RBSP v. 41 n. 2 - abr. / jun. 2017

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Revista Baiana de Saúde Pública

Manter animais acorrentados vai de encontro aos preceitos mundialmente estabelecidos das “Cinco Liberdades”: manter os animais livres de fome e sede, desconforto físico e dor, injúrias ou doenças, medo e estresse, bem como possibilitar condições adequadas para que expressem os comportamentos característicos da sua espécie. Embora existam diferenças entre animais humanos e não humanos, temos necessidades comuns, como acesso a alimentos e água, abrigo, liberdade, desejo de não sentir dor e não sofrer, dentre outros28. À luz dos princípios do bem-estar animal e guarda responsável, mantendo os animais livres de maus tratos, abusos, situações de distresse e desenvolvendo uma nova forma de consideração, responsabilizando-se efetivamente pelos cães e gatos sob sua guarda, as pessoas contribuirão com duas questões fundamentais: o respeito aos animais e a melhoria da saúde pública, principalmente no tocante ao controle de zoonoses. Diante dessas questões, os principais elementos-alvo de ações educativas foram determinados para compor o CES: zoonoses, relação homem-animal e preservação ambiental. Apesar de abordar os problemas inerentes à região em que os educadores viviam, houve muita evasão e pouco interesse em participar do curso. A evasão é a desistência definitiva e existe em todos os tipos de curso (graduação, pós-graduação, extensão), sendo uma realidade nas instituições brasileiras, havendo causas intrínsecas e extrínsecas ao curso, dentre elas, a falta de tempo19. Os presentes dados ilustram a falta de estímulo dos educadores diante da excessiva responsabilidade em transformar a realidade, enquanto, por outro lado, existe a falta de reconhecimento do seu trabalho. Além disso, os dados podem indicar a existência de um processo de exclusão digital. Estes problemas precisam ser abordados com maior diálogo entre as Secretarias de Educação e Saúde a fim de saná-los. Já que os educadores são responsabilizados como agentes de promoção da saúde conforme ditam os PCNs13, deveria ser assegurado o tempo necessário para sua formação. A EaD pode ser um caminho interessante, pois os educadores acessarão seus cursos de onde estiverem e no momento mais propício, o que torna a formação mais eficiente, conforme constatou-se no presente trabalho. Além disso, a EaD é uma forma de democratizar o saber, indo onde o profissional está. Há desafios, como a necessidade de aprendizado de ferramentas digitais, tempo para dedicação aos cursos, além de recursos financeiros para a aquisição e manutenção de equipamentos físicos. Por outro lado, há também uma maior abertura ao diálogo e consciência dos próprios problemas20. Embora a maioria dos educadores afirmasse abordar “meio ambiente e saúde”, nenhum dominava conceitos sobre zoonoses, bem-estar animal e guarda responsável, o que

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