

Fundamentos e Diretrizes Gerais da Pastoral e Espiritualidade
da
Rede Santa Catarina
Fundamentos e Diretrizes
Gerais da Pastoral e
Espiritualidade da
Rede Santa Catarina

“O anúncio evangélico mais eficaz é o testemunho pessoal e comunitário de amor, de alegria, de paz e de união profunda com Deus, sinais da presença do reino entre nós”
Constituição da Congregação das Irmãs de Santa Catarina, V.M., nº 55.
Apresentação
A Congregação das Irmãs de Santa Catarina é uma instituição confessional católica fundada por Madre Regina Protmann1, no século XVI, em Braunsberg, Alemanha; hoje, Braniewo, Polônia. No Brasil, as Irmãs estão presentes desde 1897. Com a criação da Associação Congregação de Santa Catarina (ACSC), hoje, Rede Santa Catarina, as Irmãs continuam sua missão agregando a participação de leigos, como instituição filantrópica comprometida com a ação evangelizadora e atenta à fidelidade do Carisma nos âmbitos da saúde, educação e assistência social.
Atenta às necessidades do tempo atual, com o compromisso de manter a qualidade do serviço às pessoas durante todo o ciclo da vida, com fidelidade aos valores da missão e maior eficácia da ação pastoral, a Rede Santa Catarina fomentou um processo de construção conjunta para a elaboração de orientações que contemplassem as especificidades e, ao mesmo tempo, favorecessem o caminho de comunhão para a Pastoral e Espiritualidade em todas as suas Casas.
Nesse sentido, os Fundamentos e Diretrizes Gerais exprimem e norteiam a Pastoral e Espiritualidade da Rede Santa Catarina, considerando seu processo histórico, missão, identidade e valores que devem ser contemplados nos campos pastorais da Saúde, Educação e Assistência Social. Construídas de maneira participativa, evidenciam a importância da Pastoral e Espiritualidade, expressão da missão da Congregação das Irmãs de Santa Catarina, V.M., na Província de Petrópolis (RJ).
1 Regina, (1552-1613), filha de Peter Protmann e Regina Tingels, ambos descendentes de famílias ricas e cristãs.

“A Igreja é chamada a encarnar o amor sem fronteiras, a construir o sonho que Deus tem para a humanidade: todos irmãos. Interroguemonos: como está a fraternidade entre nós? Somos irmãos ou concorrentes divididos em fações? Como são nossas relações com quem não é ‘dos nossos’, com quem não crê, com quem possui tradições e culturas diferentes? Este é o caminho: promover relações de fraternidade com todos, porque, o rosto de cada um reflete a presença de Deus”
Papa Francisco, visita pastoral ao Canadá, Québec, 03/04/2014.
I. Fundamentos e Pressupostos
1.1. Introdução
Nossa ação deve ser portadora de valores profundamente humanos e cristãos. Por sua identidade e sua prática diária, a Rede Santa Catarina permeia todo seu ser e agir com critérios e valores do Evangelho.
Por isso, apresentam, de maneira precisa e contundente, sua visão de Deus, do ser humano e do mundo. Essa visão e a missão evangelizadora são inegociáveis. Elas, fundamentadas no Evangelho, constituem a identidade, que nos distingue de outras maneiras de viver a mesma missão cristã.
Em Jesus, sobretudo, sua experiência do Mistério Pascal, a Pastoral promove, com suas práticas, em cada contexto, a compaixão e a solidariedade com nossos irmãos mais necessitados; a gratuidade, o perdão e o compromisso com todos. Pede-se aos pastoralistas um olhar contemplativo, que veja nas realidades, aparentemente sem sentido e sem saída, a misericórdia divina, que os convoca à ação para fazer, deste mundo, um mundo mais humano.
A partir da compaixão de Deus, que se dá a conhecer no sofrimento de Cristo, que assume o sofrimento do mundo e dos mais carentes, sob a perspectiva da ressurreição e da vida plena, que se deve olhar e refletir, enquanto se espera a plenitude. Desse olhar, sobre o mundo, que se baseia e evolui o fundamento de nossa prática pastoral e espiritual.
Vivemos um momento especial de reformulação do Programa de Pastoral, que implica a participação de todas as pessoas das equipes da Pastoral e Espiritualidade nas três áreas: Saúde, Educação e Assistência Social. Isso exigiu de todos um exercício de abertura ao novo, capacidade de mudança, discernimento dos sinais dos tempos, atualização teológica, desejo de aprofundamento e formação permanentes nessa área.
Considera-se a Pastoral e Espiritualidade como área de conhecimento, que pode ser objeto de estudo, pesquisa e investigação em diálogo com as ciências humanas.
A partir dessas bases, iniciou-se o processo de revisão e construção dos Fundamentos e Diretrizes Gerais, com vários encontros, estudos e experiências. É um documento fruto de um movimento de idas e vindas, envolvendo todas as equipes de pastoral das Casas, incluindo a Administração Corporativa. Muitos encontros presenciais e videoconferências foram intercalados por grupos de trabalho, para que o documento pudesse ser realmente a expressão de um trabalho coletivo e pudesse refletir a realidade, o contexto temporal e a identidade da Rede Santa Catarina, sem perder a referência ao seu “ponto de partida”, à sua origem, e poder perpetuar-se, considerando os desafios deste tempo.
1.2. A Espiritualidade das Irmãs de Santa Catarina subjacente à Rede Santa Catarina
Em hebraico, a palavra espírito, ruah2, significa vento, respiração, hálito. Quem respira está vivo; quem não respira está morto.
“O espírito não é outra coisa senão o melhor da vida, não é propriedade, é dom. O que faz com que a vida seja o que é, dando-lhe qualidade e vigor, sustentando-a e impulsionando-a”3.
A espiritualidade é o que move nossa missão na Rede Santa Catarina. Perpassa todas as dimensões da escola, do hospital e da obra social e está presente em nosso modo de agir, em nossas ações, e determina o nosso ser no mundo.
“Para a Bíblia, espírito não se opõe à matéria, nem ao corpo, nem à maldade (destruição); opõe-se à carne, à morte (a fragilidade do que está destinado à morte); e opõe-se à lei (a imposição, o medo, o castigo). Neste contexto semântico, espírito significa vida, construção, força, ação, liberdade. O espírito não é algo que está fora da matéria, fora do corpo ou fora da realidade real, mas algo que está dentro, que habita a matéria, o corpo, a realidade, e lhes dá vida, os faz ser o que são; enche-os de força, move-os, os impele; lança-os ao crescimento e à criatividade num ímpeto de liberdade”4.
2 Gn 2, 7.
3 CASALDÁLIGA, P.; VIGIL, J. M. Espiritualidade da libertação. Petrópolis, RJ: Vozes, 1996. p. 21-22.
4 Ibidem.
Na perspectiva antropológica, “a espiritualidade é a prerrogativa das pessoas autênticas que, em face do ideal e da história, constataram uma escolha axiológica decisiva, fundamental e unificante, capaz de dar sentido definitivo à existência” [...]5 . “A espiritualidade é a busca do divino por parte do sujeito humano”6.
Em nossa ação pastoral, não podemos perder de vista a experiência de Madre Regina Protmann, que vivenciou uma espiritualidade e desenvolveu um modo de ser, um estilo de vida, uma inspiração que ultrapassa 450 anos. Sua ação se expressa em ternura e compaixão pelos empobrecidos e vulneráveis. Isso faz com que tenhamos um olhar de esperança, apesar das dificuldades, e compassivo, capaz de cuidar do outro com humanidade.
Essa espiritualidade revela o dinamismo da História e da Criação e desperta nossa força interior, nossas energias adormecidas. Ela plenifica e dá sentido a tudo o que fazemos, ilumina nossos gestos, atitudes, pensamentos e missão.
Nós que atuamos nas instituições de saúde, educação e assistência social da Rede Santa Catarina não teremos muito a apresentar ao mundo de hoje se não estivermos imbuídos do mesmo Espírito e missão de Madre Regina. O Espírito que dirige nossa busca, que nos impulsiona a inventar constantemente, que nos arranca de nosso imobilismo, que nos faz romper com esquemas, mentalidades e modos arcaicos de agir.
Espiritualidade está ligada à experiência da transcendência. É a dimensão divina em tudo que é humano, pois brota da interioridade da pessoa e vai se expandindo, considerando a pessoa como um todo, com suas fragilidades e qualidades. Espera-se que todas as ações, de cada Casa da Rede Santa Catarina, sejam envolvidas de espiritualidade, contribuindo assim para a construção de uma sociedade mais justa e solidária capaz de enxergar Cristo no próximo.
A espiritualidade na Rede Santa Catarina está fundamentada no Carisma de Madre Regina Protmann: cuidar, assistir e acolher a pessoa
5 LIBÂNIO, J. B. A religião no início do milênio. p. 96. Apud FIORES, S. de. Espiritualidade contemporânea.
6 GOFFI, T. Dicionário de espiritualidade. São Paulo: Paulinas, 1989. p. 347.
humana, a partir do Evangelho, porque é em Jesus Cristo que ela se inspira e se alimenta. Espiritualidade é mais ampla que uma determinada confissão religiosa, por isso precisa estar atenta a todas as expressões religiosas e não religiosas. A espiritualidade de Madre Regina tem como fonte e fundamento o Mistério Pascal. Vivência única de Madre Regina transmitida às Irmãs de Santa Catarina como um tesouro, um fio condutor sem o qual a Congregação não se sustentaria.
Madre Regina sonhou um jeito de viver o Mistério Pascal na construção de um mundo novo. Para que esse modo de ser não se perdesse, orientou suas Irmãs a, continuamente, retomarem o significado do seguimento de Cristo em suas vidas:
“Tendo as Irmãs escolhido Cristo, o Senhor, como esposo de suas almas, será seu consolo único entreterem-se muitas vezes com Ele em santas orações, tendo-O sempre presente e aos interesses do seu Reino, por meio de piedosas meditações”7.
Essas palavras apontam para nós o coração do Carisma: “um dom de extraordinário amor a Deus, vivido na oração e no serviço aos mais necessitados”
Uma espiritualidade fundamentada no Mistério Pascal levará, consequentemente, ao coração do Evangelho e a estar ao lado dos mais pobres, perto daqueles que foram os destinatários privilegiados da boa-nova de Jesus e que foram também os merecedores da total dedicação de Madre Regina, que, diante deles, se inclinava com máxima atenção para servi-los.
A missão, instituída por Madre Regina e continuada pelas novas gerações de Irmãs de Santa Catarina, é um instrumento apostólico inspirado no Evangelho, a serviço da Igreja e da humanidade. Cada Casa da Rede Santa Catarina traz, portanto, a marca da identidade católica, inspirada na espiritualidade de Madre Regina, com uma visão de Deus, de ser humano e de mundo que lhe é peculiar.
Todo o Projeto de Pastoral e Espiritualidade, nos campos da saúde, educação e assistência social, e todas as ações dos pastoralistas devem perpassar e se inspirar nessa mesma visão de Deus, de ser humano e de mundo, que definiu o jeito de ser e proceder da fundadora e das continuadoras da Congregação das Irmãs de Santa Catarina e, posteriormente, da Rede Santa Catarina.
7 Regra da Congregação das Irmãs de Santa Catarina, V. M., de 1602, art. 11.
Visão de Deus
“Para um conhecimento aprofundado de Jesus, é tão ou mais importante o testemunho e a interpretação dos seguidores de Jesus do que os dados que possa levantar a pesquisa historiográfica. De fato, a pergunta de quem é Jesus é inseparável do que ele suscitou e deu a viver, ou seja, do que dizem dele os que o seguem. Por isso, os escritos do Novo Testamento, reconhecidamente ‘testemunhos de fé pós-pascal’, são igualmente importantes fontes literárias e históricas para o conhecimento de Jesus” 8 .
Deus, na perspectiva cristã, é absoluta transcendência que se faz imanência para tornar-se acessível à sua mais nobre criatura, o ser humano. Deus escolhe tornar-se “experienciável” por profunda gratuidade, compaixão e bondade. Dá-se a conhecer pelo mistério da Encarnação.
Quem é Deus para Madre Regina? Quem é esse Totalmente Outro que a “seduz” a ponto de reformular e radicalizar seu projeto de vida?
Deus é trinitário, que se revela a partir do mistério cristológico da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. É a partir de Jesus de Nazaré, filho de Maria, que Deus assume a condição humana em todos os sentidos, menos no pecado. Esse Deus que se encarna na história, na vida humana, é um Deus de compaixão, de cuidado, de amor, Deus Pai criador, que na criação revela seu amor, que se traduz em partilha e entrega até a morte de cruz de seu Filho Jesus.
É uma entrega incondicional porque é o Deus da história, é o Deus que se importa e se compadece do sofrimento do inocente e toma uma atitude. É o Deus que vê, que ouve e que desce para tirar seu povo da escravidão9. É Deus dos abandonados, dos carentes e sofridos que gritam por socorro e por cuidado.
Deus é Criador e Senhor, última e necessária referência de todo ser humano, que envolve a Criação com seu Amor dinâmico e criativo. Deus é o princípio vital enquanto sopro que dá a vida, o ser, o crescimento.
8 PALACIO, C. Sacerdote jesuíta, em entrevista à Unisinos, IHU, RS.
9 Êx 3, 7-12.
“É um Deus ativo, operante, fonte de vida, que realiza obras admiráveis e santas. Tudo está sendo construído e reconstruído por Ele; Ele continua recriando e fazendo tudo novo; Ele é a força inesgotável que conduz tudo para a plenitude”10.
Deus, em seu amor gratuito, através de Jesus Cristo se identifica com o sofrimento humano, assume para si a mesma condição humana e vai até o fim por ele. É o Deus compassivo. Somos seres “agraciados”, “cheios de graça”.
Essa inspiração está fortemente presente no Testamento de Madre Regina às Irmãs, suas filhas espirituais.
Visão de ser humano
“O ser humano não possui apenas exterioridade que é sua expressão corporal. Nem só interioridade que é seu universo psíquico interior. Ele vem dotado também de profundidade que é sua dimensão espiritual.
O espírito não é uma parte do ser humano ao lado de outras. É o ser humano inteiro que por sua consciência se percebe pertencendo ao Todo e como porção integrante dele. Pelo espírito temos a capacidade de ir além das meras aparências, do que vemos, escutamos, pensamos e amamos.
Podemos apreender o outro lado das coisas, o seu profundo. As coisas não são apenas ‘coisas’. O espírito capta nelas símbolos e metáforas de uma outra realidade, presente nelas, mas que não está circunscrita a elas, pois as desborda por todos os lados. Elas recordam, apontam e remetem à outra dimensão a que chamamos de profundidade”11.
Na mística cristã, o ser humano está no centro12. Está no centro das atenções também para Deus Pai, que “nos elegeu e nos predestinou, desde a origem da Criação, à identificação com seu Filho. Quem é esse ser humano que temos diante dos olhos? É alguém plenamente sujeito, dono de si mesmo
10 PALAORO, A. Sacerdote jesuíta. Mística Cristã: O ser humano no centro.
11 BOFF, L. Em Espiritualidade: caminho de realização. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003.
12 “O ser humano é criado para louvar, reverenciar e servir a Deus” (E.E. 23).
e de seu destino, que, como criatura, se define por sua origem e por seu fim (vem de Deus e volta para Deus). Ele está acima de todas as coisas; tudo foi criado para ele; ele é o centro da criação. Ele é colocado com carinho por Deus neste movimento para a plenitude”13 .
A melhor maneira de definir o ser humano é contemplando o amor incondicional de Deus por ele (entregando seu próprio Filho).
Dessa forma, menosprezar o ser humano é menosprezar o próprio Deus, que o criou à sua imagem e semelhança e o amou desde o primeiro momento.
Para entender o ser humano é preciso considerar a compaixão de Deus pelos homens a partir do Mistério da Paixão, Morte e Ressurreição: o amor incondicional, o “transbordamento” do Amor Trinitário.
O Criador pode dizer a cada um de nós: “Antes de te haver formado no ventre materno, eu já te conhecia”14.
Criado à “imagem e semelhança” do Criador, o ser humano tem como único e último horizonte o próprio Deus. Ele é chamado a viver em comunhão com todas as criaturas; tudo foi criado para ele; ele é o centro da Criação; ele é colocado com carinho por Deus neste mundo, num movimento em direção à plenitude.
Como transcendente é chamado a “transcender e humanizar-se”.
Todo ser humano traz dentro de si uma força que o arrasta para algo maior que ele, não se limita ao seu próprio mundo; tem um horizonte que o atrai. Traz dentro de si uma aspiração de ser pleno, sente a necessidade de “ser mais”, de crescer até atingir a Vida plena15.
Ao mesmo tempo em que ele é criatura de Deus, é também cocriador com Deus. Está em suas mãos fazer seu próprio projeto de vida, criar e transformar as estruturas de relação com a natureza e com os outros homens. As obras criadas a partir da Rede Santa Catarina, além das Irmãs comprometidas com o projeto, estabelecem uma rede de cola-
13 PALAORO, A. Sacerdote jesuíta. Mística Cristã: O ser humano no centro.
14 Jr 1, 5.
15 Observatório Romano, Ed. Portuguesa, 30/04/2015.
boradores que também se encantam com o desejo de um mundo melhor, cada um oferecendo de si segundo suas competências técnicas, com a mesma paixão, sem deixar de viver seu projeto pessoal de vida leiga. “O serviço é atitude de colaboração, trabalhando com Deus na mesma direção. Não se trata de fazer qualquer serviço, mas o maior serviço de Deus”16.
Visão de Mundo
“Aquele que amar apaixonadamente Jesus escondido nas forças que fazem a Terra crescer, a Terra, maternalmente, o levantará em seus braços gigantes, e o fará contemplar a face de Deus” 17 .
Tudo é criado para que o ser humano contemple, em todas as coisas, a face de Deus. Deve ver, sentir e perceber nas coisas a presença de Deus. Deve o homem cuidar.
Nos espaços, nos Planos da Pastoral, a natureza, as coisas criadas, todas as formas de vida devem ser contempladas e devem fazer parte do nosso olhar contemplativo.
Tal como percebe na obra criada a impressão digital do artista, nosso olhar de filhos amados por Deus deve refletir na criação e com a criação o carinho e transbordamento do amor de Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo, que se faz presente e presença por mediação das coisas criadas. Dessa perspectiva, o universo é templo de Deus, o mundo é lugar de salvação porque nele Deus escolheu fazer morada enviando seu Filho.
Tudo está “cristificado” e cheio de sentido. À medida que se aprofunda no serviço e na experiência cotidiana de Deus, Madre Regina entendia que a graça de Deus, depois de consolá-la, enchia sua existência de um desejo sempre maior de servir a Jesus Cristo e ao próximo.
Para Madre Regina, Deus se faz presente na Criação (presença amorosa); tudo é templo, morada de Deus; em tudo se pode contemplar Deus. O cuidado dos doentes é matéria de adoração e reverência a Deus, porque ele se importa e se ocupa destes.
16 PALAORO, A. Nosso modo de trabalhar, 2019.
17 CHARDIN, T. 1881 - 1955. Sacerdote jesuíta e místico.
O mundo é lugar do “louvor, da reverência e do serviço”. É no coração deste mundo que cada ser humano é chamado a ocupar o seu lugar e a viver sua missão. Daí a expressão: “contemplação na ação”. A missão e o trabalho não estão desvinculados da reverência a Deus. Ao contrário, é através das obras que o cristão demonstra sua fé18 .
A Congregação das Irmãs de Santa Catarina, desde o século XVI, revela um novo jeito de ser Igreja em que se possa incluir todos, a partir de um testemunho de vida alimentado pela fé. Apesar das dificuldades que a realidade apresenta, não há limites para a ação de Deus que se faz precisar do ser humano.
Madre Regina apresenta um novo estilo de Igreja, que só tardiamente o Concílio Vaticano II vai reafirmar. De que se pode ser místico inserindo-se na realidade do mundo, das injustiças, do medo, sem se tornar parte da sujeira do mundo.
Trata-se de olhar para o mundo com o “olhar da fé”, um “olhar contemplativo” que nos estimula à busca do “como Deus quer”, não apenas sobre nós mesmos, mas também sobre o mundo circundante, formado pelas diferenças de cada ser criado.
18 Ti 2, 14-26.

“Nossa missão apostólica concretiza-se em todo e qualquer trabalho: no servir aos irmãos na área da saúde, da educação cristã e de outras formas de serviço social e de ação pastoral, atendendo às necessidades do tempo, do país, da Igreja particular e da região onde estamos inseridas”
Constituição da Congregação das Irmãs de Santa Catarina, V.M., nº 57.
1.3. A identidade da Rede Santa Catarina e o “estilo de ser e agir”
Após o reconhecimento e aprovação da Congregação das Irmãs de Santa Catarina, V.M., Madre Regina se dirige a si mesma assim: “Regina, agora você é chamada de a fundadora da Congregação de Santa Catarina, se torna uma madre superiora, coloca em suas costas um fardo pesado, administra um ofício, do qual é obrigada a prestar conta com exatidão aos outros. Portanto, é necessário vigiar sobre si mesma”19
“Como
Deus quer”
Há uma teologia subjacente às práticas das Irmãs de Santa Catarina. Isso se revela no jeito característico e singular de cuidar da educação, da saúde e da assistência social, que nasce da experiência de oração e vida comunitária que lhes permite constante movimento e mobilização sem perder a essência do Carisma.
A teologia de Madre Regina é uma teologia encarnada no chão da história humana. Por mais incompreensível, difícil e contraditório que possa parecer, o cristão-místico deve encontrar o apelo de Deus: “E Jesus, tendo ouvido isto, disse-lhes: ‘os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes; eu não vim chamar os justos’”20. Madre Regina se inspira nessa teologia; na teologia da compaixão, da misericórdia pelos homens e pelo mundo.
“Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando a Boa Notícia do Reino, e curando todo tipo de doença e enfermidade. Vendo as multidões, Jesus teve compaixão, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. Então Jesus disse a seus discípulos: ‘A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos! Por isso, peçam ao dono da colheita que mande trabalhadores para a colheita’”.21
19 La vita della Beata Vergine Regina Protmann. Original em alemão. De um sarcedote fidedigno. 1623. p. 21 - 22.
20 Mc 2, 17.
21 Mt 9, 35-38.
“Quando surgem dúvidas, discussões sobre a interpretação do Carisma, o recurso à teologia do tempo da fundação e de hoje se faz iluminador. Percebe-se a fragilidade de uma fundação religiosa quando lhe falta teologia e predominam aspectos emocionais, circunstanciais e piedosos sem consistência”22.
Evangelização
A evangelização está intimamente ligada ao anúncio da Boa-Nova. Ela pressupõe a alegria de testemunhar os valores do Reino nas ações cotidianas. Portanto, a evangelização pressupõe acolher, incluir e cuidar, a exemplo de Madre Regina. Nesse sentido, é importante considerar o valor do diálogo, do respeito e da valorização da diversidade religiosa e cultural; vivenciando uma evangelização que recebe contribuições do humanismo solidário.
Valorizar a pessoa, sua dignidade, sua diversidade cultural, colocando a prática de Jesus Cristo e os valores do Evangelho como referência e critério de discernimento.
Evangelizar com a vida! Acolhendo e acompanhando com alegria, generosidade, gratuidade; colocando-se no lugar dos outros; testemunhando que é possível caminhar em comunhão, na luz, no bem e na paz; promovendo ambientes saudáveis, inclusivos e participativos.
Carisma e identidade confessional
Carisma vem do grego, charisma = cháris, que significa graça. Na tradição cristã, a palavra significa dom divino, graça concedida. Um carisma costuma ser associado a grandes líderes que inspiraram e guiaram multidões.
Carisma é um dom correspondido que transcende o tempo. Para nós, diz respeito ao jeito de ser da Congregação das Irmãs de Santa Catarina, herdado de Madre Regina, que, no seguimento de Jesus, olhou para
22 LIBÂNIO, J. B. Vida Consagrada e teologia Latino-Americana. Celebração da CLAR.
as necessidades de seu tempo e respondeu com zelo à sua missão junto aos vulneráveis. Esse dom extraordinário de Deus concedido à Madre Regina se perpetuou na história e continua com as Irmãs de Santa Catarina e com quem partilha dessa missão. A Pastoral tem a missão de zelar e cuidar desse legado e possibilitar que cada colaborador da Rede Santa Catarina assuma esse modo de ser na atividade profissional que exerce.
Madre Regina exortava às Irmãs a “andar sempre com fidelidade diante de Deus e diante dos homens, com dignidade e simplicidade, com profunda humildade, com verdadeira paciência, com perfeita obediência e caridade cristã; a empenhar com todo zelo, para que não apenas entre elas se amassem cordial e fraternalmente, mas que tivessem boa paz com toda e qualquer pessoa.”23.
Exortação que define o modo de proceder das Irmãs. É para elas, até hoje, o Testamento, que fundamenta a missão e a razão de ser no mundo.
A Congregação das Irmãs de Santa Catarina possui identidade confessional cristã-católica. A Rede Santa Catarina assume essa confessionalidade como um valor. Cada pessoa que atua na Rede Santa Catarina é, portanto, convidada a assumir esse modo de ser, buscando viver e trabalhar segundo o Carisma de Madre Regina.
23 Testamento de Madre Regina. Congregação das Irmãs de Santa Catarina, V. M.: Livro de Orações. Petrópolis, 2009. p. 85.

“À exemplo do Bom Pastor, cuidemos do rebanho com dedicação e ternura, não à força, mas de boa vontade, não como um dever, não como pessoas religiosas assalariadas ou funcionários do sagrado, mas com coração de pastor, com entusiasmo. Com os olhos voltados para o Bom Pastor, descobrimos que somos cuidados com ternura, sentimos a proximidade de Deus; e, desse cuidado e sentimento de pertença, nasce a alegria do serviço pastoral e, antes ainda, a alegria da fé viva”
Papa Francisco, visita pastoral ao Canadá, Québec, 03/04/2014.
1.4. Formação do profissional da Pastoral e Espiritualidade da Rede Santa Catarina
Das raízes às asas! Imagens usadas por Stefano Zamagni, que nos ajuda a discernir as funções da época de fundação e da época de atualização de um legado, como um exercício que “equivale a tentar juntar asas e raízes. Raízes é o que herdamos de nossos predecessores. Mas não podemos parar aí. Temos que colocar em funcionamento as asas; pois, asas sem raízes levam à superficialidade ou ao aventureirismo. Não se sustentam. Mas, também o oposto é perigoso. Raízes sem asas degeneram em conservadorismo, em paralisia. Discernir e aplicar ‘raízes e asas’ é o que eu considero missão estratégica e fundamental para as lideranças de hoje”.24
Madre Regina foi uma mulher de profunda sensibilidade aos sinais dos tempos. Foi sempre muito coerente, realista, esperançosa, batalhadora e, por meio do seu incansável trabalho, nunca se rendia diante das dificuldades. Pelo contrário, quanto mais desafiador, mais se sentia provocada e impulsionada pelo serviço, fazendo tudo que pudesse fazer com a esperança e confiança na graça de Deus, com a certeza de que tudo depende de Deus.
Com essa visão, não havia causas perdidas, mergulhava-se de cabeça. Sabia que o trabalho para o reino de Deus não podia ser feito com descuido, de qualquer jeito. Então, se cercava de pessoas competentes e corajosas.
Nos tempos modernos, além de pessoas de bem, de boa vontade e coragem, as pessoas precisam ser bem preparadas cultural e academicamente.
Num processo de mudanças muito rápidas e constantes, a ciência e os conhecimentos em geral precisam acompanhar o ritmo de mudanças. Por isso, a Pastoral tem, necessariamente, que se atentar aos sinais
24 ZAMAGNI, S. Professor de Economia na Univ. de Bolonha. Nomeado pelo Papa Francisco, em 2019, presidente da Pontifícia Academia das Ciências Sociais.
dos tempos. Isso significa criar mecanismos de aperfeiçoamento, aprofundamento e atualização em conhecimento científico, sobretudo com relação às ciências humanas, bíblico-teológicas, filosóficas etc.
A formação continuada é indispensável para o para o colaborador da Pastoral; sobretudo, em teologia, espiritualidade, Bíblia, pastoral escolar, pastoral hospitalar, assistencial, políticas públicas etc.
A prática profissional, unida ao exercício da caridade e da compaixão, torna-se um nosso modo de ser e agir, cuidando da vida em todas as suas dimensões e em todos os seus ciclos.
O perfil do profissional do setor de
Pastoral e Espiritualidade
A atuação do profissional desse setor é de suma importância, pois sua ação se deve expressar ternura e compaixão aos assistidos. Isso faz com que tenhamos um olhar de esperança, apesar das dificuldades, compassivo capaz de cuidar do outro com humanidade.
Deve ter capacitação na área de espiritualidade, tenha uma escuta atenda, bom relacionamento interpessoal e de comunicação. Ser bem acolhedor, pois será a referência da espiritualidade da Madre Regina em toda a Rede Santa Catarina. Seus gestos e ações serão como “luz” para os doentes, estudantes, familiares e colaboradores. Ser sensível ao sofrimento do outro e capaz de enxergar a dor do próximo ou pedido de auxílio.
Deverá ser comprometido com o carisma e missão da instituição, além disso: trabalhar em equipe, gostar de estudar, ter bom equilíbrio emocional, ser católico, ter boa comunicação, ser criativo, flexível e atento, ser uma pessoa de oração, humilde, pontual, justa no que faz e transmitir alegria pela missão de facilitador.
1.5. Desafios atuais para o serviço pastoral
O lugar da Espiritualidade num mundo secularizado, de muitas crenças, mas “de pouca libertação”
Hoje, apesar da diversidade de religiões, de crenças e espiritualidades, o grande desafio é “crer num mundo de muitas crenças e pouca libertação”. Esta é a afirmação do teólogopadre Libânio, ao considerar a urgente e necessária formação teológica para as comunidades, movimentos e organizações da Igreja.
A religião adaptou-se à dinâmica do mercado. No lugar de se tornar alternativa de libertação para o povo, tornou-se mais um mercado, cuja mercadoria são os objetos e artefatos sagrados. O sentido ético ficou em último plano, num mundo onde cresce a indiferença quanto aos valores do Evangelho e aos valores humanos.
O grande desafio, hoje, para os membros da Rede Santa Catarina é viver, minimamente, segundo o Carisma de Madre Regina. É preciso ser corajoso e persistente para viver conforme as origens que nos sustentam enquanto Instituição de missão.
Há espiritualidade para escolher, conforme o gosto de cada pessoa, cliente e consumidor de bens sagrados, que atenda a cada ideologia, visão de mundo. Da mesma forma, escolhe-se qual combina melhor com o estilo de vida que cada um escolheu viver. Eis o desafio de cultivar e difundir, com competência e, sobretudo, com a vida o Carisma, espiritualidade e vida de Madre Regina.

“Não é a fé que está em crise, mas certas formas com que a anunciamos. A secularização é um desafio para a pastoral. É ocasião para a recomposição da vida espiritual em novas formas e novas maneiras de existir. O olhar que discerne, ao mesmo tempo que nos mostra as dificuldades que temos na transmissão da alegria da fé; estimula-nos a encontrar uma nova paixão pela evangelização, procurando novas linguagens, mudando algumas prioridades pastorais para se chegar ao essencial. O anúncio do Evangelho não é, primeiramente, por palavras, mas através do testemunho de amor gratuito. É um anúncio que pede para se encarnar num estilo de vida que reacende o desejo de Deus, infundi esperança, transmite confiança e credibilidade”
Papa Francisco, visita pastoral ao Canadá, Québec, 03/04/2014.
II. Fundamentos e Diretrizes Gerais da Pastoral e Espiritualidade
2.1. Justificativas dos Fundamentos e Diretrizes Gerais
“‘Todos ficaram cheios do Espírito Santo’ (At 2, 4). ‘Todos cheios’, assim começa a vida da Igreja; não de um plano preciso e articulado, mas de todos experimentarem o mesmo amor de Deus. Sem o Espírito Santo, a Igreja fica inerte; a fé não passa de uma doutrina, a moral de um dever, a pastoral de um trabalho. Às vezes, ouvimos os pensadores, teólogos, que nos dão doutrinas frias; parecem matemáticas, porque, dentro, falta o Espírito. Com Ele, pelo contrário, a fé é vida, o amor do Senhor nos conquista e a esperança renasce. Coloquemos o Espírito Santo no centro; caso contrário, o nosso coração não arde de amor por Jesus, mas por nós mesmos. É, sobretudo, d’Ele que a Igreja tem, hoje, necessidade! Por isso, digamos-Lhe: ‘vinde, Espírito Santo’”25 .
Os Fundamentos e Diretrizes Gerais da Pastoral e Espiritualidade da Rede Santa Catarina para as três áreas saúde, educação e assistência social - têm como justificativa o cuidado com a vida em todas as suas dimensões e em todos os seus ciclos, selando, assim, um comprometimento de valor evangélico com a visão, os valores e a missão da Rede Santa Catarina. Os projetos elaborados a partir daí devem unir e reunir todos os envolvidos direta e indiretamente com a Rede Santa Catarina: pacientes, estudantes, familiares, assistidos e colaboradores em torno do Cristo Bom Pastor, que conduz os nossos passos, assim como guiou os passos de Madre Regina. Com o suporte dos Fundamentos e Diretrizes Gerais, cada área organizará seu Projeto Comum, a partir do qual cada Casa, com sua equipe de Pastoral, organizará seu Plano de ação.
25 Papa Francisco, homilia, Pentecostes, 2023.
Os Fundamentos e Diretrizes Gerais têm como referência:
• A Sagrada Escritura;
• O magistério da Igreja;
• A experiência espiritual e o Carisma de Madre Regina Protmann;
• A história, a espiritualidade e o Carisma da Congregação das Irmãs de Santa Catarina, V.M.;
• O referencial bíblico-teológico e antropológico;
• As diferentes maneiras como as pessoas buscam, cultivam e expressam sua espiritualidade e sua fé;
• O discernimento das situações e dos sinais do tempo a partir do cotidiano, da vida, do diálogo e da oração;
• A diversidade humana, profissional, cultural, étnica e religiosa da Rede Santa Catarina e de todos que se relacionam com ela.
A finalidade das obras
“As Irmãs de Santa Catarina tinham obrigação de cercar, com amor e cuidado solícito, tanto as Irmãs doentes de sua comunidade quanto todos aqueles aos quais seriam chamados”26 . “Aos doentes de fora do convento, acudiam a qualquer hora do dia ou da noite, geralmente em duas”27 .
Esses artigos, da Regra da Congregação, explicam a missão da Rede Santa Catarina. O trabalho desenvolvido por Madre Regina e pelas Irmãs que continuaram a missão é motivado e sustentado pela fé que, por sua vez, se traduz em obras, principalmente, aos mais necessitados.
A finalidade da obra da Rede Santa Catarina é evangelizar, humanizar o mundo, cuidando essencialmente das pessoas, com carinho, inspirada no modo de proceder cristão.
26 Regra da Congregação das Irmãs de Santa Catarina, V. M., de 1602, art. 19.
27 Regra da Congregação das Irmãs de Santa Catarina, V. M., de 1602, art. 24.
A obra é um trabalho apostólico, é missão apostólica. Uma vez que está a serviço dos outros, está a serviço de Jesus Cristo, servindo-O nas pessoas.
A certeza nasce de um processo de escuta atenta e crítica. Escuta que compreende tudo como manifestação da presença de Deus. Trata-se de compreender que somos obras do Espírito Santo, e só em sintonia fina com Ele podemos ser o que fomos feitos para ser, sem nos perder em fugacidade.
No plenamente humano, Deus se faz presente e faz morada na nossa história. O mundo todo é transfigurado. Por isso, pessoas como Madre Regina são agregadoras e catalizadoras da vontade de Deus, que se dispõe para a vida das pessoas, porque o que anuncia e vive transcende a realidade contextual e chama a si todos os homens e mulheres de boa vontade.
O testemunho de Madre Regina é fruto de discernimento que nasce da prática cotidiana atenta aos que mais sofrem, aos mais carentes, com um olhar para o futuro, marcado por uma esperança que nasce do Evangelho, da revelação do Cristo ressuscitado, que venceu a morte.
Hoje, a Rede Santa Catarina conta com pessoas imbuídas do senso de justiça, que dedicam seu potencial humano e profissional, suas qualidades específicas, seus dons a serviço dos outros, à medida que se identificam com a missão das Irmãs de Santa Catarina. Os leigos, colaboradores dessa missão, não precisam ser religiosos. Trabalhar numa instituição de identidade religiosa não os impede de se colocarem a serviço com o que têm de melhor. Os colaboradores não precisam ter fé ou serem católicos para ingressar nessa tarefa, mas ingressam nesse trabalho, por perceberem no testemunho das Irmãs de Santa Catarina e no corpo de colaboradores da Rede Santa Catarina um sinal de profunda humanidade, pela qual vale a pena empenhar-se.
O contexto das Casas
Embora a Rede Santa Catarina trabalhe, como já diz o nome, em rede, precisamos de parâmetros comuns, de unidade e identidade.
Para manter um jeito próprio de ser e agir, coerente com o Carisma e a espiritualidade da Congregação das Irmãs de Santa Catarina, é
imprescindível que se conheça e considere as especificidades de cada contexto das Casas onde as obras se fazem presentes.
Os Fundamentos e Diretrizes Gerais revelam a identidade da Rede Santa Catarina com fidelidade institucional, sem descaracterizar as realidades locais. Por isso, elas são uma construção conjunta em sua elaboração de princípios e projetos e em sua implantação e acompanhamento de planos de ação.
Casas de educação
“Inspirada no trabalho didático-educativo dos jesuítas, do colégio em Braniewo, estendeu sua solicitude às crianças e jovens do sexo feminino, coroando o trabalho com a fundação da escola para moças, no convento de Braniewo. Com a intenção – como escreve o biógrafo – de inculcar o amor e o temor de Deus nos jovens corações, Regina unia a possibilidade do estudo, indispensável ao desenvolvimento da vida cristã”28.
Começaram como instrumento de instrução, de educação básica para as meninas; hoje, é meio fundamental de formação da pessoa em todas as suas dimensões e potencialidades, entre as quais a de galgar os melhores lugares em universidades, em igualdade de condições com as escolas de grande porte. Não é só meio para ensinar e/ou preparar para o mercado, mas, sobretudo, de preparar pessoas para os outros, com dignidade, consciência, compaixão e capacidade de indignação e ação em favor da vida.
Na educação, a reflexão é um processo formativo e libertador, à medida que desenvolve a consciência dos alunos, de tal sorte que os desafia a sair do simples conhecimento teórico à ação, uma vez transformadas suas crenças, valores, atitudes e sua forma de pensar a si, aos outros e ao mundo.
A Rede Santa Catarina sempre considerou a educação como terreno privilegiado para exercer sua missão e um dos meios mais importantes para o desenvolvimento integral da pessoa humana, para a transformação da sociedade e para o anúncio do Reino.
28 SLIWINSKA, Ir. B. G., CSC. História da Congregação das Irmãs de Santa Catarina, V.M.
A partir da perspectiva da missão da Rede Santa Catarina, a escola continua sendo lugar privilegiado para a formação da pessoa a partir dos critérios e valores éticos, humanos e evangélicos, auxiliando-se dos mais modernos recursos da ciência e da técnica. Somente instituições novas ou renovadas podem encontrar seu lugar no cenário dessa modernidade, ou já pós-modernidade. Disso, decorre a renovação da educação que a Rede Santa Catarina vem trilhando nos últimos tempos, chamando a atenção para um modelo de educação e uma prática escolar em que o aluno seja protagonista, esteja no centro de tudo que diz respeito à escola. Em função disso, a Pastoral deve estar mais sensibilizada a esse apelo para oferecer, com criatividade e discernimento, respostas aos grandes questionamentos do nosso tempo e enfrentar os desafios do futuro.
Casa e escola que promovem “uma educação que integre e harmonize o intelecto (cérebro), os sentimentos (coração) e as ações (mãos)”, indicou, como objetivo para a Pastoral em campo escolar, o Papa Francisco na Universidade Católica do Chile, em 2018. Assegurando e promovendo a estudantes, colaboradores e à rede de relações externas ações e projetos que contemplem uma experiência com as várias dimensões da vida humana, sobretudo a ética (virtudes e valores) e a espiritualidade (sentido da vida).
Assim, a Pastoral Escolar vivencia, com toda a Casa, a vocação da escola confessional: “chamada a se transformar, antes de mais nada, em lugar privilegiado de formação e promoção integral, por meio da assimilação sistemática e crítica da cultura, fato que consegue mediante um encontro vivo e vital com o patrimônio cultural”, como sublinha o Documento de Aparecida, nº. 329.
Casas de saúde
“Exercitar a responsabilidade para com a pessoa doente significa assegurar-lhe o cuidado até o fim: curar se possível, cuidar sempre”, recomenda o documento vaticano Samaritanus bonus, em 2020. Cuidar sempre, mesmo diante de situações em que a Ciência depõe as armas, mesmo diante do incurável, porque “incurável não é sinônimo de incuidável”, sublinha o documento, e diante dos desafios de acolher e cuidar de pessoas em situações de vulnerabilidade física e social.
Pacientes e familiares têm o direito de serem cuidados com amor até o fim. Esse é o objetivo da Pastoral e Espiritualidade da Rede Santa Catarina, no campo hospitalar, assegurando acolhimento e cuidados à pessoa doente e seus acompanhantes; aos assistidos e aos profissionais colaboradores envolvidos, garantindo, por meio de um trabalho interdisciplinar, suporte médico, psicológico, social, assistencial, familiar e espiritual.
A cura, que é mais do que só físico-somática, é também o desejo de resgate da dignidade por mediação da medicina e do cuidado a partir da vulnerabilidade humana.
O olhar de Madre Regina e das Irmãs de Santa Catarina é um olhar de misericórdia, de compaixão que nasce da experiência espiritual que lhe permite ver Deus em todas as coisas, sobretudo, no ser humano, quando fragilizado e necessitado de cuidados.
Casas assistenciais
As obras de assistência social revelam o carinho essencial, muitas vezes, relatado no Evangelho. O cuidado com o pobre e o serviço dedicado a ele não podem ser menos do que aqueles oferecidos aos que podem arcar com os custos.
O cuidado aos mais pequeninos é a expressão de maior compaixão e amor. O amor que não espera retorno é o amor do Pai revelado na parábola do Bom Samaritano29 .
A assistência social, segundo o que foi na origem para Madre Regina e para a Congregação é, hoje, a preocupação e o cuidado com os necessitados; considerados população descartável, invisível para o mundo utilitarista. A população assistida é aquela que, à luz do mundo consumista, se tornou um peso para a sociedade.
Essa área da missão da Rede Santa Catarina é imprescindível, porque revela uma antropologia: o ser humano é a melhor expressão
29 Lc 10, 25-37.
da presença de Deus e lugar teológico da salvação30. Menosprezar o ser humano é fazer o mesmo com seu Criador, porque é sua criatura amada. Cuidar do pequenino é cuidar das dores do Cristo, que ainda padece sob os efeitos da injustiça, da escravidão, da ganância e da desigualdade.
30 Mt 25, 35-45.

“Na comunicação entre nós, corremos o risco de ser como lobos ferozes. Devoramos as palavras do outro, sem as escutar, e jogamos na cara do outro impressões e julgamentos. Para escutar, há necessidade não só do silêncio interior, mas também de um espaço de silêncio entre a escuta e a resposta. Primeiro ouvir. Em seguida, em silêncio, acolher, refletir e interpretar. Só depois, tentar dar uma resposta. Isto se aprende na oração. A oração alarga o coração, faz descer do pedestal, educa para a escuta e gera, em nós, o silêncio da contemplação. Da contemplação diante do Senhor, não só ajoelhando com os joelhos, mas com coração ajoelhado”
Papa Francisco à Cúria Romana, Felicitações de Natal, 21/12/2023.
2.2.
Fundamentos e Diretrizes Gerais
O processo de organização e sistematização da Pastoral e Espiritualidade da Rede Santa Catarina nasce da necessidade de dar unidade às ações entre as Casas e com toda a Rede, considerando a identidade local e os fatores culturais, sociais e históricos, a fim de garantir o “modus operandi” segundo o Carisma e a missão de Madre Regina Protmann.
O trabalho nas três áreas - saúde, educação e assistência social -, estruturado pelos Fundamentos e Diretrizes Gerais, tem por missão cuidar e educar a partir do Evangelho, aplicado segundo o Carisma fundacional, considerando os aspectos éticos e cristãos, numa convivência fraterna, valorizando sempre o processo de humanização e o princípio da responsabilidade social.
Planos de Ação
Casas - Saúde
Projeto Pastoral Hospitalar Comum
DIRETRIZES GERAIS
Projeto Pastoral Escolar Comum
Planos de Ação
Casas - Educação
Projeto Pastoral da A. Social Comum
Planos de Ação
Casas - Ass. Social

“Discernir é muito diferente de analisar meticulosa e legalmente, ou perfeccionismo. É um impulso de amor que estabelece a distinção entre o bom e o melhor, entre o útil em si mesmo e o útil agora, entre o que em geral pode estar bem e o que precisa de ser promovido agora. A falta de tensão para discernir o melhor torna, muitas vezes, a vida pessoal e pastoral monótona, repetitiva: multiplicam-se atividades religiosas e se cai na manutenção de gestos repetitivos e tradicionais sem ver bem o significado”
Cardeal Carlo Maria Martini, Il Vangelo di Maria, Milão 2008.





2.3. Pastoral e Espiritualidade em diálogo com as Ciências
Pastoral
Todo ser humano busca a felicidade. A mais profunda motivação humana é plenificar o coração de felicidade. À luz da espiritualidade, encontra e faz a experiência de se sentir feliz, quando se inicia a se doar a alguém, a uma causa, a uma missão. Neste sentido, “não é que a vida tenha uma missão; mas, a vida é uma missão”31 . Uma missão, que para nós, significa “acolher e cuidar”, nossa missão, “demonstrando amor às pessoas por meio de nossos atos”, nossa visão.
Quando o ser humano se doa, ele recebe! É como uma lei, a lei da vida. Encontra e faz a experiência de se sentir feliz quem busca o bem do próximo, do próximo mais próximo; e do próximo mais distante. Por isso, “se consigo ajudar uma só pessoa a viver melhor, isso já é suficiente para justificar o dom da minha vida”32 .
É um setor que interage com todos os outros setores da Rede Santa Catarina para acolher e cuidar, como um pastor de ovelhas, que imita o Bom Pastor, Jesus, que, sempre e sem medidas, “doa sua vida pelas ovelhas”33; por isso, o nome Pastoral. Doar a vida, significa assumir o compromisso, conforme as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (CNBB, 2019 – 2023), em servir concretamente à vida, em dialogar com abertura, em anunciar respeitosamente o Evangelho e em testemunhar a fraternidade.
Essa atuação implica uma interpretação do mundo, da história e, igualmente, uma concepção adequada da ação pastoral diante da realidade presente. Madre Regina, em sua época, realiza uma ação pastoral de acordo com a necessidade cultural, histórica e social, respondendo ao chamado de Deus no contexto em que vive, uma Igreja pós Concílio
31 Papa Francisco, Gaudete et exsultate, n. 27.
32 Papa Francisco, Evangelii gaudium, n. 182.
33 Jo 10, 12.
de Trento. Também nós, chamados por Deus, dentro de uma realidade cultural, histórica e social e de acordo com o caminho que a Igreja nos indica por meio do Concílio Vaticano II, temos uma ação orgânica e sistêmica como resposta pastoral às necessidades atuais.
A Pastoral e Espiritualidade é o setor que promove, coordena, desenvolve ações e celebrações que alimentam a dimensão espiritual que, desde as origens, é a fonte que nutre, motiva e diferencia nosso ser e agir.
Ser e agir motivados pela espiritualidade e concretizados com humanização em cada ação profissional. Tudo a ver com a missão institucional de “Acolher e cuidar do ser humano durante todo o ciclo da vida”.
A Pastoral Espiritualidade planeja, executa, avalia e celebra suas ações e projetos nos três campos se serviço da Rede Santa Catarina: educação, assistência social e saúde. São diretrizes, planos de ação e projetos de acordo com os contextos e desafios e com a finalidade de mais e melhor acolher e cuidar.
A ação pastoral na Rede Santa Catarina tem uma identidade e característica, que se expressa no “cuidado essencial” do ser humano em todas as suas fases da vida e em todas as suas dimensões. Os primeiros interlocutores da ação pastoral são: doentes, estudantes, assistidos, familiares, colaboradores e todos aqueles que de alguma forma chegam às Casas com alguma necessidade, à procura de algum tipo de atendimento ou que nas Casas atuam como profissionais. Sobretudo, aos colaboradores, o anúncio do Reino e do Carisma é feito, particularmente, porque serão multiplicadores da Boa-Nova do encontro com Deus e partícipes do legado de Madre Regina.
A Equipe de Pastoral e Espiritualidade é dinamizadora das ações que acolhem e transformam os interlocutores em “semeadores”, não apenas da ação pastoral, mas, sobretudo, da alegria do encontro com Deus, consigo mesmo e com os outros; criando, no contexto da Casa, um clima de harmonia e de comunidade, porque Deus é Pai e congrega todos numa partilha de vida. Nesse sentido, dizemos: “Casa em Pastoral”, na qual se respira paz, conforto, acolhida cuidado e compaixão.
Espiritualidade
Espiritualidade como dimensão a ser cultivada, independente de credo religioso, e aliada ao trabalho cotidiano. Um binário necessário; sobretudo, neste tempo ferido e sem muita motivação. Por isso, todo um setor, que juntamente com todos os outros setores, cultiva “a espiritualidade que nos leva à fonte do Espírito e o trabalho como expressão, como teste, que verifica como a vivenciamos” (Anselm Grün, Alemanha, 1945. Beneditino, teólogo, economista. Autor de mais de 300 livros com foco na espiritualidade e no trabalho).
A Espiritualidade da Congregação das Irmãs de Santa Catarina e, consequentemente, da Rede Santa Catarina, nasceu e se mantem cristã-católica, acolhe e se nutre das Escrituras Sagradas, do Magistério da Igreja e do Carisma da Madre Regina Protman. É uma Espiritualidade que também acolhe e se nutre do humanismo solidário, da fraternidade universal e do cuidado da Casa Comum.
Inspiração e diálogo com a Ética
Os nossos princípios são voltados para o compromisso com a vivência dos valores do Carisma, que reconhece o amor e o respeito à dignidade da pessoa em sua totalidade. A ética é voltada para o valor da vida.
“A dignidade da pessoa não é atribuída, mas reconhecida; não é outorgada, mas respeitada. Está inscrita no íntimo de todo ser humano, não depende de seu estado de desenvolvimento, de sua saúde, de suas qualidades e capacidades, nem mesmo de seus comportamentos. Todo ser humano, seja qual for seu estado e condição, é uma unidade inseparável, corpo e espírito, aberto à transcendência” 34 .
Reconhecer que liberdade e responsabilidade são dimensões interligadas, inseparáveis e essenciais do ser humano, que nossa consciência é inviolável e nos revela como seres individuados, políticos, ecológicos e abertos ao transcendente.
34 CELAM, Documento sobre a dignidade da vida. Nº 83.
Considerar que nosso compromisso se estende para além do momento presente, ou do âmbito de nossa vida, é assumir a responsabilidade para com a geração atual e as gerações futuras. Crer que a paz não se chega pela passividade, mas pela clareza e veracidade com que nos posicionamos frente aos conflitos e dentro deles é atuar na promoção de corações e ambientes em paz.
Autocrítica constante, olhar para dentro de si, mediante discernimento espiritual e contribuição dos diversos campos humanos para amadurecer e afirmar posicionamentos, ponderando decisões, sondando sentimentos, em vista do bem-estar consigo mesmo, com os outros, com o mundo e com Deus.
Inspiração e diálogo bíblico-teológico
O mundo, criado por Deus, é bom e pode ser transformado pelo ser humano, que está desafiado a viver à Sua imagem e semelhança. Nesse processo, é indispensável dedicar tempo para a escuta e a vivência da Palavra de Deus, que deve ser promovida com atenção, valorização, respeito à pluralidade religiosa, pois cada Casa acolhe e cuida de toda e qualquer pessoa, vendo nela um irmão. Por isso, a espiritualidade é incorporada como linfa vital, como fundamento essencial da missão da Rede Santa Catarina.
Acolher sem distinção, assim como Madre Regina, amando e respeitando o próximo, vendo, acolhendo e cuidando, como se cuida do próprio Jesus, vendo nele o Cristo que vive em cada um de nós.
Inspiração e diálogo com a Filosofia
Buscar a interação da fé com a vida, com a cultura, com o mundo, com os irmãos e, sobretudo, com os mais necessitados. Cabe-nos compreender a realidade em que estamos inseridos, tendo a vida como referência para a reflexão e fundamento da convivência e de cada trabalho a ser executado.
Reforçar a concepção da vida, da dignidade humana e a importância do conhecimento como poder agregador de valor, no jeito de ser e agir da Rede Santa Catarina. O conhecimento deve estar voltado para a defesa e a promoção da vida, considerando o sentido teleológico do ser humano, sua razão de ser e existir e sua singularidade. Nessa tarefa, deve-se buscar enriquecimento com as diferentes ciências e interação com a fé, com a vida e com a cultura.
Inspiração e diálogo com a Sociologia
A pessoa é um ser social por natureza, em desenvolvimento constante, porque a vida é dinâmica. Esse desenvolvimento se dá na inter-relação com os outros e com as outras formas de vida, com o transcendente, sempre a partir do meio em que está inserida. Nesse aspecto, vale considerar a contribuição das áreas de atuação da Rede Santa Catarina em relação à responsabilidade comunitária, a promoção da cultura da paz, a valorização das formas de convivência, o diálogo, a liberdade, a cidadania, a formação de uma consciência ecológica, aberta ao transcendente e preocupada com a sustentabilidade das gerações futuras35.
O respeito ao ser humano em todas as suas dimensões, promovendo a fé cristã por meio de ações de expansão da consciência, da sintonia de cada ser humano, consigo mesmo e com os outros, é de condição fundamental ao desenvolvimento das ações pastorais.
A acolhida a toda e qualquer pessoa, em sua individualidade e pluralidade, revivendo sempre e a todo momento o Carisma que nos move e nos faz viver para o bem do próximo, é vital na compreensão da espiritualidade que nos move.
2.4. Objetivos
a) Estabelecer os Fundamentos e Diretrizes Gerais, conceituais, organizacionais e operacionais para a Pastoral e Espiritualidade da Rede Santa Catarina de tal forma que, ao considerar as ações pastorais em todas as Casas, conforme o Carisma, identidade e missão
35 Papa Francisco, Encíclica Laudato Si, 2015.
da Congregação das Irmãs de Santa Catarina, assimile-se, adequadamente, o conceito de Pastoral e Espiritualidade. Otimizar os processos de celebrações, projetos, atividades e clima institucional. Promover e fazer chegar a todos os envolvidos com o “cuidado essencial” e a compreensão da vivência da fé, a partir do Carisma de Madre Regina.
b) Cuidar da essência, que é o Carisma, e do processo humanizador e evangelizador em toda a Rede Santa Catarina, através do acolhimento, cuidado, espiritualidade, visão e valores institucionais, a fim de fortalecer o atendimento humanizado, considerando o outro como fim, destinatário da missão de Deus e de Madre Regina, nunca como meio. Vivenciar a identidade confessional em toda a Rede Santa Catarina como motivação para o trabalho cotidiano.
c) Reorganizar e reestruturar a Pastoral e Espiritualidade com ações evangelizadoras, sistêmicas e orgânicas. Para isso, preparar e oferecer encontros de formação e atualização, em comunhão com as equipes das Casas e com as Irmãs de Santa Catarina. Realizar ações pastorais e espirituais que promovam a vida, considerando o contexto local.
d) Construir e disponibilizar os Fundamentos e Diretrizes de Pastoral e Espiritualidade para toda a Rede Santa Catarina, com objetivos, metas, orientações, valores e estratégias. Manter encontros com a liderança de Pastoral e Espiritualidade em vista do aprimoramento das ações pastorais e de estar à altura dos inúmeros desafios atuais.
e) Capacitar, preparar, acompanhar, animar, subsidiar planos, projetos e ações de toda a Rede Santa Catarina, para que todos os envolvidos com a missão institucional e com o serviço pastoral sejam corresponsáveis Pastoral e Espiritualidade.
2.5. Estratégias metodológicas
Como identidade e memória do Carisma institucional, tudo deve acontecer de forma integrada. O ser e o agir pastoral e espiritual devem estar em cada ação, no ser e no agir de cada colaborador, expressos através de diálogo, respeito à diversidade, colaboração, fraternidade, espiritualidade e autêntico testemunho humano e profissional.
É esse modo de ser e agir que anima e motiva para acolher e cuidar, considerando a contextualização e a escuta como: comportamento, capacidade de diagnose, sistematização e organização de procedimentos. Os Fundamentos e Diretrizes, os Projetos e Planos de Ação, a atenção à formação permanente, o planejamento de curto, médio e longo prazo e a avaliação, são estratégias fundamentais em todo o serviço pastoral.
2.6. Dimensões
Considerando a pessoa integralmente, a Pastoral e Espiritualidade, necessariamente, aborda as múltiplas dimensões que determinam o ser humano. Dentre essas, a socioemocional; comunitária; espiritual; místico-ecológica; acadêmico-cultural; humanizadora; ético-política e litúrgico-catequético-confessional.
1. Socioemocional
Cuidar de forma integral da dimensão emocional e social de todos na Rede Santa Catarina, levando em conta o percurso pessoal e comunitário de cada um. Considerando a rede de relações, sentimentos e circunstâncias que cada pessoa vivencia, para mais e melhor acolher e cuidar.
2. Comunitária
Saúde, educação e assistência social, juntas, formam uma comunidade constituída de rica pluralidade de pessoas singularmente distintas. Esse é o lugar para a implementação de ações que estabeleçam laços e compromissos junto às pessoas envolvidas na Rede Santa Catarina e as comunidades em torno de cada Casa.
3. Espiritual
A espiritualidade é o modo como nos relacionamos com os outros, à luz do Espírito; é estar imbuído dos sonhos de Deus; é estar sentado diante do poço, sedento da água que só Jesus pode saciar. As ações dentro dessa dimensão são para alimentar e cultivar, em todas as pessoas envolvidas, o encontro com o transcendente, estimulando a busca por sentido para a própria vida e para o trabalho.
4. Místico-ecológica
O olhar cristão sobre tudo que é disponibilizado é um olhar contemplativo, que se coloca ao mesmo tempo com Deus para perceber sua Glória desde agora. É esse o olhar de Madre Regina ao entender a vontade de Deus, traduzindo no “Como Deus quer”.
O pastoralista precisa desenvolver esse olhar que atravessa o rotineiro e consegue enxergar o mistério: “quando nada acontece, há um grande milagre acontecendo que não estamos vendo”36.
O cristão, imbuído do Espírito de Deus, reconhecendo-se como criatura, é também “cocriador com Deus; está em suas mãos fazer seu próprio projeto de vida, criar e transformar as estruturas de relação com a natureza e com os outros homens. Deus descansa de sua atividade criadora, apoiando-se nas mãos, na inteligência e no coração do homem, a quem seu Criador considera capaz de continuar a obra por Ele começada”37.
Uma atitude de conversão e agradecimento deve ser o nosso modo de proceder. Questionando-se sempre, em espírito de gratidão: quais são as motivações que impulsionam e regem minha vida? Que critérios, valores, aspirações acompanham minhas decisões? Que uso faço e como coloco a serviço minhas qualidades e meus talentos? Que sonhos sustentam e dão sabor à minha vida?
Não são perguntas retóricas, são perguntas para configurar nosso olhar, nosso ouvir, nosso fazer; nosso sentir ao olhar, ao ouvir, ao fazer; e sentir de Deus, para que a nossa missão seja a missão de Deus e sejamos disponíveis para que Deus aja através de nós.
A Pastoral incentiva e conscientiza a prática do cuidado com a criação. Desenvolve, entre todos na Rede Santa Catarina, uma espiritualidade alinhada à atitude de cidadania, de guardiões da criação, segundo a Carta da Terra: “respeitar a terra e a vida em toda sua diversidade”. Desenvolve atividades e projetos em função de uma consciência local e planetária.
36 ROSA, G.. Primeiras Estórias. Editora Nova Fronteira. 2001.
37 Província Jesuíta do Brasil Centro-Leste. Programa de Ensino Religioso. São Paulo: Loyola, 2006. p. 38.
5. Acadêmico-cultural
Envolve, em sinergia, todos os setores da Rede Santa Catarina com a prática pastoral, buscando excelência em apresentar, como rede, a cultura, a identidade e a missão da Instituição.
6. Humanizadora
A Pastoral é expressão da ação do Bom Pastor, que é Jesus, plenamente divino e plenamente humano. Por isso, é atenta ao acolhimento e ao cuidado, com carinho e misericórdia para todos, mantendo a presença humana e humanizadora diante do ser humano.
7. Ético-política
Possibilita encontros para o estudo de problemas locais, assim como possíveis soluções. Promove discussões sobre valores e a participação ativa na política local, incentivando e despertando lideranças baseadas no Evangelho de Jesus Cristo.
8. Litúrgico-catequético-confessional
Seguindo os passos de Jesus, a Rede Santa Catarina, inspirada no Carisma de Madre Regina, é confessional e se nutre da espiritualidade cristã. A ação pastoral deve incentivar esse jeito de ser no mundo. Para isso, deve zelar pela liturgia, pelos momentos litúrgico-catequéticos; bem como pelos espaços sagrados, pelos tempos litúrgicos; com atenção especial à rotina de cada Casa, em suas celebrações, orações, momentos de espiritualidade etc.
Atenção especial seja dada à história das origens do Carisma e da Congregação. A Pastoral cuida da linfa invisível, que dá sentido ao cotidiano por meio dessa e de tantas outras ações.
2.7. Procedimentos pastorais comuns
O Carisma fundacional das Irmãs de Santa Catarina é fonte de inspiração e vivência para que o jeito de ser e agir, que ultrapassa 450 anos, continue se fazendo cultura e identidade da Rede Santa Catarina, perpetuando, assim, o legado de Madre Regina.
A promoção de ações que evidenciem o Carisma de Madre Regina é fundamental para que toda a instituição conheça, se inspire e vivencie as fontes originárias e fundantes dessa história.
Fidelidade à missão
Admiramos com gratidão e somos continuadores do legado de Madre Regina. Sendo fiéis ao Carisma fundante, em nosso campo específico de atuação, damos continuidade à missão de Madre Regina e, ao mesmo tempo, participamos de sua história.
Definição e alinhamentos de conceito e procedimentos
Manter os objetivos comuns da Rede Santa Catarina para trabalhar em rede, de forma integrada, considerando as diferentes realidades das Casas, criando sinergia e unidade na Pastoral e Espiritualidade.
Potencializar a linguagem e a cultura, difundindo a missão institucional em atenção às necessidades de sua sustentabilidade, para melhor determinar as ações e fortalecer os projetos e as atividades.
Para sustentar e realizar o que é planejado, a Pastoral contará com orçamento anual, previamente aprovado, a fim de desenvolver suas atividades.
Definição de ações pastorais identitárias
Somos uma instituição confessional cristã-católica, comprometida com a ação evangelizadora, atentos ao legado de Madre Regina.
Para assegurar a fidelidade ao Carisma e para celebrarmos seu legado, algumas datas e ações comuns devem ser destacadas para fortalecer a identidade e a cultura institucional, tais como: Dia de Madre Regina, 18/01; Beatificação de Madre Regina, 13/06; Chegada das Irmãs de Santa Catarina ao Brasil, 16/06; e Dia de Santa Catarina de Alexandria, 25/11.
As ações e os projetos pastorais, juntamente com todos os dos outros setores, mostram a identidade e a cultura da Rede Santa Catarina com tanta riqueza em diversidade de ações cotidianas e projetos de ampla visão.
Organização sistemática e orgânica das ações pastorais
“A Pastoral Orgânica tende a dar às diversas atividades pastorais a unidade requerida pela Igreja, a fim de cumprir sua finalidade de evangelizar, de levar a Boa Nova aos homens e às mulheres de nosso tempo, que são chamados a ‘ter vida e vida em abundância’. Paulo VI nos fez um chamado a evangelizar e a trabalhar pela unidade a partir da diversidade. Toda a Igreja é chamada a evangelizar e, não obstante, em seu interior temos de realizar diferentes tarefas evangelizadoras. Essa diversidade de serviços na unidade da mesma missão constitui a riqueza e a beleza da evangelização” 38 .
Temos metas a alcançar. Para isso, precisamos de organização, conforme a realidade de cada Casa e de toda a Rede Santa Catarina, como a participação e integração da Pastoral em reuniões estratégicas da instituição; e a capacitação dos colaboradores para o desenvolvimento das ações cotidianas, segundo o testemunho da vida de Madre Regina.
38 CELAM. Documento Discípulos e Missionários. Nº 132.
A responsabilidade última dos Fundamentos e Diretrizes Gerais da Pastoral e Espiritualidade da Rede Santa Catarina é das Irmãs do Conselho Administrativo, que acompanham, representadas por uma delas, a Coordenação corporativa da Pastoral e Espiritualidade. A Coordenação corporativa estabelece a relação e a comunicação com a Gestão corporativa, mediada pelos diretores de Gestão de Pessoas, de Educação e de Saúde.
O Setor de Pastoral e Espiritualidade contará com orçamento anual definido, apresentado e aprovado pelas instâncias corporativas de direito.
A Coordenação corporativa de Pastoral e Espiritualidade, em comunhão com a Diretoria de Gestão de Pessoas, elaborará o perfil, com características e função, dos colaboradores desse setor para nas Casas da Rede Santa Catarina.
A partir dos Fundamentos e Diretrizes Gerais da Pastoral e Espiritualidade, cada área terá um Projeto Pastoral Comum e cada Casa terá uma estrutura, organização, planejamento, metodologia, estratégia e ação que atendam adequadamente cada realidade.
O Projeto Pastoral Comum da respectiva área será base e orientação para a elaboração do Plano de Ação Pastoral de cada Casa.
O Plano de Ação Pastoral da Casa será elaborado pela equipe de Pastoral local, em comunhão com as Irmãs residentes na Casa, podendo contar com a colaboração de outras lideranças.
A Pastoral e Espiritualidade corporativa é responsável pela articulação das Pastorais das Casas para alinhar formação, objetivos, estratégias, avaliação, definição de metas, cultivo da espiritualidade e acompanhamento espiritual; assegurando o desenvolvimento do serviço pastoral.
Destinatários
Os destinatários são todos que, direta ou indiretamente, se relacionam com a Rede Santa Catarina: colaboradores, sobretudo as lideranças; pacientes, acompanhantes e familiares; estudantes e familiares; assistidos e familiares; voluntários, prestadores de serviços e terceiros; e toda a comunidade a qual pertence cada Casa da Rede Santa Catarina.
2.8. Eficácia e eficiência na gestão pastoral
Recursos Humanos
• Irmãs
O tesouro que origina e sustenta a Rede Santa Catarina e que mantém a identidade das obras e, consequentemente, da Pastoral e Espiritualidade, pertence às Irmãs de Santa Catarina. Portanto, as Irmãs são colunas desta grande obra missionária.
• Colaboradores
Os colaboradores, pela própria definição do termo, são chamados a ser multiplicadores do jeito de ser e agir das Irmãs a partir de suas competências humanas e profissionais.
• Coordenação Corporativa
A Coordenação de Pastoral e Espiritualidade da Rede Santa Catarina ocupa lugar estratégico de gestão para promover e acompanhar com olhar sistêmico e orgânico, todas as especificidades do serviço pastoral na Rede, preparando, motivando, articulando, cultivando e lançando sementes de Evangelização.
• Comissão de Pastoral e Espiritualidade
A Comissão de Pastoral e Espiritualidade tem a missão de orientar, aconselhar, acompanhar e avaliar a Coordenação Corporativa de Pastoral e Espiritualidade da Rede Santa Catarina, para que a finalidade da missão não se perca.
• Pastoralistas
O Projeto de Pastoral e Espiritualidade da Rede Santa Catarina é sustentado pelos pastoralistas que atuam em cada Casa. São responsáveis, juntamente com a direção executiva da Casa, pelo planejamento e execução do Plano de Ação Pastoral na Casa.
• Recursos Financeiros
Conta com orçamento corporativo anual da Pastoral e Espiritualidade da Rede Santa Catarina e com o orçamento anual, nas Casas para a Pastoral e Espiritualidade local.
2.9. Planejamento estratégico
A partir dos Fundamentos e Diretrizes Gerais, cada área, saúde, educação e assistência social, sob a orientação e gestão da Coordenação corporativa de Pastoral e Espiritualidade, elabora seu respectivo Projeto de Pastoral Comum.
Com essas bases firmadas e fundamentadas, cada Casa, cada equipe de Pastoral local, elabora, envolvendo outras lideranças da Casa, seu Plano de Ação Pastoral e Espiritualidade, segundo o contexto local e com orçamento próprio.
2.10. Aporte documental
• Documentos e história da Congregação das Irmãs de Santa Catarina, V.M;
• História da Igreja;
• Documentos da Igreja Católica sobre a atividade profissional e a missão nos campos da saúde, educação e assistência social;
• Projeto Pastoral Escolar Comum da Rede Santa Catarina;
• Projeto Pastoral Hospitalar Comum da Rede Santa Catarina;
• Plano de Ação Pastoral, de cada Casa da Rede Santa Catarina.
2.11. Plano de comunicação
• Interno: toda a Rede Santa Catarina conectando todas as Casas;
• Externo: mídias sociais e materiais em papel;
• Sinergia com a Comunicação corporativa e Comunicação em cada Casa.
2.12. Ações
• Visitas técnicas, sempre em comunhão entre Coordenação corporativa e equipes de Pastoral locais;
• Encontros formativos com colaboradores e lideranças de toda a Rede Santa Catarina;
• Retiros Espirituais e momentos de formação aos valores, visão e missão institucionais;
• Momento de celebração, confraternização e eventos institucionais;
• Elaboração de materiais institucionais;
• Grupos de trabalho para a construção dos Projetos e Planos.

“É preciso coragem para caminhar. É uma questão de amor. À distância de sessenta anos do Concílio Vaticano II, ainda se debate sobre a divisão entre ‘progressistas’ e ‘conservadores’, mas esta não é a diferença. A verdadeira diferença é entre ‘apaixonados’ e ‘rotineiros’. Esta é a diferença. Só quem ama, pode caminhar”
Papa Francisco à Cúria Romana, Felicitações de Natal, 21/12/2023.





2.13. Formação Continuada
• Para a Equipe de Pastoral e Espiritualidade da Rede Santa Catarina;
• Para todos os colaboradores, com a finalidade de conhecer, orientar, conscientizar e cultivar a Espiritualidade; os valores, a visão e missão institucionais;
• Para a liderança, com a finalidade de solidificar a cultura institucional e o legado de Madre Regina, formando um corpo de multiplicadores dentro de cada Casa.
• Assessoria externa.
III. Conclusão
A missão da Rede Santa Catarina, “Acolher e cuidar do ser humano durante todo o ciclo da vida”, conecta-se com a imagem do pastor de ovelhas, do pastor que possui uma “relação tripla com o rebanho: estar na frente, para conduzir; no meio, para servir; e atrás, para amparar. Porque o rebanho ‘fareja’ bem! Reconhece o pastor que possui o ‘cheiro’ das ovelhas”, disse o Papa Francisco, em visita pastoral a Bolonha, Itália, em 2017, vinculando muito bem um pastor à sua missão.
O Carisma, legado humano e espiritual de Madre Regina Protmann, que ultrapassa 450 anos, “constitui o patrimônio do Instituto e deve ser cuidado por todos”, destaca o Código de Direito Canônico, nº 578.
Portanto, é uma missão, compromisso e responsabilidade, não só das Irmãs de Santa Catarina, a quem dedicamos nosso afeto e imensa gratidão; nem só da Pastoral e Espiritualidade; mas, de toda a Rede Santa Catarina!
Que a vontade de Deus seja a nossa motivação para ser e agir “Como Deus quer”!
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