RBS Magazine ED. 24

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APOIO OFICIAL

ISSN 2526-7167

Vol. 04 - Nยบ 24 - SET/OUT 2018


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NOTA DO EDITOR / ÍNDICE

E

ssa edição coincide com o maior evento de geração distribuída do Brasil, o Congresso Brasileiro de Geração Distribuída (CBGD, 2018). Ousamos ariscar que é o maior encontro deste setor na América Latina. Momento oportuno para discutir novos modelos de negócios, avanços no marco regulatório e conhecer novas tecnologias que irão garantir a expansão do setor de energia sustentável e distribuída. Desejamos um excelente evento para todos e que bons negócios sustentáveis sejam gerados. Este evento anual contribui com as dezenas de milhares de novas instalações de micro e mini geradores que estão em curso, num momento em que outros setores amargam os efeitos da crise política que contaminou a economia. O setor de energia solar, em particular, cresce a olhos vistos, ganha destaque em horários nobre na TV e aparece no radar das concessionárias de energia. Então, é correto crer que só há o que comemorar. Com certeza, mas nem tudo são flores. Vem aí as revisões do marco regulatório (RN 482 / RN 687) e, a “quase certeza”, de que as mudanças em pauta

irão impactaram os futuros negócios. Contudo não irão parar essa locomotiva. Não é um “cavalo de pau”, mas um freio de mão de ajuste, digamos assim. As principais mudanças irão ocorrer de forma a remunerar a infraestrutura dos “donos” da rede de distribuição, em particular com a cobrança da “tarifa do fio”, gerando a também “quase certa” redução da paridade tarifária entre a energia da geração distribuída injetada versus a energia comprada. São muitos argumentos destes grandes grupos econômicos, e, no momento, parece a briga entre Davi e Golias. Sabemos quem vence esta passagem bíblica. Então, vamos em frente com tudo. Acho que as concessionárias precisam passar por uma reestruturação profunda, que certamente irá definir como o novo jogo da geração distribuída será jogado. Nos resta acreditar que a os juízes deste jogo, a Agência Reguladora, está atenta o suficiente para escutar os milhões de “Davis” espalhados por aí. Nós, os Davis, queremos gera nossa própria energia de forma sustentável e, muito importante, mais barata que a que tem sido oferecida.

A concessionária do futuro tem que buscar eficiência operacional e investir em sistemas inteligentes, melhor gestão de ativos e abraçar a era da “Big data”. Isso inclui o uso de tecnologias móveis e nas nuvens e, muito importante, rever o modelo tradicional de distribuição de energia, pois os consumidores estão ávidos por gerar energia distribuída a partir de recursos renováveis (solar, eólica, biogás, etc.). O que queremos é que “Golias”, e peço perdão pelas analogias, faça sua autoanálise e aponte para um futuro em que todos juntos irão compor a nova rede inteligente, produzir e consumir energia gerada de forma distribuída utilizando tecnologia para agregar valor aos serviços energéticos. Não queremos pagar mais essa conta cada vez mais cara. Será que isso é pedir de mais? Aurélio Souza USINAZUL, Diretor-Presidente LASF/IEE/USP, Pesquisador

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Considerações sobre o cenário da GD no Brasil

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Transição Energética no Brasil

EDIÇÃO

FRG Mídia Brasil Ltda.

CHEFE DE EDIÇÃO

Aurélio Souza IEE USP

JORNALISTA RESPONSÁVEL

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DIREÇÃO COMERCIAL Tiago Fraga

COMERCIAL

A Revista RBS é uma publicação da

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Programação CBGD 2018

EDIÇÃO DE ARTE E PRODUÇÃO Vórus Design e Web www.vorusdesign.com.br

APOIO

ABGD / TECPAR / WBA - Associação Mundial de Bioenergia Solar / Instituto BESC / ABEAMA / CBCN / Portal Brasileiro de Energia Solar / NEEAL- Núcleo de Estudo em Energia Alternativa / ABEAMA

DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA

Empresas do setor de energia solar fotovoltaica, geração distribuída e energias renováveis, sustentabilidade, câmaras e federações de comércio e indústria, universidades, assinantes, centros de pesquisas, além de ser distribuído em grande quantidade nas principais feiras e eventos do setor de energia solar, energias renováveis, construção sustentável e meio ambiente.

TIRAGEM: 5.000 exemplares VERSÕES: Impressa / eletrônica

PUBLICAÇÃO: Bimestral CONTATO: +55 (41) 3225.6693 +55 (41) 3222.6661

E-MAIL: comercial@revistabrasilsolar.com COLUNISTAS/COLABORADORES

Carlos Evangelista, Gustavo Malagoli Buiatti, Juliana de M. M. de Freitas, Harry S. Neto, Thayane L. Bilésimo, Giuliano A. Rampinelli, Roderval Marcelino, Marcio Takata, Rodrigo Sauaia, Ronaldo Koloszuk, Edmur de Almeida, Gerson Max, Fernando Alcoforado, Luciana Natividade

Os artigos e matérias assinados por colunistas e ou colaboradores, não correspondem a opinião do RBS Magazine - Revista Brasil Solar, sendo de inteira responsabilidade do autor.

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Artigo

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Geração Distribuída – para onde caminhamos! Carlos Evangelista

Brasil desponta como um dos países mais atrativos do mundo para investimentos no segmento de energias renováveis, em especial, com fonte solar fotovoltaica. Houve um grande crescimento no número de sistemas FV instalados em residências, comércios ou nas indústrias, por todo o país, tudo dentro do âmbito da REN 482/ANEEL. Grandes empresas investindo em projetos fotovoltaicos, indústrias focando o tema em suas reuniões estratégicas, inúmeros projetos solicitados aos EPC´s e fornecedores de equipamentos, prestadores de serviços qualificando suas equipes (Certificação do montador FV – SENAI), consultores assessorando grandes grupos corporativos, vereadores, deputados e senadores propondo leis no setor, seminários, congressos e workshops em todos os Estados, etc. Quem visualiza o quadro atual do mercado de energia brasileiro e compara com o apresentado há 5 anos pode equivocadamente imaginar que foi recentemente que surgiu a tecnologia solar fotovoltaica no Brasil. Não é verdade! Gerar a própria energia de forma limpa, silenciosa e renovável, na própria residência, comércio ou indústria é tecnologia dominada muito antes da “era google”, e antes mesmo do surgimento do primeiro PC no Brasil (computador pessoal). Estou relembrando aqui o ano de 1979, quando tivemos nossa primeira fábrica 100% nacional de células e módulos fotovoltaicos. Isso mesmo, falo do anos de 1979!!!!

“Um povo que não conhece a sua história está condenado a repeti-la” - Edmund Burke tema – a célula fotovoltaica), foram nais, quando se fala em investimenos fatores políticos, econômicos e tos em energias renováveis: sociais que acabaram por impulsionar outras fontes de energia, e conForam os seguintes eventos: sequentemente, os investimentos foram direcionados para outras opI. A chamada número 13/2011 ções que eram mais atrativas e tida ANEEL. nham maior robustez para sustentar nossa demanda energética. Mas isso II. A regulamentação da GD (Gemudou, sem dúvida alguma agora a ração Distribuída com fontes renoenergia solar fotovoltaica é a “bola váveis) pela REN 482/2012-ANEda vez”, no entanto, não podemos EL. (depois revisada pela REN desconsiderar nenhuma das fontes 687/ANEEL em 2015). de energia. Todas são importantes, respeitadas suas especificidades e III. Os leilões de energia exclusiparticularidades. vos para fontes renováveis.

Usina de Tauá/CE: 1ª usina FV do Brasil

Imagem cedida pela ALSOL Energias Renováveis

Devido a conjuntura econômica mundial e aos acontecimentos que tiO Brasil não participou da pri- vemos no Brasil nesses últimos anos, meira fase da expansão mundial da foram especificamente três eventos Energia Solar Fotovoltaica. Apesar no Brasil que influenciaram fortede nosso imenso território, da exce- mente esse mercado e colocaram a lente insolação e da abundância de energia solar fotovoltaica na pauta reservas de silício de alta qualidade das discussões e no holofote dos in(matéria prima para o coração do sis- vestidores brasileiros e internacio4

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Em 2011 a ANEEL lançou a chamada 13/2011 para um projeto estratégico de P&D denominado “Arranjos Técnicos e Comerciais para Inserção da Geração Solar Fotovoltaica na Matriz Energética Brasileira”. No escopo desta chamada foram selecionados 18 projetos de sistemas fotovoltaicos conectados à rede elétrica com potência fixa instalada de 0,5 MWp a 3 MWp, resultando em uma potência total instalada de cerca de 24 MWp. O valor aproximado do investimento previsto era da ordem de R$400 milhões. A maioria dos projetos seriam executados pelas concessionárias de energia elétrica, públicas e privadas, localizadas em diferentes regiões do Brasil, com previsão para entrar em operação até final de 2016. Infelizmente, apenas cinco projetos seguiram adiante com sucesso, mas sem dúvidas, essa iniciativa muito contribuiu para desenvolvimento do setor. O segundo evento, igualmente importante, foi a regulamentação para sistemas fotovoltaicos (e outras fontes renováveis) conectados à rede de distribuição, associados a unidades consumidoras. Isso foi definido em 2012 pela publicação da Resolução Normativa 482 da ANEEL que


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The green thinking


Artigo

tratava de microgeração distribuída (na época, potência igual ou inferior a 100 kWp) e minigeração distribuída (na época, potência superior a 100 kWp até o limite de 1 MWp). Essa regulamentação prevê o sistema de compensação de energia elétrica, quando é efetivado um balanço entre a energia consumida pela unidade consumidora e a energia gerada pela mesma (conceito “net metering”). Com a REN 687/2015-ANEEL os limites de mini e micro geração mudaram, e os prazos foram reduzidos, além de diversas outras importantes mudanças e novos modelos de negócios introduzidos. E finalmente, o terceiro evento, foram os leilões de energia. Estes sempre se mostraram como uma excelente ferramenta para criar um dos fatores primordiais para desenvolvimento de qualquer tecnologia ou mercado: O estímulo da demanda! Em novembro de 2013 houve o 1º leilão de energia (A-3) onde os empreendimentos com fonte de geração fotovoltaica com potência igual ou maior de 5 MWp foram habilitados pela EPE. O leilão permitia compra de energia de empreendimentos de geração eólica, solar, e termoelétrica (biomassa ou gás natural). A seguir houve o leilão de energia de Pernambuco, exclusivo para fonte de energia solar fotovoltaica. Dos 34 projetos licitantes, seis foram contratados, oriundos de empresas do Brasil, Itália, Alemanha, China e Espanha. Foi o primeiro leilão de energia solar feito por um Estado brasileiro e que resultou em projetos que contemplam investimentos da ordem de R$597 milhões. Depois disso houve a consolidação no dia 31 de outubro de 2014, o esperado leilão de energia de reserva com fonte Solar Fotovoltaica (promovido pelo Governo Federal). Desde então o governo federal realizou leilões quase todos os anos, o que demonstrava claramente o quão promissor e competitivo seria esse segmento na década de 2010 a 2020. Infelizmente, houveram algumas intercorrências nesse período e nem todos os leilões previstos foram realizados, no entanto, os leilões contribuiram para o desenvolvimento do setor no Brasil. 6

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O Brasil é apontado como o 9º país mais atraente do mundo para investimentos em geração de energias renováveis, segundo o ranking Renewable Energy Country Attractiveness Index da consultoria EY que analisa o mercado de fontes limpas em 40 países. Também a EPIA (European Photovoltaic Industry Association) coloca o Brasil entre os países com maior potencial de crescimento em Energia Solar Fotovoltaica, 6º colocado dentro do chamado SunBelt (países localizados entre o trópico de Capricórnio e trópico de Câncer). Poderíamos ilustrar com diferentes gráficos, pesquisas e as mais diversas analises, mas seria desnecessário. Há quase unanimidade nas conclusões que mostram que esse é um dos mercados mais promissores no segmento de energias renováveis. Especificamente a Energia Solar Fotovoltaica tem todas as condições para continuar crescendo com taxas vertiginosas nos próximos anos, a grande diferença é que antes isso acontecia mundialmente e agora ocorre também no Brasil.

seria Geração Centralizada. Não há dúvidas de que, sob o ponto de vista operacional, são modelos opostos (Geração Centralizada e Geração Distribuída), no entanto, ambos devem coexistir. Não se cogita que devemos escolher entre uma dessas opções. Elas podem e devem conviver juntas, concomitantemente, harmonicamente, como já acontece no mundo inteiro em países com matriz elétrica já consolidada e deve ser assim também no Brasil. O modelo de Geração Distribuída pode ser considerado como um dos maiores avanços do setor elétrico, desde Nikola Tesla e Thomas Edson.

A ideia central da Geração Distribuída nasceu da busca pela segurança, equilíbrio e principalmente, eficiência energética. Desnecessário estender este artigo comentando as vantagens que temos ao produzir energia elétrica junto ou próximo do consumo (carga), evitando as tão conhecidas perdas na transmissão e distribuição (estima-se de 17% a 20%, segundo a ABRADEE). Então, podemos concluir que se esse mode“GD PARA TODOS” – Nesse contex- lo combater e mitigar as perdas, de to a Geração Distribuída veio para modo contundente e incontestável, ficar. a Geração Distribuída é um benefício para todos os consumidores, ricos, Podemos considerar, de forma pobres, indústria, comércio, serviços, didática, que o oposto da GD - Gera- enfim, para todos os usuários finais, ção Distribuída (quando a “geração” consequentemente, para o país. A elétrica é realizada junta ou próxima cada ano, o Brasil recebe por volta ao consumidor/carga, independen- de 900.000 novas ligações de energia temente da potência ou da fonte), elétrica, uma demanda que somente


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Artigo

BIENTAL, este primeiro dispensa comentários, a REN 687/2015 da ANEEL já em sua redação deixa claro que as regras são para fontes de energias renováveis, portanto, perfeitamente alinhado com a tendência mundial, inclusive com o que foi discutido no COB21 em Paris, assim como, com todos os compromissos assumidos pelo governo brasileiro. O PILAR SOCIAL também está perfeitamente alinhado, as vantagens da Geração Distribuída já citadas neste texto trazem benefícios não apenas aos investidores iniciais de GD, mas a todos os usuários do REN 687/ANEEL: GD - Geração Distribuída sistema elétrico. Principalmente com com fontes renováveis de energia a Geração Remota e Cooperativas, não é maior devido a crise econômica de se remunerar as Distribuidoras que permitem que os menos favoreque passamos nos últimos anos. nos casos de geração remota. Isso cidos, que não possuem recursos e/ porque havia a intenção (e infeliz- ou área disponível em sua residência A ANEEL aprovou alterações na mente ainda há tal intenção) de co- ou empresa, possam utilizar área reREN 482/2012, com a REN 687/2015 brar discricionariamente um encargo lativamente distante e se beneficiar que regulamenta o processo de com- ou “tarifa fio” sobre um dos modelos das vantagens da Geração Distribupensação de energia, para os mini e de negócios da GD (a geração remo- ída. Isso permite a todos, inclusive micro geradores distribuídos. Den- ta), diminuindo fortemente sua atra- as camadas da população de baixo tre as alterações aprovadas, está a tividade financeira, e dessa maneira, poder aquisitivo, se beneficiarem da ampliação das fontes que podem enfraquecendo um dos três pilares divisão de um empreendimento em ser utilizadas; a ampliação do limite da sustentabilidade. várias cotas, levando assim a todas de potência de 1 MW para 5 MW; o as classes sociais a Geração Distribuíaumento do prazo de validade dos Na verdade, faria mais sentido o da. Como se fosse um programa “Luz créditos de 3 para 5 anos; a possibi- oposto, deveriam remunerar os con- para Todos”, mas sob o codinome de lidade de instalação de geração em sumidores (investidores) uma vez que “GD para Todos”. condomínios; a possibilidade de di- estes aportam valores consideráveis versos consumidores se unirem para em prol da rede elétrica, correm risHá também o alto número de implantar uma geração compartilha- cos investindo em inovação, utilizam empregos gerados. Em um país onde da (consórcios e cooperativas); a ins- parte de sua propriedade (telhados, se fala em 13 milhões de desempretituição de formulários padronizados terrenos, coberturas, etc), ou seja, gados no final de 2018, estimular um para a solicitação de acesso e a redu- promovem ações em GD que bene- dos setores que mais tem criado emção dos prazos envolvidos o proces- ficiarão a todos os consumidores do pregos no mundo, setor de energias so. Com isso a ANEEL não buscava be- sistema de distribuição de energia renováveis (ver gráfico IRENA), vem neficiar fonte A ou B, e muito menos elétrica (mercado cativo). ao encontro de uma ação social alestabelecer algum tipo de proteção tamente positiva e extremamente aos Geradores, Distribuidoras e/ou A sustentabilidade do modelo de oportuna em um momento tão crítiConsumidores. Buscava apenas colo- Geração Distribuída está totalmen- co que vive a sociedade brasileira. car o Brasil no mesmo patamar que te alinhada com os três conhecidos países do primeiro mundo, benefi- pilares: AMBIENTAL, ECONÔMICO O PILAR ECONÔMICO, apesar ciando mais de 80 (oitenta) milhões E SOCIAL. Referente ao PILAR AM- de distorcido por anos, também está de consumidores, de todas as alinhado. No Brasil adotamos o classes, em todas as catego“net-metering”, portanto, não rias, de todos os setores, tudo há de se falar dos altos incentidentro do conceito de sustenvos que foram dados na Europa tabilidade. com outro modelo, conhecido como “feed-in”, em que os conNo dia da reunião pública sumidores são remunerados da diretoria da ANEEL sobre pela energia entregue. A disesse tema, a ABDG, assim torção que existe no Brasil não como outras associações e é devido a GD, mas sim ao cruel representantes da sociedade, sistema tarifário brasileiro, que fez uma sustentação oral sotrabalha com incentivos cruzabre as incoerências jurídicas dos e distorcidos, onde muitos 8

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recebem pouco e todos pagam muito. A modicidade tarifária na verdade acabou tornando-se perversidade tarifária, onde “paga-se o dobro para se ter a metade”. A Geração Distribuída têm o poder de reverter parcialmente esse quadro, portanto, a grande verdade é que a Geração Distribuída não é a causa dessa distorção e sim, a solução. A ideia de que os consumidores remanescentes (porque não quiseram ou não puderam aderir a GD) arcariam com os custos de uso da rede, não se sustenta. É uma falácia!! Esse custo adicional, quando devidamente calculado ou estimado, é marginal. Primeiro, porque nenhum dos consumidores que aderem a GD deixam de pagar pelo uso da rede (pagam ou na forma de custo de disponibilidade ou na forma de demanda mínima – duas vezes), segundo, porque o percentual de usuários que terão aderido a GD (840.000 em 2024 segundo EPE), comparado aos 83 milhões de consumidores residenciais e comerciais (sem falar dos consumidores industriais), nem de longe impacta a quantidade de energia entregue pelo sistema aos consumidores finais. Os mais otimistas calculam que poderia chegar a no máximo a 1,5 % em 2024 (hoje estamos em 0,02%). Geração Distribuída tem uma vantagem a mais no conceito de sustentabilidade, adicionalmente temos um quarto pilar da sustentabilidade, este nunca é citado, não está na literatura tradicional, mas é igualmente importante. É o PILAR TECNOLÓGICO. A Geração Distribuída anda de mãos dadas com “SmartGrid”, e um país que deseja continuar à frente das economias mundiais (atualmente é a 8ª. maior economia mundial), deve se manter na vanguarda tecnológica em todos os setores, inclusive e especialmente no setor elétrico. A Geração Distribuída reforça ainda mais esse quarto pilar, com sua tecnologia de ponta, indústria de semicondutores, softwares de controle, monitoramento remoto, convertendo energia proveniente de diversas fontes renováveis (solar, biomassa, eólica, biogás, etc), com alta eficiência, em energia elétrica prontamente disponível, bem controlada, devidamente medida e de altíssima qualidade. 10

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É descabida a resistência que por vezes colocam sobre GD, principalmente sobre a excelente iniciativa da ANEEL, que iniciou com a REN482 e foi aperfeiçoada com a REN687. A Resolução normativa não saiu do nada, não foi um projeto unilateral do órgão regulador; foi resultado de inúmeros estudos e sugestões oriundas de consultas públicas onde opinaram todos os agentes do mercado, além da participação do meio acadêmico. Também está juridicamente bem fundamentada, segue a Lei, segue as resoluções e regulamentações do setor, está alinhada com a tendência mundial e principalmente, traz benefícios para toda a população.

trial), que no final, é quem sempre pagará a conta (ou melhor, a fatura de energia).

Para terminar, não posso deixar de citar aqui, o movimento absurdo de 3 empresas solicitando a elevação do II - Imposto de Importação dos módulos fotovoltaicos da atual alíquota de 12% para 33%. Uma iniciativa equivocada coberta sob o “falso argumento” de proteção da indústria nacional. Ora, dentre vários exemplos, temos o caso da Heliodinâmica (indústria nacional que fabricava células e módulos FV), iniciou suas atividades em 1979 (junto com a reserva de mercado) e fechou as portas em 1982 (com o fim da reserva de Dentro de todo esse contexto, mercado). Um exemplo clássico de em 2015 um grupo seleto de 15 em- proteção desproporcional à indúspresas (empresários arrojados) se tria nacional e que prova que o Brareuniu e fundou a ABGD - Associação sil deve ser competitivo globalmente Brasileira de Geração Distribuída, e incentivar o setor que realmente entidade sem fins lucrativos, forma- gera empregos em FV (engenharia da por empresas que tem em como e serviços - conhecimento), e não atividade principal ou atividade es- ser protecionista “blindando” alguns tratégica, a Geração Distribuída com poucos investidores da concorrência Fontes Renováveis de Energia. Atual- externa. Como dizia Edmundo Burke, mente conta com 490 empresas as- “Um povo que não conhece a sua hissociadas, todas trabalhando em prol tória está condenado a repeti-la”. do desenvolvimento desse mercado e consequentemente diversificação da matriz elétrica brasileira. O momento é adequado e oportuno, está na hora do Brasil realmente se inse* Carlos Evangelista, formado rir no século 21, em todas suas persem Engenharia Elétrica e pectivas. O benefício de muitos (220 Direito, MBA em Marketing milhões de habitantes, 83 milhões de e especialização em Política consumidores BT, ~5.000 empresas e Estratégia. Diretor da VIS de serviços no setor de GD) deve suTechnology, oficial da reserva perar de longe o interesse de poucos do Exército Brasileiro, consultor (leia-se: algumas poucas distribuidoe atual presidente da ABGD ras de energia e/ou pequenos e inex– Associação Brasileira de pressivos fabricantes nacionais). O Geração Distribuída. foco deve sempre ser o consumidor final (residencial, comercial ou indus-



TRANSIÇÃO ENERGÉTICA NO BRASIL: Geração Distribuída em harmonia com as Redes de Distribuição

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os últimos dias assistimos a um debate intenso entre investidores da geração distribuída por meio de painéis fotovoltaicos, sejam eles pessoas físicas ou empresas interessadas em gerar sua própria energia, para se blindarem dos elevados e sucessivos reajustes tarifários, e representantes das distribuidoras de energia elétrica. A geração distribuída, popularmente chamada de GD, é uma parte importante da transição energética que vem acontecendo em todo o mundo, juntamente com a digitalização e a descarbonização, uma evolução natural. Através da geração distribuída consumidores passam também a gerar sua própria energia. No Brasil ganha relevância em função do seu extraordinário potencial de geração fotovoltaica em todo o território. A radiação solar no país nos piores locais é superior aos melhores níveis existentes na Alemanha, 4º país do mundo em potência instalada. Contribuem para a expansão da geração distribuída o elevado patamar que as tarifas de energia atingiram nos últimos anos, e a queda nos custos dessas instalações no Brasil. A geração solar é limpa e renovável, e é a fonte de geração que mais cresce no mundo (média anual de 488% entre 2010 e 2015).

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Ao mesmo tempo em que cria oportunidades de redução da conta de energia para os consumidores, a geração distribuída, a medida em que aumenta a sua participação, impõe novos desafios para as distribuidoras, para o operador do sistema e para o regulador. O modo como esses agentes promoverão essa transição será determi-

nante para que os impactos dessa expansão sejam positivos ou não. Isso porque enquanto por um lado a expansão da geração distribuída pode trazer benefícios, tais como redução da perda de potência real e de potência reativa, redução da oscilação do sistema de potência, aumento da estabilida-

de do sistema, da confiabilidade, da capacidade de carregamento do sistema de potência, da capacidade de transferência de energia disponível, e aumento da faixa de operação, por outro lado pode também aumentar a complexidade operativa do sistema, e os próprios custos de distribuição em alguns casos. Uma das maneiras usuais de incentivo à GD no mundo tem sido através do chamado “net metering”, que nada mais é que um mecanismo de compensação onde o consumidor gera energia e injeta o excedente, caso haja, na rede para uso posterior. Austrália, Bélgica, Canada, Chile, Dinamarca, Itália, Holanda, Coreia, Singapura, Uruguai, e alguns estados dos EUA, adotaram políticas de “net metering”. Outra forma de incentivo é através de tarifas-prêmio. Em alguns países a energia gerada pela geração distribuída pode ser vendida diretamente. Por aqui a venda de energia é proibida para os consumidores. Com isso, o país optou por um regime de “net metering”, implantado através da REN 482/2012 e de sua evolução, a REN 687/2015. De acordo com a regra vigente, a tarifa de energia, composta pelas parcelas de energia, transmissão, distribuição e encargos setoriais, pode ser integralmente compensada pelos consumidores.



Figura 1 – Usina Fotovoltaica (300 kWp) com armazenamento (1,2 MVA) que irá realizar função de geração de energia e de serviços ancilares à distribuidora.

Desde 2012, segundo a ANEEL, foram instalados 368.000 kW através de 30.842 conexões, que geram créditos para 43.578 consumidores. Recentemente a ANEEL abriu a consulta pública para revisão da REN482/2012, tendo recebido mais de uma centena de contribuições dos diversos agentes. Como no resto do mundo, tal crescimento desperta questionamentos acerca do modelo de “net metering”, principalmente por parte das distribuidoras que o enxergam como ameaça. Preconizam a existência de um subsídio cruzado, uma vez que os consumidores com GD deixam de pagar os encargos setoriais, e uma parcela dos custos fixos das distribuidoras, que terão que ser rateados por uma base menor de clientes, que por sua vez pagarão mais. Assim, o custo evitado pelos consumidores com GD recairia sobre os consumidores sem GD, o que tem sido denominada uma “espiral da morte” pelas distribuidoras, uma vez que mais clientes com GD, menor a sua rentabilidade. O fato é que existem os dois lados com interesses conflitantes. Do lado das distribuidoras, há a preservação do seu mercado consumidor, ameaçado pela possibilidade de que a atratividade da GD faça crescer o número de clientes interessados em gerar a sua própria energia. Do lado da indústria 14

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Figura 2 – Simultaneidade e utilização da rede de distribuição em uma residência com 3,5 kWp de potência fotovoltaica.

fotovoltaica há interesses em aumentar o seu mercado consumidor. O papel de elaborar políticas energéticas que cabe ao MME, com apoio da EPE e da ANEEL, é justamente buscar um equilíbrio, visando um benefício maior para a sociedade como um todo, num conceito conhecido na economia como “ótimo de Pareto”, onde não é possível melhorar a situação de um agente sem piorar as dos demais. Um olhar para o futuro mostra que além do aumento das instalações de geração, com o aumento da eficiência das baterias e com a queda nos preços, cada vez mais consumidores com GD também irão instalar baterias. E os consumidores passarão a usar carros elétricos, que serão carregados em suas residências. E com mais consumidores gerando e armazenando sua própria energia a previsão da carga, responsabilidade das distribuidoras, torna-se cada vez mais complexa, uma vez que essa não conhece o detalhe do consumo e da geração. Com isso a qualidade do suprimento aos consumidores pode ser degradada, gerando picos de tensão que podem reduzir a vida útil dos aparelhos eletrônicos ou até a queima dos mesmos. A GD pode trazer muitos benefícios, mas é imprescindível que a sua expansão seja seriamente planejada. Tal papel caberá à própria distribuidora, que deverá sinalizar para os clientes onde a

sua GD traz maiores benefícios ao sistema como um todo, ou seja, existe oportunidade para as distribuidoras também. Isso acontece com a correta precificação em termos horários e locacionais da GD. Dessa forma, com planejamento integrado os ativos de geração distribuída podem efetivamente reduzir a necessidade de expansão da infraestrutura da rede e consequentemente reduzir as contas de energia para todos os consumidores. Um estudo apresentado recentemente em um seminário da ANEEL sobre Micro e Mini Geração Distribuída, fruto de um P&D da CPFL com a Unicamp, mostra que ao contrário do que afirma a ABRADEE, uma penetração de 20% é considerada segura para adoção da GD solar fotovoltaica, sendo que com 10% de penetração não há qualquer tipo de violação em 100% das redes secundárias. A remuneração da distribuidora é justa e necessária, e precisa ser contemplada na alteração da regra do “net metering”. No entanto, é preciso medir quanto e quando a rede está sendo usada. Importante ressaltar que existem muitos casos em que o gerador fotovoltaico não injeta energia na rede, pois consome 100% do que é gerado, ou seja, este “prosumidor”, como são chamados os consumidores que também passam a ser geradores, diminui o consumo de energia oriundo da rede.


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É como se ele estivesse trocando uma lâmpada incandescente de alto consumo por uma lâmpada LED de baixo consumo, pois vai consumir menos energia do que usualmente consumia. Ativos de geração distribuída podem efetivamente substituir a necessidade de plantas de maior escala e a necessidade de armazenamento. A agregação e coordenação dos micro e mini geradores com baterias forma um conjunto que funciona com uma planta virtual de maior porte e despachável equivalente a uma planta para atendimento da ponta, o que é extremamente desejável para o sistema. A geração e o consumo devem, portanto, ser monitorados. Com a baixa penetração da GD, o momento seria favorável à imposição da instalação de medidores de geração e consumo em tempo real (IoT conectados à internet das unidades consumidoras). Isso permitiria à distribuidora uma avaliação da simultaneidade e do uso real da rede. Com os medidores preparados e o valor mínimo de penetração atingido, a cobrança da TUSD deve ser proporcional ao uso efetivo da rede, em termos de posto horário e de

distância entre ponto de injeção e consumo. Em uma experiência real, um dos autores deste artigo instalou medidores de geração e consumo em tempo real em sua residência (IoT) e constatou que nos últimos 10 meses ele consumiu na média 57% de toda a energia gerada pelos painéis fotovoltaicos instalados no telhado do imóvel de forma direta e simultânea, ou seja, apenas 43% da energia gerada circulou pela rede da distribuidora. Seria justo pagar alguma taxa pelos 57% de consumo evitado da rede? Quem instala iluminação a LED precisa pagar alguma taxa às distribuidoras pelo “pecado” de consumir menos energia? A alternativa favoreceria a diferenciação entre a compensação remota (sem cargas por perto) e a compensação local ou próxima. Na geração junto à carga, simplifica a cobrança e tende a reduzir reclamações dos clientes. Com dados das medições é possível orquestrar e otimizar os ativos de energia do consumidor de maneira harmônica, para que a geração distribuída possa efetivamente resultar em economia para

os consumidores, com redução da necessidade de investimentos na infraestrutura da rede, melhoria na estabilidade do sistema e geração de energia na ponta quando necessário, os chamados “serviços ancilares”, prestados para a melhoria da qualidade e da confiabilidade dos serviços prestados pelas distribuidoras. As mudanças nesse momento devem ser vistas sob uma ótica otimista, em que desafios criam não barreiras, mas sim oportunidade comerciais, novos negócios e o desenvolvimento. Existem oportunidades para todos. Mudanças precisam ser planejadas e fundamentadas. O regulador age de forma correta ouvindo os agentes, promovendo transparência e preocupando-se em manter a estabilidade regulatória, tão importante para a atração dos investidores. Conta com um setor organizado e profissionais altamente qualificados. Já vivemos outros tempos em que mudanças bruscas tiveram consequências severas para o setor elétrico. Façamos com que a nossa experiência não seja apenas uma lanterna na popa, que somente ilumina o passado, mas que nos orienta para um futuro radiante.

Sobre os autores: Dr. Gustavo Malagoli Buiatti é presidente da ALSOL Energias Renováveis S/A, co-fundador e diretor técnico da ABGD (Associação Brasileira de Geração Distribuída). Possui diversas patentes concedidas no âmbito de aplicações fotovoltaicas com conexão à rede elétrica (Mitsubishi Electric, França/Japão, 2008-2011) e foi o responsável técnico pelo projeto básico, executivo e execução do primeiro sistema de geração distribuída (fotovoltaico) conectado à rede elétrica no Brasil, enquadrado pela REN482/ANEEL de 17/04/2012. Atualmente já são mais de 15 MWp de projetos de geração distribuída instalados em todo o Brasil (mais de 500 unidades). Engenheiro Eletricista com ênfase em Eletrotécnica pela Universidade Federal de Uberlândia (2002) e doutor em Dispositivos Eletrônicos a Semicondutores pelo Politecnico di Torino, Italia (2005). Realizou pós-doutorado entre 2006 e 2008 junto à Alstom Transport (França) em colaboração com a Universidade de Coimbra (Portugal). Dra. Juliana de Moraes Marreco de Freitas - possui Doutorado em Planejamento Energético pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2007) e mestrado em Administração pela Universidade Federal de Minas Gerais (2001), na área de Finanças. Pós Graduada em Finanças Empresariais pela FGV (1997) e com graduação em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Minas Gerais (1998) e em Comércio Exterior pela UNA (1997). Atualmente é sócia e consultora na Peoplenergy Consulting. Tem experiência na área financeira, atuando principalmente nos seguintes temas: análise de mercados e regulação de energia, avaliação de investimentos, otimização, programação dinâmica, opções reais, operação sistema hidrotérmico e sistemas de gestão.

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Entrevista

A RBS Magazine traz uma entrevista exclusiva com HARRY SCHMELZER NETO da WEG Solar.

A WEG tem investido alto em parcerias, e tecnologias com alta performance no fornecimento de equipamentos para geração de energia limpa e renovável. RBS Magazine: Como iniciou as atividades da WEG no setor de Energia Solar Fotovoltaica? HARRY SCHMELZER NETO - A Weg iniciou suas atividades no lançamento do inversor solar weg central em 2012, não existia muito mercado para venda de inversores naquela época, então participamos de uma licitação em Fernando de Noronha de uma usina de 500kwp que era escopo de contratação turnkey. Naquele momento comecamos a fornecer não somente o inversor, mas nos consolidamos como “Epcista”, fornecendo soluções completas, hoje temos mais de 100mw em carteira de usinas solares. Em 2016 começamos também a fazer uma poltica e criação de integradores WEG, para serem nosso braço de instalação em projetos nessas usinas e em geração distribuída, bem como começamos distribuir kits de pequeno, médio e grande porte, para esses integra-

dores. Hoje somos epcista e distribuidores de kits! RBS Magazine: Nos fale um pouco sobre os principais projetos desenvolvidos pela empresa nos últimos 2 anos? Nesses últimos dois anos entramos no negócio de distribuição que esta funcionando muito bem, pois trabalhamos na idéia de parceiros e não cliente e fornecedor, pois de um lado o integrador compra o kit WEG, com todo suporte da empresa, e do outro, a WEG os contrata para suas instalações, uma mão lava a outra. Outros dois bons exemplos são os projetos; Indústria Solar em SC em parceria com a FIESC, e o “PLUZ”, junto ao Sebrae no MatoGrosso. RBS Magazine: Quem são os principais parceiros da empresa no fornecimento de soluções para o setor FV/GD? Os Principais Parceiros são nossos integradores. Em módulos hoje

Em 2016 começamos também a fazer uma poltica e criação de integradores WEG, para serem nosso braço de instalação em projetos nessas usinas e em geração distribuída... 20

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estamos trabalhando com GCL no poli 330Wp e JA no mono perc 360Wp, mas também ja trabalhamos e podemos oferecer Trina e Canadian. Em estruturas metálicas os parceiros são, Solar Group e Thesan. A parte de inversores é WEG, mesmo que não fabricamos todas as potências, temos um acordo de brandlabel onde aqui no Brasil a marca é WEG. RBS Magazine: Quais os principais projetos da empresa e objetivos para os próximos anos? Aumentar nosso market share em distribuição de kits e fortalecer e deixar grande nossos integradores. Queremos também oferecer kits híbridos com bateria, nos próximos dois anos. RBS Magazine: A WEG Solar é Patrocinadora “OURO” do Fórum GD 2018 em Porto Alegre. Qual a expectativa da empresa e também a importância de eventos segmentados ára o crescimento do setor? Acho muito importante esse evento no Nordeste. É um mercado vem se destacando muito no cenário nacional, e tem tudo para alavancar grandes negócios para o setor de Geração Dsitribuída e Energia Solar Fotovoltaica no Brasil.


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3º Congresso Internacional de Biomassa trouxe conhecimento e criou parcerias estratégicas para o setor de Biomassa e Energia na última semana Aproximadamente quatro mil visitantes estiveram presentes durante os três dias de evento Curitiba foi palco da terceira edição do Congresso Internacional de Biomassa (CIBIO 2018) na última semana. O evento, que reuniu especialistas, empresários, pesquisadores e universidades em prol da produção de Biomassa e Energia, contou com a presença de aproximadamente quatro mil visitantes, de cinco países diferentes, além da exposição de mais de 50 empresas ligadas ao setor durante a 3ª Expobiomassa, evento paralelo ao Congresso. Realizado entre os dias 04, 05 e 06 de setembro no Centro de Eventos, na Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), o evento teve a presença de instituições importantes como a Embrapa Agroenergia, a Embrapa Florestas, a União das Indústrias de Cana de Açúcar (UNICA) e a Associação da Indústria da Cogeração de Energia (COGEN). O evento levou conhecimento sobre o setor de biomassa e serviu como ponte para o fechamento de parcerias estratégicas entre empresas. Um exem-

plo foi a parceria entre a empresa TMSA e a Planalto Picadores, a qual fortalecerá ambas as empresas para o setor de biomassa no Brasil nos próximos meses. De acordo com Tiago Fraga, CEO do Grupo FRG Mídias & Eventos, empresa organizadora do evento, as parcerias fechadas movimentarão mais de 50 milhões de reais em negócios. Fraga destaca que o Grupo FRG celebra este momento junto com o setor no Brasil. “Este é disparado o maior evento de Biomassa e Energia já realizado no Brasil e na América do Sul, mostrando que o setor ainda tem muito mais para alcançar e que os próximos anos certamente serão de colheita farta” afirma ele. Temas como a baixa contratação de usinas de biomassa em leilões de energia, a importância do programa RenovaBio para a produção de biocombustíveis, assim como o potencial gigantesco do Brasil para a produção de Biomassa Florestal foram debatidos durante os painéis. O CIBIO 2018 contou também

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com eventos paralelos como a 3ª Expobiomassa, que acontece todos os anos e o primeiro Forest Biomass Day, o qual levou participantes para uma fazenda energética e mostrou na prática como a ciência funciona. A importância de políticas públicas para o desenvolvimento do setor também esteve presente entre os assuntos debatidos no CIBIO 2018 e por esta razão uma carta endereçada ao Congresso Nacional foi idealizada pelas instituições presentes no evento com o objetivo de levar sugestões importantes sobre o setor até o Ministério de Minas e Energia (MME). O documento terá como remetente o CIBIO e será assinado por várias instituições como a UNICA, COGEN, ABGD, ABEAMA entre outras. “A carta levará sugestões para que o setor possa alavancar com políticas públicas, incentivos fiscais, melhoria nos leilões para que o setor de biomassa possa ter mais destaque e com mais projetos aprovados” ressalta Fraga.

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PROGRAMAÇÃO DO CONGRESSO AUDITÓRIO JERICOACOARA - 24/10 - QUARTA-FEIRA

AUDITÓRIO IRACEMA - 24/10 - QUARTA-FEIRA

• 08:00 CREDENCIAMENTO • 09:00 ABERTURA Alci Porto - Diretor Tec. SEBRAE/CE Beto Studart - Presidente FIEC Benildo Aguiar - Presidente Sindienergia Carlos Evangelista - Presidente ABGD Diretoria e Conselho da ABGD Autoridades presentes • 09:30 ANÁLISE ECONÔMICA DO CENÁRIO NACIONAL EM GD Hermano Henning - Jornalista, • 10:00 AÇÕES DO GOVERNO EM GD Antonio Celso - Subsecretário de Energia/SP Políticas p/ Energias Renováveis em SP Danúsia Arantes Ferreira - Superintendente de Energia/GO Políticas de integração para o desenvolvimento em GD Deputado Gil Pereira - Comissão Minas & Energia-MG (2015/2016) Adão Linhares Muniz - Secretário Adj. de Energia/CE • 10:40 COFFEE BREAK SOLUÇÕES PARA ARMAZENAMENTO (storage) • 11:00 Dr. Gilberto Figueiredo Pinto - Pesquisador da USP/IEE Armazenamento de Energia - Tecnologias • 11:20 Ildo Bet - Presidente PHB - Inversores Híbridos e Storage • 11:40 Harry Schmelzer Neto - Diretor WEG / Conselho ABGD Soluções "storage" • 12:00 João Paulo Cichetto - Técnico Advisor Fronius do Brasil • 12:20 PERGUNTAS • 12:30 ALMOÇO - VISITAÇÃO EXPOGD

NOVIDADES E TENDÊNCIAS DO SETOR GD NO BRASIL

PROGRAMAÇÃO À TARDE

MÓDULOS & ESTRUTURAS • 14:00 Marcelo Souza - Diretor de vendas Canadian Solar Novas Tecnologias • 14:20 Alice Bittercourt - Jinko Solar Tendências do setor • 14:40 Raffaele Tognacca - General Manager Thesan estruturas para sistemas FV • 15:00 Carlos Belbiano - Diretor da SSM Solar Estruturas especiais • 15:20 PERGUNTAS • 15:30 COFFEE BREAK -VISITAÇÃO EXPOGD NOVOS NEGÓCIOS EM GD (Moderador: Márcio Tanaka)

• 15:50 Leonardo Diniz - Gerente de Expansão de Mercado SICES SOLAR - Novas tecnologias e diferencias de mercado • 16:10 Marcio Takata - CEO Greener - Mercado de GD em 2018 e 2019 • 16:30 Paulo Sivieri Arbex - Presidente ABRAPCH GD com PCH´s • 16:50 Leonardo Caio - Diretor Cogen - GD oportunidades e desafios • 17:10 Rogério Duarte - Emirates Insolaire - BIPV- Investimentos • 17:30 PERGUNTAS E ENCERRAMENTO 1° DIA

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(Moderadora: Dra. Marina Meyer Falcão)

• 09:30 Dr. Aloisio Pereira Neto - Aloisio Neto Advogados Ass. Cooperativas • 09:50 Representante FIEC • 10:10 Jomar Brito - SELTEC ENERGIA • 10:30 PERGUNTAS • 10:40 COFFEE BREAK -VISITAÇÃO EXPOGD ASPECTOS JURÍDICOS DO SEGMENTO DE GD NO BRASIL (Moderadora: Dra. Marina Meyer Falcão)

• 11:00 Dra. Bárbara Rubin - Diretora Bright Strategies/VP ABGD - Revisão 482 e CP010 • 11:20 Dr. Einar Tribuci - Tribuci Advogados Regulamentação em GD • 11:40 Dr. Rodrigo Leite - LRCSB Advogados Associados • 12:00 Dra. Marina Meyer Falcão - Andrade Silva Advogados • 12:20 PERGUNTAS • 12:30 ALMOÇO & VISITA A EXPOGD PROGRAMAÇÃO À TARDE

ATUAÇÃO DAS DISTRIBUIDORAS EM GD (Moderador: Dr. Jurandir Picanço)

• 14:00 CPFL Eng. Elio Vicentini - AES • 14:20 Eng. Cláudio Latorre - Diretor da CEMIG GD • 14:40 ENEL Distribuição • 15:00 PERGUNTAS DIRETORES REGIONAIS DA ABGD

(Moderador: Ricardo Correia diretor regional ABGD/CE)

• 15:20 Mara Andre Schwengber - dir. Solled e Diretora ABGD/ RS Mercado de GD no RS • 15:40 Carlos Cunha - VP BC Energia & diretor ABGD/GO Mercado de GD em GO • 16:00 Liciany Ribeiro - dir. Ribeiro Solar & Dir. ABGD/PR Mercado de GD no PR • 16:20 PERGUNTAS SUSTENTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL (Entrada Franca) • 16:40 Marília Queiroz - Diretora Social da ABGD Projeto "Litro de Luz" • 17:00 Paula Scheidt Manoel - Gerente GIZ • 17:20 Alessandra Mathyas - Gerente WWF Ações socioambientais • 17:40 Eduardo Malta Campos Filho - Técnico do ISA Projeto Sementes do Xingu • 18:00 PERGUNTAS E ENCERRAMENTO 1° DIA

O maior encontro do setor na América Latina


PROGRAMAÇÃO DO CONGRESSO AUDITÓRIO JERICOACOARA - 25/10 - QUINTA-FEIRA

PROJETOS ESPECIAIS (Moderador: Aurelio Souza)

• 09:00 Ricardo Saraiva - Gerente SICES GD no Agronegócio • 09:20 Aurélio de A. Souza - CEO Usinazul • 09:40 Gustavo Malagoni - CEO Alsol • 10:00 Mauro Passos - Presidente Instituto Ideal Usina FV municipal • 10:20 PERGUNTAS • 10:40 COFFEE BREAK FINANCIAMENTO E COOPERATIVAS DE CRÉDITO (Moderador: Dr. Jurandir Picanço)

• 11:00 Helton Chagas Mendes - BNB - Banco do Nordeste do Brasil Superintendente de Negócios • 11:20 George Gress - Caixa Econômica Federal superintendência regional • 11:40 Lucas Moura de Lucena - Gerente do BNDES Finame Renováveis e Fundo Clima • 12:00 Heitor Petry - Diretor SICREDI • 12:20 PERGUNTAS • 12:30 ALMOÇO & VISITA A EXPOGD PROGRAMAÇÃO À TARDE

CAPACITAÇÃO E CERTIFICAÇÃO EM GD (Moderador: Aurélio Souza)

• 14:00 Carlos Felipe (CAFÉ)-Diretor Trein. e Capacit. ABGD CEO Studio Equinócio • 14:20 Vinicius Ayrão - Eng. Especialista em instalações elétricas • 14:40 Eng. Sydney Ipiranga - CREA-CE - responsabilidade técnica em GD • 15:00 Diretor SENAI Fortaleza • 15:20 PERGUNTAS MODELOS ESPECIAIS EM GD (Moderador: Ruberval Baldini) • 15:40 Edmur de Almeida - ALFA REAL - Seguros em GD • 16:00 Rodrigo Marcolino - Diretor da Axis Renováveis VP ABGD - Locação em GD - case • 16:20 Vanderlei Moreira - 4U consult - Seguros especiais para FV • 17:00 Daniel Sebben - Usinas Flutuantes - case • 17:20 PERGUNTAS E ENCERRAMENTO

AUDITÓRIO IRACEMA - QUINTA-FEIRA

INOVAÇÃO E TECNOLOGIA • 09:00 Jean Diniz - Diretor Solar View Softwares de controle p/ GD • 09:20 Rodolfo Molinari - Diretor Órigo - Modelos diferenciados de negócios • 09:40 Guilherme Chrispim - Diretor Grupo Inverdama • 10:00 Vitor Della Déa Tavernari - Diretor Politec Rastreadores solares • 10:20 PERGUNTAS • 10:40 COFFEE BREAK -VISITAÇÃO EXPOGD TENDÊNCIAS NO MERCADO DE GD (Moderador: Leandro Martins)

• 11:00 Reginaldo Joaquim Souza - Diretor Executivo TECPAR Projetos Smart Energy no PR • 11:20 Claudio Loureiro - General Manager JA Novas tendências • 11:40 Jonas Becker - Ecori Energia Solar - Impactos da isenção do ICMS na GD • 12:00 PERGUNTAS • 12:20 ALMOÇO -VISITAÇÃO EXPOGD PROGRAMAÇÃO À TARDE

GD COM FONTES RENOVÁVEI (Moderador: Tiago Fraga)

• 14:00 José Serra - Diretor TGM Turbinas GD com Biomassa • 14:20 José Dilcio Rocha - Gerente EMBRAPA GD no meio rural • 14:40 Aplicações em GD com Biogás • 15:00 Jonas Becker - SINDIENERGIA / CE • 15:20 PERGUNTAS MESA REDONDA DA ABEAMA (Presidente: Dr. Ruberval Baldini)

• 15:40 Dr. Jurandir Picanço - Representante FIEC • 16:00 Dr. Hamilton Moss - Pró-reitor da Universidade de Vassouras • 16:20 Benildo Aguiar - Presidente SINDIENERGIA / CE • 16:40 PERGUNTAS E ENCERRAMENTO VISITAÇÃO EXPOGD

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Entrevista

A RBS Magazine traz uma entrevista exclusiva com LEONARDO CURIONI e JACKSON CHIROLLO da SICES Solar

RBS Magazine: Como vocês avaliam os últimos 12 meses de atuação da SICES no mercado de Energia Solar Fotovoltaica? Os últimos 12 meses foram de grande expansão para a SICES. Nossa meta de trabalhar sempre para trazer o que há de melhor em soluções aos nossos clientes, demanda uma atuação planejada e de muitos desafios. Atuamos em diversas frentes, buscando diferenciais que tragam valor ao nosso trabalho e produtos e nos ajudam a fortalecer a parceria com nossos clientes e o mercado de GD como um todo. Tivemos um crescimento expressivo nesse último ano, atingindo volumes de 33MW entregue ao mês em setembro 2018, graças a muito trabalho e a confiança de nossos parceiros e amigos. RBS Magazine: Aponte alguns destaques e novos projeto da empresa que estão disponíveis para o setor FV? Acredito que todos os diferencias exclusivos que disponibilizamos ao mercado durante todos estes anos de atuação merecem destaque. Seja desde a criação do nosso Clube de Vantagens até a nossa gama de seguros exclusivos. Um bom exemplo de novidade é nosso departamento próprio de financiamentos, onde como correspondentes bancários de algumas bandeiras, facilitamos o acesso ao credito, para viabiliza26

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Os desafios não param e nosso maior esforço neste momento está em expandir nossos escritórios e operações logísticas regionalizados, buscando maior agilidade e conforto para nossos clientes ção de projetos de todos os portes em GD (Geração Distribuída). RBS Magazine: Quais os próximos desafios da empresa e novidades que serão lançadas? Os desafios não param e nosso maior esforço neste momento está em expandir nossos escritórios e operações logísticas regionalizados, buscando maior agilidade e conforto para nossos clientes. Inauguramos recentemente escritórios em Belo Ho-

rizonte e Recife, onde também iremos operar a SICES Nordeste através do nosso novo Centro de Distribuição para região Norte e Nordeste. Estamos estruturando a nova operação logística em Santa Catarina e um escritório comercial em Porto Alegre que estará funcionando ainda este ano. RBS Magazine: Na sua opinião, quais os principais aspectos para que o setor de Energia Solar Fotovoltaica possa continuar crescendo? A energia solar no Brasil é uma realidade. Com os constantes aumentos dos custos de energia elétrica, o mercado de geração de energia fotovoltaico como um todo não deve parar de crescer dentro os próximos 5 anos. Mas não podemos esquecer que nosso país depende muito de reencontrar com o caminho do crescimento econômico. O Dólar estável é essencial para que haja crescimento do mercado, pois dependemos de insumos internacionais. Políticas públicas que visem contribuir para este crescimento também são fundamentais, e não menos importante, as linhas de credito verdes, e de baixo custo contribuem para que o cenário de nosso mercado seja prospero por anos. Não podemos deixar de mencionar que para o crescimento sustentável desse setor, faz-se


Entrevista

A energia solar como você nunca viu.

muito importante o respeito a cadeia produtiva sem que haja boicote a alguma das etapas de implementação de uma usina. E por fim, ter o devido cuidado na formação de preços afim de não desvalorizar a responsabilidade técnica de projetos e implementação das usinas jogando o preço para baixo de forma irresponsável. RBS Magazine: Nos falem um pouco sobre a atuação e soluções da SICES no agronegócio? A SICES Agro é a nova subdivisão da SICES Brasil que visa fomentar o uso da Energia Solar no campo. Nosso intuito é levar a cultura do uso de energia limpa para o agronegócio, aliado a tecnologia na implantação de projetos e soluções financeiras que visam ajudar desde o pequeno pecuarista ao grande produtor rural, em tornar seu negócio mais lucrativo, autossustentável e ecologicamente correto. RBS Magazine: Recentemente a empresa começou a apostar em projetos e usinas de maior porte, de 3 a 5mega. Esta será uma das novas apostas da SICES Solar? A SICES Solar, sempre reforçando seu posicionamento de mercado, vem inovando e trazendo soluções para seus parceiros conforme o mercado se desenvolve. E percebemos que o ticket de potencias das usinas vem crescendo de forma interessante. É notório o interesse de grandes comércios, industrias e empre-

sas do Agronegócio acreditando na solução de gerar sua própria energia aliados a novos modelos de negócios nesse setor. Isso faz com que a SICES entre com carga total em parceria com seus clientes (integradores) no desenvolvimento de usinas desse porte. RBS Magazine: A SICES Solar é a Patrocinadora DIAMANTE dos principais eventos de setor na América do Sul. Qual a expectativa da empresa para os eventos e quais serão os temas das 2 palestras apresentadas pela empresa no Congresso? Investir no mercado de energia fotovoltaico como um todo, através de patrocínios nos principais eventos do segmento, por toda a América do Sul é parte do plano de ação da SICES para levar informação, conhecimento e a

possibilidade de crescimento do mercado a todos que fazem parte dele, ou que pretendem fazer. Por este mesmo motivo, a SICES neste ano fara treinamentos nos dois dias de CBGD através das palestras que irão trazer ainda mais informações e conhecimento a todos. Entre os temas abordados estão Financiamentos, e tudo que nosso departamento próprio pode aportar aos clientes SICES, também sobre nossa linha de seguros exclusivos e suas utilizações. Sem esquecer ainda sobre novos negócios, descentralização das remessas através de nossas novas centrais de distribuição e escritórios regionais, SICES Express e a agilidade na entrega e todo o suporte SICES para projetos TurnKey.

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MODELAGEM E SIMULAÇÃO DO DESEMPENHO TERMOENERGÉTICO DE UMA EDIFICAÇÃO COM ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA Thayane Lodete Bilésimo – thayanebilesimo@gmail.com Giuliano Arns Rampinelli – giuliano.rampinelli@ufsc.br Roderval Marcelino – roderval.marcelino@ufsc.br Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências, Tecnologias e Saúde

RESUMO O aumento do consumo de energia no contexto da sociedade atual provoca impactos ambientais, econômicos e sociais. A otimização do consumo energético no setor de edificações é de fundamental importância, uma vez que este setor é um dos maiores consumidores finais de energia, não só em âmbito nacional, mas também mundial. Um dos problemas do setor no país é a falta de preocupação com o desempenho termoenergético das edificações desde a fase de projeto. Neste sentido, a arquitetura bioclimática surge como uma opção para melhorar o desempenho termoenergético das edificações, melhorando o conforto térmico dos usuários e proporcionando redução do consumo de energia. Existem inúmeras estratégias bioclimáticas que podem ser aplicadas de acordo com a zona bioclimática em que a edificação se encontra. O Brasil, devido a sua grande extensão territorial, pode ser dividido em oito zonas bioclimáticas. O presente trabalho tem por objetivo comparar o desempenho termoenergético de uma edificação bioclimática com outra sem o uso de estratégias bioclimáticas, situadas na zona bioclimática 2. Foram avaliados os impactos que as estratégias bioclimáticas apresentam sobre o consumo de energia das edificações, especialmente no que se refere a climatização de ambientes. A análise foi feita por meio do software eQUEST, e mostrou que a edificação bioclimática apresenta maior estabilidade térmica e menor consumo anual de energia, tanto para resfriamento quanto para aquecimento. Com isso, evidenciou-se a importância de levar em consideração, desde a fase de projeto, o entorno em que a edificação se encontra, visando otimizar seu desempenho. Palavras-chave: Arquitetura bioclimática, Simulação termoenergética, Consumo de energia.

1. INTRODUÇÃO O atual modelo energético global é insustentável em termos sociais, econômicos e ambientais. Devido aos impactos envolvidos na produção e consumo de energia, é necessário que haja o gerenciamento da demanda e dos recursos, visando atingir a eficiência energética [1]. O setor de edificações é um grande consumidor de energia em âmbito mundial. Neste sentido, o uso de técnicas de arquitetura bioclimática se apresenta como uma forma inteligente de construir edificações mais eficientes energeticamente. Tais técnicas contribuem para atingir o conforto térmico no interior da edificação por meio da interação energética entre esta e as condições climáticas do meio em que se encontra [2,3]. Em alguns casos, por conta do clima onde a edificação se encontra, as estratégias passivas podem não ser suficientes para garantir o conforto térmico [4], entretanto, elas contribuem para a estabilidade térmica e redução do consumo de energia com sistemas de condicionamento de ar [5–7]. Entre as estra-

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tégias mais comuns estão: orientação da edificação, aspecto construtivo de telhado e paredes, aproveitamento de ventilação e iluminação natural, dispositivos de sombreamento, entre outros [8,9]. Na União Europeia, existe uma meta de que até 2020 todas as novas edificações utilizem conceitos de arquitetura bioclimática, visando melhorar o desempenho termoenergético e atingir o status de edificação autônoma com a instalação de sistemas de geração distribuída [10]. No Brasil, por outro lado, a adoção de medidas de eficiência energética é facultativa para a maioria das edificações. Até o momento, a etiquetagem de eficiência energética é obrigatória apenas para novos prédios públicos federais, e é feita pelo PBE Edifica [11]. Observa-se, assim, que a maioria das edificações brasileiras apresenta desempenho termoenergético insatisfatório [12]. De acordo com a NBR 15220, zona bioclimática é uma região homogênea quanto aos elementos climáticos que interferem nas relações entre o con-

forto térmico e o ambiente construído [13]. Devido a sua grande extensão territorial, o Brasil possui regiões com diferentes características climáticas, totalizando oito zonas bioclimáticas [12]. No Brasil, os estudos a respeito dos impactos da arquitetura bioclimática no conforto térmico e consumo de energia concentram-se principalmente nas zonas bioclimáticas 3 e 8 [8,12]. Outros trabalhos abordam também as zonas 1 e 6 [14,15]. A avaliação do desempenho de uma edificação pode ser feita tanto na fase do projeto, quanto após a edificação ter sido construída. Quando a edificação já está construída, a avaliação pode ser feita por meio de medições das variáveis representativas, como temperatura, umidade, etc. A avaliação na fase de projeto pode ser feita por verificação do cumprimento das diretrizes construtivas ou por simulação computacional [13]. A utilização de softwares também auxilia quando se deseja aplicar retrofit em edificações que já existem, com a finalidade de avaliar o desempenho das edificações após as mudanças e a viabilidade das mesmas [6].


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Muitos autores utilizam softwares para avaliar os impactos das estratégias bioclimáticas no desempenho das edificações, sendo o EnergyPlus e o eQUEST os mais utilizados [8,14,16,17]. O eQUEST é um software de simulação termoenergética, gratuito, desenvolvido pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE). Sua utilização é relativamente simples quando comparado ao software EnergyPlus, fornecendo resultados com alto grau de precisão [18].

Figura 2- Planta Piloto Bioclimática. Fonte: do autor. Tabela 1- Áreas internas da edificação. Fonte: do autor.

Tabela 2- Transmitância térmica de cada tipo de construção. Fonte: Adaptado de [19].

2. MATERIAIS E MÉTODOS A partir das características construtivas da Planta Piloto Bioclimática da UFSC – Centro Araranguá (Fig. 2), descritas em [19], foi realizada a modelagem da edificação no software eQUEST. Devem ser inseridos dados como potência instalada e perfis de ocupação, bem como o arquivo climático do local onde a edificação se encontra. Ao fim da simulação, o programa retorna dados do consumo de energia mensal com cada tipo de carga, ao longo de um ano, bem como dados referentes a temperatura interna. Os primeiros dados a serem inseridos são os que se referem a localização da planta, informados por meio do arquivo climático. Foi utilizado o arquivo climático da cidade de Araranguá, em Santa Catarina, local onde a edificação se encontra. Em seguida, foram declaradas as dimensões da edificação e as aberturas. Internamente, a edificação é dividida nas áreas listadas na Tab. 1. Com relação às características construtivas, podem ser observados três tipos distintos de parede e dois de cobertura. Os valores da transmitância térmica (U) para cada construção utilizados no software estão descritos na Tab. 2. Após a modelagem da envoltória da edificação, foram inseridos os dados de densidade de potência de iluminação (DPI) e de equipamentos (DPE) para cada área interna, de acordo com a Tab. 3. Para o cálculo da densidade de potência com equipamentos, foram considerados apenas os computadores dos ocupantes da edificação. Os equipamentos de monitoramento que permanecem ligados durante todo o dia não foram considerados, uma vez que

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Tabela 3- Densidade de potência para áreas internas. Fonte: Adaptado de [20]

seu funcionamento é independente das condições climáticas e estratégias bioclimáticas. O perfil de ocupação da edificação foi definido como sendo de segunda a sexta, das 8:00 as 18:00, em que apenas 10% da iluminação é utilizada. Em média, dez pessoas ocupam a edificação durante o dia. Para o sistema de climatização, as temperaturas de acionamento do ar condicionado foram escolhidas com base na zona de conforto da carta bioclimática. Para a umidade relativa de aproximadamente 60%, valor médio adotado para este caso, a temperatura da zona de conforto térmico está entre 18ºC e 24ºC. Desta forma, foram utilizadas estas temperaturas para o acionamento do ar condicionado para aquecimento e resfriamento, respectivamente. É importante ressaltar que apenas a Área Técnica 1 e a Área Técnica 2 são climatizadas. Para a edificação sem estratégias adotou-se, para todas as paredes, a transmitância térmica de uma parede comum, que corresponde a Parede 2

da edificação bioclimática. Para a cobertura, adotou-se um valor de U igual a 3,73 W/m².ºC, referente ao uso de laje maciça. Os demais valores de densidade de potência e temperaturas de funcionamento de ar condicionado foram mantidos iguais para os dois casos. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES O resultado da modelagem da planta piloto bioclimática pode ser visto na Fig. 2. Na Fig. 3 observa-se que o consumo de energia com iluminação e equipamentos se manteve o mesmo para as duas edificações, uma vez que sua utilização não sofre influência das estratégias bioclimáticas. O consumo referente ao condicionamento de ar, entretanto, variou para as duas edificações. A Tab. 4 contém os valores de consumo de energia com resfriamento e aquecimento dos ambientes. O sistema de ventilação mencionado é o responsável por realizar a troca de ar enquanto os equipamentos de climatização estão em funcionamento.


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Observa-se que durante quase todos os meses, o consumo de energia com resfriamento é menor na edificação com estratégias, indicando que a temperatura interna se mantém abaixo dos 24ºC com mais frequência do que na outra edificação. Durante os meses de junho e julho, entretanto, o consumo com resfriamento é maior na edificação com estratégias. Aliando este dado ao fato de que o consumo com aquecimento é maior na edificação sem estratégias, conclui-se que as temperaturas no interior desta edificação, durante o período mais frio, são mais baixas do que na que faz uso de estratégias bioclimáticas.

Figura 2- Edificação modelada no eQUEST. Tabela 4- Consumo mensal de energia, em kWh, referente a climatização para as edificações bioclimática e comum.

Comparando-se os valores totais para as edificações com e sem estratégias bioclimáticas, observa-se a planta sem estratégias apresentou consumo de energia destinado ao resfriamento cerca de 45% maior do que a edificação bioclimática. Para o aquecimento, o aumento do consumo foi de mais de 400% e cerca de 78% para a ventilação. Em termos de consumo anual, a edificação sem estratégias apresentou consumo de 3683,30 kWh, enquanto que a edificação bioclimática consumiu 2934,90 kWh, um consumo cerca de 25% menor. A Fig. 3 ilustra o comparativo entre o consumo mensal total de energia das duas edificações. Além da diferença no consumo de energia das duas edificações, observa-se ainda a diferença que existe entre as temperaturas no interior das mesmas. Levando em consideração que as duas edificações são climatizadas e isso interfere na temperatura interna, optou-se por apresentar a diferença média diária mensal entre a temperatura externa e a temperatura no interior das áreas climatizadas. A partir dos dados expostos na Tab. 5, percebe-se que a edificação sem estratégias bioclimáticas sofre maior influência das condições climáticas externas, uma vez que a diferença média diária mensal entre as temperaturas é menor que na edificação bioclimática. A diferença maior pode ser observada nos meses mais frios, em que a temperatura interna na edificação bioclimática chega a ser da ordem de 6°C, em média, mais alta que a temperatura externa. Para os meses mais quentes, as diferenças mais altas da

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Figura 3- Consumo de energia da edificação bioclimática e da edificação comum (hachurado).

planta bioclimática se justificam pelo fato de que as estratégias garantem à edificação maior estabilidade térmica. A edificação comum, por outro lado, possui amplitude térmica maior, especialmente pela ausência de isolamento térmico, e isto implica em uma redução da diferença média diária mensal de temperaturas. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho visou demonstrar a importância e a influência do uso da arquitetura bioclimática em uma edificação situada na zona bioclimática 2. A modelagem da edificação foi feita no software eQUEST, a partir da qual foram obtidos dados referentes ao desempenho termoenergético da edificação. A avaliação do desempenho foi feita comparando estes dados com os resultados obtidos para


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Tabela 5- Diferença média diária mensal, em °C, entre temperatura interna e externa.

uma edificação convencional, também modelada no software. Observou-se que o uso de estratégias bioclimáticas proporcionou redução significativa no consumo de energia da edificação bioclimática, frente à edificação comum. É importante ressaltar que, nesta análise, não foi analisado o aproveitamento da iluminação natural, que também ocasionaria diferenças no consumo de energia com iluminação artificial. A diminuição da necessidade de utilização dos sistemas de condicionamento de ar na edificação bioclimática indicam que esta consegue manter as temperaturas internas dentro dos limites da zona de conforto com maior frequência. Diante do exposto, pode-se afirmar que a aplicação de estratégias bioclimáticas proporciona benefícios aos ocupantes da edificação, sendo fundamental que esta seja uma alternativa, desde a fase de projeto, para melhorar o desempenho termoenergético deste setor como um todo. Agradecimentos Os autores agradecem à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), à BAESA Energética Barra Grande S.A. e à ENERCAN Campos Novos Energia S.A. pelo auxílio financeiro, e ao Programa de Pós-Graduação em Energia e Sustentabilidade (PPGES) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). REFERÊNCIAS [1] Mena R, Rodríguez F, Castilla M, Arahal MR. A prediction model based on neural networks for the energy consumption of a bioclimatic building. Energy Build 2014;82:142–55. [2] Manzano-Agugliaro F, Montoya FG, Sabio-Ortega A, García-Cruz A. Review of bioclimatic architecture strategies for achieving thermal comfort. Renew Sustain Energy Rev 2015;49:736–55. [3] Missoum M, Hamidat A, Imessad K, Bensalem S, Khoudja A. Impact of a grid-connected PV system application in a bioclimatic house toward the zero energy status in the north of Algeria. Energy Build 2016;128:370–83.

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[4] Castilla M, Alvarez JD, Normey-Rico JE, Rodriguez F. A nonlinear model based predictive control strategy to maintain thermal comfort inside a bioclimatic building. 20th Mediterr. Conf. Control Autom., IEEE; 2012, p. 665–71. [5] Damjanovic VMC, Burazer J, Stamenic M, Cantrak D, Lecic M. Architectural design influences and HVAC systems’ measures on energy savings of a high energy demand residential building. 3rd Int. Symp. Environ. Friendly Energies Appl., IEEE; 2014, p. 1–6. [6] Thomsen KE, Rose J, Mørck O, Jensen SØ, Østergaard I, Knudsen HN, et al. Energy consumption and indoor climate in a residential building before and after comprehensive energy retrofitting. Energy Build 2016;123:8–16. [7] Soutullo S, Sánchez MN, Enríquez R, Olmedo R, Jiménez MJ, Heras MR. Comparative thermal study between conventional and bioclimatic office buildings. Build Environ 2016;105:95–103. [8] Sorgato MJ, Melo AP, Lamberts R. The effect of window opening ventilation control on residential building energy consumption. Energy Build 2016;133:1–13. [9] Beccali M, Strazzeri V, Germanà ML, Melluso V, Galatioto A. Vernacular and bioclimatic architecture and indoor thermal comfort implications in hot-humid climates: An overview. Renew Sustain Energy Rev 2017;82:1726–36. [10] Pacheco M, Lamberts R. Assessment of technical and economical viability for large-scale conversion of single family residential buildings into zero energy buildings in Brazil: Climatic and cultural considerations. Energy Policy 2013;63:716–25. [11] Lopes A do CP, Oliveira Filho D, Altoe L, Carlo JC, Lima BB. Energy efficiency labeling program for buildings in Brazil compared to the United States’ and Portugal’s. Renew Sustain Energy Rev 2016;66:207– 19. [12] Triana MA, Lamberts R, Sassi P. Characterisation of representative building typologies for social housing projects in Brazil and its energy performance. Energy Policy 2015;87:524–41. [13] Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15220 - Desempenho térmico de edificações. 2003. [14] Silva AS, Almeida LSS, Ghisi E. Decision-making process for improving thermal and energy performance of residential

buildings: A case study of constructive systems in Brazil. Energy Build 2016;128:270– 86. [15] Invidiata A, Ghisi E. Impact of climate change on heating and cooling energy demand in houses in Brazil. Energy Build 2016;130:20–32. [16] Attia S, Carlucci S. Impact of different thermal comfort models on zero energy residential buildings in hot climate. Energy Build 2015;102:117–28. [17] Chandel SS, Sarkar A. Performance assessment of a passive solar building for thermal comfort and energy saving in a hilly terrain of India. Energy Build 2015;86:873–85. [18] Hirsch JJ. DOE2.com [s.d.]. http:// www.doe2.com/ (acessado 2 de outubro de 2017). [19] Guerra M de R. Projeto e desenvolvimento de uma planta piloto com conceitos de arquitetura bioclimática. Araranguá, SC, 2016. [20] Espíndola G da S. Simulação energética de uma planta piloto com elementos de arquitetura bioclimática e geração distribuída com sistemas fotovoltaicos. Araranguá, 2016. Abstract. The increase of energy consumption in actual society causes environmental, economic and social impacts. The optimization of energy consumption in buildings is very important once it is a large final energy consumer, not only in national level but also worldwide. One problem of this sector in our country is the lack of concern on thermoenergetic performance of buildings since its design. In this context, bioclimatic architecture appears as an option to improve thermoenergetic performance in buildings, improving thermal comfort of users and reducing energy consumption. Many bioclimatic strategies can be applied according to the bioclimatic zone in which the building is located. Brazil has a large territorial extension and regions with different climates, and according to NBR 15220 it can be divided in eight bioclimatic zones. This paper presents the modeling and simulation of the thermoenergetic performance of a bioclimatic pilot plant and of a building without bioclimatic strategies. It were evaluated the impacts that bioclimatic strategies have on building energy consumption, especially on acclimatization. The analysis was made in eQUEST software and revealed that the bioclimatic building has better thermal stability and low annual energy consumption with cooling and heating. Based on that, it is evident the importance of considering, since the design level, the surroundings of buildings aiming optimize its performance. Keywords: Bioclimatic architecture, Thermoenergetic simulation, Energy consumption.


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Geração distribuída solar fotovoltaica: competitividade e eficiência para a matriz Marcio Takata – CEO da Greener Rodrigo Sauaia – Presidente Executivo da ABSOLAR Ronaldo Koloszuk – Presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR

A

geração distribuída avança rápido no Brasil. Desde 2012, com a Resolução Normativa ANEEL nº 482, as instalações cresceram com força, atingindo mais de 30 mil sistemas, dos quais mais de 99% utilizam a fonte solar fotovoltaica.

tação e tarifa de energia elétrica. Isto explica porque regiões com tarifas mais elevadas, especialmente na baixa tensão, têm apresentado elevadas taxas de crescimento, caso de estados como Minas Gerais que adotou uma política tributária mais favorável, dinamizando as oportunidades na região.

Diferentes fatores têm favorecido a evolução do mercado solar fotovoltaico, com destaque para a redução dos custos de bens e serviços, fruto do ganho de escala no mercado mundial e da rápida evolução das empresas integradoras que se dedicam aos serviços de vendas, engenharia e instalação, sendo mais de 4.000 empresas em todas as regiões do Brasil.

Apesar dos avanços da geração distribuída solar fotovoltaica no País, uma parcela ainda muito pequena de unidades consumidoras conta com geração distribuída, participação esta inferior a 0,05%. Mesmo em regiões de grande desenvolvimento como São Paulo, responsável por 30% do PIB nacional, o índice de participação é inferior a 0,04%.

O principal fator para a decisão de compra de um sistema solar fotovoltaico é o retorno sobre o investimento, cada vez mais atrativo para alguns perfis de consumidores, especialmente consumidores residenciais e comerciais de pequeno porte, com tarifas de energia elétrica mais elevadas na baixa tensão.

O que podemos fazer para que mais brasileiros tenham acesso à geração distribuída solar fotovoltaica? O setor solar fotovoltaico tem evoluído de forma relevante nos últimos 6 anos, com o estabelecimento da cadeia bens, fabricando localmente equipamentos, e a formação da cadeia de serviços com empresas de todos os portes e perfis.

O payback - retorno sobre o investimenO ganho de escala, a curva de aprendizado to – de um sistema varia em função do tipo e e a alta competitividade do setor estão prodo porte da instalação, nível de tensão, tribu- porcionando importantes reduções de custos,

Conexões em GD – Junho/2018 - Fonte: Greener - 2018.

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Principal Forma de pagamento - Fonte: Greener - 2018

A aceleração dos investimentos em geração distribuída solar fotovoltaica depende fortemente de linhas de financiamento com taxas de juros e prazos de amortização compatíveis com os diferentes perfis de sistemas e consumidores existentes no mercado... o que torna mais atrativo o investimento na tecnologia. A redução nos custos de serviços, a chamada “integração dos sistemas”, também tem sido relevante. Tão importante quanto a queda de preços dos equipamentos, a eficiência na captação de clientes, engenharia, instalação e pós-vendas serão fundamentais para trazer mais ganhos à competitividade, ampliar o mercado potencial e proporcionar condições sustentáveis para o crescimento do setor. Ainda assim, a aceleração dos investimentos em geração distribuída solar fotovoltaica depende fortemente de linhas de financiamento com taxas de juros e prazos de amortização compatíveis com os diferentes perfis de sistemas e consumidores existentes no mercado. Apesar dos esforços dos agentes financeiros em compreender a natureza e as características de um sistema de geração distribuída solar fotovoltaica, bem como os riscos a ele associados, a disponibilidade de linhas de crédito permanece aquém das necessidades dos clientes e precisa ser adequadamente trabalhada e estimulada.

Adicionalmente, a ABSOLAR defende a aplicação de um modelo regulatório positivo, previsível e com segurança jurídica adequada, que contribua para o crescimento da geração distribuída, tenha um papel relevante no desenvolvimento do País e sirva de ponto de partida para a expansão da matriz elétrica brasileira, em alinhamento com os princípios de descentralização, descarbonização, digitalização e democratização que pautam hoje o avanço das matrizes elétricas mundiais, aliando benefícios socioeconômicos, ambientais, elétricos e estratégicos em favor da sociedade.

A notória evolução das fontes renováveis, com destaque para a fonte solar fotovoltaica, bem como o amadurecimento de novas tecnologias de armazenamento de energia, mobilidade elétrica e diversificação do perfil de consumo trarão a oportunidade de incorporação no arcabouço legal e regulatório do País de novos conceitos econômicos e técnicos, como sinais locacional e horário, capazes de estimuPara superar este gargalo, a Associação lar a busca pela eficiência alocativa e valorizar Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (AB- os atributos positivos provenientes das difeSOLAR) tem atuado fortemente junto às insti- rentes fontes renováveis, especialmente getuições financeiras nacionais e internacionais, rando na baixa tensão. Estas mudanças já espúblicas e privadas, mobilizando e motivando tão em curso e precisamos nos preparar para os bancos a criar novos produtos financeiros e elas, aproveitando ao máximo o seu potencial, aprimorar os existentes para acelerar o merca- em prol da competitividade e eficiência da mado solar fotovoltaico. triz elétrica brasileira.

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Entrevista

O diretor comercial da Alfa Real, EDMUR DE ALMEIDA, fala sobre a importância da contratação de seguros como forma de mitigar os riscos da cadeia de GD.

RBS Magazine - Como o mercado de geração distribuída pode mitigar os seus riscos? EDMUR DE ALMEIDA - Conhecer os riscos de cada atividade é fundamental para se estabelecer programas de controle e mitigação, o que chamamos de gerenciamento de riscos. Normalmente, um risco envolve diversos fatores e atuar em cima deles é a melhor forma de reduzir a probabilidade de que o mesmo se materialize. Isso é controle de riscos. Mas, se o evento ocorrer, nem tudo está perdido – desde que se tenha atuado no que chamamos de mitigação dos riscos. Isso inclui a transferência desses riscos por meio, por exemplo, da contratação de seguros. A cadeia de geração distribuída envolve vários players, como fabricantes, distribuidores, integradores, consumidores finais e investidores, com características e riscos próprios e, consequentemente, mitigadores de riscos e seguros específicos. Por isso, é importante conhecer bem o negócio de cada um deles para poder lhes oferecer as melhores soluções. RBS Magazine - Esse mercado tem uma cultura de gerenciamento de riscos? Em países desenvolvidos, é inconcebível uma pessoa ou empresa implementar um projeto – instalar um sistema fotovoltaico, por exemplo – sem contratar todos os seguros correlatos. No Brasil, 40

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É preciso assegurar que a instalação de uma central de geração hidrelétrica ou de um kit de energia solar ocorra sem sustos

estamos caminhando nessa direção, mas ainda falta muito. Um dos motivos é que os bancos financiadores têm exigido a contratação de seguros para proteger o seu próprio investimento e o dos acionistas. É preciso assegurar que a instalação de uma central de geração hidrelétrica ou de um kit de energia solar ocorra sem sustos. Independentemente do tamanho do sistema (pequeno, médio ou grande porte), há um investimento que precisa ser protegido o máximo possível para se evitar sua perda parcial ou total em decorrência de um acidente. RBS Magazine - Qual a experiência da Alfa Real com o mercado de geração distribuída? A Alfa Real trabalha exclusivamente com seguros corporativos

desde que foi fundada em 1996. Alguns anos depois, conquistamos os primeiros clientes do mercado de energia, incluindo o de geração distribuída. Desde então, temos nos empenhado em conhecê-lo cada vez mais para podermos oferecer soluções customizadas em produtos e serviços de seguros para todos os players e em todas as etapas da cadeia. Mais de 6 mil empresas atuam hoje nesse mercado, sendo cerca de 4 mil integradores. Se cada um fizer 24 instalações por ano, teremos 96 mil. A probabilidade de ocorrência de qualquer evento num universo desse tamanho é alta. E, se o valor em risco for grande, podemos ter uma perda considerável (o que chamamos de severidade). Não devemos ter aquele pensamento de que acidente somente ocorre com os outros. RBS Magazine - Quais os seguros mais importantes para esse nicho? Fabricantes do exterior precisam contratar seguro de transporte internacional, seja terrestre, naval ou aéreo. Aspectos relacionados a embalagem precisam estar bem equacionados e combinados com a seguradora – caso dos painéis solares, por exemplo. Carga e descarga também demandam cobertura. As exclusões tradicionais desse seguro precisam ser confrontadas com os riscos inerentes e, se necessário, contratadas coberturas particulares.


Entrevista

Essas mesmas análises precisam ser feitas para fabricantes e distribuidores sediados no Brasil. Deve-se atentar para o fato de que a cobertura tradicional para o transportador é exclusivamente decorrente de culpa comprovada dele (responsabilidade civil). Se, por excesso de chuva, a ponte cair junto com o caminhão da transportadora, o seguro não indeniza. Nesse caso, o embarcador ou o transportador deve contratar a cobertura de danos da natureza, casos fortuitos e força maior. A instalação é normalmente de responsabilidade do integrador ou de um “epecista” (nos casos de grandes projetos), bem como os riscos inerentes a essa etapa. Por isso, via de regra é ele quem contrata o seguro de riscos de engenharia. Entretanto, esse seguro é muito importante para o cliente final ou investidor; afinal, é o dinheiro dele que está em jogo. Assim, o ideal é que ele o contrate, e não o integrador. O seguro de riscos de engenharia é fundamental, pois cobre acidentes com a obra e com terceiros.

Ele precisa prover cobertura para acidentes decorrentes de causas naturais, execução inadequada da instalação, erro de projeto e falha de equipamentos, bem como para roubo de equipamentos e ferramentas de pequeno porte. As coberturas de desentulho e despesas extraordinárias não são tão importantes para pequenos sistemas. Esse seguro deve cobrir também o período de garantia técnica do sistema – a chamada cobertura de manutenção ampla. Outro ponto importante: se o seguro de transporte nacional não contemplar cobertura para carga e descarga, é preciso incluí-la no seguro de riscos de engenharia. As coberturas para terceiros precisam ser bem amplas, porque cada vez mais têm sido utilizadas para indenizar dano moral e perdas financeiras, por exemplo. Quando o sistema está funcionando (fase de operação e manutenção ou O&M), é importante contratar o seguro de riscos diversos para equipamentos, de vigência anual, para cobrir quaisquer acidentes decorrentes de fatores externos. Podem ser incluídas co-

berturas adicionais como danos elétricos, vendaval e roubo. No caso de grandes usinas, recomenda-se a contratação também do seguro paramétrico, que cobre a produção de energia quando a insolação ficar abaixo da média histórica contratada com a seguradora. Aqui, demos exemplos de algumas coberturas essenciais, mas cada projeto deve ser cuidadosamente analisado para que o consultor de seguros possa montar um pacote que realmente proteja o investimento de todos os envolvidos nessa importante cadeia da economia brasileira.

Edmur de Almeida é sócio e diretor da Alfa Real Consultoria e Corretagem de Seguros, sócio da ABGR, diretor da ANSP, Certified Financial Planner (CFP®) pela Planejar e Coordenador da Comissão Técnica de Seguros de Crédito, Garantia e Fiança Locatícia do Sincor-SP e da Fenacor.

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Entrevista

A RBS Magazine traz uma entrevista exclusiva com GERSON MAX, gerente de negócios da Premium Solar. RBS Magazine - Como e quando surgiu a atuação da Premium Solar no setor de geração distribuída e energia solar fotovoltaica? O DNA do Grupo Premium é Importador e Distribuidora de Tecnologias de Segurança Eletrônica, Proteção Perimetral, Alarmes, CFTV, Controle de Acesso, Redes, Fibra Ótica e demais itens relacionados á Automação Predial/Residencial. Sempre acompanhando as tendências do mercado, junto com a evolução de produtos, já havíamos detectado essa convergência de atenções do mercado para a energia solar desde 2015, pois buscamos estar em todas as feiras importantes no cenário mundial. Portanto, ao final daquele ano, estabeleceu-se uma Unidade Premium Solar, que a partir de 2017 se lançou no mercado nacional com parcerias estratégicas que nos colocam entre as principais opções como fornecedores para este novo e crescente mercado. RBS Magazine - Quais as principais soluções que a empresa oferece para o setor de GDFV no Brasil? Como Distribuidores, sabemos que estoque a pronta entrega, preço justo e atendimento são primordiais para sermos o parceiro de confiança de nossos Clientes; assim, fornecedores de primeira grandeza são nossa garantia de oferecer desde simples insumos e acessórios até sistemas completos de GDFV. Dispomos de "kits" geradores já formatados em diversas potências, com todos os tipos de fixação e também "kits" geradores "Plug'nPlay" como definimos nossos competitivos sistemas de geração com micro inversores que simplificam a operação e otimizam o investimento, tanto de nosso Cliente

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Integrador/Instalador, como do cliente final. Também para projetos mais específicos, contamos com o respaldo de nossos fornecedores para soluções "on demand", o que nos possibilita oferecer suporte aos nossos clientes desde a etapa inicial de planejamento. Oferecemos uma excepcional solução para projetos de médio e grande porte, que é o monitoramento "módulo por módulo", IMM (Individual Module Monitoring). Este tipo de painel solar da renomada marca alemã AEG, importado e distribuído no Brasil exclusivamente pela PREMIUM SOLAR, traz em sua junction box um chip de monitoramento que permite que se faça a leitura das condições de operação de cada módulo individualmente. Até agora, o que o mercado oferecia era apenas o monitoramento até o inversor, ou no máximo até o nível de "string"; com a tecnologia IMM, além de identificar qual módulo tem algum comportamento anormal, temos o diagnóstico exato da falha (hotspot, PID, sujeira, falha de isolamento, etc) evitando assim pesados gastos com a manutenção de um sistema gerador, pois através de um gateway e software, pode se fazer uma análise precisa, á distância, otimizando o OPEX de uma obra.

gle phase) bem como a linha Trifásica ( de 10Kw até inversores de 80Kw com 4 MPPT). Os micro inversores HOYMILES com garantia de fábrica de 12 anos (Versões 500, 600 e 1200w) e com monitoramento totalmente WiFi também são importados e distribuidos pela PREMIUM SOLAR. Os módulos AEG (marca alemã) também fazem parte de nosso portfólio; 60 e 72 células Poly e Monocristalinos. Temos a completa linha de proteções, tanto para CC quanto AC das mundialmente reconhecidas ZJBeny, Onesto e as stringbox com DPS Dehn (alemães) da Proauto. Sistemas de fixação totalmente em alumínio e aço inox para todos os tipos de telhado e instalações bem como um moderno tipo de fixação que dispensa o uso de parafusadeiras na instalação dos grampos finais ou intermediários chamado de speed-click. (Consulte nosso site) RBS Magazine - A Premium Solar vai participar da 3a EXPOGD em Fortaleza, qual a expectativa da empresa e também qual a importância de eventos segmentados para o desenvolvimento da cadeia produtiva do setor no Brasil?

RBS Magazine - Quem são os principais parceiros da Premium Solar para fornecimento de soluções no setor?

Acreditamos que eventos como o CBGD e EXPOGD tem contribuído muito para o crescimento e amadurecimento do mercado FV, ao fornecer o intercâmbio de conhecimento e experiências entre as partes envolvidas neste setor: indústria, comércio e serviços, além de incluir o setor acadêmico e governamental nesse ciclo virtuoso.

Somos Distribuidores Autorizados dos inversores FRONIUS e GROWATT, com a completa linha de 3Kw a 8.2 Kw (sin-

Iremos participar nesta 3a EXPOGD para reafirmar a nossa presença nesse importante mercado.

Importante salientar que esta tecnologia já se encontra disponível no Brasil e á disposição de todos os integradores que buscam otimizar seu investimento em GD.


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Sicredi Vale do Rio Pardo amplia em 150% volume em FINANCIAMENTO DE EQUIPAMENTOS DE GERAÇÃO FOTOVOLTAICA Expectativa da cooperativa é fechar o ano de 2018 com o financiamento de R$ 35 milhões Vale do Rio Pardo – A busca por geração de energias mais limpas e sustentáveis, aliada à alta constante nas taxas de energia elétrica e à oferta de linhas de financiamento mais acessíveis para aquisição de equipamentos têm contribuído de forma decisiva para o crescimento do mercado de energia elétrica fotovoltaica. A Cooperativa Sicredi Vale do Rio Pardo, uma das pioneiras na linha de crédito para aquisição de equipamentos para geração fotovoltaica no Sistema Sicredi, pretende fechar 2018 com R$ 35 milhões em crédito para produção de energia. “Fechamos o mês de agosto com R$ 27,6 milhões, em torno de 150% de crescimento com relação ao ano passado, quando financiamos R$ 10,8 milhões”, destaca o diretor Executivo da Sicredi VRP, Márcio Algayer. Para o presidente da Sicredi VRP, Heitor Álvaro Petry, os investimentos em geração de energia elétrica a partir da radiação solar são sinônimo de sustentabilidade e agregação de importante valor para os associados. “Trata-se de produção de energia limpa, renovável e por que não dizer fonte inesgotável na medida em que tem o sol como sua fonte”, argumenta. Numa consideração mais ampla é possível dizer que resulta também na mitigação de emissão de CO2 e outros impactos ambientais causados pelas formas tradicionais de geração de energia elétrica. Foi pensando nestes aspectos, entre outros, que a Sicredi VRP criou uma linha de crédito específica para a aquisição de equipamentos de geração fotovoltaica, de fácil acesso, que permite ao associado, ao financiar, converter o valor da sua conta de luz em investimento, uma vez que a parcela é adequada ao seu equivalente, o que representa importante agregação de valor e benefício a sua família ou negócio. “Passamos a aplicar, com mais in-

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tensidade, o que chamamos de círculo econômico virtuoso, pois com o dinheiro captado na região, financiamos projetos de geração de energia na região e o dinheiro permanece circulando na economia regional”, ressalta. Petry afirma estar muito satisfeito com o excelente desempenho da Sicredi Vale do Rio Pardo nos financiamentos de equipamentos para geração de energia fotovoltaica. “O incentivo ao uso da energia solar reforça o nosso compromisso com a comunidade que estamos inseridos, promovendo o desenvolvimento sustentável, com estímulo à produção de energia limpa”, enfatiza Petry. Até o momento, conforme o presidente, são 284 projetos implementados, sendo 191 para pessoa jurídica e 93 para pessoa física, nos nove municípios de atuação da cooperativa. Desempenho – Santa Cruz do Sul lidera o número de financiamentos, com 145 usinas instaladas, no valor de R$ 15 milhões, seguida de Venâncio Aires, com 61 projetos (6,6 milhões) e Vera Cruz, com 28 microusinas (R$ 2,2 milhões). No entanto, todos os nove municípios da base de atuação da Cooperativa Vale do Rio Pardo, já realizaram financiamentos de microusinas. Em Herveiras, por exemplo, já são quatro usinas instaladas, com R$ 251 mil financiados pela cooperativa. Na média, em cinco anos, o associado consegue pagar o equipamento financiado, que tem estimativa de vida útil de 25 anos. “Assim, restam em torno de 20 anos que o equipamento estará ainda gerando ener-

gia após estar todo pago”, completa Petry. Além dos benefícios diretos aos associados, a comunidade toda se beneficia, pois estes investimentos têm contribuído muito para o fortalecimento e surgimento de novas empresas do ramo fornecedor, gerando empregos, renda e inclusive mais tributos aos cofres públicos. Santa Cruz do Sul consta nos registros da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) como o município líder no Rio Grande do Sul em número de unidades (cerca de 320) e potência instalada. Em termos de Brasil, está na quinta posição em potência instalada. “Ficamos muito felizes em contribuir para este desempenho, pois a maior parte destas usinas foi fomentada com financiamento da Sicredi”, conclui o presidente. Hospital Ana Nery – Entre os projetos financiados pela Sicredi VRP, destaque para a maior usina solar em hospital do Brasil, instalada em dezembro de 2017 junto ao Hospital Ana Nery. Com sete meses de funcionamento, a economia gerada para a casa de saúde fica em torno de 25 e 35% ao mês, conforme a incidência de sol. Matéria com informações Assessoria de Imprensa da Sicredi Vale do Rio Pardo: Four Comunicação.

Foto: Usina do Hospital Ana Nery financiada pela Sicredi VRP. Crédito foto: Divulgação.


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Pioneirismo: essa é a marca da Energy Green Brasil. Desde 2012 acumulando experiências com energias renováveis, nosso time está sempre pronto para encarar os diversos desafios do mercado energético. Uma Canadian Solar Authorized Reseller filiada à ABGD e ao Sindienergia-CE.

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Sistemas Fotovoltaicos - Faça chuva ou faça sol Luciana Natividade *

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Fator Seguradora iniciou suas atividades em 2008 com o objetivo de atender clientes corporativos nos segmentos de Construção Civil, Concessões Rodoviárias, Siderurgia, Energia, Empreendimentos Imobiliários, Construção Naval, Óleo e Gás1. Com atuação especializada em médios e grandes riscos, a seguradora desenvolve soluções e coberturas para Seguro Garantia, Fiança Locatícia, Responsabilidade Civil, D&O e E&O, Riscos de Engenharia, RD Equipamentos, Riscos Paramétricos e Riscos Patrimoniais para Geradoras de Energia. A Fator Seguradora atua em diversos segmentos do mercado oferecendo soluções customizadas para demandas de pessoas jurídicas, o que se torna possível graças a uma equipe técnica capaz de encontrar soluções estruturadas para problemas complexos. Torres de negócios A torre de negócios Garantias, a mais tradicional e conhecida pelos corretores, oferece, além do seguro garantia tradicional, o produto Fiança Locatícia para pessoas jurídicas. A Fiança Locatícia já está crescendo de forma acelerada. Outra torre de negócios é a de Responsabilidades, que oferece os produtos de Responsabilidade Civil Geral, Responsabilidade Civil Profissional e Responsabilidade Civil dos Administradores. Nesta torre, o destaque tem sido o ramo * Diretora Comercial da Fator Seguradora

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de Responsabilidade Civil Profissional que atende a mais de trinta atividades profissionais. A torre Engenharia, por sua vez, oferece os produtos de Riscos de Engenharia para grandes obras de infraestrutura, Riscos Patrimoniais e Nomeados, com foco em empresas do setor de energia. Recentemente, passamos também a oferecer apólices de RD Equipamentos, que é aplicável tanto para equipamentos da linha amarela, que são aqueles que operam na construção civil, quanto para sistemas fotovoltaicos, entre outros, e Riscos Paramétricos. Riscos Paramétricos Também na Torre Engenharia está o mais novo produto da companhia: Riscos Paramétricos. Trata-se de um produto muito novo no Brasil, embora amplamente comercializado principalmente na América do Norte e Europa. Sua finalidade é proporcionar indenização ao Segurado por perdas financeiras decorrentes da falta ou redução de recursos naturais, especialmente vento e chuva. Diferentemente de vários outros produtos de seguro em que é necessário que haja um dano efetivo para que caracterização do sinistro, neste produto não há necessidade de haver tal dano. O que configura o sinistro no caso do produto paramétrico é a frustração da expectativa de receita do segurado decorrente da falta ou redução do recurso natural, a partir de parâmetros previamente definidos.

Aplicável a empresas atuantes em diversos setores, incluindo o agronegócio, o produto da Fator foi desenvolvido exclusivamente para as empresas geradoras de energia que, sem dúvida, são absolutamente suscetíveis ao fator climático.

“O seguro paramétrico cobre a falta ou excesso de chuva, sol e vento. A cobertura é única para a quebra ou a redução da receita decorrente da falta ou redução da fonte energética.” – Luiz Alberto Pestana – Diretor Técnico da Fator Seguradora S.A. C

No caso das empresas geradoras de energia que tenham como fonte natural os recursos hídricos, ainda é muito recente a memória da seca de 2014 que afetou drasticamente a vazão dos principais rios do Sudeste do país, prejudicando muito o reservatório das hidrelétricas e com isso afetando a capacidade produtiva de várias usinas. Muito embora a crise já tenha passado, para todos ficou

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claro que esse é um problema não solucionado, e que provavelmente venhamos a ter que enfrentá-lo novamente num futuro não muito distante. Já para as empresas geradoras que utilizam como fonte natural o vento ou a energia solar, as quais podem ter um menor receio quanto a um problema de redução ou falta do recurso natural, o seguro permite um maior arrojo no percentual de comprometimento da venda futura de energia com total segurança, o que impacta muito positivamente o resultado financeiro do negócio. A forma de contratação do seguro é a risco absoluto, o que significa que a seguradora responde integralmente pelos prejuízos decorrentes dos riscos cobertos. A regulação do sinistro é feita sempre ao término de vigência da apólice mediante a comparação de parâmetros que determinarão o valor a ser indenizado. Estes parâmetros definidos na contratação e que nortearão o cálculo da indenização são o índice de produção energética anual virtual que é a média da produção Anúncio_AlfaReal_Impressão.pdf 1 28/09/2018 15:35:32 energética calculada com base

em dados históricos de recursos naturais para um período de 15 a 35 anos para a localização onde se encontra o segurado, e ainda, o índice de produção energética real prevista que normalmente é baseada nos dados anteriores de produção de energia da unidade geradora. Diferentemente de outros produtos que possuem condições genéricas de contratação, este produto é totalmente personalizado para as necessidades de cada segurado, de modo que a atuação dos corretores de seguro é, mais do que nunca, fundamental para a correta identificação de tais necessidades, assim como na orientação ao segurado no ato da contratação.

projeto, ao próprio construtor ou a terceiros. O seguro poderá ser contratado à construtoras, investidores, empreendedores, instaladores de máquinas e equipamentos comerciais e industriais. Riscos Diversos Equipamentos O seguro de RD Equipamentos visa garantir prejuízos decorrentes de danos elétricos, quedas, alagamentos, roubos, entre outros, ocorridos em máquinas e equipamentos voltados as operações comerciais, industriais e construção civil. São objeto deste seguro, equipamentos tais como: • Sistemas fotovoltaicos

Riscos de Engenharia

• Empilhadeiras

É o seguro destinado à proteção contra danos ocorridos nas obras de infraestrutura e nas instalações e montagens de equipamentos nos mais diversos tipos de indústria, inclusive sistemas fotovoltaicos. Eventos de origem súbita e imprevista podem acontecer numa obra e na instalação/ montagem de equipamentos, causando prejuízos ao proprietário do

• Compressores • Guindastes • Guincho Munk • Retroescavadeiras • Entre outros

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A 3ª REVOLUÇÃO ENERGÉTICA E A CONTRIBUIÇÃO DO BRASIL Fernando Alcoforado*

ABSTRACT - The purpose of this article is to emphasize the imperative need of the 3rd Energy Revolution in the world aiming to reduce greenhouse gas emissions and, consequently, to avoid the catastrophic global climate change, as well as to present Brazil's contribution in this regard. Keywords - Bases of the 3rd Energy Revolution in the world. The 3rd Energy Revolution in Brazil. RESUMO – O objetivo deste artigo é enfatizar a necessidade imperiosa da 3ª Revolução Energética no mundo visando reduzir as emissões de gases de efeito estufa e, consequentemente, evitar a catastrófica mudança climática global, bem como apresentar a contribuição do Brasil neste sentido. Palavras chave – Bases da 3ª Revolução Energética no mundo. A 3ª Revolução Energética no Brasil.

1. Bases da 3ª Revolução Energética no mundo

zada. A 1ª revolução energética ocorreu simultaneamente com o advento da 1ª Revolução Industrial. Dotado Na segunda metade do século de um poder calorífico bem supeXVIII, ocorreu na Inglaterra a 1ª re- rior aos dos combustíveis até então volução energética no mundo com utilizados, o carvão proporcionava o uso do carvão em substituição à energia bem maior para o mesmo madeira até então amplamente utili- volume, além de ser mais fácil e econômica para transportá-lo. O desen* Fernando Alcoforado, membro da Academia Baiana de volvimento das minas de carvão e a Educação, engenheiro e doutor em Planejamento Terriinvenção da máquina a vapor deram torial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de nascimento na Europa e no Ocidente Barcelona, professor universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresaa uma nova economia. rial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, ex- Secretário do Planejamento de Salvador (1986/1987) e ex-Subsecretário de Energia do Estado da Bahia, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des) ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http:// www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012), Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015), As Grandes Revoluções Científicas, Econômicas e Sociais que Mudaram o Mundo (Editora CRV, Curitiba, 2016) e A Invenção de um novo Brasil (Editora CRV, Curitiba, 2017).

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A máquina a vapor aciona as máquinas nas fábricas, as locomotivas nas primeiras ferrovias e os navios que substituem as embarcações movidas a vela. As pessoas, as mercadorias, os capitais e as ideias passam a circular a uma velocidade até então desconhecida. Rapidamente um novo ambiente de descortina com o surgimento das primeiras metrópoles e de mudanças na organização social. A 1ª revolução energética ficou circunscrita à Europa, inicialmente na Grã-Bretanha e, em seguida, no continente europeu e, depois, nos Estados Unidos no início do século XX. A 2ª revolução energética, que coincidiu com 2ª Revolução Indus-

trial, ocorreu com o advento do petróleo e da eletricidade. A utilização do petróleo como fonte de energia no mundo teve seu início nos Estados Unidos com a exploração do primeiro poço em 1901 no Texas. Da mesma forma que a máquina a vapor foi determinante para o advento do carvão como fonte de energia, o motor a explosão interna exerceu o mesmo papel com o advento do petróleo. A descoberta de um vetor energético como a eletricidade e a invenção das máquinas elétricas no século XIX, juntamente com a introdução dos veículos automotores, lançaram as bases para a introdução da moderna sociedade de consumo, caracterizada por uma intensidade energética nunca vista na história da humanidade. De uma forma ou de outra, todas as atividades humanas sobre a Terra provocaram alterações no meio ambiente em que vivemos. Muitos destes impactos ambientais são provenientes da geração, manuseio e uso da energia que é responsável por 57% da emissão de gases do efeito estufa na atmosfera conforme está indicada no Quadro 1 a seguir:


Quadro 1 - Principais causas do efeito-estufa na atmosfera

Fonte: LASHOF, D. A., & TIRPAK, D. A., 1990.

A expressiva contribuição do uso e da produção de energia na emissão dos gases do efeito estufa pode ser constatada com a elevada participação em 2015 na matriz energética mundial das fontes não renováveis de energia (petróleo, carvão, gás natural e nuclear) que correspondeu, aproximadamente, a 86% da matriz energética mundial, cabendo apenas 14% às fontes renováveis, enquanto, no Brasil, a participação das fontes não renováveis de energia correspondeu a 56% e as fontes renováveis a 44% da matriz energética brasileira, de acordo com dados da EPE - Empresa de Pesquisa Energética, órgão ligado ao Ministério de Minas e Energia.

do por este acréscimo de CO2 e de outros gases na atmosfera.

nacional de Energia (AIE), ao projetar as tendências recentes, faz previsão de aumento de 50% da demanda energética até 2030, com a continuada dependência dos combustíveis fósseis, se nada for feito. A Agência Internacional de Energia (AIE) advertiu que "o mundo se encaminhará para um futuro energético insustentável" se os governos não adotarem "medidas urgentes" para otimizar os recursos disponíveis (VEJA, 2011).

Para evitar a mudança climática catastrófica, é preciso que, entre ouSe não houver redução imediata tras medidas, seja levada avante no na emissão de gases de efeito estufa mundo a 3ª revolução energética que os meios de adaptação que venham deveria contemplar a adoção de soa ser utilizados não serão suficientes luções que contribuam para eliminar e a vida no planeta ficará ameaçada. ou mitigar as causas do efeito estufa, isto é, com a eliminação ou redução As mudanças climáticas não dei- do consumo de combustíveis fósseis xarão nenhuma parte do globo ter- na produção de energia, nos transrestre intacta. Caso não haja redução portes, na indústria, na agropecuária das mudanças climáticas, os cientis- e nas cidades (residências e comértas preveem impactos severos e irre- cio) com sua substituição por fontes versíveis para a humanidade e para renováveis de energia e o aumento os ecossistemas. Meios de vida serão da eficiência energética, haja vista o interrompidos por tempestades, por uso e a produção de energia serem inundações decorrentes do aumento responsáveis por 57% dos gases de do nível do mar que pode submergir estufa emitidos pela atividade humaEsta enorme dependência de muitas ilhas, países e cidades litorâ- na. fontes não renováveis de energia neas e por períodos de seca e calor tem acarretado, além da preocupa- extremo em todo o mundo. Eventos A 3ª revolução energética resulção permanente com o esgotamento climáticos extremos podem levar à tará da implantação de um sistema destas fontes, a emissão de grandes desagregação das redes de infraes- de energia sustentável em escala plaquantidades de dióxido de carbono trutura e serviços. Há risco de inse- netária. (CO2) na atmosfera que em 1973 foi gurança alimentar, de falta de água, de 16,2 bilhões de toneladas anuais e de perda de produção agrícola e de A 3ª revolução energética signifiem 1998 foi da ordem de 23 bilhões meios de renda, particularmente em ca, fundamentalmente, maximizar a de toneladas, aproximadamente o populações mais pobres. produção mundial de energia renovádobro da quantidade emitida em vel e minimizar o de fontes não reno1965 (ALCOFORADO, 2015). Se as O Brasil e o mundo estão diante váveis de energia que são essenciais projeções de suprimento de energia de um desafio que é o de não permi- para se obter um sistema de energia da Agência Internacional de Energia tir um aquecimento global no século sustentável no futuro. Isto requererá (AIE) forem confirmadas, o valor das XXI superior a dois graus centígrados. o uso da biomassa e da energia hiemissões de carbono deverá aumendroelétrica, das energias solar, eólitar alcançando 58 bilhões de tonelaPara evitar um aquecimento do ca, geotérmica e das marés em todo das anuais de CO2 em 2020 se nada planeta superior a 2º C, seria preci- o mundo. Essa transição histórica de for feito (VEJA, 2011). so impedir que as concentrações de energias só ocorrerá com mudanças dióxido de carbono alcancem os 58 fundamentais na política energética Como consequência da utilização bilhões de toneladas anuais previs- da grande maioria dos países. Um sisde combustíveis fósseis (petróleo, tos para 2020 e estabilizá-las em 44 tema de energia sustentável somente carvão e gás natural) no uso e produ- bilhões de toneladas sem a qual o será possível, também, se a eficiência ção de energia, o teor de dióxido de mundo se defrontaria até o final do energética for muito aperfeiçoada. carbono na atmosfera tem aumenta- século XXI com uma mudança climádo progressivamente, levando mui- tica catastrófica que pode ameaçar a 2. A 3ª Revolução Energética tos especialistas a acreditarem que sobrevivência da humanidade. no Brasil o aumento da temperatura média da biosfera terrestre, que vem sendo Reduzir as emissões de gases do Para otimizar os recursos energéobservado há algumas décadas, ocor- efeito estufa é um desafio gigantesco. ticos disponíveis no Brasil, é preciso ra devido ao “Efeito Estufa” provoca- Basta considerar que a Agência Inter- realizar uma revolução energética RBS Magazine

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que contribua para a redução das fontes de energia responsáveis pela emissão de gases do efeito estufa, como é o caso do carvão, petróleo e gás natural com o uso de fontes renováveis de energia (solar, eólica e biomassa) e com a adoção, também, de medidas de eficiência energética. 2.1 - A revolução energética no setor elétrico do Brasil O setor elétrico no Brasil utiliza 18,3% de fontes não renováveis de energia (carvão, derivados de petróleo, gás natural e nuclear) na geração de eletricidade, enquanto utiliza 81,7% de fontes renováveis de energia (solar, eólica, geotérmica, maré, biomassa e hidráulica). A otimização dos recursos do setor elétrico, exigiria a adoção de medidas propostas pelo Greenpeace baseadas no Cenário da Revolução Energética 2050 que considera que 88% da eletricidade produzida no Brasil seriam provenientes de fontes renováveis de energia (GREENPEACE, 2010). A geração prevista de eletricidade seria de 1077 TWh/ano e haveria uma economia de energia de 413 TWh/ano através de medidas de eficiência energética. O pacote da Revolução Energética proposto pelo Greenpeace exclui a geração de eletricidade a partir de óleo combustível, diesel, carvão e, também, nuclear. Esta proposta está apresentada no Quadro 2 a seguir: Quadro 2- Geração total: 1077 TWh/ano; Eficiência energética: 413 TWh/ano

Fonte: Greenpeace, 2010.

2.2- A revolução energética nos setores de petróleo, carvão, gás natural e nuclear do Brasil A participação das fontes não renováveis de energia (petróleo e derivados, carvão, gás natural, nuclear 54

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e outras não renováveis) na matriz energética brasileira correspondeu em 2015 a 56% do total e as fontes renováveis (hidráulica, derivados de cana, lenha e carvão vegetal e outras renováveis) a 44% do total. Para os setores de carvão, petróleo, gás natural e nuclear, deveriam ser adotadas todas as soluções que levem à redução de seu consumo com sua substituição por fontes renováveis de energia. Neste sentido, é preciso efetuar a: 1) substituição da gasolina pelo etanol e do diesel pelo biodiesel em curto prazo no setor de transporte; 2) substituição da gasolina e do diesel pelo hidrogênio a médio e longo prazo no setor de transporte; 3) substituição do óleo combustível pelo gás natural e biomassa na indústria; 4) substituição do carvão mineral pelo gás natural na indústria; 5) substituição do óleo diesel pela biomassa e gás natural na geração de energia; 6) substituição do GLP pelo gás natural no setor residencial e de serviços; e, 7) utilização da energia solar e eólica em substituição à energia nuclear e termelétrica convencional que usa carvão e derivados de petróleo. O uso do gás natural como substituto do carvão mineral e derivados de petróleo se deve ao fato de ser o menos poluente dos combustíveis fósseis. Adicionalmente, é imprescindível a adoção de políticas energéticas no Brasil visando a execução de programas que contribuam para redução do consumo de petróleo através de medidas de economia de energia. Estas políticas são as seguintes: 1) produzir vapor e eletricidade na indústria com o uso de sistemas de cogeração; 2) incentivar as montadoras de automóveis e caminhões no sentido de elevar a eficiência dos veículos automotores para economizar energia; 3) expandir os sistemas ferroviários e hidroviários para o transporte de carga em substituição aos caminhões; 4) expandir o sistema de transporte coletivo, sobretudo o transporte de massa de alta capacidade como o metrô ou VLT para reduzir o uso de automóveis nas cidades; 5) restringir o uso de automóveis nos

centros e em outras áreas das cidades; 6) incentivar a fabricação de carros elétricos; e, 7) fabricar máquinas e equipamentos de maior eficiência para economizar energia.

BIBLIOGRAFIA ALCOFORADO, Energia no Mundo e no Brasil. Curitiba: Editora CRV, 2015. EPE. Matriz Energética e Elétrica. Disponível no website <http://www.epe.gov. br/pt/abcdenergia/matriz-energetica-e-eletrica>. LASHOF, D. A., & TIRPAK, D. A. Policy Options for Stabilizing Global Climate. New York: Hemisphere Publishing, 1990. GREENPEACE. [R]evolução energética. Disponível no website < http://greenpeace.org.br/revolucao/>. _____________. [R]evolução energética- A caminho do desenvolvimento limpo. Disponível no website <http://www. greenpeace.org/brasil/Global/brasil/report/2010/11/revolucaoenergeticadeslimpo.PDF>, 2010. _____________. Investimento em energias renováveis pode gerar economia de US$ 180 bilhões por ano. Disponível no website < http://www.greenpeace. org/brasil/pt/Noticias/investimento-em-energias-renov/>, 2007. VEJA. AIE: mundo se encaminha para futuro energético insustentável. Disponível no website <https://veja.abril.com.br/ economia/aie-diz-que-mundo-se-encaminha-para-futuro-energetico-insustentavel/>, 2011.


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