revista dada ed.35

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Publicação Bimestral

gratuita

fevereiro março

de fada do lar a super mulher Apesar das leis, no papel, as diferenças entre sexos ainda existem na prática

entrevista Madalena Rebordão

em conversa a médica conta como lhe foi possível fazer as escolhas da sua vida com toda a liberdade

mulheres modernas

As mulheres são mais livres e independentes, mas os estereótipos persistem

sugestões para os apaixonados

5 cinco anos

d i st r ibuiç ão

35 2012

dada

Nova coleção

primavera


Licenciado pela D.R. Saúde

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Direct. Técnica: Maria Adélia Machado Lic. em Ciências Farmacêuticas

Ana Filipa Machado Mest. Integrado em Ciências Farmacêuticas

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carnaval Rio 2005 Foto: Rosa Belda

fevereiro marรงo


sumário

rubricas

10 a esfera a somatização do sentir

24 cumpra-se o acordo! acentuação gráfica

32 economia, em trocos! 16 montras nova coleção primavera novidades e sugestões para os apaixonados

22 destrava línguas gaguez – como e porquê

46 à mesa lima, uma aliada refrescante e protetora Ideias para Saborear, pudim de lima

14 make up “looks” da estação

12 mudar de vida dar ou não dar, eis a questão?

34 e nós... o primeiro ano

dada Revista de lazer e divulgação cultural distribuição gratuita propriedade Potenciais publisher Fátima Machado Rebelo diretor António Dias coordenador de edição Rosa Belda colaboradores Ana Benavente, Margarida Serrão, Renato J. Campos, Sónia Parente, Teresa Rolho, Vera Alves colaboram nesta edição Elvira Tristão, Fátima Jou, Lourdes Dias, Paula Raposo contribuinte 510148123 redação e sede Rua Nova da Boa Vista, 1 2070 - 105 Cartaxo | geral@revistadada.com | 243 779 057 e 918 717 072 periodicidade bimestral grafismo e paginação Potenciais impressão Soartes, artes gráficas, Lda tiragem por edição 5 000 exemplares número de registo 125185 depósito legal 262622/07 www.revistadada.com interdita a reprodução total ou integral de textos e imagens por quaisquer meios e para quaisquer fins 4 • dada

Esta revista foi escrita segundo as novas regras do acordo ortográfico.


nesta edição

editorial

26 em destaque

de fada do lar a super mulher

Olhamos para o calendário e vemos que estamos em 2012, só que ligamos o telejornal e julgamos que estamos na Idade Média. Pensar-se-ia que, por esta altura, negar direitos a alguém do sexo feminino seria desumano, mas a verdade é que, no ano passado morreram, em Portugal, 23 mulheres vítimas de violência doméstica. No mundo, um terço delas é alvo de maus tratos.

6 entrevista

Porque a 8 de março se assinala o dia internacional dos direitos da mulher, a revista Dada decidiu dedicar esta edição ao sexo forte. Sim, leu bem. É altura de começar a corrigir expressões arcaicas. Fazemos uma retrospetiva do passado, apresentamos números chocantes e descrevemos algumas mudanças que se têm verificado ao longo dos tempos no campo da discriminação feminina.

36 mulheres modernas

Em março, mais precisamente no dia 21, assinala-se também os 700 anos da entrega da carta de foral ao Cartaxo. É um número redondo que os cartaxeiros não podem deixar passar. Para celebrar a data será lançado um livro que conta a história deste lugar.

Apesar das leis no papel, as diferenças entre sexos, ainda persistem na prática

Madalena Rebordão

opinião 33 Elvira Tristão 50 Ana Benavente e ainda 11 três décadas ao serviço da população 20 beleza e bem-estar 21 Dicas para uma vida saudável 34 breves 34 700 anos do Foral do Cartaxo 44 agenda

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No nosso espaço de moda respire e sorria. Deixe o frio do inverno para trás e pense na primavera que está apenas a umas semanas de distância. Pronto, ainda falta algum tempo, mas com este sol dos últimos dias já apetece sonhar com algo mais leve e colorido, certo? E não se esqueça de visitar o nosso site para estar a par de todas as novidades da região, em www.revistadada.com. E já agora seja nosso amigo na página de facebook, em facebook.com/fbrevistadada.


entrevista

Madalena Rebordão

“confesso que tive toda a liberdade” É uma das figuras femininas mais proeminentes do Cartaxo. Filha de médicos, Madalena Rebordão admite ter tido uma infância e juventude priveligiadas. Reformada do Sistema Nacional de Saúde (SNS) pratica, ainda, num consultório que já foi dos pais. Promete continuar a fazê-lo “até ser capaz”

por António Dias

Quem é a Madalena Rebordão?

No colégio os sexos estavam separados?

(Solta uma gargalhada, encolhe um pouco os ombros) Não sei se sou a melhor pessoa para me descrever. Mas acho que me posso definir como uma mulher normal, independente, de 58 anos, médica, com família, bem com a vida e com vontade em participar naquilo que me rodeia.

Sim. Existiam as aulas de lavores para as meninas e que tínhamos de frequentar. Lembro-me que detestava aquilo porque achava que não tinha jeito nenhum. Mas não era um repulsa por considerar discriminatório, até porque era normal frequentarmos estas aulas e nunca me senti penalizada ou marginalizada por me sentir mais inadaptada. Ninguém me disse que não ia ser feliz ou que não ia casar por não ser boa dona de casa. Lembro-me que havia uma clara distinção entre rapazes e raparigas, só que essa era realidade da altura. Achávamos disparatado mas não questionávamos a au-

Qual o seu percurso de vida?

Nasci em Lisboa, mas vivi sempre no Cartaxo. Estudei no Colégio, passei depois para o liceu de Santarém e daí para Lisboa, aos 17 anos, para estudar Medicina, na Faculdade de Ciências Médicas. 6 • dada


toridade. Também não havia muito que pudéssemos fazer para mudar a situação. Reconheço que as pessoas estavam muito acomodadas nesse sentido.

“No passado, as mulheres aniquilivam-se (...) Hoje, são mais livres e conscientes dos seus direitos”

O que a leva a enveredar pela Medicina?

Os meus pais tiveram um papel importante é verdade [o pai era oftalmologista e a mãe ginecologista]. A nossa casa ficava ao lado dos consultórios e sempre convivi de perto com esta realidade. Gostava da maneira como se podia contribuir para melhorar a vida das pessoas, a interação que existia com os utentes, a importância do papel do médico junto da população, a

parte humana de ajudar alguém a sentir-se melhor. Tudo isso acabou por me influenciar no meu percurso de vida. E posso garantir que não foi uma resposta a qualquer apelo familiar. Os meus pais nunca me obrigaram a escolher uma profissão. Deram-me sempre a liberdade de fazer o que eu quisesse com a minha vida.

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que as minhas amigas eram muitas vezes forçadas. E como saí de casa cedo acabei por ganhar liberdade antes que muita gente. Só voltei depois para casa, com emprego e para casar [casou com o advogado João Carlos Fernandes, aos 28 anos]. Teve dificuldades em adaptar-se à vida de Lisboa?

Não, até porque o grupo de amigos do liceu de Santarém manteve-se e muitos acabaram por se reencontrar na capital. Portanto senti-me apoiada e amparada e isso ajudou muito no meu percurso académico.

Madalena Rebordão foi mentora da criação da unidade de saúde familiar, em Pontével

Entra na faculdade ainda no Estado Novo. Sentiu restrições na sua vida por ser mulher?

Nunca. Comecei a estudar em 1971 mas o facto de ter uma mãe médica, com uma profissão e independente, ensinou-se a ver as coisas de maneira mais abrangente. Confesso que tive toda a liberdade. O meu pai nunca me obrigou a casar ou sequer me pediu que escolhesse um determinado estilo de vida. Comparando com o resto do meu universo, sei que tive essa sorte. Talvez tivesse uma ou duas amigas com vidas familiares semelhantes à minha, mas sei que o resto da realidade era bem diferente e isso chocava-me. Falávamos à mesa de tudo, nunca ouvi um comentário discriminatório em casa por ser rapariga. Mas havia muita gente à minha volta que sentia imensas restrições. Podia haver algumas limitações, normais, como não sair muito à noite, chegar cedo a casa, entre outras. Mas até essas exigências eram irrisórias em comparação com proibições a 8 • dada

Mas vivendo no Estado Novo, não sentiu que foi complicado ser uma estudante?

Nem por isso. Talvez porque o regime estava a definhar. Sentiam-se no ar as mudanças, as reuniões, os colóquios, as associações. Não fui parte ativa, mas ia assistindo à revolução a acontecer e tudo aquilo entusiasmou-me. E foi só depois de se dar o 25 de abril que começo a perceber o país em que vivia. Quando acabaram com leis que obrigavam a mulher a pedir autorização ao marido para tudo e mais alguma coisa, quando ganhámos o direito ao voto, entre outras, é que comecei a cair na realidade e a perceber as enormes discriminações que existiam. Até essa altura nunca tinha sido confrontada com isso. De onde acha que vem esse espírito mais aberto da sua família?

Sinceramente não sei. Penso que tem raízes muito profundas. O meu avô paterno, era um indivíduo formado, a minha avó materna apesar de ser doméstica era independente e tinha uma personalidade forte. Nunca foi submissa e isso também passou para a minha mãe e todas viveram em igualdade com os maridos. Portanto tem sido um comportamento que ultrapassou gerações.


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entrevista Muito diferente da realidade da altura e dos nossos dias...

Sim. Hoje as mulheres têm outra consciência do que são e das suas possibilidades. As raparigas saem mais cedo, têm contactos sexuais mais prematuros, mas em relação às suas expectativas de vida e de como lidam com a sua intimidade penso que ainda se mantém um abismo. Basta ver a violência que há ainda entre casais jovens. Algo que, com a evolução dos tempos, já deveria ter sido bastante atenuado, mas que permanece ainda um flagelo. Deve contactar frequentemente com realidades bastante duras...

Infelizmente é verdade. Às vezes é muito complicado gerir determinadas situações. Ainda há uns dias recebi uma paciente vítima de abusos e é sempre um sofrimento ouvir os relatos e constatar a violência que muitos casos atingem. Como se lida com isso?

É muito complicado. Há um lado formal em que eu tento dar o melhor encaminhamento ao processo, orientando a pessoa para os cuidados de saúde que merece. Por outro, há um trabalho de educação em que faço um esforço para evitar que a situação se repita. No passado, o trabalho era maior, porque as mulheres aniquilavam-se, acomodavam-se e aceitavam os maus tratos como algo normal, decorrente do casamento. Hoje, são mais livres e conscientes dos seus direitos e é mais fácil empurrá-las para outro caminho.

surgiu a hipótese de mudar a forma como eram geridos os centros de saúde em Portugal. Tentei perceber quais as possibilidades que existiam, e juntamente com um grupo de amigos e colegas elaboramos um projeto, nas novas instalações do posto médico, para transformar o espaço num serviço mais abrangente e acolhedor. Hoje posso dizer com orgulho que aquele é um projeto que consegue dar resposta rápida e de qualidade à população, nos mais variados campos da Saúde. Com 58 anos, como olha o seu futuro?

(Risos) Acho que me vejo a ser médica ainda por algum tempo. Pelo menos até ser capaz. Tenho três tardes que ocupo no consultório, o resto do tempo passo na jardinagem, até porque sou uma mulher do campo e é disso que eu gosto.d PUB

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Um dos projetos mais importantes da sua vida é a criação da unidade de saúde familiar, em Pontével. Como surgiu a ideia?

Em 2006, aquando da reorganização do SNS,

Directora Técnica: Drª Paula Almeida e Silva Farmc. Adj. Drª Isabel Pena

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R. S. Sebastião, 1 – Cartaxo – Tel. 243 702 653


a esfera

Sónia Parente – Psicóloga Clínica e Mestre em Psicologia Educacional soniabarrosparente@gmail.com

a somatização do sentir As doenças psicossomáticas são manifestações físicas que são provocadas ou agravadas por problemas do foro emocional. É uma doença física verdadeira mas com causa psicológica. Acontecem quando uma pessoa por ter dificuldade em expressar as suas emoções, por ter tendência a reprimi-las ou por não conseguir exteriorizar os seus conflitos de forma adequada, transfere para o organismo o seu mau estar psicológico. O que deve mas não consegue ser resolvido na mente é transferido para o organismo, manifestandose através de sintomas físicos. Podem surgir em qualquer pessoa e em qualquer idade e fazem, por vezes, com que essa pessoa consulte médicos de várias especialidades e nunca consiga descobrir qual a razão do seu mau estar físico, já que os sintomas são verdadeiramente reais. Não são doenças que as pessoas inventam porque os sintomas são reais, porém, quando surgem com frequência, ao longo do tempo podem tornar-se formas repetitivas a que a pessoa se habituou a recorrer para resolver conflitos psicológicos. Há pessoas com maior tendência para somatizar do que outras: as que têm maior tendência para “implodir” do que para “explodir”, o que não sai pela boca manifesta-se no corpo. Embora qualquer pessoa possa somatizar em 10 • dada

alturas de maior ansiedade, frustração, zanga e tantas outras, as doenças psicossomáticas surgem, especialmente, quando a pessoa guarda esses sentimentos para si, quando não os verbaliza, e não toma qualquer atitude que possa facilitar a resolução do conflito que está gerar esses sentimentos. Para descobrir se a doença ou os sintomas são do foro psicossomático, primeiro deverão ser realizados todos os exames de despiste das causas físicas dos sintomas verificados. Caso os resultados nunca sejam conclusivos, deve-se tentar perceber o que lhes está a dar origem, ou seja, quando os sintomas tiveram início ou perante que tipo de situações e sentimentos eles surgem com maior frequência. É importante salientar que uma pessoa com tendência a somatizar as suas emoções pode também ter uma doença real que poderá passar despercebida devido às suas constantes queixas sem causa definida. Frequentemente, as pessoas não se apercebem da sua tendência para a somatização dos seus problemas emocionais, focam-se somente nos sintomas físicos e recusam que o problema possa ser psicológico. No entanto, é importante procurar um psicólogo que ajude a lidar com as emoções e conflitos de modo a resolvê-los, já que muitas vezes são sentimentos inconscientes.


três décadas ao serviço da população Fernanda Ramos é diretora clínica da Farmácia Ereirense. Além de dispensar medicamentos, o objetivo continua a ser aconselhar, o melhor possível, os seus utentes É já uma casa com história. Fernanda Ramos quase nem deu pelo tempo passar, mas já lá vão mais de três décadas desde que fez este investimento. “Na altura estava a trabalhar no Hospital de Santarém, no departamento de análises clínicas, e achei que seria um passo interessante criar um sítio onde pudesse pôr em prática os meus conhecimentos”, recorda. Desde 1 de setembro de 1981 até aos dias de hoje, a Farmácia Ereirense acompanhou a transformação dos tempos: “mudou de sede, de sistema informático, de funcionários e utentes, mas o objetivo continua a ser o mesmo: aconselhar o melhor possível na dispensa de medicamentos”. São igualmente promovidos rastreios de doenças, medição da tensão arterial, informação e campanhas de saúde. “Muita gente evita ir ao médico, pela distância, pelo tempo que demora obter uma consulta e, por isso, recorre a nós, farmacêuticos, para os ajudar nos mais variados problemas”, admite. Sedeada na freguesia da Ereira, a Farmácia

por António Dias Ereirense serve também a população da Maçussa, Lapa e até parte de Pontével. “Sofremos muito com a desertificação”, assevera. “Os jovens preferem as grandes cidades. Restam os idosos, o nosso público principal”. Com uma porta aberta, diariamente, das 9h às 20h, o trabalho é sempre imenso e nem mesmo durante as noites “as coisas acalmam. Como temos, em semanas alternadas, serviço de disponibilidade, em parceria com uma farmácia de Pontével, acabamos por estar disponíveis durante a noite”. É um trabalho que exige “delicadeza, atenção e paciência”, afiança. “Mas fazemo-lo com gosto”. A vida mudou muito desde que decidiu tirar o curso de Farmácia e fundar o seu próprio espaço. “Há mais qualidade de vida, vive-se mais e melhor. Os medicamentos foram essenciais para essa mudança de paradigma”, garante Fernanda Ramos. É esse o ânimo que leva a ela, e à sua restante equipa de três colaboradores, a vestir, todos os dias, a bata branca e sorrir ao utente.

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mudar de vida

Margarida Serrão, Formadora de Desenvolvimento Pessoal mudardevida.revistadada@gmail.com 961 778 950

dar ou não dar, eis a questão? Mãe, eu quero isto! Pai, os meus amigos têm este brinquedo, também quero! Quem tem filhos, de certeza que já ouviu estas frases vezes sem conta. Isto acontece por vários fatores: não só porque faz parte da natureza das crianças querer sempre algo, como o acesso à informação gera essa vontade de ter tudo aquilo que lhes salta à vista. Por outro lado, muitos de nós, fomos educados num ambiente mais restritivo e com muito menos acesso ao consumo, isto gerou, inadvertidamente uma necessidade de colmatar estas falhas junto dos nossos filhos e uma vontade de lhes darmos tudo aquilo que não tivemos quando éramos PUB

crianças. E isto faz parte do nosso processo de educar, mas educar é na realidade (entre outras coisas) ensinar valores e regras, e as crianças necessitam de regras, para que possam crescer num ambiente saudável. No entanto impor regras e fazê-las cumprir dá trabalho e é uma tarefa de persistência e paciência, pois a primeira reação dos nossos filhos às regras é a resistência. Na verdade, muitas vezes é mais fácil fazer a vontade aos nossos filhos do que fazer valer a disciplina e as regras. E claro, quando eles querem isto ou aquilo acabamos por ceder, muitas das vezes. E se um dia não lhes pudermos dar o que querem, será que os nossos filhos estão preparados para lidar com isso? Por muito difícil que seja, compete-nos a nós, pais, percebermos até que ponto é que ao darmos tudo aquilo que os nossos filhos querem, não levará a resultados negativos no futuro. É fundamental ensinar-lhes a dar valor ao que têm e que o facto de os amigos terem algo não quer dizer que eles também têm de ter. “A educação dos nossos filhos deveria ser direcionada não para bens materiais, mas para valores morais. Nessa diretiva, com certeza eles aprenderiam a diferenciar, o preço das coisas, do real valor delas”. Osias Nery Neto

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Gina Henriques Mestre de Reiki e Numeróloga no Espaço Viver

as cores

e o seu poder de cura Por que não gostamos todos da mesma cor? Porque é que os homens gostam mais de certas cores e as mulheres de outras? Qual a sua cor favorita? De que modo as suas preferências de cor revelam aspetos importantes da sua personalidade?

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As cores, em si mesmas, e sob a forma de luz, afetam continuamente os nossos sentidos mais subtis e os processos que desempenham papeis significativos nas nossas vidas (emocional, mental, espiritual) Branco Símbolo de pureza, de inocência e de ingenuidade. O branco é a cor mais apropriada para os adolescentes. O branco usado em excesso nos adultos pode sugerir uma certa imaturidade, pelo que convém ter outras cores para dar equilíbrio à personalidade que vive na altura. PUB

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make up

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“looks” da estação Falarmos em “looks da estação”, é referirmo-nos às tendências de maquilhagem inspiradas nos looks criados para os grandes desfiles de moda. Estas tendências são depois adaptadas ao gosto e ao rosto de cada uma de nós de acordo com o nosso estilo pessoal. A próxima estação requer uma maquilhagem muito nude, rostos transparentes, olhos pouco marcados e ingénuos e bocas sublinhadas em tons vermelhos, laranjas e rosa. Limpar, tonificar, hidratar e esfoliar, são passos essenciais na preparação da pele. A maquilhagem mostra nestes gestos toda a sua potencialidade. Depois de preparada a pele, se tem manchas, olheiras ou vermelhidão, recorra a um corretor específico para cada problema aplicando-o com pequenos toques. A aplicação da base pode ser feita uniformemente com esponja ou pincel em ligeiros toques para não apagar as 14 • dada


correções. Porque a base deve ser do tom da sua pele, opte por fazer o teste na zona do maxilar e nunca na mão. O pó facial dá acabamento e fixa a maquilhagem, além de que diminui a oleosidade, quanto mais solto e translúcido melhor será o resultado. Recorrer a uma sombra neutra antes de aplicar a sombra com a cor eleita, servirá de base e evita a formação de rugas ao longo do dia. Comece do canto externo do olho para o interno.

Como eyeliner utilize sombra preta e um pincel biselado verá que o efeito é bem bonito. A máscara de pestanas - rimel, serve para alongar e dar volume, é aplicada em movimentos zig-zag, da raiz para a ponta das pestanas. Para um acabamento perfeito e dar cor à tez utilize um pó bronzeador na testa, zonas laterais e nariz, e um blush suave nas maçãs do rosto. Para os lábios escolha um gloss ou batom com que se sinta confortável Recorra a um iluminador sempre que desejar salientar características ou criar pontos de luz no rosto seja na zona superior do lábio, canto interno do olho ou nas têmporas.

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Director Clínico Dr Pedro José de Sousa Leal Teixeira Alves

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beleza e bem-estar Sol Nascente é uma ideia pensada em família, é uma força de todos, onde cada um contribui com aquilo que melhor sabe fazer Aberto ao público desde 26 de outubro de 2011, é um espaço feito a pensar no bem-estar do corpo e da alma de modo a proporcionar aos seus clientes uma experiência única de relaxamento completo. Susana Neves é responsável pela parte da estética e Sara Inês além de dar apoio na parte da maquilhagem e da medicina natural, também trata da gestão e administração do espaço. Susana trabalhou, como maquilhadora, em salões de renome tais como Lúcia Piloto, Marina Cruz, Eduardo Beauté e em novelas, onde privou com José Raposo, Maria João, Sónia Brazão, entre outros. Sara Inês formou-se na Escola Profissional de Teatro de Cascais e, mais tarde, em auxiliar de ação farmacêutica, fez campanhas publicitárias e desfiles de moda para a Casa das Peles (com Ricardo Carriço) e Madalena Toscany. Mais recentemente trabalhou na novela da TVI “Anjo Meu”. «Quando acabei as gravações decidi juntar-me à minha irmã, arriscar e abrir um espaço nosso». O centro de estética oferece vários tratamentos terapêuticos e de relaxamento, de estética 20 • dada

facial e corporal, «tentamos ser diferentes, no atendimento, no tipo de terapias, e nos mimos que damos aos clientes, procuramos chegar ao conceito de SPA». Aqui encontra um serviço de qualidade, com tratamentos personalizados a preços acessíveis, que ajudam a esquecer o stresse do quotidiano. Todos os tratamentos são feitos com velas, aromaterapia e música: pedras quentes, “detox”, tratamentos de rosto (englobam limpeza de pele, máscaras, rugas, manchas), vinoterapia e reiki. As pedras quentes são massagens terapêuticas e relaxantes que fazem bem ao corpo e à alma. «É uma massagem diferente que vai repor energias e acalmar o stresse». O tratamento “detox” ajuda a regular o sono, a melhorar a pele e a limpar todas as toxinas do organismo. A vinoterapia para além de ser relaxante é um tratamento anti-envelhecimento e anti-oxidante. Agora, já tem um bom motivo para descontrair. O espaço, situado no Cartaxo, na rua Batalhoz, 58B, está aberto de segunda a sábado das 9h30 às 19h. Poderá, também oferecer momentos de bem estar com o ‘cheque prenda’ a pensar em ocasiões especiais como o dia dos namorados.


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dia dos namorados MANHÃ Um pequeno almoço nutritivo “arranca” o seu metabolismo, assim será menos provável precisar de uma refeição ligeira, pouco saudável, a meio da manhã Uma chávena de chá ou de café não lhe fará mal, mas o excesso de cafeína pode interferir com a absorção de nutrientes como o cálcio, ferro e zinco. Escolha o chá verde que contém menos cafeína e tem propriedades anti-inflamatórias.

dicas

para uma vida saudável TARDE “Petisque” alimentos saudáveis, escolha comer fruta fresca ou frutos secos. Estes contêm vitaminas e minerais essenciais que ajudam a manter estáveis os níveis de açúcar no sangue ao longo do dia. Assim terá menos tentações de comer “snacks” de elevado teor de gordura ou sal. O seu corpo tem de estar ativo para continuar saudável. Para isso tente utilizar o mais possível os seus músculos. Use as escadas em vez do elevador, fará um exercício comparável ao de uma máquina de “step”.

NOITE Descomprima ao serão, dê ao corpo a possibilidade de relaxar antes de se deitar – um banho tépido é salutar para os músculos e articulações. Evite afundar-se num sofá, uma má posição sentada poderá colocar demasiada tensão sobre as costas e a coluna.

TEMPOS LIVRES Nos seus tempos livres, faça jardinagem, arrancar ervas daninhas ou cavar durante duas horas pode queimar até 1000 calorias. Dobre os joelhos e não a cintura para evitar pressão nas costas e ainda vai tonificar os músculos.

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destrava línguas

Teresa Rolho Terapeuta da Fala mariateresa.rolho@gmail.com 962 212 098

gaguez – como e porquê A gaguez é composta por alterações na velocidade e ritmo da fala. Fala-se mais devagar porque se prolongam sons e partes de palavras, acontecem bloqueios que podem ser acompanhados de tensão muscular e tiques na face ou corpo. Muitos gagos sabem exatamente em que palavras vão gaguejar, por isso fazem muitas pausas para evitar dizer estas palavras substituindo-as por outras mais fáceis. É possível observar em algumas crianças, à volta dos três a quatro anos, um grande esforço para se expressarem. Por tentarem imitar a velocidade da fala do adulto (neurologicamente impossível), culminam numa situação semelhante à gaguez. Esta fase pode ser normal e transitória, desde que não se prolongue para além dos cinco anos. O que os pais devem fazer é simplesmente esperar que a criança termine de falar, sem a apressar e pressionar. É também fundamental um ambiente estável, muitas vezes situações como mudanças repentinas na família, perda de um familiar ou divórcio podem despoletar comportamentos de gaguez. PUB

22 • dada

As causas são popularmente associadas a sustos na infância, contudo os estudos científicos determinam a origem como neurológica, genética, psicológica ou relacionada com fatores de aprendizagem. Independentemente da causa, a gaguez pode provocar emoções negativas a partir da infância, que pioraram ao longo da vida. A personalidade pode ser afetada consoante a gravidade, raras são as pessoas que demonstram lidar bem com a situação, acabando a maioria por desenvolver mecanismos de fuga, tais como passar despercebido, isolarse e deixar de falar ou expressar opiniões por medo da reação dos outros. No contato com gagos deve imperar o bom senso, é importante evitar fazer caras de aborrecimento, falar pela pessoa, gozar, mostrar impaciência, irritação ou pena, deve-se agir com serenidade e naturalidade. Se tem um filho com gaguez, procure dar-lhe um modelo a seguir, fale pausadamente, abrande o ritmo antes de lhe pedir o mesmo. Ajude-o a relaxar e promova a sua auto estima.


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cumpra-se o acordo!

Lourdes Dias Docente de Língua Portuguesa na Escola Secundária do Cartaxo

acentuação gráfica O acento gráfico pode ser agudo (´), grave (`) e circunflexo (^). O acento agudo marca uma vogal aberta, isolada ou em ditongo: chá; dói. O acento circunflexo marca uma vogal fechada: avô; câmara. O acento grave marca a contração do artigo definido a com as preposições a e para e a contração da preposição a com as formas aquele, aquela (s): à; prà e àquele… O til (~) não se considera um acento gráfico, pois assinala a nasalação e não a intensidade da vogal ou do ditongo: sótão; órfã. Em sílaba com til não se coloca o acento gráfico: camarão. O ditongo recebe o acento gráfico ou o til na vogal: véu; dão. O que mudou com o acordo ortográfico? No que diz respeito à acentuação gráfica, suprime-se o acento agudo em algumas palavras graves e o acento circunflexo em algumas formas verbais. SUPRESSÃO! (está in e o pessoal quer é estar na moda!). Então, por que não começarmos pelos acentos? Aventuremo-nos!..

Assim, temos boia; joia, heroico; tabloide; claraboia; tramoia…(sem acento), mas continuamos a escrever: sóis; mói ; cachecóis; heróis; rói… (Não confundir acentuação gráfica com a classificação das palavras pelo acento tónico, maior intensidade com que se pronuncia uma sílaba de um vocábulo. Vamos à revisão da matéria! Temos palavras: agudas; graves e esdrúxulas. Rapidamente, as agudas têm o acento tónico na última sílaba: rapé; funil; ladrão. As graves têm acento tónico na penúltima sílaba: açúcar; chocolate; treta. As esdrúxulas têm o acento tónico na antepenúltima sílaba: árvore; altíssimo; sílaba). Ninguém para! (não há erro). PUB

Direcção Técnica Manuel José Rodrigues Dionísio

«Em qualquer aventura o que importa é partir…». 1– Passa a haver supressão do acento agudo nas palavras graves com ditongo- oi, mas esta regra não se aplica nas palavras agudas terminadas em ditongo aberto – ói ou – óis. (Não desistam!)

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2– Passa a haver supressão do acento agudo ou circunflexo em palavras homógrafas: para (verbo e preposição); pelo (nome e contração); pero (nome comum e próprio). Exemplos: – Ela para em frente à escola para deixar o seu educando. – O meu cão, o kiko Manuel, tem um pelo muito macio. – Ele está são como um pero. 3– Passa a haver supressão do acento circunflexo em alguns verbos, no presente do indicativo ou do conjuntivo: creem; deem; leem; veem…,mas os verbos ter, vir e seus derivados mantêm o acento circunflexo na terceira pessoa do plural: têm; vêm; contêm; provêm… 4– O acento da primeira pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo, dos verbos da 1º conjugação, passa a ser opcional (haja alguma coisa!): Paramos ou parámos; andamos ou andámos… 5– Continuam a distinguir-se com acento circunflexo as seguintes palavras: pode e pôde; por e pôr. Exemplos: – Agora ele não pode comprar o que quer, mas houve tempos em que pôde… – A Mariana foi pôr à venda um quadro pintado por ela. Não se esqueça: «Primeiro estranha-se, depois entranha-se». BOM ANO!


de fada do lar a super mulher Há várias décadas que as sociedades industrializadas começaram a abolir, no papel, as diferenças entre sexos. Todavia, na prática, ainda persistem muitas discriminações. A 8 de março assinala-se mais um dia internacional da mulher

por António Dias

Em 2010 mais de 25 mil mulheres foram vítimas de violência doméstica, em Portugal. É um número astronómico e inimaginável no século xxi. Foi uma subida de 23 por cento em relação a 2008. No ano passado, 23 mulheres perderam mesmo a vida, sendo que a maioria (70 por cento) foi vítima dos maridos ou de alguém com quem mantinham uma relação de intimidade. O número já foi maior. Em 2009, foram identificados 43 homicídios, mas apenas 15 obtiveram decisões práticas na justiça, com a prisão dos criminosos, com penas entre os 15 e os 25 anos.

Mas a discriminação contra as mulheres tem várias faces. Além dos crimes físicos, há uma cultura patriarcal e machista que impregna a sociedade e que manipula a imagem que se deve ter do sexo feminino. Logo à partida a expressão “sexo fraco” refere-se a ela e não a ele. Encontrar uma gestora na administração de uma grande empresa em Portugal é como procurar uma agulha num palheiro. Nas principais empresas cotadas na bolsa de valores de Lisboa, não há nenhuma mulher à frente de um executivo, estas apenas mantêm cargos importantes. Na publicidade, ela

Uma em cada três vítimas de violência doméstica permanece mais de dez anos na relação 26 • dada


em destaque ainda é vista como um objeto que despe a roupa em anúncios sensuais e mais facilmente se noticía a vencedora de um concurso de beleza, do que o mister universo. Meryl Streep dizia, numa entrevista recente, que detestava ser elogiada pelo facto de representar muitas personagens femininas corajosas e independentes. “Um ator nunca é mencionado por representar alguém mais heróico, porque é normal que os homens o sejam. No entanto, uma atriz é sempre vista com outros olhos quando faz papéis mais audazes”. Há como que uma atitude subalterna: elas só lá chegaram porque são umas rebeldes.

pedir autorização ao marido

Mas já foi pior. Em Portugal, antes da revolução dos cravos, o Estado Novo esforçou-se por conservar a mulher como mãe, dona de casa e em quase tudo submissa ao marido. A Constituição de 1933 estabeleceu o princípio da igualdade, mas com exceções. Muitas. Luísa Neto, professora na Faculdade de Direito, da Universidade do Porto, exemplifica: “se se tratasse de uma esposa, os direitos eram exercidos pelo chefe de família. Aliás, a expressão “pai de família”, que normalmente era benfiquista, deriva daí e do entendimento que era voz comum nessa altura”. A mulher não tinha direito de voto nem a possibilidade de exercer cargos políticos”. ►

No Estado Novo, uma mulher casada não podia ir para o estrangeiro sem autorização do marido e não podia trabalhar sem autorização dele PUB

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Tawakul Karman

Ellen Johnson Sirleaf

Leymah Gbowee

mulheres de paz O prémio Nobel da paz em 2011 foi atribuído a três mulheres: a presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, a ativista, também liberiana, Leymah Gbowee, e a iemenita Tawakul Karman. As três foram reconhecidas “pela luta pacífica em defesa da segurança e dos direitos das mulheres na participação total no trabalho de construção da paz”.

Ellen Johnson, de 72 anos, economista formada em Harvard, é a primeira mulher presidente de África eleita democraticamente em 2005. Já a ativista liberiana, Leymah Gbowee, organizou um grupo de mulheres cristãs e muçulmanas para desafiar os senhores da guerra na Libéria e foi a protagonista de uma greve de sexo, que ajudou a acabar com a guerra civil de 13 anos no país. Finalmente, Tawakul Karman, de 32 anos, tem três filhos e liderou a organização Mulheres Jornalistas sem Correntes, um grupo de defesa dos direitos humanos no Iémen. Tem desempenhado um papel fundamental na organização dos protestos contra o governo do presidente Ali Abdullah Saleh, que se iniciaram no final de janeiro de 2011. As laureadas elevam para 15 o número de mulheres que já receberam a distinção. Tawakkul Karman é também a primeira mulher árabe a receber o Nobel.

De acordo com a ONU, uma em cada três mulheres no mundo já foi espancada, coagida sexualmente, ou vítima de algum tipo de abuso; e uma em cada quatro mulheres na Europa está exposta a um destes tipos de violência Eram tempos em que o divórcio era proibido, pelo que todas as crianças nascidas de uma relação posterior ao primeiro casamento eram consideradas ilegítimas. O trabalho doméstico era o objetivo de qualquer rapariga, até porque “ela nunca teria acesso a determinados lugares que se considerava que deviam ser ocupados por homens. A magistratura, a 28 • dada

diplomacia e a política são apenas alguns dos exemplos”, realça a magistrada. Caso tenha nascido nos anos 70, esta é uma realidade que, provavelmente, desconhecia e até a pode chocar. São as pessoas mais velhas que o sofreram na pele. Maria José Magalhães, autora do livro “Movimento Feminista


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1920

Datas marcantes em portugal

As raparigas são autorizadas a frequentar liceus masculinos;

1867

Surge o primeiro Código Civil, que melhora a situação das mulheres em relação aos direitos dos cônjuges, dos filhos, dos bens e sua administração. Mantém-se, todavia, o caráter doméstico das suas funções;

1889

Elisa Augusta da Conceição de Andrade torna-se a primeira mulher licenciada (Medicina);

1910 A lei do divórcio admite, pela primeira vez, os mesmos direitos, tanto em relação aos motivos de divórcio como aos direitos sobre os filhos. O crime de adultério passa a ter o mesmo tratamento quando cometido por mulheres ou homens; 1911 A primeira mulher a votar em Portugal. Carolina Beatriz Ângelo contorna a lei que só permitia o voto a cidadãos maiores de 21 anos que fossem chefes de família ou que soubessem ler e escrever (era médica, mãe e viúva). A discrepância da lei é depois corrigida;

1969 A mulher casada pode atravessar a fronteira sem licença do marido; 1974 A revolução de 25 de abril determina o fim de muitas discriminações: as mulheres passam a poder concorrer a todos os cargos da carreira administrativa local; podem votar em igualdade com os homens; obtêm o direito de pedir o divórcio da mesma maneira que os homens; 1976 É abolido o direito do marido abrir a correspondência da mulher; 1979

Maria de Lurdes Pintasilgo torna-se na primeira e única mulher chefe de Governo de Portugal;

1987 As mulheres podem prestar serviço militar;

2007 É despenalizada a interrupção voluntária da gravidez, em referendo, sendo permitida até às dez semanas de gestação.

“Podemos criar leis para ter mais mulheres no poder, é possível sensibilizar as pessoas para isso, mas se continuarem a acontecer crimes entre quatro paredes, tudo continua na mesma” e Educação – Portugal, décadas de 70 e 80”, recorda: “antes do 25 de abril, muitas mulheres não podiam casar com quem queriam, as esposas eram proibidas de mexer na sua propriedade, o matrimónio estava vedado às enfermeiras e as professoras tinham que 30 • dada

pedir autorização para casar [a união era aprovada após publicação em Diário da República]”. E como se tudo isto não bastasse, “uma docente só se podia juntar com um homem que tivesse um vencimento superior ao dela”, ressalva Maria José Magalhães.


ventos de mudança no mundo Dilma Rousseff é, desde 2011, a líder do Brasil

Portia Simpson Miller, regressa em 2012 à liderança da Jamaica

Julia Gillard, é primeira ministra da Australia desde 2010

Sheikh Hasina, governa o Bangladesh desde 2009

Yingluck Shinawatra, é eleita em 2011 primeira ministra da Tailândia

Laura Chinchilla é chefe de Estado da Costa Rica desde 2010

Dalia Grybauskaité, preside os destinos da Lituania, desde 2009

em destaque sexo fraco

“Não podemos alcançar a democracia e a paz no mundo, sem que as mulheres consigam as mesmas oportunidades que os homens para influenciar os acontecimentos, em todos os níveis da sociedade”. Excerto da declaração do comité norueguês dos prémios Nobel que, em 2011, entregou a três mulheres o galardão da Paz (ver caixa). Mas a mudança só é conseguida com a ajuda de todos. “Na maioria dos casos de violência doméstica, o crime já era, em alguns casos, do conhecimento das autoridades”, aponta um relatório divulgado pela associação União das Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR). E é no seio da família que acontece a discriminação mais grave. “Podemos criar leis para ter mais mulheres no poder, é possível sensibilizar as pessoas para isso, mas se continuarem a acontecer crimes entre quatro paredes, tudo continua na mesma”, sublinha o mesmo documento. “É necessária a participação de todos: vizinhos, amigos, autoridades, Governo e escolas”, conclui. A educação é essencial e as campanhas de sensibilização são uma forma de acabar com esta doença social. Foi recentemente lançado o plano nacional de combate à violência doméstica que prevê 50 medidas para desviar o rumo de atitudes. A divulgação de boas práticas empresariais no combate à violência doméstica, a implementação do rastreio nacional de violência doméstica junto de mulheres grávidas, a implementação de programas de intervenção estruturada para agressores, o alargamento a todo o território nacional da utilização da vigilância eletrónica, e a criação do mapa de risco georeferenciado do percurso das vítimas, são algumas das iniciativas que fazem parte deste projeto.d

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economia, em trocos!

Renato J. Campos Economista

em alta

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O empreendedorismo Portugal, por razões culturais, ainda é um pais onde os seus empreendedores são por norma aversos ao risco. Contudo, com incubadoras de negócio mais maduras e uma maior interligação entre o mundo académico e empresarial, existe uma nova geração de redes colaborativas que oferecem um conjunto de serviços de apoio ao empreendedor, permitindo-lhe enfrentar os desafios com mais confiança. É importante não esquecer que, nos últimos anos, a globalização veio desvendar nichos de mercado ainda subaproveitados que representam ótimas oportunidades de negócio, principalmente para empreendedores com ideias criativas/inovadoras, assentes em planos de negócios sólidos. Felizmente em Portugal já existem, com alguma frequência, exemplos de novas empresas derivadas de projectos de empreendedorismo que têm conseguido singrar em mercados bastante difíceis. Exemplos a seguir! PUB

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a economia paralela Um estudo recente revela que a economia paralela representa um quarto de toda a riqueza produzida em Portugal. Ou seja, por cada 100 euros gerados, 25 euros não pagam imposto. Não existe uma resposta única para este problema, dado que a economia paralela detém várias tipologias: a produção ilegal, a produção subterrânea (fuga aos impostos) e a produção informal (os “biscates”). Uma coisa é certa, tais fugas, implicam a diminuição da receita fiscal do Estado e implicam uma onerosa e injusta sobrecarga para quem cumpre as suas obrigações. Por exemplo, se aos 43 mil milhões de euros (valor anual estimado da economia paralela) fosse aplicada uma mera taxa de imposto de 20%, daria 8.600 milhões de euros, valor que pagaria o défice orçamental e ainda sobravam mil milhões!

em baixa


Vivemos, atualmente, uma crise que veio abalar as nossas crenças e certezas sobre os valores morais e políticos em que têm assentado as nossas instituições. Os tempos são de incerteza e confrontamo-nos com um futuro que contará com maiores dificuldades do que o presente legado pelos nossos pais. À crise económica e financeira acrescenta-se a crise política e de valores. Desconfio mesmo que foi a dimensão política e moral que deu lugar à crise financeira e económica. E creio que este desfecho – que não deixa de ser o de uma narrativa aberta – tem vindo a ser construído há muito. Com a queda dos regimes políticos ditatoriais, e especialmente com o desmoronamento do socialismo soviético, impuseram-se, sem restrições, os princípios liberais da liberdade e igualdade, pilares das sociedades modernas ocidentais e apanágio dos regimes democratas. Acontece que estes dois valores, a meu ver, estarão sempre necessariamente em tensão, pois a liberdade de iniciativa privada dos cidadãos, sem restrições, põe em causa o princípio da igualdade. O contrário também se verifica: uma forte imposição da igualdade entre os cidadãos – exercida pelo Estado - limita a liberdade individual e os direitos privados.

opinião

precisamos de lideranças com outra ética!

Elvira Tristão elviratristao@gmail.com

que hoje se colocam as grandes questões que separam os regimes liberais e os socialistas. Numa tentativa de equilíbrio entre estes dois valores, desenvolveram-se os regimes social democratas. Mas uma social-democracia europeia inquinada – que cuidou mais dos direitos de uns do que os de outros - uma política monetarista cega e o deslumbre pelo liberalismo sem limites éticos, conduziramnos ao ponto onde nos encontramos. O agravamento das dificuldades sociais, o aumento abissal entre ricos e pobres, deixam-nos convictos de que é necessário mudar de vida, que é, como quem diz, de políticas. Para isso é necessária uma nova ordem mundial. Não a que nos impõem os sacrossantos mercados, mas a que resulte de um exercício de cidadania capaz de exigir lideranças com outra ética. PUB

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É, pois, em torno deste dualismo que julgo

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e nós...

Vera Alves, Psicoterapeuta e Terapeuta de Casal vera.alves.psi@gmail.com

o primeiro ano Quando se casa ou se vai viver maritalmente surgem muitas expectativas e fantasias boas. O facto de estarmos enamorados, apaixonados, faz acreditar que o futuro a dois será fácil e para sempre. A nova casa significa o partilhar, o juntar de “coisas”, objetos, educação, valores, vivencias e personalidades. É esta adaptação que torna os primeiros meses por vezes tão difíceis. É quando há o confronto entre o que é meu, e o que é teu. É quando começamos a formar o que é nosso. Podem ser meses complicados, e a frustração e a desilusão podem aumentar o conflito. É normal sentir estas emoções, fazem parte do amadurecimento do casal. Por exemplo a gestão da casa tem a ver com os hábitos da família de origem. Dizer: “a comida da minha mãe é melhor” ou “o meu pai não deixa a roupa espalhada pela casa”, acentuam as diferenças. Cada um PUB

34 • dada

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leva os seus hábitos para a nova casa esperando que o outro os adote. No entanto, estão a criar uma nova família. É comum uma das partes ceder para evitar o conflito. Se a cedência for razoável e não trouxer zanga, ótimo. A minha experiencia clínica mostra, contudo, que a zanga vem depois. “Cedi tanto e não fui compensado(a)”. Este sentimento de zanga e injustiça acaba sempre por surgir numa discussão. O mais saudável e equilibrado é a cedência de ambos. Ambos têm que ajustar o que trazem de cada família e o que querem para a sua. Num casal uma parte estava habituada a dormir com o estore aberto, a outra só conseguia dormir com o estore completamente fechado. Como era mais fácil habituar-se a dormir com tudo às escuras foi a primeira que cedeu. Porém para esta era insuportável dormir sem que o lençol estivesse bem dobrado, e a outra cedeu também. Conseguiram ajustar a forma como dormem juntos. Este ajustamento só é possível conversando sobre as diferenças, percebendo o que é melhor para NÓS. Quando nenhum dos lados cede seguemse meses de divergências, de conflito e de sofrimento, o que leva, muitas vezes, à implicância, à zanga e à rutura. São as “pequenas coisas” geridas pelo casal através da divisão de responsabilidades, partilhas, cedências e tolerância que tornam a relação mais saudável. Tentem.


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mulheres modernas Namorar já não é como era. As mulheres crescem mais livres e independentes, mas os estereótipos persistem e a imagem da mulher continua ligada à sedução e às tarefas da casa Os usos e costumes que qualquer sociedade defende são fruto de leis religiosas. Isso vale para o cristianismo, a civilização egípcia, ou até mesmo para uma tribo no meio da Amazónia. O Novo Testamento escreve que as mulheres “devem guardar silêncio” e Deuteronómio declara que, se uma mulher não sangrar na noite de núpcias, “os homens da sua aldeia devem apedrejá-la até à morte”. Uma oração dos judeus ortodoxos agradece a Deus “não me ter feito mulher” e o Alcorão estipula que uma mulher herda menos que um homem e que o testemunho de uma rapariga tem metade do valor do de um rapaz. 36 • dada

por António Dias O paradigma do comportamento feminino desde que o ser humano existe é o da obediência às autoridades masculinas e de uma movimentação estrita no espaço doméstico. São raras as civilizações matriarcais e, mesmo nessas, a pessoa do sexo feminino é sobretudo remetida para o papel doméstico. O namoro, enquanto xadrez social, pode desencadear a suspeita sobre a honra de uma jovem. Daí as normas e as restrições. Cecília Barreira, professora de Cultura Contemporânea, na Universidade Nova de Lisboa,


em foco lembra que, no passado, “o namoro existia enquanto estratégia de sedução, como forma de se alcançar o casamento, a respeitabilidade e a aceitação sociais. Uma jovem devia mostrarse esquiva e desentendida face às solicitações masculinas. Os homens galanteavam, envaideciam, aliciavam”. Há livros sobre a “linguagem dos leques, do olhar, das mãos; sobre a forma mais usual e convencionalmente aceite de se escreverem cartas, entre outros”, acrescenta a docente. É, pois, neste jogo que decorria o encantamento. “O que interessava era arranjar um pretendente à altura, do ponto de vista social e económico, que desposasse a jovem iniciada”. A escola ensinava as meninas a lidar com a vida doméstica, era essencial que aprendessem a cozinhar e a remendar meias.

objeto sexual

Será tudo isto diferente dos dias de hoje? “Quando casei, o que de mim se esperava, além da procriação continuada, era que passasse o dia a arrumar a casa, a cozinhar pratos requintados e a vigiar a despensa. Hoje, a estas tarefas vieram juntar-se outras: as mulheres modernas são também supostas ser boas na cama, profissionais competentes e estrelas nos salões”. Palavras de Maria Filomena Mónica num texto de opinião para o projeto “Mulheres Portuguesas do Século XX”. A historiadora e socióloga acha que “isto é uma utopia”. A liberdade e a consagração de diversos direitos trouxerem aspetos positivos, porém a mulher continua com um papel marcadamente sexual, doméstico e maternal.

por detrás da representação, encontra-se um outro intuito escondido: o de criar nas mulheres a autoimagem negativa de que elas não são perfeitas”, defende Adília Maria Gaspar. A filósofa portuguesa acredita que “a indústria da moda visa criar necessidades inesgotáveis de consumo”. Provavelmente tem a ver com gostos. As mulheres preferem falar de vestidos, os homens de futebol. Eles são mais materialistas, as mulheres mais sensíveis. A diferença até pode ser verdadeira, mas a questão está em como isso influencia o comportamento social, ao remeter a mulher para um papel menor. No cinema e na televisão, o sexo feminino tem de seduzir e agradar ao sexo masculino, eles só precisam de responder ao apelo feminino. Mas, na vida real, como

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Basta folhear revistas, ir ao cinema, ver televisão e analisar a publicidade, que continua a veicular estereótipos que ainda apresentam as mulheres a promover produtos de cozinha e os homens a conduzir carros velozes. “Deste objetivo decorre a glorificação do corpo, mas

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»ontem

»hoje

1

A mulher era ensinada a ser a melhor dona de casa. As aulas de lavores na escola, a separação entre sexos e as limitações profissionais empurravam as meninas para as funções domésticas

2

O objetivo era encontrar o melhor marido

1

A escola promove a igualdade e a lei proibe os salários diferenciados entre sexos

2

O objetivo é estudar e ter uma profissão. Ser independente

3 4

Ter filhos é caro, difícil e complexo e, por isso, é relegado para segundo plano

3

A maternidade era vista como uma prioridade

A mulher tem direitos, pode colocar em tribunal empresas ou pessoas que a discriminem

4

5 6

A legislação quase proibia a mulher de se expor fora de quatro paredes e tinha que casar para ser respeitada socialmente

5

Os rituais de enamoramento são curtos, rápidos e ela tem o poder de acabar com tudo

O vestuário era classico e defendia o pudor. Ela tinha que ser recatada

6

Os rituais eram longos, e cada passo era analisado. O primeiro beijo, o primeiro encontro, a apresentação aos pais. Ela devia manter-se virgem até ao casamento

7 8

O vestuário é livre e pode ser sensual

7

Ela escolhe um homem que lhe agrade e pode casar ou não

8

Ela namora cedo, na escola, sem constrangimentos familiares

A mulher tinha que esperar pelo homem para tomar decisões

ser mulher na intimidade

Ela tinha que pedir autorização para namorar e casar. Os pretendentes eram aprovados pelos progenitores

A mulher será sempre mulher. Esbatem-se as diferenças e respeitam-se os opostos. No ato de namorar houve mudanças. Os pais já têm pouco poder de decisão sobre o futuro das suas filhas. Elas crescem mais livres e independentes. Recordemos o passado e presente de ser mulher na intimidade.

38 • dada faça gosto na página da revista dada www.facebook.com/fbrevistadada


em foco

«Quase metade das pessoas que casa (civil e religiosamente) acaba por se separar»

pode ser isso possível quando há mais mulheres no mundo que homens? “Sem dúvida que a moral forçada pela religião teve, e ainda tem, um papel importante nos sonhos das mulheres. Muitas ainda desejam casar na igreja, a maior parte quer um vestido de noiva, sonha com o ritual, numa espécie de reconhecimento social da sua subjugação”, considera a docente.

O fim das relações traz para a sociedade mais mulheres que procuram parceiro e a felicidade. Por vezes preferem pessoas mais novas, uma prática que era comum nos homens e é cada vez mais aceite no sexo feminino. As estrelas de cinema deram um forte impulso a esta nova tendência. Madonna, de 52 anos, mantém uma relação com o dançarino Brahim Zaibat, de 24 anos. Explica a cantora numa entrevista: “os homens mais velhos são, geralmente, rabugentos, gordos e carecas. Os jovens são mais bonitos e aventureiros”.

namorar homens mais novos

Poucas décadas separam o “namoro à janela” dos sites de encontros na internet. Os rituais persistem, mas por outros meios e veículos. A mulher é mais liberal e ao libertar-se do jugo do homem altera o paradigma social. Em 2010, registaram-se menos casamentos religiosos (cerca de 16 mil, contra os 19 mil de 2009); a idade média de casamento voltou a aumentar, situando-se nos 31,6 anos para as mulheres (30,8 em 2009); os divórcios aumentaram 5,3 por cento em relação a 2009. Quase metade das pessoas que casa (civil e religiosamente) acaba por se separar. Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam, ainda, que houve uma ligeira redução de famílias com filhos.

1 com9h00 pras

8h00 escola dos miúdos

12h30 almoço com amigas

Mas a vida das mulheres não é fácil e apesar de toda a liberdade conquistada, Maria Filomena Mónica lembra que a luta tem de continuar”. É que “nem a mais super das super-mulheres pode levar as crianças à escola, atender os clientes no escritório, ir à hora do almoço ao cabeleireiro, voltar ao escritório onde a espera sempre um problema urgente, fazer compras num destes modernos supermercados decorados a néon, ler umas páginas de Kant antes de mudar as fraldas do pimpolho, dar um retoque na maquilhagem, telefonar a três “babysitters” antes de arranjar uma, ir ao restaurante jantar com os amigos do marido, discutir a última crise governamental e satisfazer as fantasias sexuais democraticamente difundidas pelos canais de televisão”.

16h00 reunião de trabalho

sábado lavar e passar roupa

Hoje, as mulheres assumem a sua condição de ser humano e têm plena consciência da sua importância no mundo moderno e querem ser respeitadas por isso.d

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quizzzz no 1. Em que país a zoóloga Dian Fossey estudou grupos de gorilas durante 18 anos?

2. Como é mais conhecida Billie Holiday, uma referência da história do jazz? Lady Day

Congo

Lady Singer

Ruanda

First Lady of Song

Nigéria 4. Onde nasceu a poetisa Natália Correia? 3. As mulheres exerceram pela primeira vez o direito de voto em 1893. Em que país?

Suécia

Lisboa

França

Porto

Nova Zelândia

Açores

5. De que país Cleópatra, uma 6. Que estilista é considerada das mais conhecidas mulheres a pioneira da Moda em da história da humanidade, foi Portugal? governante? 7. O primeiro bebé-proveta Fátima Lopes do mundo foi uma menina. Egito Em que ano nasceu? Ana Salazar Turquia Maria Gambina 1982 1978 1980 Grécia 9. Que género musical notabilizou Amália Rodrigues? Fado Opera 8. Quantas mulheres foram eleitas chefes de estado ou de governo no século XX? 18 28 40 • dada

38

Mornas

10. Rosa Mota, é uma das maiores maratonistas do séc. XX. Em que ano ganhou a medalha de ouro nos J.O. de Seul? 1988

1992

1996

Soluções: 1.Ruanda, 2.Lady Day, 3.Nova Zelândia, 4.Açores, 5.Egito, 6.Ana Salazar, 7.1978, 8.28, 9.Fado, 10.1988


o feminino 11. Que outro nome tem a pintura da Mona Lisa, de Leonardo da Vinci ?

13. Em 1964 que estilista “democratizou” a mini saia?

Gioconda Giovanna

Coco Chanel

Giorgina

Jean Patou Mary Quant

12. Que mulher, símbolo do movimento dos direitos civis dos negros nos EUA, ficou famosa por se ter recusado a ceder o seu lugar no autocarro a um branco ?

14.Indira Gandhi foi a primeira mulher a ocupar o cargo de primeira-ministra de que país? Índia

Rosa Parks

Paquistão

Rosa Luxemburgo

Bangladesh

Rosa Passos

16.Que mulher de Arraiolos, que morreu com 101 anos, em 1993, foi modelo para o primeiro busto da República?

15. Qual a nacionalidade da cantora Shakira? Colombiana

Ilda Pó

Mexicana

Ilda Pulga

Peruana

Ilda Pinto 17.Em que pais nasceu Marie Curie, laureada dos prémios Nobel da física e da química? Polónia França Suíça

18. Florbela Espanca foi uma célebre? Poetisa

Pintora

Cantora

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Soluções: 11.Gioconda, 12.Rosa Parks, 13.Mary Quant, 14.Índia, 15.Colombiana, 16.Ilda Pulga, 17.Polónia, 18.Poetisa


700 anos do Foral do Cartaxo O historiador Rogério Coito, pesquisou documentos dispersos e organizou uma coletânea, com nomes de pessoas e factos, registos pouco conhecidos, ordenandos por épocas, a que deu o título “Cartaxo – No cruzar dos tempos”. O livro vai ser apresentado dia 3 de março

Perfaz em 21 de março 700 anos que o rei D. Dinis, sua mulher Isabel de Aragão e o primogénito infante Afonso, mais tarde rei Afonso IV, concederam ao Cartaxo a Carta de Foral que marca cronologicamente o nascimento do Lugar. Nestes 700 anos o Lugar cresceu, aumentou e hoje é uma cidade. Homens e mulheres arroteando os montes maninhos, cultivaram a terra com o suor dos seus rostos até à chegada das máquinas nas ajudas do trabalho campestre, que foi durante décadas o grande suporte do desenvolvimento económico. No espaço e memórias que se cruzam o FORAL é um marco na vida coletiva da povoação. Uma data que rege oficialmente o nascimento do Lugar do Cartaxo e que merece que se fale nela. 42 • dada

o livro

“Cartaxo – No cruzar dos tempos” não é um livro de História, mas sim um livro de histórias e memórias de pessoas e factos, uns mais conhecidos que outros, que pretendem vir a ser um contributo subsidiário para que um dia se possa organizar, uma bem documentada História do Cartaxo. As freguesias também são citadas nesta obra numas memórias com história. E para interpretar a memória alusiva a cada uma, cada texto tem uma ilustração temática. O autor pesquisou velhos alfarrábios, entrelaçando a tradição oral com documentos e textos. O livro traz até há época contemporânea um conjunto de informações sobre uma terra antiga e o seu desenvolvimento.


o autor

O historiador, Rogério Coito, considerado o decano de colaboradores da imprensa escrita no concelho, começou na Ereira como correspondente do “Notícias do Cartaxo”nos idos dos anos 50 e 60 do século passado, passou pelo “Diário Popular” de Lisboa e o “Povo do Cartaxo” e atualmente dá a colaboração semanal ao “Correio do Ribatejo” de Santarém, assinando muitas vezes com o pseudónimo literário de Luis do Montejunto. Rogério Coito é licenciado em História, tendo feito todos os seus estudos como trabalhador-estudante, autor de alguns livros, cofundador da Associação Pulsar, colaborador a título gracioso em manifestações de caráter cultural acontecidas na área do Município tendo integrado as comissões

comemorativas do bicentenário de Garrett e dos 150 anos de nascimento de Marcelino Mesquita, foi distinguido em 2010 com a Medalha de Mérito Municipal e em 2011 com a Placa de Honra da Junta de Freguesia de Ereira.

Tudo entrelaçado, trata-se de uma evocação de um documento base importante na vida do Cartaxo como é o Foral e uma homenagem a todos que tornaram possível construir esse alicerce da sua história. O prefácio está a cargo de Ana Benavente uma mulher que não sendo bairrista, no sentido tradicional da palavra, adora a sua terra e dela partiu para o mundo. Entre outras coisas recorda que em tempos tentou que houvesse nas escolas um tempo semanal para o estudo da história local. Não foi bem sucedida, mas o registo fica. Alice Lázaro, investigadora com uma vasta obra publicada, é uma das pessoas convidadas para a apresentação do livro.

info Sessão pública de apresentação do livro

“Cartaxo – No cruzar dos tempos”

Sábado, 3 de Março, 16h00 Auditório Municipal da Quinta das Pratas Participação de oradores convidados numa evocação aos 700 anos do Foral do Cartaxo. Animação a cargo do Grupo Juvenil de Sopro da banda de música da Sociedade Filarmónica Ereirense

dada • 43


agenda

CORVOS

visitam anos 80 Teatro Sá da Bandeira Santarém, 24 fevereiro sexta-feira, 21h30

Uma noite animada por um grupo que tem tido um percurso impar e uma postura emblemática, talvez mesmo de culto. Num espetáculo onde os fabulosos hits dos 80 vão desfilar, certamente um concerto a não perder

exposição pintura Casa do Brasil, Santarém quarta-feira, 29 de fevereiro, 18h30

V Maratona BTT Cartaxo 26 Fevereiro 2012

Inauguração da exposição de Pintura: “máscaras rituais do Douro e Trás-osMontes”, da pintora Balbina Mendes

O Clube Ciclismo José Maria Nicolau, juntamente com Trilho Perdido, organizam a V Maratona BTT da Cidade. As inscrições estão abertas até 22 de fevereiro saiba mais em www.trilhoperdido.com.

“opinião com futuro” penúltimas sextas-feiras de cada mês

22h às 23h bar Quo Vadis

44 • dada

“Opinião Com Futuro”, é uma iniciativa da Futuro Sem Prazo, um espaço para debater temas atuais e pertinentes do âmbito nacional.



à mesa

Na culinária, a lima é valorizada quer pela acidez quer pelo aroma floral do sumo e da

lima

uma aliada refrescante

raspa da casca. Talvez a sua utilização mais

e protetora

famosa seja na cozinha tailandesa. Também

A lima é amplamente utilizada em conservas, geleias, compotas, molhos, confeitaria, gelados, sobremesas, bebidas e cosméticos.

é usada pelas suas propriedades de conservação no ceviche. As folhas da lima também são muito usadas na gastronomia do Sudeste Asiático.

Os benefícios anticonstipações desta fruta são muitos, por isso deve ter a preocupação de a incluir regularmente na sua dieta alimentar, especialmente nas mudanças de estação, quando ficamos mais vulneráveis ao ataque dos vírus respiratórios. Os frutos cítricos como a lima e o limão são uma poderosa fonte de vitamina C. Ricos em antioxidantes, fortalecem as defesas do organismo e são preciosos aliados contra o envelhecimento.

SUMO DE LIMA COM MEL receita para 6 porções ingredientes 1 chávena de sumo de lima 5 chávenas de água 2 / 3 chávenas de açúcar branco 2 colheres de sopa de mel confeção Num jarro, misture o sumo de lima, a água, o açúcar e o mel. Mexa até o açúcar dissolver. Reserve no frigorífico. Servir com gelo picado.

46 • dada

Refrescantes, vitamínicos e protetores, os citrinos são os melhores aliados da nossa alimentação.

Muitas bebidas podem ser decoradas com uma fina fatia da fruta ou uma tira em espiral da sua casca (twist). No México, bem como em alguns outros países, é comum servir cerveja com lima.


Ideias para Saborear Fátima Jou Correia fatinha.jou@gmail.com

pudim de lima ingredientes 1 lata de leite condensado, a mesma medida de leite de vaca, 12 ovos Raspa e sumo de 3 limas confeção Caramelize uma forma de pudim com 300grs de açúcar e reserve. Bata 6 gemas com 6 ovos inteiros, passe por um coador. Misture o leite condensado com o leite de vaca e adicione os ovos batidos, o sumo e a raspa das 3 limas. Deite o preparado na forma caramelizada e vai ao forno durante 30 minutos.

No mês de São Valentim, ao visitar a página BOM APETITE! Ideias para Saborear, encontrará agradáveis degustações para surpreender num jantar a dois… www.facebook.com/pages/Ideias-para-Saborear

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municípios

contactos úteis

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CARTAXO

Câmara Municipal Largo Município T. 263 400 400 www.cm-azambuja.pt Centro Cultural Páteo Valverde Páteo Valverde T. 263 400 473 dds-ml@cm-azambuja.pt

CARTAXO Câmara Municipal Praça 15 Dezembro T. 243 700 250 www.cm-cartaxo.pt Centro Cultural Rua 5 Outubro T. 243 701 600

santarém Câmara Municipal Praça do Município T. 243 304 200 www.cm-santarem.pt Teatro Sá da Bandeira Rua João Afonso T. 243 309 460 tsb@cultur.pt

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Apaac 243 770 032 Bombeiros Municipais 243 700 800 Centro de saúde 243 700 650 Cruz Vermelha 243 701 050 Proteção Civil 243 700 288 PSP 243 702 022 Táxis 243 702 592

santarém Banco Alimentar 243 306 640 Bombeiros Voluntários 243 377 900 Cruz Vermelha 243 323 374 Hospital Distrital 243 300 200 (urgências) 243 300 258

1º lugar no ranking nacional de vendas

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Na Remax desde junho de 2009, Rita Monteiro, fechou o ano de 2011 em 1º lugar no Ribatejo, em acumulado de faturação, trabalha os imóveis do concelho do Cartaxo.

Rita Monteiro é natural do Cartaxo, licenciada em contabilidade e fiscalidade, divide o seu tempo entre a Remax, dois filhos e a política local, atualmente como deputada na Assembleia Municipal do Cartaxo e na Assembleia de Freguesia do Cartaxo. Quando lhe perguntam como consegue estar em tantas frentes ao mesmo tempo, Rita Monteiro diz que “tudo se resume a disciplina, persistência e organização”.

Apesar da crise instalada, ainda há quem consiga superar os obstáculos e atingir recordes. É o caso de Rita Monteiro, angariadora imobiliária da Remax Principal, instalada em Santarém desde fevereiro de 2011, e que no mês de junho de 2011 se classificou em 1º lugar no Ranking Nacional de vendas imobiliárias entre 3000 consultores de todo o país. Quando se fala que não se estão a vender casas em Portugal, Rita Monteiro diz que “o mercado está realmente mais agressivo, mas a crise não pode servir de desculpa para a falta de resultados. É nas alturas de crise que invisto mais que nunca e, logicamente, isso reflete-se no resultado final. É necessário SEMEAR PARA COLHER.”

dada • 49


(Carlos de Oliveira)

opinião

pringles e felicidade

“não há machado que corte a raiz ao pensamento”

Ana Benavente, Socióloga benavente.ana@gmail.com

Março de 62 foi, há 50 anos, uma das datas que mudou a minha vida. No dia 24 de março de 1962, nas celebrações do Dia do Estudante, iniciou-se uma crise académica nas Universidades e nalguns Liceus portugueses que afirmou a liberdade num país de ditadura.

Ouvi dizer no liceu que haviam plenários no Estádio Universitário. Não conhecia tal palavra, mas queria saber o que era. Pois em março de 62 fui, com o pretexto de uma ida à Biblioteca Nacional, ao Estádio Universitário, a um PLENÁRIO.

E porque foi março de 1962 tão importante para mim, se, com 16 anos, de uniforme ou de bata, vivia entre o internato Sidónio Pais, sempre acompanhada por prefeitas severas e vigilantes, e o Liceu Maria Amália, presa em frios casarões de onde raramente saía?

O meu coração bateu com tanta força quanta a das palmas maravilhadas. Que bem falavam o Eurico Figueiredo, o Jorge Sampaio e o Medeiros Ferreira. Senti-me entre os meus, sem saber o que isso queria dizer. Tinha a certeza de que havia outros mundos e que eu faria parte deles.

Porquê? Porque não percebia porque me diziam sempre não quando aos rapazes diziam sim (ir ao cinema, ao baile, sair, simplesmente SAIR dos espaços fechados em que vivia, numa Lisboa estreitinha, os dias da minha, da nossa vida feminina).

O resto do ano passou a correr, inventei cada vez mais mentiras para sair do Sidónio.

Porquê? Porque tinha lido “Carta a uma jovem portuguesa”, publicada na Via Latina em 1961 (Associação Académica de Coimbra) e nessa “Carta” vi-me ao espelho. Li o destino das raparigas, das mulheres. A “casa” nunca me atraiu. Não gostava de obedecer sem saber porquê. Detestava o poder sem fundamento. Tinha uma ânsia de liberdade a que não sabia dar nome. Março de 62 foi a minha primeira infração perigosa. Tudo é relativo. Podia levar à expulsão do Sidónio e à zanga dos meus pais. 50 • dada

E, em outubro de 62, lá estava eu, aluna do 1º ano de românicas, a dizer ao Medeiros Ferreira que queria trabalhar com a Pró-Associação de Letras, sem pedir autorização a ninguém. Com 17 anos. Outro mundo começou, feito de esperanças, de trabalho e de lutas. E, a partir de então, continuei o caminho que março me mostrou: “Estudante consciente do caminho a percorrer, vamos dar as nossas mãos, unidos até vencer. Hoje, 50 anos mais tarde, digo-vos, meus amigos de março de 62: liberdade, fraternidade e igualdade. SEMPRE. Aprendi esta lição convosco e foi o que de melhor aprendi em Portugal.




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