JOVEM CORAJOSA

VIDA DE SANTA CATARINA
ALEX ANDRIA
JOVEM CORAJOSA
V IDA DE
SA N TA CATA R I NA DE A LEX AN DR I A
JOVEM CORAJOSA
V IDA DE
SA N TA CATA R I NA DE A LEX AN DR I A


Sa nt a Cat a r i na de A lexa nd r ia, v m, é hon rada como pad roei ra dos joven s, da s fac u ldades de loso a, da s u n iversidades, da s escola s, da cor poração dos molei ros, dos fabr ica ntes de ca rros etc. e, t a mbém, da Cong regação da s I rmã s de Sa nt a Cat a r i na, v m.
Sede s da s província s bra sileira s
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Jovem corajosa : Sant a C at arina de Ale x andria , vm
1a Ed ição – Pet rópol i s – 16/0 6/1979
2a Ed ição – Pet rópol i s – 18/01/1991
3a Ed ição – Pet rópol i s – 25/11/1992
4 a Ed ição – Pet rópol i s – 28/10/1997
5a Ed ição – Pet rópol i s – 13/0 6/1999
6 a Ed ição – Pet rópol i s – 13/0 6/2 0 01
7a Ed ição – Pet rópol i s – 12/10/2 010
8a Ed ição – São Pau lo – 25/11/2 015
9a Ed ição – São Pau lo – 25/04/2 024
1a Ed ição em it a l ia no – Col le d i Va l d ’El sa – 1992
1a Ed ição em f ra ncês – Sokodé/Togo/Á f r ica – 25/11/1998
2a Ed ição em f ra ncês – Roma – 18/01/1999
Impr i ma-se: Ir. Adelaide Schmoeller, madre Coordenadora Provincial da Província Madre Regina
Gratidão
Ag radeço, especia l mente, a Frei Desidério, of m, à s Irmã s Ma Cecí l ia Pet r y, Ma Lí l ia Stöck l, Ma C la ra Dressler, Ma Inácia Red ma n n, à s Irmã s da s Comu n idades do Convento Mad re Reg i na, à s Irmã s da Comu n idade do Hospit a l Sa nt a Cat a ri na e t a mbém à s pessoa s que, de a lg u ma forma, cont ribu í ra m pa ra que este l iv ro se concreti za sse.
Sumário
Introdução .......................................................................................................... 9
Apresentação....................................................................................................10
Primeira parte
VIDA
DE SAN TA C ATARINA DE ALEXANDRI A
I – Nobre, culta e bela ....................................................................................12
II – Pagã e orgulhosa ......................................................................................13
III – Sonho re velador .....................................................................................15
IV – Esposa do Imperador da Glória ..........................................................16
V – Em Alexandria..........................................................................................17
VI – Perseguição .............................................................................................18
VII – Sábia e con ante em Deus ..................................................................19
VIII – Corajosa e vangelizadora ....................................................................20
IX – Tortura e cárcere ....................................................................................21
X – Milagre das rodas despedaçadas ..........................................................22
XI – Conversão da imperatriz e do general Porf írio ...............................23
XII – Martírio da imperatriz e de Porf írio ................................................24
XIII – Morte gloriosa de Santa Catarina , vm ............................................25
Segunda parte
VENER AÇ ÃO A SAN TA C ATARINA
I – Mosteiro ortodoxo de Santa Catarina , Monte Sinai, Egito ..............28
II – Basílica Menor Santa Catarina , Branie wo, Polônia ..........................30
III – Congregação das Irmãs de Santa Catarina ......................................... 32
Terceira parte OR AÇÕES E N OVENA E M HONR A DE SAN TA C ATARINA
Oração atribuída a Santa Catarina , vm.......................................................34
Oração a Santa Catarina ................................................................................34
Novena em honra de Santa Catarina ..........................................................35
Bibliogra a .......................................................................................................38

Introdução
No tempo em que morei em Grot ta ferrata, prov íncia de Roma/Itá lia (16/11/1995-30/12/20 01), recebi de um sacerdote jesuíta, do Su l da Itá lia, a fotocópia da “Passio” (Pai xão de Santa Catarina), documento do sécu lo V I que, resumidamente, narra a v ida de Santa Catarina, v irgem e mártir de A lexandria. É a narrativa mais antiga de que se tem conhecimento sobre esta heroína – uma das santas mais famosas que levam o nome de Catarina. Pelo que, foi louvável, que nesta 8a edição, em português, fossem inseridas modi cações, conforme se lê na “Passio” de Santa Catarina de A lexandria.
Ta mbém fora m in serida s ma i s a lg u ma s i magen s que se encont ra m na s ed ições em it a l ia no, em f ra ncês e da s Fi l ipi na s. A s dema i s fa zem pa r te do a rqu ivo da Prov í ncia Mad re Reg i na, em Pet rópol i s/RJ.
Pessoa s que v i sit a m capela s ou ig reja s ded icada s a Sa nt a Cat a ri na de A lexa nd ria e recorrem a sua i ntercessão, bu sca m con hecer u m pouco ma i s da v ida dest a sa nt a, v i rgem e má r ti r. Os sa ntos, por sua v ida, servem de exemplo pa ra nós, na v ivência do Eva ngel ho, na i m it ação do Verbo de Deu s feito homem, nosso Sa lvador Jesu s Cri sto. Eles nos most ra m que é possível v iver o a mor, a ca ridade, a ju st iça, o perdão g rat u ito – a s v i r t udes em gera l – de ma nei ra heroica. A n i ma m-nos a renova r-nos na fé i ncond iciona l a Deu s, que nos a ma, g u ia, acol he e deseja que todos seja mos sa lvos; que todos nos dei xemos condu zi r por ele. Ma s ele respeit a a l iberdade de cada u m.
Por sugestão da madre-geral, Irmã Ma Vera Lóss, esta edição foi preparada para ser traduzida para o inglês, destinada à missão, nas Filipinas – Ásia –, onde, desde 29/12/2006, atuam nossas missionárias fundadoras daquela comunidade: Irmãs Teresinha Ma Schroeder, Ma Izabel Sandi e Ma Gessi Bohn, acompanhadas pela, então, madre-geral, Ma Armela Rhoden.
Por t udo, Deu s seja louvado! “Tudo concorre pa ra o bem dos que a ma m a Deu s ” ; e mesmo pa ra aqueles que a i nda não o con hecem, ele cont i nua sendo, t a mbém pa ra eles, o Pa i a moroso.
São Pau lo, 18/01/2 013
Irmã Ma Berenice Ziviani, csc
Apresentação
Du ra nte o a no de 1979, Irmã Ma Beren ice Ziv ia n i foi sol icit ada, pelo governo prov i ncia l de ent ão, pa ra escrever a “H i stória de Sa nt a Cat a rina, v m ” , pad roei ra de nossa Cong regação, nu ma l i ng uagem acessível à juvent ude.
Lembro-me per feit a mente de sua s pesqu i sa s, de seu empen ho, ded icação e ent u sia smo. Ela atendeu pront a mente ao ped ido e rea l i zou o t raba l ho com pra zer, poi s sempre gostou de escrever.
Em 198 0, foi i mpres s a a pr i mei r a e d iç ão do p e queno l iv ro Jove m c orajo sa . E s te ag r adou n ão s omente a joven s , p oi s , ao longo de 3 0 a nos , for a m feit a s s ete e d içõ e s em p or t ug uê s , com ti r agen s sig n i c at iv a s .
Ela o t radu ziu pa ra o it a l ia no, sendo i mpresso na It á l ia, em 1992; e pa ra o f ra ncês, i mpresso em Togo, em 1998, e, no a no seg u i nte, em Roma.
Durante o último ano, apesar de seu frágil estado de saúde, ela fez a revisão da última edição. Enriqueceu-o com nova literatura e novas ilustrações que encontrou sobre a vida de Santa Catarina, vm.
Sabemos que Sa nt a Cat a ri na de A lexa nd ria v iveu no sécu lo I V e que a ed i ca nte h i stória de sua heroica v ida cri st ã, bem como o cu lto que l he foi devot ado, pa ssou de geração em geração, at ravés de legenda s, ícones, pi nt u ra s, i magen s.
Irmã Beren ice sempre se i nteressou por este acer vo.
Agora, presenteia-nos, com mu ito bom gosto e sabedoria, com ma i s u ma ed ição do Jovem corajosa.
Papa Francisco, através de sua Exortação apostólica Evangelii Gaudium, convoca os cristãos e todas as pessoas de boa vontade a um mov imento de nova evangelização. Assim, que a leitura da v ida de Santa Catarina, vm, possa contribuir para que isto rea lmente aconteça no mundo atua l, tão necessitado de sentido e de paz.
Ir mã Ma Vera Lóss
Mad re-gera l da Cong regação da s Irmã s de Sa nt a Cat a ri na
VIDA DE SAN TA C ATARINA DE ALE XANDRI A

Coroação da Imaculada Virgem Maria e dos santos: Catarina de Alexandria, João Evangelista, João Batista e Romualdo. Bolonha, Pinacoteca Nacional. Guido Reni, 1642.
I – Nobre, culta e bela
O rei Costus, de Chipre,1 casou-se com Sabinela, mulher prudente e sábia, lha de um príncipe dos samaritanos, que deu a Costus, como dote, terras do Egito, na região de Alexandria. Graças à “oração ao desconhecido Deus dos deuses”,2 deste casamento nasceu Catarina, pelos ns do século III. 3 “O imperador Maxêncio convocou o rei Costus a Alexandria,4 e o nomeou seu conselheiro. Costus foi morar ali, com a esposa e a lha.”5 Cedo, Catarina iniciou seus estudos. Frequentou a Escola de Alexandria.6 Aprendeu as sete artes livres: eloquência, poesia, música, arquitetura, escultura, plástica e coreogra a.

Dot ada de i ntel igência bri l ha nte, tornou-se, em pouco tempo, mest ra na s ciência s. Seu s conterrâ neos a con siderava m a ma i s bela mu l her de seu tempo.
Santa Catarina de Alexandria. Fra Angélico, 1395-1455.
1 Em g rego: Kypros, em t u rco Kibr is, pa í s i n su la r do Med iter râ neo or ient a l, ao lado da cost a t u rca e sí r ia Tor nou-se prov í ncia roma na em 58 a C Poster ior mente, prov í ncia senator ia l, em 22 a C (Cf Grande Enciclopé dia L arou sse Cult ural , p 1377 )
2 Cost u s la ment ava-se por não ter l hos Fez v i r, da Grécia, o lósofo A l fon so, que l he suger iu f u nd i r, em ou ro, a est át ua do Deu s dos deu ses Cont ra qua lquer prev i são, o ou r ives t i rou do cad i n ho u m cr uci xo A l fon so d i sse: “Não devemos acred it a r que se t rat a de u m er ro do ou r ives; u m ser super ior qu i s que i sto acontecesse. Se, por t a nto, est a i magem é ag radável ao Deu s dos deu ses, não deve desag rada r aos corações dos homen s É a este Deu s que devei s supl ica r ” (Cf “Pa ssio” = Pa i xão de Sa nt a Cat a r i na, do séc u lo V I )
3 A v i rgem e má r t i r, Cat a r i na de A lexa nd r ia, na sceu por volt a do a no 288 e mor reu em 307, ma i s ou menos. (Ver: Enciclopé dia e Dicionár io Inter nacional ; Sinai and the Mona ster y of St . C ather ine .) Foi decapit ada no d ia 25/11/307. (Cf. doc u mento do séc u lo V I “Pa ssio” = Pa i xão de Sa nt a Cat a r i na .)
4 A lexa nd ria: cidade e por to do ba i xo Egito, f u ndada por A lexa nd re Magno, em 331, a.C., no sítio da a ntiga Racond h dos fa raós e da Rachótes dos gregos. Estes a chamavam de Leksa nd rión pólis; os roma nos, de A lexand ria; e os t u rcos, de Iska nd rieh. Está sit uada na fa i xa de terra que sepa ra o lago Ma r youth, do Med iterrâ neo. (Ver: Enciclopé dia e Dicionár io Inter nacional .)
5 Cf “Pa ssio” (Pa i xão de Sa nt a Cat a r i na), do séc u lo V I
6 Escola de A lexa nd r ia : conju nto de sábios que a i ntel igente proteção dos ptolomeu s reun i ra na cidade de A lexa nd r ia A bibl ioteca de A lexa nd r ia foi f u ndada por P tolomeu s Soter, no a no 283 a C (Cf Enciclopé dia e Dicionár io Inter nacional ; Sinai and the Mona ster y of St C ather ine )
II – Pagã e orgulhosa

Catarina de Alexandria.
Arte bizantina. Victor, século XVII.
“Qua ndo Cost u s ca iu doente, fez cha ma r a l ha em sua presença. Con ou-l he o cr ucixo de ou ro7 e recomendou-l he não adora r a out ro Deu s a não ser este. Ele não teve a possibil idade de con hecê-lo, ma s t i n ha a cer teza de que aquele Deu s se revela ria à l ha. Enqua nto a con st it u ía herdei ra de todos os seu s ben s, recomendou-l he toma r por esposo somente u m homem que, como Cat a rina, possu í sse toda s a s ma iores prerrogat iva s: beleza, nobreza, riqueza, cu lt u ra e sabedoria.”8
Cost u s fa leceu. Sabi nela e
Cat a ri na fora m resid i r na reg ião de Mont a n ha Neg ra, no C h ipre. A l i, Sabi nela con heceu o erem it a A na n ia s, que l he revelou o Deu s verdadei ro e a in st ru iu na fé. Sabi nela aderiu a Jesu s Cri sto e recebeu o Bat i smo. Insi st ia com a l ha pa ra que, t a mbém ela, se zesse d i scípu la de Cri sto. Cat a ri na resi st ia e ref ut ava todos os a rg u mentos apresent ados pela mãe, em favor de Jesu s Cri sto.
Cat a ri na est ava em idade de cont ra i r mat ri môn io. A mãe a exor t ava pa ra que recebesse u m esposo. Os g ra ndes do rei no, do qua l Cat a ri na era herdei ra, l he ped ia m o mesmo, pa ra que o rei no não perecesse pela rebel ião dos a mbiciosos. Prí ncipes de d iversa s reg iões ouv i ra m fa la r de sua sabedoria e beleza e desejava m ca sa r-se com ela. Cat a ri na pri mava na s ciência s profa na s e d izia à mãe e a seu s pretendentes: “Encont ra i-me
7 “Pa ssio” = Pa i xão de Sa nt a Cat a r i na
8 Id
u m esposo que seja sábio, belo e nobre: em u ma pa lav ra, da mesma cond ição que eu, e, por a mor a vós, estou pront a a recebê-lo por ma rido”. Ta l respost a ent ri stecia a mãe e os prí ncipes.
Sabi nela acorria à erm ida de A na n ia s e l he ped ia que ora sse a Deu s em favor de sua l ha.
III – Sonho revelador

Santa Catarina, com os pagãos (detalhe). Capela Santa Catarina, Basílica de São Clemente, Roma. Masolino da Panicale, 1383-1425.
Sabinela aconselhou Catarina a conversar com o eremita. Este lhe fa lou de Jesus Cristo, lho da Virgem Maria e, com base no Evangelho, explicou-lhe suas v irtudes, seus feitos, seu amor, sua v ida, de ta l modo que Catarina cou marav ilhada, e quis vê-lo. O eremita mostrou-lhe, então, uma pintura que representava a Virgem Maria com o menino Jesus nos braços. E aconselhou Catarina a retirar-se em seu quarto e a orar à Virgem Maria para que lhe desse a graça de ver aquelelho e para que pudesse tornar-se esposa dele. Em casa, retirou-se, em seu quarto, em oração prolongada, e adormeceu. Em sonho, “Viu, num prado, a Virgem Maria sentada num trono, com o menino nos braços; porém, não lhe v ia o rosto. Catarina posicionou-se para melhor vê-lo, mas o menino, v irando a cabeça, se subtraia a seu olhar. Maria, então, fez notar ao lho a presença de Catarina; mas ele respondeu que Catarina, apesar de ser tão v irtuosa, não se igua lava, em v irtudes, a suas éis ser v idoras. Por isso, ele não se dei xava ver, até que ela não se decidisse a seguir seus mandamentos.
Cat a ri na esperou, com i mpaciência, que se zesse d ia”. 9
Pela ma n hã, ju nto com sua mãe Sabi nela, foi ao encont ro do erem it a, contou-l he o son ho e ped iu-l he que o i nter pret a sse e l he expl ica sse o que deveria fa zer.
“C heio de a leg ria, o erem it a a in st ru iu na fé e a bati zou.”10
9 “Pa ssio” = Pa i xão de Sa nt a Cat a r i na
10 Id
IV – Esposa do Imperador da Glória
Catarina, emocionada com as graças recebidas, confortada e cheia de a legria, aprof undava-se no conhecimento e na fé no Deus verdadeiro.
Não conseguia esquecer o sonho e desejava Cristo Jesus para esposo.
“Cer to d ia, Cat a ri na foi a rrebat ada em êx t a se e v iu a Ra i n ha dos céu s que d i sse ao men i no, que t razia nos braços: ‘Vê, l ho meu, a t ua ser va Cat a ri na não hesitou em cu mpri r t ua vont ade. Ol ha-a! Vê o qua nto ela é sábia e o qua nto é bela’.”
O Cri sto a conv idou a aprox ima r-se. Prost rada, Cat a ri na d i sse: “Como é possível que eu, a ssi m m i serável, ten ha achado g raça a teu s ol hos, e que t u te d ig nes de con hecer-me? ” .

Casamento místico de Santa Catarina. Budapeste. Lucas Cranach, 1472-1553.
Ent ão, a sen hora, ao toma r a mão de Cat a ri na, apresentou-a ao l ho Jesu s Cri sto, que l he fa lou: “Recebe o a nel da fé, o selo do Espí rito Sa nto, pa ra que t u seja s, de agora em d ia nte, m i n ha esposa el... e não aceites nen hu m out ro por esposo ” .
Qua ndo a v i são se es va neceu, Cat a ri na v iu o a nel no dedo e compreendeu que não t i n ha sido u m son ho.11 A ca ridade d iv i na a abrasava e a envolv ia em respeitosa ternu ra pa ra com o Sen hor Jesu s, seu esposo. Ele a cu mu lava de g raça s. Cat a ri na pa ssou a ded ica r seu tempo à contemplação, oração, leit u ra e med it ação da Sag rada Escrit u ra, especia l mente, dos tex tos dos Eva ngel hos. Ela cost u mava excla ma r: “Ó pecadora, como perd i meu tempo na s t reva s dos l iv ros profa nos! Cat a ri na, ei s o Eva ngel ho de teu esposo! Põe teu coração a est udá-lo, cu idadosamente, a m de que possa s chega r à lu z da Verdade! ” .
11 “Pa ssio” = Pa i xão de Sa nt a Cat a r i na
V – Em Alexandria

Santa Catarina de Alexandria, diante do Castelo dos Condes, em Gent Hortulusmeister, 1510-1524.
Biblioteca Nacional, Viena.
Os g ra ndes do rei no ped ia m a Cat a ri na que se ca sa sse. Ela respond ia:
“Sou esposa do Rei A lt í ssi mo, o Sa lvador do mu ndo. Ei s o a nel pelo qua l o Sen hor Jesu s me decla rou sua esposa ” .
Os prí ncipes cont i nuava m a in si sti r.
Cat a ri na queria ser v i r u n ica mente a Deu s. Ped iu à mãe que retorna ssem
a A lexa nd ria, ao pat ri môn io que l hes per tencia, por hera nça. Con a ra m o rei no a u m governador e pa r ti ra m. Sabi nela sent ia-se fel i z com a s boa s i ncl i nações da l ha. Por esse tempo, em A lexa nd ria, Sabi nela fa leceu em pa z.
Cat a ri na, zelosa mente, ad m i n i st rava seu s ben s e cu idava dos ser vos.
Di st ribu ía v iveres e vest i ment a s ent re eles. Da abu ndâ ncia da for t u na de seu pa i, ela fa zia esmola s aos pobres. “Os prí ncipes, pretendentes de sua mão”, ent re eles, o l ho do i mperador, ca ra m desapont ados. Acusa ra m Cat a ri na de cri st ã, ao i mperador Ma xêncio,12 que deu ouv idos aos men sagei ros dos prí ncipes. Determ i nou que Cat a ri na fosse v ig iada, secret a mente.
Em breve, ele mesmo i ria a A lexa nd ria. Fica ra sabendo que a jovem era sobri n ha de seu pri mo Con st a nt i no, seu i n i m igo mor t a l, que o expu l sa ra de Roma.
12 Ma rc u s Au rel iu s Va ler iu s Ma xent iu s, i mperador roma no de 30 6 até 312 , era l ho de Max i m ia no Hérc u les Em 307, foi ex pu l so por seu pa i, au x i l iado por Con st a nt i no, gen ro de Ma x i m ia no Por est a oca sião, ref ug iou-se na Á f r ica, onde se tor nou célebre e od ioso pela perseg u ição aos cri st ãos e por sua s cr ueldades Em 312 , foi vencido por Con st a nt i no; e, ao f ug i r, na ponte M i lv iu s, pereceu a fogado no r io Tibre, em 28/10/312 (Cf Enciclopé dia e Dicionár io Inter nacional ; Grande Enciclopé dia L arou sse Cult ural , p 3878 )
VI – Perseguição

Catarina recusa-se a adorar o ídolo. Capela Santa Catarina, Basílica de São Clemente, Roma. Masolino da Panicale, 1883-1425..
Estava-se então por volta do ano 307. Dioclesiano e Ma x imiano tinham favorecido a idolatria e perseguido a Igreja. Ma xêncio quis incrementar o poder da idolatria. Ordenou que a Igreja de Jesus Cristo fosse perseguida e arrasada. Para melhor identi car os cristãos, organizou pomposa festa. No dia determinado, Ma xêncio, ao som de trombetas, fez os habitantes de A lexandria se reunirem no templo dos deuses, a m de oferecer sacrif ícios, segundo suas posses: os ricos, touros e carneiros; os pobres imolariam pássaros. O sangue das v ítimas escorria pelo chão. Catarina, ao ouv ir o som das trombetas, os gritos dos animais e todo o a larido que se fazia no templo dos ídolos, env iou mensageiros para informar-se dos acontecimentos. Ciente do que era, dirigiu-se ao templo. Encontrou cristãos a chorarem, gemerem e se quei xarem. Por medo da morte, v iram-se constrangidos a participar dos sacrif ícios aos ídolos. A jovem Catarina, tocada de dor e de zelo, enfrentou o olhar do imperador.
Reprovou-o pela ingratidão para com Deus, que o investira de poder; ele, em vez de reconhecer seu Criador, sacri cava aos ídolos inventados pelos homens e lhes rendia as homenagens dev idas ao Deus verdadeiro. Deus não se a legrava com o sacrif ício de animais. O que Deus quer de seus lhos é a fé, a prática da justiça e da misericórdia.
Enqua nto a jovem fa lava, o i mperador xou-l he o ol ha r. Con siderava a beleza i rrad ia nte do sembla nte da v i rgem, a coragem e a força de seu s a rg u mentos. Qua ndo ela term i nou de fa la r, ele procu rou ref ut a r sua s a rmações e reprovações, ao apoia r-se na t rad ição dos a ntepa ssados. Tentou demon st ra r-l he o absu rdo do Cri st ia n i smo. Porém, Ma xêncio, ao ver que não pod ia vencê-la na sabedoria, a conv idou a resid i r em seu pa lácio e a submeter-se a sua s orden s.
VII – Sábia13

Santa Catarina de Alexandria, vm, entre os evangelistas São Mateus e São João.
O i mperador Ma xêncio convocou os er ud itos.
Qua ndo eles soubera m o mot ivo, ca ra m decepcionados. Ju lga ra m ser a f ront a a sua sabedoria d i sput a r com a jovem, que eles qua l i ca ra m de feit icei ra, at rev ida e org u l hosa.
O i mperador prometeu-l hes presentes e hon ra s se a convencessem do erro. Cat a ri na não se per t u rbou. Ciente do duelo i ntelec t ua l que a esperava, recomendou-se ao Sen hor e orou: “Sen hor Jesu s Cri sto, que te d ig na stes recon for t a r teu s ser vos, pa ra que não temessem, d ia nte da s perseg u ições, e que l hes d i sseste: ‘Qua ndo est iverdes d ia nte dos rei s e presidentes, não vos i nqu ietei s sobre o que havei s de responder. Eu vos da rei u ma sabedoria à qua l vossos adversá rios não poderão resi sti r, nem vos cont rad i zer ’ . 14 Sê presente em m i m, t ua ser va, e dá a m i n ha boca a pa lav ra exat a a m de que, aqueles que v iera m pa ra in su lt a r teu nome, não ten ha m força e poder cont ra m i m; ma s que, ao cont rá rio, pela v i r t ude da t ua pa lav ra, seu s sent idos endu recidos se abra m a t ua lu z e que eles renda m hon ra e g lória a teu nome, Sen hor, que com o Pa i e o Espí rito Sa nto rei na s sempre, pelos sécu los. A mém”.
13 Escola cri st ã de A lexa nd r ia: seg u ndo Eu sébio, o Cri st ia n i smo foi i nt rodu zido em A lexa nd r ia, logo no pr i mei ro séc u lo, por São Ma rcos Eva ngel i st a, depoi s do ma r t í r io de São Ped ro, du ra nte a perseg u ição de Nero (Ver: Enciclopé dia e Dicionár io Inter nacional )
14 L c 21,15
VIII – Corajosa evangelizadora
Term i nada a oração, apa receu-l he o A rca njo São M ig uel, que l he d i sse: “Não ten ha s medo, Cat a ri na! És ag radável a Deu s! Comt i nua neste ca m i n ho. Jesu s Cri sto, a m igo verdadei ro e el, te recompen sa rá pela s lut a s que t rava s por a mor a ele. Teu s adversá rios serão tocados pela g raça. Em breve, t ua provação chega rá ao m ” . Ma xêncio, em seu t rono, ma ndou que ent ra ssem os sábios. Ordenou que Cat a ri na se apresent a sse.
Gra nde nú mero de a lexa nd ri nos acorreu pa ra ouv i r a d i sput a. Os sábios expu sera m sua dout ri na, em defesa da autoridade dos deu ses. O aud itório aplaud iu.

Santa Catarina e os sábios. Vie de Ste. Catherine d’Alexandria Jean Mielot, 1457.
Cat a ri na fa lou da d iv i ndade eterna, sem pri ncípio, do Criador do céu e da terra, e da hu ma n idade do Verbo de Deu s pa ra a redenção do mu ndo.
Ta l foi a força de sua s ra zões e a ev idência da s a rmações, que abalou a s conv icções dos sábios; e todos con fessa ra m a verdade do Cri st ian i smo. Ma xêncio, vencido nos mest res de sua crença, “ domado pela i ra, ordenou-l hes propor out ra s objeções; ma s eles só pudera m con fessa r sua i mpotência. Ent ão, Ma xêncio os condenou à fog uei ra.
A sentença os t ra n stornou t a nto, que começa ra m a la ment a r-se de ter que sof rer u ma mor te t ão at roz. Cat a ri na, porém, os con for tou d izendo-l hes que o fogo seria, pa ra eles, o Bat i smo; e que eles hav ia m encont rado o Deus verdadei ro; e, por cau sa d i sto, t a mbém a mor te.
Seu s cor pos, porém, perma necera m i nt ac tos. À t a rde, fora m sepu lt ados por u m g r upo de cri st ãos”.15
Mu itos, dent re o povo, se conver tera m a Cri sto.
15 Cf “Pa ssio” = Pa i xão de Sa nt a Cat a r i na
IX – Tortura e cárcere

A Virgem Maria, com o menino Jesus, Santa Catarina de Alexandria, Santa Isabel de Portugal e os santos apóstolos Bartolomeu e João Evangelista. Igreja de Santa Catarina, Colle di Val d’Elsa. Giovanni Pelliccioni, século XVII.
Por ordem do ti ra no, Cat a rina foi enca rcerada.
No dia seguinte, Ma xêncio mandou que Catarina v iesse a sua presença. Ele estava apai xonado pela beleza da jovem. Procurou conquistá-la por meio de promessas e de adu lações. Prometeu-lhe honras dev idas a uma deusa e dedicar-lhe um templo.
A jovem, porém, in si st ia pa ra que ele pa ra sse de fa zer t a i s propost a s. Fiel a Jesu s Cri sto, d i spôs-se a aceit a r os sof rimentos e o ma r tí rio.
“C heio de i ra, o i mperador ordenou que l he ti ra ssem dos ombros sua s vestes rea i s e a açoit a ssem, por dua s hora s, com agelos de chu mbo.” 16 Depoi s d i sto, Cat a ri na foi condenada ao cá rcere escu ro, sem comer e sem beber.
Ma xêncio preci sou v iaja r. Em sua au sência, a i mperat ri z cha mou o genera l Por f í rio e contou-l he: “Nest a noite, t ive u m son ho que me fez sof rer. Vi u ma jovem det ida nu m cá rcere, rodeada de lu z e de mu it a s pessoa s vest ida s de bra nco. A jovem se aprox i mou de m i m, colocou-me u ma coroa na cabeça e d i sse: ‘Ó i mperat ri z, ei s a coroa que o céu te env ia, em nome de Jesu s Cri sto, meu Deu s e meu Sen hor! ’ . Peço-te, Porf í rio, que me acompa n hes à pri são em que se encont ra Cat a ri na ” .
Por f í rio já t i n ha perd ido a fé nos deu ses e v ia com si mpat ia o Cri st ia n i smo.
16 “Pa ssio” = Pa i xão de Sa nt a Cat a r i na
X – Milagre das rodas despedaçadas
“O prefeito C hu rsates sugeriu ao i mperador que a convencesse a ceder, com a a meaça de terrívei s supl ícios. Dever-se-ia con st ru i r u ma g ra nde máqu i na feit a de quat ro roda s g ua rnecida s de pont a s, cujo ba r u l ho seria su ciente pa ra i ncuti r-l he terror; se, porém, ela não cedesse, seria jogada dent ro da máqu ina e mor t a com ferozes sof ri mentos. Três d ia s após, t udo est ava pronto.

Capela Santa Catarina, Basílica de São Clemente, Roma Masolino da Panicale, 1383-1425
Cat a ri na não deu nen hu m si na l de medo.”17 Perma necendo t ra nqu i la, ela orou: “Ó Deu s Pa i todo-poderoso, que não cessa s de v i r, com bondade, em socorro daqueles que te i nvoca m d ia nte dos perigos e em sua s necessidades, atende-me. Peço-te que est a máqu i na de tor t u ra seja dest ru ída, pa ra que aqueles que est ão aqu i, tocados pelo teu poder, g loriquem teu sa nto nome. Tu sabes que não oro por medo dos sof ri mentos, poi s desejo, de coração, chega r a t i, por qua lquer gênero de mor te. Ma s rezo por aqueles que, at ravés de m i m, devem crer em t i e persevera rem na con ssão de teu nome ” .
A ssi m que a jovem term i nou a oração, ei s que u m a njo desceu do céu, nu m t u rbi l hão; quebrou a máqu i na com t a l í mpeto, que os pedaços se projet a ra m sobre os a lgozes. A lgu n s morrera m at i ng idos pelos pedaços da s roda s e, out ros, pelo ra io.
Mu itos g rit a ra m: “O Deu s dos cri st ãos é o verdadei ro Deu s ” . 18 Verdadei ra mente, o Deu s dos cri st ãos é mu ito g ra nde. Con fessa mos sua g lória e somos seu s ser v idores .
17 “Pa ssio” = Pa i xão de Sa nt a Cat a r i na
18 Id
XI – Conversão da imperatriz e do general Porfírio

Catarina e a imperatriz. Capela de Santa Catarina, Basílica de São Clemente, Roma. Masolino da Panicale, 1383-1425.
A i mperat ri z, esposa do i mperador Ma xêncio, e Por f í rio chega ra m ao cá rcere, à s pri mei ra s hora s da noite. O cá rcere est ava i lu m i nado por u ma cla ridade i ndescrit ível e rescend ia u m suave odor, e “ v i ra m que o rosto da jovem respla ndecia como o sol ” . 19 Ma rav i l hados, ca íra m por terra. Cat a ri na d i sse-l hes: “Leva nt a i-vos, não vos a ssu stei s! Cri sto quer da r-vos a v itória”. Cat a ri na conversou longa mente com eles, que aderi ra m a Cri sto. Encorajou os presentes a se prepa ra rem pa ra a s con sequência s, i nclu sive pa ra o ma r tí rio e a mor te que a adesão a Cri sto l hes t ra ria.
Di sse à i mperat ri z “ que, depoi s de u m rápido supl ício, rei na ria pela etern idade”.2 0
Porf írio comandava a primeira coorte dos guardas imperiais: 50 0 homens. Con rmado na fé, anunciou a seus soldados a Boa-Nova de Jesus.
“Nos d ia s de sua pri são, Cat a ri na foi nut rida por u ma pomba. Cri sto, em pessoa, veio com seu s a njos, pa ra ga ra nti r sua proteção.
Doze d ia s depoi s, pela ma n hã, o i mperador a convocou ao pa lácio.
Todos ad m i ra ra m sua beleza. Até mesmo Ma xêncio cou su r preso ao vê-la ma i s bela do que a ntes, apesa r do jeju m e da agelação; e l he prometeu que rei na ria com ele, se oferecesse sacri f ício aos ídolos.
Cat a ri na l he respondeu que a beleza era coi sa pa ssagei ra e que não queria condena r seu cor po à geena. ” 21
19 “Pa ssio” = Pa i xão de Sa nt a Cat a r i na
20 Id
21 Id
XII – Martírio da imperatriz e de Porfírio
“Enqua nto o i mperador pen sava a que out ro supl ício submeter Cat a ri na, a i mperat ri z, com os cabelos soltos, aprox i mou-se dele e d i sse-l he: ‘Dei xa i r a ser va de Deu s, poi s nen hu ma pena a toca rá. Por que queres lut a r cont ra Deu s? ’ . O i mperador pergu ntou-l he: ‘Ta mbém t u queres fa zer-te cri st ã? ’ . A i mperat ri z con fessou-l he: ‘Quero, e o sou; porque não há out ro Deu s senão aquele de Cat a ri na ’ . O i mperador (...) ordenou que a i mperat ri z fosse ma r ti rizada e decapit ada.” 22 Por f í rio, com seu s 2 0 0 soldados, se apresentou ao i mperador e se decla rou cri st ão.

Martírio da imperatriz. Capela de Santa Roma. Clemente, São de Basílica Catarina, Masolino da Panicale, 1383-1425.
A i mperat ri z se encont rou com Cat a ri na e l he d i sse: “Ó v i rgem de Jesu s Cri sto, ora por m i m ao Sen hor Deu s, por cuja g lória i n iciei este combate. Pede-l he que con rme m i n ha coragem e que for t a leça meu coração, pa ra que, por meio do ma r tí rio, como a rma ste, eu obten ha aqu i lo que Cri sto prometeu a seu s ser vos ” .
Catarina respondeu: “Não tenhas medo, ó rainha, amada pelo Senhor Deus, mas age com coragem, pois hoje, em troca de teu reino passageiro, receberás um reino eterno; em lugar de teu esposo mortal, farás aliança com o esposo imortal. Os sofrimentos passageiros conduzir-te-ão ao repouso eterno. Uma morte rápida conduzir-te-á à vida que não terá m. Hoje, em verdade, verás o dia em que se realizará teu nascimento”.
Encorajada, a i mperat ri z exor tou os a lgozes a cu mpri rem logo a s orden s do ti ra no: após ma r ti ri zá-la, decepa ra m-l he a cabeça. Na ma n hã seg u i nte, Por f í rio e seu s soldados emba l sa ma ra m e sepu lt a ra m o cor po da i mperat ri z. O i mperador, ao saber d i sso, encoleri zou-se. Ordenou que Por f í rio e os 2 0 0 soldados fossem ma r ti ri zados e decapit ados.
22 “Pa ssio” = Pa i xão de Sa nt a Cat a r i na
XIII – Morte gloriosa de Santa Catarina

Martírio de Santa Catarina, Capela de Santa Catarina, Basílica de São Clemente, Roma. Masolino da Panicale, 1383-1425.
A lguns dias depois, o imperador Ma xêncio pediu que lhe trou xessem Catarina e lhe disse: “Embora sejas mais cu lpada do que todos aqueles que, seduzidos por tua arte mágica, incorreram, por tua causa, à dura sentença de morte; todav ia, se te arrependeres e ofereceres incenso às nossas div indades onipotentes, poderás reinar feliz conosco e ser nomeada a primeira em nosso reino”. Catarina desdenhou das promessas do tirano e preferiu ser el a Jesus Cristo. Ma xêncio ordenou que zessem Catarina sair de sua presença e que fosse imediatamente decapitada.
Cat a ri na, enqua nto se apressava em d i reção ao luga r xado pa ra o ma r tí rio, v iu a mu lt idão que a seg u ia, e mu itos chorava m. Di sse-l hes: “Se a lg u ma piedade nat u ra l vos comove a meu respeito, a leg ra i-vos com igo, poi s vejo Nosso Sen hor Jesu s Cri sto que me cha ma: ele é a sobera na recompen sa dos sa ntos, a beleza e a coroa da s v i rgen s ” . Ela ped iu ao a lgoz que l he desse tempo pa ra ora r: “Ó bom Jesu s, que és a a leg ria e a sa lvação de todos os que creem em t i, eu te ag radeço, meu Sa lvador, por te haveres d ig nado ad m iti r-me ent re teu s ser vos. Usa de m i sericórd ia pa ra com t ua hu m i lde ser va, a m de que todos aqueles que, em memória de meu ma r tí rio, te louva rem e g lori ca rem, na hora da mor te ou em qua lquer a ng ú st ia, t ribu lação ou necessidade, si nt a m o poderoso efeito de t ua ajuda. Que toda peste e fome, toda doença e cont ág io e que a mor t a l v iolência da s tempest ades se a fa stem pa ra longe

Corpo de Santa Catarina transportado pelos anjos. Ícone do mosteiro, século XVI.
deles. Que todos os elementos da nat u reza l hes seja m a m igos. Que eles obten ha m abu ndâ ncia de ben s cor pora i s. Ei s que meu combate chega ao m, ó bom Jesu s; ma s, belo Sen hor Deu s, ordena que meu cor po, que agora será ent reg ue à mor te pelo g lád io, pela s mãos de teu s a njos, seja g ua rdado dos cães vora zes. Que ele espere, em pa z, o d ia em que se reu n i rá à m i n ha a l ma, na compa n h ia da s v i rgen s bem-avent u rada s, no pa ra í so da fel icidade eterna ” .
Apena s term i nada a sua oração, o Sen hor fa lou de dent ro da nuvem: “Vem, ó m i n ha eleit a: a s por t a s do Rei no dos céu s est ão aber t a s. Ol ha, os a njos est ão reu n idos e leva m coroa s na s mãos, à espera de t ua chegada. Qua nto à g raça que t u me ped i ste, eu a concederei a todos aqueles que venera rem o teu nome e a t ua fest a. Estes terão v ida eterna ” .
Cat a ri na d i sse ao ca rra sco: “Vem e fa ze aqu i lo que o i mperador te ordenou”.
Os a njos toma ra m o seu cor po e o deposit a ra m sobre o Monte Si na i.
“A s pessoa s, ao verem o cor po da sa nt a sendo t ra n spor t ado pelos a njos, g lori ca ra m a Deu s e crera m nele.” 23
No na l do sécu lo V II I, u m monge, ao seg u i r a in spi ração d iv i na, encont rou o cor po de Sa nt a Cat a ri na, no a lto do Monte Si na i. O cor po da v i rgem e má r ti r Cat a ri na de A lexa nd ria foi deposit ado nu m sa rcófago novo, no mostei ro do Monte Si na i. No d ia da solen idade de Sa nt a Cat ari na, a i nda hoje, de seu s ossos, brot a u m óleo que cu ra doença s. “Tudo é possível pa ra quem crê ” (Mc 9, 23).
23 “Pa ssio” = Pa i xão de Sa nt a Cat a r i na E la foi decapit ada no d ia 7, a ntes da s ca lenda s do mês de dezembro (25 de novembro, de 307), na cidade de A lexa nd r ia
VENER AÇ ÃO A SAN TA C ATARINA

Mosteiro de Santa Catarina, construído no Monte Sinai, no Egito, por ordem do Imperador Justiniano, durante o século VI.
I – Mosteiro ortodoxo de Santa Catarina, Monte Sinai, Egito
Desde os pri mei ros tempos do Cri st ia n i smo, mu itos éi s, pa ra f ug irem da s perseg u ições de Roma e v iverem ma i s u n idos a Deu s, no si lêncio e na sol idão, reti rava m-se pa ra os deser tos do Si na i. Já no sécu lo II I d.C ., forma ra m comu n idades ju nto aos luga res sa ntos: ao redor do Monte Horeb, ju nto à “ sa rça a rdente”, 24 no Oá si s Fa ra n e em out ros lugares, ao su l do Si na i. Os pri mei ros monges sof rera m privações, quer pela host i l idade da nat u reza, quer pelos a ssa ltos de t ribos nômades. Nada os det i n ha de se adent ra rem nos deser tos si na ít icos pa ra ouv i rem o mest re espi rit ua l e receberem a Euca ri st ia. A l iberdade rel ig iosa conced ida pelo i mperador Con st a nt i no25 propiciou o oresci mento da v ida moná st ica do Si na i.
O i mperador bi za nt i no Ju st i n ia no (527-565) ordenou a con st r ução do Mostei ro de Sa nt a Cat a ri na 26 e da ig reja, 27 no Monte Si na i.
A veneração a Sa nt a Cat a ri na teve novo i mpu l so qua ndo seu cor po foi descober to no Monte Si na i, no sécu lo V II I.28
24 Na pa r te mont a n hosa da pen í n su la si na ít ica, onde est á o Monte Si na i, leva nt a m-se a “Mont a n ha de Moi sés”, que se ju lga ser a “Mont a n ha da L ei ” dos hebreu s, e o Djebel Kat ha r i n (2 6 0 6 m), com o célebre Mostei ro de Sa nt a Cat a r i na (Cf Dr it te Au age. Konversat ion s Le xikon Freibu rg i m Brei sgau: Herders, 19 07, v V I I, p 16 47; Wil l ia m Fa r id Ba ssi l i, Si na i a nd t he Mona ster y of St Cat her i ne, Ca i ro, v 4, 1962 , onde são cit ados d i ferentes c u mes, ent re os qua i s o Djebel Mouça (2 24 4 m)
25 E x 3,1-2 Neste loca l, em 3 42 , a i mperat r i z Sa nt a Helena, mãe do i mperador Con st a nt i no, ma ndou con st r u i r u ma capela e u ma tor re for t i cada . (Cf. Sinai and the Mona ster y – Cap. e Mona ster y of St. Cat her i ne (118 -120); Moshe Pea rl ma n, Nos pa ssos de Moisé s, ed. de 1974, p. 96).
26 O Mostei ro Sa nt a Cat a r i na é u m cent ro or todoxo que, no séc u lo V I, Ju st i n ia no ma ndou con st r u i r. Moha m med, f u ndador do Islã, ca l i fa s á rabes e Napoleão protegera m o mostei ro e o preser va ra m de at aques. Ja ma i s foi conqu i st ado, da n i cado ou dest r u ído. (Cf. A nton Plat t ner, Hau ssegen familienbuch f ür d a s katholische Volk. Mü nchen, 17 dez . 1912 , p. 4 614 63; Sinai and Mona ster y of St . C ather ine , p. 118, 128 e 130).
27 Cf Frei Dagober to Ra mg , of m Compêndio de Histór ia d a Ig reja , 2 ed São Pau lo: Vozes, 1949 p 175
28 Ma i s t a rde, Ju st i n ia no ma ndou con st r u i r a ig reja dent ro da á rea do mostei ro, em memór ia da i mperat r i z eodora (Cf Sinai and the Mona ster y of St C ather ine) A ba sí l ica foi ded icada à Mãe de Deu s; depoi s, recebeu o nome de “ Tra n s g u ração”; e, na l mente, de Sa nt a Cat a r i na (Cf Donato Ba ld i Guid a di Ter ra Sant a Reed ição de 1975, p 20 0)
Tornou-se objeto de f requentes v i sit a s.29 Sua veneração propagou-se na s cri st a ndades do Oriente, em toda a Ig reja g rega; e no Ocidente, especia l mente, na Ig reja lat i na. 3 0
A Bibl ioteca Naciona l da Fra nça possu i a Vida de Sa nt a Cat a ri na em doi s ma nu scritos de redação lat i na, a nteriores à s Cru zada s.

Santa Catarina, virgem e mártir de Alexandria. Aloghiatti, hall do Residencial Santa Catarina, São Paulo, Brasil.

Santa Catarina, vm, é uma entre os 14 santos auxiliares.
Basílica dos Santos Auxiliares, Alemanha.
29 Os monges encont ra ra m o cor po de Sa nt a Cat a r i na no Djebel Kat ha r i n e o coloca ra m em u ma ca i xa de ou ro At ua l mente, est á nu m sa rcófago de má r more, na ig reja, à d i reit a da ent rada pa ra o a lt a r O ag radável per f u me de seu s despojos é u m cont í nuo m i lag re. O mostei ro d i st a ci nco lég ua s do Djebel Kat ha r i n (Cf Dr Eva ngelos Papa ioa n nou Da s Kloster St Kathar ina im Sinai , Herau sgegeben vom Kloster St Kathar ina ; A nton Plat tner Hau ssegen familienbuch f ür d a s katholische Volk Mü nchen, 17 dez 1912 , p 4 61- 4 63; Sinai and the Mona ster y of St C ather ine, p 14 4 )
30 Ordem de Sa nt a Cat a r i na do Monte Si na i No a no de 10 67, mu itos pr í ncipes cri st ãos cr iara m, seg u ndo o modelo da Ordem do Sa nto Sepu lcro, u ma ordem m i l it a r que teve o t ít u lo de Sa nt a Cat a r i na do Monte Si na i Os cava l hei ros seg u ia m a reg ra de São Ba sí l io e t i n ha m por m i ssão vela r o t ú mu lo da sa nt a e proteger os pereg r i nos que v i n ha m venera r sua s rel íqu ia s Depoi s da conqu i st a do Or iente, pelos maomet a nos, est a ordem d i ssolveu-se. (Cf Enciclopé dia e Dicionár io Inter nacional v I V, p 2302 )
II – Basílica Menor Santa Catarina, Braniewo, Polônia
Após a beat i cação de Mad re Reg i na, em 2 0 01, a Ig reja de Sa nt a Cat a ri na, em Bra n iewo, foi elevada a Ba sí l ica Menor Sa nt a Cat ari na. Sua con st r ução foi i n iciada em 13 43 e levou cerca de 10 0 a nos pa ra ser conclu ída. 31
“A fé hav ia, out rora, con st ru ído a Ig reja de Sa nt a Cat a ri na. Agora, a g rat idão levava o povo de Brau n sberg (hoje: Bra n iewo) a erig i r a a lterosa torre for te de 60 met ros.”
“Qua ndo fa lt ava d i n hei ro, t razia m-se peça s de fa zenda, cou ros, cera, pão e ca rne, pa ra paga r os ped rei ros e dema i s operá rios.”

“A Ig reja de Sa nt a Cat a ri na dev ia ser u ma joia, o ponto cu l m i na nte da cidade, u m monu mento de a r te e de fé.”32 “O i nterior, com sua s t rês naves e a s abóbada s est relada s, produ z u m efeito sacra l.” 33
A s Cru zada s faci l it a ra m a s pereg ri nações aos sa nt uá rios do Oriente e torna ra m Sa nt a Cat a ri na a i nda ma i s con hecida na Eu ropa. Cat a ri na é u m nome mu ito u sado no bat i smo de cria nça s.
31 Cf Ma r t i n Ka k ies Da s Er mland in 14 4 Bilder n .
32 Ha n s Hü m meler, “Regi na Prot ma n n ” , p 8
33 Ma r t i n Ka k ies Da s Er mland in 14 4 Bilder n
Nu merosa s ig reja s, capela s e loca l idades, 3 4 t a nto no Oriente como no Ocidente, são post a s sob sua proteção.

34 Ent re a s loca l idades da Fra nça que t ra zem o nome de Sa nt a Cat a r i na, há u ma que tem celebr idade especia l dev ida a Sa nt a Joa na D’A rc Est a heroí na escol heu a espada que se achava por det rá s do a lt a r de Sa nt a Cat a r i na de Fierboi s Sa nt a Joa na D’A rc ja ma i s se ser v iu da espada pa ra fer i r a lg uém, ma s a mesma representou, ju nt a mente com o est a nda r te, o si na l de coma ndo que ela exerceu, g lor iosa mente, sobre a A r mada Fra ncesa, em nome de Deu s Sa nt a Cat a r i na de A lexa nd r ia foi con sel hei ra ord i ná r ia da heroica v i rgem da Fra nça, ju nt amente com Sa nt a Ma rga r ida, con for me o testemu n ho de Joa na D’A rc (Cf Jea n M ielot Vie de Sainte C ather ine D’Ale x andr ie I nt rod Má r iu s Sepet, em 13 de ju l ho de 188 0, e ed it ado em Pa ri s, em 1881, p. 24 e 251; Enciclopé dia e Dicionár io Inter nacional , v X )
III – Congregação das Irmãs de Santa Catarina, vm
Santa Catarina, vm, é a padroeira da cidade de Braniewo, no Erm land, Polônia. Regina Protmann nasceu em 1552 , em Braunsberg, A lemanha, que, a partir de 1945, passou a chamar-se Braniewo, Polônia. Regina foi batizada na Igreja de Santa Catarina. Cedo, aprendeu a admirar a santa padroeira da paróquia e se identi cou com ela: jovem, bela, delicada, corajosa e inteligente, assim como Santa Catarina, que foi martirizada e decapitada, aos 19 anos de idade. Também Regina, bem-dotada, mov ida pela graça div ina, aos 19 anos de idade tomou radica l decisão: deixou a família e, com duas outras companheiras, entregou-se a Deus numa v ida de oração e penitência. Em 1571, f undou uma congregação ativa e contemplativa, sem clausura, e uma obra socia l, coisas inéditas, para mu lheres, naquele tempo. Abriu uma escola para meninas, ajudou os necessitados e doentes.35 Colocou sua congregação sob a proteção de Santa Catarina para que “ cresça em perfeição e estabilidade e possa permanecer bem-aventurada e eternamente”.36

Até hoje, as Irmãs de Santa Catarina buscam ser v ir os outros e levá-los ao conhecimento de Deus e a crescer na fé. Exercem sua missão apostólica e missionária como enfermeiras, professoras, assistentes sociais e paroquiais, animadoras de comunidades, catequistas, costureiras, dietistas, ser v iços gerais etc.37
35 Cf. Ha n s Hü m meler. Reg ina P rot mann e a s Ir mã s de Sant a C at ar ina . Trad. Mad re Ma Josena iel, p. 30 e ss.
36 Da s Leben der Got t se ligen Jung f rawen Reg in Brot mann s , na r rada por u m sacerdote ded igno Trad I r mã s Ma Cecí l ia Pet r y, A ma nda Ma Lu f t e Ma Beren ice Z iv ia n i, 1978, p 18
37 Em 16 de ju n ho de 1897, chega ra m a Pet rópol i s, RJ, a s pr i mei ra s 4 i r mã s da Cong regação da s I r mã s de Sa nt a Cat a r i na, v i nda s de Brau n sberg (Bra n iewo) ( E scut ando o pa ssado, v I, p 50 e 51; c f Crônic a d a s Ir mã s de Sant a C at ar ina Prov í ncia de Pet rópol i s, RJ – hoje, Prov í ncia Mad re Regi na )
OR AÇÕE S E N OVENA
E M HONR A DE
SAN TA C ATARINA

Oração atribuída a Santa Catarina, vm
Sen hor Jesu s, dou-vos g raça s por terdes rmado meu s pés sobre a rocha e por terdes d i rig ido meu s pa ssos. Estendei-me est a s vossa s mãos, que, por m i m, fora m ferida s na cru z, e recebei m i n ha a l ma que, em prova de del idade, eu vos ofereço. Lembra i-vos, Sen hor, de que não pa ssamos de ca rne e sa ng ue. Não perm it a i s que eu seja acu sada, qua ndo em vosso t ribu na l, dos pecados que comet i por ig norâ ncia. Pu ri ca i-me da s ma ncha s que me ma rca m, em v i st a do sa ng ue que por vós derra ma rei. A todos qua ntos vos i nvoca rem, por m i n ha i ntercessão, concedei-l hes a rea l i zação de todos os seu s ped idos, enqua nto útei s a sua s a l ma s, pa ra que a ssi m seja i s louvado e bend ito pela s vossa s obra s, no tempo e na etern idade. A ssi m seja.
Oração a Santa Catarina
Sen hor, nosso Deu s, na s t ribu lações, t u nos revela s o poder de t ua m i sericórd ia. De t i, Sa nt a Cat a ri na recebeu a g raça de supor t a r o ma r t írio. De t i nos ven ha, t a mbém, a força de con a r em teu au x í l io, em toda s a s necessidades. Isto te ped i mos, por Jesu s Cri sto. A mém.

As 3 fundadoras da primeira
Comunidade das Irmãs de Santa Catarina, nas Filipinas, Ásia: Irmãs
Teresinha Ma Schroeder, Ma Izabel Sandi, Ma Gessi Bohn, com a madre-geral, Irmã Ma Vera Lóss, em oração. Igreja de Santa Catarina, em Bagac, Bataan Mariveles.
Novena em honra de Santa Catarina
O ração preparatória , para todos os dia s
Ó Deu s, nosso Pa i, vós querei s que bend iga mos e g lori quemos vossos sa ntos, com os qua i s, cheio de clemência e de a mor, repa r t i stes os tesou ros de vossa bondade e m i sericórd ia. Hu m i ldes e con a ntes, est amos na vossa presença e, du ra nte est a novena em hon ra de Sa nt a Cat a rina, vos ped i mos a g raça ( fazer o pedido). Concedei-nos, t a mbém, o dom de leva r u ma v ida de acordo com a vossa vont ade. Liv ra i-nos de todo pecado e fa zei-nos zelosa s(os) na prát ica do bem. Perma necei conosco em toda s a s tent ações e recebei, favoravel mente, estes nossos ped idos, du ra nte est a novena.
Seg ue a re e xão do dia .
Após a re e xão para c ada dia: Pa i-Nosso, Ave-Ma ria, Glória...
V. Roga i por nós, ó Sa nt a Cat a ri na.
T. A m de obtermos o verdadei ro Espí rito de Jesu s Cri sto. Oraç ão nal: “Ó Deu s, que destes a Lei a Moi sés, no a lto do Monte Si na i, e que, m i lag rosa mente, coloca stes, no mesmo luga r, por i nterméd io dos a njos, o cor po de Sa nt a Cat a ri na, fa zei que, pelos seu s merecimentos e i ntercessão, possa mos subi r, t a mbém nós, àquele monte que é Jesu s Cri sto, que convosco v ive e rei na ” . 38 A mém.
1o Dia: Ó v i r t uosa má r ti r Sa nt a Cat a ri na, vós perma necestes, até a mor te, con st a nte na fé, na espera nça e no a mor de Deu s e do próx i mo. Intercedei por nós e obtende-nos a g raça de persevera rmos na prát ica de boa s obra s, até que, pa ssa ndo dest a v ida, possa mos ser ad m it idos no Rei no eterno. A mém.
38 M i ssa l Cot id ia no e Vespera l, p 1731-1732 I mpresso em 1952 , em Br uges, na Bélg ica (Cf Crônic a d a s Ir mã s de Sant a C at ar ina Prov í ncia de Pet rópol i s, RJ (at ua l mente, Prov í ncia Mad re Regi na )
2o Dia: Ó corajosa v i rgem Sa nt a Cat a ri na, vós, corajosa mente, suport a stes com rmeza e, por a mor a Cri sto, os sof ri mentos e a f ront a s; ped i a Deu s por nós, a m de recebermos, com fé, a s provações de toda sor te que ca í rem sobre nós, pa ra que nossa fé seja pu ri cada. A mém.
3o Dia: Ó g loriosa Sa nt a Cat a ri na, desde a juvent ude vos con sag ra stes, exclu siva mente, a Jesu s Cri sto. Vós o a ma stes sobre toda s a s coi sa s e de todo o coração, e nada pôde sepa ra r-vos dele. Intercedei por nós, a m de que, pelo a mor el, nos u na mos a Jesu s Cri sto, nosso Sa lvador. Por seu a mor, renu nciemos a todo pecado e em t udo seja mos con forme a vont ade sa lv í ca de nosso Deu s. A mém.
4 o Dia: Ó má r ti r Sa nt a Cat a ri na, fostes i naba lável e rme em vossa fé. Corajosa e heroica mente a con fessa stes d ia nte do i mperador pagão, sela ndo-a com vosso sa ng ue. Intercedei por nós pa ra que ten ha mos a fel icidade de v iver a verdadei ra fé e nela persevera rmos. E que, a ssi m, possa mos perma necer éi s à Ig reja de Jesu s Cri sto e testemu n ha r, por pa lav ra s e ações, aqu i lo em que cremos. A mém.
5o Dia: Ó v i rgem Sa nt a Cat a ri na, por a mor a Cri sto con ser va stes a pu reza do cor po e do espí rito e renu ncia stes a qua lquer out ro va lor. Intercedei por nós pa ra que nossos pen sa mentos, nossos ol hos, nossos corações e todo o nosso ser seja m pu ri cados de toda ma ldade, a m de que, por meio de u ma v ida ca st a, testemu n hemos a todos o a mor do nosso Deu s. A mém.
6o Dia: Ó Santa Catarina, verdadeira discípu la de Jesus Cristo, na escola da cruz, conhecestes as vaidades do mundo e renunciastes a suas a legrias e encantos. Por amor a Jesus, suportastes, a legre, todos os sofrimentos e o martírio. Nós temos medo da nossa hora e constantemente resistimos ao sofrimento. Intercedei por nós para que tenhamos coragem de seguir Jesus Cristo no caminho do ca lvário, completando em nossa carne o que fa lta a sua Pai xão, para que conheçamos em nossa carne a sua ressurreição. Amém.
7o Dia: Ó heroica Sa nt a Cat a ri na, vós, com a g raça de Deu s, soubestes resi sti r a t a nt a s pa lav ra s, sit uações sedutora s, e fostes persevera nte, até o ma r tí rio. Roga i a Deu s por nós, pa ra que nosso “si m ” seja “si m ” e nosso “não” seja “não”, a m de que, por pa lav ra s e obra s, perma neçamos éi s à vocação pa ra a qua l fomos cha mados. A mém.
8 o Di a : Ó Sa nt a C at a r i n a, v i rgem pr udente e s ábi a, cre s ce s te s nu m
a mbiente de hon r a r i a s e r iquez a s . À lu z do Ev a ngel ho de Je su s Cr i s to, s oub e s te s d i s cer n i r os verdadei ros v a lore s da nos s a ex i s tênc i a e conqu i s t a s te s a a leg r i a de p os su i r o supremo B em . I nterce dei p or nós , a m de que n ão nos dei xemos of u s c a r p elo f a l s o br i l ho do p o der e da r iquez a, m a s , com u m cor aç ão de p obre, encont remos o te s ou ro do Rei no do céu . A mém .
9o Dia: Ó má r ti r Sa nt a Cat a ri na, na oração encont ra stes o a l i mento da vossa fé e a coragem de ca m i n ha r na del idade de vossa con sag ração a Jesu s Cri sto. Vencestes a s tent ações e sof restes o ma r tí rio. Roga i a Deu s por nós, pa ra que seja mos dócei s ao Espí rito Sa nto que nos foi dado pa ra ma n i fest a r toda a verdade e g ua rda r sua Pa lav ra em nosso coração e, a ssi m, possa mos v iver como verdadei ros l hos de Deu s. A mém.

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manuscritos ilustrados , nos quais a pintura e a caligra a se uniam à eloquência . Entre estes escritores , gura Jean Mielot , autor da vida de Santa Catarina de Alexandria . A Biblioteca Nacional da França possui o manuscrito, magni camente ilustrado, da Vie de Ste . Catherine d’Ale x andrie, por Jean Mielot , que traz , hoje, o número 6449 Fonds français e termina assim: “ no ano da graça , 1457”. (Cf. Vie de Ste . Catherine d’Ale x andrie . Trad. Marius Sepet , 1880, e impresso em 1881. Paris , introd., p. 13 a 17 e p. 23 e 251.)]
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“PETITE GUIDE” à l’intention des pélerins et des touristes visitant le Mont Sinai et description sommaire du Monastère historique du Mont Sinai et de ses environs .
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“Javé é minha luz e salvação:
De quem terei medo? Javé é a fortaleza da minha vida: Frente a quem temerei?”
(Sl 27,1)