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Órgao de expressom do Capítulo Galiza do Movimento Continental Bolivariano | Nº 20 · Primavera de 2013

Galiza-Siria solidariedade anti-imperialista Há mais de dous anos que a Síria padece um desapiedado conflito armado. O que inicialmente semelhava umha guerra civil entre setores da oposiçom interna e o governo foi transformada posteriormente numha agressom das potências imperialistas contra um Estado soberano. Os meios de comunicaçom espanhóis e burgueses desde o primeiro momento enquadrárom o levantamento de certos setores da populaçom síria, como mais umha expressom da denominada “primavera árabe” que ao longo de 2011 provocou mudanças mais cosméticas que reais na Tunísia e no Egito, e fortes protestos na imensa maioria dos países árabes. No caso da Líbia fôrom habilmente empregados polo imperialismo para destruir a golpe de bombardeamentos, mediante umha intervençom direta da NATO o governo de Muammar al-Gaddafi, vilmente assassinado em outubro de 2001 logo de um linchamento televisado. Na Síria os iniciais protestos populares derivárom num confronto armado promovido e estimulado polas potências ocidentais que rapidamente apelidárom de “rebeldes” os grupos armados que combatiam o governo de Damasco. Estados Unidos, Israel e o seus aliados da UE, desde o primeiro momento tentárom infrutuosamente que a ONU permitisse umha intervençom militar -similar à ensaiada com êxito na Líbia-, para facilitar a queda do governo de Bashar al-Assad. Porém o veto da China e da Rússia no Conselho de Segurança tem evitado até o momento umha intervençom direta, e o apoio do Irám e de Hizbulah o mil vezes prognosticado colapso governamental. Desde há mais de um ano e meio sobre o terreno operam tropas francesas e británicas apoiando as dezenas de milhares de mercenários yihadistas procedentes da Líbia, Iraque, Afeganistám, etc, assalariados e armados polas monarquias feudais do Golfo

Pérsico, basicamente Arábia Saudita e Qatar. O governo sírio nom é um modelo para as revolucionárias e revolucionários galegos, mas na atual situaçom geoestratégica e polo papel que cumpre o conflito na luita de classes internacional nom deve existir dúvida algumha à hora de apoiar Damasco frente a agressom imperialista que sofre. Deve ser exclusivamente o povo sírio, com a sua complexidade de étnias e confesons religiosas, sem ingerências externas de qualquer tipo, quem decida o seu futuro. Corresponde aos povos da Síria solucionar os seus problemas, procurar umha articulaçom territorial que satisfaga o povo curdo, e um modelo de Estado que possibilite umha convivência harmoniosa entre todas as comunidades. Mas nom podemos desenquadrar o que acontece na Síria da estratégia militarista ianque e sionista que pretende destruir os Estados soberanos da área (Síria e Irám) que nom se submetem aos seus desígnios colonialistas, e aniquilar a resistência patriótica libanesa de Hizbulah. O resultado da guerra que abate a Síria determinará o futuro da regiom e portanto o sucesso ou fracasso dos planos anexionistas do Estado terrorista israelita. Nas últimas semanas as Forças Armadas Árabes da Síria tenhem logrado conter o avanço e lograr retroceder a constelaçom de grupos terroristas que combatem o governo de Damasco. A recuperaçom para a soberania síria da cidade de Qusair, próxima à fronteira libanesa, é umha vitória estratégica que permite consolidar umha favorável correlaçom de forças para o lado as tropas do presidente Bashar al-Assad. O Capítulo Galiza do MCB condena a posiçom subimperialista do Governo espanhol do PP quem vem de informar que fornecerá os terroristas com armamento pesado, e manifesta a sua solidariedade e apoio às forças que contribuem a evitar a queda do governo de Bashar al-Assad para evitar que na Síria se reinstaure o colonialismo.


Manifesto internacional contra criminalizacom das luitas populares no Mexico e em solidariedade com o PCM Obrador, Rosario Robles e Cárdenas, que se caraterizárom pola repressom às organizaçons sociais e pola criminalizaçom dos protestos populares. Essa é também a caraterística das administraçons do PRD em outras entidades, por exemplo em Guerrero, onde o governador Aguirre reprime os trabalhadores da educaçom.

Miguel Urbano Rodrigues, escritor, Portugal. Istvan Meszaros, professor universitário, Inglaterra. Jorge Beinstein, economista, Argentina. Carlos Casanueva, Secretario Executivo do Movimento Continental Bolivariano. Marco Riquelme, Movimento Patriótico Manuel Rodriguez, Chile. Néstor Kohan, intelectual, Argentina. Amilcar

Figueroa,

ex-Presidente

Alterno

do

Parlamento

Latinoamericano, Venezuela. Annie Lacroix-Riz, professor emérito de história contemporánea da

O PRD, supostamente de esquerda, mostra assim o seu verdadeiro rosto e os interesses que representa. Em matéria económica e social, a sua gestom tem estado totalmente pregada às privatizaçons e políticas para desvalorizar o trabalho; exercendo a sua restriçom das liberdades públicas e do direito de manifestaçom em nada se diferencia da direita, embora em espaços internacionais, como o Foro de São Paulo, insista em apresentar-se como a alternativa de esquerda.

universidade de Paris-VII. Georges Gastaud, filósofo, secretário nacional do PRCF. Pierre Pranchère, velho deputado comunista, antigo resistente FTPF Jean Salem, inteletual, França. Leila Ganem, socióloga, Libano. Angeles Maestro, dirigente política, Estado espanhol. Xavier Robles, escritor, cineasta, México. Guadalupe Ortega, escritora, produtora, cineasta, México. Carlos Morais, secretario geral de Primeira Linha, Galiza. Remy Herrera, economista, França. Marina Minicuci, jornalista, Itália. Nikos Seretakis, Grécia. Rui Namorado Rosa, professor universitário, Portugal. Filipe Diniz, arquiteto, Portugal.

Expressamos a nossa condena ao Governo da Cidade de México polo cerco policial imposto à mobilizaçom do Partido Comunista do México o passado Primeiro de Maio. Com isto o Governo de Mancera confirma que está inscrito na mesma lógica repressiva que o Governo Federal de Peña Nieto, e do anterior Governo de Calderón. Nom é casual que o PRD, conforme junto o P R I e o PA N e s s e s u p r a p a r t i d o governamental que se chama “Pacto polo México”, como tampouco o é que o atual titular da Comissom Nacional de Segurança do Gabinete de Peña Nieto seja Manuel Mondragón, quem tinha sido proposto para cargo similar por López Obrador. O Governo de Mancera na Cidade de México dá continuidade à gestiom de Ebrard, López

Chamamos a atençom sobre o crescente aumento da tendência repressiva contra o povo do México empregando o exército federal e militarizando a polícia, assim como a reduçom de facto das liberdades democráticas, do direito à manifestaçom, livre tránsito, e a simulaçom da liberdade de expressom, controlada polos monopólios da televisom. Expressamos a nossa solidariedade com o PCM, que vem sendo estigmatizado como terrorista por ser conseqüente com a identidade comunista e por praticar o internacionalismo proletário. Expressamos a nossa solidariedade com o povo de México que, conforme a sua história, briga por umha vida melhor.

José Paulo Gascão, politólogo, Portugal. Manuel Sa Marques, médico, Portugal. Silvestre Lacerda, arquiveiro, Portugal. Cristina Nogueira, professora, Portugal. Carlos Lopes Pereira, jornalista, Portugal. Jose Pedro Rodrigues, jornalista, Portugal. Jorge Figueiredo, economista, Diretor de Resistir.info, Portugal. Quintino de Barros, médico, Suiça. Victor Quijada, Presidente Sindicato Asociación Chilena de Seguridad. Ignacio Gajardo, dirigente dos Cordones Secundarios de Chile. Léon Landini, ancien officier des Francs-Tireurs et Partisans de la Maind'œuvre Immigrée. Daniel Antonini, Antoine Manessis, responsáveis da commissom internacional do PRCF. Gilbert Remond, educador especializado. Fadi Kassem, professor de história. Eric Macia, jurista. Nicole Remmery, médico psiquiatra. Désiré Marle, militante internacionalista. John Catalinotto, dirigente político, EEUU. Vicente Romano García, catedrático reformado e escritor, Estado espanhol.

Rebeliom popular na Turquia! A resistência popular contra a política reacionária do governo islamista turco, inicialmente concentrada no Parque Taksim Gezi de Istambul, transformou-se num amplo e maciço movimento a partir de 31 de maio. Centenas de milhares de pessoas tomam as ruas de Istambul e de outras cidades da Turquia para protestar contra a repressom do governo do AKP. Nom se trata de umha “primavera turca”, como os meios de desinformaçom da burguesia gostam de definir. A rebeliom tem um caráter anti-imperialista e pró-secular. Tem enormes relaçons com a oposiçom popular à política beligerante do governo em relaçom à Síria, à gritante islamizaçom da vida pública e as políticas neoliberais que provocam incremento da desigualdade e pobreza. A repressom do governo amigo da UE já provocou várias vítimas mortais, milhares de pessoas feridas e centenas de detençons.


Miguel Urbano

As FARC-EP, meio seculo de luita pola paz Os Diálogos para a Paz entre as FARC e o governo colombiano chegaram a um importante acordo sobre a Reforma Agrária. O difícil processo negocial prossegue. As FARC estám conscientes de que a conquista da Paz é inseparável do desmantelamento da oligarquia que utiliza o Estado como instrumento da sua política de classe, marcada por umhaa repressom feroz.

oligarquia que utiliza o Estado como instrumento da sua política de classe, marcada por umha repressom feroz. É significativo que enquanto cresce o apoio popular às iniciativas do Movimento Colombianos para a Paz, liderado pela exsenadora Piedad Córdoba, alguns ministros entre eles Fernando Carrillo, o de Interiorfalam outra linguagem, sugerindo o fim das conversas se até ao Natal nom for assinado um Acordo Global.

O comunicado conjunto divulgado em Havana no dia 26 de maio polas delegaçons das Forças Armadas Revolucionárias da ColômbiaExército do Povo e do governo de Bogotá assinalou a abertura dum novo ciclo dos Diálogos para a Paz iniciados naquela cidade. Após seis meses de conversas difíceis, os representantes da guerrilha e do executivo colombiano assinalárom um acordo para umha «Reforma Rural Integral», primeiro ponto da Agenda em debate.

O alto comando das Forças Armadas também se empenha em sabotar os debates de Havana -apoiados pola Noruega e Cuba- intensificando a guerra. Os 50 drones -os avions assassinos sem piloto- recentemente adquiridos já teriam sido utilizados em bombardeamentos em La Macarena, Orito, Saravena e Catatumbo.

O documento prevê transformaçons radicais no mundo agrário. A maioria das principais exigências das FARC foi aprovada. Entre elas as relativas ao acesso e uso da terra, à formalizaçom da propriedade, às terras improdutivas, aos programas de desenvolvimento social (educaçom, habitaçom, erradicaçom da pobreza), ao estímulo à produçom agropecuária, ao Fundo de Terras para a Paz, ao ambiente. No dia 11 de junho as delegaçons iniciam a discussom do segundo ponto da Agenda: a Participaçom Política, que envolve o tema crucial da Democracia.

A posiçom de Barack Obama é, como habitualmente, ambígua e hipócrita. Di apoiar os diálogos para a Paz, mas envia o vice Joe Binden a Bogotá para derramar elogios sobre o governo da Colômbia, o seu melhor aliado na América Latina, e expressar ali o desejo dos EUA de aderirem à chamada Aliança do Pacífico. Cabe esclarecer que essa estranha Aliança foi concebida em Washington para funcionar como contraponto ao Mercosul. Integram-na polo de agora o México, o Chile, a Colômbia e o Peru, países cujos governos desenvolvem políticas de submissom ao imperialismo estado-unidense.

O presidente Juan Manuel Santos afirmou estar empenhado na continuaçom do processo «com prudência e responsabilidade».

O apoio militar à guerra contra as FARC-EP prossegue. Os EUA, que já investírom mais de oito mil milhons de euros no financiamento do Plano Colômbia, instalárom no país sete novas bases militares desde o início da Administraçom Obama.

Numha Declaraçom emitida simultaneamente em Havana, as FARC-EP consideram positivo o acordo alcançado sobre a Reforma Agrária, mas alertam para as dificuldades do diálogo na Mesa de Negociaçons sobre os restantes pontos da Agenda, nomeadamente os relativos à droga, ao cessar-fogo e armamentos e à reintegraçom das populaçons expulsas dos seus territórios. As FARC estám conscientes de que a conquista da Paz é inseparável do desmantelamento da

Meio século de luita Ao contrário da imagem edénica de país próspero em acelerado desenvolvimento pola a ç o m d u m g ove r n o d e m o c r á t i c o e progressista, imagem que Juan Manuel Santos difundiu na sua visita a Portugal, a situaçom na Colômbia continua a degradar-se. O paramilitarismo permanece impune com

raras exceçons. A corrupçom desenfreada e a miséria, na capital e nas grandes cidades, alastram. As mais numerosas e bem equipadas forças armadas da América Latina -meio milhom de militares– absorvem umha fatia colossal do orçamento. A fome, endémica em muitas regions, atinge oito milhons de pessoas. 15.000 crianças morrem anualmente antes dos cinco anos por desnutriçom, dirigentes sindicais som assassinados rotineiramente todos os meses. Mas o número de multimilionários aumenta a cada ano numha das sociedades mais desiguais do mundo. As FARC-EP, fundadas em Marquetália após combates épicos na rutura de um cerco, acabam de comemorar 49 anos de existência e de luita ininterrupta. Incluídas pola Uniom Europeia e pola ONU na lista de organizaçons terroristas, caluniadas, acusadas de narcotraficantes por um

presidente, Álvaro Uribe, que foi aliado de Pablo Escobar, o rei da coca, as FARC assumem-se como organizaçom revolucionária, marxista-leninista. «Somos povo -afirma- que empunha as armas contra as armas do poder e contra a repressom». Moderadamente otimistas, fam todo para que as conversaçons de Havana permitam a concretizaçom das aspiraçons de paz do povo colombiano. Mas nom esquecem que umha das cláusulas da Agenda estabelece que o Acordo Geral de Paz somente será possível se todos os pontos neles incluídos forem aprovados. A rejeiçom de qualquer deles implicaria a anulaçom dos demais. Por si só, essa exigência é esclarecedora da falta de transparência e da má-fé que tenhem sido permanentes nas posiçons dos delegados do governo na Mesa de Negociaçons. Hoje, como sempre, as FARC-EP defendem umha soluçom política cujo desfecho seja umha Paz definitiva numha Colômbia democrática. Elas acreditam como Bolívar que as Forças Armadas devem ser o povo em armas, um instrumento de defesa da soberania nacional. Usa-las contra o povo, como acontece na Colômbia, é um crime monstruoso.


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Nestor Kohan ameacado pola inteligencia colombiana empregando fotografia manipulada de Primeira Linha Publicamos um artigo do intelectual marxista argentino Néstor Kohan no qual denuncia as ameaças a que está sendo submetido polo seu firme compromisso com a luita de libertaçom dos povos latino-americanos e caribenhos, e pola defesa da alternativa revolucionária à miséria do capitalismo. Amigo da causa nacional galega, Néstor Kohan é acusado desde diversos webs vinculados com os aparelhos de inteligência colombianos, de ser um apologista das FARC-EP. Como se relata neste texto, os esgotos do Estado colombiano utilizam umha fotografia manipulada da sua intervençom nas XII Jornadas Independentistas Galegas, “O socialismo do século XXI

a debate“, realizadas em Compostela o dia 12 de abril de 2008, para sustentar que Néstor Kohan é um “escritor-guerrilheiro”, um dos teóricos e intelectuais orgánicos da insurgência colombiana. Como se pode comprovar, alteram parcialmente o anagrama de Primeira Linha, substituindo a estrela vermelha e o nome do partido polo logótipo das FARC-EP. Desde aqui queremos manifestar a nossa solidariedade com o Néstor e denunciar a guerra suja que o Estado terrorista colombiano emprega contra todas e todos aqueles que defendem a legitimidade da luita do povo colombiano pola sua emancipaçom e libertaçom nacional. -

Nestor Kohan -

As ameacas, a cultura e a coordenacom repressiva Já nom há coordenaçom repressiva na nossa América? Acabou-se o Plano Cóndor? Dissolvêrom-se os aparelhos de inteligência vinculados ao terrorismo de estado? Os grupos de ultradireita som umha triste lembrança do passado? Vivemos numha democracia plena? Cada quem responderá essas perguntas como queira ou como poda. Nestas linhas limito-me a fazer públicos e denunciar factos pontuais que, por que nom o admitir?, me geram certa preocupaçom. Na Argentina estamos acostumados à vigiláncia dos aparelhos de inteligência. Já som parte do “folclore político” doméstico. Escuitam-nos os telefones, leem-nos os e-mails, fotografam-nos as assembleias, filmam-nos nas mobilizaçons. Todo mundo o sabe. Os recentes casos, tristemente célebres, do oficial de inteligência da polícia federal Américo Balbuena, infiltrado mais dumha década na agência de notícias alternativa Rodolfo Walsh, bem como o “projeto X” de inteligência da Gendarmería sobre organizaçons populares som tam só a ponta do icebergue. É o que mal veu à tona. E todo o que nom se vê? Só alguém demasiado ingénuo ou completamente desinformado pode imaginar que isto é produto da “paranoia”. O aparelho de inteligência e repressom do estado opera através de múltiplas vias. Pode consultar-se com proveito o livro de Gerardo Yung SIDE, La Argentina secreta (Buenos Aires, Planeta, 2006), onde aparece a descriçom do modo de operar do aparelho de inteligência argentino (dirigido e equipado diretamente pola CIA de EEUU e o MOSSAD de Israel) sobre o movimento popular, os seus militantes e os seus intelectuais. Um dos tantos departamentos da central de inteligência

da Argentina está dedicado, obviamente, à informática. Utilizam tecnologia de ponta, em grande parte proveniente de Israel. Desde ali intercetam mensagens, escuitam, olham e, por que nom?, armam páginas e blogues no site. Nesse clima político aparecêrom ultimamente umha série de páginas de Internet destinadas a contra-arrestar as agências de informaçom alternativa. Apresentam-se como geridas de maneira “amateur” por indivíduos soltos ou velhinhos reacionários. Mas pola quantidade de informaçom que manejam, o seguimento ao detalhe, dia e hora, de movimentos sociais, partidos políticos e inclusive indivíduos, seria impossível que umha ou duas pessoas pudessem mantê-las funcionando de maneira “amateur”. É evidente que há um aparelho detrás, umha organizaçom de vigiláncia coletiva que tenta operar com informaçom de inteligência sobre a opiniom pública. Quem suspeite que isto é “paranoia” que siga desfrutando da sua ingenuidade. Numha dessas páginas, intitulada CATAPULTA, acusam-me com todos os pontos e vírgulas, incluindo fotografias da minha pessoa e capa dos meus livros, de ser um “escritor guerrilheiro” alegando como prova ter publicado um livro sobre O CAPITAL de Karl Marx e a minha participaçom durante umha década na Universidade Popular que promovêrom as Maes de Praça de Maio. Cada vez que publicam artigos ou notas sobre Néstor Kohan localizam-nas na seçom CONHECENDO O INIMIGO. Numha delas pretendem assinalar-me como “braço político das FARC” (referência à insurgência da Colômbia, hoje em diálogos de paz em Havana, Cuba) junto ao professor de

economia Jorge Beinstein, já que ambos pertencemos ao Movimento Continental Bolivariano (MCB). Veja-se http://www.catapulta.com.ar/?p=2629 Esta página da ultradireita argentina disfarça a sua tarefa incluindo “notas cor” onde acusam a Igreja do Vaticano de ser “demasiado liberal” e outras tolices similares, mas o eixo habitual das suas informaçons som, invariavelmente, o seguimento ao detalhe das atividades da esquerda e das organizaçons populares. “Acostumado” à nossa ultradireita crioula e aos seus serviços de inteligência sempre rodeandonos, deixei passar essas publicaçons, nom sem certa preocupaçom. Um tempo depois de aparecer a minha fotografia na seçom “CONHECENDO O INIMIGO” de CATAPULTA, viajei ao México a um seminário internacional organizado polo Partido do Trabalho (um partido legal e institucional, com representaçom parlamentar) e ao chegar ao aeroporto de México oficiais da INTERPOL retivérom-me o passaporte e levárom-me ao seu escritório. Nom passou nada grave. Devolvêromme o passaporte. Para que figérom isso? Nunca o soube. Depois fui a Santiago de Chile a apresentar a ediçom chilena do meu último livro sobre o pensamento teórico do Che Guevara e os seus cadernos de leitura marxista. No aeroporto de Santiago, à hora de selar-me os documentos, começou um extenso interrogatório sobre o conteúdo das minhas aulas, os amigos chilenos que me iriam receber, os meus contactos políticos e umha série infinita de perguntas policiais muito detalhadas. Exigiam-me dados sobre as universidades que visitaria. Saí desse interrogatório e perguntei a outros passageiros se lhes tinham feito perguntas. Ninguém que tomou o mesmo voo tinha sido interrogado. E agora encontro-me, de pura casualidade, procurando informaçom na Internet, com umha nova e amarga “surpresa”. Aparece umha página, claramente da inteligência colombiana (pola quantidade de informaçom e de notas diárias dedicadas à insurgência e ao movimento popular colombiano), intitulada Colombiaopina's Blogue onde os editores publicam a seguinte nota: “CONHECER OS APOLOGISTAS DAS FARC: NESTOR KOHAN”. Veja-se: http://colombiaopina.wordpress.com/2012/12/1 4/conhecer-a-os-apologistas-de-as-farc-nestorkohan/conhecer-a-os-apologistas-de-as-farc/ Ali utilizam umha fotografia minha onde estou a dar umha conferência sobre Karl Marx na Europa. Estes agentes de inteligência retocam-na e manipulam-na, ao pior estilo do stalinismo (que retocava as fotos onde Trotsky aparecia ao lado de


Lenine, apagando-o), substituindo os símbolos de umha organizaçom política de Santiago de Compostela (Galiza, Estado espanhol) polo escudo das FARC-EP da Colômbia. Todo mundo sabe que na Colômbia as ameaças de morte e os assassinatos políticos seletivos estivérom e estám à ordem do dia. O caso do professor Renan Vega Cantor, autor dumha grande quantidade de livros sobre história e Prémio Libertador na Venezuela, foi um dos mais recentes (até onde temos notícias). Renan Vega veu à Argentina escapando desse acosso político e essas ameaças de morte e recebeu a solidariedade de muitíssimas personalidades políticas, intelectuais, revistas, cátedras e organizaçons estudantis. Mencionamo-lo porque é o mais próximo e o mais recente do que temos memória. Também sabemos que a classe dominante colombiana nom só tem ameaçado, assassinado e reprimido dentro do seu próprio território nacional. Nom há demasiado tempo o intelectual e dirigente político Narciso Isa Conde, também integrante do Movimento Continental Bolivariano, foi alvo dum atentado “felizmente frustrado” no seu país, República Dominicana. Como faziam os militares argentinos de Videla ou os chilenos de Pinochet, esta gente vigia, ameaça, mata e assassina inclusive para além das suas fronteiras. Por isso deixei passar as (falsas) notas acusatórias dos serviços de inteligência de CATAPULTA. Nom dei maior importáncia às “anedotas” da INTERPOL no México e ao raríssimo e inesperado interrogatório da polícia no Chile. Mas quando me encontro agora com esta tosca manobra da inteligência militar colombiana, acho que é hora de fazê-lo público. Porque cá há uma coordenaçom repressiva. Estas “coincidências” nom som casuais. Exatamente a mesma informaçom (falsa, manipulada) e a mesma montagem começa a aparecer em forças repressivas de países diferentes. Na acusaçom fraguada, mal-intencionada e pérfida à que fago referência, os agentes de inteligência colombianos pretendem assinalar-me como “um dos principais ideólogos das FARC neste momento”. Que delírio, meu Deus! Estes fascistas nom só som reacionários de ultradireita, ademais tenhem graves problemas mentais. Como se imaginam que alguém que vive na Argentina, a milhares de quilómetros da Colômbia, pode ser um ideólogo dumha organizaçom de outro país? Como ficárom sem os velhos contos do “comunismo que vem de Moscovo ou de Pequim”, agora inventam ideólogos … argentinos. Nom podo menos que me rir. Parece umha piada (má) de argentinos. Os argentinos nom só pugérom um Papa no Vaticano, também controlam as FARC da Colômbia. Que delirantes! E nom só isso, acusam-me afirmando o seguinte “e desde as páginas eletrónicas da organizaçom narcoterrorista 'atira linha' [Néstor Kohan] sobre o que deve ser o comportamento dos terroristas no processo de Havana“. Que subestimaçom tem esta gente da insurgência colombiana! Um movimento social e político com milhares de integrantes, que há 60 anos que luita no seu país, precisaria que alguém lhe “atire linha” sobre os problemas colombianos? Nem sequer tenho dados empíricos da economia colombiana, da propriedade do seu território, do desenvolvimento da sua indústria, dos níveis do seu comércio exterior. Nom conheço nem sequer as províncias colombianas. Como “atirar linha” sem viver aí nem conhecer a fundo um país? Que delirantes! Na sua nota macartista e fraudulenta nom poupam nada. Acusam-me de “terrorista” por ter colaborado durante muitos anos com o Movimento Sem Terra (MST) do Brasil. Quem no seu juízo perfeito pensa hoje que os camponeses brasileiros som “terroristas”? Atrás destas acusaçons nom estará a inteligência de EEUU?

Os milicos de CATAPULTA acusam-me de “terrorista” e “guerrilheiro” por ter colaborado durante uma década com as maes de Praça de Maio (colaboraçom absolutamente gratuita, acrescento … para evitar mal-entendidos, jamais cobrei um só peso). Os milicos da Colômbia acusam-me de “terrorista” por ter trabalhado junto aos camponeses do Brasil e por sugerir que conseguir a paz na Colômbia é muito difícil devido ao terrorismo de estado da sua classe dominante. Como “provas” incluem duas notas minhas, pequeníssimas. (Estes lúmpens a salário do Estado nem sequer se dérom o trabalho de ler os livros meus que eles citam como um pecado gravíssimo). Um é sobre a paz na Colômbia ?que eles recusam, pois apostam na guerra e na soluçom militar do conflito? e outra é sobre uma velha biografia do escritor Arturo Alape de quem figem umha resenha bibliográfica há 15 anos. Sobre a primeira nota, “A paz na Colômbia”, nem sequer tomara conhecimento de que a agência de notícias alternativa Anncol a tinha publicado. Tive que clicar a ligaçom dos fachas para sabê-lo … porque o original saiu numha página espanhola. Se Anncol encaminhou essa nota, que problema há? É pecado? Sobre a segunda nota, citam um pequeníssimo texto que escrevi na década de '90 sobre umha biografia de Arturo Alape sobre Marulanda (boíssima, recomendo-a, foi publicada pola editorial Planeta) que um dirigente sindical argentino nos presenteara, há como 15 anos, ao meu pai e a mim. Umha biografia literária que até inclui elementos de fiçom. A biografia intitula-se Tirofijo: Los sueños y las montañas. Este texto sobre a biografia de Alape foi escrito na década de ´90 e incorporei-na ao livro Pensar a contramano. Las armas de la crítica y la crítica de las armas. Buenos Aires, Nuestra América, 2007. pp. 289290. Como os fachas nom leem livros grossos, porque é muito trabalho, pegárom desse texto onde comparo as FARC-EP da Colômbia com o EZLN de México, traçando analogias e diferenças. Sim, também viajei ao México e participei num encontro do zapatismo (EZLN) em 1996. Que pecado mortal! Néstor Kohan defende a rebeldia do povo colombiano! Gravíssimo! Chamem a Inquisiçom! Também defende os camponeses do Brasil e os indígenas do México e estivo muitos anos junto às maes de Praça de Maio. Poderiam ter acrescentado outros “pecados mortais”. Tivem a honra de conhecer Fidel Castro e Hugo Chávez. Também pude entrevistar a Evo Morales. Michael Löwy (brasileiro, de inspiraçom trotskistaguevarista) prologou dous livros meus. Armando

Hart Dávalos (cubano, fundador do Movimento 26 de Julho junto a Fidel) prologou outro texto meu. Osvaldo Bayer (argentino e anarquista) também prologou um livro meu. E daí? Pensam identificar, marcar e ameaçar de morte todos eles? Sou amigo de muitos marxistas de Espanha, França e Itália. Pensam cruzar o mar e ir “marcá-los” ao outro lado da água? Nas acusaçons destes militares e agentes de inteligência há só um dado verdadeiro. Fago parte do Movimento Continental Bolivariano … É verdade. E a muita honra! É mais, acabo de escrever um livro inteiro dedicado a Simón Bolívar y nuestra independencia (Una lectura latinoamericana) . Está mal? Tanto medo tenhem ao fantasma de Simón Bolívar? Como parte do Movimento Continental Bolivariano compartilhamos um montom de aulas e seminários de estudo com a bandeira de Simón Bolívar detrás nossa (e do Che Guevara, já que a nossa Cátedra de Formaçom Política leva o seu nome). Aulas onde participárom muitos jovens e s t u d a n t e s , t ra b a l h a d o r e s d e f á b r i c a s recuperadas, piqueteiros, e militantes populares compartilhando o conhecimento com professores, escritores, intelectuais e pensadores como Osvaldo Bayer, Vicente Zito Lema, Atilio Boron, Jorge Beinstein, Claudio Katz, o embaixador de Palestina na Argentina e vários dirigentes piqueteiros. Também participárom professores brasileiros, uruguaios, bolivianos, cubanos, venezuelanos e chilenos. As fotografias dessas aulas e debates com estes professores e intelectuais estám na Internet. Nunca as ocultamos. Todas aulas públicas! Pensam “marcálos” e calá-los a todos? Para além do pessoal, quero fazer umha reflexom mínima sobre as perguntas do começo. Desapareceu o Plano Cóndor? Já nom há coordenaçom repressiva a escala continental? Os serviços de inteligência e os aparelhos de “segurança” (que palavra enganosa…) nom passam informaçom, nom coordenam a vigilância, nom articulam o seguimento e a repressom? As suas conceçons, que lamentavelmente non ficárom enclausuradas no passado, continuam operando com objetivos precisos: 1- Aniquilar pola força todo movimento social rebelde, desde os tímidos movimentos urbanos e rurais que só se proponhem reformas pontuais, até a insurgência. TODOS SOM INIMIGOS. Para eles todos som “terroristas”. 2- Isolar os rebeldes: o famoso “tirar a água ao peixe” que na década de ´60 promovêrom os franceses na Argélia e os norte-americanos no


Vietname, doutrinas que depois se aplicárom com todo rigor na nossa América. Que os rebeldes fiquem sozinhos, isolados, sem que ninguém opine, sem que ninguém fale, sem que ninguém veja nada. 3- Bater a cultura da rebeldia e o pensamento crítico, considerados como “núcleo central do adoutrinamento subversivo-terrorista” (segundo o teórico militar argentino Osiris G. Villegas: Guerra revolucionaria comunista [Buenos Aires, Pleamar, 1963; primeira ediçom da Biblioteca del Oficial del Círculo Militar Argentino, 1962]). A cultura é o gérmen das revoluçons? por isso nesse espaço há que vigiar, amedrontar, bater e se for possível, aniquilar. 4- Demonizar, satanizar e gerar TERROR entre a juventude, o estudantado, a intelectualidade, os jornalistas, as advogadas, os professores e as professoras. Que ninguém fale! Que os escritores nom se animem a escrever! Que ninguém pesquise nada! Que os livros nom circulem nem se leiam! 5- Sentar as bases dos futuros assassinatos seletivos. Na Colômbia venhem-no fazendo desde há décadas. A Triplo A argentina (Aliança Anticomunista Argentina) começou igual, assinalando futuras vítimas. Ameaçando. “Identificando”. Marcando. Nom quero ser pessimista. Tenho vontades, tenho desejos que as cousas mudem. Nom gosto da cultura “dark” nem fago o culto da melancolia. Mas também nom sou ingénuo. Nom acho que os aparelhos de repressom deste continente se tenham transformado em doces monginhas ou inocentes carmelitas descalças. Na Argentina, de maneiras “democráticas” desapareceu Julio Lopez, testemunha contra os assassinos militares. Até o dia de hoje … “ninguém sabe nada”. Nom creio no sorriso hipócrita do presidente Obama. Quanto mais sorri, mais golpes de estado há. Que passou em Honduras? E em Paraguai? Desmantelárom-se as novas bases militares estadounidenses na Colômbia? Nom, nom acredito no Obama. É um loiro disfarçado de afrodescendente. É mais do mesmo. O seu multiculturalismo é umha mercadoria de shopping que nada tem a ver com o totalitarismo do seu

american way of life que nos pretende impor de mil maneiras, a cada dia mais subtis, vigiláncia, controlo e repressom incluída. Nom acredito no presidente Santos nem no expresidente Uribe. Parece que entre eles estám brigados. A página de inteligência militar que me “marca”, me assinala e ameaça, critica Santos, seguramente a favor de Uribe. Nom conheço essa política interna da Colômbia nem me interessa. Os nazis também brigavam entre eles mas à hora de matar, assassinavam todos juntos. Quando me encontro ante estas publicaçons ameaçantes lembro alguns velhos, queridos e admirados desde a minha adolescência. Jean-Paul Sartre, por exemplo, no meio da histéria colonialista francesa e europeia, animouse a defender os direitos à rebeldia e à insurgência do povo de Argélia. Nom eram demónios, tinham direitos, dixo Sartre fumando a sua pipa. Nom mereciam ser torturados, violados, assassinados. Sartre pujo-se na contramao a todo mundo, mas continuou defendendo os rebeldes. E fijo bem! B e r t ra n d R u s s e l l , v e l h i n h o, a r r u g a d o, completamente grisalho, admirador de Leibniz, amante da matemática e a lógica simbólica, sobrepujo-se às ameaças e nom deixou um minuto de condenar a injusta guerra do Vietname. Mesmo o metêrom preso, mas seguiu exercendo a solidariedade com a gente humilde e os povos rebeldes, brutalmente queimados e arrasados polo NAPALM dos marines norte-americanos. Eric Hobsbawm, velhinho judeu rodeado da fleuma e a neblina inglesa, ao falar da insurgência colombiana e o povo de Marulanda, nom duvidou em escrever que “Na Colômbia vive-se a mobilizaçom camponesa maior de todo o hemisfério ocidental”. Nom os nomeava como “terroristas” senom como camponeses mobilizados. Noam Chomsky, neurótico obsessivo fascinado polas estruturas da linguagem e as formas de racionalidade humana, escreveu no seu livro Estados canalhas: o império da força nos assuntos mundiais (Rogue States: The Rule of Force in World Affairs, Cambridge, South End Press, 2000)

que a insurgência colombiana nom constitui umha banda de delinquentes, sequestradores, bandoleiros e foragidos e, menos que nada, umha “narcoguerrilha terrorista” sem ideologia. Também o vám marcar e identificar como “apologista das FARC”? Também o vám ameaçar? Vám-no ir fotografar até a sua casa nos Estados Unidos? Ao saber que estes milicos, polícias e aparelhos de inteligência me assinalam com nome, apelido e fotografias, custa-me dormir. Mentiria se dixesse que nom tenho medo. Seria umha fanfarronada tonta. Só alguém delirante pode nom aferrar-se ao princípio de realidade. Se querem gerar medo, conseguem-no. A questom é que fazemos nós com os nossos medos. Submetemo-nos? Anulamo-nos como sujeitos? Deixamos de ser q u e m s o m o s ? D e i x a m o s d e e s c r e ve r ? Abandonamos as aulas de formaçom política? Calamos a boca em frente à longa mao do terrorismo de estado? Max Horkheimer dizia “A lealdade à filosofia significa nom permitir que o medo diminua a nossa capacidade de pensar”. E tem razom. Ainda hoje tem razom. Hegel, outro gigante do pensamento, na sua Fenomenologia do espírito escreveu que “Só se se pom em jogo a vida, se conserva a liberdade”. E o nosso querido Rodolfo Walsh fechava a sua carta aos sebentos assassinos, terroristas de estado:“sem esperança de ser escuitado, com a certeza de ser perseguido, mas fiel ao compromisso que assumim há muito tempo de dar depoimento em momentos difíceis”. Pola mesma época de Rodolfo Walsh, em plena ditadura militar de Videla, o meu pai foi ameaçado de morte, tivo que ir da casa e andar escondido. Nunca deixou de ser quem era. Nom pudérom com ele. De jeito que nom deixaremos de fazer o que fazemos. Seguiremos estudando e escrevendo, continuaremos com as aulas itinerantes de formaçom política, nom deixaremos de pesquisar nem de denunciar os crimes do terrorismo de estado. Buenos Aires, 24 de maio de 2013

MCB comemora em Caracas 49 anos de luita das FARC-EP Com grande combatividade e vocaçom unitária, o camarada Carlos Casanueva, Secretário Executivo do MCB, explicou a releváncia da luita bolivariana da insurgência fariana, chamou a apoiar continentalmente os diálogos que se realizam em Havana. Dando as boas-vindas o “23 de Enero”, como mestra de ceremónias estivo a companheira Guadalupe Rodríguez da Coordenadora Simón Bolívar no bairro “23 de Enero”. Foi denunciada a estigmatizaçom contra as insurgências e rebeldias que florescem num mundo de opressom e exploraçom. Enfatizou-se que a Delegaçom de Paz das FARC-EP tem demonstrado que os marquetalianos tenhem como principal arsenal umha proposta política de grande calibre para derrotar a morte e o terror que semeia a oligarquia. Foi exigida a liberdade do venezuelano Ilich Rámirez e de Simón Trinidad e Sonia, prisioneiros na França e nos EEUU respetivamente. Simón Trinidad fai parte da Delegaçom de Paz das FARC-EP. Assinalou-se que na história recente nom se conhece umha guerrilha que acumule quase meio século combatendo contra a injustiça, como as FARCEP, e que isto só é possível polo enraizamento popular e pola defesa consequente dos oprimidos na Colômbia, pola firmeza, a determinaçom, a audácia. Com grande colorido e conteúdo, dezenas de coletivos e organizaçons venezuelanas, e várias delegaçons internacionais, procedentes do México, Argentina, Chile, Colômbia, Brasil e a República Dominicana, celebrárom, sábado 25 de maio, os 49 anos de luita das FARC-EP. A Praça Manuel Marulanda Vélez foi o cenário selecionado polo Movimento Continental Bolivariano e a Coordenadora Simón Bolívar para desenvolver esta jornada de solidariedade e de compromisso internacionalista. Fôrom escuitadas as vozes do intelectual argentino Jorge Beinstein, do Coordenador da Presidência do MCB Narciso Isa Conde, de Pável Blanco do Partido Comunista do México, de Amilcar Figueroa que falou em nome do capítulo Venezuela do MCB.

Sentenciárom que Manuel Marulanda, o legendário comandante em chefe das FARC-EP é umha forte inspiraçom de luita permanente, polo seu heroísmo e intrepidez, que o conduzen pola rota do amor à liberdade, a independência dos povos e o socialismo. Particularmente emotivo foi o momento no que entrárom em cena os cantores/as revolucionárias Alí Manaure, Centauro, e o “Pollo de Falcón”, quem acionando as cordas das guitarras e imprimindo conteúdo as suas mensagens expressárom o seu apoio à paz, à luita, incentivando a consciência, luitando pola liberdade, e apoiando o aprofundamento do processo, como o formulou Hugo Chávez. Também chegou a mensagem de Julián Conrado e o seu canto de esperança.


Revoluçom Bolivariana O prematuro falecimento 5 de março do comandante Hugo Chávez e os resultados eleitorais das eleiçons de 14 de abril nas quais Nicolás Maduro foi eleito presidente da República Bolivariana da Venezuela, nom por inesperados, sim provocárom umha agudizaçom da ofensiva imperialista contra a Revoluçom bolivariana. A estratégia promovida pola extrema-direita venezuelana consiste em nom reconhecer a vitória eleitoral de Nicolás Maduro em base a existência de umha fraude eleitoral, e a implementaçom de umha guerra de quarta e quinta geraçom baseada na manipulaçom informativa, desfornecimento de alimentos e produtos de primeira

necessidade, sabotagem energética. Mas também tenhem ativado um profundo debate no campo popular e revolucionário perante os desafios, reptos e preocupante situaçom que vive o processo bolivariano. Pola importáncia dos sucessos em curso para o país irmao, mas também para a emancipaçom e definitiva independência da América Latina e do conjunto dos povos do mundo, neste número do Insurreiçom publicamos um conjunto de documentos e notícias que permitem compreender a complexidade do processo venezuelano com o que umha vez mais manifestamos o nosso apoio e solidariedade.

Maduro presidente! Viva a Revolucom Bolivariana! da República Bolivariana da Venezuela. Denunciamos a atitude neocolonial espanhola tentando contribuir à desestabilizaçom da Revoluçom Bolivariana. O velho e decrépito império espanhol, por boca do seu chanceler Manuel Garcia-Margallo pretende, tal como já fijo Aznar no golpe de estado de abril de 2002, alterar a decisom popular, situando no palácio de Miraflores um fascista do agrado das multinacionais espanholas. A vitória de Nicolas Maduro é transcendental para a soberania e para a integraçom da nossa América e dos povos de todo o mundo que como o galego nom renunciamos à nossa soberania e a construçom de umha sociedade justa e igualitária, o Socialismo. AGARB transmite os seus parabéns ao Consulado da República Bolivariana da Venezuela na Galiza e alerta o conjunto do movimento popular e organizaçons antiimperialistas galegas a estarmos preparadas perante qualquer tentativa de agressom das instalaçons consulares da naçom irmá no nosso país. Chávez vive! Pátria Socialista e Independência! Até a vitória sempre! Galiza, 15 de abril de 2013

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AGARB transmite os parabéns ao povo venezuelano e ao seu presidente eleito, Nicolás Maduro, polo nova vitória eleitoral. Denunciamos a estratégia desestabilizadora que a extrema-direita venezuelana, sob ordens dos USA, está aplicando. Nom reconhecer a legítima vitória eleitoral bolivariana nas eleiçons de domingo 14 de abril e apelar à desestabilizaçom só tem um nome: golpe de estado. Os resultados do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, referendados pola UNASUL e polo conjunto dos organismos internacionais presentes no processo eleitoral, som indiscutíveis. O sistema eleitoral venezuelano é dos mais fiáveis e rigorosos do mundo. O Conselho Nacional Eleitoral proclamou triunfador Nicolás Maduro com 7 milhons 563 mil 747 votos (50,75%) frente o candidato da burguesia e do imperialismo, com 7 milhons 298 mil 491 votos, (48,97%). Umha curta vantagem nas primeiras eleiçons desde 1999 sem o comandante Chavez, mas UMHA NOVA VITÓRIA num cenário de guerra económica, elétrica, comunicacional e psicológica contra o povo trabalhador venezuelano. AGARB condena as intoleráveis ingerências do governo espanhol questionando a legitimidade democrática do novo presidente constitucional

Vigo acolheu concentracom de apoio a Revolucom Bolivariana da Venezuela As palavras de ordem Galiza-Venezuela solidariedade e Maduro, seguro, ao ianque dá-lhe duro!, iniciárom a concentraçom solidária convocada hoje em Vigo diante das instalaçons do consulado da República Bolivariana na Galiza. Dúzias de militantes e ativistas de diversas organizaçons políticas e sindicais da esquerda nacional assistírom à iniciativa promovida pola Associaçom Galega de Amizade com a Revoluçom Bolivariana. Xavier Moreda denunciou, megafone em mao, o golpe de estado fascista que a burguesia

Maracay acolheu jornada internacional anti-imperialista do MCB A cidade venezuelana de Maracay acolheu 23 de maio as jornadas “Chávez sempre! Crise mundial e agressons imperialistas: Venezuela e as luitas emancipadoras na nossa América”, organizadas polo MCB em colaboraçom com Rádio Girardot, a Presidência da Cámara do Conselho Municipal de Girardot e o Frente de Trabalhadores Alfredo Maneiro No evento participárom o intelectual comunista argentino Jorge Beinstein, Iván Pinheiro secretario geral do PCB, Pavel Blanco secretário Geral do PCM, Amílcar Figueroa e Narciso Isa Conde.

venezuelana, seguindo as diretrizes dos Estados Unidos, tentou dar estes dias, negando-se a reconhecer a legítima e limpa vitória eleitoral de Nicolás Maduro. O coordenador geral da AGARB também denunciou a atitude colonial da “Espanha decrépita” participando na desestabilizaçom da Venezuela. Após entoar o hino da Pátria e com gritos de Até a vitória sempre, Maduro presidente! e Maduro seguro, à burguesia dá-lhe duro! finalizou a iniciativa internacionalista.


Revoluçom Bolivariana Comunicado das Forças Bolivarianas de Libertaçom

Ainda estamos a tempo de salvar a revolucom bolivariana

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Os dias que se avizinham anunciam cruentos confrontos nos quais se decidira o espirito, carater e continuidade da Revolucom Bolivariana

Nom constitui um exagero afirmar que a Revoluçom Bolivariana enfrenta hoje a sua maior ameaça, pois nos dias por vir definitivamente definirá-se o seu espírito, caráter e continuidade, como processo histórico que inicialmente representou para as amplas maiorias do povo venezuelano a esperança de viver num país decente, seguro, soberano e independente, enfim, numha sociedade produtiva, justa, verdadeiramente democrática e coletivamente feliz. Nas Forças Bolivarianas de Libertaçom tivo-se sempre cabal entendimento das limitaçons da Revoluçom Bolivariana como processo político que nom questiona a existência do capital; no entanto, também se tivo plena consciência das suas enormes potencialidades para se transformar num autêntico processo de construçom socialista, tida conta das complexas dinámicas políticas, económicas e militares que se figérom presente ao longo do seu desenvolvimento; dali que nunca se duvidou em participar ativamente nas luitas destinadas à sua defesa e aprofundamento. Esta contradiçom da Revoluçom Bolivariana, isto é, o seu inicial caráter capitalista por um lado, e o seu potencial desenvolvimento socialista polo outro, vive hoje a sua mais aguda tensom, produto da recuperaçom político-eleitoral dos grupos de oposiçom ao governo nacional e, subsequentemente, em virtude da concreçom na Venezuela do conflito interimperialista que se cenifica atualmente a nível mundial polo controlo hegemónico dos recursos naturais existentes no planeta. Neste sentido, o desenlace desta contradiçom pode significar a derrota definitiva da Revoluçom Bolivariana, a nom ser que urgentemente se reative o Movimento Popular Revolucionário e seja capaz de luitar em funçom de implementar as medidas que garantam a RETIFICAÇOM DA DIRECIONALIDADE DO PROCESSO REVOLUCIONÁRIO, tanto no ámbito da composiçom política do seu comando central, como no plano da sua orientaçom histórica.

Neste contexto, é vital que se tenha suficientemente claro que ainda quando se resulte vitorioso nos processos eleitorais futuros e, por tanto, se conserve o governo nos seus diferentes níveis territoriais se pode perder a Revoluçom Bolivariana, pois, um pacto de governabilidade entre os múltiplos fatores de poder que coexistem na sociedade venezuelana, especificamente, entre as elites políticas que se disputam o controlo do Estado em funçom da administraçom da sua endinheirada fazenda pública, nom está descartado no devir histórico do processo, fundamentalmente, em virtude de perder este a sua potencialidade socialista a propósito dum abandono por parte dos seus máximos dirigentes dos postulados que originalmente inspiraram a revoluçom. Portanto, o determinante aos fins de valorizar se a revoluçom avançar ou nom, isto é, se houver ou nom abandono dos seus postulados e, conseqüentemente, a construçom socialista, estriba em estabelecer a que interesses principalmente beneficia a gestom governamental, para além das retóricas e multimilionárias campanhas publicitárias. Neste enquadramento situacional, o desafio para o Movimento Popular Revolucionário nesta determinante conjuntura histórica pola que atravessa a Pátria, aparte de se reativar como sujeito protagónico com capacidade para participar e incidir na tomada de decisons que definem o destino imediato do país, concretase na tarefa de garantir a continuidade da Revoluçom Bolivariana, o qual nom implica suspender ou paralisar as suas luitas orientadas a conquistar ou defender os seus direitos e interesses, já que, assegurar a estabilidade da ordem institucional da República nom está confrontado nem pom em perigo o processo de construçom socialista, polo contrário, quanto mais se avance na aplicaçom de medidas que favoreçam as amplas maiorias populares da naçom, mais estabilidade adquirirám as instituiçons republicanas, à vez que ditos setores sociais se identificassem substancialmente com o curso

e gestom do quefazer governamental, no ponto de se converter nos seus principais promotores e defensores. Em síntese, sem o impulso e agudizaçom da luita de classes nom é possível a edificaçom socialista e somente nessa dinámica em que as massas populares desencadeiam todas as suas capacidades revolucionárias é que cobra pertinência a estabilidade das instituiçons como expressom e materializaçom das conquistas atingidas no seu desenvolvimento. Por esta razom, as luitas em defesa dos interesses do país em frente às pretensons colonialistas das companhias transnacionais representantes dos velhos e novos impérios presentes na Venezuela; as luitas para combater as posiçons neoliberais do governo nos processos de negociaçom sobre as reservas energéticas e mineiras da naçom; as luitas pola conservaçom e defesa dos ecossistemas; as luitas pola demarcaçom dos territórios dos povos indígenas; as luitas por transparentar a administraçom do erário público; as luitas contra a corrupçom e a ineficiência governamental; as luitas a favor do incremento geral de salários; as luitas a favor da instauraçom e consolidaçom do controlo operário sobre a produçom social; as luitas para melhorar os serviços públicos; as luitas contra a generalizada impunidade; as luitas em defesa da liberdade sindical; as luitas contra a desvalorizaçom do Bolívar que empobrece os trabalhadores e aforristas, e enriquece a burguesia; as luitas contra a vocaçom importadora da burocracia estatal; as luitas em funçom da organizaçom e exercício revolucionário do poder popular; as luitas contra o latifúndio e pola independência agroalimentar; enfim, as luitas por verdadeiramente construir neste período histórico o que significa e representa a República Bolivariana de Venezuela, constituem genuínas manifestaçons do conflito de classes, portanto, nom é umha posiçom revolucionária desqualificá-las, condená-las ou reprimi-las. Estes conflitos sociais som, em definitiva, a garantia da


Revoluçom Bolivariana continuidade do processo de mudança que empreendeu e liderou o Comandante Chávez, polo que devem ser promovidos e d e s e nv o l v i d o s a t é a s s u a s ú l t i m a s consequências, baixo umha correta conduçom política.

caraterizou a Revoluçom Bolivariana nos seus inícios. 3.- O combate aberto a todas as políticas governamentais destinadas a favorecer os interesses da burguesia e do capital transnacional; por tanto, luitar determinadamente em apoio a todos os conflitos sociais que se desenvolvem atualmente, como manifestaçom concreta da luita de classes.

Adicionalmente, o panorama nacional adquire maior complexidade e risco a propósito das impugnaçons que interpugérom perante o Tribunal Supremo de Justiça as elites da “oposiçom política ao governo” contra as eleiçons celebradas o passado 14 de abril. Todo indica que serám declaradas improcedentes, o qual, nom significa o esgotamento da referida contradiçom que encarna a revoluçom, nem tampouco um desenlace definitivo da atual conjuntura, dado que a estratégia das elites da oposiçom é recorrer a instáncias internacionais a objeto de justificar e legitimar a intervençom estrangeira, particularmente, dos Estados Unidos de Norteamérica. Em conclusom, os dias que se avizinham anunciam cruentos confrontos nos quais se decidirá o espírito, caráter e continuidade da Revoluçom Bolivariana.

4.- A preparaçom e execuçom imediata dumha OFENSIVA ADMIRÁVEL contra todos os interesses da burguesia e as companhias transnacionais que promovam e apoiem a ingerência e intervençom estrangeira, em consequência, todos os seus vozeiros, representantes e persoeiros se convertem em objetivo militares. 1.- O desenho e estabelecimento dum SISTEMA DE COORDENAÇOM CENTRALIZADO entre o conjunto de organizaçons que fam parte do Movimento Popular Revolucionário, a objeto de assegurar o seu acionar unificado face a um PLANO DE AÇOM PARA A RETIFICAÇOM DA DIRECIONALIDADE DA REVOLUÇOM BOLIVARIANA.

Portanto, nestas difíceis horas polas que atravessa a pátria, mas à sua vez, luminosas para o seu devir histórico, as Forças Bolivarianas de Libertaçom responsavelmente PROPONHEM ao conjunto de organizaçons que fam parte do Movimento Popular Revolucionário venezuelano, luitar no imediato em funçom de:

2.- A constituiçom e formal nomeaçom de um GABINETE REVOLUCIONÁRIO que expresse as aspiraçons e anseios do Povo Venezuelano em Luita, ao mesmo tempo em que resgate em cada umha das correspondentes gestons ministeriais, o espírito crítico, rebelde, contestatário, popular e dinámico que

Ainda há tempo de salvar a revoluçom bolivariana! Só o povo em luita salva a revoluçom bolivariana! Sem construçom socialista nom há estabilidade institucional! A capitulaçom é umha traiçom à pátria! O impulso da luita de classes é a garantia do avanço da revoluçom! Os promotores da intervençom estrangeira som objetivos militares! Para mais informaçom http://www.cedema.org

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Venezuela bolivariana quer avancar com a criacom de 'milicias operarias' para a defesa da revolucom

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, dá sinais de querer avançar qualitativamente no fortalecimento do processo revolucionário, com as declaraçons realizadas 22 de maio: a criaçom das 'milícias operárias', como parte do corpo de defesa nacional levantado por Hugo Chávez. O ex-operário e atual líder revolucionário realizou umha proposta clara para o exercício do poder popular contra a permanente ameaça da oligarquia golpista: "Ordeno avançar, o mais rápido possível, com o estabelecimento e a organizaçom das milícias operárias bolivarianas como parte das milícias nacionais". O objetivo declarado será "fortalecer a aliança operária-militar", para obter um maior respeito para a classe trabalhadora como protagonista principal do processo revolucionário, segundo reconheceu Nicolás

Maduro num ato de graduaçom na Universidade Bolivariana de Trabalhadores Jesús Rivero, em Caracas. O caráter do novo corpo popular armado será massivo: "Serám ainda mais respeitados se as milícias tivessem trezentos mil, um milhom, dous milhons de trabalhadores e trabalhadoras uniformizados e armados, preparados para a defensa da soberania e da revoluçom". A ideia responde ao desenvolvimento das milícias bolivarianas, criadas em 2005 polo expresidente Chávez, como corpo de apoio às Forças Armadas para a defesa do país. Atualmente, o seu efetivo é estimado em 130 mil homens e mulheres. Ninguém duvida que a proposta tenta dar resposta ao desafio da extrema-direita golpista, com claros precedentes no ataque à soberania popular e à revoluçom em curso. A falta de reconhecimento para a vitória eleitoral

da esquerda e o boicote da burguesia para provocar escassez de bens básicos, assim como umha permanente ofensiva mediática que tenta dividir o PSUV e as forças revolucionárias, indicam a vontade da direita de preparar o terreno para novos passos que permitam um novo golpe. Diversos analistas apontam para a aposta no colapso económico e na intoxicaçom mediática como via para a desestabilizaçom do processo revolucionário. A proposta da dirigência bolivariana tenta garantir a resposta popular através da autodefesa da classe operária como eixo e garantia da derrota do fascismo e da construçom do socialismo. Juntamente com o armamento do povo, Maduro incidiu na necessidade de "construir umha cultura política em que o nosso povo tenha vocaçom de exercício do poder, para além das eleiçons (...) através das luitas".


CIG celebrou VI Congresso Nacional

“É necessário. É possível. Organizaçom, luita e soberania” foi a legenda escolhida para realizaçom do VI Congresso Nacional da CIG que decorreu em Compostela 25 e 26 de maio. O acordo a que chegárom a prática totalidade das correntes que trabalham de maneira organizada na central sindical nacional e de classe, para confecionar candidaturas unitárias aos diferentes organismos, permitiu um amplo consenso. A aprovaçom do informe de gestom dos últimos quatro anos seguiu a mesma linha, e contou com um apoio de perto de 87%. Durante as duas jornadas boa parte das intervençons centrárom-se no repasso da linha sindical defendida durante os últimos anos e na defesa dum sindicalismo combativo e nom pactista, que empreste especial atençom aos segmentos populares mais agredidos: desempregadas/os, jovens, mulheres ou os reformados/as, assim como a pessoas afetadas polos despejos bancários ou as preferentes. Soberania nacional A opressom nacional da Galiza também estivo moi presente e ligada à questom de classe. Tanto os próprios textos como as intervençons centrárom-se na reclamaçom de mais

soberania para Galiza e o direito a decidir das galegas e galegos, com o objetivo de criar um Estado próprio. Nesta linha cabe destacar umha emenda feita ao relatório de açom sindical na que se aprovou enquadrar a CIG dentro do movimento de libertaçom nacional galego em substituiçom da CIG como parte do movimento nacionalista galego. Maior combatividade A valorarizaçom positiva da linha sindical seguida pola CIG os últimos quatro anos, que refletiam as intervençons da direçom, choca com a opiniom de qualificados setores de militantes que precisamente reclamárom umha maior combatitividade por parte da central sindical, ou umha linha de continuidade nas jornadas de luita e greves gerais, num momento no que estamos perante o maior ataque nos últimos trinta anos contra a classe trabalhadora deste país. Nova Executiva Confederal e resoluçons O VI Congresso rematou com a eleiçom da nova Executiva Confederal, e a releiçom de S u s o S e i x o c o m o s e c r e t á r i o - g e ra l . Posteriormente fôrom aprovadas diversas resoluçons, a favor dos serviços públicos, do ensino, da nossa língua, da situaçom dos presos independentistas galegos, em contra

dos macro-projetos de exploraçom mineira, em prol da Greve Comarcal em Trasancos o dia 12 de junho. NÓS-UP entre as organizaçons convidadas no ato de clausura Destacar o importante número de delegaçons sindicais de ámbito internacional convidadas que participárom no ato de encerramento. 26 organizaçons obreiras tanto de Portugal, Euskal Herria, Catalunya, e outros países da Europa, Canárias, América, África, assim como da FSM (Federaçom Sindical Mundial) ou a CSPLP (Confederação Sindical dos Países de Língua Portuguesa). No caso de Galiza participárom um total de 25 delegaçons representando organizaçons políticas, sociais ou culturais, entre as que cabe assinalar a participaçom, por primeira vez num congresso nacional da CIG , de NÓS-UP, que foi recebida com gritos de independência por parte dos delegados e delegadas que participárom no ato de encerramento. Com a interpretaçom do nosso hino nacional por parte de centenas de trabalhadores e trabalhadoras que lotavam as instalaçons do Paço de Congressos finalizou VI Congresso Nacional da CIG.

NÓS-Unidade Popular apresentou publicamente a versom em papel do PTRP medidas concretas

LIOM POPULAR

ICO PARA A REBE

PROGRAMA TÁT

Este documento de 94 páginas sintetiza um conjunto de 502 medidas concretas divididas em 12 áreas (Direitos e liberdades individuais e coletivas, Economia e sociolaboral; Saúde; Ensino; Serviços sociais; Vivenda, urbanismo, transporte e ordenaçom do território; Ambiente; Mulher; Juventude, Língua; Cultura, e finalmente Desporto. Está concebido como um programa de mínimos para um governo obreiro e popular, patriótico e feminista, emanado da rutura democrática e de um processo constituinte galego. O documento de NÓS-UP foi elaborado com as contribuiçons do conjunto das entidades do MLNG, mas também com as valiosas achegas de colaboradores/as e simpatizantes que enviárom as suas

sugestons durante os meses em que a primeira versom provisória -inicialmente configurada por 466 medidas-, estivo pendurada na rede. Documento tático inacabado O PTRP está concebido como um programa provisório, com vocaçom aberta e integradora, e portanto inacabado. Como documento tático, elaborado para umha situaçom concreta num momento concreto, é umha proposta incompleta, aberta a sugestons e modificaçons que contribuam a completá-lo e aperfeiçoá-lo mediante “contributos da militáncia obreira, dos movimentos sociais, do associativismo, das ordens profissionais, das organizaçons sindicais e gremiais, das entidades desportivas, culturais, juvenis, de


mulheres, ecologistas e ambientalistas, dos mais variados agentes sociais conscientes que a libertaçom do País e emancipaçom do povo trabalhador galego só será possível por meio da independência e o socialismo”. GPS da esquerda independentista e socialista galega Tal e como se recolhe na apresentaçom do PTRP o documento pretende ser o roteiro da esquerda independentista e socialista galega em relaçom às reivindicaçons e luitas do nosso povo e da nossa classe. PTRP agrupa centenas de propostas concretas, afastadas de abstraçons, para desenvolver, promover e implementar hoje, “para ocupar espaços de contrapoder, para guiar a nossa intervençom nas luitas populares, para a dotar de GPS à necessária organizaçom da rebeliom popular”. Greve Geral de 48 horas e Rebeliom Popular A multicrise que arrasta o Estado espanhol provoca graves e dramáticas conseqüências nas condiçons de vida da classe trabalhadora e do conjunto do povo, no

endurecimento do centralismo espanholista que pretende a plena assimilaçom cultural e identitária para destruir a naçom galega, mas também o reforçamento do patriarcado m e d i a n t e p o l í t i c a s i nvo l u c i o n i s t a s cristalizadas no retrocesso permanente e eliminaçom das conquistas e direitos atingidos pola luita das mulheres. Perante este cenário a realidade “demonstrou como esgotada e estéril a estratégia de pacto, conciliaçom e participaçom eleitoral que a imensa maioria da esquerda política e social emprega como um simples fetiche para reproduçom das suas elites”. Tal como enuncia a introduçom do PTRP a “experiência destas décadas só tem servido para blindar a ditadura da burguesia, a destruiçom da Galiza e a perpetuaçom do patriarcado”. Portanto numha conjuntura onde é prioritário que amplos segmentos do povo trabalhador se decantem pola organizaçom e a luita, por ocupar as ruas e as praças, por desprender-se do medo e superar a

resignaçom, a funçom do Programa Tático para a Rebeliom Popular é contribuir à construçom de “poder popular, de organizar um movimento de massas dotado de um programa tático flexível enquadrado nuns firmes princípios estratégicos”. O conjunto do MLNG deve investir mais energia na construçom de umha alternativa revolucionária para poder dar umha saída política à crise capitalista, pois tal como recolhemos da introduçom do PTRP “nem o capitalismo se pode reformar, nem Espanha vai permitir que nós, galegas e galegos, optemos livremente por construir o nosso futuro”. Deste modo a Greve Geral de 48 horas é a ferramenta tática para catalisar tantas energias dispersas e respostas parciais e intermitentes, fazendo-as confluir numha estratégia de luita permanente e encadeada onde a Rebeliom Popular esteja concebida como o mecanismo que facilitará gerar as condiçons sociais e políticas subjetivas que permitam quebrar a dependência e a exploraçom a que nos vemos submetidas como povo, classe e género.

Primeira Linha promoveu debate internacional sobre a vigência do marxismo nas XVII Jornadas Independentistas Galegas da classe operária e do povo trabalhador no seu conjunto. Já na parte da tarde, a segunda sessom foi protagonizada primeiro por Nines Maestro, dirigente da Red Roja (Estado espanhol) e militante revolucionária com umha importante trajetória, que orientou a sua comunicaçom à emancipaçom da mulher na perspetiva do marxismo.

Como cada ano desde 1997, as Jornadas Independentistas Galegas constituírom um foro de debate no seio da esquerda revolucionária independentista da Galiza, com presença de relevantes analistas e militantes do movimento revolucionário internacional. Sábado 20 de abril, o Centro Social do Pichel de Compostela acolheu o evento, dedicado à figura de Karl Marx e ao marxismo como guia para a compreensom e transformaçom da sociedade, mediante a derrota do capitalismo e a construçom do socialismo. Esta nova ediçom das Jornadas Independentistas Galegas realizou-se em plena crise e descomposiçom do regime espanhol e no quadro de umha multicrise internacional que pom em questom a própria continuidade da Uniom Europeia como espaço ao serviço do grande capital e do imperialismo. Com umha depauperaçom generalizada cada vez mais clara e patente para amplas camadas sociais do nosso país, o nosso partido considerou necessário divulgar e debater o pensamento revolucionário do fundador do m a r x i s m o, c o m o c o n t r i b u t o p a ra o rearmamento ideológico e político das massas, como melhor forma de afrontar os grandes

desafios colocados pola atual crise. Na parte da manhá, a primeira sessom das Jornadas começou com as palavras do secretário-geral do nosso partido, Carlos Morais, lembrando a figura de Hugo Chávez Frias, líder revolucionário venezuelano recentemente desaparecido, a quem foi dedicada a jornada de debate que começava nesses momentos. Antes de dar passagem à apresentaçom dos dous camaradas que participárom na primeira sessom, transmitiu a satisfaçom pola presença nestas Jornadas de Miguel Nicolás e Telmo Varela, ex-presos políticos galegos, que nas ediçons anteriores nom pudérom assistir por estarem encarcerados. De Portugal, o camarada Silvestre Lacerda, militante do PCP, trouxo-nos umha visom biográfica de Marx, enquadrando-a no contexto histórico em que viveu, destacando os enormes contributos teórico-práticos do revolucionário alemám no desenvolvimento do programa político da classe trabalhadora. Dos Països Cataláns véu Joan Teran, do Secretariado Nacional das CUP, que analisou o marxismo com a perspetiva de umha naçom oprimida e das necessidades emancipatórias

Jean Salem, filósofo e professor universitário francês, ofereceu a sua visom sobre o vigência do marxismo, destacando ainda os contributos posteriores de Lenine como parte de um programa que o passar do tempo e crises como a atual só confirmam como ferramentas imprescindíveis para a derrota do capitalismo. Porém, como cada ano, as comunicaçons das e dos oradores nom foi todo. As Jornadas contam também com a participaçom do público e assim foi também nesta ocasiom. Debates vivos e de utilidade para a formaçom coletiva e para a troca de ideias entre camaradas, companheiros e companheiras nom só do nosso partido, mas doutros coletivos do movimento popular galego presentes na sala. As XVII Jornadas Independentistas Galegas fôrom clausuradas pouco antes das nove da noite, após umha série de intervençons como conclusons, realizadas por Silvestre Lacerda, Joan Teran, Nines Maestro e Jean Salem, e o agradecimento de Primeira Linha às quatro camaradas por terem participado nesta iniciativa dos comunistas galegos, com destaque a Jean Salem, quem realizou um grande esforço por viajar à Galiza, na qual estivo menos de 24 horas. Um jantar e umha ceia de confraternizaçom completou umha jornada importante que, mais umha vez, confirmou as Jornadas Independentistas Galegas como umha importante iniciativa teórica para a construçom do movimento independentista, socialista e feminista galego com sólidos alicerces revolucionários marxistas.


Edita: Capítulo Galiza do Movimento Continental Bolivariano Tiragem: 1.000 exemplares Encerramento de ediçom: 15 de junho de 2013 Blogue: www.ccb-galiza.org Co-e: info@ccb-galiza.org

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