Boletim informativo abril 2016

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CIDADANIA PRECISAMOS GRITAR: MACHISMO MATA!

P

ra você aí que nunca ouviu falar sobre o machismo, ou o que é, vou lhe dizer de uma forma simples: é a crença de que o homem é superior a mulher, e que ela deve ficar sempre abaixo dele, submissa a ele e tendo seus direitos sempre negados. No Brasil, a cada 7 minutos

uma mulher sofre violência doméstica; a cada 11 minutos, uma é vítima do estupro; a cada 1 hora e meia, uma mulher não sobrevive pra contar a história. Mais da metade dessas violências, são causadas pelo parceiro ou ex parceiro da vítima dentro da sua própria casa. Em Maiquinique a história

Q

uando falo de violência contra a mulher, estou falando da violência física, da violência sexual, da violência moral e da violência psicológica. São exemplos de violência contra a mulher: humilhar, xingar, oprimir, bater, expor a vida íntima, forçar ato sexual. Consigo me lembrar de 4 casos de feminicídio (assassinato contra mulheres) em nossa cidade nos últimos anos. Todos provocados por homens. Todos com requintes de crueldade, em que a vítima teve sequer chance de defesa. Todas essas mulheres mortas por dizer "não". Consigo me lembrar de no mínimo 3 casos de estupro nos últimos 4 anos, em que as vítimas eram CRIANÇAS.

não é diferente. Enquanto você lê esse texto, tem uma vizinha, uma irmã, uma amiga sua sendo agredida pelo companheiro, mas que não vai denunciar. E ela não denuncia por medo, por vergonha, por não encontrar em nossa cidade centros de apoio necessários à uma mulher vítima da violência.

D

enunciar os agressores, mesmo quando a violência não tiver sido sofrida por você (lembrando que você não precisa se identificar); apoiar a mulher agredida sempre e não fazer julgamentos que vá fazer a vítima se sentir pior. Maiquinique não pode se calar

Redação/fotos: Rafael, Ímara Barros.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Ano VII, ediçãoXIII - Abril de 2016

azeta

Maiquiniquense

IMAGEM ILUSTRATIVA

diante desses casos de violência. Quando uma mulher é agredida ou assassinada, todas nós mulheres também somos. Machistas não passarão, ficar calada não é mais uma opção. Gritaremos sempre que uma mulher for violentada, até que todas e todos ouçam e que nenhuma mulher seja mais vítima do machismo.

Em 2006 foi sancionada a Lei Maria da Penha que visa aumentar as punições pra casos de violência, uma lei que cria mecanismos para impedir a violência doméstica e familiar contra a mulher e proteger também os seus direitos. E é nessa lei, e na do feminicídio (sancionada em 2015), que nós devemos nos agarrar para resguardar nossos direitos enquanto mulheres e humanas.

NÚMEROS PARA FAZER DENÚNCIAS Central de Atendimento à Mulher: 180 Polícia Militar de Maiquinique: (77)99130-4965 Polícia Militar: 190

INFORMAÇÃO

Por: Ímara Barros*

Me lembro também de uns 5 casos em que mulheres tiveram sua vida íntima exposta na internet, e foram motivo de piada e vergonha, na cidade. Mulheres vítimas do mesmo inimigo: a nossa sociedade patriarcal, em que o machismo sempre esteve arraigado em nossa cultura e que o homem teve o poder durante toda a história. Muitos disseram ou dirão que cada mulher agredida ou morta, teve/tem culpa disso lhe acontecer, que se ela quisesse, poderia ser diferente. Não! Não poderia. Culpabilizar a vítima pela agressão que ela sofreu, é só uma forma de violentá-la mais uma vez. Mulher morre e é agredida pelo simples fato de ser mulher, essa é a triste realidade. Violência de gênero existe e ninguém pode negar.

O que podemos fazer?

LEIS QUE PUNEM A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

EDUCAÇÃO

CIDADANIA

* Ímara Barros é estudante do 5º ano de Direito pela FTC, e Militante do Levante Popular da Juventude de Vitória da Conquista Diagramação: Rafael de Jesus - gazetamaiquiniquense@hotmail.com

O FIM DE UMA ADMINISTRAÇÃO QUE NÃO COMEÇOU

I

nvestigada pelo Ministério Público Federal, atolada em várias denúncias de corrupção e amargando altos índices de rejeição popular, a atual administração segue afundada em sua própria incompetência, refém de suas próprias mazelas e dando mostras de que qualquer esperança de melhora não só parece algo distante, como também improvável. Improvável porque a gestão atual, deslumbrada com o poder e suas benesses, segue viciada nas práticas mais condenáveis no que diz respeito ao trato da rés pública. Lançando mão de um projeto político de beneficiamento pessoal e familiar, e de práticas escusas (repito) altamente danosas aos cofres municipais, a prefeita Minininha e seu incompetente grupo vem delegando à cidade de Maiquinique, o abandono total dos serviços mínimos. Uma política de terra arrasada, onde bairros inteiros seguem na escuridão, ruas tomadas

por lixo e entulhos, violência sem precedente, saúde na UTI, falta de medicamentos e obras abandonadas. Nessa visão desoladora ainda resta esperanças de melhoras? Não se pode afirmar com alguma certeza, mas sabe-se que em ano de eleições, alguns políticos tendem a mascarar ou esconder suas mazelas com pequenos “remendos administrativos”, no intuito de enganar o eleitorado, e atrair para si e seu grupo de vereadores alguns votos daqueles eleitores mais desavisados. Mas será que, faltando apenas oito meses para o término dessa administração, ela vai finalmente começar?

PRECISAMOS FALAR SOBRE O MACHISMO Cresce número de violência contra a mulher em Maiquinique

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A CIDADE QUE TEMOS, É A CIDADE QUE QUEREMOS?

Hospital Municipal: Pacientes reclamam da falta de lençóis nas camas

Hospital Municipal: Com filtro quebrado, paciente precisou levar água potável de casa

Maiquinique: Lixo e entulhos tomam as ruas

Opinião Coluna com o Psicanalista e ex vereador Luciano Oliveira Pág. 3

DAS VERDADES QUE PRECISAM SER DITAS

A oposição necessária Pág. 2


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