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Buffer de gestão de impactos, riscos e oportunidades de conservação da biodiversidade
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BUFFER PARA GESTÃO DE IMPACTOS E OPORTUNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE
A principal referência metodológica para gestão da biodiversidade do Grupo Engie, também considerada na Fase 1 do Projeto, é o Local Instruction Biodiversity Management V. 5.0 (2015), o qual adota duas abrangências espaciais para priorização de ações conforme tipo de atividade produtiva: i) entre 0 e 1km de proximidade de áreas protegidas, com e sem barreiras naturais ou artificiais; ii) entre 1 e 15 Km de proximidade de áreas protegidas, com e sem barreiras naturais ou artificiais. Com base nessa referência, o chamado buffer de 15 Km ao redor da Usina foi adotado porque norteou as análises espaciais da Fase 1 e, em parte, da Fase 2. Outras duas abrangências espaciais foram adotadas para aprofundar os parâmetros da Fase 1 assim como analisar as informações locais relevantes, além de serviços ecossistêmicos, conforme detalhes a seguir.
BUFFER DE 15KM
MUNICÍPIOS ENGIE, 2015
ANA, 2017
IBGE, 2017 Polígono de contorno delimitado a partir de um raio de 15km da área de projeção do reservatório
Ottobacias que intersectam o Buffer de 15km e drenam para o reservatório
Municípios que intersectam as Ottobacias de Nível 6, que intersectam o Buffer de 15km e drenam para o reservatório 1
57
20 255.281,79
405.015,6
918.294,06
REFERÊNCIA CRITÉRIO ESPACIAL Nº ÁREA TOTAL
(ha)
Essas três referências espaciais, muito embora apresentem correlação direta com o Buffer de 15 Km, apresentam diferentes aspectos positivos e negativos sob o ponto de vista da gestão de riscos, impactos e oportunidades de conservação da biodiversidade na área de influência da Usina Hidrelétrica Salto Osório.
BUFFER DE 15KM PRÓS
• Referência corporativa do Grupo Engie
• Menor área espacial e complexidade de gestão CONTRAS
• Embasamento técnico não identificado
• Incompatibilidade espacial com feições físicas e biológicas (exceto no caso de mapeamentos delimitados)
• Incompatibilidade espacial com dados socioeconômicos e fluxos de bens e serviços
OTTOBACIAS DE NÍVEL 6 PRÓS
• Referência técnica consagrada para planejamento e gestão de sistemas ambientais (bacia hidrográfica)
• Referência institucional (ANA) com atualizações e disponibilidade de dados cartográficos
• Flexibilidade para ampliações de abrangência (níveis de Ottobacias)
• Compatibilidade com feições físicas, Áreas Estratégicas e Serviços Ecossistêmicos, notadamente os relacionados à água CONTRAS
• Ampliação de área e complexidade de gestão (36% maior que o Buffer de 15km)
• Incompatibilidade espacial com dados socioeconômicos e fluxos de bens e serviços
MUNICÍPIOS PRÓS
• Facilidade de articulação com a esfera pública
• Compatibilidade espacial com dados socioeconômicos e fluxos de bens e serviços CONTRAS
• Limites territoriais políticos não são coincidentes com limites de feições físicas e biológicas, exceto em alguns casos de cursos d’água e linhas de cumeeira coincidentes
• Ampliação de área e complexidade de abrangência (72% maior que o Buffer de 15km)
Percebe-se que o critério de bacia apresenta um maior número de aspectos positivos, corroborando com a adoção dessa unidade de planejamento em distintas esferas e trabalhos, nacionais e internacionais. Em suma, seu uso é consagrado porque constitui um sistema natural, formado por um conjunto territorial topograficamente drenado por um curso d’água e seus afluentes, em que os fenômenos e as interações, notadamente as físicas, mas também, em parte, as biológicas, são mais facilmente interpretados e, por consequência, monitorados.
Assim, considerando que:
• A matriz energética da UHSO apresenta influência e dependência direta de fenômenos e fluxos hidrológicos, principalmente sob o contorno de riscos e impactos notadamente físicos, mas também biológicos e socioeconômicos;
• A região em que a UHSO está inserida é caracterizada por uma paisagem florestal consideravelmente fragmentada, apesar da presença de relevantes fragmentos florestais conservados e áreas naturais protegidas. Nesses locais, as Áreas de Preservação Permanente representam unidades de planejamento e intervenção potencialmente funcionais tanto para ampliar a permeabilidade da matriz e garantir fluxos biológicos essenciais quanto para prover serviços ecossistêmicos de disponibilidade de qualidade de água, inclusive diretamente relacionados à capacidade e vida útil de geração de energia.
Recomenda-se a adoção do conjunto de Ottobacias de Nível 6 como unidade principal de planejamento e gestão de riscos, impactos e oportunidades de conservação da biodiversidade. Tal qual adotado no presente trabalho, recomenda-se adotar, em princípio, as Ottobacias de Nível 6 que intersectam o buffer de 15 Km e drenam para o reservatório da UHSO. Futuramente, no entanto, segundo as necessidades apontadas por novos estudos e/ou resultados de monitoramento, a exemplo da avaliação de serviços ecossistêmicos de erosão e exportação de sedimentos, pode-se ampliar, total ou parcialmente, essa unidade espacial com a adoção de outros níveis de Ottobacias individualmente ou em conjunto. Essa flexibilidade permite potencializar a conservação de Alvos e/ou Áreas Estratégicas com base no direcionamento de Ações Prioritárias em conjunto com Stakeholders sem perder a referência da escala espacial inicialmente adotada, ao contrário, avaliando de forma proporcional e/ou cumulativa a relação de ações e resultados por área de atuação a paisagem.
MAPA DE OTTOBACIAS NÍVEL 6
APLICAÇÕES TRANSVERSAIS E RECOMENDAÇÕES FINAIS
Apresentam-se neste capítulo algumas aplicações transversais e recomendações finais para incorporação e potencialização dos resultados da Fase 2 do Projeto Matriz Biodiversidade, ainda que em caráter experimental, para o planejamento e operação do empreendimento piloto, da Unidade de Meio Ambiente e Responsabilidade Social e para a construção do programa corporativo de gestão de impactos, riscos e oportunidades de conservação da biodiversidade da Engie Brasil Energia como um todo.