PROTEGER 54

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Segurança: desafios atuais e tendências emergentes.

DESAFIOS ATUAIS: SUSTENTABILIDADE; FORMAÇÃO; NORMALIZAÇÃO; RISCOS PSICOSSOCIAIS.

TENDÊNCIAS EMERGENTES: INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL; APRENDIZAGEM DA MÁQUINA; SOLUÇÕES EM NUVEM; AUTOMAÇÃO.

54 QUADRIMESTRAL JANEIRO ABRIL 2024 UMA PUBLICAÇÃO DA APSEI ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURANÇA

Caros(as) leitores(as), Espero que esta nova versão da revista PROTEGER corresponda às vossas expectativas, com o seu novo design concebido para o digital, proporcionando assim uma melhor acessibilidade e uma maior comodidade de leitura nos diferentes dispositivos móveis. A partir desta edição, a revista apenas estará disponível digitalmente, contribuindo-se assim para uma efetiva redução da pegada de carbono.

da APSEI tem procurado, cada vez mais, uma imagem eficiente e integrada, com versões adaptadas ao digital, numa clara demonstração do nosso compromisso com as melhores práticas sustentáveis.

DIREÇÃO

Susana Casinha

COLABORADORES RESIDENTES

Ana Barreiros, Bruno Pinto, Catarina Bragança, Cátia Mascarenhas, Luís Pires, Mélanie Isabel e Mónica Baeta

COLABORADORES NESTE NÚMERO

Carlos Dias, Eduardo Gouveia, Filipa Prenda, Gabriel Freitas, Jon Könz, Luís Torrealba, Miguel Moita, Patrícia Franganito e Sandra Gonçalves

EDIÇÃO E PROPRIEDADE

APSEI Associação Portuguesa de Segurança

NIPC 505151057

PUBLICIDADE

Ana Barreiros

REDAÇÃO, EDIÇÃO E PUBLICIDADE

Rua Cooperativa A Sacavenense nº 25, C/F 2685 – 005 Sacavém — Tel. 219 527 849 proteger@apsei.org.pt www.apsei.org.pt/proteger

FOTOGRAFIA

Arquivo APSEI e imagens geradas com recurso a Inteligência Artificial, quando não atribuídas

PROJETO GRÁFICO E PAGINAÇÃO

José Mendes

EDIÇÃO DE IMAGEM

José Francisco Martins

PERIODICIDADE

Quadrimestral

REGISTO

ERC 125538

Os artigos assinalados e as opiniões expressas são da exclusiva responsabilidade dos seus autores e não refletem, necessariamente, as posições e opiniões da APSEI.

Consulte o nosso Estatuto Editorial em www.apsei.org.pt/proteger/estatuto-editorial/

As mais recentes tendências nos comportamentos de leitura e no acesso à informação, a par da evolução cada vez mais acelerada na comunicação digital, foram verdadeiros desafios na escolha da nova solução de presença e proximidade com os nossos associados e os nossos leitores.

Ao nível de funcionalidades, privilegiámos um modo responsive, a consulta simplificada através de um índice interativo i — que pode ser acedido em todas as páginas e a visualização de imagens e vídeos interativos por escolha do leitor, sem sobreposições com o texto e sem interromper a leitura. O download gratuito a partir do website da APSEI e o acesso às fichas técnicas serão exclusivos para associados. Um especial agradecimento à equipa APSEI e ao José Mendes, nosso designer, pelo empenho e dedicação na conceção deste novo visual da Revista Proteger.

Os 18 anos da APSEI, celebrados no passado dia 15 de dezembro, foram assim marcados pela renovação da imagem online da Associação que, para além do novo website bilingue, aposta agora num novo layout da Revista Proteger, reafirmando aquele que é o ADN da APSEI: Uma associação de referência no setor da Segurança. A estratégia de comunicação

E é na persecução de objetivos capazes de garantir a continuidade do planeta para as gerações futuras que a Comissão Científica elegeu o mote da Proteger 2024 — 9ª Conferência de Segurança: Segurança e Sustentabilidade Ambiental, com enfoque na divulgação e aprofundamento do conhecimento técnico e na partilha das melhores soluções de segurança disponíveis no mercado.

A PROTEGER 2024 é já nos dias 10 e 11 de abril e conta com um programa dedicado, com foco em: Inteligência Artificial aplicada à SST; Trabalhar em Segurança na Era Digital; Conclusões sobre o Incêndio de Grenfell; apresentação do Anuário SCIE da ANEPC — Segurança Contra Incêndio em Edifícios; Sustentabilidade e a Segurança contra Incêndio; Normas Inteligentes na Era Digital; smart cities; monitorização de transportes de mercadorias perigosas e Projeto eFTI4EU-IMT, entre outros painéis.

As inscrições estão disponíveis em www.proteger.pt. Participe e acompanhe de perto a dinâmica das áreas de atuação da APSEI e, durante dois dias, assista a conferências sobre temas da atualidade, frequente workshops e visite uma zona de exposição com as últimas novidades do mercado.

Boa leitura e muito obrigada por nos acompanhar sempre, porque…

editorial  54
proteger 01
SUSANA CASINHA Diretora Geral
#juntosprotegemosmelhor

índice 54

JANEIRO————ABRIL 2024

Catarina Bragança

Elevar a fasquia para os técnicos de Segurança, permitindo o registo ou a renovação como Técnicos Responsáveis na Direção Nacional da PSP.

17 DERRAMES: FORMAR PARA ATUAR... DE FORMA EFICAZ E SEGURA!

Miguel Moita

18 RISCOS PSICOSSOCIAIS NAS ORGANIZAÇÕES

Sandra Gonçalves

Orientadas para uma melhoria contínua e com desafios cada vez mais exigentes, as organizações têm vindo a consciencializar-se sobre a importância de garantir o equilíbrio entre as exigências laborais e as reais apacidades das suas equipas.

21 FORMAÇÃO EM TESTEMUNHOS

Eduardo Gouveia & Gabriel Freitas

22 REPORTAGEM

A APSEI CELEBROU 18 ANOS

Susana Casinha

Dezoito anos representam muitos dias e muitas horas de trabalho. Muitas decisões acertadas, muitas experiências e muitas escolhas que foram revistas e melhoradas.

Uma publicação da ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURANÇA proteger 02 ATUALIDADE 04 AGENDA 06 NOTÍCIAS APSEI 08 NOTÍCIAS SETOR ASSOCIADOS 12 NOTÍCIAS 14 PRODUTO 16 FORMAÇÃO 16 GESTOR DE SECURITY APSEI — ELEVAR A FASQUIA PARA OS
DE SEGURANÇA
TÉCNICOS

34

GRANDE ENTREVISTA

EMÍLIA TELO

CAMPANHA EUROPEIA

2023-2025 DA AGÊNCIA PARA

A SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO (EU-OSHA)

Filipa Prenda & Susana Casinha O sucesso da campanha depende das numerosas iniciativas desenvolvidas para evitar doenças profissionais, relacionadas com o trabalho (como as LMELT – lesões musculoesqueléticas ligadas ao trabalho) ou algum acidente de trabalho. Se conseguirmos envolver os trabalhadores na melhoria das suas condições de trabalho e se aumentarmos o bem-estar dos trabalhadores promovemos um ambiente de trabalho saudável.

44 INFORMAÇÃO TÉCNICA

44 BATERIAS DE IÕES DE LÍTIO, UMA NOVA PREOCUPAÇÃO PARA A SEGURANÇA PÚBLICA

Luís Torrealba

O que causa incêndios na bateria? Existem três razões principais: danos mecânicos, danos elétricos e sobreaquecimento.

46 VIDEOVIGILÂNCIA — REGRAS E LIMITES NA COLOCAÇÃO DAS CÂMARAS

Bruno Pinto

Regras específicas aplicáveis à instalação e utilização destes sistemas de segurança consoante o local a proteger.

50 TECNOLOGIA NA NOTIFICAÇÃO EM MASSA

Carlos Dias

Com o avanço tecnológico do hardware, do software e principalmente com a disponibilização de redes de comunicação mais rápidas e fiáveis, como o 5G, podemos difundir mais informação em menos tempo, para mais dispositivos, com enormes ganhos para a segurança.

54 OPINIÃO

SUSTENTABILIDADE E OS

DESAFIOS EMPRESARIAIS

Patrícia Franganito

Manter o aumento da temperatura global abaixo dos 1,5 graus Celsius, conforme estabelecido no Acordo de Paris, é um desafio significativo.

58 NORMALIZAÇÃO

LIDERANÇA NA NORMALIZAÇÃO

Jon Könz

A liderança na normalização é um fator crucial para alcançar os benefícios e os resultados desejados tanto para a indústria quanto para a sociedade. Isto requer a capacidade e a vontade de um interveniente para iniciar, influenciar e moldar o desenvolvimento e implementação de normas que sejam relevantes, eficazes e legítimas.

proteger 03

agenda————apsei.org.pt

18 abr

Eleições para os Órgãos Sociais da APSEI.

Sacavém, Vila Nova de Gaia e meios telemáticos

As eleições dos Órgãos Sociais da APSEI para o triénio 2024 – 2026 estão previstas para o dia 18 de abril às 11h30m. A assembleia eleitoral decorre simultaneamente na sede em Sacavém, na APSEI Norte (Candal Park) e por meios telemáticos. Nesta data serão escolhidos os representantes dos associados para os cargos a ocupar na Mesa da Assembleia Geral, Conselho Fiscal e Direção.

23 mai

Ergonomics Profession in Europe: sharing best practices. Lisboa

Por ocasião da próxima reunião do CREE (Centro de Registo do Ergonomista Europeu) em Lisboa, irá realizar-se no dia 23 de maio, a Conferência Internacional Ergonomics Profession in Europe: sharing best practices, das 14h às 18h30m. A APSEI é parceiro institucional desta iniciativa, promovida pelo CREE, APERGO e FMH.

02 mai

Café com Segurança. Vila Nova de Gaia

A APSEI Norte acolhe, desde fevereiro de 2024, uma nova iniciativa para reunir os seus associados: o “Café com Segurança”, todas as primeiras quintas-feiras de cada mês, pelas 17h.

Informações e inscrições a cargo de Paula Medeiros em paula.medeiros@apsei.org.pt.

ATUALIDADE AGENDA proteger 04

18 jun 17

APSEI recebe comitiva da EAPFP.

Sacavém

A APSEI receberá, nas suas instalações em Sacavém, a primeira reunião bianual de 2024 da European Association for Passive Fire Protection (EAPFP), que decorrerá nos dias 17 e 18 de junho.

A APSEI é um dos 21 membros integrantes da EAPFP, cujo objetivo é a representação dos fabricantes, instaladores e outros intervenientes a nível europeu, promovendo o desenvolvimento e aplicação da legislação e normas em vigor, desenvolvimento de novos produtos e formação no âmbito da proteção passiva contra incêndio.

Espaço de debate SCIE

Participação da APSEI na Comissão Nacional de Legislação de SCIE
Eleições das Direções de Núcleo — Triénio 2024 – 2026

Decorreu, no passado dia 4 de março, o Espaço de Debate APSEI dedicado à “Sustentabilidade na Segurança Contra Incêndios em Edifícios”, realizado em formato online, tendo contado com a participação de três oradores, um moderador e uma assistência de 367 profissionais do setor.

O evento foi dividido em duas partes, tendo inicialmente dado lugar a três apresentações técnicas, nomeadamente sobre “Integração da Sustentabilidade e a Segurança Contra Incêndio na Construção e Reabilitação”, a cargo da Eng.ª Elisabete Cordeiro (LNEC), de seguida sobre a “Problemática dos PFOA na extinção por espumas”, pelo Eng.º Pedro Silva (ANA Aeroportos), e por último foram abordados os “Produtos da construção e novas medidas sustentáveis”, pela Eng.ª Teresa Casaca (IAPMEI).

No segundo momento do evento, foi realizado um debate entre os oradores convidados, com moderação do Arq.º Paulo Ramos (ETU), onde também todos os participantes que assistiam à iniciativa tiveram oportunidade de colocar questões.

A APSEI participou, no passado mês de dezembro, na segunda reunião de 2023 da Comissão de Acompanhamento para a Implementação do Regime Jurídico de Segurança Contra Incêndios em Edifícios, cuja atual redação foi aprovada pela Lei nº 123/2019, de 18 de outubro. A APSEI integra a Comissão de Acompanhamento nos termos do artigo 35º da referida Lei, sendo esta presidida pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) e tendo como objetivo promover a implementação das disposições do Regime Jurídico e Regulamento Técnico de Segurança Contra Incêndios em Edifícios, bem como a participação na análise e elaboração de futuras propostas de revisão dos documentos legislativos atualmente em vigor.

As eleições das Direções dos cinco Núcleos Autónomos, que representam as áreas de atuação da APSEI (NAPA, NAPP, NASE, NAST e NAMP), decorreram na semana de 18 a 22 de março. Os cargos dos novos mandatos estão identificados em Direção dos Núcleos Autónomos.

Os núcleos de atividade têm como objetivos: a defesa dos interesses socioeconómicos dos membros associados no exercício da sua atividade empresarial e profissional; informar e analisar os problemas do seu subsetor de atividade, nas matérias que influenciam o seu desenvolvimento e apresentar propostas para a respetiva melhoria, bem como dinamizar a participação associativa em coordenação com a Direção da APSEI.

proteger 06 ATUALIDADE NOTÍCIAS APSEI

A ergonomia como área de estudo impactante na saúde dos trabalhadores.

APSEI realiza Espaço Debate sobre ergonomia e riscos psicossociais

APSEI realiza webinar técnico sobre proteção de dados nas empresas

Delegação da CFPA-Europe na sede da Delegação Norte em Vila Nova de Gaia.

APSEI recebe CFPA-Europe em Vila Nova de Gaia

No passado mês de março teve lugar no auditório da APSEI o Espaço Debate “Ergonomia e riscos psicossociais: perspetivas atuais e desafios futuros”. Nesta iniciativa foram discutidos temas ligados à ergonomia como o impacto da movimentação de cargas na saúde dos trabalhadores, uma análise ergonómica do trabalho em operadores de manutenção vegetal em talude e a ergonomia e o stress no trabalho. No que diz respeito aos riscos psicossociais, foram apresentados temas como o Observatório Português de Fatores Psicossociais Ocupacionais e os riscos psicossociais no trabalho híbrido. Esta iniciativa, aberta a associados e não associados da APSEI, contou com 60 participantes.

Num mundo cada vez mais digitalizado, a proteção dos dados pessoais tornou-se uma prioridade incontestável. No passado mês de fevereiro, a APSEI organizou um webinar dedicado ao Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD). Nesta iniciativa, conduzida por António Teixeira, formador da APSEI e especialista nesta matéria, foram partilhados conhecimentos fundamentais sobre as melhores práticas de proteção de dados nas empresas. Esta iniciativa foi de acesso livre tanto para associados da APSEI como para não associados e contou com mais de uma centena de participantes.

No passado mês de março, a APSEI recebeu as Delegações da CFPA-Europe, a Confederação Europeia das Associações de Segurança, nas instalações da APSEI Norte em Vila Nova de Gaia.

Ao longo de quatro dias, decorreram as reuniões das diversas Comissões de trabalho — Security Commission (SC), Natural Hazards Commission (NHC), Training Commission (TC), Guidelines Commission (GC), Marketing & Info Commission (MIC) e Management Commission (MC).

Estiveram presentes cerca de 40 participantes, representantes das entidades membros de 26 países.

A APSEI, enquanto Associação responsável pela representação dos profissionais do setor da segurança em Portugal, é a única entidade membro da CFPA-Europe e a única autorizada a ministrar cursos com a chancela desta confederação europeia.

Prémios de Boas Práticas “Locais de Trabalho Seguros e Saudáveis”

Publicação de Normas Europeias Guidelines da CFPA-Europe atualizadas

Organizados em colaboração com os pontos focais nacionais da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (OSHA), os Prémios de Boas Práticas “Locais de Trabalho Seguros e Saudáveis” elogiam todos os tipos de organizações em toda a Europa que apresentem abordagens inovadoras que promovam o bem-estar dos trabalhadores.

Os exemplos de boas práticas devem prevenir ativamente os riscos para a segurança e a saúde no trabalho relacionados com a introdução de tecnologias digitais no trabalho. Na sequência do concurso em todos os países participantes, um júri pan-europeu seleciona os vencedores finais.

É a oportunidade perfeita para participar na nova campanha Trabalho seguro e saudável na era digital, partilhar boas práticas em toda a Europa e deixar-se inspirar por outros!

Consulte os prazos nacionais e mais informações sobre o concurso e descarregue o formulário de candidatura

Foi publicada, no passado mês de novembro de 2023, pelo Comité Europeu de Normalização (CEN), a norma EN 12259-12:2023

“Fixed firefighting systems — Components for sprinkler and water spray systems - Part 12: Pumps”, bem como a versão europeia da norma internacional, EN ISO 13943:2023

“Fire safety — Vocabulary (ISO 13943:2023)”. Adicionalmente, o CEN editou e publicou, em dezembro, a norma de classificação de resistência ao fogo de elementos de construção EN 13501-2:2023 “Fire classification of construction products and building elements — Part 2: Classification using data from fire resistance and/or smoke control tests, excluding ventilation services”. Relembramos que a versão desta norma de 2016 foi traduzida pela CT46/SC1, resultando na publicação da NP EN 13501:2023, a qual deverá ser atualizada de acordo com a nova versão europeia.

A Confederação Europeia das Associações de Segurança (CFPA-Europe), dando continuidade ao trabalho que tem vindo a desenvolver de elaboração e revisão de Guias de Boas Práticas para as diversas áreas de segurança onde atua, atualizou novas Guidelines

Os documentos recentemente publicados são:

Guideline nº 03:2023 F

Certification Thermographers

Guideline nº 25:2023 F

Emergency Planning

Guideline nº 23:2023 F

Securing the operational readiness of fire control system

Guideline nº 40:2023 F

Procedure to certify CFPA-E Fire Safety Specialists in Building Design

Estas e outras Guidelines podem ser consultadas no website da APSEI.

ATUALIDADE SETOR proteger 08
Prémios de boas práticas OSHA “Locais de Trabalho Seguros e Saudáveis”.

Publicação do novo Regulamento dos Gases Fluorados

Foi publicado, no passado dia 20 de fevereiro, o novo Regulamento dos Gases Fluorados, através do Regulamento (UE) nº 2024/573 do Parlamento Europeu e do Conselho, relativo aos gases fluorados com efeito de estufa.

Este novo Diploma revoga o Regulamento (UE) nº 517/2014, transposto para a legislação portuguesa através do Decreto-Lei nº 145/2017, de 30 de novembro, implicando uma futura republicação da legislação portuguesa para transposição do novo Regulamento Europeu.

O novo Regulamento prevê regras em matéria de confinamento, utilização, recuperação, reciclagem, valorização e destruição de gases fluorados com efeito de estufa e em matéria de medidas auxiliares conexas, como a certificação e a formação, que incluem o manuseamento seguro de gases fluorados com efeito de estufa e de substâncias alternativas que não são fluoradas. Impõe condições à produção, importação, exportação, colocação no mercado, posterior fornecimento e utilização de gases fluorados com efeito de estufa e de produtos e equipamentos específicos que contenham gases fluorados com efeito de estufa ou cujo funcionamento dependa desses gases. Adicionalmente, são estabelecidas condições às utilizações específicas de gases fluorados com efeito de estufa, limites quantitativos à colocação de hidrofluorocarbonetos no mercado e ainda regras em matéria de comunicação de informações.

IV Feira da Proteção Civil de Albufeira

I Seminário de Risco Biológico

Decorreu, nos dias 21, 22 e 23 de março, a IV Feira da Proteção Civil de Albufeira, no Espaço Multiusos de Albufeira (EMA), tendo contado com a participação de diversos organismos da proteção civil e entidades cooperantes.

Este evento, com o objetivo de sensibilizar a população e os profissionais do setor sobre os desafios e exigências inerentes às diversas áreas de intervenção da proteção civil, proporcionou aos visitantes palestras técnicas, workshops, demonstrações e interação com os diversos organismos e entidades presentes no evento, através do espaço de exposição.

A APSEI foi uma das entidades convidadas a estar presente nesta iniciativa, com um expositor aberto ao público, bem como para a realização de uma palestra sobre “Homologação de Soluções de Proteção Passiva Contra Incêndio: Garantias e Responsabilidades”.

No dia 23 de fevereiro, decorreu o I Seminário de Risco Biológico, organizado pela Intervir.pt, Proteção Civil de Palmela e pela Deathclean. A APSEI deu o seu apoio institucional e esteve representada pelo presidente do núcleo autónomo de segurança no transporte de mercadorias perigosas, Dr. João Cezília, na moderação do painel: Pós-Intervenção e gestão de resíduos de risco biológico.

Neste seminário foram abordados temas cruciais para compreender e gerir situações que envolvam diferentes níveis de risco biológico e agentes biológicos perigosos. O foco principal foi o de promover a conscientização sobre medidas de segurança, protocolos de contenção e resposta a emergências, enfatizando-se ainda lições aprendidas e as melhores práticas.

ATUALIDADE SETOR proteger 10

Casmar e Tiandy

Unem forças para distribuir produtos de CCTV inteligentes, eficazes e seguros

O acordo alcançado entre a Casmar e a Tiandy vai permitir introduzir nos mercados de Portugal, Espanha, Chile e Colômbia produtos assentes em tecnologias inovadoras.

A Casmar anuncia o seu novo acordo estratégico com a Tiandy Technologies, sétimo maior fabricante mundial de soluções de vigilância por vídeo. A parceria pretende introduzir a marca e os seus produtos de segurança em Portugal, Espanha, Chile e Colômbia. Fundada em 2004, a Tiandy destaca-se pelas suas soluções inteligentes

baseadas em tecnologias como Inteligência Artificial, Big Data, Cloud Computing, IoT e Color Maker. A empresa exerce um controlo rigoroso sobre o ciclo de vida do produto, priorizando a excelência na produção. O acordo entre a Casmar e a Tiandy capitaliza os pontos fortes de ambas as empresas para se adaptar às necessidades dos clientes, consolidando o compromisso da Casmar de oferecer soluções de segurança abrangentes, apoiadas pela qualidade e tecnologia de fabricantes confiáveis. Os produtos da Tiandy, usados em projetos de alto nível, como o Fórum de Davos, o Aeroporto de Heathrow, a Copa do Mundo no Brasil e a Estação Ferroviária do Cairo, já estão disponíveis na Casmar.

Lanview, Ernitec e Vivolink representadas pela EET
A confiança inabalável das marcas da EET na vanguarda tecnológica

A EET, líder Europeia em soluções tecnológicas, cimenta o seu prestígio na coesão das marcas que a definem. Lanview, Ernitec e Vivolink são algumas das marcas pilares de um compromisso inabalável com a inovação e confiança.

Cada uma das marcas desempenha um papel crucial na sinergia que impulsiona a excelência da EET. Lanview, com a sua especialização em conectividades, cria uma rede IT robusta para as comunicações modernas. Ernitec, focada em visualização avançada, redefine os padrões com video-

ASSOCIADOS NOTÍCIAS proteger 12

Ernitec, Lanview e Vivolink, empresas na vanguarda tecnológica representadas pela EET.

Sinalux na Proteger

9.ª Conferência de Segurança

Stand repleto de novidades

wall, servidores, cctv e tecnologias de ponta. Vivolink garante ligações PROAV (Áudio e Vídeo Profissionais) sem falhas, sendo a espinha dorsal que sustenta a integridade tecnológica ao longo dos anos.

Juntas, as marcas permitem que a EET seja mais do que uma empresa tecnológica, mas uma fonte inesgotável de confiança e inovação, que inspiram e moldam o futuro da tecnologia há décadas.

Para saber mais sobre cada uma das marcas visite o nosso website.

A Sinalux celebra, em 2024, os seus 35 anos de vida e uma das formas de o celebrar será com parceiros, amigos e clientes, nos próximos dias 10 e 11 de abril, na PROTEGER – 9.ª Conferência de Segurança, no Centro de Congressos do Estoril, onde se apresentará com muitas novidades.

Localizado junto à zona Lounge, o stand Sinalux, D2, contará com vários espaços de interação, que com certeza irão surpreender!

Com uma reforçada e inovadora gama de soluções de sinalização de segurança e, claro, o já imperdível túnel de simulação, a visita ao stand Sinalux é obrigatória!

A equipa Sinalux estará à disposição para fornecer informações detalhadas sobre os nossos produtos, discutir as suas necessi-

Projeto 3D do stand da Sinalux na PROTEGER –9ª Conferência de Segurança.

dades específicas e explorar oportunidades de colaboração.

Durante a visita ao stand Sinalux terá, ainda, a oportunidade de receber um presente único e personalizado.

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CABINET BOOSTER SOLUÇÕES EBARA PARA HIDROPRESSORES COMPACTOS

Grupo hidropressor monofásico instalado em armário metálico, com duas bombas de funcionamento silencioso, 2 variadores de velocidade geridos por um único painel de controlo com ecrã visível do exterior e todos os componentes em aço inox.

Concebido para ser montado na parede, seja encastrado ou à superfície, o Cabinet Booster com 60 cm de largura por 1,2 m de altura e apenas 20 cm de profundidade, é um sistema muito mais compacto do que os hidropressores comuns e particularmente adequado para os exíguos espaços de instalação em edifícios existentes.

SINALUX LANÇA NOVAS SOLUÇÕES DE SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA PARA BATERIAS DE LÍTIO DE VEÍCULOS

A adequação às necessidades atuais do mercado e dos clientes é uma preocupação constante da Sinalux, que acaba de lançar novas soluções de sinalização de segurança para baterias de lítio e veículos.

O catálogo Sinalux está, agora, mais completo, oferecendo ao mercado as seguintes soluções:

— Sinalização de agente extintor adequado para baterias de lítio;

— Sinalização de manta de incêndio para veículos.

Estes novos sinais podem, igualmente, ser consultados no catálogo digital Sinalux, em www.sinalux.com.

proteger 14 ASSOCIADOS PRODUTO

AS MELHORIAS DA CENTRAL DRACO REPRESENTADA PELA CASMAR

As centrais de incêndio DRACO da Jade Bird, são centrais de deteção de incêndio analógicas, altamente competitivas em qualquer instalação analógica em que a economia seja o fator principal. Os elementos analógicos são ligados a um Loop sem polaridade, o que facilita o arranque e a instalação, com uma menor probabilidade de erro.

As novas cartas de rede são uma solução económica para instalações com muitos elementos, mas com uma complexidade de programação básica. Com uma única central é possível controlar até 8 Loops, num total de 1.600 elementos. Da mesma forma, a central adaptou o seu potencial de programação, com mais grupos, elevando as capacidades da própria central e tem, também, a possibilidade de realizar manobras de atuação entre centrais, pois é possível trabalhar com redes de até 16 centrais.

SOLUÇÕES DE VIDEOWALLS

ERNITEC: A JANELA PARA A INOVAÇÃO VISUAL

As soluções de videowall da Ernitec são projetadas para proporcionar uma experiência imersiva, facilidade de instalação, durabilidade e confiabilidade a longo prazo. A gama de produtos inclui tudo o que necessita para a sua rápida configuração — ecrãs, controladores, placas gráficas e software de controlo, o que proporciona uma solução abrangente e integrada que simplifica o processo desde a conceção até à implementação e manutenção.

Os videowalls da Ernitec destacam-se pela qualidade de imagem impressionante, pois oferecem cores vibrantes, detalhes nítidos e diversidade de tamanhos e resoluções. Seja em salas de controlo, salas de reuniões ou espaços públicos de entretenimento, a flexibilidade destas soluções permite a criação de configurações personalizadas, adaptando-se às necessidades específicas de cada ambiente profissional.

Os produtos estão disponíveis em www.eet.pt

Formação em foco

Gestor de Security

APSEI — elevar a fasquia para os Técnicos de Segurança

A APSEI sempre se tentou destacar pela oferta formativa de elevada qualidade e relevância, sendo o curso de Gestor de Security um reflexo dessa premissa fundamental. Desenvolvido através de uma abordagem interdisciplinar, este curso proporciona uma consolidação abrangente de conhecimentos, abordando matérias cruciais, tais como:

— Regime Jurídico de Segurança Privada;

— Regulamento Geral de Proteção de Dados;

— Fundamentos de cibersegurança;

— Tecnologias emergentes na segurança física e eletrónica;

— Comunicação e liderança;

— Gestão de segurança.

Pensado para os técnicos que já possuam conhecimentos sólidos sobre a legislação de segurança e os princípios de funcionamento dos sistemas de segurança, este curso avançado

A formação de Gestor de Security da APSEI representa uma mais-valia para todos os profissionais do setor, dando, não só acesso a um certificado APSEI como também a um certificado CFPA-Europe.

promove uma abordagem prática e interativa entre formandos e formador. Alinhado com o referencial da CFPA-Europe, a Confederação Europeia de Associações de Segurança, é ideal para quem já concluiu o curso de Técnico de Security da APSEI.

Para além de permitir aos formandos registarem ou renovarem o seu registo como Técnicos Responsáveis na Direção Nacional da PSP, as 50 horas deste curso conferem um certificado da APSEI e outro da CFPA-Europe. Este reconhecimento internacional assegura que o curso é validado em todos os países membros desta Confederação.

Como representante das empresas de projeto, instalação, manutenção

proteger 16 FORMAÇÃO APSEI
CATARINA BRAGANÇA Gestora de formação, APSEI

e assistência técnica de sistemas de segurança eletrónica, a APSEI considera que um técnico competente deve possuir outras competências além do know-how técnico. Por esta razão, o curso também abrange técnicas de liderança e comunicação, para influenciar e motivar colaboradores, para controlar processos e resultados, para implementar e supervisionar sistemas de gestão de segurança e prevenir e resolver as mais diversas ameaças à segurança de pessoas e bens.

No âmbito desta última temática, os formandos têm a oportunidade única de participar numa experiência prática com a duração de um dia no Centro Nacional de Segurança da Auchan, executando exercícios Tabletop — simulações de resposta a incidentes de segurança. Esta experiência torna o curso singular no mercado, proporcionando uma abordagem prática e realista às situações geradoras de crises.

Derrames: Formar para atuar... de forma eficaz e segura.

De acordo com o General Emergency Behavior Model (GEBMO) de Ludwig Benner Jr., por muitos considerado o “pai” da intervenção em matérias perigosas, um derrame é a consequência de uma rutura de contenção originada da sujeição de um recipiente a algum tipo de stress, seja ele mecânico, térmico, químico, decorrente de ação humana, ou outro.

Assim, a atuação sobre um derrame deve ser encarada como uma intervenção em matérias perigosas, e desta forma planeada para ser resolvida de forma eficiente e segura. Considerando esta lógica, a abordagem deve respeitar um processo de sete etapas que contempla a “avaliação do risco” e o “selecionar do Equipamento de Proteção Individual (EPI)”, passando para a “interrupção e confinamento do fluxo”, por “dar o alerta” e pela “limpeza/descontaminação da área afetada”. Por fim deve-se “repor a capacidade” e “avaliar a resposta”.

Ora, sendo esta uma área bastante técnica, deve-se garantir que o pessoal que lida com matérias perigosas seja formado em ações de controlo de derrames. Este tipo de formação permitirá que todos conheçam as características dos produtos presentes, saibam envergar — e remover — um EPI, tenham disponível um kit de derrames (spill kit) apropriado... e saibam tirar o máximo partido de todo o equipamento que ele contém.

A formação teórico-prática de “Controlo de Derrames”, que a APSEI irá lançar este ano, procura cobrir tudo o que foi anteriormente apresentado: categorização de derrames, processo de seleção de um spill kit, planeamento da resposta em 7 etapas, encaminhamento dos resíduos e, algo indissociável da resposta a matérias perigosas, a adequação da resposta privada na (possível) resposta de agentes de proteção civil, garantindo assim a segurança de todos os intervenientes e a eficácia dos processos utilizados.

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MIGUEL MOITA Projeto intervir.pt
Formação em foco Riscos psicossociais nas organizações.

SANDRA GONÇALVES

Formadora APSEI

Vice-presidente da Direção da APSEI

Orientadas para uma melhoria contínua e com desafios cada vez mais exigentes, as organizações têm vindo a consciencializar-se sobre a importância de garantir o equilíbrio entre as exigências laborais e as reais capacidades das suas equipas.

A avaliação dos riscos psicossociais trouxe a muitas empresas e instituições uma nova e equilibrada forma de ver o desempenho, a produtividade, o bem-estar e o desenvolvimento humano.

Uma inadequada conceção e design do trabalho e das tarefas, uma pobre organização e gestão das equipas, um deficitário ajuste entre as competências dos profissionais e as funções que estes desenvolvem, assim como um ambiente social e tóxico ou negativo, estão na origem de elevados riscos psicossociais.

No exigente contexto atual, conhecer os riscos psicossociais permite identificar que condições existentes no local de trabalho podem estar a contribuir para:

— Aumento da saída de profissionais altamente qualificados e de elevado desempenho;

— Aumento de custos, erros, falhas e imprevistos;

— Aumento da sinistralidade;

— Falta de comprometimento e motivação;

— Acentuado aumento da toxicidade e conflitos no ambiente de trabalho;

— Diminuição da saúde física e mental, nomeadamente stress, burnout, depressão, ansiedade, entre outros;

— Aumento significativo dos custos relacionados com o absentismo, baixas médicas e seguros.

A avaliação dos riscos psicossociais trouxe a muitas empresas e instituições uma nova e equilibrada forma de ver o desempenho, a produtividade, o bem-estar e o desenvolvimento humano. No entanto, essa avaliação é uma etapa de um vasto plano de gestão e desen-

proteger 18 FORMAÇÃO APSEI

volvimento da saúde e bem-estar em contexto laboral.

Tratar o Diagnóstico de Riscos Psicossociais como uma meta é desperdiçar recursos e a oportunidade de:

— Definir modelos de trabalho adequados, mais equilibrados e ajustados às atividades, funções e equipas: híbrido (síncrono e assíncrono), presencial ou remoto;

— Redesenhar as áreas de atividade tendo em conta novos fluxos de trabalho: sazonais, rotativos e imprevisíveis;

— Gerar equipas mais competitivas de elevado desempenho e diferenciação;

— Gerir equipas reduzidas, mantendo a rentabilidade;

— Atrair, desenvolver e reter profissionais qualificados em áreas com escassez de mão de obra;

— Integrar a inteligência artificial (IA) nas linhas de trabalho atuais, ajustando os novos modelos de empregabilidade;

— Repensar, planear e recriar processos sustentáveis, circulares que reduzam o desperdício, incentivem a reciclagem e a reutilização de recursos;

— Desenvolver equipas ao longo de todo o seu percurso profissional, com novas capacidades, competências, habilitações, atitudes e comportamentos no âmbito tecnológico.

Implementar uma cultura de gestão que integre a mitigação dos riscos

psicossociais exige um pensamento estratégico a médio e longo prazo.

Desenhada à medida de cada indústria, a gestão de riscos psicossociais:

— Potencia um modelo de gestão mais flexível e aberto aos desafios atuais, emergentes e específicos de cada organização;

— Garante uma liderança capaz de equilibrar as exigências do negócio/ atividade e capacidade de resposta da equipa;

— Evidencia as dimensões com risco psicossocial moderado e elevado para a saúde mental e;

— Garante a definição de um plano promotor de saúde física e mental corretivo e adequado.

proteger 19

Como implementar um Programa de Gestão de Riscos Psicossociais?

Sensibilizar e formar toda a comunidade organizacional é determinante e primordial, garantindo assim uma linguagem comum, um quadro de referência partilhado e uma corresponsabilização para com todas as dimensões psicossociais.

A implementação de uma metodologia correta e rigorosa de diagnóstico permite a identificação dos riscos psicossociais por equipa, função, local de trabalho e características demográficas, de forma criteriosa.

É determinante que:

— A metodologia seja rigorosa e adaptada a cada indústria;

— A confidencialidade e o anonimato na recolha da informação sejam garantidos;

— Os instrumentos estejam validados cientificamente e customizados para cada país e língua;

— O tratamento estatístico seja realizado cumprindo as melhores práticas de análise de dados quantitativos e qualitativos;

— Que as taxas de participação no processo sejam elevadas.

Somente através de um rigoroso Diagnóstico de Riscos Psicossociais os gestores podem aceder a quadros de riscos fiáveis por equipa, área de atividade, local de trabalho, grupo funcional, antiguidade, nível hierárquico, etc.

O maior desafio tem início quando os resultados são partilhados com a equipa de gestão e é fundamental desenhar e estabelecer planos de ação.

Cada equipa deverá fazer uma análise dos seus indicadores, procurando identificar as políticas, processos de

trabalho, ferramentas e comportamentos que estão na origem dos resultados positivos e negativos. É com base numa discussão aprofundada, em grupo, que surgem as dificuldades da equipa, as fragilidades do planeamento, a ausência de competências chave, os procedimentos obsoletos, os objetivos impossíveis e os bloqueios e resistências à mudança.

Nas organizações mais maduras são definidos planos de ação a 2 anos, com ênfase ao nível de toda a comunidade organizacional e ao nível de cada equipa.

A Gestão de Riscos Psicossociais representa um enorme desafio no âmbito da Segurança e Saúde no Trabalho (SST), considerando os seus impactos no stress laboral e na saúde mental dos profissionais.

A gestão eficaz dos riscos psicossociais deve ter por base um modelo multidisciplinar, integrando os diversos stakeholders

Neste âmbito, a medicina do trabalho tem desempenhado um papel importante e determinante, contribuindo para a criação de uma abordagem integrada e participativa, na qual os psicólogos têm vindo a desempenhar uma missão de complementaridade.

Os estudos sobre as ligações entre os fatores psicossociais e os comportamentos de segurança são cada vez mais prevalentes e encontram com mais frequência associações significativas, por exemplo, a existência de uma ligação entre os estados psicossociais induzidos pelo trabalho (stress ou exaustão) e a segurança.

Colocar a Gestão de Riscos Psicossociais na agenda é o desafio das organizações que pretendem proteger, manter e potenciar o capital cognitivo e emocional dos seus profissionais.

A importância na partilha de experiências profissionais — dinâmicas inter e intra‑empresas.
A formação intra‑empresa — uma mais valia para as organizações.

Ao longo dos anos, como Técnico Responsável de comercialização, instalação e manutenção de Extintores e enquanto formador no campo da manutenção de extintores (NP 4413:2019) testemunhei a evolução da forma como os profissionais desta área são treinados e destaco de forma muito positiva o impacto da formação interempresas na aprendizagem.

Reunir técnicos de diferentes empresas, em que cada técnico traz consigo a sua experiência e perspetivas distintas, cria um ambiente dinâmico e enriquecedor, onde ideias são trocadas e melhores práticas são refinadas coletivamente.

Levar a formação para um ambiente real de trabalho, a oficina de manutenção, permite a proximidade com a realidade do dia a dia do técnico de manutenção, tornando a formação mais rica e também mais produtiva. Na oficina de manutenção, a formação acontece em tempo real, com desafios reais e situações reais.

Como formador, é muito gratificante estar envolvido nesta partilha de conhecimento, estando certo de que a formação inter-empresas eleva o padrão da manutenção de extintores e abre portas para conquistas que ainda estão por vir.

Sendo a Secufogo, associada da APSEI com o número 14, sempre reconheceu a qualidade da formação necessária ao desenvolvimento da nossa Empresa.

Com a entrada em vigor da NP4413, selecionamos a APSEI como nossa parceira para a Formação dos Técnicos de Manutenção de Extintores. Fizemos a formação inicial em janeiro de 2009, nas instalações da Associação, mas logo percebemos que seria importante optarmos por formação intra-empresa.

Esta nossa necessidade foi logo acolhida pela Associação, que nos propôs a realização nas nossas instalações na Madeira, utilizando a nossa oficina técnica, tendo já realizado a renovação e formação inicial em 2014, o que se repetiu em 2019 e agora em 2024, para formação inicial de 8 novos técnicos e renovação de outros 8 técnicos.

Como formando, acho esta solução vantajosa, ao evitar deslocação demoradas para fora do espaço físico onde residimos e trabalhamos, não prejudicando a estabilidade do conjunto familiar de cada um de nós.

Como gestor, reconheço a vantagem da formação intra-empresa, que permite uma redução significativa dos custos associados a deslocações e estadias, para além de promover o fortalecimento de espírito de grupo, troca de experiências, bem como o reforçar do equilíbrio técnico da equipa.

Como responsável pela Coordenação de uma Equipa de 42 colaboradores em funções diárias de projeto, comercialização, instalação e manutenção de soluções e equipamentos de segurança contra incêndios, na Região Autónoma da Madeira, sinto-me satisfeito com esta solução formativa, a qual nos permite continuar a liderar o mercado em termos de resposta técnica capacitada a todos os desafios que nos são propostos no dia a dia para a melhoria constante da qualidade dos serviços prestados.

proteger 21 FORMAÇÃO TESTEMUNHOS
Formador APSEI REDIFOGO GABRIEL FREITAS Formando APSEI Diretor Geral da SECUFOGO
EDUARDO GOUVEIA

A APSEI celebrou

REPORTAGEM proteger ————  22

18 anos.

A APSEI entrou, orgulhosamente, no seu 18º ano. A Associação, já quase com duas décadas de existência, resultou da fusão de duas associações em 15 de dezembro de 2005: a ANESEL (Associação Nacional de Empresas de Segurança Electrónica) e a ANEPI (Associação Nacional de Empresas de Proteção Contra Incêndio), cujas constituições datam, respectivamente, de 1998 e 2003. A APSEI regista o início da sua atividade em 22 de dezembro de 2005 como Associação Portuguesa de Segurança Eletrónica e Proteção Contra Incêndio, tendo passado a designar-se Associação Portuguesa de Segurança a 18 de janeiro de 2012.

Dezoito anos representam muitos dias e muitas horas de trabalho. Muitas decisões acertadas, muitas experiências e muitas escolhas que foram revistas e melhoradas. Ao longo deste tempo, o empenho e profissionalismo de todos os que têm colaborado nas atividades desenvolvidas, nomeadamente, Órgãos Sociais, Direções de Núcleo, associados, formadores, todos os parceiros e a equipa de trabalhadores, têm sido determinantes para que a APSEI seja uma associação de referência no setor da Segurança, pautada pelo firme propósito de fazer mais e melhor em prol do crescimento sustentado do setor e contribuindo para o reconhecimento da segurança como valor fundamental para a economia e sociedade.

proteger 23

honestidade e boa-fé qualidade

Valores legalidade desenvolvimento e valorização

Desde a sua fundação que a APSEI se define por valores profundamente enraizados no seu ADN.

Legalidade

Cumprimento de toda a legislação em vigor, de caráter geral ou especial, incluindo regulamentação de caráter normativo de cariz obrigatório;

Honestidade e boa fé

O relacionamento com os demais intervenientes no setor deve pautar-se por critérios de integridade, honestidade, transparência, boa-fé e respeito mútuo;

Qualidade

Compromisso com os princípios de Qualidade referidos no quadro normativo em vigor aplicáveis às atividades representadas no âmbito da Associação; Desenvolvimento e valorização

Assumindo a sua relevante responsabilidade social, os associados garantem uma cada vez mais eficiente proteção da comunidade social e ambiental.

EVOLUÇÃO DOS ASSOCIADOS

A APSEI arrancou com 97 associados pertencentes à ANEPI, aos quais se juntaram 36 associados da ANESEL, definindo-se três categorias: associado efetivo, observador e honorário. Destes, apenas os associados efetivos tinham direito a voto nas Assembleias Gerais. Mais tarde, e porque na categoria observador já se incluíam pessoas singulares

e pessoas coletivas, por alteração dos estatutos em 8 de março de 2012, foram então criadas quatro categorias de associados: efetivo, observador singular, observador coletivo e honorário. Também, nesta fase, apenas os associados efetivos tinham direito a voto. Finalmente, em 14 de novembro de 2017, situação que se mantém até aos dias de hoje, foram estabelecidas seis categorias de associados: efetivo, aderente singular, aderente coletivo, observador internacional singular, observador internacional coletivo e honorário. Foi a partir desta data que os associados aderentes (singulares e coletivos) adquiriram o direito ao voto especial nas Assembleias Gerais.

Dezoito anos volvidos, a APSEI conta já com mais de 770 associados, provenientes de todas as regiões do país e do estrangeiro, que valorizam a formação técnica e a obtenção de conhecimento sobre normas e regulamentações do mercado e da defesa dos interesses junto das entidades institucionais que regulam o setor.

São representados na APSEI os agentes económicos com as seguintes atividades: fabrico, desenvolvimento/ conceção de produtos, importação, exportação, distribuição, instalação, manutenção de produtos, equipamentos e sistemas de proteção individual, contra incêndio e segurança eletrónica,

conceção de projetos de segurança, prestação de serviços de higiene e segurança no trabalho, exploração e gestão de sistemas de segurança, consultoria e formação profissional, estando excluído do seu âmbito a atividade de combate ao incêndio, florestal ou urbano, inerente à atividade de bombeiro.

Os associados honorários, num total de 14, contribuem para a notoriedade da Associação e têm vindo a ser gradualmente convidados por decisão da Assembleia Geral. A sua seleção tem como fundamento o destaque na área da prevenção e segurança, mérito próprio ou trabalhos prestados à causa da prevenção e segurança. São eles:

— António Leça Coelho (ex-LNEC)

— António Possidónio Roberto

— Aurélio Carvalho (Sonae Sierra)

— Carlos Ferreira de Castro

— Carlos Matos Carvalho (EMEF)

— Clemente Mitra

— Cristina Contente (ANTESHT)

— João Alvelos

— José Lameirinhas

— Ludovico Jara Franco (ADSP)

— Maria João Pereira Conde (anterior Diretora-geral da APSEI)

— Paulo Ramos (Ordem dos Arquitetos)

— Vítor Primo

— Emília Telo (ACT e PF-EU-OSHA)

GRÁFICO DE DISTRIBUIÇÃO DE ASSOCIADOS POR CATEGORIA

EFETIVO

ADERENTE COLETIVO

ADERENTE — SINGULAR INDIVIDUAL A

ADERENTE — SINGULAR INDIVIDUAL B

OBSERVADOR INTERNACIONAL COLETIVO

EVOLUÇÃO DOS NÚCLEOS DE ATIVIDADE

O âmbito da APSEI começou por se circunscrever à Segurança contra Incêndio e à Segurança Eletrónica. Em 2014, o âmbito da Associação foi alargado à Segurança e Saúde no Trabalho e, em 2017, à Segurança no Transporte de Mercadorias Perigosas.

Atualmente, a APSEI é representativa do setor empresarial nestas áreas de atuação às quais se dedicam os cinco núcleos de atividade (NAPA, NAPP, NASE, NAST e NAMP).

Os Núcleos da APSEI constituem fóruns técnicos especializados, dotados de autonomia interna de organização, que asseguram às empresas e profissionais uma participação ativa e debate sobre a evolução do setor, com realização anual de duas Assembleias de Núcleo e de duas reuniões de Direção de Núcleo.

Concretiza-se na utilização de equipamentos, de funcionamento automático ou não, instalados em edifícios ou viaturas de combate a incêndio, que atuam diretamente sobre o fogo, tendo em vista a sua extinção, designadamente: extintores, rede de incêndio armada (carretéis e bocas de incêndio), marcos de incêndio e hidrantes, sistemas de extinção (centrais de bombagem, sprinklers, sistemas de extinção de pó químico), sistemas de gases e de vapor de água e meios de transporte/ viaturas de combate a incêndio.

portões e grades de segurança; sistemas de compartimentação de incêndio/registos/selagens, sistemas de ventilação e desenfumagem natural, proteção de estruturas; melhoria do comportamento ao fogo dos materiais de construção tradicionais, sinalização de segurança e iluminação de emergência.

NAPA — Núcleo Autónomo de Proteção Ativa

A Proteção Ativa materializa-se na utilização de um conjunto de elementos que têm o objetivo de combater imediatamente um incêndio já iniciado, evitando que se propague por toda a edificação, até que o corpo de bombeiros chegue ao local.

A Proteção Passiva consubstancia-se na utilização de meios que evitem que um incêndio se propague e que seja retardado ao máximo, de forma a não comprometer toda a estrutura da edificação, a proporcionar a evacuação das pessoas do local em tempo hábil e a minimizar o impacto financeiro sobre bens imóveis, máquinas e equipamentos. Trata-se da utilização de sistemas, equipamentos e produtos, que devem ser integrados nos edifícios, tendo finalidades específicas no uso normal dos edifícios, nomeadamente: portas e envidraçados resistentes ao fogo; portas,

NASE — Núcleo Autónomo de Segurança Eletrónica

A Segurança Eletrónica baseia-se na utilização de equipamentos e dispositivos eletrónicos destinados à proteção de pessoas, à proteção de bens e ao controlo e verificação de pessoas. Como sistemas de proteção de pessoas destacam-se os sistemas de deteção e alarme de incêndios, os sistemas de deteção e comando de extinção automática de incêndio, os sistemas de deteção e alarme de gases tóxicos e combustíveis e os sistemas de deteção de inundações. Como sistema de proteção de bens são de salientar os sistemas de deteção de intrusão e controlo de acessos, bem como os sistemas de deteção antifurto, metais e armas.

Quanto aos sistemas de controlo, importa referir a videovigilância c/s/ transmissão de imagem, as centrais de receção e monitorização de sinais de

NAPP — Núcleo Autónomo de Proteção Passiva
19 61 361 226 114

alarme, a iluminação de emergência, os cofres, as casas-fortes e armários de segurança, a domótica, os sistemas para proteção de ATM e as fechaduras e automatismos de segurança.

NAST — Núcleo Autónomo de Segurança no Trabalho

A Segurança e Saúde no Trabalho passa pela implementação de sistemas de gestão da segurança e saúde do trabalho que permitam às organizações minimizar os riscos para os seus colaboradores e partes interessadas. Entre temas em foco temos a utilização de equipamentos de proteção individual (EPI) e coletiva (EPC), a contratação de serviços externos de segurança e saúde no trabalho, a ergonomia, a IA na SST e a saúde mental.

A APSEI é a maior comunidade técnica especializada e a única Associação, em Portugal, de Safety & Security, agregando empresas e profissionais de toda a indústria de prevenção e segurança das suas áreas de atuação.

ferroviário, marítimo e aéreo de mercadorias perigosas, designadamente conselheiros de segurança, profissionais ligados a empresas de transporte de mercadorias, logística, transitários, indústria química, petroquímica, gestão de resíduos, portos, aeroportos, formadores, armadores, empresas de handling, entre outros.

EVOLUÇÃO DA ATIVIDADE DE NORMALIZAÇÃO

Organismo de Normalização Setorial, designado pelo Instituto Português da Qualidade, a APSEI é responsável atualmente pela coordenação de quatro comissões técnicas e respetivas subcomissões:

— Comissão Técnica 42: Segurança e Saúde no Trabalho;

— Comissão Técnica 46: Segurança contra Incêndio e Símbolos Gráficos;

— Comissão Técnica Eletrotécnica 79: Sistemas de Alarme;

— Comissão Técnica 193: Trabalhos em Altura.

18 ANOS DE PRESENÇA INSTITUCIONAL

A APSEI tem tido oportunidade, ao longo dos anos e em representação do setor empresarial da Segurança, de colaborar com propostas de melhoria em vários ciclos legislativos relativos à Segurança contra incêndio em edifícios, Segurança Privada, Segurança e Saúde no Trabalho e Segurança no Transporte de Mercadorias Perigosas. Atua desde 2011 como Membro da Comissão de Acompanhamento da Implementação do Regime Jurídico de Segurança Contra Incêndio em Edifícios; desde 2014 como Membro do Conselho de Segurança Privada e desde 2016, como Membro da Comissão Nacional do Transporte de Mercadorias Perigosas.

18 ANOS DE PRESENÇA INTERNACIONAL

NAMP — Núcleo Autónomo de Segurança no Transporte de Mercadorias Perigosas

Integram este núcleo de atividade os profissionais interessados na temática da segurança no transporte rodoviário,

As quatro Comissões Técnicas envolvem cerca de 274 peritos técnicos, que colaboram voluntariamente na produção de normas técnicas nacionais e na tradução das normas técnicas internacionais sobre temas tão diversos como fabrico e manutenção de equipamentos, tradução de normas ISO, boas práticas de Segurança, entre outros.

A APSEI integra cinco confederações internacionais. Uma vez que as regras europeias e internacionais condicionam fortemente a atividade de segurança, a APSEI participa ativamente nas seguintes confederações/associações:

— Desde 2009 na CFPA-Europe , confederação europeia de associações de segurança que tem como missão principal a harmonização dos conhecimentos técnicos dos profissionais do setor, que exercem a atividade no mercado europeu. Com esta finalidade, a CFPA-E desenvolve

TRABALHOS
SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO SÍMBOLOS GRÁFICOS
EM ALTURA

Em 2011 teve lugar o Iº Fórum de Normalização, no Auditório do IPQ, em Almada.

Em outubro de 2006 realizou-se a primeira conferência NFPA no Centro de Congressos do Estoril.

cursos de formação pautados por elevados níveis de qualidade e competência técnica. Da CFPA-E fazem atualmente parte 26 associações de segurança de 24 países da União Europeia, aos quais se juntaram recentemente a África do Sul e a Coreia do Sul;

— Desde 2011 na Euralarm, associação europeia que representa o setor de segurança eletrónica (proteção contra incêndio e security). Fundada em 1970, a Euralarm representa mais de 5.000 empresas com um volume de negócios estimado em mais de 18 mil milhões de euros. Os membros da Euralarm fazem parte da área geográfica do Conselho Europeu e incluem associações setoriais nacionais, empresas, institutos ou associações de investigação e ensino;

tes e outros profissionais do setor da proteção passiva contra incêndio. Tem assento na CEN/TC 127 – Fire safety in buildings e uma ligação muito próxima à EGOLF – European Organization for Fire Testing Laboratories;

— Desde 2017 na ENETOSH, Rede Europeia de Educação e Formação em Segurança e Saúde no Trabalho que fornece uma plataforma para o intercâmbio sistemático de conhecimentos e experiências em educação e formação relacionadas com segurança, saúde e bem-estar;

9

— Desde 2017 na EAPFP, associação fundada em 1988 que tem o objetivo de dar voz, a nível europeu, às associações nacionais representantes de fabrican-

— Desde 2019 na IASA – International Association of Dangerous Goods Safety Advisers, Organização Internacional cujos membros são associações de Conselheiros de Segurança (DGSA – Dangerous Goods Safety Advisers) de caráter nacional ou regional, que tem como objetivos promover atividades de suporte e interesse em matéria de

segurança no transporte de mercadorias perigosas e a formação/avaliação dos Conselheiros de Segurança, ou seja, especialistas no Transporte de Mercadorias Perigosas. Fundada em 2009, a IASA, presentemente, agrega 25 associações nacionais/regionais, num total de 20 países, que representam cerca de 3500 Conselheiros de Segurança, tendo o estatuto de observador na Reunião Comum RID/ADR/ADN.

18 ANOS DE ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS

Para além da atividade associativa e formativa, a APSEI organizou diversos eventos (fóruns, seminários, conferências), com o intuito de promover o setor e melhorar a qualificação dos seus técnicos, através da disseminação da inovação registada a nível nacional e internacional, a par da divulgação de boas práticas no domínio da segurança. 46 FÓRUNS

E SEMINÁRIOS
DE
DE SEGURANÇA PRIVADA
7 FÓRUNS
NORMALIZAÇÃO 64 WEBINARS DESDE 2020 3 CONFERÊNCIAS
27 OPEN DAY
CONFERÊNCIAS DE SEGURANÇA

9 CONFERÊNCIAS DE SEGURANÇA AS EDIÇÕES DAS CONFERÊNCIAS PODEM SER REVISITADAS EM WWW.PROTEGER.PT.

2008

Tem lugar a 1ª edição da Conferência PROTEGER, no Tagus Park, em Lisboa, de 5 e 6 de novembro, que junta no mesmo espaço, auditórios, workshops e zona de exposição.

2010

2ª edição da Conferência PROTEGER, no Centro de Congressos de Lisboa, de 19 a 22 de outubro.

2012

3ª edição da Conferência PROTEGER, no Centro de Congressos do Estoril, de 3 a 5 de dezembro.

2014

4ª edição da Conferência PROTEGER, no Centro de Congressos do Estoril, de 29 setembro a 1 de outubro.

Oradores 501 18 11 1224 38 11 641 20 18 1024 60 18 938 26 22 2062 79 7 1545 86 5 2008 2 DIAS 2014 3 DIAS 2010 4 DIAS 2016 3 DIAS 2012 3 DIAS 2018 3 DIAS 2022 3 DIAS 2023 2 DIAS 2008 2 DIAS 2014 3 DIAS 2010 4 DIAS 2016 3 DIAS 2012 3 DIAS 2018 3 DIAS 2022 3 DIAS 2023 2 DIAS 1369 28 4
Visitantes
NACIONAIS INTERNACIONAIS
NÚMEROS & FACTOS

2016

5ª edição da Conferência PROTEGER, no Centro de Congressos do Estoril, de 18 a 20 de outubro.

2018

6ª edição da Conferência PROTEGER, na Sala Tejo da Altice Arena, Parque das Nações, de 13 a 15 de novembro.

2022

7ª edição da Conferência PROTEGER, na Sala Tejo da Altice Arena, Parque das Nações, de 13 a 15 de novembro.

Até 2022, a Conferência PROTEGER teve uma periodicidade bianual, na região de Lisboa, com exceção dos anos de restrições a eventos de massas, originados pela COVID-19.

2023

8ª edição da Conferência PROTEGER, no Europarque –Santa Maria da Feira, de 19 e 20 de abril.

Em 2023, a duração foi reduzida para dois dias e uma periodicidade anual. Em abril realizou-se pela primeira vez uma edição na zona Norte do país, no Europarque, em Santa Maria da Feira.

Palestras e workshops 29 6 50 4 75 8 30 3 48 5 44 17 39 18 2008 2 DIAS 2014 3 DIAS 2010 4 DIAS 2016 3 DIAS 2012 3 DIAS 2018 3 DIAS 2022 3 DIAS 2023 2 DIAS 2008 2 DIAS 2014 3 DIAS 2010 4 DIAS 2016 3 DIAS 2012 3 DIAS 2018 3 DIAS 2022 3 DIAS 2023 2 DIAS 32 10
PALESTRAS WORKSHOPS Patrocinadores e expositores 21 21 27 25 33 28 33 31 24 22 44 40 32 26 38 45 PATROCINADORES EXPOSITORES

CERTIFICAÇÃO — GASES FLUORADOS DESDE 2012

Os técnicos e empresas que intervencionem extintores e sistemas fixos de proteção contra incêndios que contenham os gases fluorados com efeito de estufa referidos no Regulamento (CE) nº 842/2006, estão obrigados a certificação específica para o efeito. Esta certificação é obrigatória em todos os países da Comunidade Europeia e decorre da publicação do Regulamento (CE) nº 304/2008. Em Portugal, estas certificações são concedidas pela APSEI.

Desde 2012, decorrente da publicação do Despacho nº 7742/2012, de 5 de junho, a APSEI assumiu, em 2012,

a função de Organismo de Avaliação e Certificação para a Certificação de Técnicos e Empresas no âmbito da intervenção de sistemas fixos de proteção contra incêndio e extintores que contenham gases fluorados com efeito de estufa, estabelecida pelo Decreto-Lei nº 56/2011, de 21 de abril, entretanto revogado pelo Decreto-lei nº 145/2017, de 30 de novembro.

Em 2017, através do Despacho 8719/2017, de 3 de outubro, publicado no Diário da República nº 191/2017, Série II de 2017 – 10 – 03, a APSEI foi designada como Organismo de Avaliação e Certificação de técnicos e empresas para intervenções em sistemas fixos de proteção contra incêndios e extintores

Instalações da sede da APSEI

2006

As primeiras instalações estavam localizadas no Largo da República, 2, 1º, em Vialonga. Ainda nesse ano, a APSEI mudou para a Rua Conselheiro Lopo Vaz, Edifício Varandas do Rio, Lote A/B, Escritório D, em Lisboa.

que contêm gases fluorados com efeito de estufa.

Em 2023, a renovação por mais um período de cinco anos foi deferida, aguardando-se neste momento a publicação do Despacho.

EVOLUÇÃO DA FORMAÇÃO

PROFISSIONAL — 60 CURSOS

Ciente da dificuldade de recrutamento de técnicos especializados e devidamente qualificados, a APSEI iniciou a sua acreditação na DGERT (Direção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho) em 2008, tendo conseguido a certificação pela DGERT, em 2016, na área de educação e formação 861 — Proteção de pessoas e bens. Mais tarde,

2015

A APSEI instalou a sua sede na Rua Cooperativa a Sacavenense, 25 C/F, em Sacavém.

em 2018, vê a certificação alargada para a área 862 — Segurança e Higiene no Trabalho. A formação APSEI aposta na qualificação das empresas e da excelência dos técnicos, assumindo-se também como uma entidade formadora com reconhecida competência focada nas necessidades do mercado.

Cronologicamente, os cursos obrigatórios foram sendo reconhecidos do seguinte modo:

— Em 2008: Certificação do serviço de Manutenção de Extintores (NP 4413), Curso com acesso a certificado de formação da CFPA-Europe, reconhecida em todos os países membros.

— Em 2011: Reconhecimento da Autoridade Nacional de Proteção Civil

(ANPC) para ministrar o Curso de Técnico Responsável de Segurança contra Incêndio em Edifícios.

— Em 2019: Reconhecimento do curso de Técnico de Security, por parte da Direção Nacional da PSP, quer para atribuição inicial de registo prévio, quer para a sua renovação. Este curso integra-se na certificação europeia e confere ainda o acesso ao Diploma de Técnico Europeu de Security da CFPA-Europe.

— Em 2021: Reconhecimento da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) enquanto entidade formadora para o Curso de Projetistas de Segurança contra Incêndio em Edifícios da 2ª, 3ª e 4ª Categorias de Risco.

— Em 2023: Reconhecimento do curso de Gestor de Security por parte da Direção Nacional da PSP, quer para atribuição inicial de registo prévio, quer para a sua renovação. O curso de Gestor de Security assume-se como um ciclo continuado do curso de Técnico de Security, logo, com especificidade e grau de dificuldade superior ao primeiro.

A nível de formação com reconhecimento europeu, a APSEI é a única entidade em Portugal autorizada a ministrar cursos com a chancela da CFPA-Europe, pelo que vários dos cursos ministrados conferem o acesso a Certificado de Formação, reconhecido em todos os 26 países membros da Confederação.

Instalações da APSEI Norte

2017

Espaço co-working, em Matosinhos

2018

Edifício A-11 no Candal Park, em Vila Nova de Gaia.

2020

Edifício X – 22/23 no Candal Park, em Vila Nova de Gaia.

2023

Edifício CC – 06/07 no Candal Park, em Vila Nova de Gaia.

APSEI A EVOLUÇÃO DE UMA IDENTIDADE

2006

Primeiro logótipo.

Primeiro website

2008

Lançamento do número 1 da revista PROTEGER.

Segunda versão do website.

15 ANOS DE REVISTA PROTEGER

Em 2008, a APSEI inicia a publicação de uma revista trimestral, gratuita para associados, com a designação “Proteger”, distribuída em território nacional e internacional a associados e a profissionais de Segurança.

A distribuição, em 2008, foi de 1.000 exemplares, tendo chegado a 4.500 exemplares devido à grande adesão por parte dos assinantes e público interessado. Além da impressão, a revista estava também disponível online no website da APSEI.

Em 2024, a revista Proteger assume um novo layout, interativo e adaptado exclusivamente ao digital, deixando

de ser impressa e distribuída via CTT. Com um download exclusivo para associados APSEI, poderá ser lida online nos vários dispositivos.

PUBLICAÇÕES APSEI

A APSEI desenvolve também uma atividade editorial relevante, sendo responsável pela edição de várias publicações técnicas em português, da autoria de especialistas de renome internacional.

Publica em 2010 o Manual de Exploração de Segurança contra Incêndio em Edifícios de António Possidónio Roberto e Carlos Ferreira de Castro; em 2014, o Manual de Sistemas de

2012

Atualização da assinatura da APSEI no logótipo.

Redesenho do layout da revista PROTEGER (nº 24) e da sua identidade que, mais tarde, foi adotada para a identidade da Conferência Proteger.

Segurança Eletrónica de Carlos Aníbal Xavier Nobre; em 2015 o Regime Jurídico da Atividade de Segurança Privada de Luís Filipe Dantas da Silva e Mónica Landeiro Rodrigues; em 2019 é editado Sprinklers de Carlos Torrinha; em 2021, Segurança Privada – Panorama Legal, Volume I, de Hélder Freixedelo Santos, Nuno Bugalho Carocha e Telmo Ribeiro e em 2022, Segurança Privada – Panorama Legal (sistematizado e comentado), Volume II de Hélder Freixedelo Santos, Nuno Bugalho Carocha e Telmo Ribeiro.

Paralelamente, a APSEI publicou 74 Fichas Técnicas, 12 Guias e 4 Estudos do setor.

2015

Redesenho do logótipo da APSEI.

2016

Terceira versão do website

2023

Quarta versão do website

2024

Redesenho do layout da revista PROTEGER (nº 54) e versão exclusivamente digital.

WEBSITE APSEI

Desde 2006 que a APSEI procurou uma forte presença online , nomeadamente através do seu website, que recebeu permanentes melhorias com upgrades maiores ao nível da imagem e arquitetura em 2008, 2016. Em 2023 faz-se uma forte aposta na imagem e aposta-se numa presença bilingue (português e inglês), com um modelo já adaptado aos diferentes dispositivos.

SIAC — SISTEMA DE APOIO ÀS AÇÕES COLETIVAS

Ao abrigo do COMPETE2020/FEDER/ Portugal2020 foram desenvolvidos três importantes projetos: Segurança+i , Segurança 4.0 e Portugal Safe.

Entre 2018 e 2021, o projeto Segurança +i , com quinze seminários, publicação de quatro Guias Práticos, quatro vídeos, um Estudo do Setor, um Observatório de Prevenção e Segurança, uma ferramenta de cálculo SCIE e a implementação de um selo de qualidade.

Entre 2021 a 2023, o projeto Segurança 4.0, com a publicação de sete Guias, uma app, nove vídeos e a realização de nove seminários.

De 2021 a 2023, com o projetoPortugal Safe, foram publicados três estudos de mercado, dois estudos de benchmarking, implementadas cinco redes colaborativas, uma plataforma colaborativa, cinco ações de prospeção e contacto, três missões inversas, seis

seminários, uma conferência internacional, duas participações com stand nas feiras Intersec Dubai, nos Emirados Árabes Unidos e Security Essen na Alemanha. Foram ainda publicados dez artigos.

Este é um caminho de aprendizagem que se iniciou há 18 anos e vai continuar ao longo de muitos mais. Por essa razão, a APSEI só tem a agradecer a todos aqueles que têm feito parte da sua história: “A todos os que nos acompanham, de forma mais direta ou indireta, e que nos incentivam a fazer mais e melhor, há apenas uma palavra a dizer: Obrigado!”, refere Carlos Dias, presidente da Direção da APSEI.

Emília Telo

A campanha europeia 2023 – 2025 da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (EU-OSHA).

ENTREVISTA FILIPA PRENDA & SUSANA CASINHA FOTOGRAFIA ACT

A AUTORIDADE PARA AS CONDIÇÕES DO TRABALHO, ACT, ENQUANTO AUTORIDADE NACIONAL EM MATÉRIA DE PROMOÇÃO DA MELHORIA DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO, BEM COMO DE POLÍTICAS DE PREVENÇÃO DE RISCOS

PROFISSIONAIS ASSUMIU, DESDE 2016, O PONTO FOCAL

NACIONAL DA EU-OSHA.

NESTA EDIÇÃO, EMÍLIA TELO, COORDENADORA DO PONTO

FOCAL EM PORTUGAL, DESAFIA-NOS A PARTICIPAR NA

CAMPANHA EUROPEIA 2023 – 2025 “LOCAIS DE TRABALHO

SEGUROS E SAUDÁVEIS”, SOB O MOTE: TRABALHAR COM

SEGURANÇA E SAÚDE NA ERA DIGITAL.

GRANDE ENTREVISTA
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AAgência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (EU-OSHA) está empenhada em tornar os locais de trabalho europeus mais seguros e saudáveis e, por conseguinte, mais produtivos. Qual tem sido o papel da Autoridade para as Condições do Trabalho? Fá-lo através da sensibilização para os riscos no local de trabalho e do destaque dos benefícios da boa gestão da segurança e saúde no trabalho (SST).

Através das campanhas Locais de Trabalho Seguros e Saudáveis, que a EU-OSHA desenvolve desde 2000, onde se abordam questões fundamentais em matéria de segurança e saúde no local de trabalho, são realizados eventos e concursos em toda a Europa, divulgadas informações e ferramentas práticas e partilhados exemplos de boas práticas no local de trabalho. A EU-OSHA colabora igualmente com o Consórcio Napo para produzir uma série de filmes de animação de caráter lúdico de sensibilização para a segurança e saúde no local de trabalho.

A ACT, enquanto Ponto Focal Nacional da EU-OSHA , coordena as campanhas europeias bienais realizadas no nosso país, com o propósito de promover a realização de iniciativas que melhorem a qualidade do trabalho, dinamizando o envolvimento e empenho de todos os atores da área da prevenção de riscos profissionais. Assim, no biénio 2023 – 2025, está a desenvolver a campanha Europeia “Locais de Trabalho Seguros e Saudáveis”, com o tema

Trabalhar com segurança e saúde na era digital.

A Campanha Europeia 2023 – 2025 pretende sensibilizar, disponibilizar recursos práticos e reunir as partes interessadas e está em consonância com a abordagem de “ visão zero” da Comissão Europeia para promover uma cultura de prevenção constante no Quadro Estratégico da UE para a Saúde e Segurança no Trabalho 2021 – 2027, bem como com os objetivos da Estratégia Digital Europeia . Esta campanha decorre da investigação realizada pela EU-OSHA para a visão geral da SST sobre a digitalização 2020 – 2023.

O Ponto Focal Nacional já está envolvido nas iniciativas da EU-OSHA desde 2016. Que projetos e materiais têm desenvolvido?

Desde o início dos projetos de investigação sobre o tema da digitalização e as suas implicações para a SST, que o ponto focal nacional tem estado envolvido.

Os projetos prospetivos da EU-OSHA basearam-se em diversos métodos, in-

proteger 36 GRANDE ENTREVISTA

Emília Telo é a Coordenadora do Ponto Focal Nacional da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (EUOSHA). Doutora em Higiene, Saúde e Segurança no Trabalho pela Universidade de León — Espanha. Mestre em Engenharia Biomédica pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (na Área de Especialização em Radiação,

Campanha Europeia que se iniciou na Semana Europeia da SST (43ª semana do ano) na Conferência de imprensa em Bruxelas, com o Comissário Europeu para o Emprego e os Direitos Sociais, Nicolas Schmit.

Imagem e Processamento de Imagem). Licenciada em Bioquímica pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Investigadora e docente em SST, membro de grupos de trabalho nacionais e europeus com várias participações em Congressos Nacionais e Internacionais e várias publicações na área da SST.

cluindo revisões da literatura, consultas de peritos e desenvolvimento de cenários (ver por exemplo o estudo: Análise prospetiva sobre riscos novos e emergentes em matéria de segurança e saúde no trabalho associados à digitalização até 2025: relatório e cartoons de cenários prospetivos, que examina o impacto da rápida evolução das tecnologias digitais sobre o trabalho, incluindo a inteligência artificial e a robótica, bem como o potencial impacto sobre a SST).

Os artigos de peritos, entretanto publicados, tiveram como objetivo provocar o debate sobre o futuro do trabalho e sobre questões emergentes relacionadas com a segurança e a saúde no local de trabalho, entre peritos em SST, decisores políticos de toda a UE, governos dos Estados Membros, sindicatos e empregadores da UE. As conclusões destes artigos propuseram aspetos que merecem ser mais investigados ou que devem ser objeto de ação.

Os temas inicialmente abrangidos pela série de artigos incluiram o

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FIG. 1

crowdsourcing, a robótica e as drogas que melhoram o desempenho, a impressão 3D, as tecnologias de monitorização e o setor do comércio a retalho eletrónico. Explore todos os documentos de debate de peritos sobre TIC/digitalização e SST.

Na preparação do inquérito europeu às Empresas sobre Riscos Novos e Emergentes ESENER também nos foi pedida a colaboração para introduzirmos algumas novas questões objetivas relativas à digitalização, a aplicar no inquérito levado a cabo em 2019. Este ano, 2024, entre maio e outubro, vão ser realizadas entrevistas nas organizações do nosso país. Os resultados destas entrevistas são complementados por análises secundárias que envolvem uma série de estudos aprofundados concentrados em tópicos específicos.

São disponibilizados mais recursos práticos (folheto; materiais da campanha: guia , cartaz , apresentação, folheto; publicações; estudos de caso; vídeo, etc.) no website da Campanha Europeia que se iniciou na Semana Europeia da SST (43ª semana do ano) na Conferência de imprensa em Bruxelas, com o Comissário Europeu para o Emprego e os Direitos Sociais, Nicolas Schmit . Também nessa semana a rede de pontos focais e outros parceiros da campanha organizaram atividades e eventos para sensibilizar para uma transição digital segura e saudável do trabalho.

Foi feito alguma promoção ou lançamento desta Campanha a nível nacional? De que forma as nossas empresas podem ter acesso a informação?

Em Portugal, no dia 25 de outubro, no Auditório do Centro de Juventude de Braga realizou-se o lançamento desta nova campanha europeia, em parceria com os serviços desconcentrados da Unidade Local da Braga da ACT e a Câmara Municipal de Braga.

A Revista Proteger esteve presente, com a prestigiada presença da sua diretora geral Eng.ª Susana Casinha. A Revista é media partner da campanha, é uma parceira muito ativa na sua divulgação e tem tido um papel primordial na

divulgação das iniciativas nacionais das campanhas.

A partir deste evento têm sido realizadas várias iniciativas presenciais e online que pode acompanhar no portal e nas redes sociais da ACT.

Estão disponíveis três filmes do Napo relacionados com o tema: Napo em… robôs no trabalho; Utilização de Drone — Napo em… trabalho em altura e Napo em … teletrabalho para parar a pandemia.

Para manter o interesse dos empregadores, trabalhadores, profissionais de SST e outras partes interessadas (stakeholders) a campanha está dividida em cinco áreas prioritárias que vão sendo desvendadas ao longo da campanha (Fig. 2). Cada área prioritária abrange um tema específico relacionado com a digitalização no local de trabalho e cada uma é acompanhada de uma vasta gama de materiais, incluindo relatórios, fichas informativas, infografias e estudos de casos.

Em 2024, vão ser explorados o trabalho em plataformas digitais, a automatização das tarefas e o trabalho à distância e híbrido.

proteger 38 GRANDE ENTREVISTA

A ACT, enquanto Ponto Focal

Nacional da EU-OSHA, coordena as campanhas europeias bienais realizadas no nosso país, com o propósito de promover a realização de iniciativas que melhorem a qualidade do trabalho, dinamizando o envolvimento e empenho de todos os atores da área da prevenção de

riscos profissionais. Assim, no biénio

2023 – 2025, está a desenvolver a campanha Europeia “Locais de Trabalho Seguros e Saudáveis”, com o tema Trabalhar com segurança e saúde na era digital.

Sinalux | Everlux

Parceira oficial da Agência

Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho

Para apoiar esta última área (trabalho à distância e híbrido) foi publicado (em inglês), em setembro de 2023, uma nova ferramenta OiRA para o teletrabalho, que embora não seja específica para um setor, permite ajudar tanto os empregadores como os teletrabalhadores a criarem espaços de trabalho mais seguros e saudáveis em casa. É nosso objetivo traduzir para português e adaptar à realidade nacional tal instrumento online interativo de gestão/avaliação dos riscos.

A Sinalux | Everlux foi selecionada como parceira oficial da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (EU-OSHA), no âmbito da campanha “Trabalhar com Segurança e Saúde na Era Digital”.

A campanha, que decorrerá até ao final de 2025, tem como principais objetivos a sensibilização de riscos e oportunidades inerentes à transformação digital da sociedade, bem como os processos e locais de trabalho; e a promoção do conhecimento sobre as melhores práticas na utilização das novas tecnologias digitais como a IA e a robotização nos processos de trabalho.

A Sinalux | Everlux assume publicamente o compromisso de desenvolver atividades em quatro grandes áreas: Ferramentas de Implementação das melhores práticas SST; Partilha de Conhecimento; Promoção e Divulgação e Formação e Sensibilização.

A Sinalux | Everlux proporciona, em cada ano, mais de 100 acções de formação a profissionais de Segurança contra Incêndio e Saúde e Segurança no Trabalho, pelos diversos países da Comunidade Europeia, pelo que a sensibilização para o tema “Trabalhar com Segurança e Saúde na Era Digital” será adicionado em todos os programas formativos.

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FIG. 2 As cinco áreas prioritárias da campanha europeia.

Dístico que os vencedores do Prémio Europeu de Boas Práticas poderão utilizar em materiais promocionais.

A campanha decorre até ao final de novembro de 2025. Mais informações podem ser obtidas sobre as suas origens e objetivos, bem como os próximos marcos e como participar Pode manter-se atualizado seguindo #EUhealthyworkplaces no Facebook, X e LinkedIn ou subscrevendo o boletim informativo da Campanha.

Estão previstos prémios para a implementação da Campanha? O que podem as nossas empresas preparar?

Cada campanha apresenta também os Prémios Europeus de Boas Práticas e o Prémio Cinematográfico “Locais de Trabalho Seguros e Saudáveis”. A nível nacional, temos também um outro prémio dirigido ao Ensino Profissional cujo principal objetivo é a criação de um trabalho com conteúdo inovador no âmbito da Segurança e Saúde no Trabalho, a ser apresentado em formato de vídeo. Assim, apelamos à participação nesta terceira edição do Concurso “Está-se Bem em Segurança e Saúde no Trabalho: Participa. Inova. Entrega-te”.

O que é esperado das organizações?

O Ponto Focal Nacional da EU-OSHA pretende que as organizações, públicas e privadas, de todos os ramos de atividade desenvolvam uma atividade relacionada com o tema da campanha e que partilhem connosco.

Para tal basta, organizar eventos e atividades ou até mesmo a sua própria campanha. Por exemplo:

— Eventos de formação, seminários e workshops;

— Demonstrações, exibições e exposições em SST;

— Concursos de posters e/ou quizzes;

— Filme, vídeo e multimédia;

— Campanhas publicitárias e/ou promocionais;

— Parcerias entre empresas e escolas/ faculdades/centros de formação;

— Gamificação em SST;

— Outras iniciativas que mais se adequem à realidade da organização.

Pode aceder a um conjunto de ferramentas da campanha que o ajudará a lançar a sua própria campanha de sensibilização sobre o impacto da digitalização na SST. O conjunto de ferramentas oferece orientações passo a passo sobre o processo de preparação e realização de uma campanha e sobre como tirar o máximo partido dos seus recursos.

Também pode usar o conjunto de ferramentas para as redes sociais, uma coleção de materiais para as suas contas nas redes sociais. Comece ao selecionar as mensagens, os recursos visuais e vídeos.

Partilhar as suas boas práticas, enviando as suas iniciativas para pfn. eu-osha@act.gov.pt.

Ao tornar-se um Parceiro Nacional da Campanha, pela organização de eventos ou atividades ou pela realização da sua própria campanha para apoiar a campanha “Locais de trabalho saudáveis”, pode solicitar um certificado de participação de reconhecimento do seu empenho e da sua contribuição.

O sucesso da campanha depende das numerosas iniciativas desenvolvidas para evitar doenças profissionais ou relacionadas com o trabalho (como as LMELT — lesões musculoesqueléticas ligadas ao trabalho) ou algum acidente de trabalho. Se conseguirmos envolver os trabalhadores na melhoria das suas condições de trabalho e se aumentarmos o bem-estar dos trabalhadores promovemos um ambiente de trabalho saudável.

proteger 40 GRANDE ENTREVISTA
FIG. 3

Estamos no mês da realização da nossa Conferência de Segurança, a PROTEGER, que irá trazer a debate o tema da Sustentabilidade e SST. Como é que esta preocupação deve estar no dia a dia das Organizações? Quando uma organização, pública ou privada, se preocupa com a sua sustentabilidade, nunca se pode desassociar das matérias de segurança e saúde no trabalho. Atualmente, as organizações estão a considerar não apenas o impacto ambiental (com a adoção de práticas sustentáveis) e o impacto social das suas operações no mercado, mas também a garantia de uma mão de obra saudável e protegida (de doenças profissionais ou relacionadas com o trabalho e de acidentes de trabalho). Isto faz com que estes trabalhadores se sintam mais envolvidos e desenvolvam um sentimento de compromisso a longo prazo com a organização.

(…) As organizações que apostam na sustentabilidade acabam por se tornar organizações de referência, nas quais os profissionais sentem o peso dessa responsabilidade. (…)

Para que se criem locais de trabalho saudáveis é necessário que a sustentabilidade esteja sempre presente, isto é, a avaliação do risco, a implementação de medidas e a procura de melhoria devem ser processos constantes, que devem integrar o plano de negócios da empresa.

A sustentabilidade constitui-se como um elemento fundamental dentro de uma organização, tendo como objetivo estimular o desenvolvimento de uma estratégia onde a organização procura a criação de novas oportunidades, através da ampliação de mercados ou melhoria da sua reputação, assim como controlar

os riscos com vista à continuidade do negócio. As organizações que apostam na sustentabilidade acabam por se tornar organizações de referência, nas quais os profissionais sentem o peso dessa responsabilidade.

Assim, podemos dizer que o comprometimento efetivo da organização com os seus valores e a aproximação estratégica da organização às suas partes interessadas (stakeholders), será, a par de uma liderança forte e presente, o garante (a longo prazo) da sustentabilidade dessa organização.

Nos dias de hoje, a SST está a alinhar-se com os princípios de sustentabilidade e responsabilidade social que convocam renovadas formas de assegurar a participação dos trabalhadores.

proteger 42 GRANDE ENTREVISTA
FIG. 4 Sendo um parceiro de campanha, é disponibilizado um vasto conjunto de materiais para que possa utilizar nas suas ações promocionais.

INFORMAÇÃO TÉCNICA

Baterias de iões de lítio, uma nova preocupação para a segurança pública.

Nesta era tecnológica, as baterias de iões de lítio são omnipresentes, em telemóveis, computadores, sistemas de armazenamento de energia, todo tipo de veículos e muitos outros aparelhos eletrónicos. Em comparação com as versões de chumbo-ácido que dominaram por décadas, as baterias de iões de lítio podem carregar mais rápido e armazenar mais energia.

Estas tornam os nossos veículos elétricos (EV) mais leves e duráveis, mas também têm desvantagens, contêm muita energia e, se pegarem fogo, queimam até que toda a energia armazenada seja libertada. Uma enorme libertação de energia pode causar explosões que ameaçam vidas e bens. A situação complica-se ainda mais com a libertação de produtos de combustão altamente tóxicos.

Os profissionais de segurança têm um grande interesse no desenvolvimento de baterias seguras, uma vez que a presença destas tecnologias está a avançar rapidamente e não é acompanhada pela adaptação da legislação e das normas de segurança, que demoram anos a adaptar-se.

O PROBLEMA MAIS PREMENTE: O INCÊNDIO

Luís Torrealba

Chemical Hazmat Portugal

O transporte está a passar por mudanças transformadoras, à medida que as preocupações com as mudanças climáticas e a qualidade do ar aumentam, bicicletas, scooters e EV estão a transformar-se no centro das atenções, fornecendo formas convenientes e de baixa emissão de carbono.

Os veículos elétricos e os aparelhos recarregáveis são responsáveis por uma pequena percentagem dos incêndios, mas controlar os incêndios nestes é difícil. Um incêndio num EV arde aproximadamente a 2.760°C, enquanto num veículo movido a gasolina arde a 815°C. São necessários cerca de 7600 litros de água para extinguir um veículo a gasolina em chamas (apagar um incêndio num EV pode precisar de 10 vezes mais). Deve notar-se que o lítio reage com a água e muitas vezes

um incêndio deste tipo não pode ser controlado com água.

Esta é uma nova preocupação nas grandes cidades onde os veículos elétricos são populares. Os bombeiros encontram dificuldades em lidar com este tipo de incêndio e a estatística é diretamente proporcional ao aumento de dispositivos e veículos com estas baterias.

Para se entender, é importante saber que uma bateria contém produtos químicos que contêm energia, com um separador entre elétrodos positivos e negativos, convertendo essa energia em eletricidade.

Os elétrodos são rodeados por um eletrólito, que permite que a carga elétrica flua entre os dois terminais. Os iões de lítio carregam a carga elétrica e quando um dispositivo é ligado à bateria, ocorrem reações químicas e criam um fluxo de eletrões no circuito externo que alimenta o aparelho.

Muitos dispositivos eletrónicos funcionam com uma única bateria, mas um EV precisa de mais energia, por isso contém dezenas ou milhares de baterias individuais, designadas por células, agrupadas em módulos, que por sua vez são montados em pacotes. Um EV contém uma embalagem grande com muitas células.

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O QUE CAUSA INCÊNDIOS NA BATERIA?

Existem três razões principais: danos mecânicos, danos elétricos causados por curto-circuito externo ou interno ou sobreaquecimento.

Os curtos-circuitos podem ser causados por um manuseamento defeituoso ou reações químicas indesejadas dentro da célula. Quando essas baterias carregam muito rapidamente, reações químicas podem produzir agulhas de lítio afiadas chamadas dendritos no ânodo, que eventualmente penetram no separador e atingem o outro elétrodo, causando um curto-circuito interno.

Estes curto-circuitos aquecem a célula a mais de 100°C. A temperatura da bateria sobe lentamente no início e depois subitamente, atingindo a sua temperatura máxima em cerca de um segundo.

Outro fator que acrescenta dificuldade é a geração de oxigénio. Quando os óxidos metálicos no cátodo aquecem, decompõem-se e libertam oxigénio, os incêndios precisam de oxigénio, pelo que uma bateria em combustão sustentaria sempre um incêndio.

Devido à natureza do eletrólito, um aumento de 20% na temperatura causa, muito rapidamente, algumas reações químicas indesejadas, que liberam calor excessivo. Este excesso de calor aumenta a temperatura, que por sua vez acelera as reações e a sua velocidade, criando uma fuga térmica, trazendo a temperatura de 100°C para 1000°C num segundo.

COM O INCÊNDIO VÊM OUTROS PROBLEMAS

Os gases tóxicos emitidos pelas baterias não devem ser subestimados. Eles são venenosos, combustíveis, ou ambos. Estes podem conter oxigénio, fluoreto de hidrogénio, cloreto de hidrogénio, cianeto de hidrogénio, monóxido de carbono, dióxido de enxofre, hidrogénio e metano, tornando-os perigosos para a saúde e para o ambiente.

O conteúdo de hidrogénio pode gerar nuvens de vapor explosivas, que

têm um grande impacto em qualquer área circundante e têm o potencial de causar danos elevados.

Particularmente problemático é o fluoreto de hidrogénio, que embora se disperse, pode formar uma nuvem de vapor. Quando esta nuvem é inalada ou entra em contacto com a pele, pode causar queimaduras e danos pulmonares. Os efeitos podem demorar (horas ou semanas) a ser notados, esgotando os níveis vitais de cálcio e magnésio, o que pode levar a efeitos sistémicos graves e até fatais.

A toxicidade dos gases emitidos pelas baterias de iões de lítio é uma ameaça real que não podemos ignorar.

Uma vez extinto o fogo, os perigos podem persistir, incluindo a reigniçāo do incêndio e emissão de gases. Após um incêndio, qualquer EV ou aparelho com bateria de iões de lítio, deve ser isolado e descartado como um material perigoso, o que cria um desafio, especialmente em locais onde não há empresas especializadas para isso.

As baterias de iões de lítio são uma realidade necessária, mas estamos a deixar de lado os desafios de segurança que trazem e com isso as normas legais para reduzir os riscos.

Transformámos a segurança face à tecnologia numa questão reativa e não preventiva, pensando apenas em regular após emergências e desastres.

INFORMAÇÃO TÉCNICA

A videovigilância é uma ferramenta crucial para a segurança em diversos contextos. A sua implementação deve ser cuidadosa em conformidade com a legislação vigente.

Videovigilância Regras e limites na colocação das câmaras.
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O enquadramento legal da videovigilância é vasto e disperso por vários diplomas. Existem regras específicas aplicáveis à instalação e utilização destes sistemas de segurança consoante o local a proteger. Os estabelecimentos de restauração e de bebidas que disponham de salas ou de espaços destinados a dança ou onde habitualmente se dance, os espetáculos desportivos em recintos desportivos, os locais públicos de utilização comum, os espaços de recetação de metais não preciosos, os casinos e salas de jogos, os táxis, as ourivesarias onde se proceda à exibição e à compra e venda de artigos com metais preciosos usados, todos têm legislação própria à qual é preciso atender.

Outros espaços, como as farmácias, os postos de abastecimento de combustível, as entidades gestoras de conjuntos comerciais e as grandes superfícies comerciais, as instituições de crédito e as sociedades financeiras e as empresas de segurança privada são exemplos de locais que devem ser protegidos por videovigilância. Para estes últimos, importa considerar acima de tudo as disposições do Regime do Exercício da Atividade de Segurança Privada (REASP) e a respetiva portaria complementar.

Quando se instala um sistema de videovigilância deve ter-se em consideração a legislação em vigor, as normas técnicas aplicáveis e o resultado da

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avaliação de risco ao local. Mas, na fase de estudo e conceção destes sistemas, levantam-se diversas questões relacionadas com a proteção de dados e com a vida privada dos cidadãos. Rapidamente, o direito à reserva da vida privada colide com o direito à segurança.

“Quais são os locais onde não posso colocar câmaras?”. Esta é uma pergunta muitas vezes colocada por quem trabalha no setor e é muito pertinente, porque embora a segurança seja um direito fundamental, não pode ser garantida a todo o custo, e como tal, importa garantir que não é feito um uso abusivo destes equipamentos.

A Lei de Proteção de Dados, Lei nº 58/2019, de 8 de agosto, é a Lei que assegura a execução do Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) na ordem jurídica nacional e é central para responder a esta pergunta, ou pelo menos, a parte dela. A Lei nº 58/2019 alinha-se com os princípios do RGPD, exigindo que o tratamento de dados pessoais captados pelas câmaras seja transparente, justificado e seguro. É essencial obter o consentimento quando necessário e implementar medidas de segurança robustas para proteger esses dados.

Segundo a referida Lei, as câmaras de videovigilância não podem incidir sobre as vias públicas, propriedades limítrofes ou outros locais que não sejam do domínio exclusivo do responsável, exceto no que seja estritamente necessário para cobrir os acessos ao imóvel. As zonas de digitação de códigos de caixas multibanco ou outros terminais de pagamento ATM e o interior de áreas reservadas a clientes ou utentes onde deva ser respeitada a privacidade, designadamente instalações sanitárias, zonas de espera e provadores de ves-

tuário também não podem ser vigiadas por câmaras de vídeo.

Da mesma forma, o interior de áreas reservadas aos trabalhadores, designadamente zonas de refeição, vestiários, ginásios, instalações sanitárias e zonas exclusivamente afetas ao seu descanso não podem ser vigiadas. O caso dos estabelecimentos de ensino é também referido nesta legislação, que estabelece que as câmaras só podem incidir sobre os perímetros externos e locais de acesso, e sobre espaços cujos bens e equipamentos requeiram especial proteção, como laboratórios ou salas de informática.

Apesar de atualmente não ser necessário pedir autorização ou notificar a Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) para se instalar um sistema de videovigilância, é possível analisar através do website desta entidade os espaços onde normalmente se proibia a instalação de câmaras, quando ainda era necessário pedir esta autorização. Analisando algumas das autorizações concedidas pela CNPD a diferentes locais, é possível concluir que, por regra, é transversal que a recolha de imagens se deve confinar à propriedade do responsável e não pode ser captada a digitação de códigos de terminais de pagamento ATM, e que “as câmaras não podem incidir regularmente sobre os trabalhadores durante a atividade laboral, nem as imagens podem ser utilizadas para o controlo da atividade dos trabalhadores, seja para aferir a produtividade, seja para efeitos de responsabilização disciplinar”, exigência estipulada no Código do Trabalho.

Nestas autorizações, todas concedidas pela CNPD anteriormente a maio de 2018, momento em que deixou de ser necessário pedir autorização para instalação dos sistemas, é possível

verificar a proibição de colocação de câmaras em muitos outros locais, alguns exemplos são:

— Hospitais: zonas de espera, acessos e interior dos quartos, interior dos elevadores (monta-macas), interior das salas de consulta, laboratórios e similares, zonas de triagem e interior das zonas de urgência;

— Lares de idosos: zonas de espera, locais de lazer e repouso, corredores de acesso e interior dos quartos e cozinhas;

— Hotéis: piscinas e imediações, jardins, acessos e interior dos quartos e interior de bares e restaurantes;

— Restaurantes: áreas de refeição, zonas de estar e zonas de bebidas (incluindo esplanadas), entretenimento de crianças (p. ex. play centers);

— Igrejas: interior do local de culto.

Para a colocação das câmaras parece ter sempre de se considerar a necessidade estrita de manter um perímetro de segurança e de controlar os acessos a partir do exterior, sempre de forma adequada ao local e sem restringir demasiadamente os direitos dos cidadãos.

Importa, ainda assim, compreender que é o Responsável pelo Tratamento de Dados (RTD) que tem de garantir a ponderação entre o interesse legítimo da sua entidade e os direitos das pessoas, sabendo desde logo que existem locais já proibidos pela Lei de Proteção de Dados e que nesses locais é certo que não podem ser colocadas câmaras. Para apoiar as suas decisões, o RTD pode sempre solicitar um parecer da CNPD, que pode emitir o seu entendimento sobre a matéria em causa.

O equilíbrio entre a segurança e a privacidade será a chave para uma implementação ética e eficaz dos sistemas de videovigilância.

proteger 48 INFORMAÇÃO TÉCNICA

INFORMAÇÃO TÉCNICA

Tecnologia na notificação em massa.

Carlos Dias

Presidente da Direção da APSEI

No cenário atual de comunicações e segurança, a sinalização digital e os sistemas de áudio baseados em IP surgiram como ferramentas fundamentais para notificação em massa. Este artigo aborda as últimas tendências nestas tecnologias, indica qual o seu papel no aumento da segurança, desde o sentimento à realidade e na simplificação da comunicação. À medida que navegamos e avançamos no mundo dinâmico da sinalização digital e das soluções de áudio, exploraremos como estas estão a moldar coletivamente o cenário das notificações em massa para um presente mais seguro, tranquilo e eficiente.

Com o avanço tecnológico do hardware, do software e principalmente com a disponibilização de redes de comunicação mais rápidas e fiáveis, como o 5G, podemos difundir mais informação em menos tempo, para mais dispositivos, com enormes ganhos para a segurança das pessoas, bens e instalações.

MULTIFUNCIONALIDADE PARA NOTIFICAÇÕES EM MASSA

Uma das tendências predominantes no campo da sinalização digital é o crescente foco na multifuncionalidade. Os displays digitais e videowalls estão a evoluir muito para além do seu papel tradicional na publicidade ou entretenimento, para abranger uma ampla gama de serviços, incluindo notificações de emergência e orientação dinâmica. Dependendo do cenário, podem mudar o estado e servir para várias funções, sem investimento adicional em mais hardware.

Os monitores dinâmicos agora servem como sistemas de mensagens críticas, ferramentas de resposta a emergências e oferecer muito mais valor do

que os simples displays de sinalização digital costumavam oferecer.

DISPLAYS COMO ALERTA

Os monitores podem ser integrados a notificações em massa e sistemas de gestão de conteúdos, software de integração ou Centrais de Monitorização de Segurança (CMS) com modelos dedicados para notificações de emergência. Esta integração envolve fontes de dados em tempo real, como atualizações meteorológicas, vários alertas e informações de segurança, que desempenham um papel fundamental para garantir que as notificações sejam responsivas e o recetor consciente do contexto. É fundamental ter um software de integração robusto que se possa ligar com fontes de dados por meio de APIs, facilitando a automação e notificações sensíveis ao contexto. As ferramentas de comunicação baseadas na nuvem e os dados de código aberto deverão simplificar a emissão de alertas oportunos. Deve-se ter sempre a enorme preocupação de não causar o pânico, de que a informação é inteligível para quem a recebe e que as equipas internas sabem reagir de acordo com o Plano de Emergência previamente elaborado.

Outra tendência digna de nota é a proliferação de displays utilizados para mensagens críticas, sempre adaptadas ao público-alvo, com mensagens claras.

MULTICANAL COMO ABORDAGEM E PERSONALIZAÇÃO

Outro desenvolvimento digno de referir envolve a integração de dispositivos móveis para complementar a sinalização digital, especialmente em situações de emergência. O uso de smartphones é o indicado, visto estarem sempre com

proteger 50 INFORMAÇÃO TÉCNICA

todos os utilizadores de forma permanente e com alerta redobrado, já que certos tipos de mensagens são mais adequados para tipos de displays específicos. Muitos destes smartphones são acoplados a smartwatches que reforçam a informação difundida.

Existem ferramentas para mensagens de segurança no local de trabalho, oferecendo plataformas abrangentes para criar, distribuir e gerir campanhas de segurança altamente eficazes. Os seus recursos de atualização em tempo real permitem a rápida disseminação de informações de segurança em resposta a mudanças ou emergências no local de trabalho.

Não apenas para informação em situação de emergência, mas para ir transmitindo conselhos de segurança ao staff e visitantes, para criar uma verdadeira cultura de segurança.

Um sistema integrado pode detalhar ações específicas de acordo com as políticas corporativas e instruir as pessoas a seguirem as orientações nos

monitores públicos, pessoais, nos seus smartphones, enquanto um sinal publicitário pode simplesmente anunciar.

Em cenários de emergência, é fundamental considerar o público e o tempo durante o qual ele estará exposto com capacidade para compreender a mensagem, sem induzir ao pânico.

ML (APRENDIZAGEM DA MÁQUINA) E IA

A inteligência artificial (IA) está a exercer uma influência enorme em praticamente todos os mercados e setores, tanto na indústria de segurança como na indústria audiovisual e a sinalização digital não é exceção. A IA apresenta oportunidades interessantes para melhorar os dados, tornar a sinalização digital mais envolvente para o utilizador e cativar a atenção do mesmo para o contexto que se encontra. Em termos de emergências e notificações em massa, a integração de plataformas de gestão de eventos críticos e sistemas de gestão de edifícios podem fornecer dados valiosos que a IA pode

Sistemas de notificação em massa que facilitam a automação de notificações em contexto.

utilizar, para oferecer recomendações de segurança inteligentes ao staff e ao público. No entanto, ainda estamos muito longe de um mundo onde a IA generativa possa interpretar de forma confiável, como comunicar com os humanos em situações de emergência. Devido à complexidade da reação do ser humano perante estas situações, cada situação deverá ser muito bem avaliada por equipas de especialistas, que incluam elementos da própria organização onde o sistema irá operar. O sistema não deverá ser estático, mas evoluir com as novas exigências do espaço e supervisão constante do Diretor de Segurança, muitas vezes do Diretor de Recursos Humanos, sendo a interdisciplinaridade a melhor abordagem.

proteger 51

O FUTURO DA SINALIZAÇÃO DIGITAL PARA NOTIFICAÇÕES EM MASSA

A maioria dos especialistas indica que a sinalização digital do futuro será dinâmica, preditiva e personalizada, tendo em consideração os fatores ambientais e humanos, em que a IA crie “experiências semipersonalizadas” em vários aplicativos de sinalização digital.

A sinalização digital do futuro será genuinamente dinâmica, adaptando-se aos fatores ambientais e humanos, prevendo oportunidades e ocorrências em vez de apenas estimar e reagir, afirmam os especialistas.

Há a previsão de um uso crescente de sinalização digital para aplicações de Serviços Médicos de Emergência (EMS) e Centro de Operações de Segurança Global (GSOC). Existe também a previsão de um cenário onde os serviços de localização em tempo real — combinados com sensores e câmaras,

poderiam automatizar as mensagens para direcionar as pessoas de um local para outro, em segurança e com o máximo de informação, para tomarem as melhores decisões.

A CRESCENTE IMPORTÂNCIA DO ÁUDIO BASEADO EM IP EM SISTEMAS DE NOTIFICAÇÃO EM

MASSA

No setor do áudio EVAC — sistemas de evacuação — a integração de sistemas baseados em IP, está a revolucionar a forma como as organizações comunicam e garantem a segurança, em aplicações de notificação e de informação em massa.

A segurança do pessoal, visitas e das instalações são preocupações fundamentais para organizações de vários setores e os sistemas de áudio baseados em IP ganharam maior destaque devido à sua capacidade de resolver essas preocupações de forma eficaz. Esses sistemas aproveitam a infraestrutura

de rede IP existente e o poder do software para uma operação eficiente e de custos controlados.

SEGURANÇA E AUTOMAÇÃO

O ponto prévio é a segurança da própria rede IP onde os sistemas estão instalados, que deverá estar obrigatoriamente certificada de acordo com os mais altos padrões de segurança informática. Uma das principais vantagens dos sistemas de áudio baseados em IP é a sua capacidade de aumentar a segurança e a forma de difundir os dados. Ao integrar soluções baseadas em software, as organizações podem automatizar respostas e reduzir o potencial de erro humano durante situações de alto stress, além de poderem ser usados para outras funções, como alertas e informações várias. Também é importante observar que esses sistemas não se limitam aos altifalantes tradicionais. Os sistemas também podem incluir microfones

proteger 52 INFORMAÇÃO TÉCNICA

para intercomunicação bidirecional — de acordo com a legislação em vigor, elementos visuais como strobes e écrans com texto ou sinais para melhorar a comunicação, captar a atenção e fornecer indicações fundamentais.

CONSIDERAÇÕES DE SEGURANÇA PARA SISTEMAS DE ÁUDIO

BASEADOS EM IP

Ao implementar sistemas de áudio baseados em IP, a segurança integral é a principal preocupação. As organizações instalam estes sistemas para reforçar as suas medidas gerais de segurança e proteção, uma vez que a disponibilidade de um sistema de áudio claro e inteligível é fundamental para uma resposta rápida, organizada e eficiente do pessoal. Acrescentar que a segurança dos colaboradores é a prioridade máxima e que os sistemas de áudio baseados em IP podem ser vitais para prevenir e resolver potenciais problemas no local, como derrames de produtos químicos, acidentes, avarias, incêndios ou emergências médicas.

Sistemas de alerta em massa por mensagens móveis são uma prática corrente que, conjugados com outros sistemas, criam um verdadeiro ecossistema de segurança.

Para garantir a integridade e confidencialidade dos alertas de áudio, os sistemas baseados em IP são normalmente instalados em redes IP como SIP/VoIP, sujeitos aos mesmos protocolos de segurança da rede dedicada. Os gestores de TI desempenham um papel fundamental na proteção desses sistemas, implementando as mais altas medidas de segurança de TI e mantendo as redes com as atualizações de segurança mais recentes.

Para cumprir a legislação em vigor, os sistemas de áudio para evacuação terão de estar certificados de acordo com a norma europeia EN 54.

O PAPEL DAS SOLUÇÕES BASEADAS EM NUVEM E INTEGRADAS

As soluções baseadas em nuvem desempenham um papel crucial na implantação e gestão de sistemas de áudio IP. Por exemplo, os software de integração, como soluções web-based, oferecem recursos adicionais, como alertas em massa por SMS, e-mails

enviados e notificações por aplicativos móveis, além da integração e interação com muitos outros sistemas existentes nas instalações, criando um verdadeiro ecossistema de segurança, apenas com um só interface para o operador. O sistema permite interligar e fundir sistemas como intrusão, incêndio, controlo de acessos, parking, videovigilância, operações, manutenção, gestão de energia, gestão de redes e outros, via web, independentes da marca e do local onde estão instalados no mundo.

O QUE VEM A SEGUIR?

Num mundo onde a comunicação eficaz e a segurança são uma prioridade, a convergência da sinalização digital e dos sistemas de áudio baseados em IP está a abrir caminho para aplicações de notificação em massa mais eficientes e seguras. Estas tecnologias em evolução garantem que as organizações possam adaptar-se ao cenário em evolução da comunicação, proporcionando um ambiente mais seguro e responsivo.

A decisão partilhada da sua implementação, decorre da cultura de segurança existente em cada organização, onde a segurança seja vista como uma mais-valia e não um custo. Não apenas no discurso, mas na aplicação real.

A tecnologia já existe, estando em constante evolução, com claras vantagens nos ganhos de segurança e cultura de segurança das pessoas e bens nos locais que optam por ser responsáveis.

Cabe agora aos decisores optarem pela sua implementação e não esperar que a sorte seja o “fator tecnológico” mais significativo na segurança dos espaços a seu cargo.

proteger 53

OPINIÃO

Sustentabilidade e os desafios empresariais.

Patrícia Franganito

Certification & HSE Director (Portugal)

Sustainability Manager (Portugal & Espanha)

Bureau Veritas Portugal

Na interseção entre sustentabilidade e empresas emerge um campo vital de ação. À medida que enfrentamos desafios globais cada vez mais complexos, a integração de práticas sustentáveis torna-se imperativa para garantir a segurança ambiental, social e económica.

O alinhamento da sociedade, governos e empresas deverá ser o de obter impactos positivos no dia a dia dos indivíduos, na sociedade e comunidades e organizações.

A busca pela sustentabilidade transcende fronteiras e setores e deverá estar intrínseca à estratégia de qualquer empresa e na agenda de qualquer gestor, decisor.

As empresas estão a fazer o seu percurso em temas como a eficiência energética, a adoção de energias renováveis, a promoção da economia circular, iniciando um roadmap de sustentabilidade, apostando em estudos de eficiência técnico-económica na escolha dos melhores materiais a serem usados, em soluções de mobilidade elétrica, em planos para obtenção da neutralidade carbónica, no apoio na cadeia de fornecimento, até modelos de governance, entre outros desafios.

Se segmentarmos a sigla ESG, na componente de S teremos a adoção de boas práticas de igualdade salarial, igualdade de género e diversidade,

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A sustentabilidade é rentável e assegura apostas no consumo responsável de recursos naturais, melhorias na educação e nas condições laborais, passando pela diminuição da

pobreza e discriminação. Incentiva o cumprimento de leis e sistemas anticorrupção.

vezes apelando ao call to action. Como exemplo, temos a aplicação da directiva de reportes de sustentabilidade (CSRD, Corporate Sustainability Reporting Directive), que em diferentes anos vai abranger as empresas portuguesas, consoante as suas características, conforme se apresenta na imagem timeline CSRD.

A letra G, de Governance, convida-nos a desenhar modelos de negócios éticos, íntegros, responsáveis e com uma gestão de risco e transparência na divulgação de resultados.

Sabemos que a Europa tem produzido (e continuará) a produzir regulamentação no sentido de auxiliar este tema da sustentabilidade, muitas

Este exercício vai desafiar as empresas a recolherem dados, para poderem reportar e inclusivé a colocar em causa algumas das suas práticas. Terá um impacto na cadeia de fornecimento, uma vez que as empresas não terão de reportar apenas a sua atuação (fruto das circunstâncias do seu alcance), mas sim a da sua cadeia de fornecimento (ups-

tream and downstream supply chain), o que implicará manter uma relação próxima e um canal de comunicação bastante fluído e transparente com a sua cadeia de fornecimento.

Outro tema que está na ordem do dia é o da circularidade, ou seja, a procura de modelos de negócio para que os recursos sejam utilizados de forma eficiente e os resíduos reduzidos ao mínimo possível, tentando procurar formas alternativas de se tornarem subprodutos ou úteis para terceiros. Isto leva a que os sistemas e a conceção de produtos nas empresas tenha de ser regenerativo e e claro, o cumprimento dos direitos humanos e das condições de trabalho. Recentemente, existem normas que já auxiliam as organizações, tais como a norma da conciliação entre a vida profissional, familiar e social e a gestão do bem-estar e felicidade organizacional, apenas como exemplos.

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renovável, evitando seguir o modelo do “usar e descartar”. Pretende-se “fechar” o ciclo, promovendo a reutilização, a reciclagem e a recuperação de recursos, minimizando o desperdício, conservando os recursos naturais e reduzindo o impacto ambiental.

A descarbonização é outro tópico que deve ser analisado com bastante detalhe, estando também diretamente relacionado com a CSRD.

Cada vez mais registamos um número de empresas preocupadas com o cálculo da sua pegada de carbono, e interesse no desencadear de medidas para minimizar e reduzir a mesma. Os âmbitos 1 e 2 são os mais trabalhados (e onde as organizações detêm controlo), o que deixa espaço para investimento futuro para ações enquadradas no âm-

bito 3 (ver imagem emission source in a company’s value chain).

Manter o aumento da temperatura global abaixo dos 1,5 graus Celsius, conforme estabelecido no Acordo de Paris é um desafio significativo e que exige redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE), com aposta na transição para fontes de energias renováveis, eficiência energética e reforço das tecnologias de energias limpas; Conservação e reflorestamento, para aumentar a capacidade de absorção de carbono; Políticas para lidar com as alterações climáticas, mormente na península ibérica, o desafio para prevenir o cenário da falta de água; Formação e sensibilização para alteração de comportamentos e estilo de vida deve ser um foco.

Sabemos que a meta de atingir net zero é uma jornada já iniciada por algumas empresas e cujo equilíbrio entre emissão de CO2 e a sua redução/ mitigação e compensação pode resultar em projetos inovadores e de valor acrescentado para as empresas.

A sustentabilidade é rentável e assegura apostas no consumo responsável de recursos naturais, melhorias na educação e nas condições laborais, passando pela diminuição da pobreza e discriminação. Incentiva o cumprimento de leis e sistemas anticorrupção.

As atitudes sustentáveis serão exigidas nas lideranças vindouras. Só assim poderemos continuar a prosperar social, financeira e ambientalmente sem que haja uma fatura pesada a pagar mais tarde.

proteger 56 OPINIÃO

NORMALIZAÇÃO

Liderança na Normalização.

Os avanços na tecnologia e nas práticas industriais, assim como as mudanças nos regulamentos e nas diretivas, tornam necessário elaborar continuamente novas normas e atualizar as normas existentes para garantir que permanecem relevantes e eficazes. Neste contexto, a liderança na normalização é um fator crucial para alcançar os benefícios e os resultados desejados tanto para a indústria como para a sociedade. Isto requer a capacidade e a vontade de um interveniente para iniciar, influenciar e moldar o desenvolvimento e implementação de normas que sejam relevantes, eficazes e legítimas. A Euralarm

garante essa liderança na Normalização.

Os procedimentos de desenvolver, promover e, eventualmente, impor normas, processos e regulamentos, têm uma longa história que pode ser tão antiga quanto a própria raça humana. Durante a antiguidade grega, unidades de medida normalizadas foram consideradas convenientes para o comércio dentro da região do Mediterrâneo e essas unidades tornaram-se cada vez mais comuns em diferentes cidades-estado. O estabelecimento de tais conceitos e significados partilhados é uma pré-condição para a interação cultural. Só no final do século XVIII é que a Normalização foi, pela primeira vez, sistematizada. As tentativas de estabelecimento em larga escala de normas e padrões ganharam ímpeto e introduziram uma lógica inteiramente nova no processo de Normalização. Avançando no tempo, a Europa conta

hoje com três organismos europeus de normalização: o CEN (Comité Europeu de Normalização, 1961), o CENELEC (Comité Europeu de Normalização Eletrotécnica, 1973) e o ETSI (Instituto Europeu de Normalização das Telecomunicações, 1988). As normas tecnológicas que estes organismos fornecem focam-se na garantia da qualidade, fiabilidade, consistência, compatibilidade, interoperabilidade e segurança.

IMPORTÂNCIA DA NORMALIZAÇÃO

O trabalho e os resultados destes organismos europeus de Normalização estão intrinsecamente ligados ao trabalho e aos objetivos da Comissão Europeia. A Normalização tem desempenhado um papel preponderante ao permitir

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Quadro 1

PANORÂMICA DO IMPACTO DOS VÁRIOS ATOS REGULAMENTARES

PRODUTO PROJETO INSTALAÇÃO OPERAÇÕES RESPOSTA E MANUTENÇÃO

ATO IA, IMPACTO NOS SISTEMAS DE IA Alto em sistemas de alto risco, baixo nos outros Alto em aplicações proibidas Baixo Médio Baixo Alto em sistemas de alto risco, baixo nos outros

ATO RELATIVO AOS

DADOS Baixo impacto Impacto elevado Impacto elevado Impacto elevado Impacto elevado

ATO DA

CIBERSEGURANÇA

VOLUNTÁRIO Depende da procura do mercado Depende da procura do mercado Depende da procura do mercado Depende da procura do mercado Depende da procura do mercado

DIRETIVA RED

CIBERSEGURANÇA E PRIVACIDADE Alto impacto em equipamentos de rádio ligados à internet

ATO DA

Sem impacto Sem impacto Sem impacto Sem impacto

CIBERRESILIÊNCIA Impacto elevado Sem impacto Sem impacto Impacto médio Impacto médio

Quadro 2

PANORÂMICA DO IMPACTO DOS VÁRIOS ATOS REGULAMENTARES “VERDES”

PRODUTO PROJETO INSTALAÇÃO OPERAÇÕES RESPOSTA E MANUTENÇÃO

REGULAMENTO DE ECODESIGN PARA PRODUTOS SUSTENTÁVEIS (ESPR) Impacto elevado Impacto médio Impacto médio Sem impacto Impacto médio

REGULAMENTO DOS PRODUTOS DE CONSTRUÇÃO — REQUISITOS DE ECODESIGN Impacto elevado Impacto médio Impacto médio Sem impacto Impacto médio

REGULAMENTAÇÃO DAS BATERIAS Impacto elevado (a longo termo) Sem impacto Impacto médio Sem impacto Impacto médio

DIRETIVA DIREITO À REPARAÇÃO Baixo impacto Sem impacto Baixo impacto Sem impacto Sem impacto

DIRETIVA EUROPEIA DE REIVINDICAÇÕES VERDES Sem impacto Sem impacto Sem impacto Sem impacto Sem impacto

GASES FLUORADOS E PFAS Impacto elevado Baixo impacto Sem impacto Sem impacto Sem impacto

reforçar a competitividade da indústria europeia, bem como para defender os valores da UE. Com efeito, o êxito do sistema europeu de Normalização, orientado para o mercado e baseado no consenso teve benefícios económicos significativos no desenvolvimento de indústrias específicas. Acima de tudo, as normas permitem que empresas de todos os tipos e dimensões entrem no mercado internacional.

NÃO É UM FENÓMENO ESTÁTICO OU UNIFORME

Enquanto a uniformidade é o objetivo da Normalização, o processo de Normalização em si não é uniforme

nem normalizado. É influenciado por numerosos fatores, como a evolução tecnológica, a dinâmica do mercado, as preferências dos consumidores, os quadros regulamentares e os valores da sociedade. Por conseguinte, a Normalização exige uma adaptação e coordenação constantes entre os diferentes intervenientes, como a indústria, os governos, o mundo académico, a sociedade civil e as organizações internacionais. Existem várias tendências que estão atualmente a afetar as indústrias de segurança contra incêndio e de segurança eletrónica, bem como a Normalização para estas indústrias. A ameaça de guerras comerciais espreita

59 que bens, serviços, dinheiro e pessoas circulem livremente entre os países da UE, tornando a vida mais fácil e melhor para os europeus e para os negócios. Trata-se do mercado único da UE e é um dos pilares da União Europeia. As normas apoiam a concorrência baseada no mercado e ajudam a assegurar a interoperabilidade de produtos e serviços complementares. Reduzem custos, melhoram a segurança e aumentam a concorrência. Devido ao seu papel na proteção da saúde, segurança e proteção, as normas são importantes para o público. A UE tem uma política de Normalização ativa que promove normas para melhor regulamentar e

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constantemente e o protecionismo reina. A inflação tem sido elevada nos últimos anos e as cadeias de abastecimento têm sido regularmente interrompidas. Além disso, a maioria dos sectores regista escassez de mão de obra. Adicionalmente, há um foco crescente na sustentabilidade e uma ênfase cada vez maior na digitalização.

UMA EUROPA VERDE E DIGITAL

Todos estes desenvolvimentos conduziram a um tsunami de novas regulamentações (Europeias). Dois “motores” importantes subjacentes a esta situação são o Pacto Ecológico e a Década Digital, que refletem a transição verde e digital da Europa. Sob o chapéu destes programas, é introduzida uma grande variedade de regulamentos com impacto em todos os aspetos das nossas indústrias, desde a conceção de produtos e projetos até à instalação, operações, resposta e manutenção. Exemplos de regulamentação no âmbito da Década Digital com um elevado impacto são o Ato relativo à Inteligência Artificial (IA), o Ato relativo aos Dados, o Ato Delegado da Diretiva Equipamentos de Rádio e o Ato da Ciber-Resiliência. O quadro 1 apresenta uma panorâmica do impacto dos vários atos regulamentares.

Exemplos de regulamentação no âmbito do Pacto Ecológico (Green Deal) com elevado impacto são o Regulamento de Ecodesign para Produtos Sustentáveis (ESPR), o Regulamento dos Produtos de Construção (CPR) e a Diretiva Baterias. O quadro 2 apresenta uma panorâmica do impacto dos vários atos regulamentares “verdes”.

LIDERANÇA NA NORMALIZAÇÃO

Muitas das regulamentações, como a cibersegurança, a IA e a transparência de dados são de natureza horizontal, o que significa que abrangem um vasto número de setores. Embora estas não estejam diretamente focadas na nossa indústria, estão a afetá-la, o que está a criar inúmeros desafios. A falta de conhecimento especializado para lidar com estes assuntos é evidente.

A Euralarm apoia empresas e associações nacionais que pretendam responder a esses desafios, estabelecendo assim uma posição de liderança. Este papel é conseguido de várias formas. Em primeiro lugar, a Euralarm inicia novas normas através dos organismos em que está representada. Por exemplo, duas normas de serviço que foram emitidas pela primeira vez pela Euralarm, como guias de boas práticas, foram posteriormente elevadas a normas europeias. Atualmente, a EN 15763 especifica os requisitos mínimos para os prestadores de serviços, bem como as competências, conhecimentos e aptidões dos colaboradores envolvidos, enquanto que a EN 50710 define os requisitos para a prestação de serviços remotos seguros para sistemas de segurança contra incêndio e sistemas de segurança eletrónica.

Em segundo lugar, a Euralarm está a liderar a atualização das normas existentes para garantir que evoluem acompanhando a evolução tecnológica, social ou económica. Um bom exemplo é a revisão dos requisitos técnicos dos alarmes de intrusão e pânico, conforme definido na norma EN 50131-1. As linhas gerais desta revisão foram elaboradas pela Euralarm através de um memorando em 2020. Na sequência desse primeiro esboço, a Euralarm forneceu ao Comité Técnico competente (CLC/TC 79/WG 1) desenhos conceptuais para uma norma preparada para o futuro e orientada para as funções. A Euralarm participou ativamente na compilação do novo texto para a norma adaptada.

Por último, a Euralarm acompanha de perto a evolução das normas horizontais e atua sempre que necessário para ajustar essa evolução. Um exemplo disso foi o envolvimento da Euralarm no apoio aos Comités Técnicos que enfrentaram o impacto dos regulamentos de cibersegurança. Por exemplo, a Euralarm forneceu orientações e documentos explicativos à comunidade CLC/TC 79 para garantir que os diferentes intervenientes na Segurança Eletrónica e na Segurança contra

Incêndio compreendem os seus papéis e responsabilidades no que diz respeito à cibersegurança. Também assegurou que as normas RED DA (série prEN 18031) estão em conformidade com os requisitos dos sistemas de alarme. O mesmo aplica-se à monitorização das atividades na inteligência artificial (CNC/CLC/JTC21), intervindo sempre que necessário para garantir que os desenvolvimentos em inteligência artificial não entrem em conflito com os requisitos dos sistemas e serviços de segurança eletrónica e proteção contra incêndio.

NORMALIZAÇÃO E NÍVEL REGULAMENTAR

A participação da Euralarm não se limita apenas à Normalização, mas também à regulamentação. No ato relativo aos Dados, por exemplo, a Euralarm desempenhou um papel significativo na limitação da partilha obrigatória de dados para sistemas de segurança eletrónica e na prevenção de conflitos com os regulamentos nacionais em matéria de segurança. O mesmo se aplica ao Passaporte Digital de Produtos (DPP), onde a Euralarm está a assegurar a compatibilidade entre os requisitos DPP ao abrigo de outros regulamentos, tais como o regulamento de Ecodesign para Produtos Sustentáveis (ESPR), o Regulamento dos Produtos de Construção e a Regulamentação das baterias.

PREPARE-SE

O tsunami de novas regulamentações afetará a indústria da segurança em todos os países europeus. Por conseguinte, é de importância vital manter-se informado, quer através de associações nacionais como a APSEI ou a Euralarm, quer através de webinars , documentos de orientação, artigos e cursos de formação. Para cada empresa, é da maior importância assegurar que o seu pessoal está qualificado para lidar com estes novos tipos de regulamentação. Para aqueles que procuram apoio, a Euralarm terá todo o gosto em liderar o tema da Normalização.

proteger 60 NORMALIZAÇÃO

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