










Relatório de ações- CADERNO DE
Relatório de ações- CADERNO DE
PREFEITO RICARDO NUNES
SMC
SECRETÁRIA MUNICIPAL DE CULTURA ALINE TORRES
SECRETÁRIO-ADJUNTO BRUNO MODESTO DOS SANTOS
CHEFE DE GABINETE DANILLO NUNES DA SILVA
COORDENADOR DE FOMENTO E CIDADANIA CULTURAL - CFOC VINICIUS DO NASCIMENTO
SUPERVISORA DE FORMAÇÃO CULTURAL LÍGIA JALANTÔNIO
COORDENADOR DO PROGRAMA DE INICIAÇÃO ARTÍSTICA - PIÁ MIGUEL PRATA ADMINISTRATIVO FORMAÇÃO CULTURAL ILTON YOGI
JOVENS MONITORES CULTURAIS DA FORMAÇÃO GLEYSON KAYQUE SILVA DOS SANTOS, JANAINA IKENWACHUKWU, RUTE DE OLIVEIRA MARTINS, THAINÁ PEDROSO SOARES, VICTORIA HELENA GABRIEL DE OLIVEIRA
SME
SECRETÁRIO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO FERNANDO PADULA
SECRETÁRIO MUNICIPAL ADJUNTO DE EDUCAÇÃO BRUNO LOPES CORREIA
Relatório de ações- CADERNO
SECRETÁRIA EXECUTIVA MALDE VILAS BÔAS
CHEFE DE GABINETE OMAR CASSIM NETO
COORDENADORA DA COCEU ROSELI MARCELLI CARVALHO
DIRETOR DA DIVISÃO DE CULTURA JÚNIOR SUCI
PIÁ EDIÇÃO 2022
COORDENAÇÃO ARTÍSTICA PEDAGÓGICA ELAINE SILVA WILL LIMA
ÁREA DE COMUNICAÇÃO E DIVULGAÇÃO ANA VITÓRIA PRUDENTE (ATÉ JUNHO) DANI AOKI NATA NEUMANN VERONI VIEIRA
ÁREA ACESSIBILIDADE E REDES DE APOIO ANA CAROLINE DA SILVA DE JESUS ANA VITÓRIA PRUDENTE ALINE ALVES
ÁREA DE INSTRUMENTAL E PESQUISA PAULO VERÍSSIMO NATÁLIA SANTOS (ATÉ JUNHO) VANESSA CRISTINA NOVAES ROGER MUNIZ
ARTICULADORES DE EQUIPE E PROCESSOS ARTÍSTICOS PEDAGÓGICOS
CENTRO-OESTE/NORTE: JOÃO BATISTA FERREIRA JÚNIOR, MARIA GABRIELA FELIPE, TATIANE FERREIRA DAMASCENO E THALITA DUARTE
LESTE: JOSÉ GUILHERME CARLOS DE ALMEIDA, CLÁUDIO HENRIQUE ALVES PAVÃO, JAOA DE MELO, STHEFAN LEAL, TALITA VINAGRE
VANESSA CRISTINA NOVAES (ATÉ AGOSTO) E LUIZ ANASTÁCIO (ATÉ JULHO)
SUL: ADRIANA GERIZANI, GUSTAV COURBET, MARIA EUGENIA BLANQUES DE GUSMÃO E VANESSA ROSA DE ARAUJO
ORGANIZAÇÃO GERAL DO CADERNO DE FORMAÇÃO ELAINE MARIA DA SILVA WILL LIMA
REVISÃO TEXTUAL JOÃO BATISTA FERREIRA JÚNIOR, MARIA GABRIELA FELIPE, TATIANE FERREIRA DAMASCEN, THALITA DUARTE, GUILHERME ALMEIDA, CLÁUDIO PAVÃO, JAOA DE MELO, STHEFAN LEAL, TALITA VINAGRE, VANESSA CRISTINA NOVAES,ADRIANA GERIZANI, MARIA EUGENIA BLANQUES DE GUSMÃO, ROGER MUNIZ, DANI AOKI, ALINE ALVES, NATA NEUMANN, VERONI VIEIRA, ELAINE MARIA DA SILVA E WILL LIMA
LAYOUT VERONI VIEIRA, NATA NEUMANN E ELAINE MARIA DA SILVA
DIAGRAMAÇÂO GERAL ELAINE MARIA DA SILVA
REVISÃO DE DIAGRAMAÇÃO
ELAINE MARIA DA SILVA DANI AOKI NATA NEUMANN EDIÇÃO, REVISÃO GERAL E ORGANIZAÇÃO DOS TEXTOS SOBRE AS ATIVIDADES DO PROGRAMA PIÁ
ELAINE MARIA DA SILVA WILL LIMA DANI AOKI NATA NEUMANN THALITA DUARTE STHEFAN LEAL
Um passarinho lá do alto de uma árvore lança suas asas num voo vertical em direção às nuvens. Ele quer voar cada vez mais alto. Lá de cima em meio as nuvens ele avista a cidade dos prédios e muros cinzas. O passarinho quer voar livre e respirar. As crianças deram o nome de Piá ao passarinho dos voos altos. São elas, as crianças, que trazem de volta das nuvens, o Piá para voar na cidade. Todos os anos as crianças chamam pelo Piá e ele desce em voos rasantes pela cidade em busca do canto das crianças.
Um chamado forte veio de uma pequena floresta, localizada no bairro do Butantã. Ali na Casa de Cultura do Butantã, o passarinho cantou e ganhou formas diversas, através de brincadeiras como o cinema, autorretrato, vídeos animados e muita brincadeira. O passarinho gostou tanto do que as plantas lhe revelaram que estendeu seu voo para o Parque da Previdência e voou também por lá junto as crianças e adolescentes do CECCO. O piá estendeu seu voo pelas caças aos tesouros e foi brincar com a garça localizada no lago do CEU Butantã e de lá ouviu os chamados dos tambores da Casa Afrobase, na comunidade do Pinheirinho.
Mas, ele seguiu a ouvir os cantos das crianças do Jardim João XXIII e lá ele se juntou ao canto do Uirapuru que dá nome ao CEU daquele território. Num voo rasante ele seguiu e atravessou a ponte e chegou ao CEU Jaguaré e deu pulinho no CCA Bom Jesus. Tudo ali pertinho entre fábricas, ladeiras e muitas casas. E partiu para visitar um lugar conhecido por ele há muito tempo, pelas bandas do centro na Biblioteca Infanto-Juvenil Monteiro Lobato.
Em cada um destes lugares o passarinho Piá foi descobrindo através da brincadeira muitas formas de criar e se divertir.
Em cada uma das formas encontradas, havia ali um ninho gostoso para que ele pudesse habitar.
Na Casa de Cultura do Butantã, o passarinho encontrou morada no peito e no pensamento de Darilia Ferreira e Guilherme Agostini.
No CEU Butantã, ele foi habitar os tambores de Natalia Lima e a delicadeza de Érika Rocha. Mas, Érika seguiu outros voos e o passarinho veio contente na gargalhada mais gostosa de Doroti Martz.
No CEU Uirapuru, ele se lambuzou nas cores de Diego Alexandre e nas brincadeiras e jogos de Ana Suely.
La no CEU Jaguaré, o passarinho escreveu nos corpos de papel craft como se sentia e ouviu muitas histórias pela poesia de Giovanna Herrera e Jhow Carvalho.
Na Biblioteca Monteiro Lobato o passarinho foi brincar com os quatro elementos da natureza através da condução de Louie Gomes e Monica Santos. Ele ainda saiu sobrevoando todos esses territórios e se alimentando com um pouco de tudo que encontrava em cada lugar pelo olhar de Jhoao Junnior.
AE´s: Ana Suely, Darília Ferreira, Diego Alexandre, Doroti Martz, Giovanna Herrera, Guilherme Agostini, Jhow Carvalho, Louie Gomes, Monica Santos e Natalia Lima.Em busca de novas aventuras e diversão, o pássaro Piá seguiu seu rumo com as artistas educadoras Dorotí e Natalia em direção a um novo espaço, levou mais ou menos um dia de voo, quando avistou um novo território, o Céu Butantã. Um espaço grande, com parquinhos, pista de skate,jardins,brinquedoseoterritóriodoPezão.Aopararnolagoparasehidratar,aGarçabranca e elegante contou-lhe, que não muito longe dali, havia alguns curumins que eram curiosos e desbravadores,procuravamporumtesouroquehátemposhaviaseperdido,otesourodosIbejis. A chegada do Piá trouxe enormes confusões ao território, pois o pássaro partilhou de suas brincadeiras e histórias de caças com as crianças. Sendo o pássaro das mães ancestrais conhecidascomoElèyés,oPíáeraconhecidoporcriarestripuliasporondepassavaeporisso,era muito visado. Muitas eram as pessoas que tentavam encontrar o pássaro e por isso ele ficou conhecido como o pássaro da caça, pois ninguém, como ele conseguia fugir de situações desafiadoras, e assim ele se tornou uma referência de liberdade e brincadeira para esses curumins. O pássaro do Piá instiga o lado caçador das crianças, elas assim passam a criar diferentes formas de construir sua própria flecha para caçar, seus instrumentos sonoros, abrem seus caminhos para suas brincadeiras, recriam novos jeitos de brincar para acolher e agregar coletivamente.
Assim que a confusão é resolvida este pássaro diminui a velocidade do seu voo, é a hora de aprender outras nuances. A fimdeconseguirpercebereescutarasminuciosidadesdavida, ele forma com as crianças uma circularidade, o circuito dos sentidos, preparando-as para futuras caças da vida. Um bom caçador precisa ter todos seus sentidos aguçados, sem visão, as crianças são convidadas a testar a confiança umas nas outras para caminhar juntas, ou utilizar suas mãos para sentir, como enxergamos o mundo sem ver? Como sentimos o gosto dascoisassemolhar?Comonossilenciamosdiantedocaosdo barulhoexterno?Comoexploramososomdeobjetoscomuns?
Muito aprendemos juntes, afinal estes pássaro Piá trouxe nosso instinto caçador inspirado em Oxotocanxoxo - O caçador de uma flecha só- mais conhecido como Osòóssi que nos ensinou que juntes trazemos fartura e prosperidade e todos compartilhavam sua comida para termos um banquete de abundância e diversidade, para desvendar uma caça ao tesouro dos Ibejis onde percorreram bananeiras, camas elásticas, lagos de garças para achar o tão requisitado tesouro - a união.
Doroti Martz - Artista educadora na liguagem de teatro Natália Lima - Artista educadora na linguagem de música
Equipe Butantã-Centro
O Piá voou voou, Avoou pelo sertão, Vem trazendo brincadeira yayá, Alegria e diversão.
Piá, Piá, Piá, Piá.
O Piá chegou no território do Pinheirinho ao som dos tambores, que ecoam do espaço Afrobase e seguiu em um cortejo musical com a criançada e suas famílias até a pracinha, em busca de João Jiló, um menino amargo que invoca sua doçura depois de tanta brincadeirisse com seu passarinho banquete. As crianças com os seus tambores, cantam e brincam com o pássaro Piá e se encantam com as histórias e peripécias de João Jiló. Ao sabor do Caruru, o festejo com a ibejada ganhou formas emmaterialidades,construindoumcorpocoletivopermeadoporsensaçõeselembranças.
Ao longo dos encontros, percorremos por brincadeiras, cantigaseaprendizadosmútuos,numcenáriopós-pandêmico. Às vésperas das eleições, as emoções emaranhadas começaram a frequentar o espaço, a intervir no brincar e reivindicar nossas escutas. Convidamos as emoções para brincar e numa grande ciranda pintamos cada sentimento colocando cores, desenhamos com elas, interpretamos suas formas e acolhemos elas em nossos corpos, num convite para dançar. Contamos ainda com a ajuda de um monstrinho muito intrigantequetambémtinhamuitascoresemaranhadasdentro de si e recebeu ajuda para organizá-las, juntamente com suas emoções, traçando um caminho para a criança, de como organizarseussentimentos.
Percebendo a individualidade de cada curumim presente nos encontros em diálogo com o coletivo, buscamos desenvolver jogos colaborativos e imaginários que construíssem uma raiz, uma base, para que o pássaro Piá pudesse criar seu ninho. A Afrobase é um território formativo que respira pedagogias afro diaspóricas, ali fincamos nossas raízes com a linguagem da música e do teatro. na brincadeiraafimdenuncaseperderqueocaminhoécoletivo.
O pássaro Piá encontrou seus amigos curumins, brincou, se divertiu, aprendeu e foi envolvido na pedagogia do afeto, mas como tudo tem um fim, chegou o momento de partir e avoar para novas históriaselugares.
Ensaio de Pesquisa ação: https://drive.google.com/drive/folders/1aYASCB_WSjJbwc9E1dF1BGrJrYqbxHgi?usp=sharing
Um território complexo e profundamente potente, um CEU – Centro Educacional Unificado colado a uma ETEC – Escola Técnica Estadual, grandes espaços com nome de um único pássaro, o uirapuru.
Uirapuru, palavra do nosso cotidiano brasileiro, que vem do âmbito indígena, uma palavra de ascendência TUPI.
Tupi, tronco linguístico surgido e que se desenvolve há milênios, se refere aos diversos povos erigidos na Amazônia e que se dispersaram pelas inúmeras paragens do que veio a se chamar América do Sul.
Em meio a potencialidades, vulnerabilidades, experiências, o território do Uirapuru, do João XXIII, da trajetória enquanto artista-educador o que me toma é a meditação que:
me fez refletir sobre o mito da sustentabilidade, inventado pelas corporações para justificar o assalto que fazem à nossa ideia de natureza. Fomos, durante muito tempo, embalados com a história de que somos a humanidade. Enquanto isso — enquanto seu lobo não vem —, fomos nos alienando desse organismo de que somos parte, a Terra, e passamos a pensar que ele é uma coisa e nós, outra: a Terra e a humanidade. Eu não percebo onde tem alguma coisa que não seja natureza. Tudo é natureza. O cosmos é natureza. Tudo em que eu consigo pensar é natureza. (KRENAK,2019,p.09).
Estamos todos profundamente misturados, nos afetando infindamente, no CEU Uirapuru passamos por brincadeiras afro-brasileiras e indígenas, pela confecção do pássaro do PIÁ, por muitas brincadeiras, por muitos balanços nas redes e subidas em árvores e muitos piqueniques gostosos.
Olá! Como você está? Hoje nosso pássaro Piá pousará no Jaguaré. Vamos ver o que Giovanna Herrera e Jhow Carvalho aprontaram no CEU Jaguaré e no CCA Bom Jesus? Que tal começar desenhando seu corpo em um papel craft? Como assim? É mais legal desenhar em dupla, pode ser a mamãe, o papai, irmão, irmã, prima, primo, amiga, amigo e por aí vai…A gente vai pegar um pedaço de papel craft mais ou menos do tamanho do corpo de cada criança. Aí uma pessoa vai deitar em cima do papel e a outra vai contornar o corpo com o que você tiver em casa: lápis de escrever, lápis de cor, canetinha e o que mais você imaginar. Esse desenho pode virar um diário e todo dia você escreve ou desenha como se sente naquele dia. Esse é o nosso Corpo-sentimômetro.
A gente também brincou de roda. Você sabia que a roda é um dos princípios civilizatórios africanos? É uma prática muito importante para diversos povos, porque em roda todo mundo consegue se ver. Ninguém é melhor do que ninguém. É uma coisa chamada circularidade! Você conhece alguma brincadeira de roda? Conta para a gente? A gente vai contar uma para você. O mais importante de tudo é fazer uma roda e deixar ela bem redondinha até o final da brincadeira, então todo mundo bate palma e canta o nome de alguém que está na nossa roda, por exemplo: “A Valentina acabou de entrar, na Olária do povo (2x), ela desce como um vaso velho e quebrado (1x) (nessa hora a gente inventa um jeito de deitar no chão bem diferente) ela sobe como um vaso novo (1x) (aí a gente fica em pé de um jeito bem legal)”. A brincadeira acaba quando todas as crianças da roda forem chamadas. Quer ouvir essa música todinha? VEM COM A GENTE CLICANDO AQUI.
O que é, o que é? Acontece em junho, a gente brinca de pescaria, argola, come milho e dança quadrilha? Isso mesmo, FESTA JUNINAA! O Brasil é um país muuuuuuuuuuuuuito grande e durante esse mês de junho acontecem muitas festas por todo o Brasil, uma delas acontece lá no Maranhão e chama Bumba-Meu-Boi. Será que você conhece alguém que conhece a história do Bumba-Meu-Boi?
Tem gente que fala que a Catirina estava grávida e queria comer a língua do boi mais formoso e forte de toda a fazenda, só que o problema é o que o boi era do patrão e quem cuidava dele era logo o marido dela, o Francisco, que não podia cortar a língua do boi para não ser mandado embora e ficar sem casa pra morar, mas ele também não queria que o filho dele nascesse com cara de língua de boi foi então que o Francisco resolveu cortar a tal língua do boi e fazer um prato bem gostoso pra Catirina comer. Tem gente que diz que o boi sem língua saí por aí dançando, outra gente diz que ele morreu e que os seres encantados da floresta cantaram e dançaram até que ele voltasse à vida.
Um desses encantados é o Cazumbá. Ele sempre usa máscara e anda de um jeito só dele (CLICA PARA VER). A gente fez a máscara do Cazumbá e saiu pelo CEU. Brincamos de como a gente andaria se fossemos o Cazumbá. Esperamos por meses o Cazumbá visitar a gente em algum Encontro, mas até agora ele não apareceu. Será que ele vai aparecer um dia?
Outra coisa bem legal que aconteceu, é que brincamos muito de faz de conta. A gente tinha uma mala mágica cheia de fantasias e podíamos ser quem a gente quisesse. Super-heróis, super vilãs, fadas, reis, princesas, sereias e tubarões assustadores. Você pode criar aí na sua casa seu próprio personagem, só precisa das roupas mais legais que você achar, os objetos mais divertidos e muita imaginação. Será que uma calça pode virar um cabelo? Uma meia, uma luva que dispara raios de fogo? E um lençol, um manto que deixa as pessoas invisíveis? Agora que você já se vestiu, dá para inventar qual é o nome dessa personagem, que super poderes ela tem, onde ela mora, do que ela gosta de brincar, o que ela gosta de comer e o que mais você achar legal. Dá para brincar sozinho ou em grupo. Dá
FOGO (brincadeira, pode ser de uma lanterna mesmo! Cuidado para não se queimar!kkk).
Por falar em FOGO, você já pensou como o fogo aquece nossos corpos, prepara nosso alimento e ainda faz com que a gente sente em roda ao redor dele? Pois é… tudo isso que fizemos no Jaguaré foi inspirado no fogo, para acordar nossos desejos mais profundos e lembrar que a construção disso tudo, é COLETIVA. Agora você descobriu que no Jaguaré tem muita brincadeira, muita diversão, muita música e muita arte e olha que teve muiiiita mesmo. A gente também tem um instrumento mágico que só tocava uma vez por Encontro. Ele chama-se PIN e o som dele vai muito longe. Dizem que chega até o Japão. Todo dia uma criança diferente tocava e a gente ia embora para voltar na semana seguinte. PIIIIIIIIIIIIN!!!!
O som tocou e a hora de ir embora chegou. Logo logo a gente se vê de novo!
MEMÓRIAS (CLIQUE)
para se juntar com um grupo de amigos e contar histórias assustadoras dessas personagens dentro de uma cabana,ondeaúnicaluz,éado
Se sujaram dos pés a cabeça: Olha uma minhoca!!!!
Do que nossas sementes precisam? Comidinhas, cascas de frutas Precisam de chocolate?
NAAAAAAO
elas também querem água Vamos aguar? Vamos ser agua Dançar água Movimentos de água Movimentos amplos, lentos, fluidos
Até o vento chegar carregado por passarinhos Estavam todos os passarinhos num caminhão E saíram voando Voaram para levar nossos sonhos Quero um iphone Quero uma bicicleta Quero ver a praia Vamos levar nossos sonhos para o mar? Transforma-los em cinzas E joga-los pro mundo Nossos sonhos estão num pedaço de papel Acendemos uma vela Sonhos viram cinzas de partículas minúsculas Essas partículas vão voar Até o dia do nosso sonho se realizar
Falar sobre esse programa e sobre esse território para mim é como falar sobre minha vida. Desde criança, fui contemplada por políticas públicas que me envolveram culturalmente e artisticamente, me transformando no que sou hoje e participando, desta vez, como agente proponente para crianças queumdiafui.
Com esta concepção, trago o fundamento de Antônio Bispo dos Santos: início, meio, início, como se nós, sujeitos históricos que somos, traçássemos um caminho que vai influenciar todos os que virão depois e que fomos atravessadostambémpelahistóriadosquevieramantes.
Região noroeste é meu território há 35 anos e é cenário de muitas lutas e conquistas históricas do povo que por aqui vive. É solo indígena, de imigrantes do povo preto, de luta e resistência. Por isso quero primeiramente agradecer a oportunidade de estar no PIA desde 2019, por todas as pessoas que conheci trilhando este caminho e principalmente por essa equipe maravilhosa que tive a oportunidade de articular e acompanhar este ano e que fizeram esses caminhos ficarem muito mais interessantes de seremtraçados.
A dupla da edição de 2022 do PIÁ no CCJ foi composta por Elisa Lazuli (Zizi), na linguagemdoAudiovisualeThaísPeixoto,nalinguagemdaDança. Nossos encontros foram recheados de parcerias, brincadeiras, jogos, aprendizados e trocas de novas ideias. Agora, vamos contar um pouco do que rolou em alguns encontros!
Em parceria com a Giulia Parreiral, do projeto CRIA, fizemos uma oficina chamada “Pintando comaterra”,naqualaeducadoraexplicoucomo é formado o solo, a sua importância no planeta Terra e como podemos criar uma tinta de solo, apenascomsolo,água,colabrancaevinagre.Por fim,ascriançaseadolescentesfizeramumasérie de desenhos com essa tinta e as obras ficaram emexposiçãonabibliotecadoCentroCulturalda Juventude. O encontro foi um grande aprendizadodecomoutilizarmateriaisacessíveis eimportanteparaaconscientizaçãoambiental.
Nesta atividade, em parceria com o instrutor Guilherme do FabLab - CCJ, desenvolvemos com as crianças luminárias de acrílico e LED. As crianças participaram de parte da montagem técnicadaluminária,naescolhadosdesenhosna placadeacrílicoenapinturadacaixademadeira que dá suporte à luminária. Dentro do FabLab, puderaminteragircomoprocessotecnológicoao acompanharem o corte a laser das placas de acrílico e de madeira para a construção da luminária.
Nosencontros,criamosjunteso“Jogo da Memória” utilizando papelão, papel sulfite e lápis de cor criando diferentes desenhos em pares. Com os jogos prontos, brincamos e partilhamos dessa materialidade entre as turmas com o intuito de desenvolver a memória e concentração.
ParaleloaoPiá,acontecianoCCJuma oficina de Permacultura com o educador Ricardo Silva. Fizemos, então, uma parceria na qual alguns encontros aconteciam na horta do centro cultural. Nas oficinas, as crianças tiveram aula prática de compostagem, mexeram na terra, aprenderamaplantarflores,verduras ediversasmudas.Demaneiralúdica, realizaram a manutenção de uma hortaorgânica,frisandoosbenefícios de uma vida saudável e sustentável paraoindivíduoeoplaneta.
Foirealizadaumamolduraretangular,ondeapenasasbordassãotáteis.Comessamoldura, emváriostamanhosdiferentes,conversamossobreapalavra“enquadramento”eoqueela remete. Após a apresentação, seguimos com as molduras em espaços diferentes para tentarem capturar imagens em um plano geral, médio e em detalhe. O tema sugerido foi “CoreseTexturasdoCCJ”.Ascriançasencontraram,pormeiodamolduraoenquadramento que desejaram. E, nós, educadoras fotografamos, com o celular, esse “olhar” das crianças. Essa atividade proporcionou aprenderem de forma lúdica e prática, sem utilizar uma câmerafotográfica.
Desenvolvemos uma prática pedagógica coletiva entre as educadoras do PIÁ, a educadoraGiuliaParreiraldoprogramaCRIAe asjovensmonitorasShayeMaíraparaqueas crianças e adolescentes do PIÁ - CCJ tivessem uma vivência lúdica sobre temas relacionados a sigla LGBTQIA+. Primeiro, brincamos de “Pega-pega Drag”, seguimos para a atividade “OAlienígena”emqueumadaseducadorasdo PIÁ se vestiu como uma alienígena que vinha de um planeta onde não existe divisão de gênerosenemLGBTQIA+fobia.Seguimoscom a exibição de um curta-metragem sobre duas crianças do mesmo gênero que aparentavam gostarem afetivamente uma da outra. Isso gerou um debate em roda com imagens impressascomasbandeirasLGBTQIA+apartir do qual, nós educadoras perguntamos às crianças o que fariam em algumas situações deLGBTQIA+fobiavindadefamiliares,colegas de escola, professores/as e como poderiam agir. A prática pedagógica anti-LGBTQIA+fobia é necessária em espaços não-formais de ensino,poisatravésdessasvivências,crianças e adolescentes podem aprender a se reconhecer e criarem referências positivas sobrepessoasLGBTQIA+,colaborandoparao combate ao preconceito social a essa comunidade.
“Dinâmica de Entrevistas” é uma atividade lúdicadeapresentaçãoemqueutilizamos um equipamento audiovisual (câmera e gravador de som) para imaginar/criar um programa jornalístico de televisão. Foi desenvolvido com as crianças um roteiro de perguntas que elas fariam aos funcionários do CCJ, juntamente ao nome da TV e o nome do programa de entrevistas. Na prática, as crianças se dividiram em funções diferentes (câmera, som, produção e entrevistador), se revezando entre cada uma delas, com o intuitode aprenderemumpoucodecada função.
Primeiramente, um roteiro coletivo é elaboradoatravésdoprincípiodo real no documentário,interseccionandoacriação imaginativa da ficção. Nós, educadoras, estruturamos a narrativa criada em formato de roteiro, dividimos as cenas e organizamos as gravações. Durante os encontros desenvolvemos os figurinos, locações e as cenas foram gravadas com ospersonagens.Aofinal,editamosofilme e exibimos para as crianças de todas as turmas.
Jogo da MemóriaNoCeuJardimPaulistanotemosumquartetoporém,nestaediçãode2022, osnossostrabalhosforamdesenvolvidosemduasduplas.
A dupla de artistas educadores responsáveis pelas turmas regulares e intersetoriais de segundas e terças-feiras foi: Bruno Moretiene (artes visuais)eWalkiriaMorato(música).
Juntos, procuramos trabalhar e focar no desenvolvimento dos estudantes, sobretudo, em relação à aquisição de habilidades artísticas-pedagógicas, como: cortar, colar, dobrar, pintar, amassar e desenhar; habilidades musicais:ouvir,perceber,reconhecer,reproduzir,dançar,cantareiniciação a um instrumento, como flauta doce e, por fim; habilidades corporais, como:lateralidade,equilíbrio,dança,força,improvisoemusicalidade.
Durante todo esse período em que estivemos em contato com os estudantes, foram proporcionadas visitas à exposição do MIS - "Portinari paratodos",aoteatrodoCEUTaipas,paraassistirmosa"PequenaFloresta de Maisha" e, ainda, proporcionada a participação de duas de nossas turmas regulares do PIÁ no FLICEU - Feira literária do CEU Jd. Paulistano. Além disso, realizamos também uma pequena apresentação dos estudantes das turmas intersetoriais na CEI Jd. Paulistano, na qual expuseram os trabalhos desenvolvidos durante todo o processo de aprendizado.
As atividades da edição de 2022 se encerrarão com uma pequena instalaçãodaspropostasdesenvolvidasaolongodesteano.
"Esse território pra mim é alguma coisa que você tem controle, domínio, as pessoas controlam. Tem muito disso por aqui. O tráfico controla tudo, controla a vida das pessoas e dificulta muita coisa. As vezes não dá pra sair de noite, tem muita fome, tem lixo, mas também tem cultura."
F, piá do CEU PAZ (2022)
"São várias histórias. Cada casa tem uma história, não dá pra colocar todas
M, piá do CEU PAZ (2022)
" Espaço, lugar em que pessoas vivem"
D, piá do CEU PAZ (2022)
Ocenárioescolhidoparaessegrandeterritóriodobrincar,dançar,correresedivertir
FORMAÇÃOA dupla da edição de 2022 do PIÁ, na Biblioteca Menotti Del Picchia, teve como educadores Jô Freitas (Literatura) e Lucas Arguello (Artes Visuais). Neste ano, nossa proposta foi construir um livro intitulado " NOSSAS HISTÓRIAS ou o Mundo das Bobeiras", com as crianças participantes dos quatro espaços de atuação. A partir de experiências e brincadeiras de contar histórias e de experimentar as nossas próprias narrativas, passamos por temáticas como: tudo bem ser diferente, pautando a existência de pessoas com deficiência, nossa negritude e ancestralidade, a natureza e histórias fantásticas. Para construir esse livro, a dupla utilizou habilidades de cada linguagem. O livro ficará disponível na biblioteca para que as narrativas (essas e outras) possam ter continuidade.
Até que os leões contem as suas próprias histórias, os caçadores serão sempre os heróis das narrativas de caça. Nós precisamos contar nossa própria história para termos a noção de pertencimento sobre nós e sobre o nosso território. E, este livro, criado e feito pelas mãos das crianças é a representação disso!
Turma1
CcaSãoJoséCasaPadreMoye
Turma2 EscolaAroldode Azevedo
Quais são as nossas narrativas?
Turma3 Inscritosna Biblioteca
Turma4 Escola Aroldo/Biblioteca
Os encontros mesclaram o brincar e o contar. As crianças trouxeram um olhar sensível sobre questões atuais que as afetam e que necessitam ter um lugar seguro para partilhar, assim como a possibilidade do brincar. A partir da proposta de criarmos plasticamente um livro gigante coletivo, com narrativas livres e fantasiosas, foi sugerido produzir desenhos e pinturas inspiradas no próprio cotidiano das crianças. A ideia era realizar um montagem colaborativa dessas histórias com recortes dos desenhos realizados e colados pelas crianças.
Partimos da improvisação para a construção da narrativa, dos desenhos e das pinturas. E, depois, sugerimos um caminho para a construção das páginas do livro, tendo como base as ideias trazidas pelas próprias crianças.
A confecção do livro se deu a partir do reaproveitamento de materiais da Biblioteca, ressignificando e reutilizando materiais que seriam descartados, como caixas de papelão e folhas A5. Apresentamos as possibilidades de plasticidades com os desenhos/pinturas por meio da criação de diferentes texturas com fios, misturas de tintas, cola, folhagens, café em pó e terra. Materialidades essas que foram coletadas ou trazidas durante os encontros, potencializando a criação.
Rua São Romualdo, 401 - Limão, São Paulo - SP, 02557-060 Telefone: (11) 3966-4814/ (11) 95920-0652
Av. Dep. Emílio Carlos, 3641 - Vila dos Andrades, São Paulo - SP, 02721-200 Telefone: (11) 3343-8966/ (11) 94725-2518
Rua Aparecida do Taboado, S/N - Jardim Paulistano (Zona Norte), São Paulo - SP, 02814-000 Telefone: (11) 3397-5410/ (11) 94623-0622
CoordenadoradeCulturaTatianeNicolai
Rua Daniel Cerri, 1549 - Jardim Paraná, São Paulo - SP, 02876-170 Telefone: (11) 3986-3407/ (11) 96579-3293
Rua Profº João Leocádio, 86- Limão, São Paulo - SP,2556180 Telefone: (11) 39551011 (whats)
ElisiaBatistadosSantos
Associação: Guilherme Henrique Pinto Coelho (casinha Branca) Cep:02567-200 +55 11 95464-4462
Rua Aparecida do Taboado, S/N - Jardim Paulistano (Zona Norte), São Paulo - SP, 02814-000
+55 11 99128-0295/ E-mail: professoravivian2012@gmail.com
R. João Amado Coutinho, 101, São Paulo - SP, 02815-000+55 11 99243-3838/ lu.borsariaraujo@uol.com.br
Relatório de ações- CADERNO
Biblioteca José Mauro- Parque Edu Chaves
9h30as12h 13h30as15h 15has16h30
CCA João Paulo I- Parque Edu Chaves
09has12h 14has16h
Biblioteca Nuto Sant'Anna- Santana 09h30as12h 14has16h30
Segunda-feira Quarta-feira Quinta-feira Terçafeira
CCA Amas Vila Medeiros- Jardim Brasil 08has11h 13has15h
Biblioteca Álvares de Azevedo- Vila Maria
Terça-feira 10has12h
Quarta-feira 09has12h 14has16h 16has18h
Casa de Cultura Tremembé- Tremembé
10has12h 13has16h 14has17h
Casa de Cultura Vila Guilherme-Vila Guilherme
Quinta-feira Sextafeira Quarta-feira Sábado Terça-feira
09has12h 13h30as16h 10has13h
CCA Zaki Nachi 09has12h 14has16h
Denise de Oliveira Fernando da Mata Amanda Carneiro Su Martins André Rangel Angélica Muller Mônika Bernardes Silvia Pinheiro Arthur Baldin Phabulo Silva Leticia Belatto Daniel NormalRelatório de ações- CADERNO
Assim como diz Nego Bispo, a sensação de recomeço se fez durante o ano de 2022 no Programa de Iniciação Artística. O retorno dos encontros com as crianças no formato presencial, as incertezas, as descobertas, o novo e o velho se encontrando e reencontrando. Reencontro da presença.
Articular e unir pontos diversos, é um desafio. E um dos desafios, foi me comunicar com diferentes artistas que em sua maioria estava iniciando no formato presencial do programa e era necessário contextualizar sobre a importância desse território e a exploração do mesmo. Nem todos os lugares são próximos, mas de quem? De onde? No entanto, conseguimos alcançar minimamente alguns lugares e a rede intersetorial proporcionou um alivio, uma mudança significativa no território e estar no Jardim Brasil foi primordial. Infelizmente temos desencantos, tantos outros lugares sonhado... como o Parque Novo Mundo, Jardim Fontalis... mas deixamos a vontade e o tempo para quem virá.
Articular é também estar perto, é conhecer as crianças, brincar, propor, digo isso como artista que sou. As ações culturais aproximou nossa micro região, a festa junina, o encontro de famílias, a formação com professores, os passeios em museus, assim como a realização de dois Acampiás, que permitiu estarmos juntos a noite inteira, nos responsabilizando por cada piazeiro e proporcionando para a equipe noites incríveis.
Agradeço aos gestores dos equipamentos públicos e dos espaços intersetoriais, o trabalho foi colaborativo.
Agradeço aos coordenadores do programa e dos articuladores que passaram por ele, a troca foi essencial, para um trabalho que muitas vezes é solitário. Perceber que do lado de lá, as demandas, cobranças são parecidas, alivia a mente e o coração.
Agradeço aos artistas educadores, pelas presenças, pela troca e compartilhamento de encantos e desencantos, favorecendo que eu estivesse próxima de cada um.
Saliento a importância da continuidade desse programa pra Cidade de São Paulo, para as crianças e adolescentes que aqui vivem e que cada dia mais possamos adentrar territórios em que ainda não chegamos.
“O início, meio, inicio” - Nego Bispo
O mar com o qual nos deparamos ou a maré que nos atinge é esta, onde as infâncias temem aquilo que não podem controlar, temem o inexplorado que o corpo pode vivenciar, temem a falha, anseiam o acerto.
Sinalizamos no nosso mapa de viagem que o erro pode ser um desvio capaz de revelar potências antes impensadas. Observamos também que a navegância deseja sensibilizar todo olhar para o processo. Afinal, não é sobre onde devemos chegar, mas como nos mantemos sonhadores, inventivos e corajosos, ou seja, navegantes.
A realidade se apresentou como uma deriva em boias improvisadas. Dois artistas educadores trabalhando com o que tinham - seus repertórios individuais, suas vivências, suas incertezas e vontades -, mas principalmente, nas condições do que não tinham e mesmo assim, precisavam dar conta de encontros com duas turmas de 60 crianças matriculadas no CCA AMAS VilA Medeiros e duas turmas de menos de 10 crianças juntas na Biblioteca Nuto Sant’Anna.
Com a precariedade da estrutura o fracasso é garantido. Se há algum êxito, ele chega com gosto amargo. O que foi entendido ao longo do ano como “fracasso no sucesso”, um exemplo disso foi a oficina de miniaturas, onde exibimos alguns stop motions feitos com miniaturas confeccionadas em papelão e depois seguimos para a construção de objetos em papelão dentro de uma escala miniaturizada
Diante disso, tivemos dificuldades, sendo apenas dois artistas, em auxiliar no desenvolvimento dos projetos individuais e coletivos das crianças e adolescentes do CCA AMAS Vila Medeiros, por serem muitas e nosso tempo ser curto.
Na execução tivemos vários empecilhos que podem ser enumerados: elaboração do projeto, corte do material, colagem com cola quente e finalização dos objetos. Muitas crianças precisaram desistir, mesmo com boas ideias, pois não conseguiram acessar algum material, como cola, ou mesmo ter um tempo de instrução com os artistas educadores.
O amargor consiste precisamente em perceber a alegria, a adesão e a criatividade das crianças do CCA dentro das atividades propostas e, no entanto, compreender que ali se dá apenas um rastro, uma fresta das vivências possíveis dentro das linguagens artísticas.
Os artistas seguem em paralelo com as vivências com dois grupos menores na Biblioteca Nuto Sant’anna, compostos por crianças em suas maiorias que conheciam ou participaram do programa em edições anteriores (a Biblioteca Narbal Fontes, que há alguns anos abrigava o Piá, não pode oferecer seu espaço por estar com parte de sua estrutura comprometida).
Uma das dificuldades na Nuto Sant’Anna foi a de formação e permanência de turmas. Além disso, mesmo abrigando o programa, essa biblioteca apresenta parte das suas estruturas deterioradas, inclusive uma das suas salas está interditada. Muitas crianças do entorno se inscreveram no programa para participar de encontros na Narbal e não puderam participar dos encontros na Nuto.
As ilhas para os navegantes são lugares de respiro e reflexão sobre o caminho percorrido. Nelas algumas vitórias puderam ser vislumbradas. A confiança conquistada na relação com as crianças e adolescentes durante os encontros é uma dessas vitórias. Olhar o fracasso como parte destes cenários foi agente suleador de nossa errância e agiu para ampliação do olhar. A disposição dos grupos para seguir viagem possibilitou que experimentassem outros lugares e exercessem protagonismos. Outros lugares de afeto são os nossos passeios, conseguimos ir a três exposições de arte e acampar com alguns deles no casarão da Vila Guilherme que ampliou convívios e vínculos.
Que o programa, que completa 14 anos de atuação na Cidade de São Paulo, possa chegar nas crianças e adolescentes de toda a Grande São Paulo e que possa priorizar grupos que ainda estão em alguma condição de vulnerabilidade social. Acontecer de forma precarizada como a apresentada é desgastante para artistas educadores e fragiliza a força desses encontros. Que as empreitadas não se valham exclusivamente da força dos errantes náuticos, mas que outros suportes existam através do programa, para que chegue em sua potência transformadora na construção de novas rotas e narrativas.
NO INÍCIO TEM SACOLEJO QUE FOI UMA QUESTÃO PARA PENSAR A DIVULGAÇÃO O ESPAÇO PÚBLICO NÃO PODE FICAR VAGO POIS A CASA DE CULTURA É NOSSO CHÃO
NUM TERRITÓRIO DE TERCEIRA IDADE A CRIANÇADA CHEGA GANHANDO SEU ESPAÇO ONDE TIVEMOS QUE PENSAR DIFERENTE E FALAR PARA ESSE POVO, VEM COM A GENTE.
A CONSTRUÇÃO COMEÇA NA MASSINHA, AO INVÉS DE COMPRAR-LA NA ESQUINA. MISTURAMOS SAL, ÁGUA, CORANTE E FARINHA
IDEALIZANDO UM PERSONAGEM A CRIAÇÃO DE MÁSCARA, MOSTRA A OUTRA FASE DO MUNDO ABSTRATO.
MAS NA HORA DO NEUTRO. UM DILEMA, QUAL SERÁ A CENA? NÃO SE ACANHE, USE SEU TALENTO EXPRESSANDO TUDO QUE HÁ AÍ DENTRO
TÃO LINDO O CANTO NA RODA SOM NO CORPO TODOS GOSTAM. TUM TUM TÁ, TÁ TUM TUM É SUA VEZ DE IMPROVISAR.
JÁ NA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS ENTRE INÍCIO, MEIO E FIM, FECHE OS OLHOS PARA O MUNDO DA IMAGINAÇÃO A ESCUTA PROPORCIONA ESSA QUESTÃO.
É ISSO AI GALERA VEM COM A GENTE. PORQUE UTOPIA DOS SINOS PARA OS PIASLESCENTES
VAI FICAR A CARA DO ADOLESCENTE.
FOI ASSIM, COM VÁRIAS POTÊNCIAS QUE FORTALECEU O ESPAÇO DA CASA DE CULTURA DO TREMEMBÉ.
SE PASSAR POR LÁ JÁ SABE QUE OS ENCONTROS DO PÍÁ, PROPORCIONA ARTE, ALEGRIA DO BRINCAR.
Durante todos estes meses no Casarão, com nossas três turmas de crianças foi muito interessante perceber a dinâmica tanto das crianças, de nós com elas e entre nós AEs também. O que foi mais legal, e achamos que todos nós levaremos para as próximas experiências, foi ir percebendo aos pouquinhos, na convivência de cada encontro, onde estão as potencialidades, as dificuldades e desafios das práticas artísticas em conjunto. Por exemplo, ao desenvolver algumas atividades de artesanato, colagens, encadernação, desenhos, etc. pudemos perceber que algumas crianças se envolviam mais e tinham bastante concentração, enquanto outras desanimaram muito rápido e perdiam o foco. Por outro lado, em atividades mais dinâmicas com o corpo algumas crianças tinham mais facilidades e outras às vezes ficavam frustradas por não terem muita habilidade. Nada estava certo ou errado
com as atividades e nem com as crianças, apenas pudemos perceber que cada criança tem suas particularidades, e assim, ao longo do nosso trabalho tentamos sempre intercalar atividades mais enérgicas para usar mais o corpo e gastar energia, com outras mais contidas e que precisam de mais destreza manual e concentração. Dessa maneira, sentimos que pudemos agregar todas as potencialidades e dificuldades das turmas e isso foi bem bacana, poder contemplar todos, cada um ao seu modo. Entre nós AEs também aprendemos muito nos relacionando, podendo perceber como ter uma comunicação mais clara, corrigir algumas falhas de comunicação e entender o tempo e os limites de cada um. Foi um aprendizado bonito e ficamos muito gratos às crianças, ao programa e aos colegas de trabalho!
Acreditamos que um dos pontos altos do nosso trabalho enquanto quarteto foi as atividades, que fizemos integrando as três turmas do Casarão. A primeira foi a Ação Cultural durante a Festa Junina do Casarão, construímos um palhaço , onde a primeira turma fez a cabeça, a segunda turma fez o tronco e a terceira turma fez as pernas. Depois com o palhaço já pronto, todos puderam jogar - Acerte a Boca do Palhaço ! A integração de todas as turmas com um objetivo em comum foi um sucesso muito maior do que imaginamos inicialmente, todos se empenharam, se envolveram e o melhor, ficaram muito felizes e orgulhosos com o resultado.
A segunda foi a Caça ao Tesouro, onde cada turma elaborava as pistas para outra turma, como por exemplo, a turma da quarta de manhã elaborava as pistas para a turma da quarta à tarde e assim sucessivamente... Junto com a elaboração das pistas a turma também era responsável em criar um desafio para a próxima turma, assim quando eles achassem o merecido tesouro, ganhavam de brinde um desafio para ser executado e registrado em vídeo. O resultado foi uma explosão de criatividade e talentos múltiplos dos piazitos ! Mais uma vez as crianças ficaram extremamente envolvidas e felizes com o que realizaram.
Uma proposta de atividade para os Encontros com Crianças que fizemos foi a de fazer as próprias tintas. Sabe como faz? Você vai precisar de: temperos e pós como açafrão, café, colorífico, terra, água, cola líquida, potes para fazer as tintas e palitos de sorvete ou galhos de árvore. Como fazer? Por exemplo, em um pote, misture água, açafrão e cola. E você escolhe como quer a sua tinta. Líquida, grossa, clara, escura, busque o equilíbrio da cola e água. Faça essa mistura com outros temperos. Alguns pós e temperos, você vai usar só cola ou somente água. Descubra. Sabe o que é legal nessa tinta? Além das crianças criarem as tintas eles aprendem a equilibrar a quantidade de água e cola. A criação pode ser feita com pincel ou com os próprios dedos. Esse manual guiou essa experiência e foi um sucesso! Tivemos desenhos lindos com estas tintas naturais, as crianças curtiram bastante! Outra experiências marcante para nós foram os dois Acampiás que tivemos. Foi muito bom perceber a importância desse encontro para as crianças e também para os pais, pois muitas crianças nunca tinham dormido fora de casa e sentimos que foi um desafio para as famílias como um todo. Foi um baita exercício de confiança em nós do programa e um desafio de desapego dos pais com crianças e vice-versa. Gostamos muito de fazer parte dessa etapa de crescimento das famílias e sentir que estávamos cuidando de algo precioso, que é o afeto entre familiares.
EsseéomapaafetivodaturmadoPIÁdaBibliotecaÁlvaresdeAzevedo.Pramuitosisso podeparecerumsimplesmapa,masparanós,esseéoregistrodeumpoucodoquevivemos, brincamosedescobrimosnodecorrerdesseano.
Praquemnãoaconhece,abibliotecaÁlvaresdeAzevedoéumprédioantigo,cercado(ou protegido?)pordiversasárvores,etaisárvoresformamumaespéciedeportalnaentrada.Ao cruzarosportões,somosrecebidospelasencantariasdaquelelugar,eéprecisodizerque tudoaliéencanto,desdeosomdasárvoresbalançando,asombrafrescaeospássarosque vezououtranosvisitam;essaestranhamagiaseestendeatéoparquinho(queporvezesé fortalezadecastelo),opédepiá(comnossosnomeslogonaentrada),eosilênciodiscreto quefazcomqueescutemosorespirardoslivros.
Nodecorrerdesseano,esseterritóriofoionossomundodepossibilidades,ecomobons exploradores,tínhamosamissãodeconhecer,brincar,ocupareressignificarcadaespaço dessemundo-biblioteca,eassimofizemos.
Procuramososmelhoresesconderijosnopiqueescondesardinha,colorimoscomtintaas nossasobrasdearteetambémosnossoscorpos,viajamosatéoutrospaíseseplanetas, travamosférreasbatalhasdequeimada,observamos,fotografamoseprestamosatençãoaos detalhes desse nosso planeta-biblioteca. E por falar em atenção, quando somada à concentraçãoeaoritmo,logocomeçaabrincadeira:pensarrápido,correrlonge,riraltoe…. vencer? Percebemos que as vitórias coletivas são mais legais, e que tudo no coletivo funcionamuitomelhor,atémesmoonossolanche!Aquinonossomundo-bibliotecaagente fazumsanduíchesetransformaremcinco!Edepoisdemultiplicados,aprendemosadividir.
Mas como todas as boas histórias, a nossa jornada de 2022 nesse planeta-biblioteca precisavachegaraofim.Masnãoseenganepensandoquefindaríamosanossaaventurade maneirasimplista!Nóspercebemosque,comobonsexploradoresquesomos,gostaríamos de romper a barreira mais concreta de todas: a barreira do tempo. Assim, construímos a nossa própria cápsula do tempo e enterramos-na para que seja aberta daqui a dez anos. Nessa cápsula foram enterrados auto-retratos, cartas, sonhos e memórias, e é com a certezaaindahápartedessamissãoparaservividadaquiháumadécada,que“encerramos” nossociclo.
Paraquefiqueregistrado:háaoladodireitodabibliotecaumaárvorecomumagrande letraPmarcadanela,elogoemfrenteháoutraárvoremarcadacomaletraA;risqueuma linhanochãoentreasárvoresPeA,epercebaquebemnomeiodessalinhaháumcoqueiro marcado com a letra I. Ao ler “piá” poderá começar a cavar, mas lembre-se que isso só deveráacontecerem2032.
Enterraranossaprópriacápsuladotempoeconstruiressemapaafetivo,foimuitosignificativo,poisna construção,ospiástrouxeramtudoaquiloquelhesvinhanamemória,eessaéapartemaissimbólicapara nós,afinal,sesomoscapazesdecapturarearmazenarmemórias,issosignificaqueaquiloqueseélembrado dealgumaformanosafetou,eosafetosvivemnapartemaispuradonossocoração.
Eassim,entrepiqueniques,históriasetardesensolaradas,encerramosociclode2022jácommuita saudade,ecomacertezadequequenosencontraremosemalgumdia,sejadaquium,doisouem2032.
O samba é o samba, é a escola, é o aprendizado entre mais velhos e novos. É o alimento da alma e a cura do corpo. É o que se vive nas palavras e no som, no pé, nas cores e nas esculturas. É tudo que se move.
A escola de samba é a interlinguagem, é a literatura, a música, as artes visuais, é o corpo dançando, é a dramaturgia. É o tempo correndo, é o novo e a repetição. Por isso, se o samba é o nosso caminho, o reco-reco, será nosso transporte. Com estes elementos, queremos conhecer mais as crianças, adolescentes e perceber as potências nas brincadeiras e na valorização do processo do nosso samba-enredo.
Estivemos presentes na Biblioteca José Mauro de Vasconcelos. A princípio com quatro turmas presenciais às segundas-feiras. Por lá, realizamos encontros com a equipe de educadores da EMEI Aviador Edu Chaves, pintura dos bancos, festa junina, encontro de famílias e até um acampiá. No CCA João Paulo I, também criamos muitas materialidades que tratavam de suas identidades, realizamos um projeto extenso, o Piacast que envolveu as duas turmas e também outras trocas com a Biblioteca e com o Território. Como nas escolas de samba, nossas ações foram atravessadas pelas agremiações, como:
Estandarte: materiais visuais produzidos ao longo dos encontros, decoração do
equipamento, acomodação no território e conexão com as famílias. crianças e livros, como Piacast, logo Vinheta, História do boi, narrativas das crianças.
Samba-enredo: Textos, letras de música e histórias produzidas em conjunto com as
Carro alegórico: Passeios, ações culturais e descoberta do território. Visitas do CCA á Biblioteca, como a Festa Junina; Dia da Amizade; Dia das Crianças; Encontro de Famílias; Acampia; Encontro de Famílias; Encontro de Família geral.
Bateria: Prática de instrumentos, composição de músicas, gravações e vivências sonoras Nas vivências sonoras, brincadeiras musicadas como a Amarelinha Africana; Apreciação Musical (Mitos brasileiros); Composições coletivas (Zezinho).
Harmonia: Convivência das crianças, retorno ao presencial pós pandemia, trabalho em equipe e escuta. Que acompanhamos na formação cultural com a equipe de educadores da EMEI Edu Chaves. Ao longo do ano, realizamos diferentes encontros e conversas semanais com as famílias tanto presencialmente quanto pelo Whatsapp. A cada encontro, nossa escuta se manteve ativa sobre as percepções de cada criança em relação à retomada.
Comissão de frente: Experimentação, contato, amizade, acolhimento, brincadeiras. Como a pintura do banco da Biblioteca, as instalações móveis na praça da Biblioteca e a decoração da Sala do Piá.
Relatório de ações- CADERNO
ARTISTAARTICULADORADEEQUIPEEPROCESSOSARTÍSTICO-PEDAGÓGICOS: THALITADUARTE(TEATRO)
ARTISTASEDUCADORIES: HORÁRIOS/FAIXASETÁRIAS:
CEU PERUS
TERÇAS - 13H ÀS 16H – 09 A 14 ANOS
GIGIOPAIVA(LITERATURA) VALRIBEIRO(TEATRO)
QUARTAS - 9H ÀS 11H30 – 05 A 10 ANOS
SEXTAS - 14H30 ÀS 17H – 05 A 11 ANOS
QUILOMBAQUE/CAPS
TERÇAS - 9H30 ÀS 11H30 – 06 A 13 ANOS
CEU PERA MARMELO
QUINTAS – 9H ÀS 12H – 05 A 10 ANOS
QUINTAS – 13H ÀS 16H – 09 A 14 ANOS
RICARDOB-TREYS(DANÇA) DENISEALVES(LITERATURA)
EMEF ESTAÇÃO JARAGUÁ
QUARTAS – 9H30 ÀS 11H30 – 06 A 09 ANOS
QUARTAS – 13H30 ÀS 15H30 – 10 A 14 ANOS
CEU ANHAGUERA
SEGUNDA - 10H ÀS 12H – 05 A 10 ANOS
CESARAZEVEDO(MÚSICA)
MAYRAQUIROZ(ARTESVISUAIS)
SEGUNDA - 13H ÀS 16H – 05 A 14 ANOS
CEU VILA ATLÂNTICA
TERÇA - 9H ÀS 12H – 05 A 08 ANOS
TERÇA - 14H ÀS 16H – 08 A 14 ANOS
TEATRO CACILDA BECKER
TERÇAS - 9H ÀS 12H - 05 A 08 ANOS
TERÇAS - 13H ÀS 16H – 11 A 14 ANOS
QUARTAS - 15H ÀS 17H – 05 A 09 ANOS
TATIANARIBEIRO(TEATRO) FELIPEASSUNÇÃO(DANÇA)
CCA SAL DA TERRA
SEGUNDAS - 14H ÀS 15H – 06 A 09 ANOS
SEGUNDAS - 15H ÀS 16H – 10 A 14 ANOS
TENDAL DA LAPA
TERÇAS - 9H ÀS 12H – 07 A 14 ANOS
TERÇAS - 14H ÀS 17H - 06 A 10 ANOS
SÁBADOS - 9H ÀS 11H – 05 A 08 ANOS
MARÉOLIVEIRA(CIRCO)
NAMÁSOUBHIA(ARTESVISUAIS)
CCA SAL DA TERRA
QUARTAS - 9H ÀS 10H – 06 A 09 ANOS
QUARTAS - 10H ÀS 11H – 10 A 14 ANOS
Caminho, caminhada, povoar, semear e cultivar a estrada. E o que faremos agora? Barro molhado. Argila. Cola. Terra. Folha. Salvar todo mundo. Práticas artísticas como práticas de vida. Alegria. Vida. Desafio. Presença. Simples. Amor, União. Espiral. O Piá foi uma janela que abriu, ela abriu de fora pra dentro, mas também de dentro para fora. O passo-a-passo deste compasso nos levou para um mundo de possibilidades, esperas, abraços, tempos, reflexões, espelhamentos, brincar, jogos, leituras, artes no corpo e para o corpo, comunidade, particularidades e resistência. Todos os cantos da cidade. Limpar coisas, colocar no lugar, ir para o Piá. Eu esquecia e esqueço do tempo, esqueço da vida, esqueço da política e me lembro do tempo, da vida, e da política. E mesmo assim quando acabar vai continuar dentro da gente.
(Escritacoletiva,apartirdeexercício,em04/11/2022)
CLIQUEPARALEROREGISTROCOMPLETO
No percurso desse retorno presencial do programa nos territórios a equipe Pirituba/Perus se dedicou na busca ativa de participantes, buscando ampliar as famílias atendidas. Tivemos muitas inscrições, mas a assiduidade foi volátil. Conseguimos retornar para o CEU Vila Atlântica; firmamos parcerias intersetoriais que deram muito certo com o CAPs Perus (unidadeinfantil)eaComunidadeCulturalQuilombaqueatendendoacriançascomTranstorno do Espectro do Autismo (TEA); a EMEF Estação Jaraguá que recebeu o programa de forma muitoparceira;eoCCASaldaTerranaLapaatendendoacercade70crianças/adolescentes.
Como equipe partilhamos saberes às sextas-feiras, cada pessoa ministrou uma formação/chegança (cerca de 1 hora) onde pudemos nos conhecer melhor e nos aprofundar em temas e técnicas transversais ao trabalho com as crianças: Jogos Teatrais (Thalita), Músicas e brincadeiras de terreiro (Cesinha), Ancestralidade Indígena e o Povo Xucuru (Gigio), Territórios do Brincar (Val), Cultura Hip Hop/Breaking (B-Treys), TDHA (Denise), Escrita autoficcional (Tatiana), Dança Jazz (Felipe), A palavra nas Artes Visuais (Mayra), Trama, tear, tecer (Namá) e Transgeneridades e Linguagem Neutra (Maré). Além de uma formação com a Agência Queixadas em visita à Fábrica de Cimento Portland Perus e outra com a Aldeia GuaraniTekoaItakupénoJaraguá.
Asduplasfizeramaçõesculturaisnosprópriosespaçoscomo:CinePipoca;DiadoBrincar; parceria com o Recreio das Férias e a EMEI/EMEF dos CEUs; encontros com as famílias; assistiràespetáculos;visitasàespaçosculturaiscomooMIS,oMuseudaDiversidadeSexual, o SESC Pompéia, a Casa Bandeirante/Museu da Cidade de São Paulo e Casa do Hip Hop Perus/Festival Saruê; entre outros. Essas saídas de dentro da sala e contato com a comunidadeforamessenciaisnessemomentoderetornodoprograma.
O percurso de nossa travessia trouxe a capoeira como primeiro território do brincar.Acapoeiraéamatarasteira,onde ospovosorigináriosdeAbyaYalaeospovos africanos em diáspora se encontraram e dialogaramatravésdaslinguagensdocorpo edoencantamento.
Foi por este caminho que o maculelê apresentou-se como potência narrativa do encontro e da resistência indígena e afro. Por outro lado, com a batida do Congo de Ouro traçamos paralelos com o Funk contemporâneo e trabalhamos a coordenação motora, o ritmo, e o cuidado com o próprio corpo e o corpo da comunidade.
A palavra e o verso sempre estiveram presentes através das tradições orais. Familiarizamos as crianças com as linguagens dos folhetos de cordel, através do verso escrito e das artes plásticas que dispusemosnaconfecçãodelivretos.
A Terra, como elemento fundamental em nossas cosmovisões - onde constituímos nossocorpo,juntoàNaturezaEncantadae aosOrixás-foimatériaquemoldamoscomo argilaeterritóriodoafeto,dobrincaredo cuidado.
Val Ribeiro - Teatro Gigio Paiva - Literatura Clique nas imagens!É com muita alegria que apresentamos os caminhos trilhados durante as nossas ações culturais, com a finalidade de inspirar e apoiar outrasaçõesdesocializaçãoevínculoculturalcom oterritório.
EmparceriacomaagênciadeturismoQueixadas, visitamos o espaço cultural Quilombaque rumo a Fábrica de Cimento de Perus com a Trilha da Memória. Essa ação teve início e fim no espaço cultural Quilombaque com Camila Cardoso, Raul Silva e Dede Ferreira que (re)criaram através da trilha da memória uma série de fatos históricos que nos auxiliaram a refletir sobre a luta protagonizada pelos trabalhadores da fábrica, conhecidos como Queixadas, narrando a formação do bairro a partir da abertura da Fábrica.
A experiência ajudou a ampliar as possibilidades pedagógicas,emconexãocomanaturezaecomo território, promovendo o resgate de memórias pelas crianças e familiares, durante e depois da ação.Produzimosummapadatrilhadamemória, perspectivadopelascriançaserodasdeconversa.
Nasegundaação,assistimosoespetáculodeCirco chamado Prot[Agô]nistas, que exalta a (r)existência da negritude nas artes circenses. A apresentação compôs o III Festival Internacional de Circo, organizado pela Cia Trupe Liuds, grupo de comicidade negra de Perus. A ação potencializounossaspráticaspedagógicasapartir dacorporalidadepresentenoscircos.
O terceiro caminho nasceu nas rodas de conversas instauradas sobre gênero, classe e raça. Visitamos o primeiro equipamento cultural da América Latina relacionado à memória e estudos da diversidade sexual, na estação República do Metrô. Com a exposição “Duo Drag”, por meio de fotografias e vídeos feitos com drag queens, aprendemos como o universo plural do gênero e da sexualidade LGBTQIA+ se expressa na arte das drag queens. Em roda, conversamos sobre a criminalização e luta dessa comunidade e sua forçaparaexistireexpressaraculturaartística de pessoas dissidentes do gênero e da sexualidadenormativa.
A quarta caminhada nos levou até a Casa do BandeirantenoButantã,geridapeloMuseuda Cidade de São Paulo. Iniciamos com a apresentação artística da Cia Trupe de Artes e oespetáculoBoraBrincarconvidouascrianças e famílias a vivenciar os brinquedos de roda. Durante a visita tecemos imaginários sobre as técnicas milenares de construção dos povos indígenas, apropriadas pela colonização portuguesaesuapermanêncianashabitações rurais Brasil afora. Com paredes de taipa de pilão,acasaestálocalizadaàsmargensdoRio Pinheiros, elemento explorado durante o trajeto. A travessia foi mediada pelos educadoresPedroPereiraeAmandaFilgueiras, com quem criamos seres vegetais a partir dos materiaisorgânicosdavegetaçãodoParque.
Leia mais:
Relatos da rede Quilombaque/CAPS
O nosso último encontro entre os PIÁs e as famílias do território foi firmado no Quilombaque, uma importante parceria cultivada durante o ano nos encontros semanais das crianças assistidas pelo CAPS e nas Ações Culturais. Por fim, as famílias da região Noroeste se encontram no Parque do Jaraguá onde celebramosanossatravessiacomexposições,brincadeiras,contaçãodehistóriasealimentaçãocoletivaem um território central para a espacialidade da região Noroeste e para cosmovisão dos povos originários e comunidadesdeterreironoterritório.
Agora os Piás do Cacilda Becker pegam a palavra. Qual saber seu querem compartilhar com seus colegas de trajetória deste 2022 de retomada, de cara ao mundoexterno,depédeamora,bola,corda,abraçoeeleições?
Desenhos
Por BIA NEMES
Agora os Piás do CCA Sal da Terra pegam a palavra. Duas turmas. Dois partidos. Somos de direita. Não, somos de esquerda. Direita. Esquerda. Não. Divergências no mesmo partido... Tá bom. Somos centro. Mas agora nós educadores propomos o exercíciomágicodesefazerperguntas:quaispautasdefendemadireitaeaesquerda?
O que é o centro? Todos a esquerda, por favor. Deem um passo a direita se: É contra os direitos LGBTQIA+; contra o aborto; contra vacina; contra cotas raciais; reforma agrária;afavordoagronegócio.
Hummm, você que se dizia de direita e defende o Bozo, está a esquerda. E agora? Agora é hora de nunca se esquecer de se fazer perguntas! E vamos descer e jogar queimadapraesfriaracabeça.
Amanhã é dia de colocar a boca no trombone reivindicando por tudo que acreditamos sernossodedireito!
2022 foi o nosso primeiro ano no Piá; uma nova experiência que nos atravessou completamente, com sua multiplicidade de vivências, trocas e afetos. O encontro entre as artes visuais, as circenses e as teatrais nos trouxe diversas oportunidades de co-criação. Muitas brincadeiras e aprendizagens emergiram a partir da confluência dessas linguagens. No decorrer deste ano, repleto de desafios, a nossa força motivadora foi os vínculos criados no Piá: entre nós como dupla, com as crianças, de diversas realidades sócio-culturais, e a parceria com suas famílias.
Em nossos encontros, as artes circenses contribuíram para a construção da confiança, pessoal e coletiva, para despertar a coragem, assim como a percepção de possíveis riscos; para o respeito e cuidado com o próprio corpo e com o corpo de outras pessoas e para a prática de movimentos relacionados à coordenação motora e consciência corporal.
A escuta está presente nas rodas que fazemos no início de cada encontro, momento em que compartilhamos experiências, sentimentos e vontades. Ela também está al em uma atividade circense, quando uma criança precisa equilibrar seu peso com o peso de outra. Está na hora do lanche, sempre compartilhando alimentos e jogando conversa dentro. Está nos momentos de decisão sobre quem irá iniciar a atividade ou qual brincadeira vamos fazer. Está em momentos de conflito, assim como em momentos de e cooperação.
O DIREITO DE BRINCAR
Entendemos que brincar é um direito de toda criança e adolescente e um potente recurso. Sendo assim, todos os nossos encontros foram suleados por atividades lúdicas e pela cocriação de brincadeiras. Criamos um balaio do brincar, em que cada turma elencou as brincadeiras que mais gostam, para que fossem sorteadas e praticadas durante os encontros. Em dupla, desenvolvemos maneiras de introduzir os princípios pedagógicos do PIÁ de um jeito divertido. Assim, vimos na prática que ao brincar a criança se expressa livremente, além de ler e transformar o mundo ao seu redor. Brincando, os vínculos se fortaleceram, assim como a paciência, a compreensão e a tolerância.
Ao longo deste ano, o Tendal da Lapa se transformou naquele quintal cheio de plantas e sol da manhã. Ou naquela rua sem saída, em que podemos correr, brincar de pega-pega, batatinha frita 123 e vampiro-vampirão. Os grafites em suas paredes são como uma mostra da arte urbana encontrada pelas ruas de São Paulo e suas diversas exposições e espetáculos pareciam nos levar a um mundo novo, revelado atrás de cada porta. Suas árvores de amora e pitanga adoçam ainda mais a hora do lanche. Com o apoio da gestão do Tendal e das pessoas que trabalham no espaço, nos sentimos pertencentes ao espaço e à vontade para ocupar, brincar, aprender e criar relações.
artes visuais
As atividades de artes visuais possibilitaram diversas experimentações e descobertas, encorajando um olhar sensível, assim como maior confiança e liberdade em nossas expressões e potências, tanto coletivas e quanto individuais. Mesmo com poucos recursos, exploramos diversas técnicas e materialidades, como
desenho, pintura, máscaras, zines, gravura, carimbos, estêncil, etc. As crianças também se envolveram fortemente com processos de criação de histórias e personagens, dando vida e voz aos seus imaginários. Os jogos teatrais potencializaram as interações e a cooperação entre as elas, que ocuparam e interviram nos espaços com seus corpos, vozes e ideias.
O CCA Sal da Terra parece aquela casa de vó, em que a primeira coisa que sentimos quando cruzamos a porta é o cheirinho bom de comida no forno. Em nossos encontros, buscamos ocupar ao máximo os ambientes deste espaço, com brincadeiras na quadra, jogos teatrais e sessões de relaxamento na sala de dança e atividades de artes visuais dentro das salas de aula. Também implementamos com o grupo de adolescentes o "cartão do banheiro", uma ideia de um educando para que a turma possa ir ao banheiro sempre que desejar, sem a necessiocupar
dade de pedir "autorização" para isso. A ideia era fomentar a confiança mútua entre educadories e educandes, e a autonomia desses jovens.
Sabendo da importância dos arquétipos afro-pedagógicos para uma educação antirracista, recheamos nossos encontros com atividades afrorreferenciadas. A partir de livros de autoria e protagonismo negro e índigena, realizamos rodas de leitura, reflexão e criação. Em nossas ações culturais, priorizamos também trabalhos étnico-raciais, como a contação de de Mafuane Oliveira, no Sesc Pompeia. Ainda sobre questões raciais, desenvolvemos atividades que exercitam a autoidentificação étnica, como a autodescrição e a criação de tintas com o tom da pele de cada criança a partir da mistura de cores primárias e secundárias.
Turma 1: terça-feira 9h ao 12h (5 a 10 anos)
Turma 2: terça-feira 13h às 16h (11 a 14 anos)
No coração do Brás se instala a tradicional Biblioteca Adelpha Figueiredo. Atravessando os comércios, tecidos, roupas, marreteiros, trânsitos e fluxos chegamos até nosso espaço. Acolhidos pela equipe e pela área verde que cerca o prédio, começamos nosso trabalho, plantando sementes para florear no futuro. Retomando o presencial, pós pandemia, encontramos um cenário instável com crianças distantes. Tivemos que encantar o espaço novamente e trazer a magia dos piás.
Aos poucos as turmas foram se formando e o trabalho foi começando de forma leve e descontraída. Tivemos muitas músicas, com a possibilidade do uso dos equipamentos de som e microfone, colorimos nossas paredes com muita pintura, entramos nos universos dos livros, quadrinhos e das histórias imaginadas. No âmbito das brincadeiras, navegamos nos mares dos marinheiros e piratas, exploramos os esconderijos secretos dos corredores, caçamos tesouros coloridos, engolimos bolhas e misturamos melecas grudentas.
A Adelpha é um espaço importante no bairro por acolher culturalmente diversos imigrantes de diferentes idiomas e localidades. No Piá tivemos crianças de origem boliviana, peruana, angolana e palestina. Foi uma rica troca e vivência nesse ano, onde, através de brincadeiras e muitas conversas, foram relatando suas histórias, apresentando seus costumes e suas famílias. Que esse intercâmbio se fortaleça nos próximos anos por meio do Piá.
Turmas:Quartas-feirasmanhã9hàs11h (turmamista) Quartas-feirastarde14hàs16h(turma mista)
Com a proposta de, através do Piá, atender a rede intersetorial, nosso articulador Sthefan estabeleceu parceria com dois CCAs da região Penha/Mooca, mais especificamente no bairro do Cangaíba. Foram os CCAs da rede Bom Jesus:oCCASantoOnofreeopróprioCCABom Jesus.Comoproposta,realizamososencontros do Piá às quartas-feiras manhã e tarde, quinzenalmente em cada CCA. Em uma tentativa de atender o máximo de turmas e criançaspossível,fizemosumrodíziodeturmas por faixa etária em cada encontro. Assim, pudemos nos encontrar nesse ano com aproximadamente 300 crianças nos dias de PIÁ.
Aolongodoano,tivemosencontrosmuitoricos, com muitas brincadeiras e criações artísticas, sempre oferecendo um espaço para a livre expressão da imaginação e também abertura paraproposiçõesnosencontros.Tivemosmuito suporte quanto ao uso de material e adaptações para o uso adequado do espaço. Percebemos uma maior vulnerabilidade das crianças e adolescentes, e foi importante estar em um espaço que oferece alimentação adequada, materialidades e apoio para que a criação artística e as brincadeiras possam fluir melhor.
Tivemos encontros muito afetuosos com as crianças e trocas muito ricas com os adolescentes. Apesar de em alguns momentos estarem mais fechados para as proposições, aos poucos foram se sentindo mais à vontade paraparticipareinteragirmaisacadadia.
Chegamos na Biblioteca Hans procurando as crianças, através de possíveis resquícios que a vida antes da pandemia deixou. Qualquer registro de criança era notificado e acessado, podia ser um esqueleto pintado de tinta vermelha, monstrinhos no meio do corredor e até mesmo as memórias deixadas em um caderno na entrada da Hans, com nomes e contatos de Piás antigos. Através de ligações, mensagens e divulgação nas escolas formamos nossas turmas iniciais Essas turmas se tornaram bastante diversificadas, inclusive nas condições socioeconômicas das famílias, com algumas crianças, por exemplo, que chegavam nos encontros esperando a hora do lanche. Lanche esse que em alguns momentos nós comprávamos para que não faltasse.
Aos poucos fomos formando turmas dentro dos horários que, neste ano, já estavam organizados quando chegamos. As turmas aconteceriam nas quartas-feiras de manhã (10h às 12h), quartas-feiras à tarde (13h às 16h), sextas-feiras (15h às 17h) e sábados (10h às 13h), além da turma de sábado a tarde, que surgiu posteriormente (13h30 às 15h30). A única turma entre essas que sofreu uma modificação foi a turma de quarta-feira à tarde que, devido a ausência de crianças, se tornou uma ação em um espaço intersetorial próximo à Biblioteca, onde já eram realizadas atividades literárias coordenadas pela equipe da Biblioteca, que é o CEC Cristo Rei.
Tínhamos 4 linguagens na equipe de arte -educadores: Música, Literatura, Artes Visuais e Artes Cênicas. Durante a travessia, nossa equipe terminou com três pessoas. Inicialmente nosso plano de trabalho consistia em planejar os encontros, por meio de uma proposta mais evidente que oferecia uma temática, e assim, as demais linguagens se somavam de forma orgânica, misturando as formações dos educadores e também das atividades e brincadeiras propostas. Literatura, música, teatro e artes visuais podiam costurar um pato ferido, fazer uma obra visual-sonora com quindim, cantar Zines, brincar de yoga enquanto constroem-se histórias.
Entre nossas propostas pedagógicas sempre esteve presente a atenção aos espaços que a Biblioteca nos oferecia, suas possibilidades e também riscos. Desde os primeiros encontros tivemos o cuidado de estabelecer combinados com as crianças. Estávamos retornando de um processo de isolamento social, muitos piás estavam aprendendo a conviver coletivamente e nós precisávamos levar isso em consideração. Entre os nossos combinados estavam o acordo de que o trânsito pelo espaço da Biblioteca (que é um espaço público) precisava ser supervisionado por nós, quais cuidados precisávamos ter entre nós e com os espaços, que as atividades fossem coletivas, inclusivas, que os lanches seriam compartilhados, entre outros.
Outro ponto importante em relação a pedagogia tem a ver com o fato de estarmos em uma Biblioteca em que grande parte do acervo é infanto-juvenil e também onde acontecem muitas atividades voltadas a esse público (apresentações teatrais, musicais, contações de história, oficinas artesanais, etc), as quais tem ocorrido com frequência aos sábados. Por estes motivos, sempre trabalhamos com livros, muitas vezes escolhidos pelas crianças a partir de seus interesses, e as propostas que surgiam eram sempre muito diversas, tais como: criar histórias a partir de ilustrações, ler coletivamente, transformar história em interpretação, entre outras.
Entre as ações para além dos encontros que realizamos na Biblioteca estão o Encontro de Famílias que aconteceu no dia 27/08/2022 e foi um dia muito especial, onde PIÁs e familiares ouviram contações de histórias, fizeram posturas de Ioga, exercícios respiratórios, relaxamento, conversaram e compartilharam de um lanche coletivo. Além dessa ação, também tivemos a Ação Coletiva da Equipe Penha Mooca na Semana de Formação chamada "Um dia de PIÁ" que foi uma formação entre AEs e AEPs para abordarmos brincadeiras, cuidado e seguranças nos encontros. Foi neste dia que mapeamos os riscos e possibilidades que cada espaço da Biblioteca nos oferecia, tornando-se um processo importante para nossas práticas no geral.
Nosso articulador de equipe Sthefan Leal se encarregou de fazer a ponte com o CEC São Francisco, que por sua vez nos recebeu de portas abertas e com muitos gatinhos. Existiam duas turmas pela manhã com faixas etárias muito diversas e numerosas, então preferimos dividi-las, o que acarretou em dois encontros por dia no equipamento.
Diversas formas artísticas foram experimentadas durante os encontros, influenciados também, por experiências múltiplas que nos alimentavam em outros equipamentos culturais. Houve porém uma verticalização maior em conteúdos que propunham composição de espaços teatrais, musicalização e confecção de Zinnes.
Era notório a diversidade cultural que o CEC São Francisco trazia em seu espaço, seja pelas temáticas dos trabalhos expostos nas paredes, feitos pelos alunos e pelas educadoras, seja pelos próprios alunos, que eram migrantes de diversos países. Assim, nossas práticas artísticas eram enriquecidas. Em alguns momentos, a dificuldade foi desvincular-se de temáticas associadas a violência, principalmente nas improvisações e narrações realizadas pelos meninos, fato que muitas vezes também restringia a participação de algumas alunas, pois se sentiam expostas a diversos julgamentos.
A construção do afeto nas relações entre artistas educadores, crianças e adolescentes foi primordial para que aos poucos conseguíssemos nos aproximar das realidades diversas e também aprender e sentir saudades com o final de nossos encontros.
Nossas ações no CEC Cristo Rei começaram posteriormente por conta da ausência de crianças na turma de quarta-feira à tarde na Biblioteca. Fizemos uma primeira visita junto com duas colaboradoras da Biblioteca que já realizavam mediação de leitura no espaço e posteriormente decidimos participar todas as quartas-feiras. Nossa ideia foi manter o trabalho que já vinha sendo feito e que era voltado para a literatura infanto-juvenil, mas também inserir outras atividades que dialogavam, como contação de histórias, jogos musicais e brincadeiras teatrais
Nós atuamos de forma intercalada, atendendo em uma semana um grupo de crianças menores e na semana seguinte um grupo de crianças maiores. O fato das turmas do CEC serem numerosas e termos acesso a um determinado espaço nos convidou a pensar outras formas de trabalhar, diferentes do que fazíamos com as turmas dentro da Biblioteca. Além dessas condições, existem também outras que auxiliam na nossa ação, como, por exemplo, o fato de nos CECs as crianças terem acesso a alimentação, que é uma premissa para que consigam realizar qualquer atividade.
A quarta turma da dupla de AE’s Gabriela Morais e Karina Zichelle se deu na Biblioteca Hans Christian Andersen, para atender a demanda do território com o público de 11 a 14 anos, que na grande maioria já havia participado do programa
A biblioteca possui uma programação viva aos sábados, e a turma participou em conjunto com algumas delas, como a Virada Cultural e o Aniversário da Biblioteca com a Festa Junina, que além de ter sido aberta ao público, foi o nosso Encontro de Famílias. A turma também comemorou o aniversário da AE Karina e realizamos a Festa de Dia das Bruxas e Dia do Saci em outubro.
Algumas das atividades desenvolvidas pela turma foram a confecção de livros/cadernos; construção de histórias em quadrinhos; confecção de jogos de tabuleiros; jogo de detetive pela biblioteca; slime; pintura de autorretratos; silhueta e colagem sobre nossa identidade; confecção de brinquedos e brincadeiras em material reciclável para a Festa Junina e brincadeiras como o vôlei de bola de meia, cabra-cega e jogo de mímica.
A turma de sábado no período das 10h às 13h, sofreu alteração dos artistas-educadores e em meados de agosto, a AE Simoni substituiu o AE Cláudio, e a partir de outubro, a AE Tatiane substituiuaAEAmora.
Os encontros no período matutino são marcados pelas apresentações teatrais, contações de histórias relacionadas a contos de fada ou a datas comemorativas que ocorrem dentro da programação da própria Biblioteca Hans. As crianças participam de todos os eventos. Também sempre propomos atividades artísticas e literárias como, por exemplo, confecção de bonecos, instrumentos musicais, criação de uma histórias com base em diversos livros, além de atividades corporais,inclusivecompráticadealgumasposturasdoYoga
Os encontros do Piá no CCPenha, em 2022 de forma presencial foram ricos, transformadores e desafiadores.
Realizados às quartas e quintas com os arteeducadoresCleberD'Nunciodaáreadeteatro, eTatiMartinsdadança.NoPiáascriançassãolivres pra brincar, redescobrir o relacionamento com o outro,sedesenvolvereexploraracriatividadeatravés daarte.
O CCPenha tem ótima estrutura, tendo como espaço umasalaprópriacomarmáriosemateriais,eumbom diálogoeparceriacomoequipamento.
Muitas crianças do Piá também frequentam outras atividades oferecidas pelo CCPenha, como projeto Guri, oficinasdecapoeira,luta,artes,etc.
Alémdosencontrossemanais,tivemosmuitas açõesculturais,jáqueoequipamentooferece uma grande programação cultural mensal, inclusivenosdiasemqueoPiáacontece, possibilitando às crianças de participarem de tais atividades, como apresentações musicais, teatrais,etc.
Realizamos em setembro o Encontro de Famílias, muito divertido, possibilitando a interação de todas as famílias que puderam experienciaroqueéumdiadePiá.
Salve, povaria!
É com muita alegria Que pedimos licença pra saudar Um pouco do que foi o nosso PIÁ.
Mas preste atenção, Que neste ano teve brincadeira de montão, No território do Tiquatira, Acredite, não é mentira.
Teve desenho, brincadeira e dança, Piquenique pra encher a pança e ninguém passar fome.
Teve até monstro que mora no nosso nome. Autorretrato, silhueta em giz, “quem sou eu?
É a garotada quem diz. Glitter e cola pra fazer slime, Circo, gincana e até jogo de time. Esculturas de argila, bonecos de papel, Correria no caça ao tesouro dentro do CEU. Teve até livro que virou casa, Na dança do tik tok a turma arrasa. Lobisomem, taumatrópio e álbum da Copa, Qualquer brincadeira a criançada topa. Pega-pega, corre-cotia e sardinha, Adoleta, mistérios e adivinha.
Teve Vôlei de bola de meia, e o rolo de papel que virou sereia. Corrida de origami de sapo, No PIÁ também foi bom bater um papo.
Para os problemas contar, pois nem tudo é um mar de flores, E este ano também tivemos muitas dores,
A salinha do PIÁ estava lá e os materiais também intactos, como se nos esperassem há anos.
Foi assim que o Teatro Arthur Azevedo nos recebeu quando fomos visitar o espaço. A coordenação do teatro, representada pela Nathalia Gabriel, sabe qual é a importância do PIÁ para o seu território, e ser recebidos com o material guardado de antes da pandemia já deu uma previsão de que os encontros seriam incríveis.
Afinal, temos até um gatinho!
E foram! Havia uma ansiedade para que o pia voltasse a ser presencial! As crianças, cansadas de ficar isoladas, chegaram com muita energia e criatividade para gastar. E nós, educadores, oferecemos a elas um mundo de experimentações.
Afinal, este tecido pode se tornar uma casa?
E esse papel, se amassado, pode virar um meteoro?
E essas roupas, que personagem posso me tornar ao colocar essa saia na cabeça?
Foi através dessa experimentação que descobrimos possibilidades de brincar, jogar, trocar, aprender, se relacionar, desbravar o território e criar um espaço de acolhimento e afeto tanto para as crianças quanto para seus cuidadores.
Afinal, adulto também brinca!
Estar nos territórios realizando articulações, promovendo ações e diálogos, me trouxe perspectivas não só no campo de atuação do trabalho cultural e artístico-pedagógico, mas também no campo afetivo, onde a aplicação dos preceitos e princípios do programa esteve presente em cada troca. Pude enxergar os adultos como crianças e dar voz ao brincar que todos desenvolvemos ao lidar com crianças, adolescentes e famílias. Ouvir das gestoras uma avaliação positiva do meu trabalho fortalece o sentido de eu, como transmasculine e periférico, estar nesse lugar de articulador com representatividade e luta. Articular com uma equipe tão diversa como foi a equipe Penha/Mooca, com pessoas tão comprometidas e potentes deixou essa edição do PIÁ muito colorida e rica.
Destaque para Destaque para ação de ação de revitalização revitalização da casinha do da casinha do PIÁ Na PIÁ Na biblioteca Hans biblioteca Hans Christian Christian Andersen como Andersen como forma de forma de apropriação apropriação
"UmdiadePIÁ"
Local:BibliotecaHansChristianAndersen
Data:27/07-10hàs13h
Eraumavezadultesqueviraramcrianças e chegaram pela primeira vez no PIÁ. Junteselusocuparamacidadecomsuas cores, dores, sons e sabores. Um grupo de artistas educadores estava esperando… Quais surpresas podem surgirdesseencontro?
Nessa troca de saberes e sabenças, a equipe Penha/Mooca propõe um encontro onde vamos discutir e colocar em prática questões como: acolhimento, segurança nos encontros, combinados, rededeapoio,relaçõescomosespaços parceiros, relações com as famílias e fazeresartístico-pedagógicos.
E para fechar essa edição marcante que foi 2022, fizemos o ACAMPIÁ. Uma ação cultural artísticopedagógica promovida por toda a equipeeparceiresondeascrianças, adolescentes e familiares passaram uma noite de muita brincadeira, gincana,contaçãodehistória,picnic, fazeres artísticos, coletividade e dormimosjuntesnoCEUTIQUATIRA.
✓ I Semana de Formação (abril)
✓ Quintal do PIÁ na Semana Mundial do Brincar (maio)
✓ Formação cultural na 20ª Festa do Rosário Penha (junho)
✓ II Semana de Formação (julho)
✓ Trocas de saberes e sabenças Macro Leste (julho)
✓ Oficina de Contação de Histórias com Cia Mar de teatro (agosto)
✓ Visita mediada CCBB Exposição "Movimento Armorial" (agosto)
✓ Formação com NAAPA (setembro)
✓ Visita mediada na loja de brinquedos pedagógicos Rosa & Azul (setembro)
✓ Acessibilidades e redes de apoio: Downquixote (outubro)
Primeiramente gostaria de agradecer o trabalho da nossa coordenaçãoartístico-pedagógicaElaineeWill.
Agradeço a equipe que se engajou desde o início e juntes construímosumtrabalhofrutíferonoterritórioPENHA/MOOCA.
Agradeço pelo apoio e parceria com a Supervisão de Formação com Lígia Jalantonio, Miguel Prata, Ilton Yogi e muitos outros colaboradores.
Agradeço os aprendizados e trocas com as áreas: Instrumentais e pesquisa,Comunicaçãoe Acessibilidadeseredesdeapoio.
Agradeço o acolhimento e potência dos gestores dos espaços onde atuamos nessa edição incluindo as parcerias com as redes Intersetoriais que permitiram o atendimento ao público com programaPIÁeexpandindoaindamaisnossaatuaçãoesseano.
Agradeço pela confiança das famílias no nosso trabalho com suas criançaseadolescentes.
Agradeço por cada sorriso e alegria com que fui recebido pelos funcionáriosdecadaespaço.
Agradeço pela trajetória e contribuição daqueles que estiveram na equipe mas não chegaram até o final dessa edição: Rosana, CláudioeAmora.
Queoscaminhospermaneçamabertosparaapróximaedição!
Querembarcarnessaviagem?
Coloque sua roupa de sair, vista o seu melhor sorriso e vem...
Do lugar que você está embarque na linha vermelha do metrôatéaEstaçãoItaquera,desçaefaçaabaldeação na linha Coral da CPTM e desembarque em Guaianases. Aqui,fazemosnossaprimeiraparada.
“Em1957,deacordocomdadosdaprefeituradacidade,o distrito recebeu o nome oficial de Guaianases, em homenagem aos povos indígenas Guaianás, pioneiros na região. Em 1820, estavam extintos e a terra se tornou particular.NoValedoRibeirãoLajeado,hojeseencontra oCemitérioLajeado,existiaumapousadaeumacapela. Com a instalação de olarias na região e com a chegada da Estrada de Ferro Norte, o bairro encontrou algum desenvolvimento por volta de 1920 e com a chegada de imigrantesitalianos,estabeleceramcomocomerciantes, fabricantes de vinho e de tachos de cobre, ferreiros e carpinteiros. Em 1950 a população de Guaianases ultrapassava 10 mil habitantes, o local foi denominado como "bairro-dormitório", pelo baixo número de indústrias.Nessaépocaaligaçãocomocentrodacidade dava-se através de uma Maria Fumaça, que perdeu seu lugarparaostrenselétricosapartirde1958."
Longaacaminhada,né! Mascalma,precisamosconheceraCidadeTiradentes. Suba em uma lotação com destino a Cidade Tiradentes. Conseguiusentar?
Agora, relaxe, observe a paisagem que vai se apresentando cada vez mais verde aos seus olhos, o clima mais ameno e em 40 minutos chegamos ao nosso destino(queagoraéseutambém).
Com38anos,deacordocomdadosdaprefeitura,Cidade Tiradentes é o maior complexo habitacional da América Latina, como Guaianases, o bairro também foi planejado como “bairro dormitório” por conta das obras públicas. Em1970,opoderpúblicoiniciouoprocessodeaquisição de uma gleba de terras situada na região, formada por eucaliptos e trechos da Mata Atlântica. Prédios residenciaiscomeçaramaserconstruídos,modificandoa paisagemeolocalcomeçouaserhabitadoporfamílias. Quandochovia,aquieraumgrandelamaçal!Obairrofoi se desenvolvendo como pode, passou por mudanças significativas com a chegada de equipamentos públicos de educação, cultura e saúde. Porém, os índices de Desenvolvimento Humano publicados nos mostram que mesmo com esses avanços mobilizados pela população, asdesigualdadesnacidadeaindasãoenormes,aindahá muito o que lutar. As ocupações de moradia estão cada diamaiores,gastamosemmédia4ou5horasnotrânsito todos os dias, possuímos um alto índice de violência doméstica, gravidez na adolescência ao mesmo tempo quenossapopulaçãopossuiumadasmenoresrendaspor família da cidade e a prefeitura regional tem o menor orçamento. Ainda é item de luxo para essa população, acessar espaços de Cultura, de Arte e Lazer. Os equipamentos que temos são insuficientes para o tamanho da população e nos últimos anos estão sendo sucateados.
CLÁUDIO PAVÃOPor mais simples que seja a brincadeira, é sempre brincando que se aprende e percebemos que os espaços lúdicosfacilitaramnodesenvolvimentodoProgramaPiá, tanto nas reuniões de equipe quanto nos encontros com as crianças. Nesse ano, tivemos como disparador a Territorialidade e o Direito das Criança, através da promoção de experiências práticas em diálogo com os processos de formação, criação, aproximação e reflexão das Artistas Educadoras, Crianças e Adolescentes para/com a Arte e Cultura. Ampliando cada vez mais a percepçãoearelaçãodetodescomocorpo,oespaçoeo meio que estão inseridas, criando espaços de trocas, saberes, sabenças que confluíram para uma produção criativaemredeequedialogoucomarealidadedecada participante. Por isso, se faz necessário a apresentação dos Territórios no texto anterior. Falar de Território, Cultura Africana e Cultura Indígena também é falar da formação de sujeito. Aprender e Brincar sempre estiveram presentes em nosso cotidiano e tentamos transferir as práticas nos encontros com as crianças. Essapráticatrouxemaisqualidadeefoiimportantepara odesenvolvimentodentrodecadaequipamento,fazendo comqueascriançasampliassemseusconhecimentosem relação ao mundo e ao seu repertório. Atualmente, as pessoas vivenciam no âmbito escolar um “desencantamento”,porisso,valeressaltarapotênciada equipedeGuaianaseseCidadeTiradenteseajunçãodas metodologias. Pois, trouxeram benefícios, e mesmo com aslimitaçõesdosequipamentos,aequipeproporcionoua socialização, o trabalho em grupo, a participação, a criatividadeeodesenvolvimentodaslinguagens.
A partir desse processo consideramos que toda criança possuianecessidadededescobriromundo,criarasase voar. Isso se dá por meio da interação com ênfase na liberdade que proporcionam prazer a elas, sentem-se livreselongedequalquertipodeopressãoepreconceito, utilizando de sua imaginação simbólica, expressando suas fantasias, emoções, desejos e experiências. As Artistas Educadoras valorizaram a prática do brincar e por meio dessas ferramentas que vão internalizar e absorver diversas situações presentes no meio em que estão inseridas. No sentido de entender questões contemporâneascomoempatia,preconceitoerespeitoà diversidade e nesse sentido, a formação se liga aos preceitosdaeducaçãolibertadora,decriarelibertar,dar espaço para o lúdico, contribuindo para uma roda de conversa sobre a formação cidadã e sem dogmas, valorizando um elemento fundamental do contexto brasileiro, a multiculturalidade. Essa é uma perspectiva interessantenosentidodeintroduzirpessoasnouniverso da cultura, entendendo-as como diversas e valorizando essa diversidade cultural, com o intuito de promover olhareseatitudesquesejammaisempáticas,diminuindo o impacto de adultos racistas e LGBTfóbicos, por exemplo.
A potência dessas ações foi inserida dentro dos encontroscomasArtistasEducadorascomoobjetivode construir e recriar signos para seu aprofundamento nos encontros com as crianças/adolescentes dentro dos equipamentos parceiros. Através de exercícios, trocas práticas e jogos lúdicos desenvolvemos e ampliamos a percepção e a relação das Artistas Educadoras com o corpo, o espaço e o território, desenvolvendo aspectos fundamentais da formação do próprio indivíduo, como a interação em grupo e a criatividade. Ao mesmo tempo, compreende-se sua origem (cultural, social e humana), valorizando suas raízes e sua identidade. Tivemos o privilégiodetrabalharcomosseguintesequipamentosda SMC e SME: Centro de Formação Cultural da Cidade Tiradentes,CasadeCulturadeGuaianases,CEULajeadoe CEUJambeiro.Comapropostadeexpansãodasaçõesdo programa, formalizamos parceria com espaços da rede intersetorialoferecendoparaascriançasaoportunidade de vivenciar o programa na sua essência, parceiros da Saúde, Educação e Assistência Social, como: SAICA Américo Ventura, EMEF Madre Joana Angélica de Jesus, CAPS Infantojuvenil II e CCA Seguir Sonhando. As parcerias e ações de formAção confluíram diretamente nas ações para/com o território, primando por sua essência e valores, sem deixar de dialogar com a realidadeemquevivemequeenfrentam,potencializando ainda mais as ações, também ampliamos nossas ações com a Oficina Cultural Alfredo Volpi, Governo do Estado deSãoPaulo,SESCPinheiroseItaúCultural.
Articulador
Segêmeoséacomunicação,abichaéquadrigêmea, conheçotodesdetodososlugares.MoradordaCidade Tiradenteshá31anos,TerritóriomecriouTerritório, PedaGordo, Pós-graduado em Arte Educação e é integrantefundadordasFilhasdaDita.Jáatueicomo ArteEducador,CoordenadordeProdução,Articuladorde projeto em equipamentos culturais da Cidade Tiradentes.
CasadeCulturadeGuaianaseseEscolaMadreJoana
Artista e Educadora do canto popular e do teatro de grupo, gestora cultural, pedagoga, fundadora e integrante do “Flor de Cosme”, grupo de arte e cultura daInfância.
CasadeCulturadeGuaianaseseEscolaMadreJoana
Ator e Arte Educador, formado em Artes Cênicas pela Universidade Federal de Ouro Preto UFOP. Atualmente é Pernalta do grupo Afro Ilú Obá de Min e integra o Coletivo Teatro Dodecafônico. Em 2021 participou do programaPiapi.
CentrodeFormaçãoCulturaldaCidadeTiradentese CCASeguirSonhando
É produtora cultural, comunicadora visual e arteeducadora, realiza oficinas, workshops e vivências de arteeescritacriativaparacrianças,bemcomoproduzo coletivo de arte e literatura infantil Escambinho. IdealizadoradaElãProduz,produtorafocadaemauxiliar coletivos e artistas periféricos na escrita e desenvolvimentodeprojetosculturais.
CEUJambeiroeCAPSInfantojuvenildeGuaianases
Mulher Preta, pesquisa a ancestralidade do seu povo focando nas Pretagogias.Atriz,cantora,fazedoradebonecasabayomis,agitadora culturaleprodutora.Iniciousuatrajetóriaemteatrodegrupo,base para sua formação como Saraus e muita cultura tradicional que nutreessaartistatodososdias.AtuadoranogrupoContadoresde Mentira que desenvolve investigações teóricas e práticas sobre teatroantropológicoqueébasedepesquisaeconstruçãodogrupo.
CEUJambeiroeCAPSInfantojuvenildeGuaianases
EducadoramusicalformadanoIA-Unesp,regentecorale brincante.Étaurina,vegetarianaepesquisaatemáticada desigualdadedegêneronaescola.
NascidoemIauaretê-RioUaupés–AM,seunomeemlíngua tarianoquesignificaartista.Iniciousuasatividadesartísticas em2003,atuandocomomúsico,ator,cenógrafoedramaturgo. Suasprimeirasexperiências,noteatroedançaforamnaCia Uatêem2008.Iniciounocinemaemcurtas,seriadoselongas metragens.Éconvidadoparapalestraremescolasparafalar daculturaindígena.Tambémlecionandooficinasevivências sobredança,música,instrumentos,lendasecosmovisõesdo seuclã.
Artista da Dança e do Audiovisual. Jornalista (PUC-SP). Pós-graduada em Dança e Consciência Corporal (Estácio de Sá). Coordena o Núcleo de Estudos em Corporeidades Negras. Integra os grupos artísticos Batakerê, Cangarussu e a Cia Lelê de Oyá. É curadora artística do Festival Preta Leste desde 2016. Atua também como coreógrafa e dramaturga. Já foi Artista Orientadora no ProgramaVocacional.
“Aqui no piá é pura diversão, aprender brincando virou nossa missão. Moro em Guaianases, na periferia gente muito alegre que tem sabedoria.”
Refrão da musica Mapiá que fizemos para o Balaio Musical
Aprender brincando era o nosso combinado nos encontros do Piá, inventamos histórias, brincadeiras e palavras.
Asabedoriadascriançasnosfazrefletirnossopapelna sociedade,sãoelasquenosensinamemotivamagente criarnoPiá.ConstruímosumahistorianoCEUJambeiro bem divertida de ser contada e essa história foi construída com o apoio das famílias incríveis que nos acolheram e apoiavam nossas ideias e propostas. EscrevemosjuntasoPiá2022noCEUJambeiro.
"Guaianases é um lugar bem barulhento Mais tem coisas boas... Sol, Parque e vento." Fernanda, 12 anos
Do outra lado da linha do trem tem vida, cores tambores e amores...
Relatório de ações- CADERNO
FOIESSAAPERGUNTAQUEFIZAOFINALDOSENCONTROSCOMAS CRIANÇAS.ENTRERESPOSTASQUEFALAVAMSOBREAMIZADE,AFETO EDIVERSÃO,PENSEIOQUEOPIÁSIGNIFICOUPRAMIMESTEANO.
ESTETEXTOÉSOBREAMOR,AFETO—ETERRITÓRIO.
NOSENTENDEMOSÁRVORES. ORA,SENÃOOAMORPELASCRIANÇAS,OQUESERIACAPAZDENOS FAZERAGUENTARASINÚMERASADVERSIDADESDOSQUETENTARAM NOS CORTAR? O AFETO SE SOBRESSAI A CADA VEZ QUE UM MOVIMENTO PASSIVO-AGRESSIVO COMO UM MACHADO TENTA NOS ATRAVESSAR. TERRITÓRIO.
SOUUMAMULHERPRETANASCIDAECRIADANACIDADETIRADENTES QUEINICIOUSUATRAJETÓRIACULTURALNOCENTRODEFORMAÇÃO CULTURAL CIDADE TIRADENTES. MINHAS RAÍZES SÃO FINCADAS NESSEESPAÇO,ACADAABRAÇO,CARTINHARECEBIDAOUSORRISO DASCRIANÇASCORRENDOEMDIREÇÃOÀSALADOPIÁSOUREGADA. ASALADOPIÁTORNOU-SENOSSOESPAÇOSEGURO.DAPORTAPRA FORA, O MUNDO QUE ELES QUEREM. DA PORTA PRA DENTRO, O MUNDOQUECRIAMOS.NOSSOPRÓPRIOECOSSISTEMA.
NESSES MESES INVENTAMOS FORMAS DE CRIAR E BRINCAR, DE FAZERARTE,DEDEIXARAARTEFAZEROQUEELASABEFAZERDE MELHOR:SALVAR.
ENTRE BAGUNÇAS, CHÃOS CHEIOS DE TINTA E CANETINHAS SEM PONTA,ENCONTRAMOSNOSSOJEITODEFAZERPIÁ.TENDOOAFETO E O TERRITÓRIO COMO NORTEADORES DOS ENCONTROS, CRIAMOS POSSIBILIDADES. ENTENDENDO AS CRIANÇAS TAMBÉM COMO PROPONENTES,SEMENTES.
ASREGAMOSCOMAMOR,AFETOELIBERDADE,ENOSDEIXAMOSSER REGADASCOMOQUEELASTRAZEM.
AS AFLIÇÕES PERDERAM ESPAÇO QUANDO ENCONTRAMOS NOSSOS PIÁS, QUE POUSARAM EM NOSSOS GALHOS E NOS FIZERAM ENTENDERPORQUEASÁRVORESINSISTEMEMRESISTIR.
ESTHER DAGÁPITO
PIÁ 2022 começa como um grito chamando pra brincar, a casa fica tão cheia que falta espaço pra quem maisquiserentrar
Criança PIÁ quer fazer, quer espaço pra correr, saltar, cantar, criar... Foi preciso a escola do avesso virar pra fazer aparecer quintal com morrodeterrapraescorregar
A gira do PIÁ dos Guaianás rodou, o vento soprou, a saia girou e a poeira levantou.
Quem entra na roda, ginga, dança, balançamasnãocai. Quemficadefora,sefecha,sezanga fazbicoesesai.
Apiázadaficaecircula.
2022 foi uma edição que nos desafiou a conhecer e experimentar novos espaços e formatos.
O“Oencontroancestraldeixaoseulegado,nesseterritório periférico, que um dia já foi um lar dos povos indígenas Guainás entre outras etnias que caminhavam por essas matas da zona leste. Mostrar os grafismos, os cantos, danças, as brincadeiras indígenas e aprender coisas novas que as crianças traziam em suas falas, me fez perceber que há esperança para ter um futuro mais respeitoso.
Comoumartistaindígenamesintogratoemterdividoos encontros ao lado da minha dupla Kelly Santos, uma mulher guerreira, artista maravilhosa, que tem muito a partilhar com as crianças. Muito Ayúuuuuuuuuuuuuuu Ayúuuuuuuuuu a todos, todas e todes que fizeram parte doPiánesteano",AndersonKaryBáya
“O
“Após 14 anos de Piá, em que estive atuando em cinco edições, vejo o programa como uma bela árvore, que está fortalecendo suas raízes, nesse caminho às férteis águas do subsolo. E essa conexão com a terra só se estabelece de fato se intensificarmos nossa relação com a comunidade. Portanto, escolhi aqui momentos em que vivenciamos essa troca, finalizando na página seguinte com a visita da nossa equipe à Escola Ancestral Flores do Trovão, em que meu parceiro de Piá, Anderson Kary Bàya e sua família nos receberam em sua casa para um mergulho na cultura ancestral de seus parentes, povos Tukano e Tariano. Sou muito grata por essa amizade e por todos ensinamentos que recebi do Anderson durante esse ano", Kelly Santos
emqueconvidamosaartista PatríciaAshantiparatrazera vivenciadoBordadoemArpillera, bordadoemjutadeorigemchilena
em parceria com o Festival Preta Leste convidamos a rainha dos Blocos Afros, Vânia Oliveira, que veio de Salvador para dar a vivência "Dança de Rainha para Príncipes e Princesas"
UBUNTU: Eu sou porque nós somos!
"A Filosofia Ubuntu resgata a essência de ser uma pessoa com consciência de que é parte de algo maior e coletivo. (...) somos pessoas através de outras pessoas e não podemos ser plenamente humanos sozinhos".
(CAVALCANTE, 2020)
2022FOIUMANOEMQUEREEMBARCARMOSNOSENCONTROSPRESENCIAISCOMAS CRIANÇAS,FAMÍLIAS,ASNOVASEQUIPESQUESEFORMARAM(EREECONTRAMOS!) NOPIÁ.
MUITASTROCASESENTIRESEMERGIRAMAPARTIRDESSECONTATOMAISPRÓXIMO. ATRAVESSAMOSOANONABUSCAPORCOMPORRITMOSEMODOSDESEREESTAR PLURIDIVERSOS.FORAMTANTASARTISTAGENSEMCONJUNTOCOMASDIFERENTES TURMASEASINGULARIDADEDECADACRIANÇA!
OBRINCARFOISESUSTENTANDOPORMEIODASEXPERIMENTAÇÕES,PRODUZINDO MODOSDEVERETRANSVEROMUNDOCOMSUASMIUDEZASPRECIOSAS,UMMUNDO HABITADOPORINUTILIDADES,TÃONECESSÁRIASÀPOÉTICAEÀFORMAÇÃODE SI.UMMODODESENTIRPENSARURGENTEPARACAVARMOSOUTROSPOSSÍVEIS.
ASEGUIR,ALGUMASPINCELADASDESSESMOMENTOS:
No CEU José Bonifácio, a dupla Dida e John nomearam as turmas das crianças com nomes de cristais. De certo, porque as crianças, sendo cristais, são também pluridiversas, tem cores, formas e vibrações diferentes. Tal como esses antigos minérios, formados a partir da mistura de gases subterrâneos provenientes da gema da Terra. E vieram para brilhar, como todas as gentes!
Karina e Amanda se reuniram semanalmente com as crianças do PIÁ do CEU Formosa. Dali, emergiram sonoridades, musicalidadesafrobrasileiras,pinturaseumbeloPiArraiáem junho, com comilanças deliciosas. No últimos meses do programa, foi possível realizar encontros também com as criançaseadolescentesdoCCAAMAP.
Na Biblioteca Lenyra Fraccaroli, as AE's Nancy e Iracema embarcaramcomascriançasemmuitashistórias,desenhos, brincadeiras da tradição popular e movimentos que extravasaram os espaços! A dupla também atendeu as criançasdoCentrodeCriançaseAdolescentesCCABençãode Paz..
No CEU Aricanduva, a dupla Stefany e Lemuris receberem turmas bem preenchidas de crianças e adolescentes, inclusive as do CCA Santa Terezinha.. Foram muitos os frutos desses convívios: passeio para o Teatro, rolezinho pelos arredores do CEU, jogos de tabuleiro "gigante" e tantas outras artistagens!
Nada mais incrível para celebrar esse grande encontro de famílias que um bolo de aniversário personalizado e caseiro ofertado por uma das famílias!OPIÁjáéumadolescente!
Paisagens captadas sob o olhar sensíveldoMatheus,umacriançado PIÁ.
Uma jornada de intenso convívio que buscou propiciar às crianças e adolescentes um pouco de autonomia, liberdade e atenção com o coletivo. A confiança entre famílias , crianças, equipe e o apoio da gestão do CEU favoreceu muitas aventuras noturnas!
Quantidade de crianças estimada: 52 crianças até as 22h 33 crianças para dormir
16h/17h - 19h
início dos preparativos no Ceu José Bonifácio - esconder os giz de cera no espaço - decorar/arrumar sala de artes e jogos - separar os colchonetes na sala de dormir - pegar mesas e cadeiras na biblioteca (se precisar) - deixar bancada pronta para receber os lanches - fazer plaquinhas para as salas - testar e deixar pronto o projetor e caixa de som - imprimir um cronograma para cada 21:30 - 22:00
LANCHE
- Lanche vai acontecer na sala de dormir - Comidas ficam em cima do balcão - Espaço com toalhas e cangas para facilitar a limpeza 22:00
- Quem não vai dormir vai embora - Quem vai dormir começa a organização das camas e coloca pijamas 19h
Chegada das crianças do José Bonifácio
22:20 em diante 19:30
Chegada crianças de ônibus e recepção no portão - Levar as crianças para a sala de dormir para deixar mochilas e colocar os lanches em cima do balcão - Ida para o teatro
19:45 - 20:30 (mais ou menos) Integração no teatro - informes gerais, combinados da noite, cronograma - crianças na platéia - Chamada para o palco - Amanda e Karina (roda de samba/coco/ danças - livre)
- Brincadeira Nancy e Iracema (dança/movimentos conduzidos)
- Brincadeira Lemuris e Stefani (telefone sem fio de movimentos)
- Brincadeira John e Dida (platô e criação dos grupos)
20:30 - 21:30
MAPINGUARI
- Formam-se 5 grupos com mais ou menos 10 crianças em cada. Cada grupo vai ter uma líder, responsável por criar um nome para o grupo com as crianças, tirar dúvidas sobre as regras do jogo, entregar os cartões e ajudar na concentração durante a história
- Ida para o espaço do Mapinguari
- Amanda vai contar a história enquanto ela e John se transformam em Mapinguari
- Elas saem do espaço e as líderes explicam o jogo e tiram dúvidas - Jogo
- Sessão de cinema com pipoca Moana Lucca Encanto - Sala de artes jogos criações manuais livres com os materiais disponíveis baladinha/ sarau
6h - 8h SAÍDA
- Acordar
- Trocar de roupa, arrumar coisas - Café da manhã
Ônibus vai chegar as 7h Amanda e Stefani vão no ônibus com as crianças, o resto fica para organização das salas e esperar chegada das famílias do José Bonifácio
Referências: CAVALCANTE, K. L. (2020). Fundamentos da filosofia Ubuntu: afroperspectivas e o humanismo africano. Rev. Seminário de Visu, Petrolina. Vol. 8, n.2. 2020. Site consultado sobre a lenda do Mapinguari: https://www.infoescola.com/folclore/mapinguari/
A ideia de compreender o brincar como território próprio da criança, tem sido apresentado como uma justificativa para considerá-lo um dos aspectos centrais da educação infantil. O presente texto tem como objetivo investigar este território próprio da criança e esclarecer os fatores pedagógicos que interferem no desenvolvimento infantil. Esse estudo é de abordagem qualitativa e é caracterizado como pesquisa bibliográfica. Para desenvolver os conceitos dos territórios do brincar na Educação Infantil, optou-se porfundamentaroestudoemVygotskyeBenjamin.Apósosestudos realizados pode-se destacar a necessidade de se considerar e respeitaroterritóriodobrincarnaeducaçãoinfantilcomocondição para o desenvolvimento integral da criança nos aspectos físico, social, cultural, afetivo, cognitivo e moral. O segredo pedagógico está em descobrir os momentos que a criança oferece alguma alternativa para ingressarmos em seu brincar e contribuir com o enriquecimento de sua experiência. Além disso, a escola deve oferecer diferentes possibilidades para que a criança possa estabelecerseusterritóriosdobrincar.
Palavras-chave:Educaçãoinfantil;brincar;territóriodobrincar
O presente texto analisa a importância do brincar na educação infantil,destacandoseupapelnodesenvolvimentodaexpressão,da comunicação, da linguagem, do enriquecimento cognitivo, da sensibilidade e da interação social da criança. Considera-se que o brincar constitui um território próprio da criança e que, como tal, precisa ser respeitado e explorado pedagogicamente de forma adequada pala que ela mantenha a criatividade, a espontaneidade ealiberdadedesereagirnesteterritório.
O brincar, é concebido não apenas como um passatempo ou entretenimento, mas como um modo de ser da criança no mundo, pelo qual ela realiza o seu desenvolvimento nos aspectos cultural, social, cognitivo e moral como sujeito atual e não como um sujeito adulto futuro. Brincar é uma maneira própria da criança ser, dela viver, de agir consigo mesma e com os outros, de se comunicar, de se expressar e de representar o seu mundo e o seu cotidiano. Por isso,deveserconsideradoumterritório.
Orientador deste trabalho que não pode ser invadido, muito menos violentado, mas acessado e pedagogicamente mobilizado. Isso exige capacidade e sensibilidade de parte dos educadores e dos adultos, necessitando compreender o espaço-tempo do brincar de cada criança, conhecendo seu território e a forma dela agir neste território.
O objetivo é compreender e esclarecer o brincar como território próprio da criança e identificar as dimensões que interferem e mobilizam o desenvolvimento integral da criança. Outro objetivo é esclarecer o procedimento pedagógico adequado para interagir comacriança,respeitandoseuterritório,masabrindohorizontesde comunicaçãoeinteração.
A problematização se centrará nas seguintes questões: O que é território do brincar e qual importância no desenvolvimento psicológico, social, intelectual, cognitivo, moral e estético da criança? Por que, na educação atual, tem-se atribuído ao território dobrincarumpapelfundamentalparaaformaçãodacriançaesua aprendizagem? Como devem os adultos e, especialmente os educadores, proceder pedagogicamente para acessar e interagir com a criança no espaço-tempo do brincar? Quais os princípios e os critérios que devem orientar o brincar, as brincadeiras e escolha dos brinquedos na educação infantil? Afinal, a escola deve ser um territóriodobrincar?
O PIÁ pretende servir de referência na avaliação da prática de interação pedagógica com a criança, no intuito de detectar o seu interesse pelo brincar e as implicações disso sobre seu desenvolvimento integral da criança. Isso envolverá não só o fazer pedagógicodoprofessor,mastodaaorganizaçãoegestãoescolar, desde o planejamento, a estrutura física, a formação e ação de cada docente, do orientador, da coordenação, dos servidores e própriospais.
Para realização da investigação foi utilizado o método da pesquisa bibliográfica, fundamentalmente no uso autores que tratam da temática do brincar na educação infantil. As referências principais sãoVygotskyeBenjamin.
Introdução, com aspectos gerais do estudo; descrição acerca do direitodebrincarnaeducaçãoinfantil;nasequênciaseráabordada aimportânciadobrincareseusterritóriosnavidadacriança,para então destacar alguns conceitos de brincar; para finalizar com algumas considerações e a apresentação das referências do estudo.
Tanto as literaturas como a legislação da educação atual afirmam que a Educação Infantil deve estar diretamente relacionada às atividades que envolvem a ludicidade, ou seja, a brincadeira, o brinquedo, o jogo. Estes devem ser considerados como condições necessárias para o processo de aprendizagem da criança, à medida que desenvolvem as capacidades de ação, imaginação, memória, interação, comunicação, atenção, imitação, além de desenvolver áreas da formação da personalidade como a afetividades, a motricidade, a inteligência, a sociabilidade e a criatividade.
Para justificar a importância pedagógica do brincar na educação infantil, ressalta-se a influência desse fator ao desenvolvimento integral do ser humano. O ato de brincar envolve e possibilita o processo de aprendizagem do educando, atingindo todas as dimensões de sua existência, como os aspectos biofísicos, psicológicos, sociológicos, filosóficos e espirituais. Considera-se que tal abrangência é indispensável para a construção da
identidade, autonomia, capacidade cognitiva e reflexiva, criatividade, comunicação e interação. A formação da criança é dependente da sua liberdade de brincar. Em outros termos, ela precisa ter assegurado, em qualquer circunstância, um espaço e tempoprópriosparabrincar,umterritóriodobrincar.
Obrincarésempreumaexperiênciaatual,dopresente,eindividual, de cada indivíduo, mas isso não significa que ele não tenha algo a ver com o passado. Todo o brincar e todo o brinquedo contém sempreumareferênciaaotempodeinfânciadealgumadulto,como representaçõesvinculadasàmemóriaeàimaginação.Acriança,ao brincar, reconstrói o passado, dando-lhe uma nova origem e estabelecendo uma nova destinação da vida de cada ser humano. No entanto, nunca rompe de forma radical com o sentido que o brinquedoapresentaemsuaexistênciahistórica.
O território do brincar na escola entende-se como um espaçotempo em que a criança elabora suas próprias ideias, age com autonomia e liberdade, cria e inventa mundos, desenvolve a imaginação, interage com seres reais e fictícios, realiza trocas, sente felicidade, sofre solidão, ama e odeia, faz amizades e identifica inimigos. O território do brincar é um momento muito importante na sua formação, pois ali ela está inserida num espaço diversificadodeideias,deexperiênciasedeimaginações.
Nesse espaço ela aprende a inventar, a ser criativa, a ser independente, a testar sua autoestima, a enfrentar desafios, a encontrarsoluções.
Desde os primeiros dias, os pais, tios, tias, avós, entre outros, interagem com a criança, estimulando assim a interação e a descobertacomomundoexteriorÉatravésdasbrincadeirasqueas crianças realizam suas primeiras escolhas e aprofundam temas e assuntos vivenciados pelos adultos, os quais no decorrer do tempo as mesmas necessitam compreender. É através das brincadeiras que as crianças realizam suas primeiras escolhas e aprofundam temaseassuntosvivenciadospelosadultos,osquaisnodecorrerdo tempoasmesmasnecessitamcompreender.
Devemos enquanto educadores ter uma objetividade na ação pedagógica dentro da realidade vivenciada pela criança, pois a maioria do sentido que a mesma tem das brincadeiras desenvolvidas, está intrinsecamente associado ao contexto social emqueestáinserida.
Assiménecessárioquesetenhahajaobjetividadedentrodasações propostas, pois é: Brincando que a criança começa a se relacionar com as pessoas, que ela descobre o mundo, se desenvolve com o que ela aprendeu, a criança desenvolve com mais saúde, elimina o estresse, aumenta a criatividade e a sensibilidade, estimula a sociabilidade. Brincar é um dos alimentos mais importantes da infância. Brincar é a atividade que permite que a criança desenvolva, desde os primeiros anos de vida, todo o potencial que tem. Por fim, acredita-se que é a brincadeira que faz a criança ser criança(BUENO2010,p.22).
Nossa participação no PIÁ 2022 foi no equipamento CEU São Rafael que fica em uma area de extrema vulnerabilidade na região de São Mateus, zona leste da cidade de São Paulo.
Iniciamos nossos trabalhos focando em estratégias de divulgação para aumentar o conhecimento da comunidade sobre o programa, para nos apresentar para as pessoas que nela vivem e realizar inscrições.
Somos Di Eduge e Ian Muntoreanu, artistas educadores das linguagens de música e artes visuais, respectivamente.
4ª turma em parceria com o Centro de Defesa da Criança e do Adolescente.
Para essa "chegança", colamos diversos cartazes na instituição e pelos estabelecimentos no território, distribuímos folhetos porta a porta e, juntamente com a equipe micro leste São Mateus, fizemos cortejos por todos os equipamentos e proximidades.
Proporcionar um lugar de conhecimento cultural, pensamento crítico e criativo. Reconhecendo as aptidões individuais com propostas que contemplem as faixas etárias e o tempo de cada um.
Pensando na divulgação contínua do programa e sobretudo na falta de acesso a internet, criamos o Correio PIÁ Várias caixinhas super decoradas que ficaram nos núcleos e na gestão servindo de comunicação direta com a comunidade durante todo o ano.
Dessa forma as famílias deixavam os folhetos com seus contatos e posteriormente recebiam esclarecimentos sobre o programa e auxílio para fazer a inscrição.
Firmamos também parcerias com o setor de cultura e educação do CEU São Rafael para que ao longo do ano pudessemos divulgar o PIÁ diretamente com os alunos e nas reuniões com as familias nos demais núcleos que compõem o espaço, como: CEI, EMEF, EMEI e o Projeto GURI.
Ser artista educador do PIÁ nos estimula e revigora.
Não apenas pelo ganho de repertório cultural e pela chance de trocar experiências com outros artistas e territórios, mas principalmente pela vivência nos encontros com as crianças que são seres autônomos e ricos em conhecimento.
Poder fazer parte desse processo de descoberta, de empoderamento e autopercepção é o que torna tudo ainda mais incrível. É onde também podemos agregar de forma acolhedora, inclusiva, pedagógica e representativa.
Sobretudo porque é na base infantil que se deve fortalecer a cultura que é nosso sistema imunológico.
Consideramos de fundamental importância buscar como resultado do nosso trabalho o olhar curioso e motivado da criança que se conecta com o mundo por meio da arte e da cultura.
Manter sempre encontros livres de preconceitos, que estimulem com ludicidade o brincar, o fazer artístico e criem conexões que respeitam a diversidade.
Apresentar um universo de possibilidades, acompanhar como essas sementes germinam e multiplicam saberes é, sem dúvidas, motivo de muito orgulho para qualquer artista educador.
A grandeza da senhora água foi acolhendo cada embarcação numa grande roda, cada uma delas se despia de medos e ali mostravam os tesouros guardados em seus baús.
Cada um carregava em si a imensidão... e foram nos encontros e desencontros que construímos juntes a nossa própria embarcação grande e imensa.
Não tínhamos destino certo, o navegar era o movimento comum.
Foi nesse navegar ritmado e dançado que nos coletivamos e nos tornando um mar de IMENSIDADES
Havia uma parede dentro de uma sala. Uma sala dentro de um CEU. O Centro Unificado de Educação de São Mateus, localizado na Zona Leste da cidade de São Paulo. E dentro deste CEU, com muitas paredes que formam os espaços daquele equipamento, havia uma parede especifica que se tornou mais do que uma parede: tornou-se um lugar. Um lugar onde crianças e adolescentes do território grifaram suas invenções. Invenções que guardam seus desejos e sonhos no presente deste tempo. O tempo presente da infância de cada um daqueles piás, de cada uma daquelas piás.
A ação de, coletivamente, pintarmos e grifarmos nossas invenções naquela parede, tem, pra além da importância da ação em si realizada com as turmas, um outro marco simbólico fundamental em nossa travessia-processo dentro daquele espaço. Foi o momento em que, após muito diálogo com a gestão do equipamento, conseguimos estabelecer um local fixo para o encontro com as crianças e adolescentes do PIÁ da edição de 2022.
A sala foi uma conquista. Dizemos isso com a consciência de não querer romantizar esse acontecimento. Idealmente, acreditamos que não teríamos problemas para conquistar um espaço dentro de um equipamento que deveria ser escolhedor por si só, já que recebe o programa. Mas levando em consideração os desafios presentes nas relações que se deram com o espaço, conseguimos, através da insistência no diálogo, um lugar de permanência e continuidade para o desenvolvimento dos encontros com as turmas. Por isso, sim: a sala foi uma espécie de conquista. E serviu como uma casa, como um ninho, onde a gente pôde morar, onde a gente pôde pousar durante as semanas.
E como ato de celebração, aproveitando que a sala passaria por uma reforma futuramente, tivemos a autorização para poder criar uma identidade para aquele espaço. A nossa identidade: plural e singular. Então, elaboramos as ideias com as turmas, juntamos tintas, pinceis e colocamos a mão na massa. E a sala, com aquela parede repleta das nossas marcas, virou mais que uma sala, mais que paredes que organizam um espaço. Se tornou este lugar, tão nosso quanto de todos, todas e todes que pertencem ao território de São Mateus.
No decorrer das atividades do Piá, na edição de 2022 na Casa de Cultura São Rafael, nos deparamos com um espaço e turmas que acolheram diferentes propostas durante o ano, no entanto, uma temática inusitada se destacou durante todo o processo do fazer artístico e do brincar: a temática do terror e dos seres encantados. A partir de uma brincadeira proposta na primeira Semana de Formação do Piá, fomos apresentadas ao Jogo do Mapinguari¹. O jogo nos trouxe um encantamento e resolvemos trazê-lo para nossos encontros. A brincadeira funciona como uma espécie de "pega-pega”, onde uma das crianças é escolhida para ser o Mapinguari e tentar pegar os "outros". Na brincadeira realizada no espaço, a criança que representava o Mapinguari utilizava um adereço no formato de um olho gigante, colocado em sua testa e tinha que emitir sons para assustar o grupo. Durante a brincadeira, foram espalhados pelo espaço potes com tintas em 4 cores: vermelho, azul, amarelo e verde. Os participantes tinham que encontrar essas cores e fazer uma marca com tinta em uma das mãos, antes de serem pegos pelo Mapinguari. Para fugir do Mapinguari, era preciso permanecer em grupo. Pois somente em grupo era possível falar juntos: "Xô Mapinguari" por 3 vezes, batendo as mãos no chão. Aqueles que estivessem sozinhos poderiam ser pegos, se tornando os próximos Mapinguaris em uma próxima rodada da brincadeira. As crianças interagiram com a dinâmica e ficaram animadas com a ideia de chegar sua vez de representar a figura do Mapinguari. A reverberação da brincadeira se deu também, através de pinturas, desenhos, colagens e narração de histórias de forma coletiva.
O ambiente inspirador da Casa de Cultura São Rafael, que conta com uma área externa verde, com árvores, parquinho e quadra, contribuiu para que as imagens se manifestassem por meio das materialidades poéticas produzidas pelas crianças. As brincadeiras aconteciam ora perto da horta da Casa, ora no parquinho; ou seja, os estímulos foram realizados ao ar livre e na área verde do espaço, desta forma, a temática da lenda e do encantado situados na floresta, aqui representados no parquinho, lugar conhecido e frequentado pelas crianças. Meses depois, as crianças propuseram criar materialidades a partir da famosa série da Netflix Stranger Things, no qual a personagem mais citada por elas é o Vecna², o vilão da série. A série apesar de ter classificação indicativa +14, traz em seu elenco de protagonistas crianças na faixa dos 12 anos, o que acaba promovendo o interesse por assistir. Elas apresentaram para nós um rap que conta a trajetória de cada personagem, a música originalmente foi criada pelo Youtuber Mussomano e possui mais de cinco minutos de duração.
¹ Mapinguari faz parte do folclore amazonense. Segundo o portal da Amazônia (...) “Há muitas versões para essa lenda, mas uma dasprincipais,contaqueeraumguerreiromuitofortemorreuembatalha.Eleeratãovalentequeamãenaturezaofezrenascere setornaremumguardiãodafloresta.”Fonte:https://portalamazonia.com/amazonia-az/letra-l/lenda-do-mapinguari
² Vecna aparece como uma criatura de forma humana, mas sem pele. Sua pele é avermelhada, como em carne viva, e seus músculos estão em constante movimento. (...) Agora, ele ganha força a cada vítima que mata no mundo real, apenas com a mente e sem sair do Mundo Invertido, colocando-as em transe antes de matá-las. Entretanto, os protagonistas descobrem que é possível se salvar da "maldição do Vecna” com a música favorita de quem ele está prestes a matar. Fonte: https://cultura.uol.com.br/entretenimento/noticias/2022/07/01/4186_quem-e-vecna-conheca-o-vilao-de-stranger-things.html
Inicialmente trabalhamos com desenhos individuais e coletivos a respeito da personagem, posteriormente as crianças representaram a famosa cena da personagem Max sendo levada por Vecna que, nesse momento, proporcionou o experimento da encenação por diversas vezes, fazendo rodízio entre todas e todos para improvisar/brincar com as personagens que estão na cena. Ao longo dos encontros percebemos que foi constante o ambiente do suspense, trazida pelas crianças, o que pode também ser uma leitura de como estas têm lidado e aprendendo a lidar precipitadamente com a ideia de perda e morte, em virtude da pandemia de COVID-19. O interesse pelo tema terror e da série persistiu por vários encontros e ainda dentro do tema “Stranger things” realizamos com as crianças uma vivência de criação de figurinos e acessórios tendo como inspiração a personagem Vecna. Foram criadas e produzidas pelas crianças: uma capa, uma luva com garras sujas de “sangue” e uma máscara/capuz feita de tecido. Brincamos de pega-pega, em que o pegador era o Vecna e as crianças tinham que fugir dele, caso uma criança fosse pega, todes cantavam uma música para salvar das garras do malvado vilão, caso contrário a pessoa virava o pegador. Novamente o ambiente do equipamento contribuiu para o jogo, já que na série as crianças são levadas à floresta. A brincadeira foi registrada e editamos um vídeo curto chamado de “A Casa de Cultura São Rafael no Mundo Invertido”. É interessante pensar que esses temas surgiram de forma orgânica e também demonstrada pelo interesse das próprias crianças, nesse sentido, também foram realizadas algumas sessões de cinema, assistimos alguns filmes durante o ano, um deles a animação A Família Addams, exibido no CCA Elisabeth Gasperavicius, aqui a sugestão de terror novamente foi sugerida pelas crianças. Por fim, sugerimos uma festa com a temática monstros e bruxas na Casa de Cultura, a festa “ARREPIÁ”. Foram confeccionados adereços e elementos decorativos nos encontros que antecederam a ação: fantasmas, abóboras, aranhas, morcegos, curupiras e sacis, além de chapéus e varinhas de bruxas. Durante nosso “Arrepiá”, uma das atrações foi a disputa pela risada mais engraçada e mais assustadora.
O PIÁ 2022 na Casa de Cultura São Rafael, foi marcado pela pluralidade de temas. A “assombração” também pode ser vista como uma provocação que nos acompanhou, assim como em outros equipamentos, pois fomos atravessados por dificuldades comuns, que nos “assombraram”, como a questão das dificuldades iniciais de formação de turma, a falta de recursos para material didático, a “assombração” da “fome” presente em cada encontro, com crianças que chegavam com esta necessidade. Fomos “assombrados” com a notícia de abusos infantis, que ocorreram com crianças que participavam dos encontros, o que nos tirou o sono e sossego perante a busca por encaminhamentos e possíveis soluções. Em meio a tantas “assombrações” tentamos ressignificar os “medos e atravessamentos” a partir do brincar. Ressaltamos: a importância da ocupação do espaço usando a área externa; as potências de brincar com materialidades reinventadas a partir do traço, cor, forma, e textura transformados em personagens, cenários, histórias conectadas à diferentes linguagens artísticas; as ações culturais, como o “CinePIÁ”; as festinhas no mês de junho; nosso passeio ao MIS; a festa “ArrePIÁ” e o encontrão de toda microrregião de São Mateus no CEU Sapopemba. No link abaixo é possível ver um pouco mais dos registros de imagens e vídeos que marcaram os encontros durante este ano: https://www.youtube.com/watch?v=HzJQC0jTfSQ
Diante das propostas e desejos dos AE’s em conjunto com os PIÁ’s nessa edição de 2022, foi evidente o envolvimento das crianças ao nosso incentivo a que pudessem pesquisar suas realidades e individualidades a partir das suas realidades e do espaço onde vivem, bairro educador Cidade Nova Heliópolis, a fim de contribuir com o desenvolvimento de suas identidades sociais e artísticas no meio em que habitam por meio da experienciação nas variadas vivências artísticas em interlinguagens elucubradas noplanodetrabalho.
Comoequipe,registramosagrandemaioriadenossosencontroseaçõesexternasdoprograma,visandoa importância dessas materialidades para a continuação da política pública e como uma maneira de valorizar, demonstrar e compartilhar os alcances do programa no cotidiano das crianças e nos espaços que ocupamos. Em vista disso, fizemos articulações para que as vivências do PIÁ e suas propostas crítico-libertadoras pudessem ocupar outros espaços como EMEIs, Parques públicos, entre outros, além donossoequipamentodeatuaçãoparaqueassimpudéssemosdivulgaretornaracessívelaexperiênciaPIÁparamaiscrianças.
No início do processo foram definidos dois temas suleadores das nossas atividades: a importância do registro e o mapeamento afetivo do território. A ideia foi resgatar a importância do registrar brincando. Dentro desta perspectiva, foram produzidos brinquedos ópticos com Imagem em movimento, trabalhou-se com a ideia de pintura rupestre, foram produzidas cartografias poéticas com meios audiovisuais, registros com tinta de terra e tatuagem alternativa. Tudo isso foi registrado no CADERNO DE VIAGEM PIÁ, que acompanhou os piás durante todo o processo. o caderno serviu como um diário dos encontros, onde as crianças registraram através do desenho, colagem ou palavras o que vivenciaramnaqueleencontro.
O caderno de viagem é um ato interpretativo, produto da percepção, análise e criação das crianças, que aumenta o repertório visual e relaciona a experiência do lugar, junto ao estímulo à fluidez entre o pensamento e o registro. Paralelo a isso, com a turma de piálescentes foi desenvolvido o Podcast do Piá: O PODPIÁ. O projeto foi desenvolvido em parceria com o espaço de estúdio disponível dentro do CEUHeliópolis,otemaeraescolhidoentreosadolescentes,começamosfalandosobreoTIKTOK.
Assim como descrito no plano de trabalho, os encontros foram suleados por dois pontos chaves: O Registrar e o Mapeamento Afetivo do Território.
Lista-se a seguir as atividades desenvolvidas nos encontros: Confecção de caderno de viagem; pintura rupestre com tinta de terra; fósseis de argila; apreciação de leitura na biblioteca; chá literário; criação de uma nova língua; podcast do piá; histórias de origem da terra (big bang, mitos latino-americanos e afro-diaspóricos); pega-pega jaci e guaraci; desenho da silhueta com água. macramê com elementos da natureza; produção de livro colaborativo com nosso endereço na terra; jogo de tabuleiro ambiental; pintura de tinta de terra adinkras; produção de zines; produção de brinquedos ópticos; produção de novas amarelinhas; canto com piano e etc.
Para o nosso encontro de famílias foi planejado um Sarau interativo de inter-linguagens com nossos PiÁ’s, onde cada criança escolheu uma expressão artística de registros, tanto em desenho quanto em vídeo-histórias ou canções, todas desenvolvidas durante os encontros com o intuito de apresentar às famílias este processo de ensino-aprendizagem artístico-pedagógico que propusemos ao longo dos encontros nesta edição do programa.
A equipe esteve ativamente presente na semana de formação, nos dividindo para participar do maior número de atividades possíveis, foram elas: Território e territorialidades de infância - Que corpo está no cruzo desses territórios ?; Corpoacolhida- Como movimentar seu corpo dentro dos seus limites e potencialidades? oficina Ser Sol Vivo: Viver o Brincar: Inspirações Afropedagógicas; oficina Territórios Afetivos: MaPiá e Autorretrato-Quem sou Eu. Formações estas que foram levadas para os nossos encontros como fomento das nossas pretagogias.
A Comunidade de Heliópolis se destaca pelo alto potencial para ações artísticas, a maior favela da cidade de São Paulo, possui aproximadamente 1 milhão de metros quadrados e cerca de 200 mil habitantes (IBGE, 2010). O Helipa (apelido carinhoso dado pelos moradores), é conhecido por ser um Bairro Educador, projeto executado por uma articulação entre lideranças, entidades, coletivos e equipamentos públicos de educação, saúde e assistência social. A comunidade é engajada no meio artístico, conhecida na cena do rap e funk, tem projetos como o Cine Favela, Rádio Heliópolis, Cia de Teatro Heliópolis, Editora Gráfica Heliópolis e dois equipamentos públicos são eles o CEU Heliópolis e o CEU Meninos. Dito isso, nosso desafio passou por procurar um lugar ao sol na cidade do sol. A palavra aquiésomarecomporcomaspropostaspré-existentes.
Uma das temáticas suleadoras da nossa equipe foi o Registrar e o MaPIÁmento afetivo do Território em questão. Dessa forma, convergindo as pesquisas de música, dança, teatro, literatura, permacultura e audiovisual, através de vídeos e vivências práticas, abordamos o quanto o registro oral permanece em (re)existência dentro de várias culturas. Em destaque tivemos a pesquisa no campo dos cantos de trabalho, por exemplo, que é um registro oral e corporal onde se expressa através da palavra poética entoada em canto e elementos percussivos, um olhar ambiental para a ciência desses povos no cultivo permacultural por meio dessa expressão artística musical e cênicodançantedepisarnaterra/barro/solocomofontedeensino-aprendizagem.
Relatório de ações- CADERNO
Perante os anseios e desejos dos AE’s em coletivo com PIÁ na edição de 2022, a retomada do programa presencial no território do Jabaquara, teve o envolvimento das crianças e famílias deste território nas atividades propostas pela dupla de educadores Marcela SabÁ e Rodrigo Maia, ocupando o Centro de Culturas Negras em toda sua extensão, estabelecendo uma parceria frutífera com a biblioteca “Paulo Duarte”, para o desenvolvimento de nossas ações e para a continuidade de outras equipes neste espaço.
Através dos eixos de teatro e audiovisual trilhamos inúmeras possibilidades no encontro das linguagens, descobrindo possibilidades do livre brincar priorizando: a escuta, troca de saberes, exploração do território, recursos da natureza e autonomia dando protagonismo a diversas experiências nosencontros,queelucidamosemnossoplanodetrabalho.
A expansão dentro da região, tomou proporção tão intensa que desembocamos em dois espaços intersetoriais:CCAMIOSÓTISeEMEICruzeSouza.
A partir da ideia de território afetivo, a dupla pensa na construção do estandarte do PIÁ para que dentro do Centro de Culturas Negras e a Biblioteca Paulo Duarte, as pessoas saibam que ali, aqueles corpos, aquelarodaéumencontrodoPIÁ.
A cada mês chegaram possibilidades para conhecer crianças, famílias e equipamentos, em cada encontroumelementofoisendoconstruídoumtema.
Devido esse movimento artístico pedagógico, construímos um estandarte de aventuras: tecendo afetos, estandarte brincante, jogos teatrais, meio ambiente, experiências audiovisuais, movimentos do fim para ocomeço,quenuncaéfim.
Enquanto equipe focamos em alimentar as redes, as materialidades poéticas para ter ainda mais embasamento histórico e partilhar com todo o corpo do programa no decorrer do ano, visando o quanto éimportanteesseregistroparaqueapolíticapúblicasemantenha.
Através disso, demos importância também em participar e colaborar com as articulações da nossa micro e de outras regiões que pudemos somar ao longo desta edição, abarcando teatro, parques, EMEI e exposições. Visando outros espaços, como forma de transgredir os muros dos equipamentos, trazendo outros lugares de criticidade, ludicidade, artístico pedagógico para as vivências dos PIÁs e como estratégiadedivulgaçãodoprojetonacidadedeSãoPaulo.
Chegamos no espaço do Centro de Culturas Negras em abril, espaço esse que tem uma importância, potênciaeresistêncianesseterritóriodoJabaquaraaquinaZonaSul.
EmumespaçoquecarregaonomedeMãeSylviadeOxalá,oprojetoartísticopedagógicodoPIÁchegou ocupando esse Quilombo/Terreiro com todas suas possibilidades do livre brincar e a valorização como umdireitogarantido.
O processo de criação com as crianças e adolescentes foi iniciado na semana do sacolejo e aos poucos inserimosnoequipamento,entornoenaBibliotecaPauloDuartequeéumaestruturainseridanoCCN. Começamos o nosso plano de trabalho com a lista de desejos e anseios, o equipamento já havia recebido o programa em outras edições, e também de forma remota em 2021. Fomos construindo potências de materialidades e das múltiplas linguagens artísticas pedagógicas que os encontros entre AE’snosproporciona.
Usufruímos da programação do Centro de Culturas Negras e os Artistas Educadores Marcela Sabá e Rodrigo Maia realizaram parceria com a Biblioteca Paulo Duarte (inserida no equipamento), o que foi possível a ampla distribuição de livros temáticos aos nossos educandos e a ampla garantia das leis étnicasraciais10.639e11.645.
Os artistas construíram uma ampla comunicação com o equipamento da biblioteca, não apenas pela estrutura, mas também pelo o acolhimento, onde aconteceram diversos encontros de crianças e famílias.
A Biblioteca Paulo Duarte tem uma gestão que recebeu e receberia bem o programa PIÁ em próximas edições.
Os PIÁs através dos encontros foram conhecendo e reconhecendo esse lugar que abarca figuras representativasdegrandeimportânciaparanossolegadoenquantodiáspora.
Nosso encontro de famílias aconteceu no equipamento do Centro de Culturas Negras, planejamos e proporcionamos brincadeiras, experiências sensoriais e de acessibilidade já vividas nos encontros gerais e de equipe, conversamos sobre a manutenção e continuidade do programa na cidade e finalizamoscomumpiqueniquecompartilhado.
Relatório de ações- CADERNO
A equipe atuou e participou ativamente das formações artísticas pedagógicas do programa PIÁ na edição de 2022, como CorpAcolhida, Territórios Afetivos MaPiá, Quintal do Brincar, encontros presenciaisevirtuaisnomêsdeabril(primeirosemestre).
Proporcionando uma amplitude de possibilidades da perspectiva do livre brincar e iniciação artística nas múltiplas linguagens contempladas no projeto. No segundo cronograma prático da semana de formação (Ajeum das encantarias) através da equipe micro sul Ipiranga/Jabaquara proporcionamos a vivência Ser, Registrar, Projetar- Uma cópula entre a história e a vida, tal qual ela se apresenta, ação presencialqueocorreunoCEUHeliópolis.
Em julho conseguimos nos alimentar pedagogicamente em ações online e presenciais: Como se protagonizaumahistória?UmdiadePIÁ,BrincareContarCorpoOralidadeseEscrevivências.
E todo o Seminário da Formação Cultural da Cidade de São Paulo que ocorreu na Biblioteca Monteiro Lobato. O material proposto, idealizado e pensado trouxe uma grande troca de saberes que auxiliou a equipe trazer outras propostas brincantes para os encontros dentro do território e equipamento no CentrodeCulturasNegraseespaçosintersetoriais.
O nome Jabaquara vem do tupi guarani YAB-A-QUAR-A, que significa rocha ou buraco. Essa região, que pertencia a uma das sesmarias do Padre José de Anchieta, era, nos tempos da escravidão, uma mata deserta que servia de abrigo para os escravizados fugidos. O local também serviu como ponto de descanso para viajantes que se dirigiam a Santo Amaro e à Borda do Campo, até o início do século 17, época em que a região começou também a ser procurada por fazendeiros e sitiantes, que ali abriram estabelecimentosagrícolasecomerciais.
A região se popularizou no fim do século 19, quando a prefeitura criou o Parque do Jabaquara e avançou com a urbanização em meados de 1930, construindo a Avenida Washington Luís, recebendo os bondes e inaugurando o Aeroporto de Congonhas na década de 40, o metrô na década de 70 dentre tantas obras significantes para o bem estar e o desenvolvimento Local, sem perder de vista os seus mais de 360 mil metrosquadradosdeáreasverdeseremanescentesdeMataAtlântica.
No bairro, dois clãs foram de grande destaque no desenvolvimento da região: os Rocha Miranda e os Cantarella. Esses últimos eram donos do famoso Sítio da Ressaca, endereço datado de 1719, que foi construídoemtaipadepilãoesemostraaconstruçãomaisantigadoJabaquara.Acasapossuialgumas peculiaridades em relação às outras residências de bandeirantes da época: a assimetria de sua planta, um único alpendre não centralizado na fachada principal e o telhado de duas águas. Ela sobreviveu ao processodeurbanizaçãodoJabaquara,intensificadocomachegadadometrôehojefazpartedoCentro Municipal de Culturas Negras do Jabaquara - Mãe Sylvia de Oxalá - CCNJ, local do qual o PIÁ é parceiro desde meados de 2018 e atua de forma intensa em especial com o biblioteca Paulo Duarte, também inserida neste ambiente e local de onde despertamos todas nossas ações de pertencimento ao local pormeiodouniversodobrincar.
Relatório de ações- CADERNO
Nosso eixo norteador, foi mapeamento (MaPiá) do território do CCN, conhecido também como Sítio da Ressaca e Terreiro de Mãe Sylvia de Oxalá. Através do teatro, audiovisual, brincadeiras populares, africanas, indígenas e periféricas. Partindo da encruza das linguagens traçamos uma pesquisa de criações com giz de lousa e suas infinitas possibilidades no terraço do equipamento e em espaços intersetoriais, trazendo brincadeiras conhecidas, estimulando o empreender através do brincar de leilõesdearte,provocaçõestemáticaselivresdeexploraçãodorecursoincluindoorecursodanatureza presente no espaço como sementes, folhas, galhos, pincéis naturais e daí surge a ideia para o plano de trabalhodeseguiarporumestandartedeaventuras.
O PIÁ chega ao CCA MIOSÓTIS em meados de junho e de cara é abraçado pelos educandos e educandas diantedolevantamentodesuaspráticasdolivrebrincar.
Este é o território em que a nossa equipe teve a oportunidade de dialogar com crianças e adolescentes de 10 a 14 anos e com uma diversidade de inquietações acerca de suas existências e como gerarem posiçõesdentrodasociedadeemquevivem.
Foram levantadas as mais variadas pautas a partir da percepção do que todos, todas e todes queriam dentro de nossos encontros e assim iniciamos por meio de criação de estandartes que representassem a visão do coletivo, do CCA, do território onde moram e o quantos todas essas pautas despertavam para osentimentodepertencimentolocal.
Este foi o território que mais ergueu pautas sobre LGBTQIAPN+, sobre racismo, preconceitos, trazendo não apenas a oportunidade de vermos problemas, mas, de encontrarmos soluções a partir do exercício dalivreexpressãodesenvolvidaemnossosencontros.
OnossosegundoespaçointersetorialéaEMEICruzeSouza.
João da Cruz e Souza foi um poeta brasileiro e um dos principais representantes do simbolismo no Brasil. Essa EMEI está localizada no território do Jabaquara e é uma escola referência de valorização real das leis afirmativas, étnicas e raciais. A instituição tem em suas estruturas as paredes com personalidadesnegraseospovosindígenas.
O PIÁ iniciou a parceria com a EMEI em 2019 e agora em 2022, após período de restrição sanitária devido a pandemia da Covid-19, reatamos essa parceria e seguimos no fortalecimento desse vínculo. Atuamos na EMEI desde junho, onde foi realizado um sorteio entre as salas para o recebimento de nossa dupla, sendo a sala 7P a sorteada e o nosso ponto de encontro em todas as quintas-feiras com educandos e educandasde4,5e6anosdeidade.
Partindo da visão Omode Ayo, “crianças atreladas à alegria", iniciamos as propostas de sentir todos os territórios inseridos dentro da EMEI, trazendo o direito do livre brincar e a socialização após dois anos severos de pandemia. A gestão da EMEI e a nossa proposta para este território intersetorial nos permite uma das melhores organizações e trocas entre os educandos, artistas educadores, articulação e até mesmo o espaço para o desenvolvimento de ações culturais de abrangência e conexão com toda equipe Ipiranga/Jabaquara.
É direito da criança ocupar e interferir na cidade. E é direito delas o livre brincar. Cada vez que uma criança se relaciona com o território no qual está inserida, por intermédio de brincadeiras, experimentações de suas materialidades e das experiências que o espaço lhe oferece, tem a possibilidade de criar vínculos, de descobrir a si mesma, o outro e o mundo, tornando-se parte integrante dele, ampliando assim seu repertório e bagagem cultural. Compreender, conhecer e (re)conhecer o território sob uma nova perspectiva e à luz de uma ótica infantil, nos permite refletir sobre o que se pode construir, agregar, transformar e modificar, a partir do que determinada realidade, do que tal paisagem nos apresenta, com toda sua diversidade, facilidades e desafios. Norteadas por este pensamento e pela noção de pertencimento a um território que se ocupa com infâncias, traçamos um fio que conduziu e orientou nosso caminhar, o nosso fazer artístico-pedagógico, durante os encontrosrealizadosnosequipamentos:TeatroPopularJoãoCaetanoeBibliotecaRaulBopp.
A Biblioteca Raul Bopp, antes chamada de Biblioteca da Aclimação, foi inaugurada em 1961, com o intuito de facilitar o acesso de estudantes das unidades escolares próximas, à leitura e à informação. Somente em 2005, recebeu o nome do seu atual patrono, o poeta modernista Raul Bopp, famoso por sua presença ativa na semana de arte moderna de 22 e pela publicação do livro de poesias “Cobra Norato”, uma das mais importantes obras do modernismo. Em 2009, a biblioteca se tornou temática em meio ambiente, se dedicando a retratar temas como: aquecimento global, sustentabilidade, consumo consciente e desmatamento, além de fazer conexões com a cultura. Localizada dentro do Parque da Aclimação, parque este, conhecido por sua fauna diversificada, flora exuberante e, por ser tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico - CONDEPHAAT, em 1986, tanto a biblioteca quanto parque estão situados no bairro da Aclimação, popular por suas áreas verdes e arborizadas, pela ampla gama de comércio e serviços e, pelas inúmeras instituições educacionais localizadas nesta região. Já o Teatro Popular João Caetano foi projetado pelo arquiteto Roberto Tibau e inaugurado em 25 de dezembro de 1952. Localizado na Vila Clementino, bairro nobre da cidade de São Paulo, recebe mês a mês uma extensa programação cultural, tanto para os adultos quanto para as crianças. João Caetano, o patrono do qual o teatro recebe o nome, foi um importante encenador brasileiro. Ademais, a Vila Clementino, antes um bairro somente residencial, cresceu muito nos últimos 20 anos devido à grande oferta de imóveis à venda, à diversificação de serviços e à instalação de importantes centros hospitalares como, por exemplo, o Hospital São Paulo, sendo que a maioria da sua população é formada por profissionais liberais, funcionários públicos, em sua maioria do setordasaúdeecomerciantes.
No decorrer dos encontros e de nossas ações, foi possível notar o envolvimento, presença e parceria da comunidade, famílias, gestão e equipe dos equipamentos em nossas propostas, o que criou um vínculo positivo entre ambos que, no caso, passaram a ocupar e conhecer tais equipamentos e, as diretrizes e direcionamentos do Programa Piá com mais afinco, fortalecendo e estreitando os laços. Além disso, firmamos parceria com a programação dos equipamentos Biblioteca Raul Bopp e Teatro Popular João Caetano, divulgando e contando com a presença expressiva de Piás e suas famílias em tais eventos. No caso da Biblioteca Raul Bopp, a temática do meio ambiente, amplamente difundida por este equipamento, esteve presente em boa parte dos nossos encontros. Muitas de nossas práticas e vivências foram registradas por meio de fotos, vídeos e áudios de modo a valorar e eternizar a memória Programa Piá nesta edição, contribuindo para a sua continuidade. As crianças também puderam registrarosencontrospormeiodedesenhos,escrita,oralmenteeoutrasmaterialidades.Valentina,uma de nossas Piás, pode lançar o seu livro “Valentina: entre laços e abraços”, que no caso, também inspirou a Ação Cultural Complementar “O mundo no Black Power de Tayó”, na Biblioteca Raul Bopp e no CEU Heliópolis. Além disso, em alguns encontros convidamos outros AEs de nossa equipe para realizarem algumas vivências com as crianças, apresentando sua linguagem artística, proporcionando a troca de saberes.
Construímos narrativas que apontavam os holofotes às crianças e ao seu protagonismo, em especial, ao que tinham a dizer e sugerir sobre o território em que tais equipamentos se localizam e, que muitas delas, porventura, residem com suas famílias ou frequentam com certa regularidade. Ademais, tais proposituras, arquitetadas e co-criadas em conjunto com as crianças, seguiram intimamente ligadas e abraçadas pelo brincar, pela literatura, pelo teatro, pelas artes visuais, pelo desenho, pela oralidade, pela música e pela imaginação. Ainda neste quesito, objetos não estruturados como, por exemplo, caixas de papelão, sucata, tecidos, latas, entre outros e, elementos da natureza como, galhos, folhas, pedras, flores, tintas de terra, serviram de material para nossas criações, explorações e experimentações. Jogos e brincadeiras lúdicas promoveram a autonomia e estimularam o desenvolvimento dos corpos infantis em formação. Que histórias habitavam tais equipamentos, bairro, região, famílias e crianças? E como essas histórias, de certa forma, se entrecruzam e interligam, numa teia ancestral que vai do micro e reverbera no macro, ou vice-versa? Questões estas, que ansiávamos por encontrar respostas e que serviram de mola propulsora ao nosso planejamento e planos de trabalho. Desse modo, era preciso então, investigar, ampliar o olhar, transver, como já nos aconselhava o poeta Manoel de Barros e, trazer à superfície tais narrativas e sua ancestralidade, o que só foi possível a partir de uma escuta sensível e atenta do que Piás e suas famílias nos traziam e ofertavam a cada encontro. Histórias que necessitavam ser ouvidas e que precisavam ser potencializadas. Obras de autores como Gandhy Piorsky, Viola Spolin, Adriana Friedmann, Luiz Rufino, Peter Slade e Aílton Krenak serviramdebaseteóricaaosnossosplanejamentos.
NaBibliotecaRaulBopp,osencontrosaconteceramsempreàssegundas-feiras,comumaturmade05a 08 anos, no período da manhã e, no período da tarde, na faixa etária de 05 a 09 anos. Já no Teatro Popular João Caetano, nossos encontros ocorreram em dois dias, com turmas de: 06 a 10 anos, às terças-feiras e de 05 a 11 anos, às quartas-feiras. Tais encontros foram planejados, como já dissemos anteriormente, de acordo com os interesses que descobrimos junto às crianças, o perfil e as necessidades de cada grupo, produzindo materialidades e linguagens que mais agregavam ao coletivo. Investigando o Parque da Aclimação: Com as crianças da Biblioteca Raul Bopp, demos início a uma investigação sobre a história do Parque da Aclimação, no intuito de desvendar os seus segredos, buscar vestígios, fósseis, marcas e caçar histórias, deste que foi o primeiro zoológico da cidade de São Paulo na década de 20, abrigando animais da fauna brasileira como, por exemplo, a onça pintada e, outros como elefante, sucuri, lhamas, guardando em si inúmeras narrativas entre os moradores da região. Nesse caso, alguns pais nos relataram que, o famoso lago localizado dentro das dependências do parque, desapareceu misteriosamente anos atrás e suas águas escoaram pelas ruas do bairro. Os moradores então, se reuniram para solucionar o ocorrido e organizaram um mutirão de salvamento dos peixes. A cartografia afetiva do espaço se tornou um pilar no planejamento dos encontros. MaPIAmos estas narrativas, a partir de diferentes disparadores que, no caso, ora surgiram através da milenar árvore Bia, uma grande parceira de nossos encontros e guardiã de todas as histórias do parque em seus galhos e raízes, apresentando sua ancestralidade e o saber da floresta e; ora por meio da arqueologia, com os PIÁrqueólogos (as, es) do Parque da Aclimação - cavando histórias, procurando fósseis, buscando vestígios e criando uma alegoria sobre este sítio arqueológico no qual dançamos e brincamos. Neste processo, muitas personagens foram criadas, dentre elas, seres encantados, mitológicos e que habitam o parque. Além disso, palavras foram inventadas para nomeá-los, como também músicas e registros orais e escritos. Um exemplo disto é o ser Flor de Budibi que mantém uma amizade com a Bruxa da Terra. Curta-PIÁ: Desenvolvemos junto com piás da turma de quarta-feira do Teatro Popular João Caetano, o processo de um material audiovisual, o nosso mini curta. As crianças puderam investigar a partir de disparadores de pontos de vista como, por exemplo, imagens de revistas, jornais e que representam o cotidiano da cidade, células que compõem o universo cinematográfico como a fotografia, enquadramento, direção, roteiro, figurino e maquiagem. Assim, uns eram responsáveis pela direção e filmagem dos outros, criando um espaço de protagonismo para todas as crianças, mesmo em uma turma com idades híbridas. Brincadeiras ancestrais: Nos encontros com a turma de terça-feira do Teatro Popular João Caetano, nos deparamos com crianças contadoras de histórias e que traziam em sua bagagem de mundo, memórias e narrativas com muita influência de experiências vividas por seus avós e seus pais, em sua maioria, imigrantes de outros países. Desse modo, partimos para uma cartografia afetiva de pesquisa dessas ancestralidades, costumes e cultura, a partir de um resgate culinário, com comidas típicas de cada região e que sempre estavam presentes nos encontros de família dos Piás e; brincante, com brincadeiras repassadas também em suas famílias de geração à geração. A cada semana, as crianças nos traziam recortes de brincadeiras que foram ensinadasporseuspaisoubrincadasporseusavós.
O interessante foi perceber que, conforme fôssemos adentrando no universo de tais brincadeiras, as crianças se tornavam mais autônomas e propositivas, a ponto de criar novos jogos e variações para elas.
Relatório de ações- CADERNO
Brincadeiras que surgiram com os antepassados, se mantiveram vivas, sendo transformadas ao longo dosencontros.Umexemplodistofoiabrincadeiracabra-cegaquenaversãodosPiássetransformouem cobra-cegae,otradicionalpega-pegaquerecebeuavariaçãodepega-pegaonça.
Cabe mencionar ainda que, além do que já foi relatado, fizemos uso em todas as turmas, de livros de Literatura Infantil e contos tradicionais da Literatura Oral, em especial, os que abarcam a temática de narrativas negras e que são de autoria de escritores negros como, por exemplo, o título O mundo no Black Power de Tayó de Kiusam de Oliveira que, no caso, culminou na criação e na realização da Ação Cultural Complementar “O mundo no Black Power de Tayó”. Ação esta que envolveu toda a equipe, comunidade, Piás e seus familiares da região Sul - Ipiranga/Jabaquara. Brincadeiras africanas e afrodiaspóricas, no caso, Si Mama Kaa, Terra e Mar, Mbube, Amarelinha Africana, entre outras, estiveram presentesdeformacontundenteemnossosencontrosepráticas.
Em nosso território, não tivemos espaço intersetorial, devido os equipamentos contemplarem turmas tanto no período matutino, quanto no vespertino. Porém, por meio de uma Ação Cultural Complementar para os alunos do seu contraturno escolar, fortalecemos e criamos vínculo com a Escola Paulistinha, escola tradicional da região da Vila Mariana, localizada nos arredores do Teatro Popular João Caetano, e que, ao longo do ano, esteve representada por cerca de 80% das crianças que frequentaram nossos encontros neste território. Cabe destacar ainda que, por meio da gestão do equipamento do Teatro Popular João Caetano, fomos informadas que o mesmo entrará em reforma em dezembro de 2022, sem uma previsão de sua reabertura no próximo ano. Assim sendo e, no intuito de continuar a fortalecer o Programa Piá nesta região, principalmente, o vínculo positivo estabelecido com Piás e suas famílias, em conjunto com nossa AEP, mapeamos e sugerimos outros equipamentos possíveis localizados nas proximidades, dentre eles: Casa Modernista, Casa de Cultura Chico Science, Biblioteca Amadeu Amaral, BibliotecaChácaradoCastelo,BibliotecaMunicipalViriatoCorrêaeEscolaPaulistinha.
NossoprimeiroEncontrodeFamíliafoirealizadonaúltimasemanadomêsdeabrildesteano,duranteos eventos da “Semana do Sacolejo”. O encontro, que no caso, aconteceu tanto na Biblioteca Raul Bopp quantonoTeatroPopularJoãoCaetano,contoucomapresençaexpressivadePiásesuasfamílias,tendo por objetivo ocupar e familiarizar os presentes com os equipamentos, apresentar as diretrizes do Programa Piá, mencionar como se dariam os encontros, realizar alguns combinados, recepcionar e estabelecer vínculo. Para tanto, brincadeiras africanas foram utilizadas, a história “Por que o sol e a lua vivem no céu?” foi contada e as crianças, em conjunto com seus responsáveis, puderam registrar e desenhar sobre suas expectativas em relação à edição deste ano do programa e seus encontros, como também expressar “ideias para adiar o fim do mundo”, vivência inspirada no livro de mesmo nome de Aílton Krenak. Tais registros ficaram expostos em um varal nos próprios equipamentos. Cabe destacar que, por conta da dificuldade em conseguir uma data disponível no Teatro Popular João Caetano, o Encontro de famílias do 2º semestre, acontecerá no dia 20/11/22, na Biblioteca Raul Bopp, envolvendo as famílias e Piás dos dois equipamentos, tendo como programação: café da manhã, compartilhamento de materialidades, brincadeiras para as famílias, exibição dos Curta-Piás, oficina de tsurus e plantio de árvorepiazeira.
A equipe dos equipamentos, Biblioteca Raul Bopp e Teatro Popular João Caetano, participou ativamente e com afinco, tanto das vivências e oficinas das Semanas de Formação quanto das proposituras da Coordenação do Programa Piá e da Supervisão de Formação. Entre as vivências que participamos destacamos: “Território e territorialidades da infância”, “Brincadeiras africanas e afrodiaspóricas”, “Corpa acolhida”, “MaPiá”, “Como se protagoniza a própria história?”, “Desenhar e brincar: cotidiano em traços, lutas por moradia e brincadeiras das crianças em ruas e ocupações de moradia”, “Escurecendo as ideias sobre políticas públicas culturais”, “Ser criança, cuidar de quem cuida e a ética do cuidado” e “A brincadeira é o brincar: o jogo de uma poética-pedagógica”. Cabe destacar que fomos proponentes em conjunto com a equipe Sul Ipiranga/Jabaquara da vivência “Ser, registrar e projetar” e participamos do GT:Infânciaeolivrebrincar.
“EbaaaPiávoltoupresencialquantaalegria!ChegamosnoCEUcaminhodomareagora?”
Tanto as AE’s como os PIÁ’S nos encontramos em momento muito delicado de retomada a esse “novo mundo”aindaempandemia,cheiosdeincertezas,medoseincertezas.Mascommuitaalegriaeacolhida iniciamos a cartografia do território e das famílias. Diante as realidades dadas identificamos a necessidade de ReOcupar o CEU Caminho do mar, local esse que nos faz olhar a amplitude dos horizontes, que fez parte da rota ao caminho do mar do Quilombo Jabaquara, e que: “É nosso! Esse espaçotodoénosso!”(Pablo,8anos).
E nossa maior potência foram as relações de afeto potentes, e em coletivo, estabelecidas com as crianças, adolescentes, educadores, famílias, funcionários e comunidade do entorno. E essa construção repleta de memórias afetuosas possibilitou diversas experimentações artísticas nas múltiplas linguagensvisandocriarumambienteseguroparaexercerautonomias. (fotomariamapa)
No início do processo o que nos moveu foi a busca pela conexão afetiva com a comunidade e território. Partindo dos desejos e trajetórias individuais das AE’s estimular as crianças e familiares a ReOcupar o CEU e juntos (as, es) estimular propostas, vontades e sonhos dos piás, e assim seguimos mês a mês criando e recriando caminhos. E nesse processo surgiram a ROTINA PIÁ (Nossos planejamentos com as crianças/adolescentes de onde seria o encontro, as atividades que queríamos desenvolver e nunca esquecendo no nosso lanche coletivo) e com ela inúmeras memórias afetivas, como: Vivencias na horta: criação da árvore das emoções; Terra, tinta, curumim. Pia's se agitam assim: experimentações com elementos da natureza, pinturas; Circuito dos saberes: abrir caminhos e potencializar as reflexões, descobertas e questionamentos das crianças; Os tesouros de meus e minhas mais velhos (as): ReDescobrindo raizes; Batalhas de dança, rap e beat; Jupiação; Resgatar laços de convivência em busca de diminuir sintomas de ansiedades, devido a pandemia; Descobrindo o circo: vivências lúdicas acrobáticas e malabaristicas; entre diversas outras memórias e afetos que registramos em fotos, vídeos, musicas, desenhos, poemas e pela oralidade, e sempre seguindo juntos (as/es) descobrindo horizontes de possibilidades.
Uma das nossas bases foi o desejo de ReOcupar todos os espaços do CEU (ginásio, salas multiuso, brinquedoteca, parques, quadras, bibliotecas, horta, jardim e até a gestão da cultura. E nesta ocupAÇÃO percebermos diversos projetos potentes dentro do próprio CEU, estreitamos laços e realizamos diversas atividades em conjunto com ARTEPOP (projeto que realiza ação com moradores em vulnerabilidade social), Fanfarra (projeto de cortejo musical do extensão de jornada), com as Escolas (CEI, EMEI, etc) e sempre marcando presença nos eventos culturais (peças teatrais, contações de história, recreio nas férias,shows,etc).
Esse movimento também nos aproximou da comunidade do CEU (equipe de funcionários de todos os setores, segurança, limpeza, gestão, etc) e trabalhamos a importância do outro e o senso coletivo e comunidade.
ReOcupar o CEU, memórias de afeto e ReDescobrindo raízes foram os suleadores pedagógicos escolhidos para caminharmos. Conectados as trajetórias individuais das artistas educadoras junto com uma ótima escuta para dialogar com as propostas que surgiram das vontades e sonhos dos piás e criamos novos caminhos. Disparadores dos encontros: Circuito dos saberes, Terra, tinta, curumim. Pia's se agitam assim: experimentações com elementos da natureza, pega-pega boi, descoberta da horta, o chão e lava, árvore das emoções, jupiação, batalha de dança, malabares, acrobacias (os donos do circo), O escuro iluminado: vivências de jogos e improvisos de teatro de sombras, pessoa tóxica, construção de brinquedos circenses, corpo casa: trabalhando consciência corporal, motricidade, visão periféricas, concentração, e coordenação motora fina através de jogos lúdicos e confecções artesanais. Estabelecendo a ROTINA PIÁ e criando o momento das vivências artistas e do lanche como espaços de troca,partilhaedereaprenderaconviveremcoletivo.
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MalabarizandoasArtes:Aondeosaboreosabersefundemnoaprender. Encontro para celebrar toda a trajetória dos piás de 2022: com exposição e partilha de memórias afetivas.UmmomentoquetrouxemosasfamíliasparaanossarotinaPIÁ:familiaressetornaramPIÁ’se escolheram suas idades (entre 5 a 14 anos), vivenciamos junto (as /es) experiências corpóreas ativas propostas pelas às crianças e adolescentes. Finalizando com um piquenique repleto de sabores e saberes.
A dupla participou ativamente das semanas de formações artísticas pedagógicas, das quais potencializamproporcionandosempreumainfinitudedepartilhas,reflexõeseamplitudesobreobrincar enossaspráxispedagógicas.
No início do programa realizamos uma cartografia do território e identificamos que o CEU Caminho do Mar é uma grande referência (tanto na educação como na cultura) e isto também revelou uma escassez de locais culturais públicos na região. Os coletivos culturais na maior parte são projetos sócio-culturais independentes que estão resistindo com muito custo, como: Coletivo 231, Aldeia do futuro, Galpão Cultural Jabaquara, Centro Cultura Cidade Ademar (o qual ainda segue em formato independente), Senhor João (Sonhador, morador da Vila Clara, que sonha em transformar sua casa em um polo cultural) . Buscamos algumas parcerias das quais foram tímidas, mas de reconexão com possibilidades de se estreitarem,divulgaçõesmútuasedefortalecimento.
Novamente ressaltamos que deixamos um vínculo potente com funcionários, gestão, comerciantes locais (doações), envolvimento ativo das famílias, visitas às comunidades do entorno (favela do sem terra, em diálogo com a líder comunitária Dona Maria). E deixamos registrado aqui os desejos de continuidadedesseslaços.
Maio: “Momo e o Senhor do Tempo” - 21 e 22/05 a equipe Ipiranga/Jabaquara convidou os piás e seus familiares para uma tarde de teatro no equipamento Teatro João Caetano (flyer de divulgação disponível namemória2022) VisitaaoMISEXPERIENCE-Portinariparatodos.
JUNHO: Teatro João Caetano/Biblioteca Raul Bopp: 1º encontro com a Escola Paulistinha: convite feito à escola para que os alunos do contraturno pudessem passar uma manhã no PIÁ. (registro fotográfico de encontrodisponívelnamemória2022)
JULHO:
“O Mundo no Black Power da Tayó”: a equipe se debruçou sobre a história de Kiusam de Oliveira e construiu uma jornada brincante como intersecção dos territórios abarcados pela Sul Ipiranga/Jabaquara. Esta Ação Cultural Complementar foi replicada mais vezes ao longo dos meses vigentes do programa e consistia no seguinte: A partir de uma história vivida por Valentina, uma piá da Biblioteca Raul Bopp, as artistas-educadoras Valéria Santos e Tatiana Polistchuk, criaram uma adaptação cênica que misturava a história de Valentina e de Tayó, numa contação de história colorida por brincadeiras, músicas, dança, teatro e um grande quebra-cabeças do cabelo de Tayó que ia sendo montado com as crianças que ouviam a história. Após a contação de história, os piás passariam por estações de desafios de linguagens distintas para conseguir liberar as peças perdidas do quebracabeças,afimdeuní-lasnofinaldaação.Asestaçõeseram:
Música: Maculelê - desenvolvimento de rítmo sonoridade e, também, contextualização histórica do maculelê-expressãoartísticaafro-indígenabrasileira.
JogoseBrincadeiras:
Corpoedança:resgateancestraldebrincadeirasdançantesafricanascomooSiMamaKaa Tintasdeterra:registrar,apartirdamaterialidadedastintasdeterras,osadinkras. (registrosfotográficoseaudiovisuaisdisponíveisnamemória2022)
AGOSTO:
Teatro João Caetano/Biblioteca Raul Bopp: Espetáculo “Vambora!” 27 e 28/08, a equipe convidou as famíliasparamaisumespetáculoinfanto-juvenilnoterritóriodoTeatroJoãoCaetano.
SETEMBRO:
“OMundonoBlackPowerdaTayó”-EMEICruzeSouza.
Localizada no território microrregional Ipiranga/Jabaquara, e atendida como espaço intersetorial da equipe do Centro de Culturas Negras Jabaquara, a EMEI Cruz e Souza recebeu a Ação Cultural Complementar de “O Mundo no Black Power da Tayó” contando com duas apresentações da história alémdaadesãodenovasestaçõesdedesafiosparaosmaisde400alunosatendidosnestedia.Asnovas estaçõesforam:
Acessibilidade:
Dançando linhas: Com canetinhas, as crianças recebiam estímulos musicais e desenhavam livremente em papéis krafts espalhados pelo espaço, como seus corpos se sentiam, depois, construindo uma pequenapaisagem-imagética,dançavamestaslinhas.
Amarelinha
O sarau foi uma ação cultural organizada pela equipe de artistas educadores do CEU Heliópolis, equipamentolocalizadonobairroeducadorcidadenovaHeliópolis.
A ação se deu a partir da efervescências dos piá's de se expressarem através das multi-linguagens experimentadas dentro dos encontros. Em vista disso, a proposta do sarau foi promover apresentações artísticas multifacetadas que vislumbrassem as pesquisas de registros e mapeamento do território afetivo,desenvolvimentodeiidentidadesecriaçãodenarrativas.
Sendo assim, contamos com a apresentação de uma vídeo-história produzida pelas crianças, zines e mapas criativos do território, cantoria e shows musicais e vídeos animados. também tivemos a participação do Programa Vocacional com uma montagem teatral baseada na história de Carolina Maria de Jesus e da PIÁ Valentina que trouxe seu livro "Valentina: entre laços e abraços" o qual escreveu juntamente com sua mãe sobre o tema do empoderamento do cabelo afro. Este livro também serviu de inspiraçãoparaaaçãocultural"OMundonoBlackPowerdeTayó". Novembro
06/11
EncontrodeFamíliasdaMacroSulPIÁ2022
Nessa grande ação de encerramento do programa, juntamos todas as famílias da Macrorregião Sul e ocupamos o Parque da Aclimação com o corpo de artistas educadora/es, articuladoras e áreas do programa para juntes celebramos os encontros e conquistas do ano de 2022. Circulamos o parque com estações elementares (água, fogo, terra e ar) e junto com as estações, tivemos várias brincadeiras para asfamílias.
Finalizamos nosso encontro com uma grande guerra de bixiga, que mobilizou grande parte da equipe do PiÁ e também a equipe de funcionários do Parque da Aclimação, somando forças para o encerramento magníficodonossoano.
22/11
AçãoCultural:"OMundonoBlackPowerdeTayÓ"
Nossa Ação cultural chega agora na EMEI Arthur Baptista da Luz. Levamos a história de Tayô, originalmentecriadaporKiusamdeOliveiraenossasestaçõesbrincantesparamaisumespaçonaregião Sul.
26/11
Dias25e26denovembroaconteceráoAcampiácomascriançasdamicrorregiãoIpiranga/Jabaquara. Nosso acampamento acontecerá na Casa de Cultura Chico Science no Ipiranga, estreitando nosso laço e continuidadedeparceriaintersetorialcomoequipamentoparaoanode2023.
Na nossa programação teremos brincadeiras, montagem de barracas, desfile de pijamas e um belo encerramentocomcafédamanhã.
A equipe Grajaú/Parelheiros, de 2022, circulou, intensamente, pelos 2 territórios. Escolhemos conhecer, profundamente, as potências artísticas, culturais e educacionais que pulsam nos "fundões", para experimentar trocas de saberes e sabenças que partem das sensações vivenciadas, acomodadas e organizadas no corpo, pela prática da circulação. O acolhimento das pessoas que conhecemos nos territórios foi encantador e motivou tudo. A aproximação com a equipe do Vocacional possibilitou conhecer e sentir uma Parelheiros (carinhosamente chamada de "Paris") charmosa, provocante, com particularidades que nos proporcionou um olhar desprendido da repulsa (devido à distância), do fetiche (pela Natureza exuberante e proximidade com aldeias indígenas), ou sensação do passeio, por estar fora do contexto urbano que estamos habituades. A factual existência de grupos e artistas da região é grande, em quantidade e grandiosa em ações. As organizações culturais, para além das mediações do CEU, são intensas, verdadeiras, reais.
Grajaú é um "país"! Não sabemos bem se é onde São Paulo termina, ou se é lá que começa. É um universo de possibilidades sensoriais, diversas, ambíguas, múltiplas, controvérsias, reveladoras. Um território que pulsa Arte e Educação, com vigor, em meio aos contextos geopolíticos e seus abandonos. Mas o que vimos e vivemos foi a experiência das brincadeiras de quintais; artes nas ruas e terreiros; proteção ambiental com gritos poetizados (e/ou afogados); ações culturais que atravessam os conceitos e dão sentido ao fazer artístico, e pessoas... ah as pessoas! Essas são um deleite!
Articuladora de equipe e processos artísticos pedagógicos: Adriana Gerizani
DESTACAMOS, EM NOSSOS PROCESSOS DE REFLEXÕES E PARTILHAS, A PRIMEIRA SEMANA DE FORMAÇÃO, REALIZADA NO CENTRO CULTURAL GRAJAÚ, EQUIPAMENTO DE NOSSA MICRORREGIÃO, O ENCONTRO MINISTRADO PELA AEP VANESSA ROSA, DA REGIÃO CAMPO LIMPO. A AÇÃO DESTACA-SE POR TER REUNIDO GRANDE PARTE DE NOSSA EQUIPE, NO INÍCIO DO PROCESSO DE 2022. BRINCAMOS EM RODA, COM APRESENTAÇÕES, CANTIGAS E CIRANDAS E FOI COLOCADA UMA PERGUNTA/PROVOCAÇÃO, FUNDAMENTAL, PARA O INÍCIO DO PROGRAMA: "O QUE SIGNIFICAVA O PIA PARA CADA PARTICIPANTE?". ESSA PERGUNTA FOI DISPARADORA PARA DISCUTIRMOS PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS DO PIÁ, MARCANDO A NECESSIDADE DE NOS RECONHECERMOS COMO ADULTOS BRINCANTES. SALIENTAMOS, IGUALMENTE, A SEGUNDA SEMANA DE FORMAÇÃO, QUE ACONTECEU EM JULHO NO ESPAÇO ATELIÊ IMARGEM. NESSA FORMAÇÃONOSDEPARAMOSCOMOUTROPRINCÍPIODIFUNDIDONO PIÁ, QUE DIZ RESPEITO AO ACOLHIMENTO. O ENCONTRO FOI MARCADOPELARECEPÇÃODAEQUIPEDA"CASINHA"DOIMARGEM, DOS AES, AEPS E COORDENAÇÃO ARTÍSTICO-PEDAGÓGICA, COM O AJEUM:UMMOMENTODECOMPARTILHARALIMENTOS.TEMACOMO QUAL NOS DEPARAMOS TANTO NO ASPECTO SIMBÓLICO/ANCESTRAL, QUANTO NA PRÓPRIA IMPORTÂNCIA MATERIAL E EXPRESSÃO RELACIONAL. ESSE ALIMENTO NOS NUTRIU NAS DEMAIS AÇÕES, COMO A PRODUÇÃO DE TINTA DE TERRA,ACONFECÇÃODAPIPAEPINTURADEUMMURO,NARUA,À MARGEMDAREPRESABILLINGS.
Foi bastante significativo e importante para a equipe, circular por todos os equipamentos e espaços parceiros do Programa, em 2022. Ficaram na memória: o primeiro encontro da equipe, no território, efetuado no CEU Navegantes, na região de Parelheiros (Rokocasa, Casa de Fatel, Praça Central de Parelheiros) junto com a equipe do Vocacional; na Casa 27; na Represa Billings com a liderança local, Ferruge; no Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento (CPCD Parelheiros Saudável) em Vargem Grande; no CAPS Parelheiros e no Parque Ribeirão Cocaia.
Sobre as reuniões de Equipe, a realização de nossos encontros deu-se em todas as territorialidades de abrangência de nossa atuação. Consideramos a reunião na Represa, com a ONG Menin@s da Billings, coordenada pela liderança local Ferruge, que nos apresentou o território em uma navegação pela represa, realçando sua importância para a cidade de São Paulo e ABC, além dos impactos na/da população e aspectos geopolíticos que marcam as relações de um território em disputa. Este encontro, inicialmente, nos marcou pela potência de suas narrativas e, tristemente, pela posterior notícia da morte do Ferruge, um episódio cercado por histórias pouco elucidadas. A relação que esta pessoa tinha com o território foi de extrema importância tanto para o PiÁ quanto para outros Programas da Supervisão de Formação Cultural e espaços da rede Grajaú e Parelheiros. O território finaliza o ano de 2022 em luto por esta perda. A afetividade do encontro e do acolhimento de Ferruge permanecem vivos nas memórias de toda a equipe.
Quanto às reuniões gerais, elencamos algumas que foram mais marcantes para nós, em consenso com a equipe. A primeira reunião no Centro Cultural São Paulo, A Festa Junina na Vila Itororó e, a mais recente e importantíssima ação da Área de Acessibilidade, com a exibição do filme em longa metragem, “Down Quixote” (2022), com a presença do diretor Leonardo Cortez.
"Articularumaequipedeartistasadmiráveiseeducadores comprometidoscomofazerartísticoeseusprocessos,foi o estímulo disparador para mergulhar fundo no conhecimento, reconhecimento e apropriação afetiva das relações com o território. As nuances de distintas experiências e a fluição dos trajetos de circulação pela cidade, impulsionaram uma vontade latente de conhecer, navegar, transitar, sentir, ver, cheirar, contemplar o território-físico e seus espaços. Para assim, estreitar diálogos com cada território-corpo de AEs, piás, famílias, parceires, coordenadoras e coordenadores, gestoras e gestores, jovens monitoras, monitores, monitoies e todes que nutriram as observações que, a partir daí, possibilitaramtudo!Ações,trocaseprocessos."
"Minha participação no Piá 2022 começou no final de setembro. A parceria com Helen Reis, deu-se na continuidade e aprofundamentos nos processos que já vinham acontecendo, na contribuição ao complemento dos trabalhos iniciados, na criação de vínculos. Duas crianças pequenas apresentavam dificuldade de participação em coletivo, ficavam distantes, pouco participavam, brigavam, resistiam. Creio que uma nova abordagem colaborou no chamamento de integração para se sentirem pertencentes e valorizadas com presença e participação das brincadeiras. Destaco muito positivamente a atuação da articuladora de equipe Adriana Gerizani, sempre solícita, engajada e preocupada em responder tanto às demandas das duplas em seus equipamentos quanto em articular modos e espaços de diálogos entre nós e os territórios."
"Aediçãode2022foiminhaprimeiraexperiêncianoPIÁe me proporcionou em construir meu próprio processo artístico junto com as crianças. Cada turma experimentou um universo de possibilidades artísticas, que me fez enxergar múltiplas possibilidades de criar, aprender e ensinar em diversas áreas artísticas de formas multifacetadas. Houve uma participação presente das famílias, com integração ao programa e socialização das crianças. Os PIÁS nos acolheram e vivenciamos juntos formasgenuínasdefazermúsica,teatro,narrarhistórias, construir brinquedos e instrumentos musicais. Com as crianças houve um espaço de desenvolvimento da criatividade,brincadeiras,afetos,muitamúsica,teatroea criaçãoartística."
"...“Povoada
Quemfalouqueeuandosó?
Tenhoemmimmaisdemuitos
Souumamasnãosousó”...
Sou movimentadeira periférica, nas margens do Grajaú, filhadepernambucana,criadaecuidadapordonaSantana, queveioparaSãoPaulo,naesperançadeumavidamelhor. SerpartedoPIÁfoiumsonhorealizado.Nãosouamesma que cheguei. Cada encontro, desencontro, brincadeira, afetoeencantaria,metransformou,menutriu,meregoue hoje mais, enraizada, carrego comigo memórias que me fazem seguir mais alimentada e fortalecida. Sou grata pelas trocas, partilhas, abraços, discussões e voos que fazemgerminar."
"Ingressei no Piá pela primeira vez na edição 2022, sendo muito bem acolhido por minha equipe, entendendo as potencialidades, encantarias e desafios do programa e sendo afetado, positivamente, nas esferas pessoal, emocional, profissional e artística. Tive a oportunidade de conhecer um pouco dos vários Grajaús e, com muito respeito e escuta, fixar minha atuação nos vários Parelheiros. Entendi que além de toda ancestralidade, saberes, efervescência de cultura que envolve o território de Parelheiros, a sua maior riqueza é, sem sombra de dúvidas, AS PESSOAS."
"Minha experiência individual no PiÁ 2022 foi intensa, como uma imersão em universos novos, dentro e fora de mim. Foram muitos desafios pessoais, que me colocaram diante de aspectos da minha personalidade que precisavam ser repensados, e inter-relacionais, os quais atravessaram a relação com a dupla, com os gestores dos espaços, os espaços em si e o caminho entre eles. Mas, sem dúvida, inúmeros aprendizados foram semeados e cultivados em trocas construídas pela presença, pela afetuosidade da minha equipe e das crianças, e no trânsito por territórios tão imensos e diversos quanto esse. Sinto muita gratidão pela oportunidade tão única de conhecer as territorialidades do "Graja" e de "Paris"."
"Sinto que foi um presente do Programa Piá ser destinada para Parelheiros, pois, ao longo do ano, criei um vínculo profundo com o local que é cercado por matas, terreiros e aldeias indígenas. Trabalhamos com as crianças os fundamentos afro indígenas fluindo com o território que transborda esses saberes ancestrais."
"Falar sobre o piá, do processo das vivências com as crianças foi um resgate da criança que um dia eu fui. Momentos edificantes que despertaram as possibilidades de ativar o ser brincante que existe em mim. Os encontros eram pensados partindo da continuidade das proposições da rotina, que aguçavam a criatividade e percepção das crianças. Pega-pega, mãe da rua, queimada, circuitos diversos, cobracega, leituras, confecção de abayomis eram brincadeiras que faziam parte dos encontros. Criamos, trocamos desejos, olhares, emoções, expressamos as possibilidades do fazer e do existir. Fica ressaltada a importância de termos, em anos vindouros, materiais pedagógicos que possibilitem os processos com subsídios para planejar e pautar perspectivas possíveis."
"Depois de quatro anos seguidos como artista educador do Piá, passei dois anos afastado, justamente os anos de pandemia 2020 e 2021. Voltei quando o Piá retornou aos encontros presenciais, no CEU Navegantes, próximo a represa Bilings, um território, para mim, ainda desconhecido. Conhecê-lo, conhecer as pessoas e as crianças deste território foi uma experiência intensa, onde o pertencimento se fez presente nas histórias, nos relatos e compartilhamentos de alegrias e dores."
"Viver esta experiência com crianças possibilitou momentos marcantes e valiosos, de muitos aprendizados nesta condição de artista educador. Observar os processos de desenvolvimento cognitivo, sensorial, criativo, experimental, se divertindo, brincando, conquistando estados plenos de felicidade em meio a realidade por vezes adversa, me realizou. Complexo, também, é mensurar as nuances desta experiência com todo acúmulo ancestral, sabedoria e conhecimentos adquiridos nas palavras dos mais velhos, mestres e professores. Finalizo com um fator que faz toda diferença em minhas percepções e aprendizados sobre a temática das infâncias e da educação: O nascimento da minha filha, que hoje está com 10 meses."
Durante nossa jornada no território, pudemos perceber como as questões afro-indígenas e também nordestinas eram fortes. Imergimos, juntamente, com nossos piás no movimento de sankofar realidades ancestrais que pareciam distantes. Em cada um dos três equipamentos encontramos perfis diferentes de crianças e famílias, porém com as questões já citadas em comum. Foi então que culminamos em um "objeto-conceito" para cadaturma.
Figura marcante no CEU Parelheiros, o Quero-Quero, foi responsável por grande parte da atenção das crianças, inclusive pudemos acompanhar o processo de gestação de uma família da espécie.Porissoatribuímosao equipamento o conceito PÁSSAROS. Essa identificação das crianças com os animais nos possibilitou trabalhar a fauna e flora locais, bem comoapercepçãodocantoetrejeitosdospássaros.
No CAPS Infanto-Junvenil AQUARELA PARELHEIROS atribuímos o conceito ARTESANATO, pois fomos surpreendidos com a habilidadedascriançasnessaatividade,queemergiuapartirdo contato delas com os fios de contas do nosso parceiro, oficineirodoCAPS,PauloSantana.Confluindocomosprincípios afro-indígenas, confeccionamos colares de miçangas, salientando a importância dessa atividade para os povos originários. E a partir desta, desdobramos em várias outras atividades manuais como pintura com tintas de terra e confecçãodecaxixicomrolinhosdopapelhigiênico.
A EMEI Juca Rocha dispunha de instrumentos musicais, como tambores, pandeiros, agbé, chocalhos, caxixi, atribuímos, portanto, o conceito INSTRUMENTOS. Colocamos as crianças em contato, de forma expositiva e explicativa, com os instrumentos citados,oqueresultounumaverdadeirarodamusical,emalguns momentos guiada e em outras de forma livre. Estimulando ritmos,sensaçõeseemoções.
TURMA 1 12 A 14 ANOS QUA14H ÀS 17H
TURMA 2 5 A 7 ANOS QUI10H ÀS 12H
TURMA 3 8 A 10 ANOS QUI13H ÀS 15H
TURMA 4 MISTA QUI 15:30H ÀS 17:30H
Piá no CEU Navegantes foi um presente! Não desejo romantizar umatrajetóriaquetambémfoimarcadapordesafiosecorrerias com o lanche, o material pedagógico, a perda de uma pessoa querida (Ferruge) liderança importante do nosso território, das dores, violências, violações, situações de racismo que ouvi das crianças e famílias presentes. Mas, a pedagogia do afeto nos abraçou como um pássaro gigante, bem colorido e calmo. É assim que tenho sentido a trajetória do Piá este ano. Finalizar comascriançasefamíliasperguntandoquandoseráainscrição dopróximoano,meenchedealegriaegratidão.
A escuta foi uma ferramenta, essencial, para chegar e tecer afetos. Quando penso nas turmas,emcadafiodevidaali presente, lembro o quanto o brincar propôs a construção das relações. Foi nas brincadeiras livres, cantadas, faladas, movimentadas e inventadas, que criamos nossosmundosdecuras.
Outra camada que se fez presente nessa trajetória, foi a importância de conhecer a diversidade de mundos. Conhecer a própria história, com perguntas que chegaram até suas famílias enosencontros.Oencantamentodesankofarfoiespontâneo.Os risosepartilhasdesuashistórias,foialgoafetuosoeforte.
Sinto que isso nos fortaleceu enquanto bando de passarins, que encontram seus barcos de sonhos. Com um vaso de planta, falamos de corpos, de cuidados que cada existência, vida, precisa. A importância do toque, do afeto e de respeitar a diversidade que existe nos mundos. A pergunta que nos buliu foi: “se eu fosse uma planta, qual planta eu seria?”. Foi, partindo desse encontro, que acordamos (acorda-mos) o autocuidado, o cuidado com as palavras, com a história de cada ser e a cumplicidade foi enraizando e brotando pela terra, nutrida por afeto e acordos. Estar na natureza, cuidar, plantar, cantar, dançar e contar histórias, fez com que nosso bando cuidasse das plantinhas que moram no CEU Navegantes, como o Sr Boldo.
TAMBÉM PLANTAMOS NOSSAS SEMENTINHAS DAS FRUTAS QUE PARTILHAMOS E SAUDAMOS A NOSSA MAIS VELHA, UMA ÁRVORE LINDA,QUEESTÁNONOSSOPORTALSECRETO.PARAFINALIZARA EDIÇÃO 2022, DECIDIMOS ORGANIZAR UM SARAU DO PIÁ E UMA FESTANAPISCINA.ASSIM,NOSSATERRADEMEMÓRIASVAIFICAR NUTRIDAEENRAIZADA,ESPERANDOOSREENCONTROSEM2023.
AESHELENREIS-MÚSICA,ALEXANDREMEDEIROS-TEATRO, LUCASFRIZO-TEATRO(ATÉSETEMBRO)
TURMA 1 05 A 07 ANOS TER 10H ÀS 12H
TURMA 2 12 A 14 ANOS TER 13H ÀS 16H
TURMA 3 08 A 10 ANOS QUA 9H ÀS 12H
TURMA 4 MISTA QUA 14H ÀS 16H
Nesseanode2022muitasforamasformasdenoscolocarmosem iniciações artísticas nas turmas do CEU Dutra. Fomos disponibilizando e tendo contato com muitos momentos de trocas de conhecimentos entre nós e as crianças, e elas entre si.Umtrabalhodecriaçõeserecriaçõesconjuntas.Osprocessos desenvolvidoscomcadaturmasurgiramdosencontros,nosquais os conteúdos das linguagens artísticas, assim como as brincadeiras que eram trazidas, brincadas, experienciadas e jogadas.Essemododevivenciarosprocessospelasdemandase necessidades de cada turma, ensejou projetos e propostas próprias condizentes com os grupos atendidos. Assim, as insistências e retomadas dos projetos em cada encontro, configurou o PIÁ como um espaço aberto às participações e intervenções de todos os envolvidos, desdobrando-se em propostasespecíficasemcadaturma.
Vídeo produzido e encenado pela turma de pialescentes do CEU CidadeDutra https://drive.google.com/file/d/1mT30bKw9qKftYM41iVso4XgH1Nd oDucT/view?usp=drivesdk
Trazemosaquiumpequenocompêndiodepropostasrealizadasevividas,demisturasdaslinguagens artísticascomosmuitosmodosdebrincarecriardascrianças,estesmostram-seemseuscorpos,sua imaginação,emsuasarticulações,seusimaginários,sensaçõesemodosdedizerdesimesmas.Assim, aspropostasabaixodesdobraram-seemespaçosdeiniciações,criaçõeseexpressividadesdetodosos envolvidos.
TURMA 1 08 A 10 ANOS SAB10H ÀS 12H
TURMA 2 11 A 14 ANOS QUI 13H ÀS 16H
TURMA 3 TURMA MISTA DOM10H ÀS 12H
TURMA 4 11 A 14 ANOS SEG14H ÀS 17H
AsturmasdePIA'snoCEUTrêsLagostiveramdeliciosasfrentes de atividades, mas foi o desenho e a pintura que firmaram com maispresençaeinteressedospiás.Tantonamaneirasingelana folhadesulfite,quantoempinturasmaioresdepapéisA0.Tanto comtintaacrílica,naintensãodecolarnaruacomolamblamb, quanto em papel adesivo (stiker). O desenho e a pintura estiveram presentes como verdadeiros aliados na criação de histórias. Tais histórias engatilharam em brincadeiras de improvisação, esquetes e cenas teatrais, com figurinos que encontramos nos armários do ateliê. Surgiram palhaços, mágicos,bailarinas,máscarasdecarnaval.
Depoisescrevemosashistórias...foiumadelícia!Agoraestamos juntando tudo para construção de um livrão. Algumas histórias foram até gravadas em áudio. Brincamos também de gravar um telejornal. Fizemos entrevistas com alguns funcionários e funcionárias do CEU, brincamos de debate político, gravamos propaganda eleitoral e tudo. Foi muito divertido, cada criança representou um candidato à presidência, kkkk... Mas também gerouumasituaçãodelicada,poisestaseleiçõesestavammuito polarizadas e contaminadas pela intolerância. Deu receio de criaralgummal-entendidoouincômodocomasfamílias,masno fimtudodeucerto,foisóbrincadeiramesmo.
Um marco importante que destacamos foi numa atividade de dobraduras, em que fizemos barquinhos de papel. Aí surgiu a ideia de fazer um barco de papel gigante para pintar, colar desenhos, escrever sonhos. Isso se desdobrou em processos de continuidade por diversos encontros. Este barco foi até usado como cenário numa peça de teatro encenada no CEU.
Fizemos também muitas brincadeiras de pura energia. Correr e movimentar eram sempre as prioridades nas vontades dos encontros. Esconde-esconde, pega-pega, rouba bandeira, tanque de areia, criar percursos e desafios com obstáculos, pular, rolar, dar estrelinha... Nossa! Rolou tanta coisa legal!!
AESJULIAIWANAGA-DANÇAELEANDROVIEIRA-TEATRO
TURMA 1 CCG 08 A 10 ANOS QUA 13H ÀS 16H
TURMA 2 CCG 05 A 07 ANOS QUI 10H ÀS 12H
TURMA 3 CHÁCARA DO CONDE TURMA MISTA QUI 14H ÀS 16H
TURMA 4 CASA 27 TURMA MISTA SEG 14H ÀS 17H
Buscamos refletir sobre o lugar do imaginário da criança, o pertencimento e as diversas possibilidades de existir, tornando oPiÁumespaço-temposeguroedeacolhimento.JuntesaosPiÁs tivemos a oportunidade de nos debruçarmos sobre questões acerca da construção da identidade individual e coletiva, trabalhando o autoconhecimento, pertencimento no território, autonomia,reconhecimentodesiedaescutadocoletivo.
Nossos encontros também eram compostos por brincadeiras específicas das linguagens, com propostas de jogos teatrais e corporais, aquecimentos e alongamentos, construção de cenas, criaçãodecenários,criaçãodehistóriascoletivaseleiturasde livros. Exibimos dois filmes: “Kiriku e a feiticeira” (1998), de Michel Ocelot, e o documentário em curta metragem, “Grajaú, onde minha história começa” (2013), desenvolvido pelos alunos daEMEFPadreJoséPegoraro,daregião.
No segundo semestre, houveram dois momentosbastanteespeciaisentreas brincadeiras. O primeiro foi a construção de brinquedos com material reciclado, cujo objetivo era ressignificar os materiais físicos e simbólicos. Com eles, fizemos um foguete, uma casa e uma robô, que tinham os órgãos expostos por uma caixa de portas abertas e um filhe. A partir disso, também repensamos a concepção de família e a construção daidentidadedegênero.
O segundo momento foi a confecção de abayomis e a pintura de cenários para uma brincadeira de fantoches. Neste contexto, conversamos sobre raça,a históriadessebrinquedoeaimportânciaderefletirmossobreos atravessamos afro diaspóricos de hoje. Deixamos as crianças livres para construir suas próprias histórias, trazendo suas realidades e leituras do tema. Dessa forma, percebemos que transitamos, organicamente, entre as linguagens do PiÁ, trazendo brincadeiras e processos que misturam o teatro, a dança,asartesvisuais,amúsicaeocinema.
Entendendo os espaços que possibilitam nossas vivências e contato com as crianças, atuamos dentro de uma mesma microrregião, porém os equipamentos são relativamente distantes um do outro, de forma que os PiÁs de cada espaço não se conhecem nem se relacionam. Dessa forma, as ações culturais facilitaram os encontros entre equipamentos.
Assistimos ao show “Estrepolias”, de Márcio Araújo, no Centro Cultural Grajaú, uma oportunidade para crianças e famílias que foram ao teatro pela primeira vez; ao espetáculo de dança “Nas águas do imaginar”, de Ton Carbones e Cia de Danças de Diadema, no Sesc Interlagos e fizemos parte do Encontro de famílias da Região Macro-Sul, no Parque Aclimação.
Somamos às diferenças de cada equipamento uma base suleadora, que nos guiou em todos os encontros.
Ressaltamos ainda, a participação no Fórum de Atenção Psicossocial a Criança e Adolescente, onde pudemos sair alimentades com percepções e abordagens multifacetadas de várias áreas, a respeito das crianças em tratamento da saúde mental.
Cheganças sensíveis: Fanta Konatê / Zé Manoel / Balaio Musical
Referências, nutrições e brincadeiras online: Carvalho, Lilian. "Música africana na sala de aula: cantando, tocando e dançando nossas raízes negras." (2010)
Bâ, Amadou Hampatê. "A tradição viva." História geral da África 1 (2010): 167-212. Novos Dias – Sergio Vaz: https://youtu.be/oEr3U3hkLR0 Brincadeira
Bingo animais brasileiros: https://wordwall.net/resource/16983168/animaisbrasileiros
Matéria da FAPESP sobre a cratera de Colônia, na zona sul de SP: https://youtu.be/7R8kVvLcIjU
Documentário - Quando o Instante Canta https://youtu.be/XaVbInq_OBU
Live for live BR com Tião Rocha – CPCD: https://youtu.be/hsZ06KxNoLo
Curadoria: AEP Adriana Gerizani Arte: Área de Comunicação 2022 Diagramação & Layout: AE Jonathas Mendes
Textos: equipe Grajaú/Parelheiros AEs
Alexandre Medeiros, Helen Reis, Janaína Soares, Jonathas Mendes, Júlia Iwanaga, Leandro Vieira, Marcelo Lavrador, Mayara Andrade e Wellington Neri (Tim)
Revisão de Texto: Adriana Gerizani
Treze artistas se “escolheram”, entre aspasporqueédasescolhasqueavida não explica, das escolhas que o trabalho realiza e das escolhidas das providências divinas. Espie. Só sabemosqueembarcamosnessaviagem juntes e o Campo Limpo foi nossa moradapiazística
Brincamos, sorrimos, dançamos, cantamos, tomamos chuva, brigamos, festejamos, nos esparramamos pelas beiradas da sul para fazer a brincadeira acontecer, ou fazer parte das brincadeiras que já aconteciam. Quantas crianças e adolescentes pudemos conhecer e quantos aprendizados tiveram em cada encontro? Cada dupla, mil e uma histórias. Eu articuladora, outras tantas. Juntes, um tantodemais.Foiassim,nabuscapela Alegria como fundamento, no brincar para vitalidade e continuidade de uma sabiência. Legado que as crianças são rainhas e reis, o legado que vive no ReinodaImaginação.
Ponha fé! Sobrevivemos os dias na encantaria, fazendo o nosso trabalho de ouvir as frestas/festas de espaços possíveis com seus brincadores, brincadoras e brincadoris. Na leveza, na brabeza e na luta diária, nos CEUS, buscamosoSOLdecadacriança.
Praembarcaçãonãovirar,brincarerao acordo,fundamentoeética!Eassim,os processos pedagógicos se deram, na troca,naescutaenodiálogo.
Muitos nãos pelo caminho, mas com uma única certeza, as crianças são grandiosas,echeiasdepoderesdereencantaromundo. Somosprovaviva!Somoseseguimosno encanto!Viva!Vivas!Vivos!
OqueéoPiá? OPiá? Pia? PiuPiuPiu... Sãotodasascrianças!!! Oqueéoqueé? Falesemdizer OqueéoqueéoPiápravocê?
Nadamaisédoquetudo OPiácabetodomundo Temgentedetodolugar Prajuntosagentebrincar.
ÉumCampoLimpoprasedesenhar novasinvenções SaudarnovosCantosdoAmanhecer Paraumfuturoqueahistóriavaiviver Deummergulhodeliberdadeas margensdaGuarapiranga Prairradiareuevocê ComoumFeitiçodaViladoSol MistérioseAlegrias Nessenovoviver
Oqueéoqueé Falesemdizer OqueéoqueéoPiápravocê? OPiápramiméumpeixequenadae voa... Oqueéoqueé Falesemdizer OqueéoPiápravocê? MÚSICA: OQUEÉOPIÁPRAVOCÊ AUTORIA:VANESSAROSA
Obrincarépotênciavital,ensinasobre avidaerefletenomodocomonosoríentamosnomundo.Ématériadeensino paraobem-viver,épossibilidades!
Obrincarédireitoconstitucional,que precisa ser garantido, e aqui, equipe feita, vamos de encontro as escutas e trocas com as crianças do território Campo Limpo, que se estende a Capão Redondo, Guarapiranga e M ́Boi Mirim. Matéria de ensino é pega-pega, dança das cadeiras, ouvir e contar histórias de assombrar e acarinhar, construir cabanas e esconderijos secretos, desenhar monstros, colher sementes e fazercoroas...étodoatodelibertara imaginaçãoeconstruirnovosmundos.
Vanessa Rosa - Articuladora de Equipe e Processos Artísticos Pedagógicos
Para conhecer mais e acompanhar os caminhos trilhados pela Equipe Campo Limpo no ano de 2022, acesso os links abaixo:
Link–HistóricoEquipamentos https://drive.google.com/drive/folders/ 16_JcTNiqWxTKlwqWKzLLPbXIwmbDUCG?usp=share_link
Link–AvaloraçõesePlanejamentos https://drive.google.com/drive/folders/ 1nzR20He9C3M9sumcisMZDCxeWbhF5MM 6?usp=share_link
Link – Referências – Artístico Pedagógico https://drive.google.com/drive/folders/ 19g4ws5fpAQoOeqWEmHhRCUFG6RGnQeo c?usp=share_link
PrimeiroanodePiápós-pandemia(oudequasefinaldepandemia).
Na equipe Santo Amaro - 2022 foi tempo de se reaproximar, e essa reaproximação não foi tão rápida nem tão fácil. Foi tempo de entender toda a complexidade que essa distância longa trouxe para as crianças, para as famílias, para as pessoas que trabalham no programa e para toda a estrutura queenvolveoPiá.
Equipamentos culturais reabrindo, desarticulações, um início do ano tardio em abril, quase maio, muita correira, pouco tempo para planejamentos. Tivemos que entender as dinâmicas, as mudanças e os ritmos dentro da equipeedentrodosterritórios.
Nesta equipe com territórios tão distantes e tão diversos, nos encontramos nos compartilhamentos de processos, discutimos muito sobre a implementaçãodoPiáemespaçosdaredeintersetoriaesobreocomoissose refletiu nos processos pedagógicos, como as dinâmicas se instauraram de maneiras diferentes nestes outros espaços e de que maneira as práticas precisaramseadaptar.
OqueoPiáganhoueoqueeleperdeunestanovaconfiguração?
Também compartilhamos processos artístico pedagógicos na prática com reuniõesdetrocas,debrincadeiras,detécnicasartística,pinturaaéreaem tecido, confecção do jogo da Mancala, Imagem-e-ação, amarelinha africana, criação de tintas e carimbos, desafios de escrita criativa, e tantasoutrascoisas.
Aprendemosunscomosoutroseampliamosnossosrepertórios.
Também fizemos encontros virtuais entre as turmas de crianças de diferentes espaço, colocando estas crianças em contato com outras realidadeseoutrasformasdevivenciarseusprocessosdentrodoPiá.Cada turma mostrou seu espaço, criou desafios, fez perguntas, contou sobre suasbrincadeiras.
EessesencontrossetornaramnossoEnsaiodePesquisa-Ação.
Tentamos estabelecer dentro da equipe a mesma horizontalidade e protagonismo coletivo que propomos para as turmas de crianças do Piá, criando um espaço de afeto, tentando levar o trabalho de forma coerente com os princípios do programa. Um lugar onde o ponto de partida e de chegada sempre foram as crianças e adolescentes atendidas por cada dupla,massemdeixardeladoascriançasquenóstambémsomos.
ArtistasEducadores:
DiegoCastrodaSilvaCavalcante(ArtesVisuais) JéssicaAparecidadaSilvaEvangelista(Música)
Turmas na Biblioteca Marcos Rey: Segundas Manhã das 8h30 às 11h30 Segundas Tarde das 14h às 16h. Quartas Tarde das 14h às 17h.
Turmas CCA Jardim Umarizal: Quartas Turma 1 das 8h às 9h30. Quartas Turma 2 das 9h30 às 11h.
Nosprimeirosencontrostrabalhamoscomascriançasacriaçãodeuma zineondeelascriavamahistóriapartindodopassarinhodopiáeoque elasdesejamparaosencontrosfuturosaodecorrerdoano.
Realizamos entrega de livros de doações para todas as crianças em maio, a biblioteca forneceu três livros em agosto dando continuidade na distribuição de livros. Sendo eles: CULTURA de Arnaldo Antunes, CADERNO DE RIMAS DO JOÃO de Lázaro Ramos e CLARICE E AS MULHERES. Com as turmasda Biblioteca fizemos a leitura coletiva do Caderno de Rimas do João e com o livro Cultura, além da leitura coletiva,fizemospinturascriandonovosfinaisparaahistória. No CCA com a Turma 1 fizemos a leitura coletiva do Caderno de Rimas do João e com a Turma 2 entregamos os livros, tivemos um tempo para leituras individuais, depois fizemos estilo um Sarau: quem se sentia confortável fazia a leitura de um poema, ou um trecho do livro. E por fim em outubro recebemos uma doação de gibis, que entregamos um exemplarparacadacriança.
Em julho tivemos o primeiro encontro de famílias realizado no dia 02, um sábado, na biblioteca com o tema de festa junina. Recebemos as crianças e suas famílias, e para este encontro organizamos em conjunto com as famílias uma troca de brinquedos: sugerimos para aquelascriançasquetinhambrinquedosembomestadoequepoderiam trocar. Tivemos uma grande participação, erealizamos no encontro Pescaria e o jogo Derruba Latas, com os brinquedos recebidos como prendas.
Durante o ano realizamos atividades das mais diversas, criando brinquedos, jogos, desenhos que viraram chaveiros, sessão de cinema, musicalidade, pintura com tinta, carvão, trocas com outras turmas do piáviachamadadevídeo,criaçãodepersonagensparacards,contação de história, as mais diversas possibilidades de criar e brincar. Pra deixar um gosto de quero saber mais, entender como foi todo o processo desses quase oito meses deixamos aqui uma palavra que surgiuduranteumdosencontros:FRUTAÇÃO.
ArtistasEducadores:
JoséOlegáriodosSantosNeto (Circo)
NathaliaBevilacquaAguiar(ArtesVisuais)
Turma 1
Local: CCM Hip-Hop Sul
Dia e horário: quarta-feira das 10 às 12 horas
Público: crianças e adolescentes de 10 a 14 anos
Participantes: 3 adolescentes e 2 crianças
A turma da manhã iniciou com 3 adolescentes de 13 anos, sendo dois deles inscritos e um que acompanhava um amigo inscrito. Todos os participanteseramdaEMEFJoãoGualberto,queficaaoladodaCasade Culturae,porcontadasaulasdoensinoFundamental2aconteceremna parte da tarde, os adolescentes vinham para o PIÁ na parte da manhã. Foram desenvolvidas atividades relacionadas a desenho, descrição, observação do corpo e da sua expressividade, pois houve uma demanda dos adolescentes por atividades com visualidades. Esses participantes se mantiveram na turma até agosto. A partir de então abrimos a turma para outras crianças que frequentam o espaço espontaneamente, e que se mantiveram na turma até setembro, passando a participar da turma da tarde por mudança de escola. Essas crianças estavam na faixa dos 7 anos, e as famílias não fizeram a inscrição e a matrícula no programa, maselasestavampresentesnacasadeculturaduranteasatividadesdo PIÁ. Com essas crianças construímos bolinhas de malabares, fizemos desenhos coletivos e outras atividades propostas e elaboradas junto com elas. A partir de outubro, com dificuldade de formar turma nesse horário da manhã, decidimos realizar ações culturais na EMEF João Gualberto.
Turma 2
Local: CCM Hip-Hop Sul
Dia e horário: quarta-feira das 14 às 17 horas
Público: crianças de 5 a 10 anos
Participantes: 12 pessoas
Nas quartas-feiras de tarde, formamos uma turma de 12 crianças, das quais 9 estavam inscritas no programa e 3 participavam como público espontâneo da pracinha, área externa da Casa de Cultura. Mesmo que não inscritas, essas 3 crianças frequentaram a maior parte dos encontros realizados. Algumas das atividades realizadas com as crianças estavam voltadas para a descoberta das habilidades corporais atravésdasacrobaciasedomalabarismo.
Também demonstraram interesse em algumas atividades de construção de objetos coletivamente com diferentes materiais, assim como desenho e colagens. Através dessas atividades, exploramos temas como medo, construção de personagens, o riso e a piada, autoconhecimento e troca de saberes.
Turma 3
Local: CCA Grossal Campo Grande Dia e horário: quinta-feira das 10 às 12 horas Público: crianças de 5 a 10 anos e adolescentes de 11 a 14 anos
Participantes: 30 pessoas
Inicialmente estávamos entrando em acordo com a ONG Recica para realizarmosumaturmaàsquintas-feirasdemanhã.Porcontadadificuldade de infraestrutura da ONG, tivemos que suspender a parceira e passamos a ocupar o período, durante o primeiro semestre com ações culturais com as turmas do ensino fundamental 1 da EMEF João Gualberto. Em agosto, iniciamos a realização dos encontros do PIÁ às quintas-feiras de manhã no CCAGrossalCampoGrande.Porcontadadiferençadeidadesentreopúblico doCCApelamanhã,optamosporsepará-loemdoisgruposquesealternavam acadasemana.
Comascriançasde5a10anos,desenvolvemosatividadesdeconstruçãode objetos e fortalecemos o espaço para formação de coletivo. Com adolescentes, desenvolvemos diversas atividades de experimentação de corpo e expressividade, tais como criação de cenas e jogos coletivos. Também através de jogos, conseguimos estabelecer troca de repertórios culturais e também abrir diálogos às preocupações e dificuldades desses jovens.
Turma 4
Local: CCA Grossal Campo Grande
Dia e horário: quinta-feira das 13:30 às 16 horas Público: crianças de 5 a 12 anos
Participantes: 36 pessoas
Durante os 2 primeiros meses com a turma 4 do CCA tentamos realizar as atividades com as 36 crianças juntas. Percebemos dificuldade de estabelecer escuta e propostas do encontro. Portanto, decidimos dividir a turma em dois grupos que se alternavam semanalmente. Passamos as mesmas atividades para os dois grupos, com alterações de acordo com asparticularidadesdecadagrupo.
Realizamoscomascriançasatividadesparafortalecimentodasrelações coletivas de forma com que elas pudessem propor atividades de interesse e acordos para um melhor relacionamento do grupo. Ao longo dosencontros,exploramosamusicalidadeatravésdocorpo,apercepção do corpo e seus sons e sensações, memórias do território e exploração dacriatividadecomoexpressãodasubjetividade,entreoutraspropostas.
DurantenossapassagempeloPIÁ,conseguimosrealizaraçõesculturais naEMEFJoãoGualberto,quebuscavamacriaçãodedesenhoscoletivos. Também realizamos ações culturais na CCM Hip-Hop Sul, que traziam a junção de acrobacia aérea e pintura abstrata e a construção de carimbos.
As relações com a equipe da Casa de Cultura se deu de forma espontânea e produtiva. As parcerias e atividades abertas propiciaram umarelaçãomaispróximacomopúblicodobairro.
ArtistasEducadoras:
AdrianaGaetaBraga(Audiovisual) JúliaZocchi(Literatura) Turma 1 e 2
Terças-feiras das 10h às 12h e das 14h às 17h Turma 3
Quartas-feiras das 9 às 12h Turma 4
Quartas-feiras das 14h às 16h
O plano de trabalho da equipe do Centro Cultural Santo Amaro tinha como elemento norteador o contar e recontar histórias, o que fazia sentidonoterritórioqueocupamos,jáqueocentroculturalpossuiuma biblioteca infantil e um Teatro. Durante os encontros, procuramos sempretrabalharcomasnarrativascriadaspelascrianças. Assim, fomos para planetas distantes, recebemos visitas de ETs bonzinhos, conhecemos as florestas encantadas (e também assustadoras) e muitos animais e heroínas empoderadas apareceram em nossas narrativas. Para materializar essas histórias maravilhosas, usamos de diversos suportes e linguagens. Fizemos figurinos com tecidos, criamos máscaras com pinturas, criamos cenários com cadeiras, almofadas e tatames. Também construímos “casas de histórias”, estruturas especiais onde podíamos deitar e ler livros. Os elementosnaturaisforammatériadeexperimentaçãoefizemosbarcos, plantamos feijões e vimos os insetos aumentados por uma lupa. Daí, vieram histórias de monstros, pedras de outros planetas, mundos invertidosenaviosquenavegaramporterrasdesconhecidas.
Na EMEI Borba Gato, iniciamos uma parceria no projeto “Leituraço” da escola e apresentamos o livro “Kiriku e a Feiticeira”. Estimulamos o fazer autoral com desenhos e o movimento corporal através da brincadeira de observação dos animais. Também aprendemos novas brincadeiraspropostaspelascrianças.
Algumas ações desenvolvidas: distribuição de livros infantis na CEI Santo Amaro com a parceria do Centro Cultural Santo Amaro; Ocupa Pracinha (revitalização da entrada do centro cultural e da praça com a arte das crianças e das famílias); Piquenique com as famílias; Presença dos Piás no XV Encontro Criança Criando Dança -EMIA–noCentroCulturalSantoAmaro;PasseioaoZoológicocom a EMEI Borba Gato, Presença dos Piás nos espetáculos “Jardim” e “Catapum”ambosdogrupoSobrevento.
ArtistasEducadores: TatianadeOliveira(Dança) WagnerFreire(Teatro)
CASA DE CULTURA M’ BOI MIRIM
Turma 1: Quarta-feira das 13h às 15h
Público: Crianças de 05 a 10 anos
Participantes: 05
Turma 2: Quarta-feira das 15h30 às 18h30 Público: Crianças e Adolescentes 10 a 14 anos Participantes: 18
Turma 3: Segunda-feira das 9h as 11h
Público: Crianças e Adolescentes 06 a 14 anos
Participantes: 40
Turma 4: Segunda-feira das 14h as 16h Público: Crianças e Adolescentes 06 a 14 anos Participantes: 40
Doisespaçoscomvisõeseparticularidadesdiferentesealgoemcomum;a necessidade do brincar, como é observado nos relatos das próprias crianças e adolescentes que reclamam que na escola onde estudam não têmtempoparabrincar,nãopodemcorrer,pularenemconversar.Enesse contextooPIApreencheessalacunadobrincaredasocialização. Com relação ao território e à divulgação do programa, ficou evidente a falta de entendimento e comunicação entre a Educação e a Cultura, visto que em apenas uma escola nos foi autorizado falar sobre o programa nas salas de aula, o que explica a maioria de inscritos no programa vindos dessaescola.
Os encontros aconteceram às quartas-feiras no período da tarde. Todas gostam de ir e fazem questão de participar das atividades; isso porque através dos processos artístico pedagógicos que nós Artistas Educadores criamos, conseguimos chegar a um momento único: o coletivo. Dialogam muito sobre a falta de espaço para brincar, o que justifica a explosão de energia e a predileção por brincadeiras corporais como correr, pular, dançar, gritar e ser feliz por alguns momentos. No entanto, algumas chegam com fome e pedem para antecipar o lanche, porque não conseguiram almoçar em suas casas. Outras levam algo para comer e dividir com o grupo, mas a maioria não tem condições de levar algo para dividir.
Muitas brincadeiras e formas diferentes da mesma brincadeira foram experimentadas exaustivamente por interesse das próprias crianças. Revisitamos brincadeiras clássicas como “Corre cotia”, “Escondeesconde”,“Cabracega”eoutrascomo“Amarelinhaafricana”,“Acidade dorme”,entreoutras.Valeressaltarqueamúsica,adança,oteatro,a literatura e as artes visuais fizeram e fazem a costura e a condução dessebrincar.
O espaço da Casa de Cultura, apesar de ser grande, não tem espaço para os objetos e materiais para que possamos guardar e utilizar, o que nos obriga a trazer tudo de casa em todos os encontros; instrumentos musicais, lanches doados semanalmente pelo mercado parceirodoprograma,materiaisparabrincar,lápisegizdecera,cola, barbante,tesoura,elásticos,corda,pião,enfim...
OEncontrodeFamíliascomasturmasdaCasadeCulturaM’BoiMirim foi ótimo. A pluralidade de ideias, de memórias e de pessoas deu sentido ao evento. As famílias vivenciaram e se divertiram nesse dia, tornaram a ser crianças novamente. Percebemos o quanto é importanteessemomentonoPIÁ,arelaçãoentreasfamílias,espaçoe comunidade.
Os encontros no CCA Bandeirantes, acontecem as segundas-feiras no períododamanhãedatarde.AscriançasdoCCAsentemmuitafaltado brincar,queremfalar,gostammuitoquandoédiadoPIÁ,porquesabem que irão ter um dia diferenciado. São crianças muito agitadas, os adolescentes não gostam muito de participar do PIÁ, mas na maioria das vezes interagem nos processos artístico pedagógicos que realizamos.Amaioriaestáemestadodevulnerabilidade. Uma das Ações Culturais que desenvolvemos junto com as crianças e adolescentes foi o “Desfile Maluco” onde poderiam se vestir e criar seusmodelosepersonagensnessedesfile,atémesmoaseducadorase funcionáriasdoCCAparticiparamdodesfile.Foidivertidoeparanossa surpresa tivemos a participação na reta final dos adolescentes, que assumiramoeventocomseusfigurinosepersonagens.
ArtistasEducadores:
LilianMartins(Dança) WilsonMadri(Teatro)
Turma 1: Terça-feira das 09h30 as 11h30
Público: - Crianças de 05 a 10 anos Participantes: 02 crianças e uma avó responsável
Turma 2: Terça-feira das 13h as 16h Público: Crianças de 05 a 07 anos Participantes: Revezamento entre 10 turmas de 20 crianças cada.
Turma 3: Quintas- feiras das 09h30 as 11h30
Público: Crianças e Adolescentes de 06 a 15 anos
Participantes: 20
Turma 4: Quintas- feiras das 13h as 16h00
Público: Crianças e Adolescentes 06 a 15 anos Participantes: 20
"Ninguém educa ninguém, como tampouco ninguém se educa a si mesmo: os homens se educam em comunhão, mediatizados pelo mundo.” (FREIRE, 1987)
“Compartilharnossossaberessemsaber,osvalores,experiências,aimportânciados valoresterritoriais,aquiealideixamosumpedacinhodenós.”(LilianMartins)
No trabalho de divulgação pelas escolas da região, percebemos a peculiaridade do território, pois as crianças se deslocam sozinhas pelo bairroeoCEUficaemumaavenidamovimentada,oqueimpossibilitaaida sozinhaatéoencontro.
Por isso poucas crianças frequentavam os encontros, apesar da grande divulgação na região, e em um dos horários das turmas, acabamos realizandoaçõesemparceriacomaEMEIdoCEU.
SASF- Serviço de Assistência social a família, serviço que atende mais de milfamíliasdoterritório.CompartilhamoscomtodaaequipedaredeSASFe fomosmuitobemrecebidosportodes.OprogramaPIAtemsidodeextrema importância, pois o bairro tem uma grande carência de políticas educacionaiscomoesta.
Nos encontros tentamos vivenciar um pouquinho do maior número de linguagens possíveis. Sendo assim, trabalhamos pensando no corpo da criançaeadolescentepóspandemia,propusemospassosdedançasque trabalhavam a coordenação motora a memorização, equilíbrio, ocupação do espaço, noções básicas de dança. Já nas artes visuais criamosobrasbaseadasemKandinsky,Miró,Arcimboldo,Anna Tokarska, Van Gogh entre outros. Além de esculturas de argila, confecçãodemaquetesefigurinos.
Na Música viajamos pelo universo da música clássica, MPB, rap, baião, além de conhecer e experimentar alguns instrumentos como violão, cavaquinho,ukulele,pandeiro,gaitaeasalato.
Confeccionamos também alguns como, bixigofone, chocalhos, ocean drums.
Durantenossosencontrosparticipamosdorecreionasfériasetivemos a oportunidade de conversar com jovens de 15 a 18 anos que não participam normalmente das atividades propostas pelo CEU. E foi grandiosotudoqueouvimos,sensacionaledemuitapotência,pudemos apreender com cada jovem que compartilharam suas experiências e semasouviréomesmoquenãosenutrirdelas.
Em2021aequipedeArticulaçãodeÁreadeComunicaçãocriou perspectivas e planejou todas as suas ações entorno das proposições da Coordenação Artístico-Pedagógico e do edital em cumprimento das as leis antirracistas – 10.639/03 e 11.645/08, das cotas para pessoas PCDs, Trans e Travestis, Negras e Indígenas, das intersetorialidades e entre outras. Foinos inspirando ainda que de forma poética, simbólica e prática astecnologiasancestraisapartirdascosmovisõesearquétipos dediversospovosafro-indígena-diaspórico,emespecíficoEsùe Ogum para nos encantar e agir por meio destas premissas, fricçõesefissuras.EsùEleguá,abocadomundoquecometudo ecospetransformado,queestáemtodaformadeencruzilhara vida, e Ogum o percursor de toda a tecnologia humana, das criações existentes nestes ciberespaços e espaços artísticocultural e educacional periféricos da cidade para que pudéssemos concretizar nossos desejos ou maior parte deles, seassimfossepermitido.Esefossepermitido,aperspectivade 2022 foi a retomada e continuidade nas proposições existentes no programa e co-criar sobre como e quando existimos, presentificamosenarramostrajetórias,históriasememórias.
As equipes de áreas macrorregional tem por sua característica trios, o que nos fazem criar o imagético de uma tríade, um conjunto de três entidades que se movem pelos territórios com suas singularidades, identidades, conhecimentos, ferosão e afetos que ressoam nas territorialidades a combinação de nossaequipe,queaosemovimentar,horasseaproximaehoras se distancia para poder co-criar juntes possibilidades pluriversaisemcoletivo.
Vale ressaltar que para a edição de 2022 houve uma fusão durantefloresdemaiodaequipedaediçãoanterioredaequipe da edição atual, e esta estratégia gerou outros gestos de encruzilharasnossassabençaseosnossossaberes,olhandoe cuidando, respeitando o que havia antes, o que já estava em curso,oqueveioantes,oagoraeoquevirádepois.
Então partimos do pressuposto: Se a primeira encruzilhada é o corpo,depoissãoosencontroseredesnasruas,becos,favelas, vielas… caminhos. Como se encontrar em rodas, em territórios e suas territorialidades feita por e com pessoas (crianças, adolescentes, famílias, trabalhadoras/ys/es de cultura e educação e corpo dissidente do programa), em movimentos espiralares para abrir espaços para os gestos de se comunicar nas encruzilhadas? Entre tantas outros questionamentos e reflexões em percurso, vão aos poucos fundamentando à nossa equipe para firmar cada proposição, estas vão emergindo em seutempo.
Relatório de ações- CADERNO
Humanizarasredessociaisdoprogramaapartirdacriaçãode editorias, ou seja, eixos temáticos para guiar os dias de postagens criando um hábito para o público receber determinado conteúdo. Ex: #tbt, esquenta, chamamento –inscrição e resultado, transmissões ao vivo, encontros presenciaiseetc.
Criaçãodeartesgráficasparaidentidadevisual Ensaio de foto e filmagem para criação de artes visuais e identidadevisual
Publicação em redes sociais e plataformas digitais (Instagram,Facebook,YouTube,Spotifyeoutros) Assessoria de Redes Sociais e Assessoria de Imprensa –consultoriaecriaçãodeconteúdo
Comunicação e Marketing Digital – estratégias de divulgação
Lançamento da edição do programa – para/em plataformasdigitaiseapresentaçõespresenciais. Fluxodepostagenseinboxnasredessociais
Engajamento do público online. Ex: meta de termos 5 mil seguidoresnoInstagram Facebook: postagens, transmissão ao vivo, streaming e etc; YouTube – Personalização do canal 2022. Ex: #TAG #smc @programapia#emia#piapi;
Relatório de ações- CADERNO
AtualizaçãodaBibliotecaVirtual; Agenda Cultural do Programa – compartilhamento de açõesparaopúblico; CriaçãoeinserçãodeconteúdosnoLinktree; Criaçãodeartes/CARDSeoutrosmateriaisaudiovisuais; E-MAIL:Organização,assimilaçãoememóriadoprojeto; Repaginar a biblioteca, verificar o que está dando problemaesolucionaroconflito; Propor novo design e/ou aprimorar o layout da Biblioteca virtual para ser cada vez mais envolvente, prático e orgânicoparavisitantes; Comunicaçãointernaeexternadoprograma; Tornar os conteúdos disponíveis e acessível com #ParaTodosVerem,#ParaCegosVereme#VerLibras. Criaçãodemateriais/cards/artessemanais; Criaçãodemateriaisatendendodemandasdoprograma; Recebimentoeconferênciademateriais/vídeos; Dowloadeuploaddeáudios,vídeoseimagens; Criaçãodelayoutdecertificados; Conferência e organização de materiais, descrições, textos eescritasdiversas; Conferência e acompanhamento das redes sociais, respostaspersonalizadasaopúblico; Balanceamento e estudos das redes, respostas, índices, insights e KPI’s – ex: alcance de público, interação com os conteúdos,perfildopúblicoeetc.
Relatório de ações- CADERNO
Criação e estudos de materiais facilitadores para as criações artísticas compartilhadas pelo corpo do projeto deformaassíncrona; Pesquisas e experimentações para compartilhamento de aplicativos e sites para edições de áudios, vídeos e imagens; Criação de rede de parcerias – Ex: SMPED, ProJovem, SPCineedeColetivos,Cooperativaseetc. Outros meios de comunicação pertinentes para o programa..
Linha editorial – trabalhar os principais temas que serão transformados em conteúdo, principais dúvidas do público, pontos de interesse em confluência com a proposta artístico pedagógicadoprograma.
Esse termo no jornalismo significa a forma que a empresa jornalística enxerga o mundo, valores e premissas que fundamentamosconteúdos.
No marketing digital a linha editoral é uma maneira de dar segmento aos conteúdos que serão publicizados nas redes a fimdealcançaropúblicoetornar-sereferência
Editorias são as categorias de conteúdos, ou seja são mapas suleadoresdivididosporassuntoouinteresse. Segundo o plano de trabalho da Área de Comunicação de 2021
Eixos temáticos que organizam um jornal, revistas, dias de postagensnasredessociais.
O termo é utilizado na grande mídia para localizar o leitor, ou seja, você cria o hábito da pessoa receber determinado conteúdo naquele dia da semana, além de organizar os conteúdosqueserãopublicadaspeloveículo.
Referênciaparaconstruçãodotexto:RockContent
nocentrodetudo,ouquasetudo,ocorpo, umenigma.um mistério.umasituação. e/ou umcruzamentodemarcasemarcadores,uma encruzilhadadedúvidasedívidasque percorremnossasveiasenossosistema circulatório,econômicoeafetivo?
Territorializar as áreas foi o encantamentodessaediçãode2022 como artista regional da Área de Comunicação. O início da trajetória foi dia 06 de Maio no Centro de CulturadeSantoAmaro,aindacomo espectadora do que já estava acontecendonoPIÁ.
Alinaquelelugar,soubequearegião que eu estaria seria a Sul de São Paulo. Este ano as equipes microrregiões eram Ipiranga Jabaquara com articulação da Gustav; Grajaú Parelheiros com a articulaçãodeAdriana;CampoLimpo com articulação de Vanessa Rosa e Santo Amaro com articulação da Mage.
Gravação de música com participação das crianças para o Balaio Musical, realizada na Casa de Cultura da Vila Guilherme Foto: Dani Aoki
Estação
Aos poucos eu percebi que diferente das edições online, eu de fato, pertenci às equipes e ao processo criativo, encontros e realizaçõescolaborativas.
Euestivecomascrianças Atravessei... criei novos trajetos no meu coração para estar disponível aos territórios, famílias, crianças, adolescentes, artistas....
Pulsei
Vibreidealegriaemcadaabraçoesorrisos Ah, não contei, fiz parte também da área de Redes e Acessibilidades, na verdade, eu e a Aline Alves criamos uma sintonia e uma vontade de estar juntas nas equipes e nos territórios que nos permitiu tecer uma rede de apoio entre nós, entreequipes.Alémdetecerredesdecomunicaçãoecriaçãocom eparaessapolíticapúblicapotentequeéoPIÁ.
Como sabemos, nem tudo é transbordamento. Teve momento de sufocoemquesepercebiaqueosenso de coletividade não está para todo o corpo de artistas contratades e isso feriu, sobrecarregou... a não comunicação, o deixar sem retorno, desestabilizaetiraofocodoqueémais importante estar com e para a sociedade, crianças, adolescentes e famílias. Criamosmemórias,afetosqueespirala nasalegrias,lutasepartilhas. Sigo acreditando na potência do encontro e na continuidade de estar próximo de cada território, espaço cultural, espaço parceire, crianças, adolescentes, famílias, artistes para essa rede de comunicação, criação e apoio esteja conectada fortalecida e atenta...
Compartilho alguns dos registros das ações culturais, semana de formação, encontro de família e gravações do BalaioMusical2022.
Gravação de música com participação das crianças para o Balaio Musical, realizada na Casa de Cultura da Vila Guilherme. Durante a ação,tambémdisponibilizeiacâmerafotográfica paraexperimentação.Foto:DaniAoki
Relatório de ações- CADERNO
Realizamos junto as equipesdaZonaLesteum encontro de preparação para o Bloco Eureca com DidiCarvalho,NeiaBueno eSidneiFerreira,ondefoi apresentadoumpoucodo trabalho do CEDECA Sapopemba e também o históricodoBlocoEureca -EureconheçooEstatuto da Criança e do Adolescente.
As intervenções acontecerão durante o desfile. Cada intervenção será precedida da Frase: “EU PRECISO RESPIRAR”. Posterior a essa frase, uma criança, adolescente ou jovem irá falar uma frase, que compõe algum dos Sambas-enredo do EURECA, considerando os 10 (dez) anos de participação no território de Sapopemba. As intervenções se darão nas paradinhas da bateria. A proposta é que enquanto a frase estiver sendo dita, os demais componentes ao redor se abaixem para evidenciar quem está falando e o grupo da imprensa possa registrar de forma mais
PRIMEIRA INTERVENÇÃO: “EU PRECISO RESPIRAR”
1ª FRASE
UM BRASIL COM MORADIA, EDUCAÇÃO E CULTURA (EURECA, 2012).
2ª FRASE
UM BRASIL DA DIVERSIDADE, DO RESPEITO E DA IGUALDADE (EURECA, 2018).
3ª FRASE
A MOBILIZAÇÃO E A UNIDADE POPULAR (EURECA, 2018)
SEGUNDA INTERVENÇÃO: “EU PRECISO RESPIRAR”
1ª FRASE
COM LUTA E IMAGINAÇÃO CONTRA A DESTRUIÇÃO (EURECA, 2020).
2ª FRASE
O DIREITO HUMANO DE DECIDIR, NÃO APAGAR A MINHA HISTÓRIA E DE PRESERVAR MINHA MEMÓRIA (EURECA, 2012/2020).
3ª FRASE
TRAZENDO A PAUTA PRA O MEU POVO DISCUTIR, SEM NENHUM DIREITO A MENOS, O ECA AGORA ESTÁ NO CARNAVAL (EURECA, 2016).
TERCEIRA INTERVENÇÃO: “EU PRECISO RESPIRAR”
1ª FRASE
A MUDANÇA DESSE QUADRO INFELIZ, POIS MESMO COM O ECA, TEM MORTE EM VÁRIAS ÁREAS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES (EURECA, 2013).
2ª FRASE
SEM MORTE E DESTRUIÇÃO, SEM ÓDIO NO CORAÇÃO (EURECA, 2020).
3ª FRASE
SEM ESTAR A DERIVA NO MAR, POIS ESTE CENÁRIO TEM QUE MUDAR: EMPREGO JÁ! (EURECA, 2021/2022)
QUARTA INTERVENÇÃO: “EU PRECISO RESPIRAR”
1ª FRASE
TRAVANDO A LUTA POR DIREITOS SOCIAIS, CRIANÇAS E ADOLESCENTES PELA CULTURA DE PAZ (EURECA, 2019).
2ª FRASE
A DIVERSIDADE, O RESPEITO E A IGUALDADE, NUM BRASIL COMO TERRA DA DIVERSIDADE (EURECA, 2018).
3ª FRASE
EXALTANDO O VALOR DO MEU GÊNERO E COR, A MISTURA DA PERIFA, DA CULTURA, DO TERREIRO E DO ALTAR (EURECA, 2018).
QUINTA INTERVENÇÃO: “EU PRECISO RESPIRAR”
1ª FRASE
UM BRASIL PÁTRIA DA EDUCAÇÃO, SAÚDE E HABITAÇÃO, SEM UMA GOLEADA DE VIOLAÇÃO (EURECA, 2014).
2ª FRASE
NA LUTA QUE CONTINUA, COM O BLOCO EURECA SAPOPEMBA, DESDE 2012 ESTAMOS NA RUA (EURECA, 2014).
3ª FRASE
CONTINUO À RESPIRAR: COM O BLOCO NA RUA, ESTATUTO NA MÃO E A PERGUNTAR: PUNIR OU CUIDAR? (EURECA, 2015).
Em 2021 retomo para o programa como articuladora de área de comunicação e divulgação que para mim e para equipe foi grande desafio, territorializar a função com as equipes em meio a pandemia e em modo remoto. Além de toda contribuição da ampliação e continuidade das plataformas digitais (divulgação e acervo de memória) – cito algumas para deixar de registro –CadernodeFormação,2aSemanadeFormação,Piácast,Biblioteca Virtual, PiáPuru - Livro Brinquedo, Observatório, Balaio Musical, editorias para as redes sociais e outros. E co-criei o GT TLGTBIAPN+ devido a escutas de denuncias de AEs que sofreram transfobia e/ou falta de redes de apoio para pessoas Trans e LGBTQIAPN+(crianças,jovenseadultos).Tambémcontribuicomo GT Branquitude e GT Acessibilidade e Redes de Apoio com letramentoético-racial,interseccionalidadeeoutros.
Contribuiemtudoquemefoipossívelepermitido,desdeformação, encontros e memórias de ações. Fui muito acolhida e tensionada pordiversosaspectossubjetivos.Edaípudemepermitirvivencias experiências que aos poucos reverbera a minha afirmação, questionamentoseexposiçãodeidentidadeeorientaçãodegênero.
Isso se reverbera em 2022 de outras maneiras como um processo de cura e de desejos, outras formas de articular. Dar espaço para aquiloqueantesparecianãoserpossívelexistir.
Em 2022 diversos foram os desafios, inicialmente a reelaboração da equipe de área de Comunicação e Divulgação com a chegada minhaedaDaniAokiemmaio,oacolhimentocomVeroniVieiraea criação de um plano de trabalho da equipe que confluísse com a CAPecomasdemaisfunçõesdoprograma,comoqueveioantese do que estava em percurso. Foram grandes marcos de acontecimentos que ocorreram em nossa equipe em um curto período.
Posteriormente o desafio foi criar a parceria com a área de acessibilidade e redes de apoio e integrar as equipes da macrorregional centro-oeste e norte nas reuniões e ações das equipes. Ao longo de escutas, alinhamentos e articulações, me aproximeiepropusjuntoaAnaCarolina-ArticuladoradeAcessibi-
lidade e Redes diversas sensibilização/chegança e o MaPiá em confluência dos planos de trabalho artísticas-pedagógicos. E as reverberações e desdobramentos foram diversos, o que nos fortaleceu enquanto "duplas" que circulavam pelos territórios e tambémampliouoacolhimentoparacomasequipesesuastrocas "articulares",relaçõesinterpessoaisnaelaboraçõesdeações.
Aomesmotempoquetivemosdesafio,tambémalcançamosêxitoem muitas das ações propostas junto as equipes, tais como apresentação das memórias do programa e das plataformas digitais, escuta das equipes e diálogos que fortalecesse o entendimento do projeto político artístico-pedagógico do programa, MaPiÁ – Escuta e Reconhecimento de Redes de Apoio juntosasequipes(sensibilizaçãocriadoentreduplaseentreambas áreascomunicaçãoeacessibilidade,ondesempreiniciávamose/ou continuávamos junto as equipes processos artístico-pedagógicos para o fortalecimento de articulação nas territorialidades, articulações sobre estratégias e meios de comunicação e difusão do programa e suas redes), entendimento do nosso limite de atuaçãopordiversasrazõesinstitucionaiseestruturantes.
Sobre as Ações Culturais, foram um grande acontecimento para minha atuação, pois pude vivenciar diversas proposições em toda ZN-CO e conhecer mais a cidade, me aproximar de diversas maneiras com as equipes microrregionais. E trocar experiências e saberes durantes os encontros, fazer registros poéticos que me fazememocionarsemprequeasrevisito.
Destaco algumas vivências tais como os Encontros de Famílias, gravações dos #piacast (RACNIRB, curta-metragem, entrevistas e outros),eemespecialaequipeJaçanã-Tremembéemquesomeide diversasformasequeproporcionaramerequisitarammaisaminha presença, deixando memórias marcantes com o AcamPiá em que vivenciamos experiências diversas junto as famílias, crianças e adolescentes, funcionários públicos dos espaços culturaiseducacionais com mais de 12 horas de programação artísticapedagógica,cultivandograndecredibilidadeetransformaçãocoma articulaçãolocaledasprespectivassobreo#programapiá.
Aproveitoparacitaralgunsespaçosquememarcaramatrajetória. Biblioteca José Mauro de Vasconcelos, Casa de Cultura da Vila Guilherme-Casarão,CasaAfroBase,AldeiaTekoaItakupe,Parque da Previdência, CEU Jaguaré, CEU Perus, CEU Jd. Paulistano, Centro Cultural da Juventude - CCJ, Parque da AclimaçãoBiblioteca Raul Boop, Espaço Irmagem (Grajaú). Museu da Diversidade,CCAVilaMedeiros,CEUParqueAnhanguera,CEUPêra Marmeloeoutros,
E por fim as entrevistas do #piácast que me fizeram imergir nas equipes microrregionais e macrorregionais de setembro a dezembro, alguns podcast foram feito por crianças e adolescentes doprogramaeoutrasforaminspiradasnasproposiçõesecomposta noplanejamentodasequipes.
O #piácast promoveu um "desdobramentos históricos, políticos e epistemológicos" trazendo voz para o protagonismo de crianças, adolescentes,AEseAEPsqueapontamanecessidadede"mudanças estruturaiseinstitucionais"depolíticas-públicasparaacidadede SãoPaulo,estaqueainda"nãoconseguiusuperarascontradições com relação a natureza e a cultura" a partir das implementações das leis 10.639/03 e 11.645/08, garantia de direitos de uso de nome social e redes de apoio para pessoas em vulnerabilidade socialepessoascomdeficiência(NASCIMENTO,Letícia.2021).
Assim quando tiramos de evidência o "mito de origem universalizadas", friccionamos e tencionamos "as 'histórias oficiais' à medida que desoculta outros protagonismos", aos poucos fazemos com que superemos "o lugar de mero objeto", segunda essa premissa, quando colocamos nossas teorias em práticas e em movimento, a despatologização dos corpos colonizados se faz urgente e necessária. Assim eclodimos a transformação para que estes corpos-dissidentes possa viver suas potências de "encruzilhadas das múltiplas identidades" sem fragmentá-las.(ARAÚJO,MariaClara.2022).
Todas estas ações contribuíram para a territorialização da Articulação de Área Regional de Comunicação e Divulgação nas equipes, respeitando as subjetividades e maneiras de atuações em macrorregião, em específico, a região macrorregional Norte Centro-Oeste.
Evidencio que todas experiências foram em confluência e durante os encontros das turmas, em ações culturais e em reuniões de equipes. Estes que alimentaram e nutriram muitos encontros,dandocontinuidadedamemóriadoprograma.
Sobre as identidades visuais do #programapiá, propormos as #artecolagem como forma de criar o imagético ficcionando uma outra realidade possível de existências e sentidos. As criações foram diversas e como exemplo de êxitos perspectivado podemos citar que a Biblioteca Virtual do Programa está de “cara nova” com a identidade criada pela área de comunicação eistoéumagrandeconquista!
Então #sankofando a trajetória eu me permito comemorar cada passo dado até aqui e agradecer a todas, todos e todes que cruzaramaminhacaminhadaequepartilharamumpoucodesi.
Viva a continuidade da memória do programa e a territorialização da área de comunicação e divulgação nas equipes, respeitando as subjetividades e maneiras de atuações emmacrorregião.Missãocumprida!
NataNeumann Articuladora de Área Regional de Comunicação e Divulgação
"Não podemos nos esquecer dos passos... dos tantos "Não podemos nos esquecer dos passos... dos tantos passos dados para chegar até aqui. Não nos esquecer passos dados para chegar até aqui. Não nos esquecer dos calos adquiridos no caminho, e nos lembrar dos dos calos adquiridos no caminho, e nos lembrar dos colos que apoiaram aquelas que vieram antes de nós. colos que apoiaram aquelas que vieram antes de nós. Desatando nós, que, por sua vez, nossa tez e nossa Desatando nós, que, por sua vez, nossa tez e nossa voz, desataremos outras tantas. Que continuarão voz, desataremos outras tantas. Que continuarão dandos seus passos e refazendo suas rotas, ao abrir dandos seus passos e refazendo suas rotas, ao abrir e bater portas, entre brasas e brasis, ao entrar e ao e bater portas, entre brasas e brasis, ao entrar e ao sair, ao prender, aprender e ensinar a fugir." sair, ao prender, aprender e ensinar a fugir."
Se existir é um pouco como navegar, eu, Aline, existo nos encontros da luta antimanicomial; e nas brincadeiras das infâncias, múltiplas e diversas. Meu cérebro e raciocínios existem através de pensamentos e sinapses não lineares. Minhas visões de mundo buscam coexistir com todos os modos de ser e estar no mundo. Anatomicamente, existo, sem pacto de compromisso e fidelidade com a norma ou a “realidade”.
Se existir é como navegar, eu, Ana Vitória Prudente, sou feita d'água um tanto doce e um tanto salgada. E as margens que me abraçam são as palavras que contornam minha alma, minha mente e meu corpo: mulher, negra, atriz, negra, produtora cultural, negra, estudante, negra, artista, negra! Meu sonho? Gota a gota: Tempestade.
Gota a gota: Transbordar Cachoeira, água livre, oceano caminhos abertos para a participação de todes na construção de uma sociedade mais justa e democrática.
Se existir é um pouco como navegar, eu Ana Caroline da Silva existo como mulher preta, aprendendo a gingar pela maternidade e no cotidiano sigo em redescoberta em cada brincar. Atuo constantemente em processo de valorização de nossas existencias. Nos processos da vida sou Gestora cultural, arte educadora, articuladora e ativista. Desenvolvo e circulo por ações com foco na população negra e nos aprendizados com acessibilidades. Em coletividades cofundei o coletivo Terça Afro e a Cia Caruru.
arte digital: Dani Aokiárea da comunicação 2022
O Programa Municipal de Iniciação Artística - PIÁ - possui ampla atuação e caráter diverso, e por isso é uma proposta, artístico-pedagógica, altamente dinâmica. Fundamentado por diferentes princípios emancipatórios e atravessado por inúmeras relações, o Piá é: a cidade, as infâncias, as culturas dos territórios, construção identitária, oportunidade de criação e manutenção dessa e outras importantes políticas públicas. Uma espécie de organismo vivo em uma cidade continentalSãoPaulo.NoPIÁolúdicoé,sobretudo,umaimportanteferramenta deconstruçãodesentidoepertencimento. 2022: primeiro ano de retomada de trabalho presencial, após dois anos de encontros e (re)existência on-line. 2022: simboliza o resgate das ações culturais, das reuniões de micro e macrorregiões, dos encontros de família, da reinvenção do brincar e da presença. 2022: também é o ano de implementação da área de Acessibilidade e Redes de Apoio, uma grande conquista em prol das múltiplas infâncias dentro e fora do programa. Início da concretização de um sonho sonhado muito antes de 2022, em outros tempos e espaços, por muitas outras pessoas que, agora, fazem parte da memória do programa: Daniel Freitas Amarelo, Silvana de Jesus, Juliano Jordão, Professora Karla Biancha Angelucci, Tertulina Lima, Maria Jordão, Lana Sultani, Pro Priscila e todos os piás da Sala de Recursos da Escola Solimeo da Estrada do Sabão e muitas outras, outros, outres asonhar.
Sonhospossíveissóexistemcomacoletividade!Hámuitavida,diversa,pulsante, a ser vivida, mas para vivê-las é preciso, sobretudo, respirar um outro tempo, para além daquele do relógio cronológico. Tempo do processo, tempo das diferentes linguagens, tempo que interrompe ciclo de violências. Tempo do encontro! Tempo de entendimentos e de escuta real e afetiva, combativa. Tempo de diferentes modos de ser e estar no mundo, considerando todas as existências e todas as subjetividades que permeiam a humanidade. Tempo, tempo, tempo… A natureza é construída por ciclos, no qual tempo e movimento sãofundamentos.
arte digital: Dani Aokiárea da comunicação 2022
Sonhar, além de ser motor da história, também foi o que movimentou e guiou a Área de Acessibilidades e Redes do Programa de Iniciação Artística - PIÁ. Paulo Freire nos ensina que temos a responsabilidade política de viabilizar sonhos que parecem impossíveis. Nessa perspectiva, não queremos "apenas" adiar o fim do Mundo, queremos construir um Mundo novo - em alusão a Ailton Krenak. E por isso repetimos, insistentemente, sonhamos com um outro tempo,quesejanosso. Para não dizer que não falamos de repetição, importante recurso e estratégia didática nas relações, repetimos: fomos uma Área construída a partir dos movimentos de artistas educadores e Grupos de Trabalhos (GTs), cujo primeiro ano de atuação, engajou-se em construir, junto a todo o corpo do programa, um mundo que valorize e reconheça as infâncias e seus saberes. Um mundo cuja diversidade fosse, de fato, a sua expressão de beleza, um mundo mais justoedemocrático.
Sonhamos com um PIÁ mais inclusivo, acessível e humano, para todas as crianças, inclusive àquelas que já cresceram. Acreditamos na perspectiva da continuidade, afinal, sonhos possíveis se constroem na coletividade e atenção aos ciclos, queremos que nossas ações se disseminem em nossas atuações coletivas e individuais, para esse e os próximos anos - ainda que não estejamos aqui, isso porque acreditamos na perspectiva nagô de que só finda aquilo que é esquecido. Há um importante histórico do universo da acessibilidade e pertencimento dentro do programa. Cuide dele, agregue, transforme, sonhe, aja, observe, encontre, não julgue, estranhe, acolha, escute, sonhe, ouça com os dedos, sopre com os umbigos, aqueça com os cabelos, pergunte com os pés. Descapacitize, desestigmatize, despate por último, mas não menos importante,procuresaber.
arte digital: Dani Aokiárea da comunicação 2022
“As pessoas com deficiência são, antes de mais nada, pessoas. Pessoas como quaisquer outras, com protagonismos, peculiaridades, contradições e singularidades. Pessoas que lutam por seus direitos, que valorizam o respeito pela dignidade, pela autonomia individual, pela plenaeefetivaparticipaçãoeinclusãonasociedadeepelaigualdadede oportunidades,evidenciando,portanto,queadeficiênciaéapenasmais uma característica da condição humana.” (Convenção sobre os Direitos dasPessoascomDeficiência–ProtocoloFacultativoàConvençãosobre os Direitos das Pessoas com Deficiência – Decreto Legislativo nº 186/2008 – Decreto nº 6.949/2009 4ª Edição Revista e Atualizada Brasília2012).
O conceito de deficiência já passou, ao longo da história de nossa sociedade, por diversas definições para manter-se de acordo com a forma de pensar mais justa e respeitosa. É um conceito dinâmico, em plena evolução! Nesse contexto, você consegue lembrar as inúmeras nomenclaturas, discutidas junto a área de Acessibilidade e Redes, ao longode2022,dentrodoPrograma?
Segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, feito em 2010, quase 46 milhões de brasileiros, cerca de 24% da população, declarou ter algum grau de dificuldade em pelo menos uma das habilidades investigadas (enxergar, ouvir, caminhar ou subir degraus), ou possuir deficiência mental / intelectual. E, considerando somente os que possuem grande ou total dificuldade para enxergar, ouvir, caminhar ou subir degraus (ou seja, pessoas com deficiêncianessashabilidades),alémdosquedeclararamterdeficiência mental ou intelectual, temos mais de 12,5 milhões de brasileiros com deficiência,oquecorrespondea6,7%dapopulação.
arte digital: Dani Aokiárea da comunicação 2022
Obs:épossívelquetaisdadossejamalteradosparamais.
É importante refletirmos que fatores como pandemia, a inflação, o aumento da miséria, os cortes nas verbas de políticas públicas, a precariedade da saúde pública, o aumento no uso de agrotóxicos, a poluição, a crise humanitária e humanística, de modo geral, pode facilitaroaumentodenascimentosdepessoascomdeficiênciae/ouo desenvolvimento de deficiências ao longo da vida, em todo globo. A inclusão e a acessibilidade são demandas urgentes em nossa sociedade, e a emergência se dá na necessidade de reconhecermos nossas humanidades, de resistirmos pelo direito às nossas subjetividades.
arte digital: Dani Aokiárea da comunicação 2022
ParaqueasPessoascomDeficiência(PCD)possamparticipardeforma plena e efetiva em sociedade, com igualdade de direitos e oportunidades, devemos eliminar as barreiras e garantir condições de acessibilidade. Mas, isso não diz respeito só às questões que permeiam aspessoascomdeficiênciae/oudiagnósticos,issoétransversalatodas as pautas identitárias nas categorias de gênero e sexualidade, raça/etnia e classe social. Acessibilidade é respeito! Respeito ao pronome, ao nome social, a ancestralidade, a estética pessoal, é a possibilidade e condição de alcance para utilização - com segurança e autonomia - de espaços, mobiliários, transportes, informação e comunicação. As barreiras, por outro lado, são quaisquer obstáculos (seja de atitude ou comportamento, arquitetônico ou urbanístico, de comunicaçãooudelinguagem)quelimitemouimpeçamaparticipação social de qualquer pessoa. A falta de acessibilidade, portanto, pode ser compreendida como uma ação direta do ser humano e se concretiza por meio das barreiras (físicas – de arquitetura e urbanística, de comunicação e de atitude) construídas ao longo dos tempos, dificultandoainteraçãoeaparticipaçãosocial.
“A acessibilidade é concebida como a possibilidade e a condição de alcance, percepção, entendimento e interação para a utilização, em igualdade de oportunidades, por qualquer indivíduo em quaisquer circunstâncias, independentemente de suas particularidades.” (NAPOLITANO et al, 2016, p. 128)*
arte digital: Dani Aokiárea da comunicação 2022
Éprecisoreconhecerasdiferençasparaproporcionarainclusãoe promoveradiversidade.
Precisamos buscar estar aptos a oferecer recursos artísticos-pedagógicos capazes de estimular todas as crianças e pré-adolescentes do Programa. Nos encontros com o território, devemos buscar oferecer adaptações efetivas, que possibilitem o uso de técnologias assistivas (teclados em braile, ampliado, ergonômico, simplificado, mouses adaptados, programas que ampliam a tela, lupa virtual, bengala tátil, engrossador de lápis, cordas, entre outros) para quem precisa. Precisamos, sobretudo, manter ativa nossa formação, contínua e continuada, a fim de preservarmos nossa sensibilidade diante do encontro com o outro. Precisamos, sobretudo, despatologizar nosso olhar e atuação, no território junto às crianças.
Nos últimos anos as políticas públicas para o atendimento das pessoas com deficiência (PCD) e/ou das pessoas com diagnóstico têm passado por muitas mudanças, e entre elas a acessibilidade, que é uma reivindicação legítima. E por isso, é tão importante SE INFORMAR, TIRAR DÚVIDAS, PERGUNTAR!
arte digital: Dani Aokiárea da comunicação 2022
Evita categorizar pessoas a partir do que vemos. Perguntar nos torna vigilantes a respeito das responsabilidades e condições mínimas para um encontro acontecer. Perguntar também chacoalha a razão anestesiada e controla compulsividades pedagógicas. Perguntar nos permite afrontar manifestações discriminatórias de raça, gênero, desenvolvimento, classe social,emproldasdiferentesinfâncias.
Oqueéeducaçãoinclusiva?
A educação inclusiva pode ser entendida como uma concepção de ensino contemporânea que tem como objetivo garantir o direito de todos à educação.
Oqueissoquerdizer?
Igualdade de oportunidades, valorização das diferenças humanas contemplando, assim, as diversidades étnicas, sociais, culturais, intelectuais, físicas, sensoriais e de gênero. São muitas, inúmeras as formas de se aprender
Oqueissopede?
Pede a transformação da cultura, das práticas e das políticas vigentes na escolaenossistemasdeensino,demodoagarantiroacesso,aparticipação eaaprendizagemdetodos,semexceção.
Oqueéacessibilidade?
Superação de barreiras Arquitetônicas, Comunicacionais, Atitudinais, Pedagógico-Curriculares.
Assegurarosdireitosdaspessoascomdeficiênciaàeducação,aotrabalho,à cultura e ao lazer, em igualdade de condições com as pessoas sem deficiência e, com isso, melhorar sua qualidade de vida e participação nos espaçoscomuns.
Oqueécapacitismo?
É a discriminação da pessoa com deficiência. E que, em decorrência da mesma, é considerada uma pessoa incapaz. O capacitismo, assim, é uma manifestação de preconceito para com as pessoas com deficiência ao pressuporqueexisteumpadrãocorporalidealeafugadessespadrõestorna aspessoasinaptasparaasatividadesnasociedade
Qualotermocertoparautilizar?
Propomos aqui um texto de Romeu Kazumi Sassaki (uma pessoa muito importante nas áreas de inclusão e acessibilidade), que aponta porque algumas nomenclaturas são equivocadas e traz algumas referências das lutas das pessoas com deficiência para a quebra com alguns estigmas. Click nolinkabaixoeacesse:
arte digital: Dani Aokiárea da comunicação 2022
Click no link acima e acesse para ver a pesquisa e material levantados pela Área de Acessibilidade e Redes do PIÁ | Esse material apresenta alguns fundamentos do programa, brincadeiras acessíveis e referências para pensarmos inclusão e acessibilidade! Vejam, compartilhem, procurem saber!
O PIÁ acolhe todas as crianças, na busca por atender todas as infâncias, reconhecendo e valorizando a diversidade. Esse ano no programa, por meio da parceriaentreasÁreasdeInstrumentalePesquisaeaÁreadeAcessibilidadese Redes, recebemos nas inscrições diversas indicações de crianças com deficiência, apontadas pelas próprias famílias. Tivemos contato com diversas formas de ver e entender deficiências, diagnósticos, as relações familiares permeadasasdiversidadesdemodosdesereexistir.Aqui,trazemosparavocês algumas nomenclaturas que nos foram colocadas por meio das inscrições, matrículaseconversasentreasfamílias,aequipe,asÁreas.
Entreelas,selecionamosalgumasparatrazermaisinformaçõesarespeito.Aqui partilhamos alguns conhecimentos básicos, sobre diagnósticos de algumas deficiências de crianças inscritas no PIÁ, mas salientamos a importância de se manter um olhar despatologizado, a fim de não estigmatizarmos ninguém. Para além de uma deficiência, sempre existirá uma pessoa/criança, com trajetórias, histórias, vontades, desejos, sentimentos, singularidade, humanidade,assimcomotodes!
Cada existência é única. É importante sempre ter isso em mente no convívio com as pessoas com deficiência e/ou diagnóstico, pessoas negras, mulheres, e pessoas LGBTQIA+, uma postura de reconhecimento da beleza da diversidade. Na agroecologia sabemos que a monocultura empobrece o solo, tal qual faz reduzir a economia. O mesmo pode ser observado em relação à existência humana; atentar-se à natureza e os ciclos da vida permitem a evolução. O Mundo se sustenta na biodiversidade, a natureza é composta de diversos elementos para a sustentaçãodosciclosdavida.Omesmopodeserobservadonasculturas.
O encontro com o outro pode gerar identificação, além de possibilitar a difusão de conhecimento. Não deve ser um tabu falar sobre deficiências, pensarsobrediagnósticos,questionarnomeseatémesmoassumi-los.
Por isso, seguem algumas informações, alguns nomes e descrições, em diferentes contextos apareceram para a Área de Acessibilidade e Redes ao longo deste ano no programa. Em contato com eles, pesquisamos buscando referências diversas e distintas sobre os diagnósticos e/ou deficiências que estiveram presentes na edição 2022 do programa, esperamosqueajudeatodes.
Transtorno do Espectro Autista (TEA) - graus + TDAH Com comorbidade transtorno opositor desafiador deficiência intelectual f84
Asperger
Deficiência Auditiva Deficiência intelectual Cardiopatia Congênita (doença intelectual leve)
Déficit de atenção
Diabetes tipo 1 Distrofia muscular progressiva de duchenne
Doença de blunt Paralisia Cerebral Epilepsia
Transtorno não especificado do desenvolvimento das habilidades escolares Hiperatividade
Hipoplasia do ventrículo esquerdo Mielomeningocele Hidrocefalia
Deficiência Motora Paralisia Física
Pé torto congênito bilateral Síndrome de Down Síndrome de prader willi Síndrome genética 18q
Charcot Marie TOD
Bipolaridade
arte digital: Dani Aokiárea da comunicação 2022
É preciso fazer o movimento de Sankofa, partindo de uma escrita milenar, que a tecnologia ancestral de retorno ao passado para reconhecimento do presente e formulação do futuro que sonhamos. Para que as salas de recursos fossem criadas foi preciso um contexto de reconhecimento e valorização da diversidade, na garantia de direitos para a população com deficiência e/ou diagnóstico. A Constituição Federal de 1988, define em seu artigo 205 e 208 que educação é um direito de todos e que aqueles que necessitam devem ter acesso ao atendimento educacional especializado. E a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) também foi um marco para inclusão e acessibilidades, bem como o Plano Nacional de Educação (PNE) também estabeleceu diretrizes e objetivos para a educação que contempla a existência de pessoas com deficiência,transtornosglobaisousuperdotação.
A sala de recursos multifuncionais conta com equipamentos de informática e tecnologias assistivas, mobiliários adaptados, materiais didáticos e de acessibilidade para a criação de um ambiente de atendimento educacional especializado.
Obs: Muitos materiais que pautam as questões da Educação no campo da inclusão, diversidade e diferença trazem termos como “portadores de deficiência”, “educação especial”,“alunoespecial”,entreoutros.Issoporquelamentavelmenteaindaháalgum retrocesso por parte de alguns grupos da Educação, Saúde e outras áreas do conhecimento que ainda usam um vocabulário pouco revisado junto à comunidade de pessoas com deficiência, militantes e ativista politicamente no campo da inclusão. A Área de Acessibilidade e Redes de Apoio do PIÁ não se afina com o termo “Educação Especial”, pois partimos do entendimento de que ou todas as educações sãoespeciaisounenhumaoé.
FontedeApoio:
https://blog.saseducacao.com.br/sala-de-recursos-multifuncionais/
Amanda Nascimento é Graduanda em ArteTeatro no Instituto de Artes da UNESP (2021) Amanda Nascimento é atriz, cantora, arteeducadora, produtora teatral e sanfoneira autodidata
Daniel Freitas, conhecido no PIÀ como Amarelo, é artista-educador, artista-visual, pintor, escultor, desenhista, de família nordestina, pai, pessoa com baixa visão, excoordenador de equipe dentro do Programa.
Em 2014 desenvolveu uma série de adaptações, junto a equipe do CEU Sâo Mateus, para incluir um PIÁ, com síndrome de down, o que contribuiu com um debate mais inclusivo dentro do Programa
Um diagnóstico também pode ser, a princípio, sinônimo de angústia para quem o recebe. É importante ressaltar que existe vida para além dos diagnósticos, sendo eles tardios ou não. Foi assim com a artista-educadora Amanda Nascimento, cuja busca por um diagnóstico de TEA aconteceu “tardiamente”, quando ela já era AE atuante dentro do PIÁ
A ausência de oxigenação, mesmo que por alguns segundos, durante um trabalho de parto, pode gerar consequências no desenvolvimento da criança. Foi assim com Arthur Baldin, ator, escritor, professor de teatro, artista educador atuante do PIÁ e pessoa com deficiência. Seu solo Tião, meu glorioso café, aborda de forma simples, poética e precisa, o tema parto, deficiência e criação
https://www.mprj.mp.br/documents/20184/151138/goffman,erving.estigma_ notassobreamanipulacaodaidentidadedeteriorada.pdf
Canal Despatologiza
https://m.youtube.com/watch?v=ZMaxpvrKPl4&t=1479s
Click no link acima e acesse para ver a pesquisa e material levantados pela Área de Acessibilidade e Redes do PIÁ | Esse material apresenta algumas das deficiências e diagnósticos, algumas pessoas (crianças e adultos) que encontramos nessa e em outras edições, alguns modos de acessibilidade e inclusão que tivemos contato! Vejam, compartilhem, procurem saber!
A Área de Acessibilidade e Redes de Apoio, desenvolveu uma séria de atividades formativas, encontros e ações culturais ao longo do ano para aumentar as redes de apoio dentro do PIÁ, para as crianças, famílias e arte-educadores do programa. Na I e II semana de formação sugerimos nomes e pensamos ações para que arte-educadores de todo o programa pudessem trocar ensinamentos e aprendizados sobre inclusão e acessibilidade. Para o Seminário de Formação sugerimos junto a Coordenação Artístico Pedagógica, a Supervisão de Formação Cultural e os Programas Vocacional e PIAPI as seguintes mesas:
2022 o PIÁ voltou a ser presencial, após dois anos de encontros a distância, online. No encontro, com a presença, percebemos outras camadas das diferentes formas de ser e de existir no Mundo, percebemos as sutilezas e as discrepâncias que existem em um contexto de diversidade associada a desigualdade. Diante de algumas situações relembramos o texto de Paul Preciado, "Quem defende a criança queer?" e questionamos quem defende as infâncias? Nas cosmopercepções africanas e ameríndias há o entendimento que para se criar uma criança é necessária uma aldeia inteira. Por isso as redes de apoio são fundamentais para a preservação e renovação de direitos para as crianças e adolescentes. Em nossos encontros presenciais estabelecemos relações, criamos vínculos e criamos possibilidade de acolhimento para as infâncias, por vezes isso ocorreu por meio de brincadeiras, em outras oportunidades de maneira institucional com oficio e relatório, ou com acesso a laudos diagnósticos. Caminhamos pelos territórios navegandonaságuasdaautodescrição,nomenclaturas,conhecendoleis.PROCURESABER!
Ao longo do programa oferecemos algumas atividades formativas para artes-educadores, nas nossas presenças em microrregionais dos territórios da Leste, Centro/Norte e Sul, por meio de ações culturais que produzimos mesmo sem apoio financeiro para a vinda de especialistasdispondo para o programa nossas articulações e contatos pessoais para que o PIÁ fosse um pouco mais para todas as infâncias. A Área de Acessibilidade e Redes enviava semanalmente alguma indicação dentro da temática de inclusão, acessibilidade por e-mail; além das nossas falas públicas em reuniões gerais, reuniões entre Áreas e Articuladores de Equipe, junto a Coordenação Artístico Pedagógica e inclusive para a Supervisão. Esses foram alguns dos encontros e ações que produzimos no PIA durante essa edição:
Down Quixote foi uma parceria entre a área de Acessibilidade e Redes de Apoio, o Instituto Movimentarte, O SESI, a produtora SPRAY, a AEP Adriana Gerizani e o técnico de luz e som Ícaro Gerizani. Procure Saber!
O primeiro longa metragem brasileiro protagonizado, exclusivamente, por artistas com síndrome de Down foi exibido na edição de 2022 do Programa de Iniciação Artística-PIÁ. Uma manhã histórica, no sentido do exercício da despatologização das vidas, junto ao nosso programadeformação.
Com o apoio do Consulado do Países Baixos, da Produtora Asterismo, do Projeto Geloteca e do Programa de Iniciação Artística (PIA), por meio do coordenador técnico Miguel Prata e a Área de Acessibilidade e Redes, fizemos a doação de livros para a construção de uma biblioteca pública comunitária no Teatro Flávio Império.
Geloteca é um Projeto de sustentabilidade e Cultura, que há sete anos transforma de geladeiras em bibliotecas comunitárias, valorizando personalidades negras que contribuem para a construção de uma imagem de afirmação positiva da/do negra/negro. Procure Saber! (noInstagram@projetogeloteca@aasterismo@teatroflavioimperio)
A terapeuta ocupacional Letícia Chiaramonte de Morais que atua no ambulatório infantil do IMREA HC FMUSP fez duas atividades formativas no PIÁ, uma com a área e outra aberta a todo corpo programa PIÁ e PIAPI
A ação cultural trouxe para o debate outras perspectivas possíveis para inclusão e acessibilidade na Infância, que reconheça a diversidade e entenda a deficiência como uma questão social que está além de um possível laudo e/ou diagnóstico. Procure Saber (temvídeonoYoutubeenoInstagram@tovidaepratica)!
Dentro das macro-regiões do Piá houve parceria em comum com o CAPS em diferentes formas. E esse diálogodiretocomumserviçodeapoioàsaúdementaltrouxegrandestrocas.
Conhecer e reconhecer os serviços dos territórios e inclusive poder partilhar experiências, angústias, e formasdeentenderapresençadascriançasefamíliasdentrodoPIÁ,fundamentaoprocessoqueédiário de incluir, entendendo sempre a importância das individualidades e formas de integração com respeito e cuidado. Em cada território foi construído um tipo de relação para essa parceria, que possibilitou trocas e entendimentosfundamentaisparamelhorrecepçãodasfamíliasecriançascomasturmas.
QuerconhecermaissobreasparceriasCAPS/PIÁnosterritórioCentro-Oeste-Norte,LesteeSul?
A parceria se deu entre dois equipamentos, CAPS Infantil de Perus, Quilombaque e Piá. Onde as crianças e famílias que participavam dos encontros já faziam parte do CAPS e foram encaminhadas e acompanhadas também por eles, a Quilombaque sediou o espaço um local que contribui por ter uma disponibilidade de parceria, construção e ambiente muito acolhedor, com espaço que lembra muito um quintal e ser uma referência do território, e o PIÁ com os artistas educadores Val e Gigio recebendo, partilhando, brincando e tecendo junto com a turma. Essa relação desdobrou em diálogos com a equipe dos CAPS constantemente e entendimento do PIÁ sobre os serviços que o CAPS oferece, além de trocas importantíssimas sobre o lugar de propostas que respeitem a individualidade da criança e a atuação em grupo entendendo as vulnerabilidades.
A Área de Acessibilidade e Redes de apoio agiu em prol de uma parceria importante para a região de Guaianases, junto ao Articulador de Equipe e com a gestão do CAPS desse bairro, tornando possível o início das atividades ainda esse ano entre o CAPS e o PIÁ. Por meio da rede intersetorial, com conversas com a gestora Eudocha e com o articulador de equipe, Cláudio Pavão, conseguimos desenvolver a participação do Programa dentro do CAPS no segundo semestre deste ano, mostrando a importância da área na relação entre os equipamentos intersetoriais e o programa. O que inclusive possibilitou aproximação de um serviço importante desaúdementalcomapropostadoprogramadentrodasrelaçõesdaarteeducação.
Destacamos a parceria com o CAPS Infantojuvenil Aquarela Parelheiros, articulada pela AE Mayara Andrade, pelo AE Jonathas Mendes e pela articuladora de equipe, Adriana Gerizani. Pessoas trabalhadoras do Programa, que na edição de 2022, engajaram-se, com encontros, brincadeiras, pedagogias, sabenças e modos de existência despatologizadas. A equipe Aquarela Parelheiros, por sua vez, além de demonstrar, no dia-a-dia, profundo entendimento dos princípios do Piá, souberam acolher, subsidiar, fomentar os encontros, facilitando a implementação da parceriaPIÁ-CAPS.
LeiBrasileiradeInclusãodaPessoacomDeficiência,Leinº13.146,de6dejulhode 2015.Artigo8docapítuloII:
É dever do Estado, da sociedade e da família assegurar à pessoa com deficiência, com prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à sexualidade, à paternidade e à maternidade, à alimentação, à habitação, à educação, à profissionalização, ao trabalho [grifo nosso], à previdência social, à habilitação e à reabilitação, ao transporte, à acessibilidade, à cultura [grifo nosso], ao desporto, ao turismo, ao lazer, à informação, à comunicação, aos avanços científicos e tecnológicos, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à convivência familiar e comunitária, entre outros decorrentes da Constituição Federal, da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo e das leis e de outras normas que garantam seu bem-estar pessoal, social e econômico. (BRASIL, 2015).
LeiBrasileiradeInclusãodaPessoacomDeficiência,Leinº13.146,de6dejulhode 2015,capítuloIV,nosartigos34e35temosasseguintesinformações:
Art. 34. A pessoa com deficiência tem direito ao trabalho de sua livre escolha e aceitação, em ambiente acessível e inclusivo, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas. (...)
Art. 35. É finalidade primordial das políticas públicas de trabalho e emprego promover e garantir condições de acesso e de permanência da pessoa com deficiência no campo de trabalho. (BRASIL, 2015).
Pautas que discutimos junto a Secretaria de Formação Cultural, junto ao coordenador técnico Miguel Prata na escuta pública para a escrita do edital do programa, para a edição de 2023. Pauta que visou considerar também as condições de permanência das pessoas negras, que por vezes vivenciam situações racistas em equipamentos públicos e/ou das relações com instituições do terceiro setor privado, bem como também ocorre em relação às mulheres, especialmente mulheres trans e mulheres negras, mães, e as pessoas pessoas LGBTQIA+.
A edição 2022 do Programa de Iniciação Artística – Piá marca a retomada dos encontros presenciaiscomascriançaseadolescentesnosespaçospúblicosdeeducaçãoeculturada cidadedeSãoPaulo,apósdoisanosdeatuaçãoremota.Duranteoperíododedistanciamento social,apresentaram-semuitosdesafiosparaaprópriapermanênciadoProgramacomopolítica pública, e foi necessária uma mudança diametral nas estratégias de funcionamento dos encontros,edarelacaocomascrianças,adolescentesefamíliasatendidas. Aretomadado modelopresencialem2022foicarregadadesignificadosemarcoshistóricos;simbolicamente reafirma a presença do Piá nos territórios periféricos da cidade, e a adoção de medidas de atenção integral às crianças e adolescentes. Este ano foram firmadas 63 parcerias com equipamentos da Secretaria Municipal de Cultura (SMC) e Secretaria Municipal de Educação (SME), além de 41 parcerias com a Rede Intersetorial (CEIs, EMEIs, EMEFs, CAPS, centros comunitários,CCAs,entreoutros),totalizando104espaços,aumentode53%emrelaçãoaoano anterior.
Alémdisso,obtivemospelaprimeiravezdesdeoiníciodasériehistóricadoPrograma(iniciada em2008),maisde4.900criançaseadolescentesinscritosnosequipamentosdaSMCeSME,eda rede intersetorial. A adoção de ações afirmativas, em conjunto com a criação de uma área específicaparaocuidadodepessoascomdeficiência(PCD),caracterizaapresenteediçãodo Piá.Emtermosdecontratação,foramestabelecidascotasraciais(paraapopulaçãopreta,parda eindígena)epontuaçãoextraparaartistastrans,travestisePCD.
Demodocomplementar,observou-seumaumentononúmerodeinscriçõesdecriançaspretas, pardas, indígenas e amarelas, que hoje representam, somadas, mais da metade do público atendido.Alémdestas,participamdoPrograma170criançaseadolescentescomdeficiência.
Noterritóriopaulistano,oProgramaédivididoem13regiõesadministrativas,atendidaspelas equipes regionais (Butantã-Centro, Pirituba-Perus, Ipiranga-Jabaquara, Penha- Mooca, Santo Amaro, Guaianazes-Cidade Tiradentes, São Miguel, São Mateus, Grajaú- Parelheiros, JaçanãTremembé, Itaquera-Aricanduva, Campo Limpo, Freguesia- Brasilândia), agrupadas em 3 macrorregiões(Centro-oeste/Norte,SuleLeste).
Relatório de ações- CADERNO
EmtodasasregiõesadministrativasháatuaçãodoPiá,emequipamentospúblicosdeculturae educação,bemcomoespaçosdaRedeintersetorial.Entreos63equipamentosdaSMCeSME estão teatros, bibliotecas, casas de cultura, centros culturais e CEUs. Os gráficos a seguir representamadistribuiçãodoProgramapormacrorregiãoeporequiperegional(considerandose a soma de equipamentos regulares e espaços da Rede Intersetorial), e a quantidade de equipamentos da SMC por região administrativa, considerando-se também a densidade populacional.
Emtermosgerais,existeumaquantidadesimilardeespaçosdistribuídosnasmacrorregionais, bemcomonasregiõesadministrativas.Contudo,paraaorganizaçãodosespaçosatendidosem próximasedições,énecessárioobservaroutrosaspectos,comoaáreaterritorialeadensidade demográfica dos diferentes locais, relativamente ao número de equipamentos públicos disponíveis.Apartirdesterecorte,observamosqueexisteumaconcentraçãodeequipamentos nas regiões centrais e centro expandido da cidade, ao passo em que o número de espaços diminui significativamente nas áreas periféricas. No distrito do Butantã existem em média 6 equipamentospúblicosdeculturaparacada100milhabitantes,enquantodistritoscomoBelém eCampoGrandepossuemmenosde1equipamentoparacada100.000pessoas.
Existeumarelaçãoinversaentreaquantidadedeespaçospúblicosdeculturaeosíndicesde vulnerabilidadesocialdapopulação.Emoutraspalavras,nasregiõesemquehámaiorpresença deespaçosdecultura,émenoroíndicedevulnerabilidadesocial.Ográficoabaixoapresentao IPVS (Índice Paulista de Vulnerabilidade Social), produzido pela Fundação SEADE (Sistema EstadualdeAnálisedeDados),doGovernodoEstadodeSãoPaulo.
Relatório de ações- CADERNO
Parecesintomáticoqueasáreascommaioríndicedevulnerabilidadesocialsejamasque apresentam menor número de equipamentos (como São Miguel), enquanto áreas administrativasquesedestacampelaquantidadedeequipamentos(comoButantã̃̃-Centroe Penha-Mooca),asmesmasquefiguramcommenoresíndicesdevulnerabilidadesocial.
Relatório de ações- CADERNO
Ocrescimentoexponencialdaquantidadedeespaçosintersetoriaisindicaqueháumademanda significativa da população por programas de formação cultural. A distribuição dos outros equipamentos no território permanece similar às edições anteriores, com maior presença de CEUsemenorpresençadebibliotecaseteatros.
Pode-se considerar que existe subnotificação na quantidade de inscrições, sobretudo em equipamentos cujo público atendido está em regiões mais vulneráveis, e que não possuem dispositivos eletrônicos ou acesso à internet. Esta subnotificação é apontada por artistas educadoreseArticuladoresdeEquipe.
SegundoartistasdoPrograma,existetambémumaquestãorelacionadaaoconflitodehorários entre o Piá e a escola formal. Há uma quantidade significativa de crianças e adolescentes estudamemperíodointegral,oqueimpossibilitaafrequêncianosencontros.Emalgumasequipes regionais,asoluçãoencontradafoiaaberturadeturmasaossábados,masessaestratégianão tempossívelaplicaçãonamaioriadosequipamentos.
Parte das pesquisas realizadas tem como foco a escolarização formal das crianças e adolescentes atendidas pelo Piá. Primeiramente, foram observados faixaetária, seriação e períodoescolar.Abaixo,umasíntesedosresultados:
Osdadosapresentadoscorroboramtendênciasobservadasemediçõesanteriores,comoa prevalência de estudantes de escolas públicas nos períodos da manhã e tarde, maior ocupação de vagas nas faixas etárias de 05 a 10 anos, e menor participação de préadolescentes e adolescentes. Contudo, chama atenção a diminuição do número de inscritos que já participaram de outras edições do Piá. Podemos inferir que este cenário seja resultado de dois anos de realização do Programa em modo remoto, o que possivelmentedificultouamanutençãodoscontatosearetençãodeparticipantes.
CabeaquirelembraraspesquisasproduzidasnosanosemqueoPiáoperouemmodoremoto. A análise das redes sociais naquele período foi realizada pela Área de Comunicação e DivulgaçãodoPiá,efoiconstatadoqueosmateriaisaudiovisuaisetextuaisproduzidospelo corpo do Programa foram acessados em diversos países, destacando-se França, Estados Unidos,EspanhaePortugal,alémde18estadosbrasileiros,maisDistritoFederal.
Valedestacarqueopoderpúblicomunicipalpossuiumaagendadeaçõesparaainserção qualitativa da população imigrante no contexto social amplo. Aqui, destaca-se o Primeiro PlanoMunicipaldePolíticasparaImigrantes2021-2024que,emseuprimeiroeixo,propõea participaçãosocialeprotagonismoimigrantenagovernançamigratórialocal.Deacordocom o documento, o poder público se compromete a "designar e capacitar mediadores/as culturaisnosequipamentospúblicoscommaiorafluxodeimigrantes,comacompetênciade promoveroacessodapopulaçãoimigranteaosserviçosoferecidos,articularacomunicação entreprofissionaiseusuárias/osepromoveraefetivaçãodoprincípiodainterculturalidade, comprioridadeparaasáreasde:educação,saúde,assistênciasocial,culturaetrabalhoe desenvolvimentoeconômico(SECRETARIAMUNICIPALDEDIREITOSHUMANOS,2020,p.34).
Posteriormente foram levantadas informações sobre a participação de pessoas com deficiêncianoPrograma,constatando-se118casoscujasdeficiênciasjáforamidentificadas, e 51 pessoas ainda investigam o diagnóstico. Entre as deficiências citadas estão autismo, síndromedeAspergereparalisiacerebral.
Oúltimosegmentodapesquisaquantitativadizrespeitoàsquestõesdeetnia,coreraçadas crianças e adolescentes do Piá, realizando-se a sobreposição de dados sobre território e vulnerabilidade social. Tem-se, portanto, um cruzamento de informações que leva em consideração os aspectos étnico- raciais relativamente à ocupação dos espaços e suas configurações.
A população preta e parda, como vemos, é mais adensada nas regiões periféricas da cidade, que apresentam menor IDH e maiores índices de vulnerabilidade social. Ainda que evidente, a constatação de que a realidade da sociedade ampla é replicada em menor escala no Piá tem servido como argumento importante para a consolidação do Programa como política pública de cultura com foco nas populações da periferia, além de fundamentar a ampliação do número de equipamentos públicos e espaços da rede intersetorial atendidos pelo Piá nesses territórios.
Na presente edição pudemos observar o desenvolvimento das atividades do Piá nos territórios, tanto em equipamentos da SMC e SME quanto nos espaços das redes intersetoriais. Diversos aspectos foram observados, como a relação com os gestores, a oferta de materiais de apoio, receptividade e adequação dos espaços, preenchimento de inscrições e divulgação do Programa.
As pesquisas indicaram que 46% dos gestores dos equipamentos SMC e SME compreendem os princípios e práticas, do Piá, enquanto 40% compreendem parcialmente e 14% não compreendem. Segundo os artistas educadores, 80% dos espaços têm espaço específico e reservado para a realização dos encontros do Piá, enquanto os demais 20% não possuem. Consultados sobre a qualidade/adequação dos espaços reservados ao Programa, obtivemos os seguintes resultados: 70% dos artistas indicaram os espaços como bons ou muito bons, 25% como regulares e 5% insatisfatórios. Perguntados sobre a participação dos equipamentos na impressão de fichas de inscrição/matrícula e materiais de divulgação, os artistas educadores indicam colaboração de 83%, enquanto 17% não realizam impressões.
Relatório de ações- CADERNO
Paralelamente, observou-se que 62% dos equipamentos oferecem outros tipos de aterialidades,e38%não.Opreenchimentodasfichasdeinscriçãoematrícula,eaestratégia dedivulgaçãotambémforamobjetosdeinvestigação:
NapresenteediçãodoPiáforamestabelecidasparceriascomdiversosespaçosdeculturae educação,vinculadosounãoaopoderpúblico.Entreosnovosespaços,háCCJs,CEIs,ONGs, EMEFs, CAPS e centros comunitários. Até o início de setembro de 2022, foram firmadas 40 parceriascominstituiçõesdaRedeIntersetorial.Paraaavaliaçãodosespaçosparceiros,foram realizadas perguntas semelhantes àquelas aplicadas para a avaliação dos equipamentos atendidos regularmente. Primeiramente, foi observada a compreensão do gestor do espaço acercadoPiá.Amaioriadosgestores(61%)“compreendem”oPrograma,30%“parcialmente”e 9% “não compreendem”. Os gráficos abaixo sintetizam dados referentes à adequação das instalações,assessoria,divulgaçãoeformaçãodeturmas:
Aseçãoseguintedapesquisafocou-seemtemasrelacionadosàspolíticasafirmativas,entre eles:“assuntosrelacionadosatemáticasindígenas,africanaseafro-brasileiras”,“assuntosde gênero/LGBTQIA+”, “assuntos relacionados a pessoas com deficiência” e “assuntos relacionadosaprocessoscriativos”.
As duas perguntas subsequentes dizem respeito às questões artístico-pedagógicas, como trocasdelinguagensartísticaseoaproveitamentodasreuniõesmacrorregionaisegerais.
Relatório de ações- CADERNO
Artistas educadores enviaram comentários acerca dos aspectos positivos, dificuldades e sugestões.Entreosaspectospositivosestão:
IntercâmbioentreosconteúdosdoPiáedaescolaregular;
OPiátemdiferentestempos,práticaseespaços; Aarticulaçãodasequipesécapazderesolverconflitoscomosequipamentos; Osarticuladoresdeequipesãoacolhedores; Algunsequipamentosfornecemmateriaisparaosencontros;
O Piá atende necessidades tanto das crianças e adolescentes quanto dos artistas educadores;
Existembonsprocessosformativos;
HátrocasentreartistasemdiferentesfunçõesdoPrograma;
AcolhimentodoartistaerespeitoporpartedoPrograma; Muitasdasdificuldadesapontadasporartistasvieramacompanhadasdesugestõesde resolução,comodemonstraatabelaabaixo:
AatuaçãodoPiácomaáreadasaúdeestásendotransformadoranodesenvolvimentodas criançasatípicas;
AsparceriascomaRedeIntersetorialamplificaramapresençadoProgramanosterritórios.
Problemaoudificuldade Sugestãoderesolução
Realizaçãodeformaçãopréviaparagestoresde equipamentoseespaçosparceiros Elaboração de um documento com as atribuiçõesespecíficas doequipamentoedas equipes
Gestoresdeequipamentosquenãocompreendemo Piá/ Dificuldade de relação com o equipamento/Ofensasemaustratosaosartistas educadores
Substituiçãodeequipamentosquerecebemo Programainadequadamente
Avaliação periódica dos equipamentos via formulário
Acompanhamento e formação dos artistas educadoressobrequestõesdeassédioeabusos queascriançasvivenciamemoutrosespaços
Distribuição de duplas e quartetos nosterritórios
Definirsehaveráduplasouquartetosdependendodaprocura equantidadedeatendidosemcadaespaço
Desorganizaçãonaimplementaçãodo Piá
ContrataçãoantecipadadearticuladoresdeÁreaeAEPs Explicarasatribuiçõesdecadacargo/funçãonoPrograma
CriarumafunçãonoPiáespecificamenteparadivulgação
O tempo utilizado pelos artistas educadores para a divulgação do Programa é excessivo, e não tem impacto relevante na formação de turmas
Utilizar os bancos de dados de edições anteriores para estabelecercontatocomasfamíliasatendidas
AuxíliodaSFCnarealizaçãodeaçõesdedivulgaçãonos territórios
Dificuldadenosencontrosdeequipe
Ausência de lanche e materiais/Desistênciasporfaltade alimentação
ContrataçãodeAEPscomexperiênciaprévianoPrograma
ConsultarSFCsobreapossibilidadedecompraimediata
Reduçãodonúmerodeartistascontratadoserealocaçãodo recursoparacompradealimentosemateriais
Dificuldade para realizar ações culturais Realocaçãoderecursoparaacontrataçãodetransportedas criançaseadolescentes
Trabalhoalémdas65horascontratuais
Utilizarosmateriaisaudiovisuaisproduzidosnas edições onlinetambémnosencontrospresenciais
Disponibilizarmaterialidadesproduzidasanteriormentepara utilizaçãocomascrianças,comoasKulishas
Inadequação na formação/acolhimentodeartistas contratadosmuitorecentemente
Tensionamentopermanente,com consequênciasnasaúdefísica e mentaldoartistaeducador
Impossibilidade de matricular todasas criançasnomodoonline econsequentesubnotificaçãodo númerototalde atendidos
Existem famílias e artistas educadoressemacessoàinternet oucomlimitaçãodedados
Nãohouvesugestões
Nãohouvesugestões
Nãohouvesugestões
Nãohouvesugestões
Asfamíliasdascriançaseadolescentesatendidasforamouvidasaofinaldaedição,como intuito de observar os impactos do Programa na vida social, escolar, nas relações interpessoais, na criatividade e na disposição para o brincar. Os resultados são apresentadosnosgráficosaseguir,emnúmerospercentuais.
Relatório de ações- CADERNO
Atarefaderealizarpesquisasdeavaliaçãodepolíticaspúblicastemdiversosusospossíveis.Em termos quantitativos, nos ajuda a compreender as dimensões do trabalho realizado e as dinâmicas socioeconômicas e territoriais da cidade. Os aspectos qualitativos nos permitem refletir sobre as características das pessoas que compõem o Piá em seus variados grupos –artistas,crianças,adolescentesefamiliares,bairrosecomunidades.
Aindaqueaspesquisasnãopossamcaptaratotalidadedoseventos,podemnosdarrazoável ciênciaacercadascaracterísticasdeumadeterminadaedição.Comparativamenteàsedições anteriores, o Piá 2022 é o que mais teve artistas contratados e equipamentos atendidos. A expansãoganhoucontornosaindamaisrelevantescomoiníciodasparceriasintersetoriais.
Contudo, observa-se a necessidade de depurar aspectos de organização interna do Programa,comoadistribuiçãodeartistasnosterritóriosdacidade,aqualidadedarecepção edacomunicaçãocomequipamentos,apermanênciadasaçõesformativas,entreoutros.
Demodocomplementar,aspesquisasnospermitemasseveraracontinuidadedaspolíticas de cotas, bem como a revisão dos paradigmas artístico-pedagógicos, agora sob a perspectiva africana, afro-brasileira e indígena do brincar. Diversos temas passaram a contribuir para a elaboração dos encontros, como questões de gênero e sexualidade, pessoascomdeficiência,processoscriativos,entreoutros.
Relatório de ações-
Aindaexistemmuitasquestõesaseavançar.AsfamíliaseartistasdoPiá,aoparticiparemda pesquisa,destacamosaspectospositivosdoPrograma,apontamsuasdificuldadesepropõem sugestões para superá-las. Embora pesquisas dessa natureza possuam caráter consultivo, servemtambémparaqualificareembasarastomadasdedecisãoecorreçãoderumosaolongo dosanos.
Nós,daÁreadeInstrumentaisePesquisa,gostaríamosdeagradeceratodasaspessoasque colaboraramconosco.AsinformaçõescompartilhadassãopreciosasparaqueoProgramase consolidecomoumapolíticapúblicaindispensávelàcidadeeaosseuscidadãos.
O
“Nunca é tarde para voltar atrás e pegar o que ficou Clique para baixar