Insurreiçom nº19

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Órgao de expressom do Capítulo Galiza do Movimento Continental Bolivariano | Nº 19 · Inverno de 2013

A tua ausência física é irreparável. Mas vives e vivirás sempre —como Marx, Lenine, Clara Zetkin, o Che e Moncho Reboiras—, entre aqueles que nom se ajoelham e sem trégua combatem polo futuro. A alegria contagiosa e o entusiasmo revolucionário que transmitias como ninguém, já nom poderá contribuir em tempo real a superar as misérias e as adversidades das vidas quotidianas de milhons de mulheres e homens, aos que nos ajudaches a sentir e vibrar na imensa felicidade que supom sonhar e luitar por um mundo melhor. Comandante-presidente Hugo Chávez, camarada, companheiro, amigo, a tristeza que provoca a tua marcha nom se esvaece. Perdurará no mais profundo dos nossos coraçons pois representas o melhor do ser humano. Mas nom evitará que continuemos combatendo tal e como tu farias. Demostrasches com a tua proverbial palavra, mas basicamente com factos, que hoje e aqui se pode mudar o mundo, transformar a sociedade, erradicar os males do capitalismo. Quando arrivistas de todas as pelames arriavam as bandeiras da liberdade e a emancipaçom, tu izaches com decisom as da soberania, as da Pátria e humanidade, as da integraçom dos povos e as do Socialismo. Figeche-lo como só tu sabias. Com naturalidade, sem artifícios, com iniciativas concretas e pedagogia de massas. Os povos do mundo, como o galego, que luitamos pola nossa soberania e independência nacional, temos muito que aprender do processo revolucionário venezuelano. Assim o vimos fazendo. A autoestima coletiva que injetaches no teu povo, transformada em patriotismo anti-imperialista e solidário com os mais desvalidos, é a tua grande contribuiçom à Revoluçom mundial. Demonstraches que a determinaçom e a perserveráncia podem mover montanhas. Que nom há que flexionar-se perante reis,

imperadores e deuses de dourados metais preciosos. Que nom podemos seguir reverenciando fetiches impostos, nem aceitar acordos, normas e imposiçons. As tuas aspiraçons bolivarianas e socialistas fundidas na inabalável vontade de viver e vencer, contribuírom a mudar as tendências e os planos que os inimigos da humanidade tinham previsto para nós. Comandante-presidente Hugo Chávez, sempre com a frescura da verdade nos lábios, o sorriso no rosto, o latejo o teu coraçom de gigante, e guiado por umha insubornável vontade de ferro, alteraches as previsons imperiais para o mundo do século XXI, mudando assim o curso da história. Amalgamado no bravo povo da tua amada Venezuela, mas também entre milhons de seres humanos que dos mais recônditos lugares nos identificávamos com a tua luita e o teu exemplo, hoje segues mais vivo que nunca nos Llanos, nas cidades, nas selvas e montanhas bolivarianas, entre os gritos de dor e desesperaçom das que sofrem, mas também entre os ritmos e as danças nos dias de festa. A tua figura inconfundível, segue brotando vida e portanto esperança, como a espetacular queda do Churún Merú. A Galiza rebelde e combativa inclina as nossas, as tuas bandeiras comandante, em sinal de respeito, admiraçom e pesar. Vencermos é o melhor contributo à perdurabilidade e irreversibilidade de todo aquilo que tu recuperasches, dignificaches e engrandeceches. Umha vitória contundente e ampla, 14 de abril, do companheiro Nicolás Maduro sobre o candidato fascista da oligarquia e o imperialismo, é a melhor homenagem que pode fazer-che o teu povo. Estamos plenamente seguras da sua vitória, da tua vitória, da nossa vitória, da vitória popular, socialista e bolivariana. Honor e glória comandante Hugo Chávez! Pátria Socialista ou morte! Viveremos e venceremos!


Willian Blum é escritor, historiador e crítico da política externa dos EUA


Salim Lamrani Razons polas quais o chefe de Estado venezuelano marcou para sempre a história da América Latina. O presidente Hugo Chávez, que faleceu em 5 de março de 2013 por conta de um cancro, aos 58 anos, marcou para sempre a história da Venezuela e da América Latina.

1. Jamais na história da América Latina, um líder político alcançou umha legitimidade democrática tam irrefutável. Desde sua chegada ao poder, em 1999, participou de 16 eleiçons na Venezuela. Hugo Chávez ganhou 15, das quais a última foi em 7 de outubro de 2012. Sempre derrotou os seus rivais com uma diferença de 10 a 20 pontos.

10. O número de médicos passou de 20 por 100.000 habitantes, em 1999, para 80 por 100.000, em 2010. Ou seja, um aumento de 400%. 11. A Missom Bairro Adentro I permitiu realizar 534 milhoms de consultas médicas. Perto de 17 milhons de pessoas puidérom ser atendidas, enquanto, em 1998, menos de 3 milhons de venezuelanos/as tinham acesso regular à saúde. Fôrom salvas 1,7 milhons de vidas entre 2003 e 2011.

20. Em 1999, 82% da populaçom tinha acesso à água potável. Agora, somam 95%.

23. Desde 1999, fôrom construídas 700.00 habitaçons na Venezuela. 24. Desde 1999, o governo entregou mais de um milhom de hectares de terras aos povos aborígenes do país.

4. A universalizaçom do acesso à educaçom instaurada em 1998, tivo resultados excepcionais. Perto de 1,5 milhons de venezuelanos e venezuelanas aprendêrom a ler e escrever graças à campanha de alfabetizaçom denominada Missom Robinson I.

25. A reforma agrária permitiu a dezenas de milhares de agricultores serem donos das suas terras. No total, fôrom distribuídas mais de 3 milhons de hectares.

5. Em dezembro de 2005, a UNESCO decretou que o analfabetismo na Venezuela tinha sido erradicado.

12. A taxa de mortalidade infantil passou de 19,1 por mil, em 1999, para 10 por mil, em 2012. Ou seja, umha reduçom de 49%.

6. O número de crianças escolarizadas passou de 6 milhons, em 1998, para 13 milhons, em 2011. Atualmente, a taxa de escolarizaçom é de 93,2%.

13. A expectativa de vida passou de 72,2 anos, em 1999, para 74,3 anos, em 2011.

9. A respeito da saúde, foi criado o Sistema Nacional Público para garantir o acesso gratuito ao atendimento médico a todos os venezuelanos e venezuelanas. Entre 2005 e 2012, fôrom criados 7.873 centros médicos na Venezuela.

19. A taxa de desnutriçom infantil foi reduzida em 40% desde 1999.

22. Antes de 1999, somente 387.00 idosos recebiam uma pensom. Agora, som 2,1 milhons.

3. James Carter, antigo presidente dos Estados Unidos, inclusive declarou que o sistema eleitoral da Venezuela era “o melhor do mundo”.

8. As Missons Ribas e Sucre permitírom a dezenas de milhares de jovens adultos empreenderem estudos universitários. Assim, o número de estudantes passou de 895.000, em 2000, para 2,3 milhons, em 2 0 1 1 , c o m a c r i a ç o m d e n o va s universidades.

18. Segundo o PNUD, a Venezuela ostenta o coeficiente GINI mais baixo da América Latina. É o país da regiom onde existe menos desigualdade.

21. Durante a presidência de Chávez, os gastos sociais aumentárom em 60,6%.

2. Todas as instáncias internacionais, da Uniom Europeia até a Organizaçom dos Estados Americanos, passando pola Uniom das Naçons Sul-Americanas e o Centro Carter, mostrárom-se unánimes ao reconhecer a transparência dos escrutínios.

7. A Missom Robinson II foi lançada para levar ao conjunto da populaçom a obter o nível secundário. Assim, a taxa de escolarizaçom no ensino secundário passou de 53,6%, em 2000, para 73,3%, em 2011.

calcular a desigualdade num país, passou de 0,46, em 1999, para 0,39, em 2011.

14. Graças à Operaçom Milagre, lançada em 2004, 1,5 milhoms de venezuelanos/as, vítimas de catarata ou outras enfermidades oftalmológicas, recobrárom a visom. 15. De 1999 a 2011, a taxa de pobreza passou de 42,8% para 26,5% e a taxa de extrema pobreza de 16,6%, em 1999, para 7%, em 2011. 16. Na classificaçom do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), do Programa das Naçons Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a Venezuela passou do 83° lugar, no ano de 2000 (0,656), para o 73°, em 2011 (0,735), e entrou na categoria das naçons com o IDH elevado. 17.

O coeficiente GINI, que permite

26. Em 1999, a Venezuela produzia 51% dos alimentos que consumia. Em 2012, a produçom foi de 71%, enquanto o consumo de alimentos aumentou em 81% desde 1999. Se o consumo 2012 fosse similar ao de 1999, a Venezuela produziria 140% dos alimentos consumidos a nível nacional. 27. Desde 1999, a taxa de calorias que consomem os venezuelanos/as aumentou 50% graças à Missom Alimentaçom, que criou uma cadeia de distribuiçom de 22.000 armazéns de alimentos (MERCAL, Casas de Alimentaçom, Rede PDVAL), onde se subvencionam os produtos à altura de 30%. O consumo de carne aumentou 75% desde 1999. 28. Cinco milhons de crianças recebem agora alimentaçom gratuita através do Programa de Alimentaçom Escolar. Eram 250.000 em 1999. 29. A taxa de desnutriçom passou de 21%, em 1998, para menos de 3%, em 2012. 30. Segundo a FAO, a Venezuela é o país da América Latina e do Caraíbas mais avançado na erradicaçom da fame.


31. A nacionalizaçom da empresa petroleira PDVSA, em 2003, permitiu à Venezuela recuperar a sua soberania energética.

39. O horário laboral foi reduzido para 6 horas diárias e para 36 horas semanais sem a diminuiçom do salário.

e da telecomunicaçom (CANTV e Eletricidade de Caracas) permitiu colocar fim às situaçons de monopólio e universalizar o acesso a estes serviços.

40. A dívida pública passou de 45% do PIB, em 1998, para 20%, em 2011. A Venezuela retirou-se do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, reembolsando antecipadamente todas as suas dívidas.

33. Desde 1999, fôrom criadas mais de 50.000 cooperativas em todos os setores da economia.

41. Em 2012, a taxa de crescimento da Venezuela foi de 5,5%, umha das mais elevadas do mundo.

34. A taxa de desemprego passou de 15,2%, em 1998, para 6,4%, em 2012, com a criaçom de mais de 4 milhons de empregos.

42. O PIB por habitante passou de 4.100 dólares, em 1999, para 10.810 dólares, em 2011.

35.

43. Segundo o informe anual World Happiness de 2012, a Venezuela é o segundo país mais feliz da América Latina, atrás da Costa Rica, e o 19° a nível mundial, a frente da Alemanha e da Espanha.

36.

Em 1999, 65% da populaçom ativa recebia o salário mínimo. Em 2012, somente 21,1% dos trabalhadores/as disponhem deste nível salarial.

37. Os adultos de certa idade, que nunca trabalhárom, disponhem de uma renda de proteçom equivalente a 60% do salário mínimo.

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38. As mulheres viúvas, assim como as pessoas incapacitadas, recebem umha ajuda equivalente a 80% do salário mínimo.

44. A Venezuela oferece um apoio direto ao continente americano maior que o dos Estados Unidos. Em 2007, Chávez dedicou mais de 8.800 milhons de dólares a doaçons, financiamentos e ajuda energética contra apenas 3.000 milhons da administraçom Bush. 45. Pola primeira vez na sua história, a Venezuela dispom dos seus próprios satélites (Bolívar e Miranda) e é agora soberana no campo da tecnologia espacial. Existe Internet e telecomunicaçons em todo território.

48. A criaçom da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América, em 2004, entre Cuba e Venezuela, assentou as bases dunha aliança integradora, baseada na cooperaçom e na reciprocidade, que agrupa 8 países membros e coloca o ser humano no centro do projeto de sociedade, com o objetivo de luitar contra a pobreza e a exclusom social. 49. Hugo Chávez está na origem da criaçom da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (CELAC), que, pola primeira vez, uniu as 33 naçons da regiom, que se emancipárom da tutela dos Estados Unidos e do Canadá. 50. Hugo Chávez desempenhou um papel chave no processo de paz na Colômbia. Segundo o presidente Juan Manuel Santos, “se avançamos num projeto sólido de paz, com progressos claros e concretos, progressos jamais alcançados antes com as FARC, é também graças à dedicaçom e ao compromisso de Chávez e do governo da Venezuela”.

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O salário mínimo passou de 100 bolívares (16 dólares), em 1998, para 247,52 bolívares (330 dólares), em 2012. Ou seja, um aumento de mais de 2.000%. Trata-se do salário mínimo mais elevado da América Latina.

47. A Venezuela também promove ajuda às comunidades desfavorecidas dos Estados Unidos, fornecendo combustível com tarifas subsidiadas.

V

32. A nacionalizaçom dos setores elétricos

46. A criaçom da Petrocaribe, em 2005, permitiu a 18 países da América Latina e das Caraíbas, ou seja, 90 milhons de pessoas, adquirir petróleo subsidiado em 40% ou 60%, e assegurar o seu abastecimento energético.

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NÓS-UP soma-se as condolências pola morte de Hugo Chavez e transmite apoio ao processo revolucionario bolivariano A Direçom Nacional de NÓSUnidade Popular quer transmitir, em nome de toda a esquerda independentista galega, as condolências e o respeito à família e camaradas do comandante Hugo Chávez, líder da revoluçom bolivariana venezuelana, nestes tristes momentos de despedida ao grande luitador pola Pátria Grande de Bolívar. O povo trabalhador galego deve impor-se às manipulaçons mediáticas fomentadas polo imperialismo para transmitir umha imagem manipulada da realidade da Venezuela, onde os governos presididos por Chávez reduzírom drasticamente a pobreza e

estendêrom os direitos sociais às massas empobrecidas polo capitalismo e o imperialismo. O exemplo do movimento encabeçado por Hugo Chávez em todos estes anos estendeu-se por todo o continente e deverá continuar a crescer e enfrentar as agressons permanentes dos imperialismos norte-americano e europeu. A Galiza que luita está com o povo da Venezuela e com o seu movimento revolucionário. A esquerda independentista e NÓS-Unidade Popular manterá o seu incondicional apoio à Revoluçom Bolivariana e à emancipaçom do continente, sonhada por Bolívar, Che Guevara e Hugo Chávez. Avante a Revoluçom Bolivariana! Viva Chávez! Viva o povo venezuelano!

Polos históricos vínculos de amizade entre o povo galego e venezuelano, e após o recente falecimento de Hugo Chávez, NÓS-UP está apresentando moçons municipais em diversos concelhos galegos solicitando a solidariedade e reconhecimento institucional à figura do líder revolucionário bolivariano. Concretamente a moçom solicita três pontos: 1- Que a corporaçom da Cámara Municipal emita umha resoluçom reconhecendo o labor exemplar do Presidente Hugo Chávez Frías. 2- Transmita ao governo da República Bolivariana da Venezuela e ao povo venezuelano as condolências do Concelho polo seu recente falecimento. 3- Que se conceda umha rua ou espaço público com o nome de Comandante Hugo Chávez Frías.


Centos de pessoas, basicamente ativistas das diversas organizaçons políticas e sindicais galegas, participárom quarta-feira 6 de março num emocionante e sentido homenagem ao comandante-presidente Hugo Chávez. Pouco depois das sete da tarde, as amplas instalaçons do consulado da República Bolivariana da Venezuela em Vigo figérom-se pequenas para dar entrada a todas aquelas pessoas que quigérom render homenagem póstuma ao líder revolucionário bolivariano e socialista. Com poucas horas de antecedência, a AGARB e outras entidades da esquerda soberanista galega, convocavam com caráter de urgência um ato de homenagem no Consulado. A iniciativa foi aberta por Xavier Moreda, coordenador geral da AGARB, dando leitura a um fermoso texto do inteletual revolucionário argentino Néstor Kohan. Posteriormente Xavier Moreda, deu passo às palavras de Mónica Chacín, Cônsul na Galiza da República Bolivariana, quem mui emocionada só foi capaz de transmitir o agradecimento do governo bolivariano por esta homenagem da Galiza. A continuaçom, entre gritos e palavras de ordem de apoio a Chávez, à

Revoluçom bolivariana e socialista, interviu a Cônsul segunda Luisana Sánchez Cohen, quem também mui emocionada, deu leitura a um comunicado exaltando a figura e legado de Hugo Chávez. O ato prosseguiu com as intervençons de representantes das forças políticas e sindicais presentes. A prática totalidade das palavras de dirigentes de algumhas das organizaçons que conformam a coaligaçom eleitoral AGE, assim como do BNG, CIG, CUT, NÓS-UP e PCPE, apelárom ao povo venezuelano a continuar construindo e aprofundando a Revoluçom Bolivariana. O ato finalizou com o canto solene do Hino Nacional da Venezuela e um prolongado aplauso solidário e de enorme gratidom e admiraçom, entre palavras de ordem “solidariedade GalizaVenezuela” e vivas a Hugo Chávez e à Revoluçom Bolivariana. Na rua dúzias de pessoas com bandeiras da pátria galega e de algumhas das organizaçons da esquerda soberanista presentes no ato, lançavam vivas e palavras de ordem de apoio a Hugo Chávez.

Solidarizamo-nos e fazemos nossa a imensa dor do povo irmao venezuelano nesta difícil situaçom. AGARB acompanha o bravo povo bolivariano nestes duros momentos de perda física do líder e comandante em chefe da Revoluçom Bolivariana. A imensa e imortal figura de Hugo Rafael Chávez Frias representa o genuíno projeto soberanista, integrador e anti-imperialista de Simón Bolívar, adaptado ao século XXI. Ninguém melhor que ele foi capaz de movimentar a enorme energia de um povo para construir umha Pátria livre, soberana com justiça social. A Galiza internacionalista, quer homenagear o Hugo Chávez, mostrar a sua admiraçom e reconhecimento pola sua contribuiçom a fazer da Venezuela um exemplo para a luita libertadora e emancipadora dos povos do mundo. A Revoluçom Bolivariana é um processo histórico que deve continuar. Prosseguir e aprofundar na Revoluçom Bolivariana e Socialista é a melhor homenagem que se pode fazer a Hugo Chávez Frias.

Sabemos que a espada libertadora de Bolívar que Hugo Chávez levantou com orgulho e firmeza segue em alto e viva na imensa maioria do povo venezuelano. AGARB transmite ao povo venezuelano, ao Governo da República Bolivariana, a Nicolás Maduro, ao PSUV, ao conjunto das organizaçons políticas e sociais integradas no Grande Polo Patriótico, ao movimento popular, à Força Armada Nacional Bolivariana, os nossos mais sentidos pêsames por esta perda. Tal e como afirmou Alí Primera, “os que morrem pola vida, nom podem chamar-se mortos”. Chávez está vivo em toda a humanidade que se estremece frente as injustiças e luita por um mundo melhor. Desde a Galiza rebelde e combativa manifestamos o nosso apoio incondicional ao Governo bolivariano em todas aquelas medidas que se adotem para defender a Revoluçom Bolivariana, as suas conquistas sociais, a independência e soberania nacional, frente a qualquer tentativa desestabilizadora da direita “esquálida” vendida ao imperialismo ianque.

O falecimento do comandante-presidente da República Bolivariana da Venezuela, Hugo Rafael Chávez Frias, é umha triste notícia para @s comunistas galeg@s e para a classe trabalhadora galega mais consciente. Primeira Linha manifesta a sua consternaçom pola perda de umha das figuras mais relevantes da luita dos povos e oprimidos pola sua emancipaçom e libertaçom. O Comité Central de Primeira Linha transmite à família do Comandante, ao povo bolivariano da Venezuela e do conjunto de América Latina e das Caraíbas, ao governo da República Bolivariana da Venezuela encabeçado por Nicolás Maduro, ao PSUV, ao PCV, e ao conjunto de forças políticas e sociais revolucionárias integradas no Grande Pólo Patriótico, ao movimento popular, à Força Armada Nacional Bolivariana, a nossa mais profunda, sincera e sentida condolência por esta irreparável perda. Também transmitimos ao Consulado da irmá República Bolivariana da

Honor e glória ao Comandante Hugo Chávez! Por Chávez nem um minuto de silêncio, toda umha vida de combate! Viveremos e venceremos! Pátria Socialista ou morte!

Venezuela na Galiza a nossa plena solidariedade e apoio nestes momentos difíceis. Apelamos ao povo trabalhador galego a secundar todas aquelas iniciativas solidárias com Hugo Chávez e a Revoluçom Bolivariana que se realizarem na Galiza. Como estamos plenamente convencid@s na firmeza e profundas raízes, entre a imensa maioria do povo trabalhador venezuelano, dos ideais da Revoluçom Bolivariana, sabemos que está assegurada a continuidade das profundas transformaçons económicas, sociais, culturais e políticas em curso, seguindo a via socialista. Nesta trincheira de combate chamada Galiza, manifestamos o nosso apoio incondicional ao povo bolivariano, transmitimos a solidariedade de Primeira Linha e do conjunto da esquerda independentista e socialista galega nestes momentos amargos. Por Chávez, nem um minuto de silêncio, toda umha vida de combate! Até a vitória sempre comandante Hugo Chávez! Pátria, Socialismo ou morte!


A delegaçom de Paz das FARC-EP e a direçom do MCB, reunida em Havana, Cuba, território livre da América e avançada da segunda independência latino-caribenha, exorta aos povos deste continente e do mundo a impulsionar com renovado entusiasmo e intensa participaçom, o desenvolvimento exitoso dos diálogos que tenhem local nesta cidade heróica. Nada pode ser mais imperioso que conseguir umha saída política justa e digna a este desgarrador conflito social armado para um povo que, como o colombiano, sofreu e sofre os rigores de umha guerra encarniçada, imposta ao longo de meio século por um Estado, por umha classe dominante-governante e umha superpotência imperialista, os Estados Unidos, empenhada em assumir o terror como meio de submetimento e saque.

naturais e variadas fontes de vida de parte de poderosas corporaçons mineiras que gozam de licença para roubar e destruir; todo isto no contexto de umha espécie de guerra global de rapina contra a mae natureza; agressons que é preciso derrotar mediante a indignaçom e a mobilizaçom popular. O acesso, o destino, a propriedade e o uso, já nom só da terra, mas do território (solo, subsolo, sobressolo… biodiversidade, vida animal e vegetal e meio ambiente) sob os nefastos programas de reordenamento territorial a cargo do grande capital transnacional, em mancomunaçom com governos nacionais entreguistas, passárom a ser, em escala mundial, temas chaves e motivos de luitas transcendentes para a defesa da vida dos povos e do planeta, ameaçado por um capitalismo imperialista decadente e voraz no meio da multicrise crónica que o estremece.

Urge, portanto, deter essa tendência cruel e destrutiva, acordando quanto antes melhor, um cessamento de fogo bilateral que despeje o clima de confrontaçom violenta que ainda perdura; favorecendo assim o exame cuidadoso, detido, desapaixonado e profundo das causas económicas, sociais, políticas e culturais do estado de guerra a superar.

A soberania alimentar é impossível de atingir se nom se revogarem esses nefastos projetos de extraçom mineira, de exploraçom energética irracional e de produçom de biocombustíveis em terras com vocaçom agrícola. As suas graves conseqüências som já incontornáveis, nom só na Colômbia, mas também em escala continental e mundial.

Tal desafio nom só exige a boa vontade das partes dialogantes, como também a participaçom ativa da sociedade colombiana, das suas organizaçons sociais, políticas, sindicais, camponesas, ambientalistas, culturais, académicas, científicas…

Elas convocam-nos a umha grande convergência político-social para deter esta louca carreira para a morte, imposta por um padrom de consumo capitalista supérfluo e esbanjador, realmente insustentável a médio prazo.

Exige, ainda, dado que se trata de um conflito internacionalizado de alto calibre, da solidariedade e dos contributos construtivos dos povos da nossa América e do mundo, desejosos de paz, democracia verdadeira, autodeterminaçom e justiça social; metas fundamentais e imperiosas para criar umha nova Colômbia num continente mais unido e mais solidário.

Recordemos o Libertador: “Unidos seremos fortes e mereceremos respeito; divididos e isolados pereceremos”.

Se injusto e arbitrário foi pretender penalizar a solidariedade para com as heroicas rebeldias armadas do povo colombiano, grotescas som agora as novas tentativas de judicializar a solidariedade para com os recentes e significativos esforços de paz. Recai sobre o MCB –do qual as FARC-EP fam parte– a responsabilidade irrenunciável de contribuir inequivocamente para essa necessária participaçom solidária dos nossos povos a favor de umha saída política ao conflito social armado colombiano e da construçom da paz anelada, sobretodo quando se apresentam condiçons que possibilitam a sua concreçom e seria insensato e irresponsável desprezá-las. Fomos solidários com as insurgências imprescindíveis e os combates libertadores, e forjadores de paz e dignidade humana; linha de princípios que fazemos extensivas a todas as luitas justas que se encenam no nosso planeta: a batalha de Cuba contra o bloqueio e os planos de agressom dos EEUU, a defesa do processo Bolivariano da Venezuela, a independência de Porto Rico e demais colónias, as heroicas resistências dos povos curdos, palestiniano, basco, iraquiano, galego, afegao; o rechaço à guerra cruel contra a Líbia, a condenaçom à brutal agressom à Síria e as ameaças de guerra contra o Irám e a Coreia do Norte; a saída das tropas estrangeiras do Haiti, o repúdio à intervençom neocolonial francesa no Mali, a saída ao mar da Bolívia, a justa rebeldia mapuche no Chile e as legítimas reivindicaçons dos nossos povos originários, o rejeitamento aos ominosos golpes e as cruéis repressons nas Honduras e no Paraguai; a horripilante situaçom mexicana, provocada polo neoliberalismo rampante, a dependência dos EUA, o narco-poder e a corrupçom de Estado; as atuais luitas do povo dominicano e dos povos do Peru, Argentina e Chile para impedir o saque e a predaçom das grandes transnacionais mineiras.

Estamos fronte a umha verdadeira emergência nacional, regional e mundial que nos obriga a deter o custo destrutivo da guerra e o programa predador, empobrecedor e desnacionalizador do capitalismo neoliberal globalizado. Nom se trata agora, nestes diálogos, de atingir as metas supremas dos e das que abraçamos os ideais de redençom socialistas-comunistas, que implicam o fim da exploraçom, alienaçom e dominaçom burguesa, e também da opressom de povos e naçons, do patriarcado, o racismo e o adulto-centrismo que o acompanham e som funcionais à sua perversa dinámica exploradora e excludente; ideais e programas transformadores que suponhem também a progressiva extinçom do Estado, o fim de toda a repressom e o máximo de liberdades. Trata-se antes da abertura a um novo roteiro, que no imediato possibilite superar as questons mais imperiosas e dramáticas, para depois seguir avançando. Daqui, da Cuba revolucionária, clamamos com Martí que “Pátria é humanidade” e declaramo-nos patriotas e internacionalistas impenitentes. Jamais renunciaremos à solidariedade entre os povos! Daqui, expressamos a nossa alegria pola ascendente recuperaçom do Comandante Chávez, símbolo atual da solidariedade continental; e abraçamo-lo polo seu exemplar combate pola vida e a sua tenaz militáncia na luita pola emancipaçom da humanidade. Daqui, reiteramos que em Bolívar e nos heróis e heroínas da nossa América e do mundo nos encontramos todos-as nesta luita “polo pam, a beleza e a alegria”. Até a vitória sempre!

Linha internacionalista inseparável do nosso clamor pola paz e o bemestar coletivo em todo o continente e no mundo. Satisfaz especialmente ao MCB e às FARC que no curso dos diálogos de paz de Havana se ressalte e se denuncie (fenómeno aliás mundial e crucial) como no presente se agrega ao velho e teimoso latifundismo e ao neoliberalismo pertinaz -ambos operando como fontes de empobrecimentos atrozes e de confrontaçons sociais violentas- a ominosa apropriaçom de territórios, o saque e a predaçom de recursos

Havana, Cuba, Território Livre da América, 20 de fevereiro do 2013


Umha delegaçom da Presidência Coletiva do Movimento Continental Bolivariano (MCB), conformada polo seu secretário-geral, Carlos Casanueva, o dirigente do Movimento Caamañista da República Dominicana, Narciso Isa Conde, e o secretário-geral de Primeira Linha, Carlos Morais, mantivo em Havana diversos encontros com a Delegaçom de Paz das FARCEP. A delegaçom internacionalista conheceu em primeira mao o processo e perspetivas da negociaçom política que a insurgência colombiana está a

realizar na capital de Cuba com o governo de Juan Manuel Santos. Fruto destes encontros, o MCB e as FARC acordárom elaborar e emitir um comunicado conjunto, assinado polos três dirigentes comunistas e umha representaçom do mais alto nível da Delegaçom de Paz das FARC-EP conformada polos comandantes Iván Márquez, Jesús Santrich, Ricardo Téllez, Andrés París, Marco Calarcá e Alexandra Nariño. Na página anterior reproduzimos integramente o documento.

A cinco anos da partida física do Comandante Manuel Marulanda, o Movimento Continental Bolivariano rende homenagem ao guerrilheiro heroico, quem entregou a sua vida por inteiro, à luita pola justiça social, a emancipaçom dos postergados e a libertaçom do seu amado povo colombiano. Manuel representa a dignidade inquebrantável de um povo mil vezes pisoteado, mas em pé de luita, o grito que irrompe impostergável desde Marquetália e que percorre a nossa América como um símbolo de resistência combativa em frente ao terrorismo de Estado. Quantas vezes a oligarquia apátrida o deu por morto, projetando os seus escuros desejos das mais diversas formas, quantas vezes apareceu como se nada. Dezassete Governos, com todo o seu aparelho militar, as suas ajudas económicas estrangeiras, a sua incessante guerra do terror, nom puidérom vencer este humilde camponês que se fijo gigante no fragor da luita sem trégua contra os carrascos do povo. Hoje, 26 de março, aniversário da sua sementeira heroica, e data que por tal significáncia escolhemos para reivindicar o “Direito Universal dos Povos à Rebeliom Armada”, como umha resposta legítima dos povos frente à opressom, fazemo-nos presentes para reafirmar umha vez mais a justeza da luita popular de quem se veem obrigad@s a se alçar em armas, como única forma de se defender contra o extermínio. Esta formulaçom nom se contradiz com a determinada conviçom da necessidade de Paz com justiça social para a Colômbia, quem após décadas de cruenta guerra tem iniciado o caminho do diálogo, pondo no centro as causas que gerárom a guerra. “Sonho com a Paz” dizem que afirmava o herói insurgente, nom esperamos outra cousa que ser parte desse sonho, como construtores e construtoras ativas que se unem na solidariedade e a luita por uma Colômbia capaz de avançar a passo firme na sua libertaçom e independência. Honra e glória ao herói da Colômbia insurgente de Bolívar! Que viva a memória de Manuel Marulanda Vélez! Que vivam os povos que luitam pola sua Libertaçom Nacional, o Socialismo e a Pátria Grande! Movimento Continental Bolivariano (MCB) Caracas, 26 de março do 2013


Ivan Marquez: O nosso coracom insurgente esta com o povo galego que luita pola independencia O Diário Liberdade apresentou em primícia mundial a entrevista concedida por Iván Márquez ao dirigente independentista galego Carlos Morais. O nosso compatriota, secretário-geral de Primeira Linha, viajou no passado mês de fevereiro a Havana, Cuba, como integrante de umha Comissom de apoio ao processo de paz que protagonizam as FARC e o governo oligárquico colombiano nos últimos meses. Como parte da visita e dos trabalhos realizados pola Comissom do Movimento Continental Bolivariano na capital cubana, Carlos Morais realizou umha entrevista ao comandante insurgente, membro do secretariado das FARC e chefe da delegaçom guerrilheira na mesa de diálogo. Solidário com a Galiza A entrevista desenvolve-se em galego (Carlos Morais) e espanhol (Iván Márquez). Trata-se de um documento no qual Iván Márquez fala da situaçom das negociaçons e do ideário revolucionário da guerrilha colombiana, mas também manifesta conhecer a realidade galega e apoia explicitamente a luita do nosso povo pola independência e polo socialismo. Para além de manifestar que "o nosso coraçom insurgente está com o povo galego que luita pola sua independência, pola sua liberdade", o revolucionário colombiano afirma enfaticamente que "os guerriheiros das FARC sabem que existe essa luita que vós livrades na Europa e estám com o povo da Galiza". Iván Márquez conhece também as iniciativas

solidárias com o movimento insurgente colombiano que partem do nosso país, reconhecendo que "a solidariedade é recíproca", acrescenta umha recomendaçom que permita fazer avançar a luita na Galiza, a partir de umha citaçom de Manuel Marulanda: "Um dos contributos principais das FARC em todos estes anos de luita tem sido a sua coesom (...) por isso eu fago um apelo ao povo galego para que luite unido e coeso. Necessitamos a unidade para poder avançar". A entrevista finaliza com os vivas de Iván Márquez ao povo galego e à "luita do povo galego".

“Estamos a dar os primeiros passos, mas já conseguimos alguns acordos" Antes disso, ao longo dos 23 minutos que dura a entrevista, o comandante das FARC reafirma a aposta numha saída "incruenta" ao conflito armado que dessangra a Colômbia durante o último meio século, num confronto aberto entre a guerrilha marxista e o Estado oligárquico. Quatro meses depois do início dos diálogos, Iván Márquez reconhece que se produzírom avanços, incluindo acordos em matéria de terras, mas afirma que os acordos som difíceis, já que se confrontam duas visons "muito diferentes" do grande país latinoamericano. Márquez mostra a sua incompreensom pola negativa do Governo colombiano a deter o confronto armado durante o diálogo. Apesar

"o nosso coraçom insurgente está com o povo galego que luita pola sua independência, pola sua liberdade”

“os guerriheiros das FARC sabem que existe essa luita que vós livrades na Europa e estám com o povo da Galiza”


da desigualdade de forças militares e tecnológicas, o entrevistado garante que nom haverá rendiçom nem submetimento apesar da continuidade da atividade militar e da negativa do governo mesmo a assinar acordos para regular e tornar menos doloroso o impacto da guerra. Outros temas relacionados com a guerra durante os últimos anos, incluída guerra suja de propaganda e manipulaçom mediática contra as FARC, som abordados na conversa entre Carlos Morais e Iván Márquez. Sobre as falsas acusaçons de “narcoguerrilha" dirigidas às FARC polas corporaçons mediáticas do capitalismo mundial, Márquez lembra que a justiça colombiana persegue integrantes de governos sucessivos da Colômbia e que o dinheiro do narcotráfico financia as campanhas eleitorais no seu país, sem que existam provas semelhantes em relaçom à guerrilha revolucionária.

“É o momento do socialismo” O dirigente revolucionário colombiano reafirma a vigência da luita polo socialismo, numha época de decadência capitalista, apesar da fortaleza repressiva que ainda mantém. Citando Simón Bolívar, Iván Márquez refere que "todos os povos que luitárom pola liberdade, acabárom por derrotar os tiranos", daí a importáncia da resistência popular e de umha estratégia revolucionária e unitária pola derrota do capitalismo: "Unidos seremos fortes e mereceremos respeito, divididos e isolados pereceremos". Recomendamos assistir o vídeo na sua integridade, com destaque para os últimos minutos em que Iván Márquez manifesta o apoio das FARC à causa independentista e socialista galega.

Numha conferência de imprensa foi apresentado um manifesto de apoio ao candidato bolivariano e socialista nas eleiçons presidenciais venezuelanas do vindouro domingo 14 de abril. A iniciativa promovida pola Associaçom Galega de Amizade com a Revoluçom Bolivariana (AGARB) conta com o respaldo de 12 organizaçons políticas, sindicais e sociais. No ámbito político o manifesto Galiza com a Venezuela bolivariana. A vitória de Nicolás Maduro garante a sua continuidade foi suscrito por Anova, BNG, MpB, NÓS-UP, PCPG e Primeira Linha; polas organizaçons sindicais CIG e COG, assim como polas organizaçons juvenis BRIGA e Isca!, além da organizaçom estudantil AGIR e o Capítulo Galiza do Movimento Continental Bolivariano (MCB). Na conferência de imprensa, realizada 9 de abril na Galeria Sargadelos de Vigo, o coordenador geral da AGARB, Xavier Moreda -acompanhado por dirigentes de Anova, BRIGA, Isca!, NÓS-UP e Primeira Linha-, avaliou as grandes transformaçons sociais, económicas, políticas e culturais na Venezuela promovidas pola

“Um dos contributos principais das FARC em todos estes anos de luita tem sido a sua coesom (...) por isso eu fago um apelo ao povo galego para que luite unido e coeso. Necessitamos a unidade para poder avançar”

Revoluçom Bolivariana. Avanços que nom só lográrom reduzir a pobreza e as desigualdades sociais, atingírom enormes conquistas nos ámbitos da educaçom, saúde, vivenda, desporto e serviços sociais. Xavier Moreda incidiu que isto só foi possível pola política de clara orientaçom patriótica e socialista que conseguiu em pouco mais de umha década a recuperaçom da soberania nacional da Venezuela frente a etapa da IV República quando o país semelhava ser umha simples neocolónia norteamericana. Xavier Moreda manifestou ser imprescindível a continuaçom do processo revolucionário bolivariano e socialista na Venezuela, pois é a única forma de “garantir as conquistas atingidas” e seguir construindo de forma tangível umha alternativa ao caos neoliberal promovido polo capitalismo, apelando “a comunidade galega que vive na Venezuela, assim como a comunidade venezuelana que reside na Galiza, apoiar a candidatura de Nicolás Maduro”.


Passou deixando pegada a décima ediçom da Escola de Formaçom. Como em anteriores ocasions, o convívio e a camaradagem fôrom a tónica dominante num saudável ambiente que reinou ao longo de 48 horas com grande concentraçom de atividades. Todo começaria ao longo da tarde de sexta-feira 22 de março, durante a qual fôrom chegando jovens de todo o país e incorporandose ao albergue do concelho da Guarda. Um bingo musical serviria para amenizar o início do encontro, logrando facilitar depressa o divertimento em grupo. Sábado foi como habitualmente, o dia mais agitado. Era dever erguer-se cedo para abrir a manhá a um fabuloso roteiro de várias horas baixo um céu cambiante. Desta volta, as visitas começárom polo castro de Santa Trega, na elevada cimeira à beira mesmo do mar. Umha professora da escola pública local fixo as tarefas de guia, proporcionando-nos um conhecimento para além do meramente espetacular do visual. Nom faltou umha visita ao museu da citánia, onde se encontra algumhas das peças achadas no lugar do jazigo. Mais tempo requeriu o seguinte episódio de excursiom, realizada polo roteiro dos moinhos do Folom e do Picom. Umha autêntica joia da natureza nacional, com achegas realizadas por umha companheira sobre a arquitetura e a história destas singulares edificaçons em cadeia construidas nas abas de pronunciadíssimas pendentes no concelho do Rosal. As afortunadas temáticas das palestras que decorreriam de tarde no Centro Social O Fuscalho da Guarda servírom para complementar o dia com a necessária dose de debate, colóquio e formativas intervençons realizadas pola companheira da Direçom Nacional de NÓS-Unidade Popular, Noa Rios Bergantinhos, e do secretário geral de Primeira Linha Carlos Morais. A primeira, achegando-se do

significado do marxismo no feminismo moderno, e o segundo, analisando a atual conjuntura política da esquerda nacional. Ambas intervençons, denotadamente políticas e didáticas, fomentárom nas horas seguintes e de seguro nos próximos meses as achegas da gente mais nova da nossa esquerda independentista. A tarde completaria-se com o evidente acento pedagógico aportado por EsCULca, o Observatório para a Defesa dos Direitos e Liberdades. Graças a avondosa documentaçom, e também à experiência no campo do direito e do acompanhamento legal e material das ferramentas de repressom do Estado ao longo de anos, Fernando Blanco explicou-nos com linguagem desenfadada um guia sobre aspetos elementares referidos à denominada "segurança cidadá". As referências legais e jurisprudenciais, além da constante briga com as autoridades policial e judicial espanholas permitírom contextualizar a introduçom do que "se permite", e do que "acontece" quando luitamos pola prevalência do nosso projeto político num estado policial que nom duvida em utilizar as suas normas, ou ignorá-las segundo convenha ao fim de manter a dissidência política dizimada. Nom faltou com certeza a foliada noturna. Domingo já seria momento para recuperar umha modalidade de entretenimento, a gincana, baseada no contato com a natureza e a utilizaçom dos conhecimentos mais básicos sobre a nossa identidade para combinar jogo, desporto, convívio e cultura geral e umha pisca de sacrifício físico. Remataríamos com as leituras em quente do fim-de-semana gozado; das suas valorosas improntas sobre a nossa cultura militante de trabalho em equipa. De aprendizagem dialética. E de lazer integrador.

Despedida de Alejandro Fuentes e recebimento de Jose Antonio Solana Representantes de forças políticas e sociais galegas participárom sábado 9 de março num jantar de despedida a Alejandro Fuentes, cônsul da República de Cuba na Galiza entre 2005 e 2013. Num ambiente de fraternidade e camaradagem dúzias de pessoas agradecérom a Alejandro Fuentes o seu imenso trabalho à hora de divulgar e defender os interesses da Revoluçom Cubana no nosso país, assim como o respeito e compreensom com a luita galega pola sua plena emancipaçom nacional. Neste jantar foi apresentado ao movimento popular e solidário o novo cônsul cubano na Galiza, o camarada José Antonio Solana, a quem lhe damos as boas vindas e desejamos umha feliz estadia na Galiza.


Na fria tarde da quarta-feira 13 de março, Telmo Varela recebeu um caloroso recebimento frente o mercado do emblemático bairro viguês do Calvário. A iniciativa promovida polo CSAMT foi organizada sob a legenda “Bem vindo à Pátria, camarada!”. Passava um quarto de hora das 20 horas, quando entre enorme expetaçom, acompanahado por Raúl Palomanes, David Pichel, o seu filho Óscar Lenin, e crianças, Telmo entrava pola rua Urzaiz sob os acordes do Hino do Antigo Reino da Galiza entre um corredor de bandeiras comunistas e da Pátria. “Telmo, estamos orgulhos@s!” O sindicalista galego foi recebido num entusiasta ambiente entre palavras de orden, gritos de alegria e solidariedade por camaradas e amizades. Após receber um ramo de flores e as bem-vindas à Pátria, Xavier Moreda lembrou que a passada terça-feira 6 de março foi umha data agridoce para as revolucionárias e os revolucionários galegos, porque o mesmo dia no que soubemos da libertaçom de Telmo estávamos apenadas polo falecimento do Comandante-Presidente da República Bolivariana da Venezuela, Hugo Chávez. Manifestou que a nossa luita nom conclui com a liberdade de Miguel e Telmo pois ainda seguem nas prisons espanholas Antom, Carlos, Eduardo, Senlheiro, Teto e Xurxo.

Entre gritos de “A luita é o único caminho” deu-se passo ao micro aberto no que intervírom o também ex-preso político Miguel Nicolás, quem deu leitura a um belo e vibrante texto de homenagem a Telmo, a sua luita e o papel central que deve cumprir o proletariado na libertaçom nacional e social de género. Posteriormente interviu o veterano militante comunista Manolo Vila Boa, destacando a necessidade de que novas geraçons se incorporem a luita organizada pola liberdade nacional e o socialismo. O ato de recebimento finalizou com o canto da Internacional e entre palavras de ordem em prol da luita obreira, apoio os patriotas presos e da independência da Galiza.

De seguido foi entoado o Hino nacional. Posteriormente o camarada Raúl Palomanes, em nome do CSAMT, realizou umha enfática e viva intervençom em prol da legitimidade e necessidade da alargar a luita obreira e popular como único caminho para fazer frente à burguesia, conquistar a liberdade da Galiza e transformar esta sociedade. Agradeceu a todas e todos os presentes o alento emprestado a Telmo, a perserveráncia mantida para lograrmos a sua liberdade. A continuaçom, David Pichel fijo entrega a Telmo Varela de um presente de pedra, elaborado para a ocasiom, no que sobre umha base com o mapa da Galiza se ergue um pequeno menir gravado com a fouce e o martelo. Telmo apela a continuar golpeando o inimigo Entre gritos de “Telmo, estamos orgulhos@s!”, “Nom pode ser obreiros na cadeia, corruptos no poder”, “Independência”, interviu Telmo, agradecendo o recebimento e apoio que durante estes dous anos recebeu. O operário do naval enquadrou o incremento da repressom e a criminalizaçom da luita obreira como parte consubstancial da crise capitalista. Incidiu na necessidade de reforçar a luita, da organizaçom operária e nacional, do combate unitário e organizado contra o Capital.

Homenagem no Lume! Dúzias de pessoas continuárom posteriormente agasalhando o Telmo no centro social Lume!, onde tivo lugar umha animada confraternizaçom com o ex-preso político galego. Da mao de Ilduara Medranho, foi-lhe entregue a foto que durante estes dous anos de cativeiro estivo exposta em lembrança e homenagem a sua luita no centro social da esquerda independentista e socialista, situado no bairro do Calvário.


Edita: Capítulo Galiza do Movimento Continental Bolivariano Tiragem: 1.000 exemplares Encerramento de ediçom: 10 de abril de 2013 Blogue: www.ccb-galiza.org Co-e: info@ccb-galiza.org

XVII Jornadas Independentistas Galegas

Karl Marx 1883-2013 Atualidade e vigência do marxismo

Tomar o céu por assalto

sábado 20 de abril

Centro Social O Pichel, Compostela

11.00 horas Karl Marx, biografia e época histórica de um revolucionário comunista - Silvestre Lacerda, Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Portugal

Marxismo e libertaçom nacional - Joan Teran, Secretariado Nacional da CUP, Països Catalans

16.30 horas Emancipaçom da mulher e marxismo - Nines Maestro, Red Roja

Marxismo, umha filosofia da praxe para a Revoluçom - Jean Salem, filósofo, professor da Universidade da Paris I, Sorbonne

19.30 horas Conclusons - Silvestre Lacerda, Nines Maestro, Jean Salem e Joan Teran

Coincidindo com a declaraçom polo MCB de 26 de março como Dia do Direito Universal dos Povos à Rebeliom Armada, o Capítulo Galiza realizou umha açom comemorativa de propaganda. No coraçom do Vigo proletário, numha velha casa da rua Colômbia no bairro de Sam Roque, militantes da esquerda revolucionária independentista galega pendurárom umha faixa alusiva a data com a legenda A luita é o único caminho, ilustrada com os rostos de Marx, Lenine, Che, Henriqueta Outeiro, Foucelhas, Moncho Reboiras, Lola Castro e Manuel Marulanda. No quinto aniversário do falecimento em 2008, por causas naturais, de Manuel Marulanda, comandante em chefe das FARC-EP, o Capítulo Galiza do MCB realizou umha modesta mas sentida homenagem a um dos mais importantes e destacados dirigentes revolucionários das últimas décadas. A melhor forma de fazer avançar o projeto transformador da Galiza rebelde e combativa é somar-nos e acompanhar as luitas do nosso contra a miséria e a exploraçom a que nos condena o capitalismo espanhol e a troika. Porque ao igual que Manuel e Chávez a nossa luita é para vencer e tomar o poder!


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