RBS Magazine ED. 13

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Clรกudio F. Oliveira e Michael Curi Debiazi Zomer, Ricardo Ruther e Daniel Kunz


Artigo

ESTADO DA ARTE DE BATERIAS AVANÇADAS PARA SISTEMAS FOTOVOLTAÍCOS Maria de Fátima N. C. ROSOLEM ( mfatima@cpqd. com. br) Daniel Robson Pinto ( danielp@cpqd. com. br) Raul F. BECK ( raul@cpqd. com. br) - Fundação CPqD, Área de Sistema de Energia Ildo BET ( ildo@phb. com. br) Paulo GAIDZINSKI ( engenharia@phb. com. br) - PHB Eletrônica

O debate em torno do aquecimento global tem se intensificado em todo mundo e, cada vez mais, os países estão realizando acordos de metas de redução das emissões de gases de efeito estufa na atmosfera. Por outro lado, o Brasil possui uma matriz energética com grande predominância de fontes de energia renováveis, com especial destaque à geração hidráulica com usinas hidroelétricas. Um fato importante também verificado nos últimos anos é a participação mais significativa de outras fontes de geração de energia, entre eles a energia eólica, que segundo o Balanço Energético Nacional (divulgado pela Empresa de Pesquisa Energética - EPE), correspondeu a 2% de todo a energia elétrica gerada em 201 5.

tes solar e eólica é que estes dependem de forças da natureza, como o sol e o vento, as quais sofrem variações de intensidade de acordo com as condições climáticas, resultando em uma geração de energia não constante. A estabilização dessa geração e o aumento da confiabilidade do sistema podem ser obtidos pela utilização de acumuladores de energia, que são dispositivos que armazenam, de diversas formas, a energia elétrica excedente para posterior utilização. Existem diversas tecnologias de acumuladores elétricos, sendo classificadas em quatro grupos, de acordo com a forma que a energia elétrica é armazenada. No primeiro grupo, a energia

é armazenada na forma de carga elétrica, tal qual são os supercapacitores, que são sistemas que conseguem disponibilizar altas taxas de potência num curto intervalo de tempo, mas têm baixa autonomia (utilizadas geralmente para gerenciamento de energia, tal como, em regulação de frequência da rede elétrica de distribuição). O segundo grupo armazena energia a partir da energia cinética, sendo um bom exemplo os flywheels, que são grandes massas girantes onde a energia é armazenada através do giro em altas velocidades de seus rotores. O terceiro grupo utiliza a energia potencial, como o bombeamento hidráulico (PHS) ou armazenamento de ar comprimido (CAES).

O quarto e maior grupo de armazenamento de energia para aplicações estacionárias é o químico. Por meio das tecnologias eletroquímicas de armazenamento, isto é, as baterias, a eletricidade é armazenada eficientemente na forma de produtos químicos e, de acordo com a demanda, através de reações reversíveis, converte energia química em elétrica e vice-versa. A bateria utilizada para armazenar energia em conjunto com fontes renováveis deve ser confiável, durável e segura. Buscando identificar as tecnologias de maior interesse, apresenta-se na Figura 1 a potência e o tempo de descarga para diversos tipos de tecnologias de armazenamento de energia.

Observa-se também neste balanço a ausência de geração fotovoltaica (FV) na matriz energética brasileira, porém, este quadro tende a se alterar nos próximos anos devido à ocorrência de algumas ações que colocarão a geração FV como um importante vetor energético no país. Apesar do crescimento, a vulnerabilidade dos sistemas de geração de energia por fon-

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Figura 1 - Potência disponibilizada em função das tecnologias de sistemas de armazenamento de energia


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BATERI A: CON CEI TOS BÁSI COS

Fisicamente, a unidade básica de uma bateria é a célula, também denominada de elemento. A associação de dois ou mais elementos, em série ou em paralelo (ou ambos) constitui uma bateria. Uma bateria recarregável (também denominada de bateria secundária) é um dispositivo que permite a recarga e a possibilidade de ser usada muitas vezes sem danificar seus materiais internos. Ela é capaz de armazenar e gerar energia elétrica mediante reações eletroquímicas de oxidação (perda de elétrons) e redução (ganho de elétrons).

zar até que sua capacidade se reduza ao valor percentual limite – especificado por tecnologia – em relação ao valor nominal). Entretanto, para aplicações estacionárias, como para estabilização da rede ou integração com energias renováveis, os parâmetros mais importantes são: a capacidade de ciclabilidade da bateria, custo e confiabilidade.

zar até que sua capacidade se reduza ao valor percentual limite – especificado por tecnologia – em relação ao valor nominal). Entretanto, para aplicações estacionárias, como para estabilização da rede ou integração com energias renováveis, os parâmetros mais importantes são: a capacidade de ciclabilidade da bateria, custo e confiabilidade.

Para aplicação em sistemas FVs, conectado ou não a rede elétrica, é desejável que a bateria apresente uma elevada capacidade de operar em regimes de ciclos de carga/descarga, um tempo de recarga reduzido, baixa manutenção, boa resistência em operar em condições de temperatura extremas (principalmente elevadas) e que seja segura. TECN OLOGI AS DE BATERI AS

Geralmente a confiabilidade dos sistemas de armazenamento de energia deve coincidir com a confiabilidade das linhas de transmissão elétrica, que deve ser de 99,9%. Desta forma, na última década, há uma busca de avanços tecnológicos não só na física e química dos acumuladores elétricos, bem como na melhoria de seus processos fabris, a fim de produzir dispositivos mais confiáveis, com vida útil longa e custo reduzido. Outra preocupação é que estes incorporem materiais e processos que sejam amigáveis com o meio ambiente.

Geralmente a confiabilidade dos sistemas de armazenamento de energia deve coincidir com a confiabilidade das linhas de transmissão elétrica, que deve ser de 99,9%. Desta forma, na última década, há uma busca de avanços tecnológicos não só na física e química dos acumuladores elétricos, bem como na melhoria de seus processos fabris, a fim de produzir dispositivos mais confiáveis, com vida útil longa e custo reduzido. Outra preocupação é que estes incorporem materiais e processos que sejam amigáveis com o meio ambiente.

Baterias Avançadas de Chumbo-ácido (Pb-ácida) A bateria chumbo-ácida domina, atualmente, o mercado de aplicações estacionárias de média intensidade de energia, sendo utilizada como fonte de backup. Sua popularidade deve-se principalmente ao fato de ser uma tecnologia madura, consolidada, com custo relativamente baixo e possuir processo de reciclagem de 1 00% de seus componentes.

Nestas reações, a transferência dos elétrons ocorre no circuito elétrico externo, o que gera a corrente elétrica. Quando a bateria é utilizada, isto é, na descarga, a energia química armazenada nos eletrodos (placas) se transforma direta e espontaneamente em energia elétrica. Na recarga ocorre o Sua estrutura é um sistema processo contrário, ou seja, eletroquímico no qual o armazenando a energia elétrica na forma química (compostos eletroquimica- Para aplicação em sistemas FVs, conectado ou não a remente ativos). de elétrica, é desejável que O desempenho de uma ba- a bateria apresente uma teria depende das caracte- elevada capacidade de operísticas de fabricação de rar em regimes de ciclos de seus elementos. Os parâme- carga/descarga, um tempo tros eletroquímicos mais de recarga reduzido, baixa utilizados para caracterizar manutenção, boa resistênuma célula ou bateria são: cia em operar em condições tensão (V), corrente (A), ca- de temperatura extremas pacidade específica (Ah), (principalmente elevadas) e potência específica (W), que seja segura. energia específica (Wh) e ciclos de vida (número de ci- (W), energia específica (Wh) clos de recarga/descarga e ciclos de vida (número de que a bateria poderá reali- ciclos de recarga/descarga Figura 2 - Esquema representando placas de chumbo e separadores em que a bateria poderá reali- bateria Chumbo-acida

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chumbo (e seus compostos), geralmente em forma de placas isolados eletricamente e imersas em um eletrólito, que é uma solução aquosa de ácido sulfúrico. O eletrólito da bateria chumbo-ácida pode estar na forma líquida (bateria ventilada) ou na forma imobilizada (em gel ou separador a base de micro fibra de vidro - AGM), conhecida como bateria chumbo-ácida regulada por válvula, ou VRLA. Durante o processo de recarga, seja de equalização ou flutuação, ocorre a eletrólise desta solução resultando na geração de hidrogênio e oxigênio gasosos. A evolução de gases varia entre as tecnologias, podendo ou não ser expelido para o meio ambiente quando sua válvula reguladora atinge uma determinada pressão interna (demandando reposição de água). Contudo, a tecnologia de baterias chumbo-ácidas tem evoluído. Entre as inovações recentes, destacam-se:

Figura 3: Baterias avançadas para sistemas de energia solar fotovoltaica.

em forma aspiral e com materiais de alto teor de pureza, tendo a capacidade de armazenar maior quantidade de energia que a grade plana;

Estudo para adição de aditivos, principalmente a base de carbono, na massa ativa negativa objetivando melhorar a aceitação de carga da bateria e seu desempenho quando em operação com correntes mais elevadas de recarga e descarga, Bateria de chumbo puro (in- bem como diminuir seu serida recentemente no tempo de recarga; mercado), com grades confeccionadas com chumbo Substituição completamende alto grau de pureza e te ou parcialmente da placa sem outros elementos de li- negativa de chumbo por ga, tais como cálcio ou an- carbono. A inserção desse timônio. O chumbo puro é material faz com que a bamais resistente ao processo teria apresente característide corrosão, assim esta ba- cas de supercapacitor, teria deverá apresentar aceitando recargas e desmaior vida útil em opera- cargas rápidas; ções que exigem temperatura elevada e ciclagem; BATERIAS DE LÍTIO-ÍON

eletroquímico e um dos metais com maior densidade energética, característica esta muito atrativa para aplicação em sistemas de armazenamento de energia.

O material mais utilizado no eletrodo negativo (anodo) é o grafite. Já o positivo (catodo) é composto por materiais à base de óxido metálico de Li, tais como LiMnO2 (óxido de manganês), LiCoO2 e LiFePO4 (ferro fosfato de Li), entre outras combinações. O eletrólito é sal de Li diluído em solventes orgânicos e embebido em um separador (material polimérico isolante elétrico, que possui porosidade suficiente para o transporte dos íons de Li e inerte perante o eletrólito e materiais dos eletrodos).

A primeira publicação sobre a utilização de Li em baterias foi em 1 958. Porém, foi somente em 1 991 , que a primeira bateria recarregável de Li-íon foi apresentada comercialmente (pela Sony). Desde então, devido às características atraentes desta bateria como acumulador de energia para aplicações que demandam alta densidade de energia e potência, este tipo tecnologia tem si- A segurança ainda é consido exaustivamente estuda- derada uma questão relevante e preocupante no que da e desenvolvida. diz respeito a essas bateriAs baterias a base de Li vem as, sendo o sobreaquecise destacando por apresen- mento e a sobrecarga as tarem um excelente desem- principais causas de acidenpenho em diversas tes. Outra questão imporaplicações, sendo até mes- tante é a temperatura, que mo consideradas as suces- acima de certos valores posoras naturais da bateria derá ocasionar a degradaInovação inserida na bateria O lítio (Li) é um metal leve chumbo-acida. ção das placas positiva e chumbo-ácida VLRA, com a com um elevado potencial negativa. confecção de suas grades

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A operação segura é garantida pelo circuito eletrônico BMS (Battery Management System), que monitora o funcionamento da bateria impedindo que ocorram condições de risco, como sobre e subcarga, elevação de temperatura, curto circuito externo, entre outras, desabilitando-a se um dos limites é ultrapassado e prevenindo a ocorrência de eventos indesejáveis. O BMS também tem a função de controlar o estado de carga das células,

ainda é o principal entrave. SÓDI O

CLORETO

DE

N ÍQU EL

(ZEBRA)

coordeanação e controle. Entre as desvantagens estão o seu peso e a temperatura de operação, que é em torno de 300 ºC, e o tempo de recarga, em torno de 8 horas. Além disso, como utiliza sua própria energia para manter essa temperatura, apresenta elevada autodescarga, da ordem de 1 0 a 1 2 % ao dia, exigindo uma recarga completa semanal.

A bateria de sódio com haleto metálico, conhecida como sódio cloreto de níquel (NaNiCl) ou mais popularmente como ZEBRA, é construída por um cátodo semissólido e uma membrana porosa impregnada com sal fundido de NaAlCl4 como eletrólito. A bateria ZEBRA é constituída Por outro lado, como a bateria

avançadas, as tecnologias de Li-íon e ZEBRA apresentam vantagens técnicas superiores às demonstradas pela bateria chumbo-ácida, no entanto, pela baixa escala de produção, seus custos ainda são elevados. Apesar disso, as tecnologias aqui abordadas já encontram-se em aplicação em várias plantas pilotos de sistemas FVs conectados ou não à rede de energia elétrica em locais como EUA, Japão e Europa, sendo que tais estudos baliza-

Paineis solares na cobertura do Estádio Mineirão, na cidade de Belo Horizonte-MG

que interligadas em sério e/ou paralelo, sofrem desbalanço, e a permanência neste estado poderá acarretar uma drástica redução de vida útil. Apesar disso, a tecnologia de Li-íon é muito promissora, apresentando diversas vantagens, que a torna atrativa principalmente para a utilização associada a sistemas eólicos e FVs. Porém, na contramão desses benefícios, o custo inicial

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por placas negativas de sódio fundido e por placas positivas de cloreto de níquel (NiCl2, quando em estado recarregado) ou níquel (Ni, quando em estado descarregado). Apresenta tensão de 2,58 V, com alta densidade de energia e baixa densidade de potência (90 Wh/kg e 1 50 W/kg). Consegue atingir entre 1 .500 a 3.000 ciclos e também apresenta um sistema de monitoração,

tem que ser mantida aquecida continuamente, apresenta bom desempenho em aplicações a temperaturas elevadas. Apresenta excelente característica para armazenagem, podendo ser estocada por anos sem qualquer tipo de manutenção, bastando recarregá-la para colocar em operação.

rão suas aplicações comerciais. A seleção da tecnologia a ser usada em determinada aplicação requer avaliação a partir do local a ser empregada e as condições ambientais e operacionais exigidas. Ressalta-se que para qualquer tipo de tecnologia a sua vida útil, levnado-se em conta o desempenho está intrinsecamente aliados a qualidade dos seus Entre as principais baterias materiais e da sua produção. CON CLU SÕES


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Artigo

I M PACTOS DE U M A I N TEGRAÇÃO FOTOVOLTAI CA AO DOM U S DO PLAN ETÁRI O DA G ÁVEA - RJ RESUMO

Isadora Pauli Custódio – isadorapcustodio@gmail.com Clarissa Debiazi Zomer – clazomer@gmail.com Ricardo Rüther – ricardo.ruther@ufsc.br Universidade Federal de Santa Catarina, Departamento de Engenharia Civil

ra a melhoria do desempenho em conformidade com a arquitetura (Urbanetz et al., 201 1 ; Zomer Este trabalho apresenta uma pro- energético do planetário. et al., 201 3). Novas maneiras de posta para a instalação de um sisintegração, como configurações tema fotovoltaico em substituição INTRODUÇÃO No meio urbano, a integração a curvas e/ou transparentes, tenaos vidros do domus do Planetário da Gávea - RJ. A proposta integra edificações é a aplicação mais dem a surgir, sobretudo devido à módulos fotovoltaicos semitrans- adequada para módulos fotovol- redução dos custos da tecnologia parentes de silício monocristalino taicos, pois permite a produção de fotovoltaica, à aceitação dos arquiem duas orientações opostas (nor- energia de maneira silenciosa, não tetos em incluí-la em seus projete e sul), assim como vidros parci- poluente, renovável e estática jun- tos, à sua sofisticação e à almente jateados que imitam o to ao local de consumo, minimi- responsabilidade social que ela zando os custos e as perdas transmite, estimulada por políticas padrão das células fotovoltaicas. A homogeneidade plástica do fe- associadas à transmissão e à dis- de incentivo e programas para etichamento do domus foi possível tribuição da energia (Rüther, 2004; quetagem de eficiência energética pela maneira singular utilizada pa- Li et al., 2009b; Urbanetz et al., em edificações (Prasad and Snow, ra a integração fotovoltaica às su- 201 1 ; Zomer et al., 201 3). Desta 2002; Urbanetz et al., 201 1 ; Zomer as fachadas. Devido à alta maneira, os módulos fotovoltaicos et al., 201 3). Em edifícios de uso radiação incidente no domus, o podem fazer parte do fechamento comercial e público no Brasil, a sistema fotovoltaico poderá gerar do edifício, das coberturas, facha- instalação de sistemas fotovoltaiaté 98% da demanda energética das e aberturas, ou constituírem cos é bastante adequada. anual da Nave Escola do planetá- um elemento construtivo, como Primeiramente, devido à alta rio. São também apresentados re- brises e marquises (Wong et al., quantidade de radiação solar incisultados de simulações 2008). Assim, os módulos fotovol- dente no país e, em seguida, pela computacionais que mostram taicos além de gerarem energia, coincidência do horário de gerauma melhora na distribuição lumi- podem agregar valor estético ao ção e consumo de energia elétrica nosa interna, destacando os locais edifício e contribuir para o meio nesses edifícios, onde a grande onde atingiu-se os valores de ilu- ambiente, diminuindo a emissão maioria da demanda energética é minância estabelecidos pela nor- de CO2, SO2, NOx, entre outros decorrente de sistemas de condima brasileira ABNT NBR ISO/CIE elementos produzidos por outras cionamento de ar, ventilação e ilu8995-1 :201 3, além de sugerir mo- fontes geradoras de energia (Li et minação artificial (Leite Didoné and Wagner, 201 3). Pela possibilidificações para que os pontos que al., 2009a; Li et al., 2009b). não atingiram estes valores, pas- A integração dos módulos fotovol- dade de substituir elementos sem a fazê-lo. A substituição dos taicos em edificações deve ser transparentes, abundantes em vidros do domus será decisiva pa- funcional e ao mesmo tempo estar edificações comerciais e públicas,

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os módulos fotovoltaicos semitransparentes estão sendo cada vez mais utilizados. Esses módulos influenciam nas demandas energéticas para refrigeração (sombreamento de alguns pontos e redução dos ganhos de calor solar) e iluminação (transmissão de luz natural), além de permitir a vista do exterior e influenciar nos confortos térmico e visual dos usuários dos edifícios (Leite Didoné and Wagner, 201 3; Ng et al., 201 3; Olivieri et al., 201 4a; Olivieri et al.,201 4b). A utilização de módulos fotovoltaicos semitransparentes pode ter impacto direto no consumo de energia elétrica nas edificações, contribuindo para a diminuição dos equipamentos de aquecimento, ventilação e ar condicionado e dos gastos com iluminação artificial (Li et al., 2002; Olivieri et al., 201 4b). Fachadas com grandes áreas de módulos fotovoltaicos semitransparentes possibilitam a geração de energia e mais luz natural consegue entrar no ambiente, podendo ser reduzido o uso de energia elétrica para a iluminação artificial, porém possuem maior ganho de calor solar, necessitando de mais equipamentos de refrige-



ração (Li et al., 2009a). Assim, deve haver um balanço entre componentes opostos para que a integração seja eficiente e contribua para a economia de energia elétrica (Olivieri et al., 201 4a; Olivieri et al., 201 4b; Olivieri et al., 201 5). Como os módulos fotovoltaicos semitransparentes são multifuncionais, diversas pesquisas têm sido realizadas a fim de definir os parâmetros que podem afetar seu desempenho energético em diferentes lugares e situações. Leite Didoné e Wagner (201 3) avaliaram o uso de módulos fotovoltaicos semitransparentes em janelas de edifícios de escritórios no Brasil em relação à economia e geração de energia. Os resultados mostraram que o potencial para o VI Congresso Brasileiro de Energia Solar – Belo Horizonte, 03 a 07 de abril de 201 6 uso desta tecnologia no país é alto, pois além de gerar energia elétrica, possibilita a redução do consumo de energia para condicionamento de ar e iluminação artificial (especialmente se sistemas de controle forem utilizados). Em Ng et al. (201 3), o desempenho energético de seis tipos de módulos semitransparentes foi avaliado em Cingapura quanto ao aumento ou redução nas cargas de refrigeração, à utilização de iluminação artificial e à geração de energia. Os resultados mostraram o potencial para a adoção de módulos semitransparentes integrados a edificações em todas as orientações, em países de clima tropical, além de um melhor desempenho energético dos módulos fotovoltaicos semitransparentes em relação à utilização de vidros comuns em edifícios com grandes áreas envidraçadas. Li et al. (2009a) estudaram fachadas de módulos fotovoltaicos semitransparentes em relação às suas propriedades visuais e térmicas, seu desempenho energético e questões financeiras. Os resultados mostraram que essas fachadas podem produzir energia, reduzir o ganho de calor solar e contribuir para a entrada de luz natural, diminuindo a energia gasta com 18

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iluminação artificial e refrigeração. Concluiu-se também que o uso de módulos semitransparentes juntamente com elementos de controle de iluminação pode trazer benefícios em relação aos aspectos econômicos, ambientais e energéticos do edifício. Olivieri et al. (201 5) descreveram uma forma de analisar o fator solar de módulos fotovoltaicos semitransparentes. O fator solar quantifica a capacidade de proteção solar de um elemento transparente. Os resultados mostraram que não se pode reduzir o fator solar a um só valor, pois assim não se tem uma estimativa adequada do comportamento dos módulos fotovoltaicos semitransparentes em condições reais de aplicação. O presente trabalho apresenta uma

proposta de integração fotovoltaica que utiliza módulos fotovoltaicos semitransparentes em diferentes orientações, em substituição aos vidros do domus do Planetário da Gávea – RJ. Este estudo, por tratar de uma situação real, apresenta diversas variáveis, como a complementação da estrutura metálica existente no domus do planetário e o sombreamento causado pelo seu entorno. Diante disso, estudos da

OBJETO DE ESTUDO - Localização

O sistema fotovoltaico proposto neste trabalho foi projetado para ser instalado no domus do Planetário da Gávea, Rio de Janeiro – RJ, coordenadas geográficas (-22.978242°, -43.232421 8°). A Figura 1 (a) apresenta uma foto do planetário e seu domus, e a Figura 1 (b) mostra sua implantação e orientação. OBJETO DA INTEGRAÇÃO FOTOVOLTAICA

O Planetário da Gávea está passando por um processo de retrofit para a melhoria do seu desempenho energético. Uma das intervenções arquitetônicas pela qual o planetário irá passar é a substituição dos vidros do seu domus, por módulos fotovoltaicos semitransparentes e por vidros total e parcial-

mente jateados, de modo a manter a sua atual paginação. Portanto, o objetivo deste artigo é apresentar uma envoltória que contribua para o aperfeiçoamento do desempenho energético do Planetário da Gávea, demonstrando a influência da integração de módulos fotovoltaicos proposta, na diminuição do consumo de energia da rede elétrica e na iluminância interna.

geração de energia pelos módulos fo- SITUAÇÃO ATUAL tovoltaicos e da alteração da iluminância interna devido a essa integração O domus do planetário possui vidros são apresentados. laminados duplos (1 ,00 x 2,1 0 m) so-

bre perfis de alumínio 2 ½” x 1 ½”, com películas de controle solar entre eles, nas cores light silver, medium silver e medium bronze (5 mm vidro + película + 5 mm vidro), e uma película nas superfícies internas composta de tereftalato de polibutileno – modelo FTP5BSR. A Tabela 1 apresenta as especificações técnicas dessa nova película. Esses vidros estão presentes em todas as fachadas do domus (norte, sul, inferior, leste e oeste), e são sustentados por uma estrutura metálica com perfis de 0,07 x 0,1 0 m, 0,1 0 x 0,1 0 m e de 0,25 x 0,30 m, distribuídos tanto na vertical quanto na horizontal, nas fachadas norte, sul e inferior do domus. A Figura 2 mostra a localização das fachadas. INTEGRAÇÃO FOTOVOLTAICA

Os vidros atuais de todas as fachadas do domus serão substituídos por diferentes elementos: módulos fotovoltaicos semitransparentes, vidros parcialmente jateados no mesmo padrão das células fotovoltaicas e vidros totalmente jateados. As fachadas norte e sul terão integração de módulos fotovoltaicos semitransparentes e vidros parcialmente jateados, inclinados a 45°. A fachada inferior terá apenas vidros parcialmente jateados. As fachadas laterais (leste e oeste) deverão ter apenas vidros totalmente jateados. Seguindo a orientação e inclinação originais das faces do domus do planetário, a incidência de irradiação solar será de 90% na fachada norte e 60% na fachada sul em relação à máxima possível na cidade do Rio de Janeiro (23° de inclinação, orientação norte). Tais valores são considerados aceitáveis quando associados à alta qualidade de integração arquitetônica. Quando existe compromisso entre forma e função de sistemas fotovoltaicos integrados a edificações, pequenas perdas energéticas tornamse justificáveis (Urbanetz et al., 201 1 ; Zomer et al., 201 3). MODULOS FOTOVOLTAICOS


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géticas para condicionamento de ar e iluminação artificial serão diminuídas, o que afetará diretamente e de forma positiva o consumo de energia elétrica do planetário. Os módulos fotovoltaicos utilizados neste projeto são de silício monocristalino com 30% de transparência e eficiência de 1 2%. As células monocristalinas são totalmente opacas; a transparência é atingida devido ao espaçamento entre elas. A Tabela 2 mostra as características técnicas do módulo fotovoltaico escolhido.

entre as dimensões dos vidros existentes e dos módulos fotovoltaicos, novos perfis horizontais de dimensões 0,1 0 x 0,1 0 m deverão ser acrescentados nas fachadas norte, sul e inferior do domus, entre os módulos fotovoltaicos e/ou os vidros parcialmente jateados. GERAÇÃO ENERGÉTICA ESTIMADA

VIDROS

Devido à diferença de dimensões dos vidros atuais (1 ,00 x 2,1 0 m) e dos módulos fotovoltaicos (0,98 x 1 ,65 m), serão acrescentados vidros parcialmente jateados entre as fileiras de módulos nas fachadas norte e sul. Para uma melhor distribuição da incidência luminosa no interior do planetário, esses vidros terão estampa jateada com o mesmo formato e distanciamento das

1 80 módulos fotovoltaicos semitransparentes serão instalados nas fachadas norte e sul do domus do Planetário da Gávea, o que corresponde a uma potência instalada de 36,9 kWp. No estudo do impacto causado pela vegetação do entorno na geração energética, utilizou-se o software Ecotect a fim de calcular o percentual de sombreamento anual dos módulos fotovoltaicos, segundo o método descrito em Zomer

RESULTADOS E DISCUSSÕES ANÁLISE DA ILUMINÂNCIA

Iluminância é a quantidade de luz presente em um ambiente ou superfície, medida através de um luxímetro, e sua unidade de medida é o lux, que representa a quantidade de lúmens por metro quadrado da superfície avaliada. O estudo de iluminação teve como objetivo simular a iluminância resultante da substituição dos vidros existentes pelos módulos fotovoltaicos e por novos vidros total ou parcialmente jateados, e da adição de novos perfis metálicos à estrutura do domus. Em seguida, esses valores foram comparados com os calculados considerando as características de fechamento e estrutura atuais do domus. Primeiramente, foi feita a modelagem

Tabela 2 – Características técnicas dos módulos do sistema fotovoltaico

células fotovoltaicas. As características técnicas do vidro selecionado, antes de passar pelo processo de jateamento, são apresentadas na Tabela 3. Este vidro foi escolhido por possuir uma transmitância luminosa de 31 %, semelhante à do módulo fotovoltaico utilizado. Após o tratamento jateado, a transmitância luminosa do vidro passa a ser de 20%. Os vidros utilizados nas demais fachadas do domus possuem essas mesmas características. ESTRUTURA METALICA

A estrutura metálica existente será aproveitada, mas devido à diferença

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(201 4). Os resultados foram de 22,3% de perdas anuais por sombreamento para a fachada norte e 9,8% para a fachada sul do domus. Assim, a geração energética estimada é de aproximadamente 37 MWh/ano, que corresponde a 98% do atual consumo anual da Nave Escola do planetário (ambiente cenografado como uma nave espacial), ou a 2% do atual consumo total do planetário. VI Congresso Brasileiro de Energia Solar – Belo Horizonte, 03 a 07 de abril de 201 6 - É importante lembrar que, com a integração de módulos fotovoltaicos semitransparentes e de novos vidros nas fachadas do domus do planetário, asdemandasener-

saltar que este estudo foi realizado sem a inclusão dos móveis, dos planetas e dos equipamentos existentes no interior do planetário.

A Tabela 4 apresenta os valores de iluminância simulados nas condições atuais do planetário, bem como os calculados considerando a proposta de integração fotovoltaica. Inicialmente, é possível constatar que, com a substituição dos vidros existentes, a iluminância média no térreo e na rampa irá diminuir, enquanto no primeiro e no segundo andar irá aumentar levemente. A diferença de iluminância média em cada andar/rampa pode ser visualizada na Figura 5. A Figura 6 apresenta os limites em planta baixa dos andares do planetário e a rampa em vista lateral, com a iluminância simulada em cada ponto, de acordo com a sua distribuição espacial, após a integração de módulos fotovoltaicos e novos vidros às fachadas do domus. Uma escala de cores que varia de 0 lux (cor azul) até 500 lux (cor amarela) foi escolhida, para uma melhor visualização dos valores próximos à 300 lux, que é a iluminância adequada para atender aos requisitos de exibição e proteção contra os efeitos de radiação em áreas gerais de museus (Associação Brasileira de Normas Técnicas, 201 3). Desta forma, é possível identificar quais pontos possuem níveis adequados de iluminação natural, quais necessitam de complementação com iluminação artificial e quais possuem iluminação em excesso. De acordo com os valores simulados

3D da área do planetário considerada neste estudo e da vegetação do entorno que possui influência na entrada de luz pelo domus, conforme a Figura 4. Em seguida, as simulações da iluminância foram obti- Tabela 3 - Características do vidro antes do jateamento das em 54 pontos locados a 75 cm do chão, em três andares e na rampa do planetário. Para isso, utilizou-se o software Ecotect a fim de obter uma média anual de iluminância, considerando dias de céu encoberto. Vale res-


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nas condições existentes, o Planetário da Gávea atualmente necessita de iluminação artificial para garantir o valor recomendado pela norma em todos os andares, e há excesso de iluminação natural no térreo e na rampa. Com a integração de módulos fotovoltaicos e novos vidros, alguns pontos com iluminação natural inferiores aos níveis exigidos pela norma, alcançarão valores mais adequados, como os pontos 7, 43, 44, 45 e 46. Em alguns pontos onde a iluminação era excessiva, os níveis de iluminância diminuíram para valores mais próximos

nota-se que o piso é brilhoso e de cor cinza clara, o que contribui para a reflexão da luz e consequente sensação de desconforto visual nos usuários. Portanto, sugere-se a troca do piso por uma cor ou material mais escuro e menos reflexivo. Entretanto, ressalta-se que seria necessário um estudo mais detalhado do ofuscamento e condições de temperatura interna, além de uma análise de custo benefício. Outra maneira de melhorar o conforto lumínico nos locais onde a iluminação natural é excessiva seria o uso de dispositivos de sombreamento interno, como sugere Li

ao estabelecido pela norma, aprimorando o conforto visual dos usuários, como os pontos 9, 37 e 38. Entretanto, outros pontos com iluminação natural inferiores a 300 lux, continuaram baixos, como no primeiro e no segundo andar. Além disso, os pontos 51 , 52, 53 e 54 continuaram com valores excessivos de iluminância. No térreo, os pontos juntos à entrada continuam com valores próximos a 300 lux, enquanto os pontos mais ao fundo continuam apresentando valores inferiores a 1 00 lux. O primeiro andar possui uma distribuição uniforme em todos os pontos, com valores de cerca de 20 a 30 lux. O segundo andar possui um valor de iluminância natural um pouco superior ao do primeiro andar, com valores de cerca de 20 a 50 lux. A rampa, pelo contrário, recebe bastante VI Congresso Brasileiro de Energia Solar – Belo Horizonte, 03 a 07 de abril de 201 6 iluminação natural em alguns locais, e pouca em outros, mas foi possível diminuir os níveis de iluminância em alguns pontos e aumentá-los em outros, aproximando os valores a 300 lux. Uma forma de melhorar o conforto lumínico no interior do planetário, principalmente no térreo e na rampa, seria através da redução do ofuscamento. Observando-se fotos internas atuais,

et al. (2009b). Para os pontos onde há escassez de iluminação natural, podese estudar a variação de iluminância ao longo dos dias a fim de avaliar a possibilidade de instalação de lâmpadas dimerizáveis, objetivando a diminuição do consumo de energia elétrica com a iluminação artificial (Li et al., 2002; Miyazaki et al., 2005; Li et al., 2009a; Li et al., 2009b; Leite Didoné and Wagner, 201 3).

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CONCLUSOES O presente artigo demonstrou uma forma original e nova de integração da energia fotovoltaica à arquitetura. Módulos fotovoltaicos semitransparentes foram combinados com vidros de efeito jateado que imitam a aparência das células fotovoltaicas, de forma a manter a paginação do domus do Planetário da Gávea, localizado em sua fachada

principal. Esses módulos possibilitam gerar aproximadamente 37 MWh/ano, que corresponde até 98% do atual consumo anual da Nave Escola do planetário ou até 2% do atual consumo anual total do planetário. Essa estimativa levou em consideração o sombreamento dos módulos fotovoltaicos. Foi apresentada a iluminância interna em determinados pontos do planetário antes e após a integração de módulos fotovoltaicos semitransparentes ao seu domus. A primeira simulação levou em conta o entorno do planetário e os vidros e estrutura metálica que compõem a envoltória atual do domus. Na segunda simulação, os valores de iluminância simulados levaram em conta o impacto do entorno da edificação, os módulos fotovoltaicos semitransparentes, os novos vidros total e parcialmente jateados e as modificações feitas na estrutura do domus do planetário a fim de tornar possível a integração fotovoltaica. Com base no valor considerado ideal para áreas gerais de museus pela norma brasileira ABNT NBR ISO/CIE 89951 :201 3 de iluminação de ambientes de trabalho (parte 1 : interior), os resultados mostraram que a integração fotovoltaica aprimorou os valores de iluminância em alguns pontos do planetário. Nos pontos onde a iluminância ficou longe dos valores adequados, foram sugeridos estudos de mudanças

para melhorar estes valores, como a troca de piso, o uso de dispositivos de sombreamento interno e a instalação de lâmpadas dimerizáveis. Considerando a troca do vidro atual da envoltória do domus pelos módulos fotovoltaicos e vidros recomendados, o planetário já irá apresentar uma melhora no seu desempenho energético. Para aperfeiçoá-lo ainda mais, poderse-ia ampliar a geração de energia solar fotovoltaica através do aumento da potência instalada de módulos fotovoltaicos na cobertura da edificação. Com o crescimento da utilização da tecnologia fotovoltaica integrada a edificações e a constante criação de diferentes tipos de módulos fotovoltaicos, fabricados com diversos tipos de materiais, podendo ser opacos ou não, torna-se cada vez mais necessário o estudo da influência desses elementos no exterior, no interior e até no entorno das edificações. Estudos dos impactos no aquecimento, refrigeração e iluminação causados pelos módulos fotovoltaicos semitransparentes, a fim de conhecer sua influência na demanda energética e nos gastos com energia elétrica do edifício, são exemplos de dados que podem ajudar os projetistas a aprimorar cada vez mais seus projetos, fazendo o uso da tecnologia fotovoltaica da melhor maneira possível.



A RBS Ma g a zin e – Revista Bra sil eira d e En erg ia Sol a r Fotovol ta ica , tra z n esta ed içã o u m a en trevista excl u siva com I l d o Bet, Sócio Fu n d a d or d a PH B El etrôn ica

RBS

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Ma g a zi n e:

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você esta n o setor, e q u a l su a form a çã o?

A minha formação é Engenheiro Eletrônico pela PUCRS em 1 978 e mestrado em Eletrônica de Potencia pela UFSC em 1 981 . RBS

Ma g a zi n e:

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su rg i u

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proj eto

que

cri ou a PH B El etrôn i ca , e q u a n d o foi ?

Cheguei em São Paulo com 29 anos em 1 984, e logo percebi que estava no lugar e hora certa para começar a PHB e fornecer as primeiras fontes de microcomputadores para esta industria de informática que estava nascendo.A tecnologia da PHB foi desenvolvida durante meu mestrado e como professor na PUCRS. A PHB nasceu de um degrau tecnológico, o mercado estava ávido por fontes de alimentação chaveadas que são muito menores e mais leves que as fontes lineares, cabendo dentro das caixa dos microcomputadores e sendo o que o mercado precisava naquela data. Tive a benção de em vida participar de 2 mercados com crescimento exponencial na minha vida; o primeiro foi e de microcomputadores e o segundo é este mercado de Energia Solar Fotovoltaica. Como aconteceu que hoje a maioria das casas tem um microcomputador, também vai acontecer que a maioria dos telhados das casas vai estar instalado um gerador fotovoltaico produzindo a energia elétrica. RBS Ma g a zi n e:

N os fa l e u m

pou co sobre os

pri m ei ros a n os d a em presa , seu foco i n i ci a l ,

e q u a n d o ch eg a ra m n a prod u çã o efeti va d e

eq u ipa m en tos e tecn ol og ia s pa ra o setor Sol a r?

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Nos primeiros anos da PHB experimentamos um crescimento exponencial chegamos a fabricar praticamente todas as fontes de microcomputadores do pais. A margem de lucro era muito boa e permitiu o crescimento da empresa muito rápido, não precisamos ir ao banco e nos financiávamos somente com a margem das vendas. Em março de 1 990, com a abertura de mercado de informática, realizado pelo Presidente Collor, a PHB tinha 436 funcionários e tivemos que enfrentar a concorrência das fontes de alimentação vindas de Taiwan. Fizemos uma reestruturação drástica em São Paulo , num primeiro instante terceirizamos nossa montagem de placas, cabos e transformadores. Em 1 993 montamos uma fabrica em Manaus para tentar competir com as fontes de computadores vindas de Taiwan, mas tivemos que vender a operação em Manaus pois não conseguimos competir. Em 1 996 participamos de uma concorrência internacional para o fornecimento das fontes das urnas eletrônicas, foi quando fomos de vez produzir na China para competir com nossos concorrentes internacionais e desde então estamos na filosofia da Apple, desenvolvemos no Brasil e fabricamos onde o custo esta mais favorável para enfrentar a concorrência que ficou globalizada. A PHB se sente muito orgulhosa de te participado no desenvolvimento e fabricação de muitos produtos que a sociedade brasileira usa, entre eles podemos citar; -Mais de 1 milhão de fontes para as Urnas Eletrônicas.

-Todas as fontes das Centrais Telefônicas do Sistema Tropico de linhas fixas –CPqD. -A maioria das fontes Automáticos do pais.

dos

Caixas

-Retificadores e Armários de Rua para a infra-estrutura da internet- banda larga.

Com todo este conhecimento de eletrônica de potencia a nível de hardware e software o desenvolvimento de inversores tanto para Telecom como para energia solar fotovoltaica foi mais um passo na direção de aumentar nossa linha de produtos utilizando o nosso conhecimento acumulado aos longo destes 32 anos. RBS

Ma g a zi n e:

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fa bri ca n te

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d i feren ci a i s q u e d era m esta con d i çã o a PH B

El etrôn i ca ?

Durante a formação do GSFV (Grupo Setorial Fotovoltaico ) da ABINEE em janeiro de 201 1 coube a mim cuidar o Grupo de Trabalho(GT) de normas técnicas dos inversores. Também, escolhido como coordenador da CE03:082.01 Comissão de Estudos dentro do COBEI/ABNT que trata das normas dos Sistemas fotovoltaicos partimos para preencher a lacuna de falta de norma brasileira. Com reuniões bimensais com todos os fabricantes de inversores, concessionárias de energia e a academia conseguimos fazer as normas técnicas dos inversores que são essênciais para a segurança dos geradores fotovoltaicos conectados a


FABRICANTE DO 1 º INVERSOR SOLAR FOTOVOLTAICO CERTIFICADO PELO INMETRO

Estande da PHB Solar recebe visitantes no Intersolar 201 6, realizado rede: ABNT NBR 1 61 49:201 3 - Sistemas de acordo com o Prodist (Procedimento fotovoltaicos (FV) - Características da de distribuição de energia elétrica)o que interface (requisitos) de conexão com a não acontece em outros países e rede elétrica de distribuição Válida a partir portanto um certificado internacional não de: 01 /03/201 4 (publicada 01 /03/201 3). se aplica automaticamente no Brasil , no ABNT NBR 1 61 50:201 3 - Sistemas mínimo precisa adequação de software. fotovoltaicos (FV) – Características da interface de conexão com a rede elétrica de distribuição – Procedimento de ensaio de conformidade válida a partir de: 04/04/201 3 "Em apenas um click , utilizando o (publicada 04/03/201 3) ABNT NBR IEC software de ajuste de tensão da 621 1 6:201 2 - Procedimento de ensaio de PHB, os nossos parceiros ajustam anti-ilhamento para inversores de sistemas todos os parâmetros exigidos pela fotovoltaicos conectados à rede elétrica. concessionária de energia" Válida a partir de: 06/04/201 2 (publicada 06/03/201 2) A PHB Eletrônica foi a primeira RBS Magazine: A PHB Eletrônica é uma fabricante de Inversores a ser certificada empresa 1 00% Nacional, que concorre pelo INMETRO no Brasil, não por diretamente com empresas referências do acaso, mas sim por ter participado na mundo inteiro, tendo sua expressiva fatia no coordenação das normas e montado na mercado nacional. Você acredita que mais PHB um laboratório completo para empresas Brasileiras podem entrar neste testes durante a confecção das normas mercado competitivo como é o setor de FV? e quando o INMETRO passou a exigir a certifição dos inversores, saímos na Sim, além da PHB temos no Brasil a frente de nossos concorrentes, pois já WEG que é uma empresa que tem toda tínhamos testado todos os requisitos e a a condição de competir, além de outras modificado o software de nossos que poderão surgir. O pais é muito inversores para atender as exigências grande e temos muitos centros de de nossa rede elétrica brasileira.Apesar pesquisa em eletrônica de potencia que da norma produzida no Brasil estar no tem condições de ajudar ou fazer estado da “arte” e ser baseada nas parcerias para desenvolvermos nossos normas internacionais: VDE-AR-N inversores. A PHB tem sua veia 41 05:201 1 -08, CEI 0-21 :201 2-06 e IEC acadêmica e sempre estamos buscando 61 727:2004-1 2 as nossas tensões de parcerias para desenvolver e testar rede que fazem parte das normas são 8 nossos produtos com centros de níveis(1 20/208,1 1 0/220,1 27/220,220/380 pesquisa, Senais e universidades, etc. ,220/440, 1 1 5/230,1 20/240 e 1 27/254) PRESENÇA.

em São Paulo. RBS Magazine:

Os

inversores

produzidos

pela PHB são referência no Brasil. Comente um pouco sobre os principais modelos, e principalmente sobre o Inversor Híbrido?

A PHB tem uma linha de inversores monofásicos de 1 ,5/3,0/4,6KW que agrupados permitem a instalação de geradores fotovoltaicos em potencias maiores. Também, temos a linha de inversores trifásicos de 1 4/20/25KW certificados no INMETRO, mesmo não sendo obrigatório até o momento .A PHB tem como filosofia a certificação de todos os modelos. Em apenas um click , utilizando o software de ajuste de tensão da PHB. os nossos parceiros ajustam todos os parâmetros exigidos pela concessionária de energia obedecendo as normas brasileiras e evitando os problemas na hora do comissionamento. O Inversor Hibrido da PHB é o exemplo da soma de muitos conhecimentos que a empresa acumulou ao longo de seus 32 anos de pesquisa e desenvolvimento.O maior queixa de um cliente quando compra uma gerador fotovoltaico é: tenho sol e não tenho energia , porque coloquei isto em cima do meu telhado? Para responder a esta demanda surge o inversor hibrido que juntamente com as baterias pode fazer um back up da casa e funcionar como um no-break solar.

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Basicamente o inversor hibrido da PHB pode ser instalado junto com qualquer gerador fotovoltaico ou após ele já ter sido instalado. A PHB com seu conhecimento de software altera automaticamente o seus retificadores para trabalhar como controlador de carga na falta da energia elétrica e sua unidade de controle seleciona o string de módulos para operar com o inversor normal conectado a rede ou ao inversor modular de dupla conversão que fornece energia para as cargas prioritárias. O Inversor Hibrido PHB, também pode ser configurado para crescer modularmente, operar on-grid e off-grid, com ou sem gerador acoplado, ele é totalmente flexível.

A PHB esta sempre lançando novos produtos. Para março de 201 7 vamos estar lançando nossos novos inversores para trabalhar com número mínimo a partir de 3 módulos permitindo nosso cliente faça o seu investimento progressivamente. Também para meados de 201 7 vamos lançar o inversor de 60KW para aplicações em plantas maiores. Outra novidade para o inicio de 201 7, será a solução de estacionamento com um sistema exclusivo de vedação totalmente em alumínio anodizado. A PHB juntamente com o CPqD e com participação do FUNTEC esta desenvolvendo um BESS( Baterry Energy Storage System)

colaborando. Como o estatuto da ABINEE não permite a associação abrigar membros puramente comerciais surgiu a necessidade de se formar uma nova associação para abrigar estas empresas e então nasceu de dentro do GSFV da ABINEE a ABSOLAR no final de 201 3. Muitos membros da ABINEE são sócios em muitas associações tais como , ABSOLAR, ABGD, ABENS, etc. e como diretor da ABINEE estou focado em cooperar com todas as novas associações e nos assuntos comuns e naqueles que não concordamos seguimos com nossos posições, especialmente o da defesa da fabricação local dos produtos da cadeia do Sistema de

A PHB construiu o primeiro inversor fotovoltaico do Brasil a conseguir certificação do INMETRO. Além dos inversores híbridos, a PHB com baterias de Lítio íon para Energia Fotovoltaica. desenvolveu uma linha especial de armazenamento de energia de seus Entre os projetos que estamos tocando em retificadores, que acoplados aos seus inversores híbridos. Este produto estará em parceria com outras associações, Senais, inversores, permite a conexão de outras fase de comercialização para o final de 201 7. Paula Souza, concessionárias de energia , fontes de energia como o biogás, pequenas academia, são: quedas d’água, pequenas eólicas e 1 )Certificação dos instaladores de Sistemas biomassa a rede elétrica, substituindo os Fotovoltaicos (previsão de implantação painéis elétricos, que são difíceis de serem metade de 201 7) certificados. 2)Normas de instalação dos Sistemas A PHB graças a sua competência Fotovoltaicos (previsão inicio de 201 7) tecnológica , sempre estará inovando e O GSFV da ABINEE surgiu em janeiro de 3) Revisão da RAC do INMETRO com a desenvolvendo soluções para a Geração 201 1 para ser uma interface com o governo inclusão de Inversores Híbridos (consulta Distribuída como um todo e não apenas para e começarmos o relacionamento da cadeia publica prevista para dezembro 201 6) uma única fonte energética. Quem procura a do setor fotovoltaico com o governo, 4) Credenciamento no BNDES dos itens que engenharia da PHB encontra respostas especialmente o governo queria ter um canal compõe o Sistema Fotovoltaico rápidas e não depende de uma consulta para falar como os fabricantes.A ABINEE 5)Financiamento , incentivos , etc. internacional que pode demorar se precisar permitiu num primeiro momento que todos customizar uma solução. mesmo sem serem associados frequentassem as reuniões. Estávamos sempre com a reuniões cheia de pessoas buscando informações do mercado PI ON EI RI SMO.

RBS

Ma g a zin e:

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RBS Ma g a zin e:

Vocês estã o prepa ra n d o a l g u m a

n ovid a d e ou l a n ça m en to pa ra 201 7?

pa ra sa ber m a is, a cesse:

www. ph b. com . br

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SM ART E N E R GY E CO N G R E SSO G D SU P E R AM TO DAS AS E XP ECTATI VAS



OS PRI N CI PAI S PLAYERS E ESPECI ALI STAS DO SETO R M A R C A RA M P R E S E N Ç A ! fontes renováveis no Estado caracteriza a alidade para o debate. determinação do governo, da indústria e da A Conferência conta com apresentações academia em diversificar a nossa matriz técnicas e de cunho político-estratégico, energética. Atualmente os termos geração mostra de trabalhos e artigos acadêmicos, exposição de distribuída, redes tecnologias, inteligentes, efici"Disseminar o conhecimento e induzir equipamentos e ência energética, cidades inteligen- ações de desenvolvimento em energias processos enfarenováveis, trazendo temas da tizando temas tes e internet das atualidade para o debate." como: Eficiência coisas ganham Energética, Geespaço nas publiração Distribuída e Políticas Públicas. cações técnicas e na mídia em geral. A CIEI&EXPO 201 6, evento oficial do projeto Atende à Conferência um público formado Smart Energy Paraná, vem cumprindo com o por empresários, gestores públicos, memcompromisso de disseminar o conhecimen- bros de agências e entidades de governo, to e induzir ações de desenvolvimento em fabricantes, fornecedores, integradores, energias renováveis, trazendo temas da atu- consultores, professores, pesquisadores e alunos.

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" O D I A 1 7 D E N OV E M B R O D E 2 0 1 6 FO I U M M ARCO N A H I STÓ RI A DA

G ERAÇÃO DI STRI BU ÍDA N O B R AS I L "

Carlos Evangelista, presidente da ABGD e Jonny Stica, vereador autor da Lei do IPTU Verde em Curitiba

Quase 1 000 profissionais participaram da programação específica do CBGD 201 6 – Congresso Brasileiro de Geração Distribuída, em Curitiba/PR. O evento foi o primeiro realizado no Brasil, com foco exclusivo nos temas ligados a GD, além de

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contar com o Apoio Oficial da ABGD – Associação Brasileira de Geração Distribuída, hoje a principal e maior entidade representativa do setor de energias Renováveis no Brasil. Em 201 7 serão três dias inteiros de programação,

voltadas exclusivamente aos temas da GD no Brasil e no mundo. Também serárealizada a 2ª edição da Feira GD, espaço para exposição de empresas dosetor, apresentarem, equipamentos, tecnologias e ourtros.


TRITEC Sistemas de Montagem e fixação dos Painéis Solares Os Sistemas de montagem TRITEC possuem 28 anos de experiência no setor de energia solar em mais de 30 Países. Os produtos TRI-STAND & TRI-VENT oferecem a solução ideal para cada tipo de Projeto.

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AGRADECIMENTOS

AOS EXPOSITORES, PATROCINADORES E APOIADORES

Para mais informações www.cbgd.com.br

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201 7

24 A 26

outubro

O setor Geração Distribuída tem encontro marcado no CBGD 201 7 & Feira GD!

Cenário da Geração Distribuída no Brasil e no mundo Participação dos principais especialistas do setor Presença dos principais players do setorna Feira GD + 5 5 (42 ) 3 08 6 . 8 5 8 8 | (42 ) 3 08 6 . 008 2 com erci a l @g ru pofrg . com . br

Organização e Realização

www.cbgd.com.br Apoio Oficial


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P RI N CI PAI S P LAYE RS D O SE TO R PARTI CI PAM DA 2 ª E D I ÇÃO D O P RÊ M I O I N OVAÇÃO E TECN O LO G I A SO LAR BRASI L Pa ís a posta ca d a vez m a i s n o Sol com o fon te d e E n erg i a l i m pa e ren ová vel O Brasil tem apostado cada vez mais na Energia Solar como geração de energia. Este cenário tem avançado a cada dia, apesar de algumas notícias de recessão em alguns setores do nosso país, o setor de Energia Solar tem dado claros sinais de que está firme e de que pode crescer muito mais. A necessidade de ampliação e inserção de novas fontes limpas e renováveis na matriz energética brasileira é considerada estratégica por especialistas, pesquisadores e empresários, além de ser uma necessidade, frente aos altos índices de aumento que a energia elétrica sofreu nos últimos anos.

A premiação foi feita através da apuração de 2066 respostas a cinco quesitos: Melhor fabricante de módulos fotovoltaicos; Melhor Inversor Fotovoltaico; Melhor provedor de soluções e distribuição; Melhor EPC/ Integrador e Melhor projeto de P&D. Concorreram empresas que são referência no setor, tal como WEG, ABB, Fronius, SICES Brasil, Canadian, Seltec Engenharia, Globo Brasil Paineis, Solarvolt Energia, Alsol e PHB Eletrônica. O evento aconteceu no dia 1 6 de novrmbro de 201 6, junto ao GD 201 6 & Smart Energy e os vencedores deta edição foram:

O Grupo FRG Mídias & Eventos atua de forma integrada no setor de energias renováveis, desenvolve e Na categoria de Melhor Fabricante de Módulos Fotogerencia importantes canais de comunicação, ligadas voltaicos: CANADIAN SOLAR, com 59,1 % dos votos. ao setor de energia limpa, atuando fortemente na formação de opinião no Brasil e no Exterior. Para o público, o melhor Inversor é da ABB, com 33,1 % dos votos. O PRÊMIO INOVAÇÃO E TECNOLOGIA BRASIL SOLAR é uma forma de estimular empresas, empresários e O prêmio de melhor Provedor de Soluções/Distribuiinstituições a continuarem se esforçando, pesquisan- dor ficou com a SICES BRASIL, que teve 27,7%% dos do e investindo, para que o setor avançe cada vez votos. mais. O melhor Integrador/EPC foi SELTEC ENGENHARIA, No ano de 201 6 foram agraciadas empresas e insti- que obteve 30,8% dos votos. tuições que contribuíram diretamente para o crescimento do setor de Energia Solar no Brasil, pelo seu Por fim, o Melhor Projeto de P&D foi "Centro Intedestaque em projetos, comercializaçãio de sistemas, grado multiusuário de capacitação de RH e desenvolincentivos ao setor, destaque na mídia, entre outros vimento de energia solar FV no Brasil", pelo Prof.Dr. pontos que foram avaliados pelo comitê de organiza- Ricardo Ruther, da UFSC-Unidade Sul. O projeto teve ção. 1 6,3% dos votos. As tabelas com a porcentagem completa está na próxima página. 38

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RESU LTADOS DA VOTAÇÃO

VEN CEDOR: CAN ADI AN SOLAR

VEN CEDOR: ABB

VEN CEDOR: SI CES BRASI L

VEN CEDOR: SELTEC EN GEN H ARI A

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