3 minute read

2.1 Percurso histórico

para identificar falhas e propagam discriminação. No total foram redigidos seis manuais da Mídia Legal, e cada um deles possui um tema diferente, saúde, educação e outros. Em Junho foi realizado um formulário e uma das perguntas era: Você acredita que a mídia propaga preconceitos e estereótipos? E cerca de 71,8% responderam que sim.

2.1 PERCURSO HISTÓRICO

Advertisement

Para dar início ao trabalho cientifico, é necessário compreendermos o conceito atual de deficiência, sendo promulgado em 2006 através da Convenção Internacional da ONU sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, através da convenção foi feita a mudança conceitual sobre a deficiência, em seu Art. 1º assegura:

Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas.

Porém, ao longo de muitos anos os termos como: inválido, ceguinho, excepcionais, defeituosos, doente mental, retardado, leproso, mongoloide, incapacitado, surdinho e entre outras diversas denominações foram usadas com frequência para designar essas pessoas. Foi a partir de 1981 com a proclamação da ONU para o Ano Internacional da Pessoa com Deficiência que esses termos começaram a ser deixados de lado e usados com frequência. Desde então,  a pessoa com deficiência começou a frequentar lugares como qualquer outro cidadão comum, tendo seus direitos e leis assegurados.  Mas, continua sendo um processo com mudanças gradativas.   Portanto,  para compreendermos como ocorrem as representações construídas socialmente e estabelecidas da pessoa com deficiência e sua relação com sociedade vigente e os meios de comunicação de massa, é necessário trilhar uma linha do tempo e avaliar como a deficiência tem sido tratada ao longo dos anos. Desde o início da história da humanidade, indivíduos que possuem algum tipo de deficiência, seja ela, de natureza física, mental, intelectual, sensorial ou múltipla estão inseridos na nossa sociedade, seja alguma deficiência congênita ou adquirida através de infecções ou acidentes.  Sendo essas deficiências categorizadas no Decreto nº 5.296/2004.  E, eles estão presentes em todas as etnias, religiões, raças, orientações sexuais e classes sociais. De acordo com Silva:  

Anomalias físicas ou mentais, deformações congênitas, amputações traumáticas, doenças graves e de consequências incapacitantes, sejam elas de natureza transitória ou permanente, são tão antigas quanto à própria humanidade (SILVA, 1987).

Através de pesquisas históricas, foi constatado que os deficientes sempre foram tratados com indiferença e sentimentos de exclusão, ficando à margem da sociedade. Desta forma, o preconceito se tornou um elemento presente de forma implícita ou explícita.  As concepções de corpo tiveram forte influência na segregação de pessoas com deficiência, mas vale ressaltar que essas concepções tiveram constante mudança durante a nossa história.  Assim, o corpo exerce papéis diferentes em cada sociedade (Cassimiro;Galdino).  Na Grécia antiga, especialmente, era muito comum à cultura de adoração e glorificação pelo corpo estabelecido como perfeito e dentro dos padrões socialmente aceito. Na época, os gregos não tinham vergonha de exibir o próprio corpo, desde que estivesse nesses padrões conquistados através de muita atividade física. Dessa forma, surge na sociedade grega às concepções de corpos perfeitos que estão presentes até hoje na nossa contemporaneidade. Sendo assim, a principal reação dos gregos ao ver uma pessoa com algum tipo de deficiência era a rejeição e o abandono. Mendonça (2020) diz que a maior contribuição para a discriminação de pessoas com deficiência vem da cultura grega. O infanticídio de crianças com deficiência era muito comum e, os filósofos da época tinham grande influência nessas práticas, já que os mesmos concordavam e apoiavam. Tal como Platão defendia que as crianças que tivessem alguma doença, deveriam ser descartadas por seus pais ou outras pessoas, em um lugar desconhecido e secreto (Mendonça, 2020). Silva (1987) ressalta que ainda existe um sentimento de rejeição na sociedade para tudo aquilo que é diferente, e que isso causa mal estar nas pessoas. Seguindo a mesma linha, Fédida (1984) afirma que uma das manifestações mais nítidas do ser humano ao encarar a deficiência é querer negá-la. O percurso histórico da temática foi dividido em algumas fases, mas vale ressaltar que não foi um movimento contínuo, visto que cada indivíduo tinha sua forma para lidar com essas pessoas e, de acordo com Pacheco e Alves (2007) a forma que nós o enxergamos é modificada de acordo com os valores de cada um, sejam eles morais, filosóficos, religiosos ou culturais. Na história da existência humana, em algum momento passou-se a trajetória de exclusão, mas em alguns momentos, em diferentes locais, o tratamento era diferente, alguns de aceitação. Tudo depende da forma que cada pessoa mantém o seu pensamento perante as questões humanas.  Nesse sentido, as concepções de deficiência são modos de pensamento construídos ao longo da história (FREITAS, 2011).  

This article is from: