Revista Vitrine 25ª Edição

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EDUCAÇÃO

OS CUIDADOS INFANTIS

DA ERA TECNOLÓGICA Em um passado não tão distante, cerca de 30 anos atrás, os presentes ideais para se dar a uma criança consistiam em bolas, bonecas, bicicletas, jogos de montar, etc. Atualmente, tais agrados já não são suficientes, ao passo que smartphones, tablets e demais tecnologias despertam maiores interesses às meninas e meninos de idades inferiores a 11 anos. No ano de 2010 especialistas debateram esta relação no Seminário “Criança e Internet” no Itamaraty, em Brasília. A criança brasileira é uma das maiores usuárias da rede no mundo – no país, 14% dos internautas são crianças de 3 a 11 anos, segundo pesquisa do ibope Nielsen online Netview. Em 2015 o índice de internautas nesta idade ultrapassou os 48% e, em junho, mais de 23 milhões de crianças e adolescentes utilizaram o computador de casa para acessar a internet. O uso abusivo destes aparatos cria uma certa dependência nessas crianças e, consequentemente, provoca uma redução paulatina de seu contato com o mundo real, provocando emoções desfavoráveis – mau humor, raiva, tristeza – e inibindo suas vontades recreativas. Dentro deste contexto, cabe à escola reverter esta situação tirando os pequenos jovens da inércia do universo virtual e estimulando o pensamento e o contato dentro de atividades lógicas e reflexivas. Muitas vezes, esses aparelhos são usados equivocadamente até mesmo pelos pais em relação aos seus filhos. Quando a criança está inquieta ou demanda atenção, acaba sendo entretida com jogos advindos de tablets e smartphones para não “incomodar” os pais. Num primeiro momento, é a partir daí que o uso abusivo pode ser interpretado como algo NATURAL pelos filhos. Isso expressa um caráter negativo visto que, de maneira inconsciente a criança é impedida de manter uma troca afetiva com a família por conta do comportamento dos pais. Infância é brincar, correr, desenvolver, aprender, discutir, dividir, etc; ou seja, CRESCER DE FORMA SAUDÁVEL!

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Contudo, não se faz necessária uma repreensão drástica deste uso se, de forma conjunta à escola, os pais agirem policiando seus filhos

nas atividades que estes praticam utilizando essas tecnologias, em especial no que tange a apropriar-se de redes sociais que, na sua essência não estabelecem diferenças ou barreiras para a entrada de usuários menores de idade e que ainda não selecionam o conteúdo ali exposto. O acesso a qualquer tipo de conteúdo, o perecimento da esfera privada e a convivência dentro de um cenário que permita a propagação de opiniões de cunho machista, racista, homofóbico e intolerante, como vivenciamos atualmente, pode gerar diversas complicações na formação intelectual da criança. O uso de tecnologias por crianças com idade entre 3 e 11 anos deve ser praticado de forma aliada ao conhecimento e monitorada para que não se ultrapasse os limites do real, e caia-se num plano de superficialidades. Que nada, mas nada mesmo, tire o prazer da criança de crescer de forma saudável e feliz, respeitando o que o tempo futuro lhe reserva: tornar-se adulto no tempo certo!

“Nunca esqueci os dias da minha infância em que costumávamos juntar-nos à roda dos mais velhos da comunidade para escutar o tesouro da sua sabedoria e experiência.” Nelson Mandela

CRISTIANE DELFIM S. FORTUNATO

Coordenadora Pedagógica do Colégio Laser Solar dos Lagos. Alameda Vinicius de Moraes, 185 Solar dos Lagos - São Lourenço/MG (35) 3332-2699 www.colegiolasersolar.com.br Foto: Arquivo Pessoal


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