conta que na época que começou a mexer com a raça, na região quase não tinha criadores de Quarto de Milha. Atualmente, a raça vem ganhando mais espaço e investimentos. No Minas Ranch, 20 animais compõem o plantel. Desses, nove são fêmeas (três potras e seis éguas) e 11 são machos (quatro garanhões, três potros e quatro cavalos). Na propriedade ainda, tem 12 animais de clientes. Esses animais de fora são hospedados no rancho, domados e treinados. Os proprietários desses animais alugam as baias, pois, na maioria dos casos, eles não têm estrutura para criar os cavalos ou por estarem fora do país. O Centro de Treina-


Fotos: Lidiane Dias

Figura1: Sarah com Gypsy Joy - Figura 2: O criador André Soares com Pep Jazzy Doc, filho do garanhão Jazzy Peppy Jay com Jamaica Two Als mento é aberto também para quem tem interesse em aprender a montar, mesmo que não tenha animais. O treinador e domador Arthur Nascimento, 28 anos, tem uma parceria com o Minas Ranch há quase três anos. Ele faz o preparo dos animais e dá aulas aos interessados. Manejo A preocupação com genética é um requisito da propriedade. André Soares informa que já fez Transferência de Embriões (TE) por cerca de cinco anos. Parou de usar essa biotecnologia no ano passado, quando vendeu a matriz que era utilizada. Mas os investimentos em genética atualmente se dão através dos quatro garanhões do rancho, na cota de um cavalo e na compra de coberturas. “Trabalhamos com linhagem de trabalho mais voltada para apartação, mas nosso treinamento é focado em tambor e baliza. Vendemos desde potros sem doma, animais domados ou então já prontos para competir. Tudo depende do interesse do cliente. Muita gente compra animais apenas com a doma para colocá-los na vaquejada, que é o forte na nossa região. Esse ano mandei umas éguas para serem cobertas por um garanhão linhagem corrida de um amigo, vamos ver o que vai dar”, enfatiza André. A doma e no caso de quem não sabe montar, as aulas iniciais são feitas primeiramente no redondel até que a pessoa pegue confiança para ir para a pista. A alimentação dos animais é feita com feno, sal mineral e ração. Parte do feno é comprada e a outra parte é feita na propriedade, área de plantação irrigada por aspersão para que a forrageira cresça. Os cavalos de prova tem uma dieta balanceada, com

ração específica e vitaminas. “A gente tem que investir em trato. Porque aqui na região está bastante profissional. Antes não tinha nada, mas agora o pessoal está investindo”, argumenta o criador. Os animais comem em média 4 a 5 kg de ração e 8 a 10 kg de feno por dia. Sarah Soares aponta que a alimentação é contínua, mas segue o ritmo de competições. “A alimentação varia de acordo com a intensidade do treinamento, animais que estão competindo recebem uma maior quantidade de ração, pois necessitam de mais nutrientes, principalmente energia. Recebem também como complemento vitaminas”, frisa Sarah. Em relação à reprodução, a estação de monta começa em setembro e vai até março. Mas fatores como luminosidade e chuva afetam o início da estação de monta. “Após parida, assim que a égua dá cio, ela é coberta. No caso de animais que estão começando sua vida reprodutiva, quanto antes elas emprenham, melhor. Lógico que tomamos o cuidado de avaliar o desenvolvimento da mesma, não adianta querer emprenhar um animal que ainda não está pronto pra isso”, explica Sarah. André Soares comenta que, mesmo não fazendo mais uso de biotecnologias como TE e inseminação em menor quantidade, o retorno que elas proporcionam compensa o investimento feito. Os garanhões da propriedade são Jazzy Peppy Jay, Gypsy Joy, Mr. Shady Times e Topsail Lena Dar. As provas que participam são as de três tambores e baliza. A comercialização é feita de forma direta, em leilões e coberturas também são vendidas. Em relação aos animais, Sarah e seu pai alertam para a importância de se conhecer bem a raça e o animal an-

tes de comprá-lo. Não é a beleza que deve chamar a atenção, mas o gosto pela raça e a identificação do animal com o comprador. “Você tem que comprar o cavalo de acordo com o cavaleiro, não o contrário. Não se deve olhar apenas beleza, principalmente se a pessoa não tem muita experiência, é como dizem: ‘Cavaleiro novo, cavalo velho’. Muitas pessoas compram animais pela aparência ou pelo papel, mas esquecem de avaliar se o temperamento do animal é o mais indicado pra elas”, atesta Sarah. União faz a força André Soares acredita que uma associação regional é uma necessidade para incentivar a raça e proporcionar condições aos criadores de poderem treinar os animais, promovendo provas e eventos voltados ao Quarto de Milha. “Isso poderia ajudar mais os criadores da região. Todo lugar tem. Uma associação do Leste ajudaria para fazer um calendário de provas”, sugere André. O criador é associado na ABQM, na Associação Mineira do Cavalo de Trabalho (AMCT) e na Associação Regional do Quarto de Milha - ES (ARQM). O manejo sanitário é feito através da vacinação para raiva, tétano e garrotilho em todos os animais. Os animais que viajam recebem ainda a vacina que previne a encefalomielite e influenza. São também vermifugados a cada três meses. Os animais que chegam de fora são deixados de quarentena antes de entrar em contato com o restante do plantel. A idade ao primeiro parto fica por volta dos três anos, mas as fêmeas que serão treinadas são mais tardias. No caso de competições, os animais que forem viajar são trans13 AGOSTO 13


Foto: Sarah Soares Foto: André Soares

Foto: Lidiane Dias

Figura 1 - O garanhão Jazzy Peppy Jay (Jazzy Jay x Scarlet Peppy Doc) fará 13 anos em setembro - Figura 2 - Topsail Lena Dar (Country Dun It x Billy Sail Whiz) - Figura 3 - Mr Shady Times (Trouble Two Times x ST Peppita) é o mais velho entre os garanhões, com 15 anos portados em caminhão próprio, que têm as divisórias para que cada animal fique confortável. É feito o planejamento para saírem mais cedo, em um horário mais fresco, para não causar estresse ou traumas aos animais. Participam de competições no Espírito Santo e quando tem na região, levam animais também. Com essas viagens é preciso cuidado com o transporte. Por questões comerciais, no rancho tem animais mestiços, devido ao mercado da região. Mas o foco são os cavalos puros. A predominância de pelagem é a alazã e alguns castanhos. O ritmo de treinamento é de segunda a sábado e a duração dependerá do animal, mas a média é de 40 minutos por dia. Mas há uma preocupação em intercalar esses treinamentos com caminhadas e atividades relaxantes, para que o animal não fique estressado. “Um potro novo, quando vai domar, treina todos os dias, mas é pouco. Uns 15 minutos. Quando já pega um ritmo, aí só três vezes por semana para não forçar. Até pegar uma estrutura e mais força. Na época de competição não aumenta porque 14 AGOSTO 13

o cavalo estará bem prontinho. É mais condicionamento. Não precisa ficar forçando, pois o cavalo pode passar a não gostar daquilo. Tem que fazer umas coisas diferentes para o animal relaxar”, acrescenta o criador. André Soares alerta que o Quarto de Milha não é um animal agressivo, mas nesses casos de agressividade, o problema está na doma feita de forma errada. O que fica mais difícil de tirar esse vício do animal. Destaques, doma e treinamento Ter boa conformação e linhagem faz com que um animal seja considerado um garanhão. Ser um animal que se destaca na modalidade que participa, seja ela tambor, baliza, vaquejada, etc. Entretanto, Arthur Nascimento diz que se os filhos de um determinado cavalo se destacam nas pistas, isso faz com que um cavalo se torne garanhão por causa dos filhos. “A base de tudo é a doma. Tendo uma boa doma no início, aí você vai escolher a modalidade para aquele determinado cavalo

e aquela determinada linhagem. Às vezes tem cavalo de rédea que dá tambor, linhagem de apartação que dá tambor, que é o nosso caso. Ele deve ser treinado para aquela função. Através da doma e treinamento que você vai saber se ele vai ser um bom cavalo para o tambor. Isso não quer dizer que ele é ruim. Mas se colocar ele numa outra modalidade ele fica melhor”, destaca o treinador, que atua há oito anos como profissional. Nascimento diz que começa a treinar um potro aos dois anos, para que possa participar da categoria Potro do Futuro (pela ABQM) depois de dois anos, aos quatro anos. Entretanto, tem cavalo que com seis meses de treinamento já é levado para prova. Assim, ele já é acostumado com a pista, o barulho e com aquele universo de competição. Para conhecer mais do Minas Ranch, a estrutura e os animais, é só conferir no perfil do facebook: https://www.facebook. com/minasranch.


Na propriedade de quatro hectares, 100 mil pés do grão são produzidos

Por Lidiane Dias

Jornalista

Fotos: Esloc EMATER

dia de campo

Sítio Medina e a cultura do feijão

Próximo a colheita em julho de 2012, a área destinada à plantação do feijão tem 0,7 hectare. Na mesa do brasileiro um grão não pode faltar: o feijão. Os modos de prepará-lo têm os mais variados: a feijoada, o feijão tropeiro, o feijão tipicamente batido ou inteiro. O importante é que ele faça parte do dia a dia da alimentação da população. Rico em ferro, fibras, proteínas, vitaminas do complexo B, potássio, dentre outros, o feijão é um forte aliado para o enriquecimento da alimentação. Dessa forma, resolvemos falar da cultura do feijão. O agricultor Renato Ferrante Medina, 40 anos, da cidade de Tarumirim (MG), nos informa como funciona o trabalho na sua propriedade. Renato Medina é casado com Margareth Guimarães da Silva Medina, 31 anos, e pai de Esther Silva Medina, 7 anos, e trabalha com a família na propriedade de quatro

hectares. Desse total, 0,7 hectare é destinado à plantação do feijão Carioquinha. Há seis anos o agricultor conta que teve interesse pela cultura e de lá para cá, dedica-se a produção. Os Programas de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) são o foco de comercialização da leguminosa. Uma pequena parte é para consumo da própria família. O Sítio Medina está localizado no Córrego do Barreirão e pertence ao pai do agricultor, Anísio Ferrante Medina. Quando Renato Medina se casou, seu pai cedeu-lhe a terra para que ele pudesse desenvolver uma atividade agrícola ou pecuária. Desde então, a cultura do feijão foi à atividade escolhida. “É um plantio que está surgindo uma oportunidade 15 AGOSTO 13


A família na colheita de arroz - sogro (fundo), sogra, cunhado e Renato na colheita do arroz em 2013 de comercialização e já tenho alguma prática e afinidade”, 5.000,00. Medina diz que a maior dificuldade não é custo justifica o agricultor. Além do sítio, Medina uma (01) vez de produção e sim encontrar mão de obra. O plantio é feito uma vez por ano, entre os meses de por semana presta serviço como Diretor de Agricultura no abril e julho, dependendo das condições climáticas naqueSindicato dos Trabalhadores Rurais de Tarumirim. le período. No mês de abril, por exemplo, Medina informa que o mês apresenta melhores condições de temperatura e O processo de produção O plantio do feijão é feito de forma definitiva com se- umidade para o desenvolvimento da cultura. Para auxiliar mentes e de forma mecânica, através de uma batedeira de no período, de abril a junho a área é irrigada por aspersão. grãos, que foi adquirida recentemente com o objetivo de De acordo com o agricultor, a região não é favorável à planaumentar o rendimento devido à escassez de mão de obra. tação, mas desde que usadas algumas técnicas de plantio e No equipamento de plantio foi feito um investimento de R$ manejo de solo, isso ajuda a cultura. A família recebe assis-

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tência técnica do extensionista da Emater-MG do município de Tarumirim, João Paulo Santana Gusmão. Medina aponta que já teve períodos que colheu aproximadamente 70 sacas. Hoje, a média anual fica em torno de 30 sacas de 60 kg cada. Essa redução se dá devido à diminuição da área plantada por causa da bovinocultura de leite. Entretanto, o agricultor pensa em aumentar novamente o cultivo do feijão e do arroz, outro grão plantado na propriedade. No espaço usado atualmente, aproximadamente 100 mil pés de feijão são produzidos. No período de safra a colheita é feita de uma única vez durante cerca de dez dias e a produção fica concentrada no mês de agosto. Por dia, na época da safra, são colhidos 10% da área. A providência, de acordo com Medina, é que as vendas sejam feitas em sacolas de 10 kg, porque atualmente são comercializados em sacas de 60 kg. As vendas feitas nas escolas estaduais são feitas por R$ 4,20/Kg e no PAA por R$ 3,00/Kg. Anteriormente, a área era de pastagem, mas hoje, como maneira de descansar o solo, é feita a rotação das culturas do feijão, milho e a pastagem. Quanto a pragas e doenças, Medina diz que não tem grandes problemas e acredita que essa rotação de culturas seja o fator responsável pela não ocorrência das mesmas. Para melhor desenvolvimento da planta, a adubação é feita durante o plantio. A produção de feijão não é o ano inteiro e o milho é plantado para a alimentação do gado. Devido ao foco nos programas de alimentação escolar e de aquisição de alimentos, não é necessário o armazenamento da produção. Como a entrega é programada, assim que for colhida, a leguminosa é ensacada e entregue. “Comecei através do incentivo da EMATER-MG, há aproximadamente 06 anos, com a aquisição de sementes da EMBRAPA para fazer um experimento. Foi onde interessei e aumentei a área de plantio”, finaliza Medina.

Figura 1: A área de feijão em maio 2012 - Figura 2: Anísio (Pai), Margareth (esposa), Esther (filha) e Renato.

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saúde animal

Carrapatos Dr. Carmello Liberato Thadei Médico Veterinário - CRMV-SP-0442 Retirado do site Saúde Animal - http://www.saudeanimal.com.br

São os CARRAPATOS descritos em Zoologia na Ordem dos Acarina, e encontram-se difundidos por toda a Terra, e concomitantemente à sua atividade hematófaga, intervém também como transmissores de muitos outros agentes causadores de doenças, como vírus, bactérias, protozoários e riquétzias, funcionando portanto como vetores de doenças, tanto aos animais como ao homem. Geralmente têm a forma oval, e quando em jejum são planos no sentido dorso-ventral, porém quando repletos de sangue de seus hospedeiros, pois é o sangue seu alimento, apresentam-se então convexos e até esféricos. Algumas espécies podem ter até 25 mm de diâmetro, e sua carapaça quitinosa de revestimento, verdadeiro exo-esqueleto, é firme e resistente, relativamente à sua pouca espessura. Algumas espécies permanecem toda vida adulta sobre seus hospedeiros, e por isso classificados como parasitas permanentes. Outros abandonam-no após haverem sugado sangue e então são classificados como parasitas temporários, melhor dizendo, ecto-parasitas temporários, pois vivem na cobertura pilosa dos mamíferos, seus hospedeiros, apenas parte de seus ciclos biológicos de vida. Os danos que podem causar à saúde de seus hospedeiros são de: Natureza espoliativa - pela quantidade de sangue que podem retirar no ato de sugar, o que é diretamente proporcional não só a quantidade de carrapatos presentes sobre o hospedeiro, como também à sua voracidade e tamanho; Ação tóxica - causada pela natureza da saliva dos carrapatos, que para sugarem sangue por assim dizer injetam sua própria saliva no ponto em que introduzem seu apare-

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lho sugador, para impedir a coagulação do sangue de suas vítimas, e essa saliva muitas vezes pode causar ação não apenas irritante como também tóxica ou alérgica; Ação patogênica - consequente à possibilidade que existe de se encontrarem infectados por agentes outros causadores de enfermidades, tais como vírus, riquetzias, etc., e então transmitirem junto à picada também moléstias outras; Concomitantemente ao parasitismo por carrapatos, evidencia-se uma imunidade específica nos animais atacados, estando os animais velhos mais protegidos que os jovens, e os importados menos que os autóctones de uma determinada região, a uma determinada espécie também de carrapato. Dentre as espécies mais comuns, podemos citar: Argas - Com o denominado A. persicus, que ocorre em todo o Brasil, e parasita preferentemente aves domésticas e selvagens, além do homem. É o transmissor para as aves da Espiroquetose aviar. Transmite também a pombos, infecção paralítica (Salmonella typhimurium), que pode permanecer latente vários meses nesse parasita. Dermacentor - Neste gênero, está incluído o: • Dermacentos marginatus - Hospedeiro do cavalo, cão e ovelha, é encontrado na Alemanha e zonas pantanosas do Hesse, além da Hungria, onde é apontado como transmissor da Piroplasmose esporádica do cavalo (Babesia caballi). • Dermanyssus gallinae - Vulgarmente chamado de ácaro vermelho das aves, vive geralmente em galinheiros sem higiene, atacando pombos e galinhas, além de faisões, patos, gansos e aves canoras engaioladas. Durante o dia permanecem escondidos em fendas das instalações


denominadas carrapaticidas, poderá efetuar a eliminação desses hóspedes nocivos. Até pouco tempo atrás era utilizado o arsênico como carrapaticida, porém devido os acidentes que ocorreram por incúria na sua aplicação, foi o mesmo abandonado como meio de tratamento. Algum tempo depois, também o DDT e o BHC, substâncias essas sintéticas cloradas e fosforadas foram também utilizadas como carrapaticidas, que também foram abandonadas pela ocorrência de intoxicações e mesmo mortes em animais tratados, e pelo efeito efetivamente cumulativo no organismo dessas substâncias. Hoje, substâncias fosforadas sintéticas como o Assuntol, Trolene, Ruelene e Neguvon são as mais utilizadas como carrapaticidas em todo o mundo. Para a prevenção dessa parasitose, os meios que melhor tem funcionado, são as aplicações sistemáticas de carrapaticidas nos animais. Para tal, as modernas banheiras carrapaticidas, quer de imersão quer de aspersão ou pulverização, são os melhores; As aplicações, devem guardar um intervalo característico para cada espécie animal, assim como ter-se em conta a espécie do carrapato a ser exterminado ou controlado. Em se tratando de cães ou gatos parasitados por carrapatos, deve ser tomado especial cuidado na prescrição do inseticida a ser utilizado para seu combate, pelo fato de serem tais animais carnívoros, e por isso especialmente sensíveis às substâncias sintéticas cloradas ou fosforadas, usualmente fabricadas para referida utilização. Além desse cuidado, redobrada atenção durante a aplicação do inseticida é também indicada, evitando-se que o animal ingira ou aspire o produto na hora de sua aplicação, sob pena de intoxicações muitas vezes graves causadas por tais produtos quando acidentalmente absorvidos. Quando a infestação for leve, existem no mercado produtos específicos para cães e gatos, aplicados na forma de pulverização por todo o corpo do animal ou diretamente na nuca do mesmo, que se seguidas devidamente às instruções, não oferecem riscos de intoxicação ao animal. Foto: Revista Globo Rural

onde as aves se alojam, para saírem à noite, para saciarem seu apetite de sangue, retornando a seus esconderijos quando o estômago estiver cheio. Haemaphysalis - Encontrado na Alemanha e no Oriente Médio, sendo o transmissor da Febre Q. Hyalomma - Geograficamente encontrados na África, Ásia e região mediterrânea da Europa, na maioria dos casos utilizam-se de dois hospedeiros, principalmente cães e outros carnívoros, e são transmissores da babesiose ao cão e aos equinos, assim como a Teileriose. Ornithodorus - Este parasita localiza-se quase sempre no pavilhão auricular de seus hospedeiros, e lhes transmite a febre recorrente, causada por um espiroqueta e também a Febre das Montanhas Rochosas (Riquetziose) nos EUA. Rhipicephalus - O exemplar mais importante desse gênero é o Rhipicephalus sanguíneas transmissor da Teileriose e Piroplasmose ao cão. É encontrado no Brasil, na África e em algumas zonas temperadas do mundo. Ixodes - Encontrado parasitando os mais diversos animais mamíferos, inclusive aves domésticas e selvagens, répteis e o homem. A ação tóxica manifesta-se clinicamente por reações cutâneas com prurido e eritema, febre, podendo chegar até a paralisias com contraturas, algumas vezes podendo ter curso mortal. A encefalite humana pode ser transmitida inclusive por carrapatos, a partir de portadores do vírus, tais como toupeira, ratos e aves, ao ser sugado sangues contaminados. A espécie Ixodes ricinus - assim como outras espécies do gênero Dermacentor, são os causadores da moléstia denominada Paralisia por carrapatos, em várias espécies animais, sobretudo na ovelha e no homem (crianças). Parece somente terem tal atividade as fêmeas de carrapato, pouco antes de iniciarem a postura, quando se fixando na região occipital, na proximidade da coluna vertebral próximo do centro respiratório, podem provocar falta de coordenação motora no ato de andar, com tombos e mesmo incapacidade de permanecer em pé, seguindo-se vômitos e até morte do doente. O diagnóstico da infestação por esse parasita é muito fácil, efetuado pela simples visualização com vista desarmada desse hóspede, de permeio à pelagem ou plumagem dos animais, cuja presença também provoca coceira, a qual é concomitantemente notada nos hospedeiros, esta maior ou de menor intensidade, de acordo com a sensibilidade individual de cada hospedeiro parasitado. Quando o parasitismo é pequeno, a aplicação de graxas neutras, óleos ou glicerina, provocarão a oclusão dos estigmas respiratórios desses hóspedes indesejáveis, que após algumas horas facilmente se desprenderão dos locais em que estejam alojados. Já sendo a infestação em grande quantidade, somente a aplicação de banhos sob a forma de imersão em banheiras especiais, denominados banheiras carrapaticidas, ou então a aspersão ou pulverização de substâncias especiais,

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caderno técnico

Degradação de pastagens como causa da perda da sustentabilidade da pecuária Rejane Batista Farias Bessa Bióloga- CRBio 04-16702/4-d Graduação em Ciências Biológicas - UNIVALE – GV - MG Especialista em Gestão Ambiental em Sistema Florestais – UFLA - MG Mestranda em Estudos Ambientais - UCES - Buenos Aires - AR

O que está acontecendo? A pecuária brasileira enfrenta grandes problemas, sendo a degradação das pastagens o maior deles, pois, embora cresça a criação de gado do tipo confinamento, essa forma de criação, requer, para a sua ampliação alto preço com insumos; manejo sanitário e reprodutivo; aquisição de animais, dentre outros; o que muitas vezes não correspondem à relação dos preços por arroba. A pastagem é à base da produção de bovinos no país, além de ser um alimento de menor custo quando comparado com as demais estratégias de suplementações, mas pode ser bastante variável em função da população de plantas presentes na área da pastagem, solo, clima e estação do ano. As áreas de pastagens brasileiras chegam estar até 80% com algum estádio de degradação. O esgotamento da fertilidade natural, devido à ausência ou uso inadequado de correção e adubação no processo de manutenção; manejo inapropriado das espécies forrageiras; desrespeito aos períodos de pastejo e descanso corretos; a deterioração física e química dos seus solos com a presença da compactação e erosão, entre outros agravantes de caráter biótico, são alterações facilmente percebidas. Tais fatores trazem como resultado a queda acentuada da capacidade de suporte, queda no ganho de peso e da produção de leite, consequentemente, baixo retorno econômico para o pecuarista. Na criação de bovinos, o desempenho animal necessário ou desejado e o sistema de produção adotado têm efeito marcante sobre a capacidade de suporte da pastagem. Considerando apenas a fase de recria e engorda, a produção animal em uma pastagem degradada pode ser seis vezes inferior ao de uma pastagem recuperada ou em bom estado de manutenção. Estudos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) mostram que uma pastagem recuperada pode garantir produtividade de 12 arrobas por hectare/ano, enquanto em uma área degradada esse valor rende em torno de duas arrobas por hectare/ano. Por que está acontecendo? Uma série de fatores que podem atuar individualmente ou em conjunto que trazem com consequência a degradação do solo utilizado como pastagem para criação de gado. A compactação por pisoteio animal nas áreas de pastagens, onde fatores como o adensamento do gado por área e o tempo de uso contínuo promovem rapidamente a degradação 20 AGOSTO 13

dessas áreas, além disso, vale ressaltar, que a falta de manejo do solo é um fator relevante que contribui significativamente para tais degradações. Na falta de técnicas corretas de manejo do solo destacam-se a escolha errada da espécie forrageira, uso de sementes de baixa qualidade, não reposição dos nutrientes perdidos no processo produtivo que poderão acarretar a erosão, lixiviação e volatilização ao longo dos anos. Diante dessa situação, mesmo assim, existe um número reduzido de pecuaristas recuperando pastagens de suas propriedades, ou mesmo preocupados com esse problema. Quais são os impactos? Uma pastagem degradada é aquela que está em processo evolutivo de perda de vigor e produtividade forrageira, sem possibilidade de recuperação natural, tornando-se incapaz de sustentar os níveis de produção e qualidade exigidos pelos animais, bem como o de superar os efeitos nocivos de pragas, doenças e plantas invasoras. Persistindo esse processo, poderá haver uma degradação total do solo e dos recursos naturais, com prejuízos irrecuperáveis para toda sociedade (MACEDO, 1995). A degradação das pastagens tem afetado diretamente a sustentabilidade da pecuária, além de diminuir o valor das terras e atrasar a idade de abate dos animais, bem como, queda na produção de leite. O que estamos fazendo? Quando o solo se encontra degradado, ocasiona a perda de sua fertilidade. Faz-se necessário, para a reversão desse processo, maiores investimentos financeiros, conhecimento tecnológico e melhor infraestrutura. A modernização de técnicas corretivas que requerem disponibilidade financeira para tal fim, muitas vezes, não estão acessíveis ao proprietário pelo seu alto custo. O governo brasileiro tem ampliado linhas de crédito rural com o lançamento de diversos programas, onde destacam-se o PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), PRONAMP (Programa Nacional de Apoio ao Médio Rural) que disponibiliza recurso financeiro para que o produtor possa usufruir de técnicas modernas de correção do solo para uma maior rentabilidade sem perder a sustentabilidade do mesmo. Outro ponto relevante como resposta a percepção da


crescente degradação dos solos são ações educativas promovidas pelo governo brasileiro. Seminários voltados a superintendentes federais e secretários estaduais de Agricultura, Meio Ambiente, Desenvolvimento Agrário, técnicos e representantes de unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e das Empresas de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) nos estados, vem sendo realizados como ações que visam educação ambiental com a disseminação de conhecimentos para a busca de alternativas eficazes para a correção de alterações provocadas pelo mal uso do solo, bem como formas de impedir a intensificação de tais alterações. Um tema muito debatido nos últimos anos em seminários nacionais é o Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC) e que, também, disponibiliza uma vasta linha de crédito para o produtor rural. Programa, lançado pelo Ministério da Agricultura, tem abrangência nacional e período de vigência de 2010 a 2020, trazendo com principal proposta à tentativa de ampliar a produtividade na pecuária junto com a preservação ambiental, onde o princípio básico da recuperação de áreas degradadas de pastagens e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) são técnicas incluídas pelo programa. Pode-se perceber que, nos últimos anos, o governo brasileiro tem desenvolvido e estimulado as boas práticas agropecuárias privilegiando os aspectos sociais, econômicos, culturais, bióticos e ambientais elaborando projetos e programas direcionados para a assistência técnica, financiamento e normatização das práticas rurais sustentáveis. O que poderá acontecer se não atuarmos agora? Enquanto a natureza, com o passar do tempo, se torna mais complexa em termo de biodiversidade apresentando maior acúmulo de biomassa e maior a fertilidade do solo devido às suas sucessões ecológicas, o uso do solo com a utilização de pastagens sem um manejo correto, funciona inverso, quanto mais tempo, mais empobrecido e degradado, até que pode se tornar improdutivo. Tendo em vista que solo sofre constantes modificações decorrentes de fatores físicos, como as alterações climáticas, a infiltração da água da chuva, a compactação por máquinas ou pisoteio de animais; fatores químicos como o acúmulo de substâncias oriundas da decomposição de compostos orgânicos, bem como o uso de corretivos ou pesticidas sintéticos e também, por fatores biológicos, como a redução ou eliminação dos micróbios que mantém de forma cíclica o movimento de micro e macronutrientes. Conclui-se que o solo é um produto inacabado, suscetível a constantes modificações naturais ou antrópicas ao longo do tempo. O solo é frágil quanto à capacidade de depuração de composto, podendo ser facilmente alterado ocasionando a escassez da sua fertilidade, redução da disponibilidade de água e, consequentemente, se torna impossibilitado de desenvolver uma cobertura vegetal, podendo chegar à desertificação se correções eficazes se não forem feitas em tempo hábil.

O que podemos fazer para rever a situação atual Tecnologias associadas à recuperação e renovação de pastagem têm sido utilizadas com grande eficiência e trazem como resultados, além de grandes ganhos para os recursos naturais, um pasto estabelecido com máxima cobertura do solo e acúmulo de matéria vegetal suficiente para o pastejo. Dentre as tecnologias utilizadas destacam-se: escolha da espécie forrageira adequada para o local, observação da pressão do pastejo e manutenção e adubação. Escolha da espécie forrageira adequada para o local Para uma melhor escolha da espécie forrageira de uma pastagem deverão ser seguidas recomendações agronômicas que visem adaptação da espécie de acordo com os fatores físico-químicos e biológicos de cada área ou região. O quadro a seguir mostra algumas espécies de gramíneas forrageiras recomendadas para pastagens e algumas exigências necessárias ao seu desenvolvimento.

Fonte: Kichel et al. (1999).

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Para recuperação de áreas de pastagens degradadas, onde já se encontra uma espécie de forrageira, pode-se escolher vários métodos de recuperação de forma direta ou indireta, tais como a substituição total ou parcial da espécie forrageira, bem como consolidação com outras espécies, como as leguminosas. Mas sempre incorporando corretivos e fertilizantes adequados e indicados após análise do solo, para obtenção de melhores resultados. Observação da pressão do pastejo Segundo a CFSMG (Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais) o uso da pastagem como fonte alimentar do animal, a intensidade de pastejo e taxa de lotação pode-se fazer a classificação do sistema quanto ao seu nível tecnológico: • Alto nível tecnológico - sistema onde a pastagem é dividida em piquete, com manejo rotativo e recebe insumos, tais como, fertilizantes e água, possibilitando aumento da taxa de lotação, de acordo com a espécie de forrageira utilizada; • Médio nível tecnológico - sistema de pastejo e taxa de lotação intermediárias, as pastagens constituem o principal alimento na dieta do animal e podem-se considerar as taxas de lotação de 3 a 7 UA/ha/ano (quantidade média de unidades animais suportadas por um hectare ao longo de um ano de forma sustentável) de acordo como a espécie de forrageira usada; • Baixo nível tecnológico: sistemas de baixo manejo com taxas de lotação menores que 1 UA/ha/ano, variando com a sazonalidade regional. Em uma pastagem que se respeita suas taxas sustentação, há uma menor compactação do solo como maior facilidade de infiltração e, consequentemente, maior disponibilidade de nutrientes que favorecem o desenvolvimento das espécies de vegetais usadas 22 AGOSTO 13

para alimentação na criação de ani- e Abastecimento. <http://www.agriculmais. Sendo assim, quanto melhor for tura.gov.br>. Acesso em: abril de 2013 uma pastagem, melhor será os resultados do desenvolvimento do animal e SILVA, Maristela Marques da; maior rentabilidade. CARVALHO, Soraya Abreu de; SOUSA, Charles Alves; ÁVILA NETO, Manutenção e adubação José Agnaldo. Criação de bovinos e a Para a manutenção constante de degradação de pastagens em duas louma pastagem, faz-se necessário ob- calidades em Altamira – Pará. Amaservação contínua do desgaste do solo zônia: Ci. & Desenv., Belém. v. 5, n. decorrente da compactação por piso- 10, jan./jun. 2010. <http://www.basa. teio animal, o adensamento do gado com.br/bancoamazonia2/Revista/ por área, o tempo de uso contínuo das edicao_10/C&D_N_10_Criacao_de_ pastagens, sua resistência mecânica à Bovinos_e_a.pdf>. Acesso em: abril penetração de água para que, caso haja de 2013 alterações, sejam aplicadas correções apropriadas para um melhor desenKICHEL, A. N.; MIRANDA, C. volvimento das espécies forrageiras. H. B.; ZIMMER, A. H. Degradação Por menor que seja a degradação, ela de pastagens e produção de bovinos deverá ser considerada, visando identi- de corte com a integração agricultura ficar as suas causas e as possíveis con- x pecuária. In: SIMPOSIO DE PROsequências. DUÇÃO DE GADO DE CORTE, 1., Quanto mais avançado o proces- 1999, Viçosa. Anais… Viçosa: UFV, so de degradação, mais drástica será 1999. p. 201-234. a intervenção, com maior número de operações e os custos mais elevados. MACEDO, M. C. M. Pastagens nos O primeiro passo para recuperação de ecossistemas de cerrados: pesquisas uma pastagem degradada é análise la- para o desenvolvimento sustentável. boratorial de amostras do solo que se In: SIMPÓSIO SOBRE PASTAGENS encontram em degradação ou em aná- NOS ECOSSISTEMAS BRASILEIlise foliar, para que se possa identificar RAS, 1995, Brasília, DF. Anais... Braquais os nutrientes que se encontram sília: SBZ, 1995. p. 28-62. em quantidades alteradas, impedindo, assim, o crescimento de vegetais e para RIBEIRO, A.C; GUIMARAES, que se passa fazer a adequação de fer- P.T. G; ALVAREZ, V.H. Recomendatilizantes atendendo às suas necessida- ções para o uso de corretivos e fertilides. zantes em Minas Gerais. Viçosa: CFA manutenção da pastagem obede- SEMG, 1999. P. 332-341. cendo à taxa de lotação para que não haja esgotamento de nutrientes, em PEREIRA, E. S.; COTTAS, L. R.; consonância com adubação, quando necessário, faz com que a degradação MARINI, G. B. S. Avaliação da comde uma área de pastagem não se inten- pactação dos solos em áreas de pastasifique, de forma a amenizar os impac- gens e florestas em Porto Velho. Universidade Federal de Rondônia. 2001 tos ao meio ambiente. PERON, A. J.; EVANGELISTA, A. R.. Degradação de pastagens em regiões de cerrado. Ciênc. agrotec., LaMinistério da Agricultura, Pecuária vras, v. 28, n. 3, p. 655-661, maio/jun. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


Humberto Luiz Wernersbach Filho Zootecnista MSC / Supervisor de Pesquisa Fertilizantes Heringer

Fotos: Divulgação

forragicultura

Quanto custa a fibra do meu volumoso?

Para falar sobre forragicultura, falaremos hoje sobre confinamento. A alimentação nesses sistemas é o componente de maior peso no custo de produção. Ela é definida pela utilização de alimentos concentrados (milho, farelo de soja, sorgo, etc.) e volumosos (cana-de-açúcar, silagens de milho, sorgo, etc). Alimentos concentrados, devido à viabilidade de se adquirir, transportar e armazenar, são insumos que permitem maior facilidade na sua gestão. Já os volumosos, devem ser produzidos nas fazendas, salvo exceções, pois dessa forma seu custo de produção tende a ser menor. A produção de alimentos volumosos é um dos maiores desafios dos sistemas em confinamento. Muitas vezes o pecuarista perde o sono devido à preocupação com o cultivo desses alimentos, na busca de se produzir com qualidade e custos competitivos. As barreiras que impedem o sucesso no cultivo das culturas de interesse zootécnico

vão desde a aptidão do pecuarista em se tornar um agricultor até as limitações climáticas das regiões pecuárias para produção dessas culturas, haja vista que grande parte das áreas destinadas aos bovinos está em áreas marginais com pouca aptidão agrícola. Diversas são as opções atualmente utilizadas num sistema de confinamento, como: silagens de milho e sorgo, cana-de-açúcar in natura, silagens de capim, bagaço de cana, etc. A escolha de qual cultura a se utilizar vai depender da eficiência produtiva de cada sistema de produção e, sobretudo, o valor nutritivo de cada alimento para compor a dieta animal. Na Tabela 01 está ilustrada a composição básica em proteína bruta (PB), nutrientes digestíveis totais (NDT) e fibra em detergente neutro (FDN) de alguns alimentos volumosos. 23 AGOSTO 13


Tabela 2 – Comparativo de custo (R$/t MS) e custo da Tabela 01 – Teores básicos de proteína bruta (PB), nutrientes digestíveis totais (NDT) e fibra em detergente fibra (R$/Kg FDN) de alguns alimentos volumosos. neutro (FDN) de alguns alimentos volumosos.

Fonte: adaptado de Aguiar (2012). Obter esses valores de produtividade e qualidade nem sempre são alcançados. Isso tem feito com que técnicos e produtores busquem diminuir a importância nutricional dos volumosos e utilizem, quando viáveis, dietas com elevado percentual de grãos. Nesse cenário, os alimentos volumosos são utilizados para compor a parte fibrosa da dieta, para o correto funcionamento do rúmen. Nesse sentido, ao invés de nos preocuparmos somente com os teores de proteína e energia, talvez tenhamos que nos preocupar com os teores de fibra e seu custo. A Tabela 2 mostra um comparativo entre os volumosos mais utilizados em termos de custo da fibra.

24 AGOSTO 13

Fonte: adaptado de Aguiar (2012). Ao analisarmos a Tabela 2, as silagens de capim e cana, bem como a cana in natura, podem ser importantes alternativas, o que podemos verificar na prática, onde vários sistemas estão optando por esses volumosos devido a maiores facilidade de cultivo a adaptação ao clima. Contudo, a decisão sobre qual volumoso a se trabalhar, irá depender da dieta desejada, do clima da região e, sobretudo, do conhecimento em se fazer agricultura numa propriedade de pecuária. De fato, com o avançar das tecnologias, possivelmente não saberemos todas as respostas, mas, com certeza, será nossa obrigação saber as perguntas certas.


P R P OD R U Ó Ç P Ã R O IA S E M E N T E S D E C A P I M

sementesagromax.com sementesagromax.com

Montes Claros - MG

25 AGOSTO 13


agrovisão

Índice de Desenvolvimento Humano do Brasil Alexandre Sylvio Vieira da Costa

Foto: Marco Santos/ USP Imagens

Eng. Agrônomo - Prof. Adjunto Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri asylvio@hotmail.com http://agriculturaecologiaesaude.zip.net

O programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) acaba de liberar o Índice de Desenvolvimento Humano do Brasil e das cidades brasileiras, o famoso IDH. Este índice é calculado baseado em diversos fatores sociais e econômicos associados à saúde, educação, renda, emprego, etc. Em 1991 o IDH do Brasil era considerado muito baixo e agora, com as informações de 2010, o nosso país atingiu um IDH considerado alto. Em relação aos municípios a evolução foi mais acentuada. Em 1991, 86% dos municípios brasileiros apresentavam IDH muito baixo, e hoje este número é de apenas 0,6%. Com IDH alto eram apenas 0,8% dos municípios brasileiros em 1991; atualmente estes municípios já somam 34%, uma evolução estratosférica nos últimos 20 anos. Apesar da visível evolução do país nas últimas décadas, 26 AGOSTO 13

o IDH alto do Brasil deve ser analisado com muito cuidado. Como podemos ser considerados um país de elevado desenvolvimento humano se as nossas taxas de assassinatos de jovens é uma das maiores do mundo, assemelhando-se a números de guerra? Com pessoas sendo atendidas no chão dos hospitais e morrendo por falta de atendimento em todo o país? Com a maioria das cidades ainda despejando seus esgotos nos rios e os resíduos sólidos em lixões? Com as milhões de famílias ainda vivendo na mais extrema miséria sobrevivendo apenas da renda do bolsa família? Com a enorme quantidade de favelas e guetos espalhados pelas grandes cidades? Sendo considerado um dos países com maiores índices de corrupção do planeta? Não podemos negar que o país melhorou, mas considerado de alto desenvolvimento humano


é forçar um pouco a barra. As informações analisadas pelo PNUD são fornecidas pelo governo brasileiro que por sua vez recebe dos municípios. Apesar de serem oficiais nada impede que sejam questionadas. O Brasil tem experimentado uma fase de crescimento econômico com a atração de fábricas e empresas do exterior e da própria indústria nacional, mas a tecnologia para o funcionamento destas fábricas também vem do exterior, cabendo ao Brasil fornecer a matéria-prima e a mão de obra. Ou seja, o nosso país está sentindo o gostinho do crescimento econômico, mas ainda sem o sonhado desenvolvimento econômico, sendo exportador principalmente de commodities do setor primário. As montadoras de automóveis de todo o mundo estão no Brasil, mas nenhuma é nacional. Os chineses já começam a

invadir o Brasil não apenas com produtos importados mas também com ocupações físicas. Diversas empresas que antes eram nacionais hoje estão nas mãos de grandes grupos estrangeiros como as empresas de aço, de celulose, de telefonia, sem contar que os gringos estão comprando terras no país para plantar milho e soja, ou seja, estamos sendo novamente colonizados. De fato, a abertura dos mercados e a globalização da economia fez bem para o trabalhador brasileiro, mas devemos tomar cuidado para não ficarmos nas mãos, única e exclusiva das grandes corporações internacionais. Estamos sofrendo um novo processo de colonização. Antigamente éramos colônia apenas de Portugal, mas se não tomarmos cuidado, em breve seremos colônia de todos os países desenvolvidos.

27 AGOSTO 13


sustentabilidade

Um outro foco - Pacto pela agropecuária Eduardo Salles*

Foto: Cleverson Beje/FAEP

Engenheiro Agrônomo

O que tem acontecido nos últimos dias representa a maturidade democrática do País. Importante, autêntica e apartidária, a mobilização nacional que tem levado centenas de milhares de jovens às ruas das principais cidades brasileiras clamando contra a corrupção, exigindo saúde, educação de qualidade, melhoria nas questões de mobilidade urbana, segurança pública e, enfim, condições dignas e qualidade de vida, demonstra que a população está atenta e quer os impostos pagos retornando ao povo na forma de serviços públicos de qualidade. 28 AGOSTO 13

Nos últimos anos, em função das facilidades para viajar para o exterior, a classe média brasileira, formadora de opinião e uma das bases dessa mobilização, tem podido observar que em diversos países os impostos pagos retornam eficientemente à sociedade. E questionam: por que no Brasil é diferente? Somado a isto, através das redes sociais, meus filhos, assim como milhares de jovens, falam com “amigos” de toda parte do mundo, e se sintonizam com o que está acontecendo, emitem opiniões, recebem respostas e se


mobilizam para questionar as ações dos legisladores e governantes. Em minha opinião, tudo isso foi o estopim do movimento. As questões levantadas pelo movimento são relevantes, mas quero chamar a atenção para o fato de que elas são os sintomas de uma grave doença que assola o País há muitas décadas. Este movimento tem uma característica clara e marcante: é urbano, com base nas grandes cidades. Daí, como tenho uma vida inteira dedicada ao setor agropecuário, neste momento tento colocar na mesa o que considero uma das origens desta doença. As famílias que migram do interior para as cidades grandes, por não ter condições de permanecer no campo, por falta de oportunidades ou devido a intempéries climáticas como a seca que assola o Nordeste brasileiro nestes últimos anos, ou ainda pela ilusão de que encontrará melhores condições de vida para seus filhos, quando chegam aos centros urbanos geralmente vão morar na periferia, e passam por um período inicial de desemprego e adaptação à nova vida. Essas famílias sofrem então fortes impactos sociais. Seus filhos, que tinham liberdade na zona rural, acabam entrando em contato com pessoas envolvidas com a marginalidade, o que pode levá-los a caminhos tortuosos como o das drogas, da prostituição infantil e da delinquência. Este processo migratório incha as grandes cidades, aumenta a demanda por serviços públicos e gera a favelização. Por isso considero que esta é uma das origens desta doença. A questão não é nova. Não é culpa dos atuais governos municipais, estaduais e federal. São problemas crônicos, que tem atravessado décadas. Se as pessoas que migram fossem atendidas no inte-

rior por serviços básicos eficientes; se déssemos o apoio devido ao homem do campo, valorizando-o como responsável pela produção do alimento que chega às nossas mesas, e se as questões de convivência com a seca fossem efetivas e definitivas, será que o inchaço urbano aconteceria? As pautas colocadas pelo movimento são importantes, mas um pacto pela agropecuária também é, porque iria trabalhar a origem do que está ocorrendo hoje, fruto de algo que há décadas acontece no campo: o êxodo rural. É hora de efetivarmos um pacto pela agropecuária do País, para termos a garantia do fornecimento do alimento, mas, acima de tudo, a garantia da permanência do homem no campo com dignidade e sustentabilidade. Nestes três anos à frente da Secretaria Estadual da Agricultura, tenho certeza que eu e a minha equipe temos nos esforçado enormemente, com apoio incondicional do governador, mas tudo isto sempre será pouco, pois os recursos são escassos e a estruturação definitiva do setor demanda uma força tarefa com recursos oriundos do pré-sal ou de outras fontes constantes e definitivas, que permitam nas próximas décadas investimentos decisivos que realmente cumpram o papel de fixação do homem no campo e contribua para a melhor qualificação social do País. A Bahia e o Brasil são grandes celeiros de produção de alimentos e precisam de um pacto pela agropecuária, para que tanto o campo como as cidades vivam em paz. *Eduardo Salles é engenheiro agrônomo, Mestre em Irrigação e Drenagem, Secretário de Agricultura do Estado da Bahia e Presidente do Conselho Nacional de Secretários de Agricultura (Conseagri) 29 AGOSTO 13


perfil profissional

Criação do Conselho de Zootecnia aprovada pelo Congresso Nacional Marthina Dias

Foto: Convites Comart

Estagiária de Jornalismo

Zootecnista é o profissional que atual na gerência, planejamento e melhoramento genético seja de uma propriedade ou empresa agropecuária. Preocupado com a preservação e sustentabilidade ambiental, o profissional da área de zootecnia visa valer-se das potencialidades dos animais domésticos e domesticáveis a fim de aproveitá-las com a finalidade nutricional e econômica. Projeto de Lei Por força da Lei 5.550/68 o Conselho Federal e os Regionais de Medicina Veterinária (CFMV/CRMV’s) são responsáveis por inscrever e fiscalizar os profissionais de zootecnia. Porém, de acordo com o presidente da Associação Brasileira de Zootecnistas, Walter Motta, a classe não se sente representada, pois desde a sua inclusão em 1968, as necessidades dos profissionais não são atendidas de forma satisfatória, o sistema nunca foi alterado para um melhor contentamento e valorização da classe. O Projeto de Lei 1372/2003 que trata da criação dos Conselhos Federal e Regionais de Zootecnia já foi aprovado no Congresso Nacional e os mais de 30.000 zootecnistas brasileiros esperam ansiosamente pela sanção presidencial que pode acontecer a qualquer momento. A Lei regulamentadora que institui o Conselho Federal de Medicina Veterinária e Conselhos Regionais de Medicina Veterinária 5.517/68 não faz menção de zootecnia e 30 AGOSTO 13

zootecnistas, sendo assim, Motta, afirma que “no sistema CFMV/CRMV´s, o tribunal de ética sendo quase todo composto por Médicos Veterinários, é inadequado e impertinente para julgar processos que envolvam Zootecnistas. No discurso que prevalece sobre a missão da autarquia se diz que os Conselhos representam as profissões na sociedade, então, deveria haver um número igualitário de representantes das duas profissões”. Se for aprovado, o Conselho será muito importante para os zootecnistas e trará vantagens para à classe, defendendo seus direitos, controlando e fiscalizando os profissionais cadastrados, sempre visando à melhoria do trabalho prestado pelo zootecnista e fazendo o possível para assegurar seus direitos. O Conselho Federal e os Regionais também responderão por profissionais de zootecnia formados no exterior e/ou com títulos similares, agrônomos e até mesmo veterinários. Até o fechamento desta edição, o Projeto de Lei não havia sido sancionado pela presidência. Está em elaboração da Redação Final na Câmara dos Deputados, pois passou por alterações no Senado Federal.

“Mais de 30.000 zootecnistas aguardam a sanção presidencial”


Neste ano não estão atuando os fenômenos El Niño e La Niña, as condições estão dentro do valor esperado. Entretanto, em virtude do aquecimento global, o mês de junho deste ano foi o mais quente da história, não só em Minas Gerais, mas no mundo. No mês de julho a temperatura máxima bateu o record histórico em algumas regiões do estado. A forte onde de calor que deverá predominar em agosto vai favorecer a formação de pancadas de chuvas em meados do mês. Os agricultores poderão ficar preparados para as primeiras chuvas que chegarão através de frentes frias no final de

Ruibran dos Reis

Professor da PUC Minas Diretor Regional da Climatempo – Minas Gerais

Imagem ilustrativa

meteorologia

As chuvas deverão chegar mais cedo neste ano

agosto e início de setembro. As chuvas deverão acontecer de forma mais contínua neste próximo período chuvoso, não ocorrendo veranico nos meses de outubro e janeiro. Nos últimos anos as chuvas têm ficado muito abaixo do valor esperado nas regiões leste e nordeste de Minas Gerais, e o veranico que ocorre normalmente no mês de janeiro tem apresentado uma sequência maior de dias. Na próxima estação chuvosa as chuvas deverão ficar acima da média histórica nos meses de setembro, outubro, novembro, janeiro e fevereiro.

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AF_ANUNCIO_RODAPE_205X70.indd 1

13/06/13 15:21

AGOSTO 13


mercado

A oferta de carnes na próxima década

Gustavo Aguiar - Zootecnista Scot Consultoria

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD, sigla em inglês), em parceria com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, sigla em inglês), divulgou seu relatório anual sobre as perspectivas para as principais commodities agrícolas na próxima década. Com base nesse relatório, fizemos um balanço dos principais pontos sobre a oferta, demanda e preço das carnes para o período.

Oferta No quesito produção, OECD e FAO acreditam que a demanda crescente por carnes no mercado internacional promoverão um estímulo à produção nos próximos dez anos. Isto deverá ocorrer para todas as carnes analisadas. Apesar disso, este aumento será limitado pela concorrência com outras atividades agropecuárias e a escassez de investimentos em infraestrutura, principalmente nos países emergentes. O aumento de produção virá, em grande parte (80% do total), dos países em desenvolvimento. Dentre as carnes, a de frango liderará o avanço produtivo, apesar da redução em relação ao relatório anterior. O crescimento médio anual na produção das carnes de frango, bovina e suína será de 1,9%, 1,5% e 1,4%, respectivamente. A atual projeção é de que o aumento na oferta de carne de frango dos países em desenvolvimento representará 43,3% do aumento total de produção neste grupo de países. Em âmbito mundial, o incremento na produção de carne de frango representará 47,0% do aumento total para o período. Até o fim do período das projeções - em 2022, a carne de frango será a mais produzida mundialmente, desbancando a

32 AGOSTO 13

carne suína, atual ocupante desta posição. Neste ano, as estimativas apontam para produções mundiais de 128,67 milhões de toneladas para a carne de frango, 126,73 milhões de toneladas para a suína e 76,53 milhões de toneladas para a bovina, todas em base carcaça. Demanda Na previsão de demanda, o incremento para a próxima década virá, da mesma forma que para a produção, dos países emergentes. Do acréscimo total do consumo das carnes bovina, suína, de frango e ovina, 82,9% será por conta desse grupo de países. Destaque para a Ásia e América Latina. O crescimento da economia e a crescente urbanização deste grupo de países será o principal vetor do aumento da demanda. Para os países desenvolvidos, fatores como o já elevado nível de consumo, praticamente saturado, menor taxa de crescimento da população e problemas relacionados à renda tendem a atuar negativamente sobre o consumo ao longo do período analisado. A carne de frango será a mais consumida mundialmente, sendo o preço mais baixo o principal motivo. Considerações finais Ressaltamos que um número considerável de fatores de ordem macroeconômica podem afetar estas projeções, ainda mais para o mercado da carne, bastante sensível às mudanças econômicas. A dinâmica entre os mercados, com as importações e exportações, também ajuda a regular os preços e é mais uma fonte de variação.


Mercado de leite firme e preços ao produtor em alta Paola Jurca Grígolli - Engenheira Agrônomo Rafael Ribeiro de Lima Filho - Zootecnista Scot Consultoria

O cenário foi de mercado firme e preços do leite e derivados em alta no primeiro semestre de 2013. Segundo levantamento da Scot Consultoria, considerando a média nacional, o produtor recebeu R$0,932 por litro de leite no pagamento de junho, referente ao leite entregue em maio. O aumento foi de 2,7% em relação ao pagamento de maio. Na comparação com o mesmo período do ano passado o produtor está recebendo 14,4% mais pelo leite. Os patamares de preços este ano estão acima dos registrados ano passado, sem considerar a inflação. Veja a Figura 1.

De onde vem à pressão? O cenário atual é reflexo da forte concorrência entre os laticínios, devido ao período de entressafra e a demanda aquecida na ponta final da cadeia. É preciso considerar também a queda da produção em relação ao ano passado. Esta queda reflete o menor investimento na atividade por parte do produtor, ocasionado pela elevação dos custos de produção e pelas margens apertadas em 2012. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou no dia 25 de junho o resultado da Pesquisa Trimestral do Leite. De acordo com o IBGE, entre janeiro e março de 2013 Figura 1. foram captados 5,68 bilhões de litros pelos laticínios brasiPreço do leite ao produtor, média nacional ponderada - leiros com inspeção municipal, estadual ou federal, 1,4% em R$/litro. menos em relação à captação no mesmo período de 2012. Lembrando que a captação nos últimos quatro meses de 2012 já havia diminuído em relação aos mesmos meses de 2011. Para junho, os dados parciais do Índice Scot de Captação de Leite (média nacional) apontam para um aumento de 0,1% na captação em relação a maio. Este aumento é devido à recuperação da produção no Sul do país, com as pastagens de inverno e suplementação do rebanho.

*estimativa Fonte: Scot Consultoria - www.scotconsultoria.com.br

Considerações finais A expectativa em curto prazo é de mercado firme e alta dos preços ao produtor. A previsão é de um pico de preço em 2013 no pagamento de julho, mantendo-se estável até agosto, ao redor de R$0,950 por litro (preço líquido). A previsão para 2013 é de um ano de recuperação das margens do produtor e também dos laticínios.

Inverno seco contribui para redução das floradas desuniformes do café

Williams Ferreira Marcelo de F. Ribeiro

Imagem Ilustrativa

Pesquisadores da Epamig

Em Minas o início de junho foi um pouco chuvoso, atrapalhando a colheita do café e prejudicando a qualidade da bebida. Porém, o período seco que se seguiu beneficiou a maturação do café na planta e a secagem do café em terreiros. Com relação a doenças, a cercosporiose que vem sendo favorecida pelo clima tem causado grande desfolha nas lavouras de Minas e o excesso de umidade de julho poderá favorecer novos picos de ferrugem. O recolhimento dos cafés do chão neste ano deve ser bem feito porque as chuvas ocorridas durante a colheita derrubaram muito o café, o que pode vir a favorecer o desenvolvimento da broca para o próximo ano. Para agosto é esperado que as chuvas ocorram dentro da média normal do período ou pouco acima desta para toda a região Nordeste, para o estado do Pará com exceção da porção do extremo norte do baixo Amazonas, Mato Grosso, Roraima, Rondônia, Acre com exceção da porção sul do Vale do Juruá, para Goiás e Tocantins, para as regiões Norte e Noroeste de Minas,

Jequitinhonha e Vale do Rio Doce e Mucuri, para o noroeste e litoral norte do Espírito Santo. Nessas regiões as chuvas de agosto poderão estimular floradas precoces. Caso as chuvas tenham continuidade serão favorecidas diferentes floradas, que irá proporcionar maturações desuniformes dos frutos. Por outro lado, caso as chuvas não apresentem continuidade as floradas precoces deverão ser abortadas contribuindo para redução da produtividade da próxima safra. Nas demais regiões do Brasil as chuvas devem vir a ocorrer dentro do esperado para o período.

Cotação 05/08 Arábica - Duro tipo 6 - R$ 275,00 Cereja Descascado Fino - R$ 300,00 Rio tipo 7 - R$ 243,00 AGOSTO 13

33


cotações

Boi Gordo

(R$/@)

mercado futuro (BM&FBovespa)

Indicadores Eslaq / BM&F Bovespa boi Gordo

Var. (R$)

vencimento

Ajuste (R$/@)

Ago/13

101,38

0,18

Set/13

102,33

Out/13

103,31

data

à vista

A prazo

0,39

02/08

R$ 101,68

R$ 102,36

0,11

01/08

R$ 101,96

R$ 102,59

Fonte: BeefPoint

31/07

R$ 102,05

R$ 102,43

preços do leite

Fonte: BeefPoint

(R$/L)

cotações do leite cru preços pagos ao produtor

R$/litro

MG

RS

SP

PR

GO

BA

SC

Ago/12

0,8719

0,8099

0,8884

0,8373

0,8628

0,8596

0,8137

Set/12

0,8896

0,8147

0,9047

0,8450

0,8947

0,8586

0,8297

Out/12

0,8960

0,8210

0,9138

0,8618

0,9244

0,8719

0,8430

Nov/12

0,9089

0,8312

0,9238

0,8745

0,9451

0,8809

0,8602

Dez/12

0,8992

0,8275

0,9261

0,8929

0,9282

0,8426

0,8725

Jan/13

0,9050

0,8364

0,9035

0,8972

0,9223

0,8918

0,8772

Fev/13

0,8925

0,8254

0,9103

0,8839

0,9050

0,8274

0,8639

Mar/13

1,0069

0,9075

0,9956

0,9599

1,0351

0,9301

0,9498

Abr/13

0,9716

0,8738

0,9574

0,9247

1,0201

0,9210

0,9137

Mai/13

0,9301

0,8477

0,9299

0,8929

0,9688

0,9062

0,8825

Jun/13

1,0714

0,9672

1,0772

1,0179

1,1285

0,9995

1,0333

Jul/13

1,0385

0,9300

1,0449

0,9758

1,0772

0,9645

0,9705 Fonte: Cepea - Esalq/USP

34 AGOSTO 13


35 AGOSTO 13


mão na massa

Reciclagem de calha Retirado do site Portal de artesanato http://www.portaldeartesanato.com.br/

Foto: Mônica Antunes

As calhas trincadas e sem utilidade podem ser facilmente transformadas em simpáticas jardineiras suspensas. Na sugestão de Conceição Salva, as peças foram coloridas com tinta PVA e penduradas com correntinhas de metal. Materiais utilizados:

• 3 pedaços de calha de PVC, com 1 m cada • 6 terminais de calha • 6 correntes • 6 argolas • Alicate de ponta • Rolinho de pintura • Lixa de ferro 120 • Cola epóxi para tubo de PVC • Tinta fosca para artesanato nas cores violeta e laranja; e Verniz geral, da Camurcyl • Pincel chato nº 22 Modo de fazer:

Com a lixa de ferro, alise bem a calha. Com o rolinho, dê três demãos de tinta laranja em dois pedaços da calha e 4 terminais, intercalando 20 minutos de secagem. Também com o rolinho, dê três demãos de tinta violeta na terceira parte de calha e nos outros 2 terminais, intercalando 20 minutos de secagem. Com a cola epóxi, fixe os terminais nas calhas de acordo com as instruções do fabricante. Com as argolas, prenda as correntes e forme elos. Calha Pronta 36 AGOSTO 13


EMATER

Tratamento de inverno em citros

Eng. Agrônomo Gilmar G. de Oliveira

Extensionista Agropecuário II EMATER MG/Escritório de Nova Módica

No inverno, período em que as plantas cítricas (laranja, limão, tangerina, dentre outras) encontram-se em “repouso vegetativo” (sem brotações) torna-se o momento oportuno e necessário para a realização do tratamento de inverno, constituído por um conjunto de práticas Como Fazer: culturais que previnem o aparecimento de pragas (cochoni1 – Coloque o sulfato de cobre moído em um recipiente lhas, ácaro-da-leprose e coleobrocas) e patógenos causadores de doenças como verrugose, melanose, rubelose, man- com 5 litros de água morna. Misture até dissolver complecha-preta, podridão floral e gomose. O tratamento consiste tamente. 2 – Coloque a Cal no recipiente com 5 litros de água e basicamente em: despeje a água aos poucos. Espere um tempo até a solução • Poda de limpeza das plantas, eliminando os galhos e esfriar. 3 – Em seguida coloque as duas soluções num terceiro ramos secos, improdutivos e/ou doentes e mal situados, além de eventuais frutos da produção anterior. Essa poda recipiente e misture até formar a consistência de uma pasta. evita que possíveis focos de doença e pragas ataquem as Recomendações: próximas brotações e floradas. A rubelose pode ser con• Usar cal virgem de boa qualidade, com o mínimo de trolada pelo corte dos galhos ou ramos atacados (cortar 30 ou 40 cm abaixo da margem superior da lesão). Além do impurezas e bem calcinada; • O vasilhame utilizado no preparo deve ser de madeira, aspecto fitossanitário, a aeração da planta estimula a brotação e favorece um melhor desenvolvimento fisiológico das cimento ou plástico. Materiais como tambor de ferro, latão ou alumínio não devem ser usados, pois reagem com o sulplantas; • Limpeza do local, retirando todo material proveniente fato de cobre; • Na ocasião da mistura do sulfato de cobre com a cal, as da poda do pomar; • Raspagem e limpeza de troncos e ramos com lesões, duas soluções devem estar com a mesma temperatura. Não diluir a pasta com água após preparada; áreas doentes, praguejadas e com algas ou liquens; • Para verificar se a calda apresenta pH neutro (dese• Pincelamento dos troncos e dos locais dos cortes feitos durante a realização da poda, com pasta bordalesa ou, jável), mergulhar na solução uma lâmina de canivete bem ainda, fungicida a base de cobre. A pasta bordalesa serve limpa, durante meio minuto, e, ao retirá-la da solução, obcomo proteção dos cortes e remoção de tecidos atacados servar se houve formação de ferrugem sobre a mesma, o que indica acidez. Se isso acontecer, juntar mais um pouco por gomose e rubelose; • Pulverização das plantas com fungicida à base de co- de cal a solução, até que não mais se processe a reação; • A aplicação deve ser feita no mesmo dia de seu prebre. Recomenda-se a utilização de calda bordalesa, a qual paro; possui ação fungicida e bacteriostática e fornece Cálcio e • Pulverizar, preferencialmente, em horários de tempeCobre que são importantes na nutrição das plantas. ratura mais amena. Para mais informações técnicas, procure o escritório da O tratamento de inverno deve ser realizado anualmente, EMATER-MG mais próximo. ou, pelo menos, a cada dois anos. Recomenda-se que seja feito no período de maio a julho e antes que as plantas enREFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA trem na fase de florescimento. Com o objetivo de oferecer a planta condições de expressar sua capacidade produtiva, CARVALHO, S. P.; SANÁBIO, D. Pomar doméstico: orienta-se que não deixe faltar água a planta e que logo após orientações técnicas e recomendações gerais. Belo Horio tratamento de inverno, inicia-se a adubação, preferencialzonte: EMATER-MG, 2012. mente em período chuvoso ou sob irrigação. 37 AGOSTO 13


Vírus do Mosaico do Mamoeiro

Marcelo de Aquino Brito Lima

Foto: UFSC

IMA

Fiscal Estadual Agropecuário – IMA Coordenadoria Regional de Gov. Valadares

4) Em plantas jovens as folhas ficam encurvadas para As viroses do mamoeiro ocasionam grandes perdas na produção, podendo chegar à destruição total das plantações baixo, distorcidas e mosqueadas. afetadas, provocando a mudança constante das áreas produtivas e disseminação da praga. Controle A erradicação das plantas doentes (roguing) é a principal Agente Causal medida de controle. Outras medidas: O Mosaico do Mamoeiro, também conhecido como • Uso de mudas sadias; Mancha Anelar é a virose mais importante do mamoeiro. É • Plantio em áreas livres do vírus; causada pelo vírus Papaya ringspot vírus – PRSV. A trans• Eliminação de pomares velhos e improdutivos; missão é feita por mais de 20 espécies de pulgões. Esses in• Evitar o plantio de cucurbitáceas, dentro ou nas proxisetos, ao picarem plantas doentes (“picada de prova”) ficam midades dos pomares de mamoeiros; contaminados e quando picam plantas sadias de mamoeiro • Fazer inspeções semanais nos pomares para identificar transmitem o vírus para essas plantas. plantas e eliminar as infectadas. Em Minas Gerais, todo produtor de mamão deve cadasSintomas trar no IMA as áreas plantadas; fazer inspeção, identifica1) Inicialmente observa-se mosaico e distorção foliar; ção e erradicação de plantas infectadas. As propriedades são 2) Anéis oleosos nos frutos; fiscalizadas pelo Instituto Mineiro de Agropecuária – IMA. 3) Aparecimento de manchas oleosas no caule; 38 AGOSTO 13


INCAPER

Geminivírus em tomateiro no estado do Espírito Santo

Hélcio Costa¹; José Aires Ventura¹; Francisco Murilo Zerbini Júnior² ¹Engº Agrº, D.Sc. Fitopatologia, Pesquisador do Incaper ²Engº Agrº, Ph.D Fitopatologia, Professor/UFV

Fotos: Divulgação

A Doença Como a doença se dissemina O tomateiro (Lycopersicum esculentum) é uma importante O vírus é transmitido de uma planta doente para uma sadia hortaliça para o Espírito Santo, sendo cultivada durante todo ano através da mosca-branca, (Bemisia tabaci, biótipo b), que ocorre no Estado. Em maio de 2006 foi diagnosticada a presença do atualmente em alta infestação nas lavouras do Estado. vírus (geminivírus) o qual vem causando perdas elevadas aos produtores de tomate com alta incidência em diversas lavouras dos municípios de Alfredo Chaves, Afonso Cláudio, Domingos Martins, Laranja da Terra e Venda Nova do Imigrante.

Figura 4: Mosca-branca em frutos Figura 1: Lavoura com plantas doentes Sintomas da doença Os sintomas característicos desta espécie de geminivírus ocorrem nas folhas que apresentam um mosaico muito forte e bastante nítido, ou seja, cores amareladas e esverdeadas. As plantas infectadas na fase inicial com 10 a 20 dias de campo normalmente não apresentam produção comercial. No campo, as plantas apresentam os sintomas geralmente com 30 a 40 dias e iniciam-se pelas folhas da parte mediana da planta, que apresentam um mosaico bem acentuado e que frequentemente tornam-se retorcidas para cima, com aspecto de encrespamento. Com o desenvolvimento da doença as folhas mais novas têm tamanho reduzido e muitas ficam com tonalidade arroxeada. Geralmente a doença inicia-se pelas plantas situadas no início da fileira. Todos os híbridos atualmente plantados têm apresentando sintomas da doença com maior ou menor intensidade.

Figura 2: Sintoma característico da virose em foliolo Figura 3: Sintoma nas folhas

Manejo da doença • Produzir as mudas em locais protegidos (estufas ou estufins); • Evitar o plantio escalonado na mesma área; • Evitar cultivo continuado de tomate na região onde a incidência e severidade da doença são muito altas. Deixar de plantar tomate por pelo menos 60 dias; • Fazer controle da mosca-branca desde a fase inicial da cultura; • Utilizar cultivares e híbridos tolerantes ao geminivírus, principalmente em regiões com ocorrência da doença.

Figura 5: Evitar o cultivo continuando na mesma área Lavoura com plantas infectadas (A); Lavoura nova (B). 39 AGOSTO 13


Criada em 2010, a Revista AgroMinas objetiva incentivar o setor agropecuário em Minas Gerais, no extremo Sul Baiano e no Norte do Espírito Santo. Voltada ao produtor rural, leva em conta o potencial e a grande força produtiva das regiões que abrange. No final de junho, a Revista Agrominas recebeu a honra de ser convidada para uma homenagem no dia 01 de julho, na Categoria Imprensa do Mérito Rural 2013. A homenagem foi promovida pelo Sindicato Rural de Governador Valadares (SRGV). A homenagem, que ocorre todos os anos desde 2003, acontece sempre próxima ao dia 07 de julho, em comemoração ao dia do produtor rural. Entre os homenageados, além da Revista Agrominas, outras cinco categorias: Pecuária de Corte, Ascendino Chisté; Pecuária de Leite, José Xavier Coelho Neto; Produtor Rural, Eduardo Pessoa; Criador de Raça, Isaac Persiano; Empresa Rural, Frical Alimentos.

44ª Exposição Agropecuária de Governador Valadares Aconteceu entre os dias 04 e 14 de julho a 44ª Exposição Agropecuária de Governador Valadares (ExpoagroGV), promovida pela União Ruralista Rio Doce (URRD). Em um novo formato, em seus 11 dias de festa, proporcionou diversão, entretenimento e agronegócios. Leilões, julgamentos, concursos e o rodeio fizeram parte da programação, além dos shows com artistas nacionais e regionais. Até o fechamento desta edição, o fechamento financeiro da ExpoagroGV 2013, ainda não havia sido concluído. Mas a média dos leilões fica acima dos R$ 10 milhões, como informado em divulgação da Assessoria de Imprensa. Esse ano, 12 leilões fizeram parte da programação do evento. Cerca de 1.000 empregos temporários, diretos e indiretos, foram gerados durante a ExpoagroGV. No dia 06 de julho, durante a abertura oficial do evento, o presidente da URRD, André Merlo, falou da importância da Expoagro para a região e da nova realidade onde o produtor rural deve parar de ser visto como um desmatador, mas uma peça fundamental para a economia e um contribuinte ao meio ambiente. Durante o evento aconteceu também o I Encontro Microrregional do Agronegócio do Rio Doce. Na oportunidade, foram discutidos pacotes de ações para o mercado competitivo do agronegócio mineiro, com o intuito de integrar políticas públicas federais de acordo com as necessidades dos municípios da região. Palestras de profissionais da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Estado, abordaram diversas temáticas do setor. 40 AGOSTO 13

Foto: Divulgação

aconteceu

Revista AgroMinas é homenageada com o Mérito Rural

A equipe Agrominas só tem a agradecer ao Sindicato Rural pela homenagem, pois mostra que estamos alcançando o nosso objetivo de fomentar o agronegócio e manter nossos leitores sempre atualizados sobre as novidades do setor. Agradecemos aos nossos parceiros técnicos e comerciais, pois, com a ajuda deles é que essa veiculação se torna forte a cada dia.

Minas Leilões e Eventos na Expoagro 2013 A Minas Leilões e Eventos promoveu seis leilões durante a 44ª ExpoagroGV. Juntos somaram R$ 3.240.984,00 de negócios realizados. No dia 05 de julho, na abertura dos leilões da ExpoagroGV, o 10º Leilão Haras Toledo, de promoção de Vinícius Toledo, proporcionou ao público presente, um desfile de animais da raça Mangalarga Marchador nos 47 lotes comercializados. No dia 06, ao meio dia, o 15° Guzolando Taboquinha & Ygarapés levou aos compradores, 106 animais de qualidade. A renda do leilão ultrapassou os R$ 500 mil reais. O 4° Leilão Girolando dos Vales, aconteceu no dia 10 de julho e superou os R$ 300 mil reais. Os 73 animais foram distribuídos em 40 lotes. Um carro foi sorteado entre os compradores e o sortudo foi Arildo Benetti. Já no dia 12 de julho, às 19h, a dobradinha que dá certo entrou em cena novamente: Taboquinha e Ygarapés, com o 16° Leilão Guzolando. O sorteio de um carro também foi realizado entre os compradores presentes no tatersal e o ganhador foi Wellington Roldão Bastos. No sábado, dia 13, mais de R$ 330 mil reais foram comercializados no 4º Leilão Gir Leiteiro e Girolando. O evento foi promovido pelo Núcleo dos Criadores de Gir Leiteiro e Girolando dos Vales. Para fechar, no dia 14, promovido pelo Sindicato Rural de Governador Valadares, o 15° Leilão Excelência do Corte superou R$ 1 milhão de reais em comercializações.


O Mês das Homenagens Presidente do Sicoob Crediriodoce recebe Medalha do Mérito Cooperativista Foto: Divulgação

Na noite do dia 10 de julho, o Presidente do Conselho de Administração do Sicoob Crediriodoce, Alberto Ferreira, foi condecorado com a Medalha do Mérito Cooperativista “Paulo de Souza Lima”, considerada a mais alta comenda do cooperativismo mineiro. O evento, em comemoração ao Dia Internacional do Cooperativismo, reuniu lideranças de todo o estado e foi realizado pelo Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais e Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo – Sistema Ocemg. Ele aconteceu no Hotel Ouro Minas, em Belo Horizonte, e reuniu cerca de 500 pessoas, entre autoridades estaduais, dirigentes cooperativistas e parlamentares. (Fonte: Ascom Sicoob Central Crediminas)

Medalha do Mérito Rural FAEMG 2013

Professor Alexandre Sylvio é condecorado

No dia 03 de julho produtores rurais, empresas, entidades e nomes do agronegócio, foram homenageados com a Medalha do Mérito Rural FAEMG 2013 em Belo Horizonte. O evento foi promovido pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais, como em todos os anos, para a comemoração do Dia do Produtor Rural Mineiro, comemorado no dia 07 de julho. Dezenove pessoas e instituições que contribuíram para o setor agropecuário foram condecoradas no evento. As categorias escolhidas foram a de Produtor Rural, Sindicato Rural, Técnico-Científica, Comunicação e Política. Entre os homenageados, o produtor rural do Vale do Rio Doce, Odilon Fernandes, esteve entre os nomes.

O Engenheiro Agrônomo e Pós-doutorado pela Universidade Federal de Minas Gerais na área de geociências, Alexandre Sylvio Vieira da Costa, foi homenageado no dia 09 de julho com o Prêmio Excelência e Qualidade Brasil. O prêmio é promovido pela Braslider Liderança e o Professor Alexandre Sylvio foi homenageado na categoria Profissional do Ano: Agrônomo Cientista Pesquisador. Quarenta e cinco nomes, entre empresas, entidades e profissionais, foram homenageados. A solenidade aconteceu no Palácio da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. O Professor Alexandre Sylvio é um dos colaboradores da Revista Agrominas, onde ele contribui com artigos para a seção Agrovisão (páginas 26 e 27).

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Enviada pelo Mestre Cuca ao site http://cybercook.terra.com.br Foto: Luizlapetina

culinária

Baião de Dois

Quem vê a primeira vez acha que vai comer um simples arroz com feijão. Errado! O baião de dois quando feito do jeito certo é uma receita inesquecível.

picada • Quanto baste de coentro picado • Quanto baste de cebolinha verde picada

Ingredientes

Como fazer

• 1/2 kg de feijão de corda cozido • 2 xícaras (chá) de arroz cozido • 250 g de queijo de coalho • 1 copo de manteiga de garrafa • 250 g de carne seca cozida • 250 g de linguiça calabresa defumada

Coloque a manteiga de garrafa numa panela, deixe aquecer e adicione a linguiça. Refogue. Adicione a carne seca desfiada. Refogue um pouco. Junte o feijão de corda escorrido, misture. Coloque o arroz, misture. Coloque um pou-

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co mais de manteiga de garrafa, misture novamente. Tempere com coentro e cebolinha e, por último o queijo de coalho picado, um pouco mais de manteiga de garrafa e misture novamente. Tempere com mais coentro e cebolinha. Sirva quente. Rendimento: 6 porções Envie a sua receita para a Revista Agrominas jornalismo@revistaagrominas.com.br


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