RBS Magazine ED. 39

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Melhor caminho para transição energética Seguros para usinas fotovoltaicas para garantir a proteção do empreendimento

APOIO OFICIAL

ISSN 2526-7167

Vol. 04 - Nº 39 - MAR/ABR 2021



ÍNDICE

04 Quando a sociedade precisa escolher qual o melhor caminho para transição energética

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O investidor em energia solar e o MICO

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Seguros para usinas fotovoltaicas em operação

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Você sabe a importância do correto dimensionamento de condutores?

EDIÇÃO

FRG Mídia Brasil Ltda.

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Renato Zimmermann, Edmur de Almeida, Jean Diniz, Rodrigo V. Alves, Vinicius Ayrão, Romulo R. Pieta, Alcioni Panatto

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Empresas do setor de energia solar fotovoltaica, geração distribuída e energias renováveis, sustentabilidade, câmaras e federações de comércio e indústria, universidades, assinantes, centros de pesquisas, além de ser distribuído em grande quantidade nas principais feiras e eventos do setor de energia solar, energias renováveis, construção sustentável e meio ambiente.

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Artigo

Quando a sociedade precisa escolher qual o melhor caminho para TRANSIÇÃO ENERGÉTICA

Renato Zimmermann rena.zimm@gmail.com

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ão existe a menor dúvida que a GD-Geração Distribuída veio para propiciar a toda a sociedade uma verdadeira lição de democracia. A consolidação deste novo mercado de energia elétrica que é produzida no mesmo local onde é consumida (sobre telhados, estacionamentos, áreas dentro do mesmo local da carga) e o excedente injetado na rede pública e registrado por um relógio bidirecional que mede a energia de entrada e saída. Esta consolidação do mercado está ainda longe de ser uma realidade pois estamos apenas no início de uma transição energética que irá contribuir sobremaneira para o amadurecimento da visão de um Brasil mais estruturado. Este artigo visa resgatar um pouco do início deste pujante mercado e tentar traçar uma relação com o que a sociedade brasileira irá enfrentar em termos de mudanças nas regras para a produção de energia elétrica nesta modalidade. 4

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Quando se menciona o termo “transição energética” entenda-se como o conjunto de mudanças estruturais nas matrizes energéticas dos países, migrando de um modelo majoritariamente baseado em combustíveis fósseis – como petróleo, carvão mineral e gás natural – para uma matriz cada vez mais focada na geração de energia por fontes renováveis, a exemplo da solar fotovoltaica, eólica, de biomassa e geotérmica. Uma mudança essencial rumo a uma economia de baixa emissão de gases de efeito estufa, capaz de promover o desenvolvimento sustentável. O aumento da participação de fontes renováveis na matriz energética, surge como resposta para superar estes desafios de expansão sustentável do sistema energético, conforme recomendado pelo IPCC-Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, organização criada pelas Nações Unidas (ONU) e reiterado no Acordo de Paris em 2015. Ao mesmo

tempo, a geração de energia é fundamental para a atividade econômica. Surge, assim, o desafio de lidar com a necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e ao mesmo tempo garantir a segurança do suprimento energético essenciais para todas as atividades econômicas e humanas. A geração de energia com a utilização de combustíveis fósseis é apontada pelos cientistas como o maior causador das alterações climáticas. O Brasil é ainda uma nação muito jovem, aqui não foi experimentado grandes guerras nem imensos desastres naturais ou doenças pandêmicas avassaladoras e isto nos leva a uma certa imaturidade em relação a conscientização cívica e sobre a importância das políticas públicas coerentes com os interesses e ao bem comum de todos os cidadãos. Discussões como a manutenção ou não de regras de um mercado ainda em formação e que conflita com interesses


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de outros mercados já consolidados e por vezes acomodados com a situação da não competitividade atual. Este momento de mudança de regra nos leva a um embate cívico e por vezes desequilibrado sobre os modelos de tecnologia e negócios que são melhores para o bem comum.

é produzido e os kilowatts hora excedente injetar na rede de distribuição que são aqueles cabos públicos que passam em frente de qualquer estabelecimento, seja uma casa, um comércio ou uma indústria.

Mesmo sendo a GD um setor da economia iniciante, ele já é gigante Paralelo à discussão de novas pois gera mais de 200 novos empreregras para o mercado energético, gos a cada dia. É um mercado fragestamos também em meio a uma mentado em vários tamanhos de revolução da informação com o sur- sistemas fotovoltaicos a serem cogimento e a massificação de novas mercializados e ainda permitindo que ferramentas digitais e instantâneas. seja desenvolvido vários modelos de Acrescente-se ainda que nossa socie- comercialização da tecnologia aplicadade está vivenciando uma mudança da e muitos produtos afins como seda corrente política de ideologia da los ecológicos, seguros de patrimônio esquerda para as doutrinas da direita e riscos, operações logísticas, starcom consequências em praticamente tups e derivativos financeiros. Diante todas as áreas desde educação, infra- deste amplo leque de oportunidades estrutura, segurança pública e saúde. e de inovação, é inadequado que a regulamentação do setor esteja sob Muda-se as correntes, muda-se a égide de uma Resolução Normatias diretrizes, gerando o que estamos va que fica a cargo da ANEEL-Agênvivenciando: Um turbilhão de emba- cia Nacional de Energia Elétrica. Uma tes e discussões que adentram aos Agência Reguladora de mercado cujo círculos de amizade, às famílias, aos processo decisório é técnico por enclubes sociais, aos ambientes de tra- volver regulamentações, porém, volbalho e em alguns casos tomam pro- tado para um conselho de apenas 5 diretores com um poder decisório porções preocupantes. gigantesco. Devemos acreditar que tudo isto Todo este robusto, promissor, faz parte do processo de socialização e do regime democrático. Se nós bra- futurista e estratégico mercado está sileiros conseguirmos passar por este dependurado apenas sobre uma Reperíodo conturbado sem arranhar solução Normativa (RN482) expedio processo democrático estaremos da em 2012, revisada em 2015 vencendo uma etapa considerável e que deveria ter sido novapara a construção de uma sólida Na- mente reeditada com revisões em 2019 conforme ção. determina as regras para E diante deste conturbado con- validade de resoluções texto social e ainda assolados por normativas. Mas esta uma pandemia que nos leva a ex- última revisão de 2019 perimentar regras e obrigações de não ocorreu em granordem sanitária que impactaram de parte devido ao cladiretamente em nossas vidas; a Ge- mor popular. A ANEEL ração Distribuída enfrenta um jogo fez a chamada púde correntes contrárias e favoráveis blica nº 001/2019 24/01/2019 impulsionados por muita informação em desencontrada e por fragilidades ju- a qual objetivou rídicas ocasionadas pela ausência de arrecadar subsídios para uma Lei que seja o Marco Regulatório a Análise de Impacto Regulatório – AIR. Antecipando a do Mercado. audiência pública e visando dar A Geração Distribuída é algo ain- foco às discussões foi divulgada muito recente e não foi assimilado do em 06/12/2018 o Relatório pela sociedade. É um mecanismo que nº 4/2018-SRD/SCG/SMA/ permite gerar a própria energia so- ANEEL que bre telhados ensolarados, consumir apresenquase que instantaneamente o que tou seis

alternativas (de 0 a 5) para serem discutidas: Alternativa 0 – Cenário atual: a compensação da energia injetada na rede se dá por todas as componentes da TUSD e da TE; Alternativa 1 – Incide Fio B: a componente Transporte Fio B incidiria sobre toda a energia consumida da rede. As demais componentes tarifárias continuariam incidindo sobre a diferença entre a energia consumida e a energia injetada na rede. Alternativa 2 – Incide Fio A e Fio B: as componentes referentes ao Transporte (Fio A e Fio B) incidiriam sobre toda a energia consumida da rede. As demais parcelas da tarifa continuariam incidindo sobre a diferença entre a energia consumida e a energia injetada na rede. Alternativa 3 – Incide Fio A, Fio B e Encargos: equivalente à alternativa anterior, mas incluindo a parcela de Encargos da TUSD entre as componentes que seriam aplicáveis a todo

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ESTE POSICIONAMENTO DA AGÊNCIA REGULADORA SURPREENDEU A PRATICAMENTE TODOS, POIS A EXPECTATIVA ERA PELA MANUTENÇÃO DAS REGRAS VIGENTES UMA VEZ QUE É UM MERCADO AINDA MUITO ÍNFIMO E PARTICIPA COM MENOS DE 0,3% DA MATRIZ ENERGÉTICA... tamanho o número de interessados que se aglomeraram para ouvir e dar suas contribuições ao Agente RegulaAlternativa 4 – Incide toda a dor. As contribuições estão todas deTUSD: com esta alternativa, as com- vidamente arquivadas (272 no total) ponentes da TE incidiriam sobre a di- conforme instituído na regra. ferença entre a energia consumida e O resultado destes estudos e aua energia injetada na rede, de maneira que a TUSD continuaria incidindo diências foi apresentado pela ANEsobre toda a energia consumida da EL em outubro de 2019 e recebido com surpresa pelo setor. A Diretoria rede. optou em reunião pelo pior de todos Alternativa 5 – Incide toda a os cenários apresentados (alternatiTUSD e os Encargos e demais com- va 6). Neste cenário votado e aproponentes da TE: neste caso, apenas a vado pela diretoria, os prosumidores componente de Energia da TE incidi- (como são chamados os que geram a ria sobre a diferença entre a energia própria energia) deveriam arcar com consumida e a energia injetada na todos os encargos e taxas sobre a rede. As demais componentes tari- energia que estão injetando na rede fárias incidiriam sobre toda a energia sem levar em conta nenhum dos benefícios da auto geração de energia consumida da rede. limpa junto a carga e dentro dos cenEste relatório ANEEL nº 4/2018 tros urbanos. acompanhado de um estudo de viaEste posicionamento da Agênbilidade econômico/financeiro foram minuciosamente avaliados pelos ato- cia Reguladora surpreendeu a prares do mercado e apuraram tratar-se ticamente todos, pois a expectativa de um estudo muito enviesado com era pela manutenção das regras vipremissas equivocadas na sua essên- gentes uma vez que é um mercado cia. Os técnicos encontraram até um ainda muito ínfimo e participa com erro básico na aplicação de fórmulas menos de 0,3% da matriz energétiem planilha de cálculos alterando o ca. Também não se levou em conta resultado. Isto levou a resultados que a importância estratégica de termos não poderiam ou não deveriam ser mini e micro usinas espalhadas em considerados para qualquer tomada telhados, estacionamentos e espaços de decisão. Nas audiências públicas livres e a sua contribuição para o SINno período de janeiro a maio de 2019 -Sistema Interligado Nacional. que ocorreram de forma presencial e Nem o visível apelo pela consaberta ao público, com a inédita lotação das salas (Brasília, Fortaleza e cientização ecológica de se utilizar São Paulo), as discrepâncias dos estu- uma energia extraída do sol de forma dos foram todas apontadas. As dis- limpa foi levada em conta. E menos cussões sobre o Impacto Regulatório ainda os benefícios dos investimenforam quase todas em defesa da ma- tos serem desembolsados de forma nutenção das regras atuais. O inte- privada evitando assim aportes bilioresse pela revisão da RN482 tomou nários de dinheiro públicos em usiproporções nunca antes vista pelos nas com imenso impacto ambiental diretores da ANEEL. As inscrições como Jirau e Belo Monte, construídas para ocuparem os espaços no ple- em locais distantes e de difícil acesnário foram disputados pelo público so, com alto custos na transmissão o consumo de energia registrado na unidade.

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da energia por cabos atravessando florestas e impactando no meio ambiente para transportar esta energia por cabos até os grandes centros consumidores. As energias de fontes poluentes num planeta em que se busca descarbonizar as economias. Ou ao menos deveria buscar. Dentro de um modelo de transição energética o IPCC-Intergovernmental Panel On Climate Change ligado a ONU aponta a necessidade de descarbonização das fontes geradoras e a transição energética se faz necessária aplicando os 3 pilares da transição: Democratização/Descarbonização/Digitalização. Este deveria ser o foco de todas as discussões dentro do setor elétrico brasileiro. Dentro deste modelo a GD é o maior representante da chamada “Energia 3D”. E por isso este setor de energia vem atraindo cada vez mais a preferência e a atenção de empresas comprometidas com a pegada verde. A democratização de um segmento ainda retrógado e outrora tão fechado, agora se depara com novos entrantes de todas as áreas, uma verdadeira democratização que assusta quem se consolidou fazendo contratos de longo prazo e grandes volumes, repassando ao consumidor qualquer desajuste econômico como o caso da Conta COVID onde a sociedade não teria conhecimento do ocorrido. No caso da conta COVID o Governo Federal repassou dos cofres públicos a quantia de R$ 19 bilhões para ajudar às concessionárias pelo impacto da pandemia no consumo energético e estes valores a título de empréstimo terão que ser repassados para as contas de energia dos consumidores. Informações como esta transitaram pela sociedade e foram repassadas por estes pequenos, novos e até certo ponto


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ainda despreparados agentes (integradores, instaladores, vendedores, engenheiros). Esta democratização do setor permitirá movimentos mais coerentes e participativos uma vez que mais agentes estão interpretando e conhecendo os detalhes do mercado energético. Tudo isto com uma necessária curva de aprendizado pois são muitos detalhes técnicos e muitas regras a serem interpretadas.

O prejuízo com a cobrança destes encargos e custos tarifários praticamente inviabiliza a geração compartilhada (onde a usina compensa a geração em várias contas de titulares diferentes), principalmente a remota (fora do local da carga), espelhando assim que estas medidas estão fora da realidade sendo quase proibitivo utilizar a rede da distribuidora, o que representa um prejuízo e um retrocesso para a sociedade. Técnicos imparciais afirmam ser benéfico injetar energia na rede pública, principalmente nos momentos de maior incidência solar mais próximo ao meio-dia onde as torres de transmissão de energia (também chamados de linhão) e as subestações estão sendo aliviadas, num momento crítico pelas altas temperaturas e pela dispersão e perdas de energias pelo calor mais propício a esta hora do dia. Neste caso a Geração Distribuída presta um importante serviço de estabilização do sistema elétrico e evita desperdícios e colapsos como os temidos “apagões”.

O Acordo de Paris (COP21-dezembro 2015), no Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança Climática, inclui o compromisso de alcançar a neutralidade de emissões de gases de efeito estufa (GEE) entre os anos de 2050 e 2.100. No Brasil estamos numa situação cômoda em relação ao compromisso com energia renovável pois estamos dentro dos níveis aceitáveis. Mesmo assim a energia brasileira poderia alcançar índices acima de 90% de origem em fontes renováveis , o que seria motivo de exemplo do nosso País ao Mundo, deixando uma margem de segurança de 10% com fontes fósseis apenas Seguindo a narrativa cronológica por segurança de intermitência enerda tramitação da norma, tivemos um gética. movimento visto como uma tentatiVoltando ao cenário regulatório va de segurar o crescimento do setor: atual, a Agência Reguladora em outuOcorreu um ato sincronizado bro de 2019 optou pelo pior dos cenários, onde a alternativa 5 é que foi com o momento da revisão que foi a escolhida para compor as cláusulas a divulgação pelo Ministério da Ecoda minuta do novo documento que nomia de uma nota técnica em abril foi levada para uma nova Audiência de 2019 (Nota Técnica SEI no 3/2019/ Pública em novembro de 2019, levan- SRM/SDI/SEPEC-ME) onde a Secretado o mercado a mergulhar num oce- ria de Desenvolvimento e Infra Estruano de incertezas já que esta opção tura alegou existir uma transferência representa que a cada 100 kilowatts de valores para os consumidores que horas injetado na rede, 60% ficaria fazem opção pelo uso da geração dispara cobrar os encargos e impostos tribuída, via “subsídio cruzado”, oneda composição tarifária e apenas rando os demais consumidores que 40% poderiam ser aproveitados para não estão inseridos nesse modelo. compensar o consumo de quando Chama atenção nesta Nota Téco sistema não estiver em operação, como à noite ou dias muito nublados. nica do Ministério da Economia o Ou então, compensar em outras con- “puxão de orelhas” institucional na tas de energia de mesma titularidade ANEEL conforme descrito a seguir: do cliente.

"ESTA SECRETARIA RECONHECE OS AVANÇOS INSTITUCIONAIS E REGULATÓRIOS PRESTADOS PELA AGÊNCIA AO LONGO DOS ÚLTIMOS VINTE E DOIS ANOS, FUNDAMENTAIS PARA O AVANÇO E PARA O AMADURECIMENTO DO SETOR ELÉTRICO..." 8

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“Esta Secretaria reconhece os avanços institucionais e regulatórios prestados pela Agência ao longo dos últimos vinte e dois anos, fundamentais para o avanço e para o amadurecimento do setor elétrico. Por outro lado, entende-se que não faz parte de suas atribuições a definição de políticas públicas de expansão da matriz elétrica nacional, especialmente quando o subsídio associado a esta decisão apresenta somas tão expressivas.” (extraído da Nota Técnica) A partir deste nefasto cenário e, da apresentação da nova minuta já revisada da RN482 pela ANEELacrescida da ampla campanha contrária à manutenção das regras atuais, as mobilizações de entidades, de movimentos sociais e dos prosumidores levaram a um amplo e saudável debate sobre a Geração Distribuída e o funcionamento do mercado energético brasileiro. Este artigo também é resultado deste momento de discussão e visa trazer uma visão ampliada dos pontos que estão sendo colocados em discussão ou que deveriam ser considerados na avaliação técnica dos benefícios que a injeção na rede dos excedentes de energia acrescido dos benefícios sociais e econômicos trazem para a sociedade. Na visão dos técnicos da ANEEL, as regras atuais penalizam os consumidores que não usam o sistema de compensação, já que os custos de utilização da rede de distribuição por quem gera sua própria energia são compartilhados entre todos os usuários. Segundo o superintendente de Regulação dos Serviços de Distribuição da ANEEL, Carlos Alberto Calixto Mattar, se os parâmetros atuais forem mantidos, os brasileiros em geral terão que arcar com o gradual aumento dos custos dos subsídios, que, pelos cálculos da agência nacional, tendem a variar entre R$ 1 bilhão, em 2021, e R$ 4 bilhões, em 2027. (Texto de 20/11/19 disponível no site ANEEL) Aos olhos da opinião pública a divulgação da informação acima com tanta tecnicidade e associada a sincronização de várias matérias jornalísticas, e até divulgação nas redes sociais de notícias apontando um “Robin Hood às avessas”, onde os po-


Associado: Associação Brasileira de Geração Distribuída

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integradores (empresas instaladoras e vendedoras da tecnologia) entoando o slogan “Taxar o Sol Não”. Em 2021 este movimento já estruturado e se utilizando das redes sociais , criaA tentativa foi de impor um en- ram um estatuto social e fundaram tendimento que os prosumidores o MSL-Movimento Solar Livre agora estariam se aproveitando da rede e com natureza jurídica constituída e não estariam arcando com seu custo com o mesmo ímpeto de manter a e que este seria rateado entre os de- vigília sobre os movimentos do mermais consumidores que não detém cado protegendo principalmente aos poder aquisitivo para fazer o inves- integradores que no entendimento timento de aquisição de um sistema do movimento é o elo mais frágil do de auto geração de energia. E por mercado. No ambiente de atuação esta ótica seria mais do que justo e dos integradores é onde os negócios coerente a aplicação de algum tipo são gerados de forma fragmentada de compensação aos autogeradores e por todo o território nacional. Por isso o MSL se considera um movide energia. mento municipalista. Seu presidente Por sorte o segmento de Geração fundador, Hewerton Martins reside Distribuída, e por vigilância dos agen- em Cuiabá-MT. tes da energia solar fotovoltaica, que Diante deste momento estas ené a principal tecnologia aplicada por este mercado, tiveram tempo de fun- tidades de defesa do setor voltaram dar, organizar e amadurecer fortes seu foco para criar um mecanismo associações no intuito de defender o que propiciasse maior segurança jufuturo mercado em formação. Algo rídica para o mercado, que tivessem muito eficiente em todas as socie- um ambiente de negócios menos dades desenvolvidas que possuem incerto e com regras consistentes e entidades de defesa dos setores de confiáveis. Então neste cenário nasatividades econômicas e de classes ceu uma vertente muito forte que uniu todos os atores interessados na profissionais. manutenção do setor e dos empreA primeira entidade nasceu após gos para que fosse criado um Marco 1 ano da instituição da GD no Brasil, Legal para a Geração Distribuída. Esta por força da resolução ANEEL 482 de ideia começou a ganhar força a par2012, a ABSOLAR-Associação Brasi- tir de janeiro de 2020 onde muitos leira de Energia Solar que tem em seu projetos de leis já tramitavam na Câestatuto social o compromisso com a mara dos Deputados versando sobre Energia Solar Fotovoltaica dentro da assuntos ligados ao mercado energématriz energética brasileira, tanto na tico. Geração Distribuída como na GeraO ano de 2020 foi muito produtição Centralizada (Grandes projetos) vo para o segmento, grande parte ime no Mercado Livre de Energia. pulsionado pelo argumento dos venLogo depois, em 2015, vinte em- dedores de sistemas afirmando que preendedores do setor de GD se uni- seria melhor instalar logo o sistema ram para criar a ABGD-Associação fotovoltaico antes que a ANEEL criasBrasileira de Geração Distribuída, se entraves pois o direito às regras uma entidade que está voltada espe- atuais já estariam garantidas. Este cificamente ao mercado de GD e pos- argumento continua a impulsionar as tula também a aplicação de outras vendas, para este ano onde é estimatecnologias de geração de energia do pela ABGD um crescimento 90%, como a eólica, hidráulica, biomassa, passando dos 4,4 gigawatts para algo hidrogênio verde e de Resíduos Sóli- acima de 7 gigawatts de potência instalada. Para avaliar a grandeza atual: dos Urbanos. Os negócios estão girando cifras de Em 2019, no dia 07 de novembro, R$ 14 bilhões em investimentos primesma data da Audiência Pública da vados, gerando mais de 190.000 emANEEL em Brasília, manifestantes pregos. Com 5 gigawatts de potência sendo intitulados de “capacetes ama- instalada, já movimenta toda uma esrelos” levaram a Brasília centenas de trutura logística e soma um total de bres estariam financiando a energia elétrica dos ricos levaram a um visão favorável pelo que foi chamado de o fim do “subsídio cruzado”.

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500.000 conexões de relógios instalados pelas concessionárias. Sobre os custos de conexões e os encargos setoriais, os prosumidores continuam pagando a chamado custo de disponibilidade fixo mensalmente. Então a cada mês as concessionárias emitem as faturas de energia com a cobrança de valores entre 30 kwh a 100 kwh para estas residências. Caindo assim o argumento que os prosumidores não pagam pelos custos. Para os estabelecimentos ligados na alta tensão a conta é bem mais elevada pois a concessionária tem o direito de cobrar um contrato fixo de demanda onde o consumidor irá pagar independente de utilizar aquela potência de energia. Estes valores são cobrados nas contas de energia mesmo que as unidades que estão gerando a própria energia tenham produzido mais energia do que consumiram. Outro número interessante que deveria chegar até a sociedade são a quantidade de pedidos de novas ligações e conexões realizadas todos os anos. Estes novos usuários, em quantidade maior do que o número dos que geram a própria energia, trazem anualmente novas receitas para as concessionárias e participam do rateio dos custos. Então não existe perda nem “subsídio” para os prosumidores. Mas os empreendedores do setor, principalmente os integradores que apesar dos riscos de uma abrupta queda das vendas, estão envoltos em rotinas diárias de gerar orçamentos, efetuar visitas, fazer estudos, simulações, instalações e homologações e ainda com a procura pelos serviços aumentando precisam treinar as novas equipes de instaladores e vendedores. Muitos não conseguem dimensionar ou sequer imaginam o impacto que estas medidas irão ocasionar na continuidade de seus negócios. Uma retração de mercado será normal caso não se mantenha as regras atuais. Em janeiro de 2020, o Presidente da República tomou conhecimento da discussão e buscou subsídios sobre o que estava acontecendo e a partir daí se posicionou totalmente


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favorável a manter as regras atuais. Entoou o grito de guerra: “ Taxar o Sol Não”. Naquele ato seguido de várias movimentações políticas já davam sinal que se tornava insustentável que este tema fosse mantido dentro da ANEEL.

so, Efrain Cruz, está ouvindo todas as partes e está tentando entrar em um consenso, não foi daquela forma ‘garganta abaixo’, afirmou Carlos Evangelista presidente da ABGD.

do de GD conta com incansáveis defensores como a dra. Bárbara Rubin que apesar de sua juventude, já foi voluntária do Greenpeace, trabalhou na redação e aprovação de leis como o Código Florestal Brasileiro, já representou o Brasil na reunião do clima em Paris e agora está erguendo esta bandeira dedicando incansáveis horas para analisar os documentos, ajudar nas revisões legais. Ainda participa ativamente de fóruns e workshops, é a vice-presidente a ABSOLAR e ainda administra sua própria empresa. Por fim, tem a missão voluntária de promover LIVES nas redes sociais para esclarecer aos participantes do mercado que estão receosos que seus negócios não prosperem à sombra destas pressões pela mudança de regras.

Quando tudo parecia jogar contra o futuro do mercado, no dia Com a sinalização da vontade 28/12/20 o Presidente da República política as atenções se voltaram ao aprovou a resolução da CNPE-ConseCongresso Nacional, com Projetos lho Nacional de Política Energética, de Leis sendo apreciados para colo- que determinou à ANEEL e demais car na pauta de discussão. Enquanto Órgãos que fosse estabelecido preas reuniões e articulações ocorriam missas para formulação e implena Câmara dos Deputados, o que mentação de políticas públicas de parecia se encaminhar para a solu- incentivo à MMGD - Microgeração ção mais sensata que é a criação de e Minigeração Distribuída. Com esta uma Lei que seria o Marco Legal da resolução, a MMGD ganharam status Geração Distribuída, ocorreu mais de segmento estratégico por agora um evento adverso: Órgão Regula- pautarem os itens de definições das dor e a sociedade foram abordados Políticas Públicas. Também deverão por mais uma Instituição, agora era ser reconhecidos os benefícios e não A ANEEL agora pressionada pelo a vez do TCU-Tribunal de Contas da apenas os custos da GD para o sisteTCU apresentou a nova minuta no União questionar a legitimidade do ma elétrico brasileiro. último dia de março e informou que processo. O impactante fato aconA seguir as 5 diretrizes da reso- até 30/06/21 será feito a deliberação teceu com a publicação do Acórdão final sobre o tema e a aplicação da re3.063/2020 de 18/11/2020 onde este lução: gra revisada. A posição dos diretores Órgão fiscalizador determinava que a • Acesso não discriminatório da ANEEL já está clara: Os custos e ANEEL tinha 90 dias para apresentar do consumidor às redes das dis- encargos deverão incidir sob toda a um plano de ação para “exclusão do tribuidoras para fins de conexão TUSD-Tarifa Única do Sistema de Dissubsídio cruzado”. O que chamou tribuição e sobre os demais compode GD; mais a atenção na determinação do nentes da TE-Tarifa de Energia. TCU foi a imparcialidade sobre o es• Segurança jurídica e regulatudo do tema e principalmente pela Para que isso não entrave o mertória, com prazos para a manuvalidação de números e valores que tenção dos incentivos dos atuais cado, o Projeto de Lei 5829 precisa não foram depurados. Em um dos ser aprovado e sancionado em temconsumidores que possuem GD; acórdãos a Ministra mencionou o terpo recorde antes do final do semestre mo “interesses escusos”. • Alocação dos custos de uso da e assim teremos um ponto final nesta rede e dos encargos previstos na insegurança jurídica e, com uma base A resposta veio imediatamenlegislação do setor elétrico, consi- legal mais fundamentada, o mercate pelas entidades que defendem a derando os benefícios da geração do energético poderá se concentrar manutenção e o crescimento deste nas demais pautas, pois, existe oudistribuída; promissor mercado energético: “As tras demandas a serem definidas e análises feitas pelo TCU não levaram • Transparência e previsibilida- aprimoradas e que dependem de um em consideração as contribuições do de nos processos de elaboração, mercado mais aberto, mais descensetor, os benefícios da geração disimplementação e monitoramento tralizado e com mais competidores tribuída e os esforços que têm sido da política pública, com definição que permitirão o ingresso de todo feitos por diversos agentes para chede agenda e prazos de revisão das tipo de inovação que possibilitará o gar numa revisão normativa que de acesso a todos usuários. regras para a GD; fato mantenha a viabilidade da GD, reconheça seus atributos positivos e Quem atua neste tradicional mer• Gradualidade na transição seja boa para a sociedade em geral”, das regras, com estabelecimento cado já está consolidado e enxerga afirmou a advogada Bárbara Rubim, de estágios intermediários para o uma grande ameaça nessa inovação. vice-presidente da ABSOLAR. aprimoramento das normas para Um pensamento retrógado e consermicrogeração e minigeração dis- vador que representa um risco para a “Essa medida vem ao encontro transição energética brasileira. Existribuída. em tudo que está acontecendo. A te a necessidade de modernização ABGD está tendo reuniões semanais, Esta decisão foi um alento para inclusive da cultura setorial, energia todas as sextas-feiras, com a ANEEL para tratar deste tema. A diferença todos que lutam para manutenção elétrica é um assunto complexo e esé que agora todas as partes estão do setor. Diante da desproporcional tratégico para a estabilidade social sendo ouvidas. O relator do proces- força das correntes, onde o merca- e política de qualquer nação. Anti12

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gamente havia a necessidade de um engessamento maior, contratos mais rígidos e duradouros para garantir a segurança de fornecimento e a soberania da nação, mas a velocidade das novas tecnologias, das novas demandas dos consumidores exigem uma abertura dos regramentos para dar espaços a estas novas percepções e oportunidades. O resultado será um sistema mais moderno, eficiente e com custo mais acessíveis para o cidadão. A corrente contrária pressiona para a cobrança dos encargos de rede e não reconhece os benefícios da GD para o mercado de energia e para a sociedade. Na frente desta corrente estão várias entidades capitaneadas por duas tradicionais: Abrace - Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres e a ABRADEE-Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica. Aparentemente uma disputa bastante desbalanceada considerando o poderio econômico envolto nestas entidades. Neste jogo de correntes favoráveis e contrárias, o Projeto de Lei segue na Câmara dos Deputados e precisa ser aprovado e sancionado até o final do semestre pois, este é o prazo prometido pela ANEEL ao TCU para implementar a norma 482 revisada. Sobre a tramitação do PL 5829/2019 de autoria do Deputado Silas Câmara com texto substituto do Deputado Lafayette de Andrada este já está na pauta e deverá ser votado em caráter de urgência. Os setores favoráveis a GD esperam aprovar o PL com a emenda do Deputado Evandro Roman que prevê a aplicação da cobrança dos encargos quando a GD alcançar uma participação de 10% na matriz energética brasileira.

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Estamos diante de um importante dilema social: O que é melhor para o Brasil ? Criar um novo Marco Legal mantendo as regras da GD e deixar este mercado se consolidar ou mudar totalmente as condições atuais enquanto o mercado ainda é iniciante ?

quando a GD chegar em 10% de inserção na matriz energética.

Neste debate ficou demonstrado por estes técnicos um estudo de caso internacional apontando os benefícios ocorridos no estado da Califórnia/EUA. Também mostra o impacto O PhD e professor da Univer- negativo das possíveis mudanças da sity of California Rodrigo Pinto em regra aqui no Brasil, onde bilhões de conjunto com vários técnicos abriu reais serão desperdiçados em perdas um amplo debate e apresentou um energéticas e outros bilhões serão olhar totalmente diferente para os descartados pelas interrupções de inbenefícios da inserção da GD no vestimentos privados. Impacta tammercado energético. Ele aponta bém o pagamento desnecessário de em seu estudo que são inúmeros os bandeiras tarifárias e pela eliminação benefícios para o sistema elétrico de empregos e rendas. Este estudo e para a sociedade. Menciona que parece muito mais coerente e aplicáa energia produzida num telhado vel nesta realidade do Brasil. É um e consumido pela vizinhança evi- importante contraponto aos estudos ta perdas na transmissão na ordem do Ministério da Economia e da visão dos Ministros do Tribunal de Contas de 16%. da União. Aponta que as perdas de energia Ao que parece o tempo é muihoje são o terceiro maior consumidor de energia. Bilhões de reais são des- to curto para mais um amplo debaperdiçados e estes custos são repas- te como está sugerindo o deputado sados aos consumidores pela ausên- Marcelo Ramos, vice-presidente da cia da aplicação do que tecnicamente Câmara dos Deputados. Ele entende é chamado de “fluxo reverso”, tro- que o projeto de lei e o substitutivo cando a carga elétrica mais pesada e defendem apenas um segmento e cara por uma mais leve e permitindo que o assunto está “enviesado”. Proalém de economia, mais segurança põe ainda uma audiência pública pela CME-Comissão de Minas e Energia para o sistema. para trazer toda esta discussão novaO estudo demonstra uma econo- mente à tona. De prático este promia pela diminuição da energia mar- cesso irá travar a tramitação do PL ginal que é 5 vezes mais cara e é pro- 5829 e levar a ANEEL a adotar o seu duzida por termoelétrica a base de regramento passando a aplicar os encarvão ou combustível fóssil gerando cargos e levará a uma forte retração os indesejáveis danos ao meio am- do mercado, ao enfraquecimento ou biente. Menciona os ganhos socio- até ao desaparecimento de toda esta econômicos pela utilização maior de cadeia produtiva emergente. O depumão-de-obra e geração de empregos tado Marcelo Ramos tem outra visão e rendas dentro das próprias comu- do mercado de GD e defende o pronidades. Hoje o nível de inserção da jeto de sua autoria que prevê uma GD é muito baixo, nem chega a 1% da “tarifa de energia social” voltado a matriz energética e o ideal seria che- consumidores de baixa renda. Este gar a 16%. Uma emenda de autoria subsídio seria criado e administrado do Deputado Evandro Roman ao PL com fundos já administrados pelas 5829, prevê a cobrança dos encargos próprias concessionárias, os chama-


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Artigo

Um modelo energético onde a dos Fundos de Eficiência Energética que são captados e pagos por todos sociedade crie uma nova modalidade de clientes de energia, os prosumios consumidores. dores, e acrescido a isto temos uma Segundo o debate promovido tecnologia capaz de atender a criação pelo PhD Rodrigo Pinto “O Plano De- deste mercado, uma fonte de enercenal de Expansão de Energia (PDE) gia limpa, renovável e gratuita e uma para 2020 – 2029, da EPE, estima que rede pública capaz de receber e distria demanda por energia, no período, buir a energia limpa beneficiando asirá aumentar em 45%, ou seja, 68 sim a todos. Este emergente mercado GW. Apenas os investimentos em li- não demanda investimentos públinhas de transmissão somarão R$103 cos e evita a mobilização de grandes bilhões. Os investimentos na potên- parques de obras em locais remotos cia instalada de termelétricas totali- impactando desastrosamente sobre zarão cerca de 30 GW. O PDE sugere áreas que deveriam ser de preservaque a fração de energia produzida ção ambiental e acrescente-se a isto por termoelétricas irá dos atuais 14% o estudo do IBOPE que aponta que para 18% da matriz energética do 90% dos brasileiros tem interesse em país. No entanto, o documento in- gerar a própria energia. forma que a energia solar irá repreOs desafios para a Brasil são muisentar apenas 5% da potência instalada do país em 2029 (11 GW), o que tos e a sociedade brasileira está em representa uma taxa de inserção de meio a uma transição energética. Os apenas 2,5% em termos de energia. 3D´s da chamada “Energia 3.0 – DesNo entanto, se a legislação atual for carbonização – Descentralização – Dimantida, a MMGD aumentaria em gitalização” sofrerão ainda algumas cerca de 32 GW, o que representaria barreiras que acreditamos devem ser superadas e a aprovação do PL 5829 7% de inserção de carga na rede. e a emenda do Dep. Evandro Roman. O ímpeto de frear a GD não faz Assim o mercado e a sociedade terão sentido nesse momento, onde dados um Marco Legal para a Geração Dismostram que uma taxa de inserção é tribuída, um avanço político, social, baixa e garante benefícios para todo ecológico, tecnológico, econômico e o sistema elétrico nacional.” Aponta institucional. o especialista no assunto.

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Este deverá ser o anseio da sociedade quando estiver diante de informações e projeções validadas e verídicas. Ao que parece, as expressões com efeito: “Robin Hood às avessas”, “Subsídio Cruzado” e “Taxar o Sol Não”, “Brasil, deixe a energia solar crescer” e acrescente-se a estes o “Briga de Davi contra Golias” serão ainda muito ouvidas nos próximos meses. Se a ANEEL cumprir com seu papel regulador e atender as diretrizes impostos pelas políticas públicas editadas pelo CNPE, o Órgão máximo do setor elétrico, as regras serão mantidas até o mercado se consolidar ou então deverá aguardar a aprovação do PL 5829 que irá pacificar o tema. Dentro de um ambiente democrático e legítimo, esta discussão é muito válida e levará a um ambiente estruturado onde a energia elétrica no Brasil deixará de ser uma caixa preta e passará a ter uma participação maior da sociedade que anseia por informações corretas e sem manipulações e jogos de poder. Por fim, que os governantes e reguladores sempre tomem as melhores decisões para o bem comum.


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O investidor em energia solar e o MICO Vinicius Ayrão

Pronto, você que é um daqueles apaixonados por energia solar não gostou do título.

Em linguagem mais simples, que tudo que ele irá receber ao longo da vida útil do projeto é superior a tudo que ele vai gastar.

Sim, é para provocar, mas eu vou Como em qualquer investimenlembrar que eu fui um dos primeiros a falar em segurança elétrica em to. instalações fotovoltaicas, ainda em Mas, qual é a receita? 2016.

avançados e ficam horas buscando uma solução teórica ÓTIMA. Após isso, a princípio, bastaria apenas ver o custo da tarifa de energia local e pronto, temos nossa receita.

Seria, se o arcabouço tributário no Brasil não fosse coisa de outro A primeira pergunta é, qual será mundo. Então, resolvi ser um dos primeiros a falar dos prejuízos que muitos a receita? Exemplos de erros e riscos que investidores vão ter com energia soBom, a receita será em função da muitos não colocam em suas análilar fotovoltaica. produção de energia e do valor da ta- ses: rifa de energia local. Não culpem o mensageiro a) Adesão ao Confaz com datas Referente a produção de ener- para encerrar – muitos estados tem Minha premissa é simples, a falta da engenharia no início do inves- gia, é provável que seus estudos se- uma data para a adesão ao convênio timento vai ser responsável pela não jam bem-feitos. Temos uma série do Confaz da GD encerrar. Uma série performance do seu investimento. de profissionais no mercado com de empresas e investidores descocapacidade de desenvolver um bom nhece isso, e projeta o fluxo de caixa Então, vamos ao início. considerando que não haverá muestudo. dança; Definição do investimento São os engenheiros solares, b) Desconhecimento de aspectos Antes de qualquer coisa, quem como eu gosto de chamar (não, esse toma a decisão de aportar o dinheiro título não tem no sistema CREA/Con- tributários – Estados como o RJ tem para a construção de uma usina solar fea). Eles conhecem bem o que as isenção do ICMS apenas na parcela fotovoltaica faz porque tem uma ex- condições climáticas podem afetar a da TE e não da TUSD. Empresas e ingeração de energia, usam softwares vestidores vindos de outros estados pectativa que irá criar valor. 18

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FERRAGEM DE FIXAÇÃO PARA MÓDULOS FOTOVOLTAICOS

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desconhecem isso e projetam um fluxo de caixa irreal; c) Desconhecimento de legislação tarifária – Para usinas de GD de minigeração, os valores de demanda podem ter um impacto bastante alto. Em algumas regiões o kW chega a quase R$ 40,00 (com impostos). Muitos projetos não consideram a demanda na análise inicial e são surpreendidos; Desprezando a Engenharia Passado a fase da análise financeira e tomada a decisão de investir, tudo passa a se resumir no CAPEX. E um item importante é o custo de conexão. Para isso, se precisa do Parecer de Acesso, que demanda um projeto.

ma similar, com um projeto legal de arquitetura é possível saber qual a área da edificação, quantos quartos possui, mas não se sabe qual o tipo de acabamento, se o vidro é acústico ou não. Visando reduzir o CAPEX, os investidores não tem investido em um bom projeto básico e um bom RFQ (request for proposal). O EPCISTA superpoderoso A solução encontrada foi passar para o Epcista a responsabilidade no desenvolvimento do projeto básico e do executivo, sendo que o CAPEX já está determinado. Na prática, o Epcista não faz a obra com o orçamento que ele determina, mas sim, faz a obra caber no orçamento determinado.

Quantos engenheiros de instalações sabem disso? Quantos compradores sabem disso? Quantos projetos tem isso especificado de forma clara? Quantos eletricistas sabem disso? Quando o investidor deixou essa decisão para o Epcista, ele não fez uma análise dos possíveis custos futuros dessa decisão, e também não se preocupou em como validar se os equipamentos foram de boa qualidade e corretamente instalados. b) DPS (Dispositivo de proteção contra surtos) O Brasil é um país com alto índice de descargas atmosféricas e os efeitos das descargas atmosféricas tanto diretas quanto indiretas são bastante danosos para equipamentos eletrônicos.

Quando tratamos dos DPS temos E a única forma de resolver essa algumas dificuldades a mais: equação é sacrificando escopo, qua• Qualidade do DPS – DPS de bailidade e/ou prazo (normalmente, toxa qualidade são mais baratos, dos). mas não protegem (adivinhem Esse projeto é importante por qual o Epcista vai comprar ) E a má qualidade, seja de projeuma série de razões, mas ele não é, ou não deveria ser, em meu entendi- to, de produto, ou de execução, vai • Ausência de DPS de sinal – As mento, o suficiente para a contrata- ter consequências no desempenho linhas de comunicação tamda usina. ção e execução. bém precisam ser protegidas e são poucos os projetistas que Mas, quantos Epcistas tem estruMas, por que isso? se atentam a esse ponto. tura para dominar o suprimento, o Simples, ele não tem os elemen- projeto e a execução? A (não) entrega de obra tos necessários para ser considerado Não falo de suprimento da curva um projeto básico. Antes da conexão, uma usina soA de equipamentos, eu falo do que o Pegando a definição de projeto investidor não presta atenção e pode lar deve ser comissionada conforme a ABNT NBR 16274. dar problema. básico, temos: Mas, não é um Projeto, é um projetinho. Fazendo uma comparação com a arquitetura seria um projeto legal.

Em uma simplificação extrema, esse comissionamento abrange a a) Condutor de alumínio no lado análise que se o projetado está em conformidade com as normas, se ele de corrente contínua foi executado e a realização de enO texto da norma ABNT NBR saios para verificar a segurança e a 16690 acabou ficando mal redigido performance. e, dependendo de quem intérprete, Eu diria que é extremamente é permitida ou não o uso de condutocurioso o comissionamento ser reares de alumínio nos arranjos. lizado por quem projeto e executou. Mas, vamos aceitar que seja perEu imagino o projetista ao fim mitido. dos serviços dizendo que seu projeto As conexões de condutores de não estava conforme a norma... alumínio requerem cuidados espeMuitos confundem comissionaE um projeto para aprovação ciais e terminais e conexões especifimento com ensaios. Os ensaios são de concessionária não tem. Da for- cas e de boa qualidade. “Projeto Básico é o conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução (Art. 6, IX, LCC).”

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Alguns pontos:


parte do comissionamento, mas o comissionamento é genharia própria para fazer a quantidade de usinas que mais do que isso. tem em construção no mercado. Da forma como prescreve a NBR 16274, a melhor forA briga por preço no CAPEX apenas vai transformar ma de fazer o comissionamento (se não a única) é que o uma expectativa de investimento boa em um investimencomissionamento comece junto ao projeto e siga durante to ruim. toda a execução. Oportunidades Sem isso, todos os problemas que poderiam ter sido diagnosticados e resolvidos passam a ser vícios ocultos Como vai ter muita usina MICO com problema, logo que vão virar problemas de manutenção. logo terá mercado para O&M, que vai ser mais de reparo no início que qualquer outra coisa. Na verdade, já tem Solução para não ter MICO umas empresas de olho nesse mercado. Simples, investimento em engenharia, planejamento Espero que ter incomodado a vocês o suficiente para e especificação. Utilizar a tal da Engenharia do Proprieolharem para seus projetos, obras e investimentos e se tário. perguntarem: Não vejo outra forma. O mercado não é maduro e nem possui empresas suficientes de qualidade e com enSerá que vai ser um mico? Mini-Currículo: Vinicius Ayrão, carioca, apaixonado por energia elétrica, seus conceitos e práticas. Graduado em engenharia eletrotécnica com pós em gestão de projetos e trajetória empreendedora. Iniciou a carreira na empresa do pai, também engenheiro, assumindo os negócios nos primeiros anos de formado. Tem expressiva atuação no setor, participando de eventos, da ABNT, da ABRACOPEL, do Sindistal dentre outras entidades. Reconhecido tanto por sua expertise no segmento de solar como por sua contundente defesa da capacitação profissional na engenharia. Autor do blog Vinicius Ayrao onde dissemina conhecimento com conteúdos relevantes para o setor. Participa ativamente das redes sociais, em grupos de temática técnica, com intensa troca de experiências acumuladas nos muitos projetos complexos de solar FV. Tem especial interesse no ensino e na formação de profissionais que também desejam ingressar no setor. E tem vários cachorros.

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Entrevista

Entrevista exclusiva com GABRIEL TERÇAROLLI, CMO da EDMOND A Edmond é muito mais que uma distribuidora de equipamentos para o mercado de energia solar. É uma fintech que fornece soluções de meios de pagamento para o mercado de energia solar fotovoltaica. Também recentemente a empresa lançou seu AppSolar “Plataforma de comercialização de Equipamentos Fotovoltaicos 100% gratuita’’

RBS Magazine - Nos fale um pouco so- Desde o nosso surgimento, em 2020, bre a EDMOND, sua criação, objetivo buscamos fomentar evolução no segmento logístico, energético e financeie metas? ro, sempre de forma sustentável, por GABRIEL - A Edmond é uma green meio de transformação digital e de fintech focada em fornecer soluções tecnologias disruptivas. Como temos para o mercado de geração distribu- a sustentabilidade em nosso DNA, ída e sobretudo através de meios de também queremos impactar positipagamentos para o mercado de ener- vamente o planeta, a sociedade e a gia solar fotovoltaica. Nossa principal comunidade por meio de iniciativas proposta é criar tecnologias que fa- que zelam pela proteção dos recursos cilitem o acesso ao desenvolvimento naturais e prática de uma cidadania econômico sustentável e emponde- empresarial coerente que converge ram a liberdade e a independência no com os nossos princípios e valores. mercado de geração distribuída. Nós Zeramos a nossa emissão de carbono fazemos isso de diversas formas e es- de toda nossa operação e integramos tamos em constante evolução. A App- a Rede Brasil do Pacto Global da OrSolar, por exemplo, é a nossa platafor- ganização das Nações Unidas (ONU), ma 100% gratuita que auxilia nossos visando cumprir com todas as exigênclientes na comercialização de equi- cias relacionadas ao meio ambiente, pamentos fotovoltaicos, auxiliando direitos humanos, anticorrupção e integradores e instaladores a formular trabalho. projetos e gerar os kits de produtos que mais se adequam às necessida- Quais os principais benefícios que os des do consumidor final. Criamos um parceiros da EDMOND têm usando as ecossistema digital formado por uma soluções e plataformas de pagamento? solução de pagamentos inteligentes, o Edmond Pay, e complementamos tudo Muitos integradores estão usando as isso através de nosso banco digital, o nossas soluções principalmente pela nossa plataforma, AppSolar, ser WhiEdmond Bank.

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te Label, ou seja, totalmente customizável, permitindo que o usuário integrador ou instalador cadastrado coloque sua própria identidade, com cores, logo, etc. Ter o próprio ecossistema de pagamentos permite uma série de vantagens aos nossos parceiros. Com o Edmond Pay, por exemplo, é possível gerar um link de pagamento também personalizável com as opções de pagamento via boleto ou cartão de crédito, o que facilita muito a vida do integrador no momento de concluir seu negócio. Além disso, nosso meio permite fazer split de pagamentos para fornecedores, instaladores, representantes de vendas e demais parceiros envolvidos nas vendas com até 10 fornecedores ou parceiros. O nosso objetivo é gerar Receita Recorrente ao Integrador e fazer com que ele continue cada vez mais próximo do cliente final. Quem faz parte do nosso ecossistema também usufrui de todos os benefícios que os demais usuários de um banco têm em geral: como realizar saques em lotéricas, caixa 24Hs, em rede de supermercados e farmácias conve-


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Entrevista

Nossos maiores parceiros são os nossos clientes, integradores e instaladores que veem no setor de energia solar fotovoltaica uma oportunidade de incentivar as pessoas a gerar sua própria energia, se tornando mais independente, reduzindo custos mensais, contribuindo com um consumo mais consciente e sustentável...

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no caminho certo. Sabíamos que levar ferramentas que facilitam a vida de nossos clientes é algo que faltava ao mercado, e nós nascemos com essa iniciativa, de fortalecer na ponta nossos parceiros, torná-los competitivos e emponderados.

É o que sempre dizemos: comprar, Detalhe sobre o funcionamento da opevender, receber e pagar, tudo em um ração, como as empresas e possíveis parceiros devem proceder para entrar só lugar. no mundo de tecnologias e soluções da Como foi o desempenho da empresa EDMOND? desde o começo da operação e cresciTemos um ecossistema próprio em mento? pleno funcionamento, em que todas A Edmond surgiu em outubro de as nossas plataformas são interconec2020 em um mercado extremamente tadas e trabalham em harmonia. Tudo competitivo como é o das fintechs. No que o interessado precisa fazer é acesentanto, a plataforma digital AppSolar sar o site, fazer o cadastro simples e só foi lançada no final de dezembro. seguir as orientações, desde que a emMesmo em um curto período de ati- presa, claro, seja relacionada ao setor vidade, já temos mais de dois mil in- de energia solar. tegradores cadastrados e um volume de vendas que cresce todos os meses. Quem são os principais parceiros da Estamos bastante animados com os empresa? resultados que temos tido, superando as nossas próprias expectativas de Nossos maiores parceiros são os noscrescimento. Sentimos que estamos sos clientes, integradores e instalado-

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res que veem no setor de energia solar fotovoltaica uma oportunidade de incentivar as pessoas a gerar sua própria energia, se tornando mais independente, reduzindo custos mensais, contribuindo com um consumo mais consciente e sustentável. São pessoas que buscam ingressar em um mercado de trabalho num setor em pleno crescimento. São pessoas que acreditam em nossas soluções, propósitos e valores. E também grandes companhias que compram conosco mês a mês e vêm entendendo nossas funcionalidades, agregando muito valor às suas empresas e seus clientes por meio delas. Envie uma sugestão de pergunta de interesse da empresa / Como a empresa se diferencia em um mercado tão competitivo? A Edmond não é apenas uma simples distribuidora de equipamentos fotovoltaicos. Somos a mais nova distribuidora de soluções para o mercado de energia solar do país, e estamos dando vida a uma nova era que busca fortalecer a relação com os seus clientes a cada dia, para que eles possam agregar mais valor aos serviços prestados. Queremos facilitar a vida dos nossos clientes e inspirar que todos os elos dessa cadeia abracem a nossa causa. Nós temos certeza que podemos contribuir para a geração de uma energia elétrica mais limpa, sustentável e democratizada.


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SEGUROS PARA USINAS FOTOVOLTAICAS EM OPERAÇÃO: o que observar para garantir a proteção do empreendimento Edmur de Almeida

O

crescimento do mercado de geração distribuída (GD) é um fato incontestável. Os dados compilados pela ABGD até 01/03/2021 mostram que a potência instalada subiu de 2.400 MW em fevereiro de 2020 para 5.033 MW em fevereiro deste ano. No mesmo período, o número de conexões passou de 191.770 para 411.593. Esse mesmo crescimento é verificado em relação às UFVs (usinas fotovoltaicas). Em número cada vez maior e com investimentos mais altos, elas também significam grandes prejuízos em casos de sinistros. Nesse contexto, vamos tentar responder a três perguntas cruciais: 1) O mercado segurador tem produtos apropriados para esse tipo de negócio? 2) Se tem, como garantir a melhor proteção para uma UFV? Qual o papel do consultor/corretor de seguros nesse cenário? O contexto atual da oferta de um seguro apropriado para UFV Para empreendimentos com valor segurável acima de R$ 80 mi26

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lhões, existe o Seguro de Riscos Operacionais, que se encaixa no que é conhecido como “all risks”, ou seja, indeniza prejuízos decorrentes de quaisquer acidentes (exceto os descritos como excluídos na apólice), além de coberturas como Perda de Lucro, Quebra de Máquinas e Responsabilidade Civil. Tudo que envolve esse empreendimento pode ser coberto pelo seguro: obras civis, máquinas, equipamentos, instalações, montagens, móveis, utensílios etc. Antes do surgimento da GD no Brasil, não havia empreendimentos de geração de energia elétrica com valores pequenos. A exceção eram as Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs), que, por serem de fonte hídrica, eram aceitas por algumas seguradoras quase como “um favor”. Como a geração de energia de fonte solar explodiu no Brasil, essas seguradoras estão avaliando se faz sentido oferecer esse seguro para pequenos empreendimentos (até 5 MWp). A razão é simples: devido ao aumento substancial da demanda, elas não têm profissionais suficientes

com o conhecimento técnico exigido para essa modalidade de seguro. Formá-los exige tempo e recursos financeiros. Então, aqui temos um problema: falta um seguro adequado, ajustado e que contemple todos os riscos envolvidos na operação de uma UFV. Uma solução parcial Uma forma encontrada pelas seguradoras para contornar esse problema é a oferta do Seguro de Riscos Diversos para Equipamentos Estacionários. Aqui já temos uma limitação: seguro para equipamentos não cobre obras civis. Seu consultor/corretor pode até tentar convencer a seguradora a incluí-las, mas a maioria não aceita. Outra parte importante que normalmente não está coberta: o valor da mão de obra. De novo, é preciso negociar com a seguradora. Isso porque o seguro foi desenhado para um trator, uma retroescavadeira, uma grua, um gerador etc. Esses equipamentos, ao serem substituídos em caso de um sinistro, chegam “intei-


Uma cobertura adicional que ros” ao local, o que não é o caso de uma UFV: as partes e peças precisam exige atenção é a de perda e/ou ser montadas no local. Portanto, há pagamento de aluguel. Numa UFV, um custo de mão de obra envolvido. lidamos com essas duas situações. Vamos tomar como exemplo um O dono da UFV pode optar por transformador que pega fogo: ele não segurar obras civis e/ou cus- precisará ser substituído até ser reto da mão de obra, mas precisa fa- parado e reinstalado na UFV. Imazê-lo conscientemente. O ruim é ginemos que demore um mês para ficar sabendo disso somente na ter um equipamento substituto opehora em que acontece o sinistro. rando e três meses para consertar o que foi danificado. Nesse caso, precisamos ter uma indenização por A importância das coberturas perda de receita de 30 dias (menos a franquia, geralmente de 5 dias) e adicionais também pelo pagamento da locação O Seguro de Riscos Diversos para do equipamento substituto (três meEquipamentos Estacionários cobre ses). Como esses valores são conheciprejuízos decorrentes de aciden- dos, fica mais fácil determinar o valor tes de causa externa. Ainda assim, da cobertura. as seguradoras costumam restrinOutra definição necessária é gir o limite da indenização para, por exemplo, vendaval, furacão, ciclone, o período de indenização, ou seja, tornado e granizo. Algumas aceitam quantos meses de cobertura para chegar a 20% do valor da UFV – um perda e/ou pagamento de aluguel. percentual que eu considero mui- Esse fator está diretamente ligado ao to baixo, pois a ocorrência desses prazo para reparo da UFV (no nosso eventos pode implicar prejuízos bem exemplo, reparo do transformador). maiores do que esse teto. Portanto, é Nós sugerimos mínimo de seis meimportante negociar limites maiores ses, já com margem de segurança. com a seguradora: se possível, 100% O valor dos aluguéis, ponderado por esse prazo, geralmente se situa em do valor da UFV. torno de 20% do valor da UFV. Já os acidentes de causa interna Uma cobertura adicional que normalmente não estão cobertos. Por exemplo, um curto-circuito (dano exige atenção é a de perda e/ou elétrico). É preciso, então, ter muito pagamento de aluguel. Numa UFV, cuidado na definição das coberturas lidamos com essas duas situações. adicionais a serem contratadas, bem Vamos tomar como exemplo um como dos respectivos limites de in- transformador que pega fogo: ele denização oferecidos pelas segura- precisará ser substituído até ser reparado e reinstalado na UFV. Imadoras. Nossa sugestão para valores: ginemos que demore um mês para (i) Danos Elétricos: mínimo de ter um equipamento substituto operando e três meses para consertar o 20% do valor da UFV; que foi danificado. Nesse caso, pre(ii) Incêndio, Raio e Explosão: ide- cisamos ter uma indenização por perda de receita de 30 dias (menos al 100%; a franquia, geralmente de 5 dias) e (iii) Responsabilidade Civil: como também pelo pagamento da locação as UFV geralmente estão instala- do equipamento substituto (três medas em área rural, sugerimos va- ses). Como esses valores são conhecilor a partir de R$ 500 mil, já que dos, fica mais fácil determinar o valor se trata de indenização a terceiros da cobertura. – danos materiais, corporais e moOutra definição necessária é rais, não mensuráveis prioritariao período de indenização, ou seja, mente; quantos meses de cobertura para (iv) Roubo: mínimo de 20%. O pre- perda e/ou pagamento de aluguel. juízo aqui depende muito da qua- Esse fator está diretamente ligado ao lidade dos sistemas de proteção, prazo para reparo da UFV (no nosso exemplo, reparo do transformador). como vigilância treinada 24/7.

Nós sugerimos mínimo de seis meses, já com margem de segurança. O valor dos aluguéis, ponderado por esse prazo, geralmente se situa em torno de 20% do valor da UFV. Chamo a atenção para outra variável referente a essa cobertura adicional: a maioria das apólices prevê cobertura de perda de aluguel exclusivamente se houver dano material indenizado e decorrente da cobertura básica (quaisquer acidentes de causa externa). Portanto, se houver incêndio, raio, explosão, dano elétrico ou roubo, mesmo que o dano material venha a ser indenizado, o mesmo não valerá para a perda de aluguel. Um consultor/corretor especializado deve negociar com a seguradora a inclusão da cobertura de perda de aluguel na ocorrência também desses eventos. Muito cuidado com o valor da franquia Se olhar só preço, pode comprar gato por lebre. A franquia geralmente vem assim: 20% dos prejuízos indenizáveis com valor mínimo de R$ XX. Quanto menor for o percentual sobre os prejuízos indenizáveis e o piso, melhor para você. É comum apresentarem propostas com preço baixo, mas com franquia nas alturas. Algumas exclusões a serem revistas Tradicionalmente, o Seguro de Riscos Diversos para Equipamentos Estacionários prevê algumas exclusões que devem ser analisadas pelos empreendedores para não haver surpresas desagradáveis: • Operações de Carga e Descarga: se houver essa atividade, sugiro exigir do fornecedor a apresentação de seguro para esse fim; • Alagamento e Inundação: se esse risco for potencial, precisa negociar com a seguradora a inclusão dessa cobertura; • Defeito de Fabricação de Equipamento: o prejuízo deve ser suportado pelo fabricante, mas precisa caracterizar muito bem o RBS Magazine

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defeito. É preciso comprar equipamentos apenas de empresas idôneas e conhecidas no mercado; • Roubo ou Furto Qualificado praticado por funcionários. O que observar durante a vigência do seguro? O valor da UFV precisa estar sempre atualizado de acordo com o mercado, já que o objetivo do seguro é garantir que ela volte a operar exatamente como estava antes da ocorrência de um sinistro. Assim como outros seguros, o de Riscos Diversos para Equipamentos Estacionários apresenta uma condicionante importante: a cláusula de rateio ou indenização proporcional. Digamos que a UFV vale R$ 100,00 (valor de reposição hoje), mas foi segurada por R$ 50,00 (50% do valor real). Aí, acontece um sinistro com prejuízo de R$ 20,00. A indenização do empreendedor será de R$ 10,00, pois ele segurou só a metade do que a UFV vale. Logo, recebe metade do prejuízo. Poucas pessoas sabem ou falam disso. Não se pode esquecer também de analisar constantemente os possíveis aumentos de preços dos equipamentos e do custo de mão de obra, além de outras variáveis que impactam na reposição de uma UFV, como a taxa cambial. O que fazer se houver um sinistro? • Avisar seu consultor/corretor e a seguradora tão logo tenha conhecimento do fato; do contrário, pode-se perder o direito à indenização;

detalhes bre dos cabos elétricos). Outro fator provável, complicador é que essa cabine gerale expec- mente fica próxima à rua. (aviso de O papel do consultor/corretor de seguros • Tirar fotos e, quando possível, efetuar Boletim de OcorUma UFV requer um grande inrência; vestimento que precisa estar muito bem protegido. O seguro mais caro • Comprovar os prejuízos, preferencialmente com cópias do mundo é aquele pelo qual você de notas fiscais de aquisição paga R$ 1,00, mas não recebe nada de partes, peças, equipa- da seguradora na hora do sinistro. mentos etc. Evitar nota fiscal A contratação de qualquer seguem que conste: UFV com 3,5 MWp = R$ 10 milhões. Isso ro requer muita atenção, leitura das é problema na hora da inde- condições (cláusulas do contrato de nização. O certo é uma NF seguro) e a assessoria de um bom com detalhamento de todo consultor/corretor de seguros. Esse o material e uma outra com profissional precisa atender a alguns o custo de mão de obra. Uma pré-requisitos básicos: opção, caso não disponha da NF detalhada, é apresentar a (i) Ter autorização para operar proposta comercial e/ou concomo corretor de seguros pela trato de compra da UFV, nos SUSEP (Superintendência de Seguquais conste esse detalharos Privados). O site da entidade mento; (www.susep.org.br) disponibiliza a relação desses corretores; • Na apólice há um capítulo inteiro sobre procedimentos (ii) Ser conhecido ou ter sido indiem caso de sinistro. Indepencado por alguém de confiança. Se dentemente disso, é nessa a indicação vier de um cliente dele hora que o consultor/corretor precisa atuar. que você conheça, melhor ainda; • Apresentar em data, hora, causa medidas tomadas tativa de prejuízos sinistro);

• Destaque para a cobertura de roubo ou furto qualificado: • O segurado deve manter em perfeito estado de funcionamento as fechaduras, os trincos e demais dispositivos de segurança de portas, janelas e similares; A cabine do transformador não é lugar para guardar sobressalentes, especialmente cabos elétricos e módulos, pois são muito visados para roubo (por exemplo, por causa do co-

(iii) Ser especialista no seguro a ser contratado. Quem entende muito de seguro de carro não necessariamente entende de seguro para UFV (e vice-versa); (iv) Ter um Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Como profissão regulamentada, o corretor responde civilmente por prejuízos causados a clientes e terceiros em decorrência de erros e omissões da técnica do seguro. Essa é mais uma proteção para o cliente.

Mini-Currículo:

Edmur de Almeida é sócio fundador e diretor executivo da Alfa Real Consultoria e Corretagem de Seguros, especializada em Garantias e Seguros Corporativos, com ênfase em infraestrutura, especialmente o segmento de energia; gerente de riscos pela Fundação ALARYS; associado da ABGR; “Certified Financial Planner” (CFP®) pela Planejar; diretor de Fóruns Acadêmicos da ANSP (Academia Nacional de Seguros e Previdência); e coordenador da Comissão Técnica de Seguros de Crédito, Garantia e Fiança Locatícia do SINCOR‐SP (Sindicato dos Corretores de Seguros e da FENACOR (Federação Nacional dos Corretores de Seguros). 28

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VOCÊ SABE A IMPORTÂNCIA DO CORRETO DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES? QUAL A NORMA VIGENTE? QUAIS OS PASSOS PARA DIMENSIONAR? Romulo Roque Pieta, CEO Alcioni Panatto, Diretor de Projetos

Aprenda de forma rápida e simplificada como dimensionar corretamente os condutores de corrente alternada (CA) para instalações fotovoltaicas! Qual a importância do dimensionamento correto dos condutores? O dimensionamento correto dos condutores proporciona maior segurança à instalação, garantindo que os condutores operem dentro de seus limites e não superaqueçam, evitando causar perdas de isolação nos condutores, desarme constante dos disjuntores, aumento da probabilidade de incêndio, curto-circuito e oferecer riscos de choque elétrico. A ABNT NBR 5410:2004 estabelece condições que satisfazem instalações de baixa tensão garantindo segurança aos usuários bem como o funcionamento adequado de todo o sistema. Quais são os passos para realizar um correto dimensionamento? Para dimensionamento de condutores é necessário aferir os cálculos de capacidade de condução de corrente e queda de tensão do condutor utilizado na instalação elétrica: - Para a capacidade de condução de corrente é necessário avaliar os seguintes parâmetros: • Método de Instalação

• Fator de Temperatura

• Tipo de Isolação do Condutor

• Fator de Agrupamento

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O primeiro passo é definir o Método de Instalação, que consiste em como os condutores serão instalados. A norma NBR 5410:2004 apresenta uma tabela denominada Método de Instalação que demonstra as possibilidades de inserção de eletrodutos ou eletrocalhas em uma instalação elétrica. Cada possibilidade leva a um determinado valor de capacidade de condução de corrente do condutor. Em conjunto com o método de instalação é necessário definir o tipo de isolação do condutor a ser utilizado. No mercado são três as isolações mais comercializadas: PVC, HEPR e XLPE. O PVC é comumente utilizado por conta do seu baixo custo de aquisição, sendo projetado para uma temperatura máxima em serviço contínuo de 70°C e temperatura de sobrecarga de 100°C. O HEPR e XLPE são condutores fabricados em materiais termofixos e suportam uma temperatura máxima de 90°C em serviço contínuo, sendo a diferença dessas duas isolações apenas o tipo de termofixo, sendo o Etileno Propileno para o HEPR e Polietileno Reticulado para o XLPE. Para o Fator de Temperatura, deve-se observar se os condutores serão ou não enterrados e qual o tipo de isolação. Cada escolha implica em um fator de correção baseado na temperatura do solo ou na temperatura ambiente do local da instalação dos condutores. Vale lembrar que quanto maior a temperatura ambiente menor será a capacidade de corrente do condutor.


E, por último, o Fator de Agrupamento. Esse parâmetro define quantos circuitos ou cabos multipolares estão em um mesmo eletroduto. Quanto maior o número de circuitos, menor será a capacidade de condução de corrente do condutor.

Para demonstrar na prática o dimensionamento, analisaremos um inversor fotovoltaico de potência nominal de 5 kW, com tensão de saída de 220 Vca, em um ambiente com temperatura que pode chegar a 40°C e com comprimento do condutor de 10 metros.

- Para a análise da queda de tensão admissível é necessário avaliar os seguintes parâmetros: • Comprimento total do condutor

• Corrente máxima no condutor

• Resistividade do material do condutor

• Tensão nominal

O comprimento do condutor se refere à distância entre o ponto de alimentação e a carga. Ao longo do conPrimeiramente, deve-se conferir o datasheet do indutor existirá uma queda de tensão que é diretamente proporcional ao comprimento do cabo, ou seja, quanto versor para verificar os valores de tensão de operação e maior seu comprimento, maior será a queda de tensão corrente máxima de saída. Para o inversor em questão no condutor, causando perdas no decorrer do percurso. vamos considerar que o mesmo possui tensão de saída de 220V e corrente máxima de 23 A. É importante destacar que todo material quando conduz corrente elétrica apresentará resistência, ou seja, causará perdas e influenciará na queda de tensão no condutor. As características do inversor sob a qual o condutor estará sujeito serão a tensão nominal e a corrente máxima. E na prática, como dimensionamos os condutores CA para o sistema fotovoltaico?

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Artigo

Após ter sido encontrada a corrente máxima do circuito partimos para o dimensionamento do disjuntor. Para dimensioná-lo, é uma boa prática aplicar um fator de segurança de 25% do valor da corrente máxima de saída do inversor e ainda, que sua capacidade de condução de corrente fique abaixo do limite máximo suportado pelo condutor. Capacidade do Disjuntor = Corrente de saída Inversor * 1,25 Capacidade do Disjuntor = 23 * 1,25 capacidade de corrente do disjuntor. Nesse caso, buscamos um condutor com seção transversal de 6 mm² com Com a aplicação do fator de segurança mencionado, capacidade de condução de 41 A. O número de condutoconclui-se que o disjuntor deverá possuir uma capacidade res carregados deverá ser verificado com base no número mínima de condução de corrente de 28,75 A. A partir do de condutores do circuito e sua função (fases e neutro). valor mínimo de condução deve se escolher o disjuntor A tabela de capacidade de condução de corrente com capacidade próxima a este valor e que seja comercializado, visto que não existe no mercado disjuntores apresentada pela norma, considera inicialmente um concom capacidade de condução de 28,75 A, por exemplo. dutor instalado conforme o método desejado e uma temPara este caso optou-se por um disjuntor termomagnéti- peratura ambiente, ou do solo, de 30°C. Assim, deverá ser verificada a temperatura máxima do local onde os co modelo IEC/DIN de 32 A. condutores serão instalados e posteriormente, quantos A partir do dispositivo de proteção dimensionado, fa- circuitos serão instalados no mesmo eletroduto. remos o dimensionamento dos condutores. Para uma instalação cuja temperatura ambiente posPara iniciar, escolhe-se o método de instalação. Para sa chegar a 40°C, o fator de correção correspondente é dimensionar os condutores de saída CA do inversor, con- de 0,87 para condutores com isolação em PVC. sideraremos o método de instalação B1, onde os conduComo mencionado, quando são instalados dois ou tores estão inseridos em eletroduto aparente sobre parede ou espaçados da mesma, conforme a tabela 33 da mais circuitos ou cabos multipolares em um mesmo eletroduto, considera-se um Fator de Agrupamento. Nesta NBR 5410: situação, onde teremos apenas 1 circuito (fase e neutro), conforme tabela abaixo, teremos um Fator de Agrupamento unitário (igual a 1). Capacidade do Disjuntor = 28,75 A

A seguir é escolhido o tipo de isolação do condutor. Para os circuitos CA optou-se por condutores com isolação de PVC 70°C, como exemplo. A partir dessa definição, busca-se um valor de capacidade de condução acima da

Por fim, multiplica-se os fatores com a capacidade de condução de corrente conforme a Equação 1 a seguir que pode ser encontrada no livro Instalações Elétricas (CREDER, 2016): Capacidade Corrigida = Capacidade Nominal x Fator de Temperatura x Fator de Agrupamento (1)

Capacidade Corrigida = 41 * 0,87 * 1,00 = 35,67 A Este valor é a capacidade de condução de corrente do condutor corrigida frente às condições do ambiente e de instalação, ou seja, sua capacidade máxima de con32

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dução. Verificamos que a capacidade de corrente deste condutor nessas condições (35,67A) é superior a corrente do disjuntor (32A), logo, podemos concluir que o condutor de 6mm² com isolação PVC 70°C é um condutor apto a ser utilizado neste projeto. Assim, definiu-se um condutor com isolação em PVC 70°C com seção transversal de 6 mm². Para o cálculo da queda de tensão admissível (QT), consideraremos a Equação 2 disposta a seguir, obtida na literatura Instalações Elétricas (CREDER, 2016). Inicialmente, para o exemplo apresentado temos os seguintes parâmetros: S : Seção do Condutor [mm2] = 6,00 ρ : Resistividade do Condutor de Cobre [(Ω*mm2)/m] = 0,0172 I : Corrente do Circuito [Α] = 23,00 D : Comprimento do Condutor [m] = 10,00 V : Tensão Nominal [V] = 220 k : Número de Condutores: 2 (circuitos monofásicos ou bifásicos) ou √3 (circuitos trifásicos)

Caso utilizássemos um condutor com isolação de HEPR ou XLPE de 90°C, poderíamos considerar um cabo de seção transversal de 4mm² com capacidade de condução de corrente de 42 A e fator de temperatura de 0,91. Para ilustrar outra situação: caso fosse selecionado condutores de saída com outro tipo de isolação, como por exemplo em HEPR ou XLPE, que possuem capacidade de condução superior ao PVC, a seção transversal do cabo poderá ser menor, desde que mantidas as condições de instalação. Ainda quanto às condições de instalação dos condutores, existem locais como escolas, shoppings centers, ou locais onde o risco à segurança das pessoas é maior, onde necessariamente deverá se optar por condutores que não sejam isolados com PVC, pois este material, quando em chamas, libera substâncias nocivas à saúde das pessoas.

A capacidade de condução corrigida será de 38,22 A, considerando um dimensionamento correto igualmente ao dimensionamento feito anteriormente com o condutor 6 mm² PVC 70°C, porém com condutor de seção transversal menor. Para o cálculo da queda de tensão admissível de condutores de HPR ou XLPE, altera-se somente a resistividade do Alumínio, sendo de 0,0282(Ω*mm2)/m .

Em geral a queda de tensão recomendada para condutores CA é de até 4% mas deve-se verificar o valor exato nas normas da distribuidora da sua região. O valor de queda de tensão encontrado é 0,60% para condutor em isolação PVC e 1,47% para condutor em isolação HEPR ou XLPE, dentro do recomendado de até 4% considerado no exemplo. Portanto, os condutores com isolação em PVC 70°C de seção de 6mm² e isolação de HEPR e XLPE 90°C de seção de 4 mm² podem ser utilizados. Assim, procure sempre consultar as normas da ABNT para a sua aplicação específica, como este exemplo de dimensionamentos de condutores para baixa tensão, que tomou como base a NBR 5410:2004.

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Entrevista

A RBS MAGAZINE traz uma entrevista exclusiva com ILDO BET, cofundador da PHB SOLAR PHB Solar, uma das empresas pioneiras e líderes no setor de Energia Solar Fotovoltaica, é sinônimo de confiança há mais de 3 décadas. A empresa atua também nos setores de mobilidade elétrica e Armazenamento de Energia

RBS Magazine - Detalhe-nos sobre curva de crescimento a operação da PHB e setor de atuação? 2020 foi um ano de muitos desafios no setor, muitos produtos esILDO BET - A PHB é uma empre- tiveram em falta e os preços das sa 100% brasileira com 36 anos de matérias-primas e do transporte atuação. Temos acompanhado e aumentaram consideravelmente. antecipado as tendências do mer- Mas mesmo com estas dificuldades cado para oferecer produtos tecno- conseguimos crescer sustentavellógicos de alta qualidade nos seto- mente e manter nossos comprores de telecomunicações e solar. missos com nossos clientes.

Quem são os principais parceiros da PHB no fornecimento de equipamentos e soluções para o setor de energia solar fotovoltaica?

Recentemente fechamos um acordo com a LONGI que junto a nossa outra parceira JINKO SOLAR são as duas maiores fabricantes de módulos no mundo. Também temos uma parceria com a BYD, que é atualmente o maior fabricante de Investimos fortemente em pesqui- Hoje a PHB está investindo em me- módulos no Brasil. sa e desenvolvimento tecnológico. lhorar ainda mais seu atendimento: Nosso foco é a inovação constante inauguramos recentemente nosso Fale-nos um pouco sobre as novidapor isso estamos desenvolvendo novo Centro de distribuição para des e lançamentos da empresa para novas soluções de armazenamento agilizar os pedidos, continuamos este ano de 2021? para setor residencial e industrial e implementando melhorias na noscarregamento veicular. sa plataforma de vendas, estamos Temos como meta oferecer este ano trabalhando em novos modelos de a maior linha de inversores monoComo foram estes últimos 12 meses inversores, etc. Temos confiança fásicos com string box integrada para a PHB, conseguiram superar os que continuaremos crescendo for- para diminuir os custos do kit fotodesafios e obstáculos e continuar a temente nos próximos meses. voltaico e permitir uma instalação mais rápida e segura do sistema. Já nossos novos modelos de inversores trifásicos devem incluir novas funcionalidades que permitirão TAMBÉM PLANEJAMOS LANÇAR AINDA aumentar a segurança e monitorar com mais detalhe o sistema.

ESTE ANO, SOLUÇÕES FOTOVOLTAICAS OFF GRID E HÍBRIDAS (RETROFIT) COM ARMAZENAMENTO DE ENERGIA

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Também planejamos lançar ainda este ano, soluções fotovoltaicas off grid e híbridas (retrofit) com armazenamento de energia.


Entrevista

Durante os últimos anos fechamos algumas parcerias com instituições de pesquisa para desenvolver soluções de baterias Lítio-íon no Brasil, soluções de armazenamento em container que irão substituir os geradores diesel e soluções de carregamento veicular

Além disso, vamos oferecer nos gamento veicular. próximos meses módulos de maior potência e eficiência, incluindo Sabemos da importância desmodelos bifaciais. tes produtos no futuro do setor energético brasileiro e por isso Como estão os planos e atuação da nos antecipamos para domiempresa nos setores de Mobilidade nar a tecnologia e oferecer soElétrica e Storage? luções adaptadas ao contexto brasileiro. Durante os últimos anos fechamos algumas parcerias com instituições Na sua opinião, qual o principal pade pesquisa para desenvolver solu- pel do armazenamento de energia ções de baterias Lítio-íon no Brasil, nos próximos anos no mercado nasoluções de armazenamento em cional? container que irão substituir os geradores diesel e soluções de carre- Com o desenvolvimento de novas

tecnologias e o aumento na escala de produção de baterias, o custo desse tipo de sistema tenderá a cair, o que viabilizará a sua implantação em centrais de geração de energia e unidades consumidoras. O resultado disso, em conjunto com o gerenciamento da energia de forma eficiente, vai disponibilizar uma maior estabilidade e segurança da rede elétrica, reduzindo a sobrecarga dos sistemas de transmissão e distribuição atuais, e permitirá maior penetração de fontes de energia renováveis, substituindo as fontes convencionais.

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Entrevista

Entrevista exclusiva com ANDRÉ SOUZA, diretor da WDC NETWORKS

RBS Magazine - Nos fale sobre a estrutura da empresa e trajetória? ANDRÉ SOUZA - A WDC acredita que nos momentos de crise as empresas precisam trabalhar mais para sair da turbulência mais fortes do que entraram, e a prova disso é o anúncio sua entrada no mercado de geração distribuída de energia elétrica, produzindo geradores de energia solar. A energia solar tem apresentado uma forte expansão nos últimos anos em todo o mundo e também no Brasil: a possibilidade de autossuficiência, redução das contas de energia, contribuição com o meio-ambiente e investimento em um ativo que dura mais de 25 anos são os principais vetores deste crescimento. E, segundo estimativas da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o Brasil teve um salto na capacidade instalada de energia solar em 2020, o que levou o País à marca de 6,0 gigawatts em operação. O aumento das tarifas e redução dos custos de equipamentos também contribuíram para acelerar este movimento. São mais de R$ 15 milhões investidos em estrutura logística, laboratórios e contratações com o objetivo de atender as mais de 10.000 revendas, integradores e EPCs em todo Brasil. A operação, que tem à frente o executivo André Luiz de Paula Souza (especialmente contratado pela WDC para esta função por sua sólida experiência de mercado no 40

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A WDC NETWORKS É UMA EMPRESA DE TECNOLOGIA, FOCADA NO SETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E TELECOMUNICAÇÕES. FUNDADA EM 2003, COM CAPITAL 100% NACIONAL segmento), conta com marcas líderes e consolidadas, como Jinko, Longi, Solis e também parceiros com soluções diferenciadas, como as alemãs AE Solar e SMA. “Acreditamos que a tecnologia existe para melhoria da qualidade de vida das pessoas. A possibilidade de gerar a própria energia, reutilizar a água, automatizar a sua residência, elevar a segurança da família e agora, trabalhar remotamente, ter banda-larga de qualidade, e usar veículos de transporte elétricos e autônomos são algumas das transformações que já iniciaram e que continuarão pelos próximos anos. Nosso espírito empresarial é esse, mas temos que ir

além, e estamos investindo em uma nova unidade produtiva em Minas Gerais, com 4000 m2 de área, que que será inaugurada em maio. Trouxemos um executivo experiente e competente para liderar essa unidade de negócios, e temos certeza que essa diversificação com sinergia aos nossos atuais canais, será mais um item de resiliência no nosso negócio”, declara Vanderlei Rigatieri, CEO da WDC Networks. Os planos da empresa vão além de simplesmente mais uma nova linha de produtos; a WDC quer aproveitar a sinergia com os canais já desenvolvidos, e quer incentivar os provedores de internet a vender isso aos seus clientes, aos instaladores de automação residencial e aos grandes projetos de usinas e fazendas de geração. “O projeto da WDC com o Solar veio ao encontro das minhas expectativas, e queremos ir muito além da distribuição de sistemas solares. Nosso maior desafio não é montar uma distribuição de produtos e montagem de kits, pois isso a WDC já sabe fazer. Nossa missão é expandir a oferta para além da geração de energia limpa, juntando automação inteligente das residências e sistemas de segurança eletrônica e canalizar isso via provedores de internet para levar os demais produtos da WDC para os atuais 12.000 credenciados para instalar energia solar no Brasil. Seremos uma empresa que sempre levará tecnologias novas para cada parceiro, criando oportunidades de


Entrevista

O objetivo da Casa Conectada é popularizar o uso de soluções de automação, segurança e comunicação para residências e pequenas empresas em todo Brasil...

crescimento para esses profissionais, principalmente numa época que a economia mundial precisa se recuperar. Queremos ser o parceiro ideal para as pequenas empresas que vão ter que se reinventar após a crise”, declara André Luiz de Paula Souza, diretor da unidade de negócios solar. A WDC Networks é uma empresa de tecnologia, focada no setor de Tecnologia da Informação e Telecomunicações. Fundada em 2003, com capital 100% nacional, a empresa é pioneira na oferta de venda de tecnologia no modelo “as a service” e conta com mais de 50 fornecedores internacionais e nacionais, a maioria líderes em seus segmentos. Isso garante um portfólio amplo de soluções voltadas para Internet Banda Larga, Segurança Eletrônica, Telefonia via Internet, Redes WI-FI, Infraestrutura de Redes de Dados (Networking), Cibersegurança, Áudio e Vídeo Profissional e Energia Solar.

RBS Magazine - O que é a CASA CONECTADA? (empresa pertencente a WDC)

como preços especiais, garantia entendida e política agressiva de suporte e RMA.

O objetivo da Casa Conectada é popularizar o uso de soluções de automação, segurança e comunicação para residências e pequenas empresas em todo Brasil. É um projeto de franquia de IOT e automação residencial. Já temos uma casa conceito em São Paulo e devemos expandir o conceito para operadoras e provedores de internet em todo o Brasil.

2- Projeto de energia solar para provedores de internet. 3- Soluções híbridas e off-grid para pequenos e grande projetos. RBS Magazine - Como a WDC se posiciona em relação aos concorrentes em termos de portfólio, região de atendimento e perfil de cliente.

A WDC preza pela alta qualidade RBS Magazine - A empresa possui de seu portfólio e suporte técnico e algum projeto desenvolvido para comercial de primeira linha. Que2021? remos atrair os integradores com maior capacidade de engenharia Sim teremos em 2021: para uma parceria de longo prazo e que nos ajudem a levar o melhor 1- Programa de canais WDC da tecnologia e da geração de enerque dará acesso a uma gale- gia para a vida das pessoas e das ria de serviços diferenciados empresas.

RBS Magazine - Quais são as empresas parceiras da WDC no fornecimento de equipamentos e soluções para o setor FV atualmente? Nossos principais parceiros são Jinko e Longi para módulos monocristalinos de alta potência, Ae Solar e BYD para módulos mono e policristalinos, Solis, Fronius, Victron e SMA para inversores e completam nosso portfólio SSM, Romagnole, Staubli e Sil. RBS Magazine

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para o setor de energia solar Com pioneirismo e inovação, a Sices Solar marca presença em um mercado cada vez mais promissor e pujante

“ um grande Tenho

orgulho por ter contribuído com a expansão desta fonte na matriz energética nacional. Posso dizer que a Sices Brasil foi essencial para o desenvolvimento desse setor no país

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2020 foi um bom ano para o segmento de energia solar fotovoltaica. Houve um salto de 64% na capacidade de geração de energia solar (limpa e renovável), na comparação com o ano anterior, chegando a 7,6 gigawatts de potência operacional, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).

O novo mercado

A pandemia de Covid-19 tem impactado a economia de diversas formas, no entanto, não são todos os setores que estão enfrentando a questão da mesma maneira. O mercado de energia solar fotovoltaico nunca contratou tanto e passou uma representar uma alUm expressivo aumento também ternativa para quem desejar cofoi verificado no segmento da geração meçar em uma nova área e mais distribuída, que concentra os consu- promissora. midores residenciais e onde opera a Os especialistas apontam que o maioria dos negócios do setor. Nesse ramo, houve uma elevação de 100% mercado de energia solar cresce exna capacidade de geração de ener- ponencialmente desde 2012, graças gia solar, saindo de 2,1 GW em 2019 a Resolução Normativa 482 da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétripara 4,5 GW no ano passado. ca), o marco regulatório da geração A alta demanda combina com distribuída. Desde então, os investium segmento tão promissor, já que, mentos já chegaram a R$ 38 bilhões, hoje, a energia solar corresponde a com a geração de 224 mil novos pos1,6% da matriz energética brasilei- tos de trabalho – 86 mil vagas criadas ra, mas deve chegar a 38% em 2050, apenas no ano passado -, além de de acordo com a Absolar. Em países aumentar a arrecadação de tributos mais desenvolvidos, como a Alema- na ordem de R$ 11 bilhões. Ainda, de nha, esse percentual chegou a 12,4% acordo com a Absolar, o Brasil cheno ano passado, o que demonstra o gou a meio milhão de projetos instavasto potencial de crescimento do lados e dos R$ 13 bilhões injetados mercado a ser explorado no Brasil e no setor em 2020, 80% foram para a geração distribuída. no mundo.


ta fonte na matriz energética nacional. Posso dizer que a Sices Brasil foi essencial para o desenvolvimento desse setor no país”, afirma o executivo. Como uma de suas grandes motivações, Curioni destaca o potencial de crescimento do setor. “No Brasil, onde temos sol durante todo o ano, é inadmissível que ainda existam milhares de pessoas pagando caro pela conta de luz, ou pior, que ainda não tenham energia elétrica em suas residências.” Referência continental Líder no mercado de energia solar fotovoltaica na América Latina, a Sices Solar apostou na formação de parceiros integradores para comercializar suas soluções tecnológicas. Hoje, a companhia atua com uma rede de mais de 12 mil operadores. Com uma capacidade de geração de 1.3 gigawatts de potência, a empresa forneceu, assim, equipamentos capazes de gerar mais energia que a Usina Hidrelétrica de Itaipu, o suficiente para suprir a demanda energética de mais de 1 milhão de residências.

Diante desse cenário promissor, a Sices Solar lidera a geração distribuída no País. Com pioneirismo e inovação, a empresa se solidificou como parceira estratégica nos projetos solares fotovoltaicos das mais renomadas integradoras do País. Atuando desde 2013, a Sices já forneceu cerca de 1,5 GW em potência em projetos de pequeno, médio e grande porte – “Tendo como missão expandir a quantia que representa quase metade de toda a geração distribuída no geração de energia limpa e renovável na América Latina, a tecnologia SICES Brasil. já contribui para mitigar os efeitos Fundador da Sices Solar, Leonar- do aquecimento global. As soluções do Curioni é formado em engenharia instaladas pela empresa evitaram a elétrica pela Universidade Politécnica emissão de mais de 1 milhão de tode Milão. Desde 2006 começou a se neladas de CO² da atmosfera todos dedicar ao sonho de expandir a gera- os anos”, pontua o CEO da empresa, ção de energia solar fotovoltaica e, de Leonardo Pantaleão. lá para cá, já atuou nos mercados da A Sices possui operações e unidaEuropa, África e EUA. Há oito anos, se transferiu para o Brasil e criou a Sices des estratégicas em São Paulo, Minas Solar – empresa 100% brasileira, mas Gerais, Pernambuco e Rio Grande com DNA italiano – que, em menos do Sul, mas a presença internacional de uma década, se tornou a maior é outra marca da companhia, que provedora de soluções no mercado abriu uma unidade no México como de energia solar fotovoltaica da Amé- parte do processo de expansão para mercado potenciais. Na Itália e Hong rica Latina. Kong, a companhia tem escritórios “Tenho um grande orgulho por comerciais para o trâmite aduaneiro ter contribuído com a expansão des- de importação de tecnologia. A em-

A Sices possui operações e unidades estratégicas em São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco e Rio Grande do Sul, mas a presença internacional é outra marca da companhia, que abriu uma unidade no México como parte do processo de expansão para mercado potenciais...

presa trabalha com sistemas fotovoltaicos de classe mundial, os mais modernos e inovadores em nível global. Agro Em 2020, a marca Sices Agro foi lançada como parte da estratégia de expandir a participação da empresa no segmento de soluções tecnológicas direcionadas para o agronegócio. Com isso, a empresa implantou projetos de usinas de geração em propriedades rurais em fronteiras agrícolas com o Mato Grosso. Nesse ponto, destaca-se a parceria estabelecida com a empresa Águia, fundada em Sorriso (MT), com mais de 30 anos no mercado de irrigação e bem conceituada no meio rural. No ano passado, outra parceria de ponta foi implementada com a Pivot. A maior fabricante de sistemas de irrigação pivô do País, em conjunto com a Sices, desenvolveram um pacote completo de solução para o agricultor, que permite gerar energia com redução de custos para o agricultor e eliminar a emissão de CO² de geradores movidos a diesel comumente usados no campo. Essa parceria já está em andamento nos estados de Goiás, Bahia e Minas Gerais e, em geral, os projetos têm retorno do investimento previsto para 3 a 5 anos, prazo relativamente curto se comparado com a vida útil do sistema, que é de 25 anos. “Cada projeto será adaptado à demanda do cliente. Mas é possível a instalação de sistemas de geração solar que operem ao longo de todo o dia, aproveitando a incidência de luz solar. Com isso, a maior parte do período de irrigação será feito com energia renovável e com zero emissão de poluentes”, destaca André Santin, diretor comercial Agro da Sices. Potencial de economia – Com essa união entre as empresas, será possível transformar a energia solar na principal fonte de eletricidade das propriedades, visando atender todo o consumo energético necessário para o abastecimento de água de culturas agrícolas. A energia elétrica alimenta pivôs de irrigação que são peças fundamentais no aumento de produtividade de grãos. A falta da RBS Magazine

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energia resulta em insuficiência de nicos, projeto elétrico, performance lâmina d’água e pode acarretar em e viabilidade financeira. perda de plantio, com prejuízos fiPróximos passos - O desafio para nanceiros expressivos. o futuro é criar soluções personaliMas a parceria também possi- zadas para as necessidades da próxibilitará o desenvolvimento de solu- ma transição tecnológica. Leonardo ções em energia solar fotovoltaica Curioni pontua, ainda, que essa tranpara diversas áreas de atuação den- sição já está acontecendo, por exemtro do agronegócio, como: produção plo, com o crescimento de veículos de grãos e sementes; armazenagem elétricos; sistemas de armazenamenconvencional e com controle de tem- to inteligente para a energia; aumenperatura; avicultura (corte e postu- to da eficiência do agronegócio etc. ra); suinocultura (ciclo completo, UPL Outra tendência essencial, segundo e terminação); pecuária (gado de cor- ele, é a substituição de fontes enerte e leiteiro Free Stall, Compost Barns géticas mais poluentes e caras para e Cross Ventilation); produção e pro- um novo conceito de energia descencessamento de algodão (Algodoeira); tralizada e disponível em qualquer lucafeicultura; produção de frutas; fe- gar. “Vamos continuar criando solucularias e amidonarias; entre outras. ções para disseminar, cada vez mais, as energias renováveis em todos os A lista se expande ainda mais setores que precisam de energia limquando se pensa sob a ótica de siste- pa e barata.” mas menores e imprescindíveis para O CEO da empresa, Leonardo o andamento da vida no campo: celulares, baterias de carros, oficinas, Pantaleão, também projeta um cebombas d’água, todos pontos cha- nário promissor para a empresa, cuja ves e com sua extrema importância faturamento de 2019 superou a marna cadeia de negócios. “A adoção ca de R$ 1,5 bilhão. “Na contramão da tecnologia fotovoltaica dará pre- das projeções econômicas, que previsibilidade em relação aos gastos veem menor crescimento e alta no com eletricidade. O agricultor sabe desemprego em geral, o mercado de quanto vai gastar para gerar energia, energia solar chama a atenção pelo a partir do investimento fixo no siste- desenvolvimento sustentável e, ainma fotovoltaico e a longevidade dos da, pela geração de emprego e renda, com alta rentabilidade em todo o equipamentos”, salienta Santin. País, fortalecendo o setor como um todo”, reforça. Sices Advanced Em 2015, a empresa também inovou ao lançar a primeira plataforma global de vendas online de sistemas fotovoltaicos. A mudança elevou de forma contínua o volume de vendas. Isso permitiu aos integradores gerar projetos energéticos com custo reduzido, além de facilitar a geração de propostas comerciais completas para o cliente final. Uma nova versão foi lançada em 2020. A Plataforma 2.0 incorporou a tecnologia Projetos Advanced, tecnologia suíça inédita no Brasil que permite aos integradores dimensionar e fazer a simulação energética em um ambiente 3D. Além disso, a ferramenta traz outras funcionalidades como a criação de layout de instalação elétrica e a geração de relatórios detalhados com dados de clima, irradiação, produção de energia, desenhos téc44

RBS Magazine

”Vamos continuar

criando soluções para disseminar,

cada vez mais, as energias renováveis em todos os setores que precisam de energia limpa e barata


| Artigo

A IMPORTÂNCIA DA STRING BOX COMO UM ELEMENTO INDEPENDENTE NOS SISTEMAS DE GERAÇÃO DE ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA Por CLAMPER Todos sabem que a string box (caixa de junção) é parte integrante de todo sistema de geração solar fotovoltaica. Ela é essencial à segurança na operação e à vida útil desses sistemas no sentido em que desempenha função extremamente importante como o seccionamento do sistema em casos de necessidade de desligamento para alguma intervenção no inversor ou frente à sobrecargas anormais, e a proteção dos equipamentos, em

especial o inversor, contra raios e surtos elétricos, que atingem com frequência as instalações e causam desde uma degradação gradual dos equipamentos, reduzindo a vida útil dos mesmos, até queimas instantâneas frente a eventos de maior intensidade. Dada a relevância das funções cumpridas pela string box, recomendações contidas em normas técnicas de equipamentos e instalações, especificações

técnicas adequadas de desempenho e capacidade e aspectos práticos de segurança e economia na operação e manutenção de sistemas de geração solar fotovoltaica, é fundamental a aplicação da string box como um elemento independente no sistema, ou seja, separado fisicamente dos outros elementos. Segue a comparação comparação entre entre a Segue a string box a string boxindependente independentee eo inversor com dispositivos de o inversor com a string box interrupção-seccionamento e integrada: proteção contra surtos elétricos integrados ou acoplados:

String Box independente

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Artigo |

Surtos acima da capacidade do Dispositivo de Proteção contra Surtos (DPS)

String Box integrada/acoplada seccionamento e proteção contra elétricos aosurtos inversor

• As String Boxes independentes são fabricadas com DPS de maior capacidade de absorção de energia reduzindo a probabilidade de final de vida útil por surtos de maior energia.

• Surtos de alta energia são acompanhadas de correntes de elevada intensidade, causando a formação de plasma e como consequência a elevações abruptas de temperatura, podendo causar danos de grande extensão aos circuitos internos do inversor, estruturas mecânicas, conexões elétricas, placas de circuito impresso, cabos e todo e qualquer dispositivo ou estrutura nas imediações do DPS.

• Na eventualidade de ocorrência de surtos acima da capacidade do DPS, eliminam o risco de danos ao inversor, uma vez que o DPS está em um gabinete isolado.

• Inversor protegido contra indução Compatibilidade eletromagnética eletromagnética causada pelos surtos elétricos.

Peças de reposição

Dispositivos de interrupção-

String Box Box String independente independente

Quesitos Quesitos

Comentários Comentários

acoplados/integrados ao inversor

Um DPS quando instalado internamente a um inversor ou qualquer outro equipamento eletrônico, assumirá baixa impedância em qualquer situação de sobretensão, sendo esta sobretensão um surto de baixa, média ou alta intensidade. Assim ao se instalar um dispositivo de baixa capacidade, como única medida de proteção, assume• Devido ao grande potencial se o risco também de receber de danos, surtos desta natureza e drenar descargas de alta podem gerar custos elevados com intensidade, eventualmente manutenções, podendo levar até acima da capacidade do único a necessidade de substituição do DPS existente para essa função. inversor por completo. Isso poderá resultar em grandes • Grande probabilidade de danos aos circuitos internos geração de prejuízos indiretos dos inversores e interrupções devido à interrupção do mais longas no fornecimento de fornecimento de energia por energia maiores períodos devido à grande extensão dos danos causados.

• Inversor susceptível a falhas por indução eletromagnética causada pelos surtos elétricos.

• Em alguns casos, a concepção da solução não contempla a possibilidade de reposição de peças.

• Disponíveis em lojas de materiais elétricos ou diretamente com o • Em outros casos, as peças de reposição podem não estar fabricante. disponíveis no mercado nacional ou têm prazo de entrega longo e alto custo de aquisição.

A inexistência da proteção contra surtos externa e independente ao inversor faz com que toda a corrente de surto circule nos circuitos internos, estressando demasiadamente a proteção interna e criando campos eletromagnéticos que enlaçam diversos componentes eletrônicos sensíveis, podendo causar a queima instantânea ou a degradação e redução da vida útil do inversor ou da própria proteção contra surtos interna ou acoplada. Componentes eletrônicos soldados em placa de circuito impresso dificultam a substituição em caso de fim de vida útil. Há casos em que os componentes podem ser substituídos, mas normalmente são de alto custo e de difícil aquisição.

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| Artigo | Artigo Quesitos Quesitos Quesitos

String Box String Box independente String Box independente independente

Inspeção do status de Inspeção operação dos do status de dispositivos de operação dos proteção dispositivos de proteção

• Permite acesso visual ao indicador • Permite acesso de fim de vida útil de visual ao indicador cada plugue do DPS. fim de acesso vida útil de •de Permite cada plugue do DPS. visual ao led do • Permite acesso porta fusível que visual ao led do indica a necessidade porta fusível que de substituição do indica a necessidade fusível. de substituição do fusível.

Manutenção dos dispositivos de Manutenção dos proteção contra dispositivos surtos (DPS)de proteção contra surtos (DPS)

• Não requer a abertura do invólucro • Não requer a para substituição abertura do invólucro dos plugues, para substituição evitando o acesso do dos plugues, operador ao circuito evitando o acesso do energizado. •operador Permite aao circuito energizado. substituição dos • Permitesob a carga e plugues substituição dos de sem a utilização plugues sob ferramentas. carga e sem a utilização de ferramentas.

• Permite a substituição dos • Permite aa fusíveis sem Manutenção substituição dos abertura do invólucro dos dispositivos fusíveis sem a e sem utilização de Manutenção interruptoresabertura do invólucro dos dispositivos ferramentas. seccionadores utilização de •e sem Utilização de porta interruptores(chaves/ ferramentas. fusíveis que garantem seccionadores disjuntores) Utilização detotal porta a• desconexão do (chaves/ fusíveis que garantem circuito sem riscos ao disjuntores) a desconexão total do operador. circuito sem riscos ao operador.

String Box integrada/acoplada Dispositivos de interrupçãoao inversor seccionamento e proteção String Box integrada/acoplada contra surtos elétricos acoplados/integrados ao inversorao inversor

Comentários Comentários

De acordoComentários com a norma ABNT NBR 16690, item 6.5.2.2, Dearranjo acordofotovoltaico com a norma “O e ABNT NBR 16690, item 6.5.2.2, as caixas de junção que “O arranjo fotovoltaico contenham dispositivosecontra as caixas de junção sobrecorrente e/ou que dispositivos contenham dispositivos de manobra devem ser contra sobrecorrente e/ou adispositivos instalados de forma possibilitar manobramanutenção devem ser ou adeinspeção, • Não permite visualizar os instalados denecessidade forma a possibilitar reparos sem dispositivos de proteção. a inspeção, manutenção ou • Não permite visualizar os • Não permite a inspeção de fim de desmontagem de peças dispositivos de proteção. reparos sem necessidade de vida útil dos componentes sem estruturais, gabinetes, bancadas permite a inspeção de fim de similares”, desmontagem peçascom a• Não abertura do gabinete. ou e de de acordo de vida útil dos componentes sem aestruturais, norma IECgabinetes, 61643-32,bancadas item a abertura do gabinete. ou os similares”, e de de acordo com 10, dispositivos proteção a norma IEC 61643-32, item contra surtos devem ser 10, os dispositivos proteção instalados de formadeque possam contra surtos devem ser ser facilmente inspecionados. instalados forma que possam Na maioriade dos inversores esses ser facilmente inspecionados. requisitos não são atendidos em Na maioria dos inversores esses sua totalidade. requisitos não são atendidos em • Requer a abertura do gabinete sua totalidade. para substituição dos plugues • Requer a abertura e, nos casos em quedo os gabinete Normalmente, a proteção para substituição dos plugues componentes de proteção são contra surtos elétricos integrada e, nos casos em que Normalmente, proteção soldados na placa de os circuito ou acoplada aoainversor possui componentes deaproteção são contra surtos integrada impresso, requer retirada do capacidade deelétricos condução soldadosexigindo na placaade circuito ou correntes acoplada ao possui inversor, interrupção de de inversor surto mais impresso, requer a retirada do capacidade de condução no fornecimento de energia para baixas resultando em vida útil inversor,aexigindo a interrupção de correntes de surto mais garantir segurança do operador. mais curta, gerando gastos no fornecimento de energia para baixas resultando em vida útil • Requer verificações periódicas mais frequentes com paradas garantir a segurança do operador. mais curta, gerando gastos mais frequentes do status de no fornecimento de energia • Requer verificações periódicas frequentes Segundo com paradas operação do DPS devido à emais manutenções. a mais frequentes do status de no fornecimento de energia impossibilidade de visualização norma ABNT NBR 5410, item operação do DPS devido à e manutenções. Segundo a externa. 4.2.8, as verificações periódicas, impossibilidade de visualização norma ABNT NBR 5410, item • Custos frequentes com manutenções e reparos devem externa. 4.2.8, as verificações periódicas, substituição de plugues, módulos ser realizados de forma fácil e • Custos frequentes com manutenções e reparos devem ou do próprio inversor, devido à segura. substituição de plugues, módulos ser realizados de forma fácil e menor suportabilidade a correntes ou do próprio inversor, devido à segura. de surto. menor suportabilidade a correntes • Não permite a substituição de surto. Fusíveis integrados a um dos fusíveis sem a abertura do inversor, caso instalados antes • Não permite a substituição gabinete. Fusíveis integrados a um e do dispositivo seccionador fusíveis sem a abertura do •dos Exige verificações periódicas inversor, caso instalados antes sem porta fusíveis, permanecem gabinete. mais frequentes do status de do dispositivo seccionador no potencial do sub arranjoe • Exige verificações operação dos fusíveisperiódicas devido a sem porta fusíveis, fotovoltaico durantepermanecem sua mais frequentesde dovisualização status de impossibilidade no potencial expondo do sub arranjo substituição, o operação dos fusíveis devido a externa. fotovoltaico durante sua operador do sistema a riscos de visualização •impossibilidade Riscos associados à segurança substituição, expondo de choque elétrico. Na oString externa.o fusível não é quando operador do sistema riscos Box independente, osafusíveis • Riscos associados à segurança totalmente desconectado do de choque elétrico. Na String são extraídos com o auxílio quando permitindo o fusível não é circuito o acesso do Boxporta-fusíveis, independente, os fusíveis de isolando o totalmente do operador aodesconectado potencial do arranjo são extraídos com o auxílio operador do potencial elétrico. circuito permitindo o acesso do fotovoltaico. de porta-fusíveis, isolando o operador ao potencial do arranjo operador do potencial elétrico. fotovoltaico.

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Quesitos Quesitos

Inspeção do status de operação dos dispositivos de proteção

Dispositivos de interrupção-

String String Box Box independente independente

seccionamento e proteção String Box integrada/acoplada contra elétricos aosurtos inversor

Comentários Comentários

acoplados/integrados ao inversor

• Os dispositivos interruptoresseccionadores (Chaves/ Disjuntores) DC e AC, estão em quadros de distribuição distintos, reduzindo o risco de comutação indevida pelo operador.

• Os dispositivos interruptoresseccionadores (Chaves/ Disjuntores) DC e AC, podem estar no mesmo gabinete, aumentando o risco de comutação indevida pelo operador.

• PermiteAbertura do gabinete do inversor com o circuito totalmente desenergizado, impossibilitando o acesso do operador a dispositivos no potencial do arranjo fotovoltaico.

• Existem dispositivos no potencial do arranjo fotovoltaico, expondo o operador ao risco de choque elétrico.

Quando a instalação comportar mais de uma alimentação, a ABNT NBR 5410, item 4.2.5.7, recomenda que componentes vinculados especificamente a uma determinada alimentação não compartilhem, com elementos de outra alimentação, o mesmo quadro de distribuição.

É importante alertar os projetistas, integradores e distribuidores de sistemas fotovoltaicos que somente a proteção interna ou acoplada ao inversor não é suficiente para atender às recomendações contidas nas normas técnicas. Além disso, a utilização da string box como um elemento independente do inversor garante uma maior segurança das pessoas e uma vida útil mais longa da proteção contra surtos e do inversor evitando perdas de receita, interrupções mais frequentes no fornecimento de energia, gastos mais frequentes e maiores com manutenções ou substituições de equipamentos e alongamento do prazo de retorno do investimento. SISTEMA FOTOVOLTAICO Módulos Fotovoltaicos

Rede de Distribuição

Legenda da foto

CC

CLAMPER Solar SB Inversor Quadro de Distribuição (Disjuntores)

CA

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Medidor de Energia

> Distribuição básica dos elementos do sistema Fotovoltaico

Para mais informações: www.clamper.com.br atendimento@clamper.com.br (31)3689-9500

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INTEGRADOR, PORQUE INTEGRAR É IMPORTANTE? Jean Diniz - Co-founder e Diretor do grupo SolarView

V

ocê já se perguntou por que as empresas de energia solar são chamadas de integradoras? Mas afinal. O que elas integram, de fato, para receber este nome? Muito já li e ouvi o integrador ser chamado de instalador. Pois um dos principais e mais populares processos das empresas que trabalham com energia solar fotovoltaica é a instalação. Inclusive vários artigos e notícias de outros países de língua inglesa se referem ao termo “Installer”. Apesar de o termo instalador ser convencionalmente utilizado neste universo, uma empresa integradora realiza ou gerencia muito mais do que o processo de instalação.

1. Vender; 2. Projetar; 3. Comprar; 4. Instalar; 5. Gerir pós-vendas. É claro que existem muitos mais, afinal de contas as empresas que viabilizam a energia solar, assim como tantos outros CNPJs, precisam de processos jurídicos, financeiros, de Rh entre outros.

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3. Integra unidade geradora à unidade consumidora; 4. Integra tecnologia às edificações; 5. Integra pessoas;

sustentabilidade

às

6. Pode simular a sua hipótese aqui...

Acredito que todas as alternatiMas estes cinco merecem uma vas acima são verdadeiras. atenção especial porque nos ajudam a entender mais claramente o valor gerado por estas empresas e também, entender melhor por que utilizar o termo “Integrador”?

Desde 2013, quando iniciamos Vamos a um rápido exercício. nossas atividades na SolarView, identificamos os agentes de mercado Responda a seguinte pergunta: O classificando a empresa que instala que a empresa de energia solar o sistema fotovoltaico como inte- integra? gradora. E quando nos referimos aos Vamos às possíveis respostas: processos que ela realiza eu sempre costumo classificar em cinco grandes 1. Integra módulos e inversores (e grupos principais de processo. São os demais componentes do SFV); eles: 50

2. Integra o sistema fotovoltaico no telhado;


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Aliás, estas reflexões nos mostram que há vários elementos a serem integrados. E eles podem ser desde os mais concretos como os equipamentos que compõem o sistema fotovoltaico até os mais abstratos como sustentabilidade e outros valores (comumente utilizados nas campanhas de marketing). A primeira vez que eu ouvi falar no termo integrador, foi há cerca de 10 anos quando criei minha primeira empresa de projeto e instalação de sistemas de automação residencial. Na época, o termo genérico que representava este tipo de empresa era “integradora de automação residencial”. Acredito que a atividade de agregar a tecnologia nas edificações ou unidades consumidoras pode ter transferido o termo para o mercado fotovoltaico. Mas, há outro termo genérico que representa o integrador fotovoltaico? Há sim. Alguns distribuidores de sistemas fotovoltaicos utilizam o termo “revendedor” afinal de contas a lógica que estes distribuidores estão utilizando é: O distribuidor compra e importa do(s) fabricante(s), depois vende para as empresas que compram do distribuidor e revendem para os proprietários (ou consumidores finais). Por isso o termo revendedor.

1. Economia na conta de luz; 2. Sustentabilidade; 3. Satisfação pessoal;

Observando esta nobre missão, nós viabilizamos a central de moniDesta forma, pode-se entender toramento fotovoltaico em 2015 e que o integrador literalmente integra desde então temos trazido novidades que buscam integrar informação esses benefícios aos consumidores. para que o integrador possa integrar Através da integração da tecno- benefícios para os consumidores. logia com a edificação, eles integram economia, sustentabilidade e outros Como por exemplo, o medidor valores. inteligente de energia que monitora E, ainda, o integrador está conec- o consumo e/ou a energia exportada tando ou integrando o consumidor e importada da rede. Permitindo ao do presente com o futuro. Pois atra- integrador fazer verificações, auditovés deste primeiro passo que é a ins- rias e complementar o portfólio de talação da GD, o integrador viabiliza serviços de pós-vendas. uma série de melhorias nos comportamentos do consumidor: E, além disso, criamos em 2009 a SolarView Business, um software 1. Gestão de energia elétrica; focado em integrar as informações e os processos comerciais para que o 2. Eficiência energética; integrador pudesse reduzir os custos com trocas de informação desneces3. Mobilidade elétrica; sárias e, também, pudesse aumentar a sua receita com um processo mais 4. Entre outras; ágil. Esta integração tecnológica garante ao consumidor vários benefíEm 2020, apesar de todas as dicios dentre os quais podemos refor- ficuldades, tivemos o lançamento da çar e destacar: versão 2.0 do Smart Meter (medidor inteligente) e também da SolarView 1. Economia; PRO (central de monitoramento e gestão do pós-vendas). 2. Sustentabilidade; 4. Sentir-se tecnológico;

3. Valorização do imóvel;

4. Valorização da marca (no caso Bem, depois de explorar os termos utilizados para descrever o ins- das empresas); talador ou o integrador, ou ainda, 5. Percepção de independência o revendedor de energia solar, nós continuamos carentes de uma res- energética; posta objetiva sobre o por que se uti6. Percepção de bem estar, de saliza o termo “integrador”. tisfação pessoal Uma das primeiras pesquisas da Essencialmente ao entregar toANEEL com proprietários de GD, realizada em 2015, revelou que os prin- dos esses benefícios, o integrador cipais motivos de compra dos pro- acaba empoderando o consumidor para a nova era de energia. prietários eram:

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E é exatamente esta a primeira parte da missão da SolarView: Empoderar o consumidor para a nova era da energia.

E neste 2021, iremos mais longe no que diz respeito às integrações. E você não perde por esperar. Fique atento nos canais oficiais da SolarView e também na RBS Magazine. A melhor solução de processos integrados do integrador será entregue pela SolarView. Aguarde.


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REIVAX lança linha de soluções exclusivas para o mercado de energia solar fotovoltaica Em seu 34º aniversário, multinacional brasileira apresenta o PPCx voltado para o controle da geração de energia em usinas fotovoltaicas Power Plant Controller

A multinacional brasileira REIVAX Automação e Controle — referência em sistemas para o controle da geração de energia elétrica — lança oficialmente nesta quinta-feira sua primeira linha de soluções exclusiva para o segmento de energia solar fotovoltaica. A novidade será apresentada ao mercado durante um evento online como parte central das comemorações do 34º aniversário da companhia, celebrado neste 1º de abril. O investimento consolida a decisão estratégica da REIVAX em acompanhar o rápido crescimento global do setor de geração de energia a partir de fontes renováveis. Neste momento a empresa tem propostas de fornecimento que somam cerca de 5.000 megawatts (MW). De acordo com Fernando Amorim da Silveira, CEO da REIVAX, para capitanear as aplicações no segmento a empresa dispõe de uma solução completa e integrada para supervisão e controle que inclui o equipamento Power Plant Controller (PPC), na empresa denominado PPCx e o Software SCADA. “O controle da geração de energia em Usinas Fotovoltaicas (UFV) é um controle conjunto de energia dos diversos inversores, área na qual temos vasta experiência e diversos projetos executados. O PPCx é o equipamento certo para realizar este controle porque determina a potência ativa e reativa, tensão, rampa e fator de potência da geração de energia. “Este é um equipamento indispensável para qualquer UFV Centralizada, que são aquelas com

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hostis. Somado a tudo isto a empresa dispõe de engenharia própria no Brasil, baseada em sua sede em Florianópolis (SC), permitindo garantir melhor qualidade de serviços durante e após o comissionamento. Isso propicia mais segurança para os empreendimentos que podem contar com suporte rápido e com qualidade em território nacional. Energia do futuro capacidade de geração acima de 5MW e que se conectam ao Sistema Integrado Nacional (SIN)”, destaca Amorim. O setor energético brasileiro tende a ser um dos grandes beneficiados com a investida da multinacional, que atualmente está presente em mais de 40 países ao redor do mundo. No Brasil, as usinas fotovoltaicas com capacidade de geração superior a 5 MW precisam desse tipo de controlador para controlar a energia entregue no ponto de conexão com o Sistema Interligado Nacional (SIN). sistema que congrega as principais usinas de geração de energia e todas as linhas de transmissão que interligam e distribuem a energia nos diversos pontos do País. O PPCx, ao contrário de soluções existentes no mercado que implementam o PPC dentro do software SCADA rodando em servidor Windows, é implementado em hardware de padrão industrial utilizando como unidade de processamento um PLC industrial. Este tipo de equipamento apresenta 6x mais confiabilidade de operação (MTBF) do que servidores para Windows. Portanto o PPCx é um equipamento muito robusto e preparado para operação contínua sem falhas e em ambientes

O projeto se antecipa em termos de futuro. Segundo estimativas da IEA (International Energy Agency), a energia solar fotovoltaica deve ultrapassar as demais fontes de energia atuais (incluindo gás, carvão, energia eólica e hídrica), e se tornar a principal matriz energética no mundo até 2040. Hoje o custo médio de uma usina fotovoltaica é da ordem de R$ 4 milhões para cada 1 MW instalado. Com isso, um empreendimento capaz de produzir 1 GW de energia, por exemplo, pode exigir investimentos da ordem de R$ 4 bilhões. “O PPC é o equipamento que controla como a energia gerada por uma planta fotovoltaica é entregue ao SIN. Portanto, é fundamental para que a usina funcione dentro das condições estabelecidas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), além de ser importante para o cumprimento de contratos PPAs, quando o empreendimento fornece sua energia para o mercado livre de energia. Com o lançamento desse produto da REIVAX, temos certeza que estamos contribuindo de forma relevante para o desenvolvimento deste segmento no Brasil ser ainda mais sólido e eficaz”, aponta Silveira.


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