Revista DADA 49

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Publicação Bimestral

gratuita

d i st r ibuiç ão

abril maio

49 2014

25 abril 40 anos

Cinco dias de festa do vinho

a noite em que o cartaxo viu passar a revolução

perfil

jorge pisca em entrevista Conta-nos o seu percurso de vida e o que sonha fazer em pontével

zelinda pego Memórias fotográficas

celebrar abril

7 anos revista dada montras

especial dia da mãe


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Direct. Técnica: Maria Adélia Machado Lic. em Ciências Farmacêuticas

Ana Filipa Machado Mest. Integrado em Ciências Farmacêuticas

Filipa Gaspar Lic. em Análises Clínicas

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interdita a reprodução total ou integral de textos e imagens por quaisquer meios e para quaisquer fins

sumário

dada

Luís Rosa-mendes

Desde os tempos mais remotos o 7 é considerado um número mágico. Pitágoras afirmou que era sagrado, perfeito e poderoso. E não é preciso debruçarmo-nos sobre complexos estudos místicos, para tropeçarmos na sua importância. O nosso dia a dia está cheio de referências, das 7 virtudes aos 7 pecados capitais, das 7 vidas dos gatos às 7 cores do arco íris, sem esquecer os 7 dias da semana ou os 7 sacramentos. Além de simbolizar a ligação entre o terreno e o divino, sabemos que a nossa vida se rege por ciclos de 7 anos. A passagem de um ciclo para outro é o momento ideal para as grandes transformações. É um período transitório e fecundo. No momento em que celebramos com esta edição o 7º ano de vida da DADA, não podíamos estar mais confiantes no futuro nem mais crentes na importância da data. Para nós significa a total ligação entre o nosso trabalho, os nossos anunciantes e os nossos leitores. Dizer “muito obrigado” a todos é a primeira tarefa deste novo ciclo.

nesta edição

4 entrevista Jorge Pisca 8 jornal de parede Mariana Nicolau 9 Dicas para o seu IRS 10 perfil Zelinda Duarte Pego 12 montras Especial Dia da Mãe 18 40 anos 25 abril 22 memórias fotográficas Celebrar Abril 23 economia, em trocos! Relembrar Abril e pensar o futuro 24 o cartaxo e a sua história Nos 40 anos da revolução de Abril o sonho (ainda) comanda a vida 26 Festa do Vinho 2014 28 à mesa Rebuçados de Marmelada 31 dicas sustentáveis e bem sustentadas Ler o rótulo é importante 33 agenda 34 opinião Idália Serrão foto capa: luiz carvalho

dada propriedade

editorial

Revista de lazer e divulgação cultural de distribuição gratuita

Potenciais publisher Fátima Machado Rebelo

colaboram nesta edição

diretor

Luís Rosa-Mendes

Filipa Abecasis, Idália Serrão, Isabel Z. Rafael, Lurdes Gonçalves,

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Renato J. Campos, Rogério Coito fotografia Vitor Neno publicidade e marketing Joana

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entrevista

jorge pisca Aos 50 anos, assumiu a liderança da Junta de Freguesia de Pontével. Homem frontal, conhecido por não ter “papas na língua”, assume-se ribatejano e defende mais cidadania Nasceu em Pontével, a 50 metros do Rio da Fonte. É empresário, presidente do Núcleo do Cartaxo da Nersant e foi, no mandato autárquico anterior, membro da Assembleia Municipal do Cartaxo. É casado e pai de três filhos. Aos 50 anos, assumiu a liderança da Junta de Freguesia de Pontével. Homem frontal, conhecido por não ter “papas na língua”, assume-se ribatejano, defende mais cidadania e tem preocupações ecológicas. Gosta de cozido à portuguesa, feijoada e de boa carne grelhada. Acompanha com um bom vinho tinto mas revela que, no verão, a sua escolha pode ser um branco frutado. É do Benfica sem ser ferrenho, detesta desonestidade bem como pessoas falsas e interesseiras.

|luís rosa-mendes tive uma cadeira de Introdução à Política e há um despertar e uma sensibilização para a vida política com a dra. Maria José Campos que foi minha professora. A candidatura surge na sequência de um desafio. Eu falava, como toda a gente, que isto ou aquilo se podia fazer melhor. Eu que andei sempre nas filas de trás, surgiume o desafio de dar a cara. O que fazia antes?

Tenho uma empresa na área da medalhística. Hoje não é tão saudável como já foi. Mas temos de trabalhar para ir em frente e esperar que venham melhores dias. E, além disso, estou ligado à Nersant já há 12 anos. Atualmente presido ao núcleo do Cartaxo.

Como é que a política surge na sua vida?

Temos sempre a política a correr no sangue. Qualquer cidadão tem. Quando se dá o 25 Abril tenho 11 anos e passado uma semana houve aqui uma manifestação e eu, sem saber o que era, já participei. Depois na escola fui falando com os colegas mais velhos. Mais tarde PUB

4 • revista dada

A sua mulher apoia a sua atividade política?

Apoia. Dada a situação económica sabia que era um risco porque me ia roubar tempo na empresa e porque me rouba tempo para estar com a família. Apesar de eles já estarem habituados, a família sofre um pouco com isso. Ela sabe que


sempre gostei de política, mas também de estar com as pessoas, conversar. A minha mulher costuma dizer que sou sempre o último a sair das festas. Quando surgiu o convite inicialmente disse que não mas depois conversámos e a minha mulher foi o primeiro apoio. Temos que gerir o tempo de outra forma. Na parte profissional a minha mulher assumiu as tarefas que eu tinha na empresa e a minha filha mais velha, que estuda biologia, tem ficado na loja, no Cartaxo. Sabe-se que a Junta está com dificuldade em pagar a dívida…

É verdade. Esta freguesia é a maior do concelho a nível de gestão. É complicado gerir nesta altura. Este vai ser um ano de redução de custos. Já o fizemos. Mas não podemos, por exemplo, descurar a ação social. Não temos dinheiro, não podemos ter vícios, mas a ação social não pode ser descurada. Quando as pessoas atravessam dificuldades é quando mais necessitam. Era mais fácil retirar apoios, dizer não há dinheiro. Mas acho que é aqui que temos de ir buscar energias e meios. E como se vai pagar a divida?

Temos a divida estabilizada. Temos alguma para pagar, que vem do executivo anterior, mas ainda não recebemos alguns meses dos protocolos com a Câmara. É lógico que quando essas verbas forem desbloqueadas a situação melhora. Esse é o seu maior problema?

Sim, o maior problema é a falta de dinheiro. Mas no terreno o problema é não ter maquinaria para acudir, por exemplo, aos caminhos vicinais. Só para lhe dar uma ideia, a zona toda das Várzeas, que está encostada ao Cartaxo, pertence à freguesia de Pontével. Vai até ao Raio de Baixo. Temos a zona do Vale de Água, das Falagueiras, temos muitas zonas ru-►


entrevista rais com habitações, são muitos quilómetros de caminhos. Quais são as suas apostas. O que quer fazer?

Encontrei uma junta organizada apesar dos problemas da parte económica. Eu sempre disse que as coisas que estão bem são para manter, mas algumas vamos ter de fazer à minha imagem, porque cada um governa de maneira diferente. O que gostaríamos era, onde há os maiores agregados populacionais, dar melhor qualidade de vida com alcatroamentos. Vamos fazendo, nem que seja alguns metros por ano. Neste momento está a haver uma intervenção que é a colocação de esgotos nos Casais de Penedos e Casais da Amendoeira e as ligações às ETAR. Penso que no ano que vem estarão prontas. Se não há dinheiro como pensa fazer?

Visitei a Valorsul e fiquei encantado com o que vi. Ali tudo é aproveitado. Depois de tudo separado os resíduos que sobram são utiliza-

dos para pôr nos caminhos. Nós é isso que vamos usar quando se acabarem materiais que aí temos. Vamos agora em Abril mostrar esses resíduos reciclados aos outros presidentes de Junta do Concelho. Pontével é uma localidade bastante limpa…

Fazemos questão nisso. Os lixos são uma das minhas maiores preocupações. Nos nossos contentores de lixos domésticos aparece de tudo. Todo esse lixo tem de ser transformado e tem de ser pago. Vamos incentivar as pessoas a fazer compostagem em casa. Desta forma, a fatura dos lixos na freguesia e no concelho já iria melhorar muito. Fala muito no concelho?

Sim, porque não podemos estar de costas voltadas uns para os outros. As freguesias fortes fazem um concelho forte. Essa visão é um pensamento para chegar um dia à Câmara? PUB

Não, não tenho essa aspiração. Mas a vida é feita um dia de cada vez. Se há um ano me viesse dizer que eu ia estar aqui como presidente da Junta eu dizia-lhe que nem pensasse nisso. Não estava na minha perspetiva. Como nunca pensei presidir ao núcleo do Cartaxo da Nersant. As coisas aconteceram-me com naturalidade. O que o motiva?

Motiva-me a cidadania. Motiva-me fazer coisas pelas pessoas, mas também pô-las a participar. Pôr as pessoas a votar, por exemplo. As nossas taxas de abstenção são uma vergonha. Às vezes digo para pensarem em pessoas em África que andam uma semana a pé, passam dois dias à espera, com fome e sede, só para votar. Aqui a pessoa pode ir de carro, gasta meia hora e mesmo assim não vai. d 6 • revista dada

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Ser e viver no Cartaxo! O desenvolvimento cultural e desportivo do Cartaxo, com grupos e equipas que se destacam por serem os melhores do nosso país. A evolução geral da sociedade e a facilidade de acesso ao ensino, mais ou menos, igualitário, que conduziram a uma geração criativa e fortemente qualificada.

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O estado latente a que a nossa cidade chegou, a apatia na generalidade dos cartaxeiros, e a sua não mobilização pelo que podiam ser e fazer pelo Cartaxo. A falta de reconhecimento social e governativo da Enfermagem e dos Enfermeiros (com competências relacionais, técnicas, sociais, éticas e legais), sendo esta uma profissão nobre, uma forma de estar, o verdadeiro CUIDAR do outro. A falta de oportunidades laborais para os jovens, com ou sem diploma de instituição superior de ensino, aliada a uma precariedade de condições laborais, por vezes assustadora.

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25 anos, casad Enfermeira. Dir a com o Paulo. ige o Clube de Ciclismo José Ma ria Nicolau.

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eu sou

emanando segurança, guia-nos até à sala de sua casa, em Pontével, onde nos recebe, entre memórias, livros, arquivos de história e brincadeiras dos seus inseparáveis gatos. Nasceu nos Casais de Alcaria, fez a instrução primária em Santarém e, quando os pais foram viver para Lisboa, ficou com os avós e estudou no Colégio Marcelino Mesquita, no Cartaxo. Do avô ouviu relatos da I Guerra Mundial e dos tempos do Sidónio Pais, que talvez lhe tivessem despertado o gosto pela história. “Sempre gostei” conta-nos, “mas só tirei o curso quando já trabalhava na Segurança Social. Fiz o ad-hoc e tirei o curso de cinco anos, a trabalhar e a estudar”. Não gosta que lhe chamem historiadora porque acha que para isso “devia ter mais material publicado” mas, por exemplo, no sítio da Junta de Freguesia de Pontével, os textos históricos são todos seus. “Sim, o que faço forneço para a Junta. Não sou pessoa de guardar o que sabe. A nossa função é comunicar o que sabemos. Mas tirando artigos para jornais, o que escrevo para o meu site, www.pontevel.com e a colaboração, em 1981, no livro sobre Marcelino Mesquita, editado pela Câmara, não publiquei muito”.

Signo leão. Comunicativa, teimosa e acho que não sou má pessoa, sou muito ativa e observadora. Penso que me relaciono bem com as coisas e com as pessoas.

eu gosto De me sentir bem em família e em sociedade. De me vestir bem, de parecer bem. Ao nível da comida gosto das nossas misturadas, do bacalhau, de arroz doce, de fatias paridas. Do vinho do Cartaxo, tinto. De andar no campo a plantar coisinhas, de curar as laranjeiras, as nespereiras, de ter esta atividade que via os meus avós fazerem. De pessoas frontais e sinceras. De ver notícias e de ver a RTP Memória para ver os artistas como eram e como estão agora.

eu quero Viver mais uns anos tão bem como estou agora. Ver a minha família, o meu filho e os meus netos, bem. E continuar a fazer a minha rotina.

É a elegância na forma de andar e vestir que primeiro nos desperta a atenção. Depois vem o sorriso e, logo a seguir, a energia com que nos cumprimenta. Maria Zelinda Pego não dá espaço para hesitações nem perdas de tempo. Com afabilidade, mas

Destaca vários historiadores do concelho mas acha que há muito para fazer “não tem havido vontade, acho eu. Mas o Cartaxo está bem servido, o Rogério Coito tem escrito, a Maria Manuel, a Maria José Pego também, há um rapaz novo de quem gosto muito que é o Miguel Leal. Mas eu dedico-me mais a Pontével até pela antiguidade. O Cartaxo tem um foral de D. Dinis, Pontével é mais antigo, tem foral de 1194”. Fundadora da Associação Rio da Fonte dedicada à defesa do património histórico e ambiental de Pontével, Zelinda Pego confessa não ter deixado na vida muita coisa para fazer. Na investigação histórica gostava de ver o arquivo histórico da Junta de Freguesia devidamente organizado. “Há uns anos houve contatos. Temos aqui documentos dos séculos XVI e XVII, há um espólio importante mas não sei se há vontade para o fazer. E gostava de fazer um livro atual sobre Pontével” confessa. Garante que não gosta de se meter em política mas é observadora da sociedade e partilha do mal-estar geral que o país vive. “Repare, ganho menos agora do que quando me reformei em 2000. Têm de se tomar medidas para

|texto luís rosa-mendes |largo rio da fonte, pontével. foto vitor neno


perfil haver desenvolvimento económico”. Com “o filho e os netos criados” confessa, no entanto, que vive calmamente. “Não me sinto muito mal porque faço a minha vida entre a Amadora, Pontével e os Casais de Alcaria, que são os meus espaços. E tenho os meus papéis e investigação que vou fazendo”. Socialmente, lembra que se devia “dar mais informação aos jovens para não se perderem raízes. Aqui, por exemplo, há

a festa dos Fazendeiros que ainda faz uma retrospectiva do que era a atividade económica, mas perderam-se celebrações, como o Enterro do Bacalhau, e outras que eram importantes para a nossa cultura”. Cultura é o que resulta de uma simples conversa com Zelinda Pego. O seu gosto pelo conhecimento leva-nos a viajar pelo passado com um olhar nos nossos dias. “É assim que vejo a história. Se falo da Condessa de Pontével, Elvira Maria de Vilhena, tenho em atenção que temos aqui uma casa, datada de 1589, estão lá familiares. Gosto de ligar o passado ao presente.” d

eu não sou Velhaca, cínica, quadrilheira e intriguista.

eu não gosto De pessoas mentirosas e falsas. De falta de sinceridade, quando falam connosco e estamos a ver que aquilo não é verdadeiro. De chicharros. De pão de milho nem de papas de milho. De Licor Beirão, tive uma má experiência (risos).

eu não quero Morrer cedo. Que me tirem mais na reforma. Que a situação politica se agudize. Que os meus cães e os meus gatos morram.

zelinda duarte pego 72 anos, é licenciada em história, mãe do luís serafim, avó da raquel, da patrícia, do gonçalo e da rita. vive em pontével.


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40 anos 25 abril A liberdade passou por aqui. O Cartaxo foi testemunha involuntária de um momento alto da nossa história. A revolução dos cravos cruzou as ruas da nossa cidade e há quem recorde o momento |luís rosa-mendes Às 3h30 da madrugada de 25 de Abril uma coluna militar começa a deslocar-se pela Porta de Armas da Escola Prática de Infantaria de Santarém. Dez viaturas blindadas, doze de transporte, duas ambulâncias, um jipe e uma viatura civil transportam 160 homens, armados e municiados com duas rações de combate, comandados pelo capitão Salgueiro Maia. Lentamente, a longa fila de veículos entra na Estrada Nacional 3, em direção a Lisboa. A pouco mais de 30 quilómetros dali, na Fábrica da Ford, na Azambuja, Armando Maltez, hoje com 82 anos, preparava-se para deixar o seu turno na linha de montagem. Vai ser, meia hora depois, testemunha da viagem dos militares. Ainda não eram 4h15 Adelino Maltez está um pouco à frente da Cruz do Campo quando se cruza com a imponente coluna militar. Tem de abrandar. Percebeu de imediato “que alguma coisa séria se ia passar”. “Tinha havido o golpe das Caldas em Março, por isso a primeira ideia que tive foi logo de que ia haver outro golpe militar”, recorda.

Minutos depois, ao chegar a casa, no Cartaxo, confirmou na rádio as suas suspeitas. Às 4h26 Joaquim Furtado lia aos microfones do RCP (Rádio Clube Português) o primeiro comunicado do MFA. Uma hora antes, em Vila Chã de Ourique, o chão tremeu e um ruído fora do comum fez acordar um miúdo de 11 anos. “Acordei eu, os meus pais e os meus vizinhos” recorda Ramiro Coelho, hoje com 50 anos, agente principal da PSP, no Cartaxo. “Lembro-me de termos vindo todos para a rua, pelo menos quem morava em casas ao longo da Nacional 3, tudo numa grande agitação. Mas acho que ninguém tinha ideia do que se estava a passar. Para mim foi um acontecimento”. Também Miguel Leal, 43 anos, investigador no IHA (Instituto de História da Arte) da FCSH da Universidade Nova de Lisboa, recorda a trepidação dos edifícios à passagem da coluna de Salgueiro Maia. “Foi um pequeno sismo”


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conta-nos “eu era muito pequenino mas tenho a noção de ter acordado e de haver muito barulho”. “No dia a seguir os cafés encheram. As pessoas confraternizavam. Havia alguns receios, sobretudo em pessoas mais de direita, mas o ambiente era de festa” diz-nos. O historiador refere que a passagem para a democracia se fez, Miguel Leal. Biblioteca no Cartaxo, sem excessos. Municipal do Cartaxo, 2014. “O Cartaxo era uma terra de comerciantes e lavradores. Havia desigualdade mas não era tão acentuada como, por exemplo, no Alentejo, daí não ter havido aqui reforma agrária” explica. “Por outro lado, na sua maioria as pessoas abastadas tinham a mesma origem social da restante população” o que para o historiador justifica a forma pacífica como a revolução foi aceite na região.

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Renato Campos, 73 anos, que viria a ser, dois anos depois, o primeiro presidente da Câmara do Cartaxo a ser eleito democraticamente, recorda a madrugada de 25 de Abril. “A meio da noite recebi um telefonema de um amigo, para ligar o Rádio Clube, pois qualquer coisa estava a acontecer. Liguei e ouvi marchas militares. Mau, pensei logo num golpe da direita. Mais tarde, ouvi o Renato Campos Cartaxo, 1974. comunicado do MFA e músicas do Zeca. Alto lá, que isso já me agradava. A partir daí a ansiedade aumentou. A dúvida era se o movimento sairia vitorioso” Siga-nos em facebook.com/revistadada

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conta-nos. Uma certeza é deixada pelo economista: no Cartaxo não houve tentativas de travar os acontecimentos: “curiosa e estranhamente, parecia que nesse dia ninguém apoiava o regiAna Benavente e a filha, Rosa. me. ‘Eram todos No regresso. Lisboa, 1974. Foto democratas’, ou de Christine Josso talvez… tinham já receio de o não serem” ironiza. O economista dá-nos conta da emoção que se vivia. “Havia um brilhozinho nos olhos dos anti fascistas de sempre, com muitos abraços e lágrimas de alegria. Era quase impossível usarmos o telefone pelo que as notícias corriam de boca a boca! Havia um ‘broá’ coletivo”. E acrescenta: “Claro, que à medida que as pessoas iam tendo consciência que havia uma revolução, notava-se uma indisfarçável preocupação. As escolas deixaram de funcionar, algum comércio fechou portas e muita gente achou por bem refugiar-se em casa, coladas à RTP ou às rádios, já que a prioridade era saber notícias. Mas, no essencial, a vida comunitária não deixou de funcionar. No final do

20 • revista dada

dia, já não tinha dúvidas de que a liberdade e a democracia tinham sido restauradas em Portugal, praticamente, sem um tiro”. Apesar da forma pacífica como a revolução passou pelo Cartaxo, não deixou de haver alguns momentos de tensão. Armando Maltez recorda a ocupação do espaço ocupado pela Legião. “Lembro-me que era ali para os lados do Ferro de Engomar. Ocuparam a sede e retiraram de lá armas. Nos dias seguintes alguns indivíduos que se sabia serem da PIDE ou da Legião ainda ouviram alguns insultos na rua” recorda. Renato Campos refere igualmente algumas ações de vigilância à sede da Legião e a conhecidos informadores da PIDE, mas, registe-se, nenhuma agressão”. O impacto da ações do MFA foi sentido de forma diferente por cartaxeiros que se encontravam exilados. Era o caso de Ana Benavente, socióloga, que na época vivia em Genebra e para quem a revolução representou “a liberdade, o fim da ditadura, mas também a vitória da luta de todos e todas os que tinham a sua vida pendente e dependente da democracia e do fim das guerras coloniais. Foi a possibilidade de voltar a viver em Portugal depois de, em 1965, ter partido” afirma. Ana Benavente recorda que “no dia 25 de Abril o jornal “La Tribune de Genève”, um vespertino, saiu com uma grande manchete: ‘Des Chars Marchent Sur Lisbonne’, ou seja ‘carros de combate avançam sobre Lisboa’. Para os exilados portugueses as primeiras horas foram de dúvida sobre o rumo dos acontecimentos. As notícias eram escassas. “Tinha então um rádio que captava todas as ondas, para ouvir a Rádio Voz da Liberdade (Argel) e essa foi uma das fontes que alimentou esse dia e os que se seguiram” recorda. “Falei com a minha mãe ao telefone, no Cartaxo, nessa semana”


Cartaxo e parou à porta de algumas pessoas, democratas, e com orgulho do meu pai, parou à nossa porta”. Para a pequena história fica a informação, não confirmada, mas referida por várias fontes, que a viatura civil que encabeçava a coluna militar comandada pelo Capitão Salgueiro Maia terá parado no Cartaxo e, na cabina telefónica existente junto aos Correios terá sido feita uma ligação para o posto de comando do MFA, na Pontinha, a confirmar que a Escola Prática de Cavalaria se encontrava a caminho do objetivo.

Lisboa, Rossio, 25 de abril de 1974. Foto de Luiz Carvalho

lembra Ana Benavente, “contou-me duas coisas: que tinham dado uma volta de carro no fim-de-semana depois do 25 de Abril e que toda a gente falava, sorria e acenava, fazendo o sinal da vitória. No 1º de Maio parece que a banda de música percorreu as ruas do

A viagem até Lisboa, que fez estremecer as ruas do Cartaxo, terminou perto das 5h30 dessa madrugada. Salgueiro Maia contatou um misterioso posto de comando com a seguinte mensagem: “Informo que ocupámos Toledo (Terreiro do Paço), Bruxelas (Banco de Portugal) e Viena (Rádio Marconi). Diga se escuta!”. Do outro lado respondeu uma voz metalizada: “Afirmativo. Papa Charlie no controlo”. d PUB

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memórias fotográficas

celebrar abril Em parceria com o projeto ‘Memórias Fotográficas’, vamos mostrar-lhe o Cartaxo de outros tempos Foto cedida por Renato Vieira Campos

Cartaxo, 27 de abril de 1974, Rua dos Combatentes do Ultramar, onde o Movimento das Forças Armadas colocou alguns soldados com o objetivo de desmantelarem a sede da Legião Portuguesa, que funcionava no edifício conhecido por “Ferro de Engomar”. António Bento Luiz, Miguel, oferece um copo de vinho a dois soldados do MFA. A fotografia é da auto-

Cartaxo, Praça 15 de Dezembro, comemorações do 25 de abril em 1977. Foto cedida por Júlia Otão

Foto cedida por António Nogueira Araújo

ria de António Cunha.

Foto cedida por Miguel Bento

mais conhecido por António

Cartaxo, abril de 1975. Antigo edifício da Câmara Municipal

Cartaxo, 25 de abril de 1975, Praça 15 de De-

decorado com a faixa “Honra ao M.F.A.”. A Câmara Munici-

zembro. 1º Aniversário do 25 de abril. da esquerda

pal funcionava noutro local devido ao incêndio de 1970. A foto, da autoria de António Cunha, foi capa da Revista “O Cartaxo” de 1 de Maio de 1975.

22 • revista dada

para a direita:

Mesquita Lopes, Lurdes Baptista,

Cristina Turquel, Júlia Otão, Elvira Cabaça.


economia, em trocos!

relembrar abril e pensar o futuro

Renato J. Campos Economista renatoj.campos@yahoo.com

No momento atual, para melhor avaliar o presente e projetar o futuro, é importante compreender a importância da “Revolução do 25 de Abril”. Efetivamente, desde 1974, Portugal, com todos os constrangimentos derivados da sua condição de pequena economia periférica, foi um dos países que a nível mundial mais se desenvolveu nos últimos 40 anos. E isso deveu-se ao legado da “Revolução dos cravos”, que permitiu um projeto de construção de um país livre, democrático, socialmente mais justo, solidário e fraterno.

valor facial da dívida e rever o seu perfil (prazos e juros), indexando o valor da sua taxa de juro à taxa nominal de crescimento do país e estendendo a sua maturidade para prazos longos, o que nos permitirá canalizar os recursos (possíveis) para o crescimento da economia. Sem economia não há crescimento, sem crescimento não há receitas e por mais que se reduzam as despesas, sem receitas, ninguém paga dívidas de forma sustentada!

“Abril” significou a devolução do primado da cidadania, com a garantia de direitos e deveres aos cidadãos, a democratização da Escola Pública, um Serviço Nacional de Saúde que garantiu um acesso universal tendencialmente gratuito a todos os cidadãos, significou um projeto de Segurança Social para todos, que retirou da miséria milhares de portugueses e deu dignidade à velhice, ao desemprego PUB e à doença. Porém, 40 anos depois, é importante recordar “Abril” e os seus valores, com sublinhada acuidade porque, fruto do nosso esforço de consolidação assente em medidas de austeridade, assistimos diariamente a um assinalável retrocesso a todos os níveis, visível num desemprego maciço, numa emigração forçada, na destruição do nosso tecido produtivo e no aumento das desigualdades e da pobreza. Perante esta dura realidade, a solução que nos resta é “renegociar”, isto é, manter o

Com o fim do programa de ajustamento da troika poderemos, diplomaticamente, encetar a mencionada renegociação. É um desafio negocial, sem dúvida, que exige previamente um amplo consenso interno para a definição de um novo modelo, mas um povo de um pais onde nascem cidadãos como Salgueiro Maia, é um povo que pode acreditar que consegue vencer os desafios!

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revista dada • 23


nos 40 anos da revolução de abril o sonho (ainda) comanda a vida eles não sabem, nem sonham…

Aberto a partir das 16h

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proibidas e a revolução saiu dos quartéis guiada pelos militares do M.F.A. o povo correu à rua de cravo na mão cantando e sonhando que uma nova era iria surgir para a sociedade portuguesa em geral e para a vida de cada um em particular. O Cartaxo viu passar as chaimites de Salgueiro Maia a caminho de Lisboa e passou a escutar na rádio e a ver a na televisão o novo mundo a abrir-se e a assistir ao acelerar da

Na foto: a primeira sessão de esclarecimento democrático realizou-se, a 25 de Junho de 1974, na sede Sociedade Filarmónica Cartaxense, que então funcionava na Rua José Ribeiro da Costa, com a presença de Manuel Alegre, Piteira Santos e Castro Guerra. Esta sessão foi organizada pela Comissão promotora dos Centros Populares 25 de Abril, que aqui no Cartaxo foram dinamizados

Mercado Municipal, loja 3 Rua 16 Novembro • T. 243 703 496 www.facebook.com/Copo3.Cartaxo

24 • revista dada

por Rogério Coito, Renato Campos e Maria José Campos (sentados na primeira fila, ao centro).

Rogério Coito escreve de acordo com a antiga ortografia

Os versos de António Gedeão cantados e soprados em vários tons eram dos mais divulgados aí pelos princípios dos anos 70 do século passado, especialmente depois da abertura marcelista ter permitido que fosse apresentado na televisão um programa que dava pelo nome de Zip-Zip, onde o poema da Pedra Filosofal alastrava em surdina como um eco adormecido. Daí que, na madrugada de 25 de Abril de 74, quando se começaram a ouvir canções que estavam


o cartaxo e a sua história História cada dia que passava. A primeira sessão democrática no Cartaxo aconteceu a 25 de Junho de 1974, no salão da antiga sede da Sociedade Filarmónica Cartaxense, completamente esgotado. Na mesa estiveram entre outros; Piteira Santos, Manuel Alegre e o professor Hélder Travado indigitado pela Junta de Salvação Nacional para presidir à Comissão Administrativa que iria gerir o Município até à realização de eleições. Acabava a guerra colonial em três frentes e nascia a liberdade. De falar e de reunir ou de reivindicar sem ser preso. A temível polícia política era extinta e os apêndices legionários idem. A Censura já não cortava a raiz ao pensamento. Salgueiro Maia, talvez o mais puro capitão de Abril e que é hoje Nome de Rua no Cartaxo, passou a ser visita do lugar onde tinha amizades que, por sua vez, o envolveriam no projecto chamado Jardim de Infância sabendo do seu interesse no enquadramento social da comunidade. De tudo se falava com a Democracia em pano de fundo. O Poder Local era então uma bandeira desfraldada desse Abril regenerador. Os ho-

Rogério Coito Historiador

mens e mulheres aprendiam política, tantos anos negada e começavam a ter opinião do ter e do ser e dos engenhos e artifícios da politiquice. Os tempos rolaram e muita água correu sob as pontes. Alguns já partiram desta vida sem terem tido o seu pedaço de felicidade. Outros ainda aguardam sentados no desencanto. Mas há os que embrulham a coragem, pegam nos seus desempregos, injuriam as tranches e as ditaduras dos mercados de capital renegam a austeridade e partem em busca de melhores dias. Para trás ficam os planos adiados na sua terra e as saudades do futuro. Passados quarenta anos o sonho ainda pode comandar a vida como nos tempos em que se cantava em surdina porque como diria Fernando Pessoa cada Homem (e cada Mulher) transporta sempre consigo todos os sonhos do mundo. PUB

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AJ. TÉCNICO DE FISIOTERAPIA Ângelo Faustino e Teresa Carvalho

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festa do vinho 2014

Maio vai ser o mês da Festa do Vinho. Cinco dias de diversão para celebrar o ex-libris do concelho. O precioso néctar vai ser rei, acompanhado de música, gastronomia, convívio e tradição O Pavilhão Municipal de Exposições recebe no próximo dia 30 de abril, até 4 de maio, a XXVI edição da Festa do Vinho. O certame, um dos mais emblemáticos do concelho, tem vindo a perder dimensão nos últimos anos. O atual executivo camarário, depois de a população e os agentes económicos terem respondido positivamente no sentido da sua continuidade, propõe-se, dentro dos meios financeiros disponíveis, proporcionar um novo folego à festa. Carlos Cláudio, que preside à Comissão Organizadora garante que esta “será uma Festa do Vinho digna, muito animada e apelativa. Esperamos que traga ao Cartaxo não só forasteiros mas principalmente os naturais e residentes no Concelho, fazendo da Festa do Vinho um grande evento ao qual aderem e participam todos os Cartaxeiros”. A Festa terá dias temáticos (4ª feira, dia 30 de abril, é o Dia do Tinto, 6ª feira, dia 2 de maio, o Dia do Branco e sábado, dia 3, o Dia do Rosé) e irá contar com animação diversificada, 26 • revista dada

com destaque para grupos e associações do concelho. Desde os Fados, passando pela Música ligeira, Festival de Folclore, Coros juvenis, Tunas académicas, Orquestra de acordeões e Cantares populares. Ao final da noite tempo ainda para os DJ’s animarem a Festa. Carlos Cláudio explica que “o objetivo principal é, como sempre, promover o bom vinho do Cartaxo, contando com um significativo aumento de produtores/expositores”. No entanto, este responsável salienta que se pretende “que o consumo desta preciosa bebida seja moderado, particularmente nas camadas mais jovens, tendo previsto a instalação dum espaço dedicado ao aconselhamento e prevenção nessa área”. A DADA vai estar presente, a celebrar os seus 7 anos de vida, oferecendo, em parceria com o fotógrafo Vitor Neno, uma sessão fotográfica às famílias, no âmbito do evento “Cinco Minutos de Fama” dedicado ao dia da Mãe. d


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à mesa

|isabel zibaia rafael autora do blogue Cinco Quartos de Laranja

rebuçados de marmelada com vinho do porto

encontrarão mais receitas no meu livro

“cozinha

ser feliz é também comer doces de encantar num dia de primavera

para dias felizes”.

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28 • revista dada

Ser feliz é viver cada dia com esperança. É olhar para a vida e pensar que o impossível só existe quando não lutamos. Ser feliz é viver intensamente. É aproveitar cada momento sempre de forma especial e única. É sugar de cada experiência todas as coisas boas que podemos aproveitar. Ser feliz é sonhar. É pensar que mesmo quando as coisas não nos correm de feição, é o sonho que alimenta a esperança.


Ser feliz é alegria. É acreditar que é possível sorrir todos os dias. Sorrir de amor, sorrir de felicidade, sorrir de esperança, sorrir na dor, sorrir de nós próprios. Ser feliz é tirar dos pequenos momentos grandes emoções. É saborear o pôr-do-sol, é sentir a brisa do mar num passeio junto à praia, é caminhar descalços na relva molhada num dia tórrido de verão, é beber um chá quente em frente à lareira num dia frio. Ser feliz é não desistir. É encontrarmos a cada momento forças para continuar. Ser feliz é partilhar. É não pararmos de apostar em quem gosta de nós e nos apoia em todos os momentos. É rodearmo-nos de amigos verdadeiros. Ser feliz é comer coisas doces em dias tristes, cinzentos e chuvosos. É ir para a cozinhar e perder a noção do tempo. É sentarmo-nos à mesa, enchermos o peito de alegria e satisfação com tudo o que fazemos. Para sermos felizes, às vezes basta-nos um pequeno mimo, um gesto doce. E para comemorar a chegada da Primavera e os dias bonitos, deixo-vos um quadradinho de marmelada com vinho do Porto, para tornar cada dia mais feliz.!

à mesa ingredientes 1,100 kg de mar-

melo limpo de peles e sementes, 780 g de açúcar amarelo, 1 dl de vinho do Porto ruby, Açúcar em pó q.b.

confeção 1. Cozer os marmelos em água.

2. Depois de cozidos escorrer a água e triturar os marmelos. 3. Adicionar o açúcar e o vinho do Porto e levar ao lume. Mexer de vez em quando até atingir o ponto estrada. 4. Dispor a marmelada num tabuleiro, de modo a que fique com, aproximadamente, 2 cm de altura. Deixar arrefecer. 5. Levar o tabuleiro de marmelada ao forno pré-aquecido a 140ºC durante aproximadamente 50 minutos, para secar. 6. Deixar arrefecer. Desenformar a marmelada e deixar secar mais um pouco, pelo menos de um dia para o outro. 7. Cortar a marmelada em cubos. Passar os cubos por açúcar em pó. 8. Envolver os cubos em papel vegetal ou em papel celofane, de maneira a formar rebuçados.

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Gina Florindo Mestre de Reiki, Facilitadora de Cura Reconectiva/Reconexão, Numeróloga e Hipnoterapeuta

A medicina convencional tem vindo a alcançar um fantástico progresso a cada dia, contribuindo de uma forma extraordinária para aumentar a qualidade e a esperança média de vida. À medida que a ciência vai progredindo em relação ao conhecimento do nosso corpo físico, mais necessário se torna repensar e estudar o ser humano como um todo. O Reiki trata o ser humano no seu todo, físico, emocional, espiritual e mental. O Reiki não substitui a medicina, o Reiki e a medicina complementam-se. Ao fazer uma terapia de Reiki, o corpo relaxa e o batimento cardíaco atinge o seu nível de repouso, assim diminui a frequência respiratória e cardiovascular, logo o corpo entra num processo de relaxamento profundo e liberta o problema. O Reiki liberta tensões, as pessoas vencem dores que as atormentavam durante anos. A energia Reiki liberta as pessoas de depressões, melhora o sistema imunitário, desintoxica, equilibra e amplia a energia vital. Face à renovação constante dos nossos tecidos, a energia Reiki muda a estrutura química do corpo, ajudando a restaurar os músculos, os nervos, o esqueleto e a regenerar órgãos. É uma energia que age com tudo o que precisa de ser modificado no nosso organismo físico e etéreo. Reiki é uma energia de equilíbrio. É um siste-

reiki e a medicina ma revolucionário que ajuda o ser humano a adaptar-se às exigências desta fase de vida tão desequilibrada quer a nível social, politico e financeiro. Reiki não retira os problemas da vida mas, ao estarmos mais equilibrados e tranquilos, ficamos mais focados no que a vida nos está a propor e vamos conseguir ter discernimento para transformar os problemas em desafios. Quem vence os desafios são os vencedores. O Reiki ajuda-nos a sermos vencedores da nossa vida ultrapassando os desafios, as doenças, as depressões e conduzindo-nos a estados de esperança, positividade e alegria. Reiki, liberta-nos de tensões, ansiedades, depressões, mau estar físico, sensação de cansaço e fadiga, mau estar emocional. Ajuda-nos a ir à causa da doença e a libertá-la, torna-nos mais conscientes, eleva toda a nossa grandiosidade. A medicina é a ciência indicada para fazer diagnósticos. Assim é importante consultar o médico e seguir as instruções dadas por ele, fazer corretamente o acompanhamento adequado ao seu caso e beneficiar com a energia Reiki, que complementa, agiliza e integra o processo de recuperação da sua saúde e bem estar. Um Ser com bem estar é um Ser saudável... Um Ser saudável é um Ser feliz!


ler o rótulo é importante Acha que sabe escolher os produtos no supermercado de forma adequada? Quais os critérios que segue nas compras? Tem em conta se os produtos são amigos do ambiente e se cumprem as regras do comércio justo? Hoje dou algumas dicas que o podem ajudar a fazer escolhas mais sustentáveis. O rótulo diz-nos muitas coisas importantes e é essencial sabermos descodificar toda a informação fornecida pela marca ou pelo produtor. Antes de colocar qualquer produto no carrinho de compras é importante confirmar dados essenciais como a forma de conservação, utilização e data de validade do produto, evitando assim comprar algo que vai acabar por ir para o lixo. Outra informação que podemos facilmente verificar no rótulo tem a ver com a origem do produto. Todos os produtos nacionais ou que sejam fabricados em Portugal mas com matérias-primas de outros países têm o seu código de barras iniciado por 560. Para evitar contribuir para o aquecimento global, o melhor é consumir produtos portugueses e locais que tenham menos emissões de CO2 incorporadas na sua cadeia de valor e esta é uma boa forma de o fazer, embora não

dicas sustentáveis e bem sustentadas Filipa Abecasis

Gestora de projetos de comunicação para a sustentabilidade filipaabecasis@gmail.com

seja sempre cem por cento acertada. Por vezes, algumas marcas registadas em Portugal utilizam este código, mesmo que os seus produtos sejam produzidos noutro país. Outro ponto a ter em atenção é o selo de produto biológico, que apenas é atribuído a alimentos que cumpram critérios muito rigorosos de preservação do ambiente e do bem-estar dos animais. No caso de ser atribuído pela União Europeia, este selo ordena as estrelas da União com a forma de uma folha sob fundo verde. Por último, prefira também produtos que indicam o cumprimento dos critérios relacionados com o comércio justo. Estes produtos garantem que o produtor recebeu um justo valor e que a sustentabilidade da produção está assegurada. Não sendo este selo ainda utilizado de forma consistente em Portugal, a melhor forma de obter este tipo de informação é pesquisar junto das marcas e ver quais os seus eixos de atuação em termos de responsabilidade social. . Caso tenha alguma questão ou queira sugerir um tema, envie um email para: filipaabecasis@gmail.com. PUB

revista dada • 31


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32 • revista dada

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encenação e adaptação de frederico corado centro cultural do cartaxo

11, 12 e 13 de abril Depois dos sucessos de “Um Marido Ideal”, “O Crime de Aldeia Velha”, “As Alegres Comadres de Windsor”, “Nápoles Milionária”, “Pânico” e “Trisavó de Pistola à Cinta” a Área de Serviço leva à cena um novo espetáculo no Centro Cultural do Cartaxo. “O Inspector Geral” de Nikolai Gogol, transposto da Rússia do século XIX para os nossos dias numa pequena cidade perdida algures em Portugal. A visita anunciada de um Inspector faz desencadear um processo em que a corrupção, a fraude, o medo e a intriga são a matéria com que se constrói uma das mais corrosivas e hilariantes comédias mundiais. Festas populares, troika, praxes, corrupção, enganos, patos e galgos, tudo à mistura! A atualidade do humor de Gogol faz desta peça um clássico da sátira universal.

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Com André Diogo, João Nunes, Sara Xavier, Vânia Calado, Mauro Cebolo, Mário Júlio, Pedro Ouro, Pedro Lino, Júlio Cardoso, Norberto Sousa, Luís Rosa Mendes, Paulo Cabral, Daniel Mateus, Constança Lopes, Ana Rita Oliveira, Carolina Viana, José Manuel Rodrigues, Miguel Viegas, André Vieira, José Ribeiro, Rosário Narciso, Mena Caetano, Jeanine Steuve, Isabel Coelho, José Falagueira, Maria Cerqueira, Bruna Diogo Santos, Amélia Martins, César Cordeiro, Susana Pais, Carlos Ramos, Guilherme Vicente, Inês Perdigão, Andreia Lourenço e Inês Barbosa.

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Na juventude dos seus 45 anos, Maria é uma mulher ativa e obstinada. Tem orgulho em si própria! Como qualquer mulher de qualquer idade, acha que está sempre na mesma. Que não envelhece. O que não é de admirar; Maria não dispensa aqueles momentos matinais em que se olha ao espelho e se mima. E como se vê ao espelho todos os dias, acha-se sempre igual a si própria. Um dia de má sorte viria a mudar para sempre a vida de Maria, já lá vão mais de 20 anos. Um brutal acidente de viação trouxelhe uma grave lesão medular que a iria para sempre confinar a uma cadeira de rodas. Maria perdeu o emprego; o seu patrão tivera medo de voltar a acolhê-la e nunca quis adaptar o seu posto de trabalho eliminando barreiras como degraus ou elevando a altura da secretária, onde agora deveria poder entrar a cadeira de rodas em vez da cadeira que habitualmente lá deveria estar. Que grande injustiça! Maria desempenharia com igual competência as mesmas funções que até aí lhe estavam confiadas e pelas quais sempre vestiu a camisola. Já depois do acidente casou e teve dois filhos. O namorado da adolescência, o homem da sua vida, perante os medos de ambas as famílias, pediu Maria em casamento. Foi uma cerimónia linda, contam família e amigos! PUB

opinião

tudo depende de nós! Idália Serrão. Deputada Licenciada em Serviço Social

Maria é uma mulher inteira como qualquer uma de nós. É corajosa! Feliz e lutadora. Mas afligem-na, e por vezes até a revoltam, os obstáculos que não consegue ultrapassar. Não entende aqueles que olham sempre para ela com ar de pena, os degraus e os passeios na via pública que ninguém rebaixa, os carros estacionados em cima dos passeios que lhe roubam a autonomia, o estacionamento despudorado nos lugares que lhe estão reservados e tantas outras coisas, irrelevantes para nós, mas tão limitadoras da sua liberdade. E sente uma revolta que nem sempre conseguimos aceitar. Na história de vida e no exemplo desta mulher, igual ao de tantas mulheres e de tantos homens com deficiência, evidenciam-se algumas questões sobre discriminação e sobre igualdade de oportunidades. Se perguntarmos a uma pessoa com deficiência se quer ser pensionista, porque recebe uma pensão ou uma prestação social, ou contribuinte, porque tem trabalho, não tenho dúvidas que optará pela segunda. Se pensarmos quantas vezes já estacionámos em cima de um passeio condicionando os cidadãos com mobilidade condicionada, passaremos certamente a ter outra atitude. Se vencermos o preconceito seremos pessoas mais satisfeitas e mais felizes. É que de facto, a igualdade de oportunidades também depende de cada um de nós.

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