Insurreiçom nº 18

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Órgao de expressom do Capítulo Galiza do Movimento Continental Bolivariano | Nº 18 · outono de 2012

De maneira paralela à ofensiva permanente e ilimitada da burguesia contra as conquistas e os direitos atingidos nas últimas décadas pola classe trabalhadora, as naçons e as mulheres, o Estado espanhol está preparando-se para umha confrontaçom interna. Um conjunto de medidas adotadas, e em curso, constatam esta evidência. Entre os possíveis cenários que tem desenhado o bloco de classes dominante nom se descarta a utilizaçom de toda a sua capacidade de força para esmagar as reclamaçons e reivindicaçons populares. Sem lugar a dúvidas a “saída policial” é a hipótese mais plausível perante o aumento e endurecimento das luitas. A medida que se aprofunda nos cortes sociais, a medida que se incrementam impostos e reduzem salários, a medida que aumenta o desemprego e a exclusom social, a medida que se expulsa as pessoas das suas vivendas para entregá-las à banca, a medida que se condena a juventude a emigrar, a medida que se reduz o nível aquisitivo dos reformados, perderám eficácia as tradicionais válvulas de escape para reduzir a tensom social. As greves gerais de caráter esporádico, e sem objetivo concreto de tombar governos e/ou mudar as suas políticas, que o sindicalismo pactista convoca com certa regularidade (quatro nos últimos três anos) tenhem sido um bom mecanismo para canalizar a progressiva indignaçom e mal-estar social contra um governo e um regime cada vez mais desprestigiado. Porém, ao dia seguinte destas necessárias jornadas de luita que contam com um seguimento muito importante das massas, as organizaçons convocantes procuram consensos e praticam políticas conciliadoras com os inimigos da nossa classe e da nossa Pátria, alimentando assim a perplexidade e a desconfiança. Ainda de maneira contraditória e difusa, mas cada vez mais clara, estamos assistindo a um processo de aumento da consciência classista, a umha radicalizaçom e desafetaçom de setores populares com a casta política e todo o que esta representa. As diversas variantes do reformismo, tanto no ámbito sindical,

político como social, aparentam virar à “esquerda”, mas este fenómeno nom passa de umha grosseira manobra oportunista para evitar ser arrastados pola maré. Nom sabemos quando, tampouco como, mas sim estamos plenamente convencidas, tanto como o está o Estado, de que se vam produzir estalidos e revoltas sociais. A Guarda Civil realizou em dezembro de 2011 a maior compra de material “antimotim” da sua história. Nos orçamentos de 2013 a polícia espanhola passa de destinar para aquelas unidades dedicadas à repressom de mobilizaçons populares, em material de choque de 173.670€ aos 3,26 milhons. O gasto neste capítulo incrementou-se pois em 1.780%, aumentou 18,8 vezes. O Ministério espanhol de “Defesa” incrementou em 2012 16.88% as despesas. O Governo Zapatero e o atual governo Rajói nom descansam em reformar constantemente o Código Penal para castigar o direito a protestar e endurecer as sançons contra o exercício de liberdades fundamentais como a de expressom e manifestaçom. A lei de taxas judicias privatiza o sistema judiciário burguês dificultando empregar a justiça a amplos setores populares. A anunciada reforma da lei de “segurança cidadá”, que pretende impossibilitar a captura de imagens das forças repressivas, é um passo mais na imposiçom da censura e da mordaça para reforçar assim os mecanismos de alienaçom. A anunciada remilitarizaçom da Guarda Civil procura evitar qualquer fenda no seu seio à hora de reprimir sem consideraçom. Perante este cenário que procura transitar face umha pósdemocracia de caráter autoritário, o que é que devemos fazer? Aguardar acontecimentos, esperar recebermos golpes ou fazer como a burguesia, preparar-nos para umha conjuntura nom mui afastada no tempo na que as luitas populares e a repressom experimentarám saltos qualitativos? Nom é necessário refletir muito no tema para saber qual é a resposta acertada.


Artigo de opiniom da autoria de Abraám Alonso, publicado no portal comunista galego primeira linha em rede

Ao pouco das detençons de mais quatro independentistas galegos e ao calor das agressons policiais a manifestantes nas multitudinárias manifestaçons que tivérom lugar em Madrid, e posteriormente às acontecidas em Ferrol contra o Responsável Comarcal da CIG, lembrei umha frase que ouvim a um velho militante independentista e comunista. Afirmava ele lá onde ia que “a violência dos e das oprimidas, contra a violência opressora, é sempre legitima”. Às vezes, a realidade tomada como cúmulo de contradiçons -todo o que é leva consigo a sua condiçom de nom-ser-, mostra-se-nos no seu ponto mais inverosímil. Assim acontece no interior da contradiçom existente entre Capital e Trabalho. Contradiçom entre a aliança burguesa, que se dota dum Estado que é em essência um “destacamento de mulheres e homens armados” para defender a sua situaçom privilegiada, à custa do submetimento da classe trabalhadora. Dentro dessa unidade contraditória exploradores-explorad@s, o facto de que a burguesia se outorge o “monopólio da violência”, legislando para si, a partir do exercício do poder e amparada por essa mesma violência, é um plus a essa contradiçom que a fai ainda mais inverosímil, e que se ainda se sustém, é só porque é violência em si mesma. A burguesia submete e explora, advertindo que é só ela quem pode empregar a violência. O sucesso desta questom nom é essa situaçom, que é no fim de contas umha simples imposiçom. O maior sucesso reside em ter convencido boa parte dos e das oprimidas do mundo da sua justeza. Justiça É também por meio do Estado, que a classe dirigente inocula nas cabeças da classe trabalhadora umha visom de sim própria fragmentada. Somos, segundo a sua versom, indivíduos, e assim implantam em cada um mais doadamente a ideia de sermos todos e todas iguais perante a lei; perante umha imparcial e independente justiça que está por cima do bem e do mal. No Estado espanhol, e dentro da luita contra da organizaçom socialista basca ETA principalmente, na propaganda de guerra dirigida a convencer a populaçom da sua fortaleza, da sua legal legitimidade e de serem eles os bons, fartamo-nos de ouvir da infalibilidade da justiça emanada do Estado de direito. Mas se somos quem de nos desfazer dessa visom inoculada de indivíduos isolados que procuram sobreviver cada quem como melhor pode, e

passamos a ver-nos e a agir coletivamente, como conjunto, quando agimos como classe diferenciada, a cousa muda. Aí a justiça da burguesia reage doutro jeito e mostra algo mais da sua verdadeira face, do que ela é realmente, dos interesses que a erigiram em tal e, portanto, quem defende. Golpeando, encarcerando, torturando ou eliminando diretamente indivíduos, emprega todo tipo de métodos para procurar controlar o grupo, para o submeter e o manter submisso, e para poder utilizá-lo com base nas suas necessidades.

É para isto que se autolegitimam previamente com o monopólio da violência, em prol do seu Estado, alegando que esse monopólio é supervisado e está sempre ao serviço da justiça, para velar por umhas leis de igual e obrigatório cumprimento para cada “cidadao”. Procuram desfocar essa autolegitimaçom alegando que esse monopólio é outorgado dentro dumha divisom de poderes. Mas como sabemos, toda divisom é-o dumha unidade prévia, e essa unidade é o poder da burguesia erigida em classe dominante, arrebatado a aristocracias e clero. É o poder de controlar o lote completo de território, riquezas e mao de obra a explorar. Mas por meio dessa falsa divisom, cuja independência de cada umha das partes é repetida até a saciedade, conseguem despistar a boa parte da populaçom explorada. O quadro mais ou menos conhecemo-lo todas e todos. Olhar marxista Umha das ensinanças mais formosas e apaixonantes do marxismo é, a meu entender, essa que nos ensina a ver as cousas como processos históricos. Há algo quase mágico nesse salto. Às pessoas que nos movemos entre mercadorias, casas, carros, eletrodomésticos… o velho ensinounos a deixarmos de ver todo isso como cousas isoladas e cousas sem mais, para as vermos como processos, fazendo parte dum processo histórico em movimento. Assim, umha cunca deixa de ser só cunca, para ser também as horas empregadas pola classe trabalhadora na sua produçom; umha mesa é árvore, abate, serragem da madeira, preparaçom, distribuiçom, venda, compra… junto com todas as horas de trabalho subtraídas em condiçons de exploraçom por parte da classe capitalista à classe trabalhadora. E nem aí se detém o processo, porque a madeira envelhece, é carcomida… A realidade fixa e imutável deixa de ser tal e converte-se em realidade viva e em movimento, em relaçom com todo o que há nela, em relaçom connosco e a nós com ela. Recolocamo-nos nessa realidade de cousas mas já a partir da nossa condiçom de produtores e passando a ser sujeito ativo e criador nela e dela. Aprendendo a olhar assim o mundo em que nos movemos e vivemos parte da populaçom mundial, podemos aplicar essa visom a outro aspeto das cousas que pareciam só objetos sem mais. Incorporando todo o que fai parte no processo que leva a realidade que conhecemos, e na qual nos movemos, a ser como é, topamo-nos também com a violência. A violência negada, afastada, ocultada,


Sabotagem de umha sucursal bancária o passado 14 de novembro no marco da Greve Geral

essa da qual o Estado e a burguesia querem ter a exclusividade, aparece novamente. Quanta violência há numha cunca? Que grau de violência foi necessário para que numha determinada sociedade, umha classe muito inferior em número consiga “organizar” e apropriar-se da força de trabalho necessária para a produçom de objetos, posta em circulaçom no mercado e benefício dessa minoria? Quanta violência há nesse café que preparamos nada mais começar o dia cada dia? Para extrair esse café a um preço x, torrá-lo, moê-lo, embrulhá-lo, e trazê-lo até aqui? A burguesia quer que vejamos só a cunca ou o café, como quer que vejamos só que vamos a escola aprender, e que quem nom ascende no seu modelo educativo fica destinado, de jeito natural, para os trabalhos mais precários se “há trabalho”, e se nom houver, a exclusom social será o natural. Mas procura que todo aparente estar dentro dumha igualdade de oportunidades inicial, similar a igualdade da qual dim gozamos todos e todas perante a lei. Ver a realidade como processo e as cousas como partes “vivas” desse processo, em relaçom dialética com ele, entranha a abertura da porta na qual, se a realidade nom é tam fixa nem imutável como a burguesia di, nem a divisom em classes, nem a exploraçom dumha pola outra, som tampouco fixas nem eternas, é, ao contrário, transformável. É mais singelo apreciar e tomar consciência da possibilidade de mudar algo quando todo o que se conhece está em constante transformaçom.

Mais violência(s) O Rei de Espanha, Juan Carlos de Bourbom, é, além do chefe dos três corpos do exército espanhol, o sucessor de Franco. Quanta violência nom há nessa síntese de chefe supremo das forças armadas, (todo um exército!!!) e chefe do Estado (com toda a sua polícia!!!), nomeado polo ditador, cuja vitória supujo por volta dum milhom de assassinatos?! Há violência aí? Sim, há. A violência é o cerne de qualquer Estado, mas estas som caraterísticas específicas e quase irónicas do espanhol, que afirmando ser um Estado de direito, conta com um chefe nom sujeito à lei; chefe que está mais por cima do bem e do mal do que a própria justiça burguesa di também estar. Outra contradiçom inverosímil! Milhons de judeus tenhem hoje um lar na Palestina. Há violência nesse fazer-se com um país por parte dos judeus? Parece que sim. E a Palestina como sobrevive? Resiste como pode. Com violência? Também sim. Patriarcado é violência. 11-S´s foram violência, Catalunya, Pinochet, Iraque, Afeganistám, Líbia, milhons de vezes África, Cuba, Venezuela, Colômbia… O próprio capitalismo é na sua génese violência: “O capital nasce vertendo sangue e lama, de todos os poros, da cabeça aos pés”. Conclusons Para poder ascender um rio, há que vencer a força que ele fai. Há que opor umha força igual para nom descer e superior para avançar. O mesmo para romper qualquer objeto. Som as leis da física. A burguesia apresenta umha situaçom superior e de privilégios na ordem social porque o faz a partir de umha posiçom de força. A burguesia organiza a sociedade:

ela é a dirigente e dedica parte da força de trabalho à produçom e parte à defesa da sua posiçom por meio da violência. A classe submetida tem um jugo no pescoço, padece umha ordem social injusta na qual é colocada, por umha força que opom umha barreira que deverá romper. A força que deverá vencer para se libertar. Essa força está aí, embora em sociedades de parlamentarismo burguês o faga do jeito mais subtil possível e justificando-se, como dizia ao princípio. Atendendo a que a violência como força só pode ser vencida no sentido físico por umha outra superior, é aí que se acha a resposta a pergunta: é legítima a violência por parte da classe explorada e oprimida? Nom só é legítima, é imprescindível; a legitimidade temos que dá-la nós como a burguesia se outorga a sua. Como aponta o marxismo, é cientificamente necessária. Violência, portanto, sim! A esquerda tem que reivindicar o direito ao uso da violência, a sua total legitimidade contra a opressom, e a sua necessidade. Nom o fazer é contribuir para reforçar a nossa situaçom de submetimento. Os posicionamentos condenatórios ou contrários aos episódios de luita nos quais somos as oprimidas e os oprimidos que golpeamos, som colaboracionismo e traiçom. A esquerda nom revolucionária deve aprender que para nom cruzar a linha que a situa já no bando inimigo, o decoroso é ficar em silêncio. Para todo e toda comunista, a paz é um o b j e t i vo q u e p r o c u ra m o s p a ra a humanidade, mas a violência está aí, em maos dumha minoria que nom vai renunciar polas boas à sua posiçom na sociedade. Contraditoriamente mais umha vez, como recolhe a famosa cita, si vis pacem, para bellum.


Contrariamente ao imobilista discurso oficial que o governo Santos mantivo inalterável até há um par de meses, a insurgência comunista e bolivariana está dialogando com o Estado colombiano umha saída negociada do conflito social, político e armado que padece Colômbia desde 1948. O início das conversas já tinha sido promovido em agosto de 2011 polo comandante em chefe das FARC-EP, Alfonso Cano, posteriormente assassinado polo governo de Santos quem perante esta oferta afirmou que a única alternativa era escolher entre “o cárcere e a tumba”. Após o pré-acordo atingido em agosto, e a posterior posta em cena em Oslo, Noruega, o dia 18 de outubro, o processo está realizando-se em Havana, Cuba, onde se acha instalada a mesa de diálogo conformada por delegaçons das FARC e do Governo. Cuba e Noruega som garantes do processo e a República Bolivariana da Venezuela e Chile exercem de acompanhantes. Ainda que a maquinária militar oligárquica continua bombardeando e atacando as unidades guerrilheiras, como gesto de boa vontade para facilitar o clima de diálogo e entendimento, as FARC-EP decretárom no dia 20 de novembro umha trégua unilateral de dous meses, que finaliza em 20 de janeiro de 2014.

Os delegados do governo da República da Colômbia, governo nacional e das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (FARC-EP): Como resultado do encontro exploratório que tivo lugar em Havana, Cuba, entre 23 de fevereiro de 2012 e agosto de 2012, e que contou com a participaçom do governo da República de Cuba e do governo da Noruega como garantes, e com o apoio do governo da República Bolivariana da Venezuela, como facilitador de logística e acompanhante. Com a decisom mútua de pôr fim ao conflito como condiçom para a construçom dumha paz estável e duradoura, atendendo o clamor pola paz e reconhecendo que: A construçom da paz é um assunto da sociedade no seu conjunto que requer a participaçom de todos, sem distinçom; que o respeito polos direitos humanos (DH) em todos os confins do território nacional é um

Pola importáncia deste processo, que confirma a fortaleza da guerrilha colombiana e o incremento da luita de massas, o dossier deste Insurreiçom reproduz dous documentos e dous artigos de opiniom. O primeiro deles é o Acordo Geral que permitiu constituir a Mesa de Diálogo. O segundo consiste na intervençom do chefe da delegaçom fariana nos diálogos, comandante Ivám Márquez, na conferência de imprensa de Oslo. Alberto Angulo e Carlos Morais analisam respetivamente as perspetivas do processo e a manipulaçom a que se vê submetida a guerra revolucionária colombiana. O Capítulo Galiza do MCB novamente solicita a retirada das FARC da lista de organizaçons terroristas e o seu pleno reconhecimento internacional como força beligerante. Também a libertaçom de Simón Trinidad -atualmente preso no cárcere imperial de Florence (Colorado), onde está condenado injustamente a 60 anos de presídio- para participar nos diálogos pola paz. O Capítulo Galiza do MCB apoia o processo em curso, com a plena segurança de que só umha paz com justiça social permitirá umha saída dialogada da guerra de classes que confronta o povo trabalhador colombiano com a oligarquia e o imperialismo.

fim do Estado que deve ser respeitado; o desenvolvimento económico com justiça social e em harmonia com o meio ambiente é garantia de paz e progresso. O desenvolvimento social com equidade e bem-estar, incluindo as grandes maiorias, permite crescer como país; umha Colômbia em paz terá um papel ativo e soberano na paz e no desenvolvimento regional e mundial. É importante ampliar a democracia como condiçom para alcançar bases sólidas da paz; com a disposiçom total do governo e das FARC-EP de chegar a um acordo e o convite a toda a sociedade colombiana, assim como aos organismos de integraçom regional e à Comunidade Internacional, a acompanhar o processo;

contribua para a construçom da paz estável e duradoura. II Criar uma mesa de conversas que se instalará publicamente, um mês depois do anúncio público, em Oslo, Noruega, e cuja sede principal será em Havana, Cuba. A mesa poderá fazer reunions noutros países.

Acordámos:

III Garantir a efetividade do processo e concluir o trabalho sobre os pontos da agenda de forma expedita e no menor tempo possível, para cumprir com as expetativas da sociedade sobre o rápido acordo. Em todo o caso, a duraçom estará sujeita a avaliaçons periódicas dos resultados.

I Iniciar conversas diretas e ininterruptas sobre os pontos da agenda aqui estabelecida com o fim de alcançar um acordo final para o termo do conflito que

IV Desenvolver as conversas com o apoio dos governos de Cuba e Noruega como garantes e os governos da Venezuela e do Chile como acompanhantes. De acordo com as


necessidades do processo, se encontrará o acordo para outros convites. V

f) Garantias de segurança. g) No quadro estabelecido no ponto V (Vítimas) deste acordo, esclarecerá-se, entre outros, o fenómeno do paramilitarismo.

A seguinte agenda: 1–Política de Desenvolvimento Agrário Integral. O desenvolvimento agrário integral é determinante para impulsionar a integraçom das regions e o desenvolvimento social, económico e equitativo do país.

A assinatura do acordo final inicia este processo, o qual deve desenvolver-se num tempo prudencial acordado polas partes.

Sistema de implementaçom. Atençom especial às regions. Comissom de acompanhamento e verificaçom. Mecanismos de resoluçom de diferenças. Estes mecanismos terám capacidade e poder de execuçom e estarám confirmados por representantes das partes e da sociedade civil, segundo o caso. b) Acompanhamento internacional. c) Cronograma. d) Orçamento. e) Meios de difusom e comunicaçom. f) Meios de referendar os acordos.

Acesso e uso da terra As seguintes regras de funcionamento a) Terras improdutivas. Formalizaçom da propriedade. Fronteira agrícola. Proteçom de zonas de reserva. b) Programa de desenvolvimento com enfoque territorial. c) Infraestrutura e adequaçom de terras. d) Desenvolvimento social: saúde, educaçom, erradicaçom da pobreza. f) Estímulo à produçom agro-pecuária e à economia solidária e cooperativa. Assistência técnica. Subsídios. Créditos. Geraçom de receitas. Mercado. Formalizaçom laboral. g) Sistema de segurança alimentar 2- Participaçom política a) Direitos e garantias para o exercício da oposiçom política em geral e em particular para os novos movimentos que surjam depois da assinatura do acordo final. Acesso aos meios de comunicaçom. b) Mecanismos democráticos de participaçom cidadá, incluindo o de participaçom direta nos diferentes níveis e diversos temas. c) Medidas efetivas para promover umha maior participaçom na política nacional, regional e local de todos os setores, incluindo a populaçom mais vulnerável, em igualdade de condiçons e com garantias de segurança. 3-Fim do conflito Processo integral e simultáneo que implica: a) Cessar-fogo e suspensom das hostilidades, bilaterais e definitivos. b) Abandono das armas. Reincorporaçom das FARC-EP na vida civil –nos aspetos económicos, sociais e políticos– de acordo com os seus interesses. c) O Governo Nacional coordenará a revisom da situaçom das pessoas privadas, processadas ou condenadas por pertencerem ou colaborarem com as FARCEP. d) Paralelamente, o Governo nacional intensificará o combate para acabar com as organizaçons criminais e as suas redes de apoio, incluindo a luita contra a corrupçom e a impunidade, particularmente contra qualquer organizaçom responsável por homicídios e massacres ou que atente contra os defensores dos DH, movimentos sociais ou movimentos políticos. e) O Governo nacional fará as revisons, as reformas e os ajustamentos institucionais necessários para fazer frente aos desafios da construçom da paz.

1. Nas sessons da mesa participarám até 10 pessoas por delegaçom, dos quais até 5 serám plenipotenciários, que serám os respetivos porta-vozes. Cada delegaçom será composta por até 30 membros. 2. Com o fim de contribuir para o desenvolvimento do processo, poderám-se realizar consultas a peritos sobre os temas da agenda, depois de ter escolhido a correspondente tramitaçom. 3. Para garantir a transparência do processo, a mesa elaborará relatórios periódicos. 4. Estabelecerá-se um mecanismo para dar a conhecer os avanços da mesa em conjunto. As discussons da mesa nom serám publicitadas. 5. Implementará-se umha estratégia de difusom eficaz.

4–Soluçom do problema das drogas ilícitas a) Programa de substituiçom de cultivos ilícitos. Planos integrais de participaçom das comunidades no desenho, execuçom e avaliaçom dos programas de substituiçom e recuperaçom ambiental das áreas afetadas por culturas ilícitas. b) Programas de prevençom do consumo e saúde pública. c) Soluçom do fenómeno de produçom do consumo e saúde pública. 5- Vítimas Ressarcir as vítimas está no centro do acordo Governo Nacional – FARC-EP. Nesse sentido tratarám de: a) DH das vítimas. b) Verdade. 6-Implementaçom, verificaçom e referendo A assinatura do acordo final dá início à implementaçom de todos os pontos acordados. a) Mecanismos verificaçom.

de

implementaçom

e

6. Para garantir a mais ampla participaçom possível, estabelecerá-se um mecanismo de recepçom de propostas sobre os pontos da agenda de cidadaos e organizaçons por meios físicos ou eletrónicos. De comum acordo e num tempo determinado, a mesa poderá fazer consultas diretas e receber propostas diretas sobre esses pontos ou delegar num terceiro a organizaçom de espaços de participaçom. 7. O Governo nacional garantirá os recursos necessários para o funcionamento da mesa que serám administrados de maneira eficaz e transparente. 8. A mesa contará com a tecnologia necessária para apressar o processo. 9. As conversas iniciarám-se com o ponto Política de Desenvolvimento Agrário Integral e seguirá-se com a ordem que a mesa acorde. 10. As conversas decorrerám sob o princípio de que nada está acordado até que todo esteja acordado.

Este texto foi publicado pola Agência de Notícias Nova Colômbia (ANNCOL) http://anncol1.blogspot.pt


Discurso de instalaçom da mesa em Oslo, Noruega

“A paz que quigemos nós, pola qual temos luitado por muito tempo, tem sido sempre procurando que neste país acabem as desigualdades que som tam poderosas…” Manuel Marulanda Vélez Senhoras e senhores Amigas e amigos da paz da Colômbia Compatriotas: Vinhemos até este paralelo 60, até esta cidade de Oslo desde o trópico remoto, desde o Macondo da injustiça, o terceiro país mais desigual do mundo, com um sonho coletivo de paz, com um ramo de oliveira nas nossas maos. Vimos a esta Noruega setentrional a procurar a paz com justiça social para Colômbia por meio do diálogo, onde o soberano, que é o povo, terá que ser o protagonista principal. Nele repousa a força irresistível da paz. Esta nom depende de um acordo entre porta-vozes das partes contendentes. Quem deve traçar a rota da soluçom política é o povo e a ele mesmo corresponderá-lhe estabelecer os mecanismos que tenhem que referendar as suas aspiraçons. Tal empreendimento estratégico nom se pode conceber como um processo contra relógio. A pretendida paz expresso que alguns promovem, pola sua volátil subjetividade e polos seus afáns, só conduziria aos precipícios da frustraçom. Umha paz que nom aborde a soluçom dos problemas económicos, políticos e sociais geradores do conflito é umha veleidade e equivaleria a semear de quimeras o solo da Colômbia. Precisamos edificar a convivência sobre bases pétreas, como os inamovíveis fiordes rochosos destas terras, para que a paz seja estável e duradoura. Nom somos os guerreristas que quigérom

pintar alguns meios de comunicaçom, vimos à mesa com propostas e projetos para atingir a paz definitiva, umha paz que implique umha profunda desmilitarizaçom do Estado e reformas socioeconómicas radicais que fundem a democracia, a justiça e a liberdade verdadeiras. Vimos aqui com o acumulado de umha luita histórica pola paz, a procurar, pau a pau com nosso povo, a vitória da soluçom política sobre a guerra civil que destroça a Colômbia. Porém, a nossa determinaçom tem a fortaleza para enfrentar os guerreristas que acham que com o estrondo das bombas e dos canhons podem submeter a vontade de quem mantemos em alto as bandeiras da mudança e a justiça social.

“Atingir a paz definitiva, umha paz que implique umha profunda desmilitarizaçom do Estado e reformas socioeconómicas radicais que fundem a democracia, a justiça e a liberdade verdadeiras” “O problema da terra é causa histórica da confrontaçom de classes na Colômbia” Nom se pode encadear este processo a umha política focada exclusivamente na obtençom desaforada de ganhos para uns poucos capitalistas a quem nom importa para nada a pobreza que abate a 70% da populaçom. Eles só pensam no incremento de seu botim, nom na reduçom da miséria. Mais de 30 milhons de colombianos vivem na pobreza, 12 milhons na indigência, 50%

da populaçom economicamente ativa, agoniza entre o desemprego e o subemprego, quase 6 milhons de camponeses deambulam polas ruas vítimas da deslocaçom forçada. De 114 milhons de hectares que tem o país, 38 estám atribuídos à exploraçom petroleira, 11 milhons à mineraçom, dos 750 mil hectares em exploraçom florestal projeta-se passar a 12 milhons. A criaçom de gado extensiva ocupa 39.2 milhons. A área cultivável é de 21.5 milhons de hectares, mas somente 4.7 milhons deles estám dedicados à agricultura, guarismo em decadência porque já o país importa 10 milhons de toneladas de alimentos ao ano. Mais da metade do território colombiano está em funçom dos interesses de umha economia de enclave. Na nossa visom, colocar sobre a mesa o assunto do desenvolvimento agrário integral como primeiro ponto do acordo geral remete a assumir a análise de um dos aspetos centrais do conflito. O problema da terra é causa histórica da confrontaçom de classes na Colômbia. Em palavras do comandante Alfonso Cano “as FARC nascemos resistindo a violência oligárquica que utiliza sistematicamente o crime político para liquidar a oposiçom democrática e revolucionária; também como resposta camponesa e popular à agressom latifundista e terratenente que inundou de sangue os campos colombianos usurpando terras de camponeses e colonos…”. Aquilo que foi causa essencial do levantamento armado e dumha heroica resistência camponesa, ao longo do tempo tem-se agudizado. A geofagia dos latifundistas acentuou a desequilibrada e injusta estrutura da tenência da terra. O coeficiente GINI no campo atinge 0,89.


Horrível desigualdade! Os mesmos dados oficiais dam conta de que as fincas a mais de 500 hectares correspondem a 0,4% dos proprietários que controlam 61,2% da superfície agrícola. Trata-se dumha acumulaçom por desapropriaçom, cuja mais recente referência fala de 8 milhons de hectares arrebatados a sangue e fogo através de massacres paramilitares, fossas comuns, desaparecimentos e deslocaçom forçada, crimes de lesa humanidade, acentuados durante os 8 anos de governo de Uribe, todos eles componentes do terrorismo de Estado na Colômbia. Para as FARC, Exército do Povo, o conceito TERRA está indissoluvelmente unido ao território; som um todo indivisível que vai para além do aspeto meramente agrário e que toca interesses estratégicos, vitais, de toda a naçom. Por isso a luita polo território está no centro das luitas que se livram hoje na Colômbia. Falar de terra significa para nós falar do território como umha categoria que além do subsolo e o sobressolo entranha relaçons sócio-históricas de nossas comunidades que levam imerso o sentimento de pátria, que concebe a terra como abrigo, e o sentido do bom viver. Ao respeito devêramos interiorizar a profunda definiçom do Libertador Simón Bolívar sobre o que é a pátria, o nosso solo, o nosso território: “Primeiro o solo nativo que nada –di-nos–, ele tem formado com seus elementos o nosso ser; a nossa vida nom é outra cousa que a essência do nosso próprio país; lá encontram-se as testemunhas do nosso nascimento, os criadores da nossa existência e os que nos dérom alma pola educaçom; os sepulcros dos nossos pais jazem ali e reclamam-nos segurança e repouso; todo nos recorda um dever, todo nos excita sentimentos tenros e memórias deliciosas; ali foi o teatro de nossa inocência, dos nossos primeiros amores, das nossas primeiras sensaçons e de quanto nos formou. Que títulos mais sagrados ao amor e à consagraçom?”. Partimos desta visom para alertar a Colômbia toda: a titulaçom de terras, tal e como a desenhou o atual governo, é umha armadilha; encarna umha sorte de despojo legal através do qual se procura que o camponês, umha vez com o título de propriedade nas suas maos, nom tenha

outra saída que a de vender ou arrendar às transnacionais e conglomerados financeiros, aos que só lhes interessa o saque exacerbado dos recursos mineiroenergéticos que estám baixo do solo. Dentro da sua estratégia está a utilizaçom do solo para estender as exploraçons florestais e as imensas plantaçons, nom para resolver o grave problema alimentar que padece o nosso povo, senom para produzir agro-combustíveis que alimentarám automóveis. No melhor dos casos, a gente do campo combinará com umha renda miserável, mas afastada da terrinha e confinada nos cintos de miséria das grandes cidades. Ao cabo de 20 ou 30 anos de contrato ninguém se lembrará do verdadeiro dono da terra. Asseguramo-lo sem vacilaçom: a bancarizaçom da terra derivada da titulaçom, acabará “tombando” a terra ao camponês. Estám a empurrarnos à estrangerizaçom da terra e ao desastre ambiental dinamizado brutalmente pola exploraçom mineiroenergética e florestal.

“Falar de terra significa para nós falar do território como umha categoria que além do subsolo e o sobressolo entranha relaçons sóciohistóricas de nossas comunidades que levam imerso o sentimento de pátria, que concebe a terra como abrigo, e o sentido do bom viver” A natureza como fonte de informaçom genética nom pode ser convertida em botim das transnacionais. Opomos-nos à invasom das sementes transgénicas e à privatizaçom e destruiçom de nossa biodiversidade e à pretensom de fazer dos nossos camponeses peça da engrenagem dos agro-negócios e as suas correntes agroindustriais. Estám em jogo a soberania e a vida mesma. Nestes termos, a titulaçom nom é mais do que a legalidade que pretende lavar o rosto

ensanguentado do despojo que durante décadas tem vindo executando o terrorismo de Estado. Para umha transnacional é mais apresentável dizer “tenho um título mineiro” a que se lhe sindique de ter financiado grupos paramilitares e desterrado a umha populaçom para fazer viável seu projeto extrativo. Dentro desta dinámica na Colômbia o regime assassina nom só com os seus planos de guerra, com os seus paramilitares e sicários, senom também com as suas políticas económicas que matam de fame. Hoje temos vindo a desmascarar esse assassino metafísico que é o mercado, a denunciar a criminalidade do capital financeiro, a sentar o neoliberalismo no banco dos arguidos, como carrasco de povos e fabricante de morte. Nom nos enganemos: a política agrária do regime é retardatária e enganosa. A verdade pura e limpa, como diz o Libertador Simón Bolívar, é o melhor modo de persuadir. A mentira só conduz à agudizaçom do conflito. O fim último de tais políticas, em detrimento da soberania e do bem-estar comum, é dar segurança jurídica aos inversores, libertar o mercado de terras e lançar o território ao campo da especulaçom financeira e mercados de futuro. Independentemente de existir ou nom a insurgência armada, esta política multiplicará os conflitos e a violência. Acumulaçom por desapropriaçom e nova espacialidade capitalista, é ai a fórmula do projeto político-económico das elites neoliberais fazendo jorrar sangue à pátria da cabeça aos pés. É a isto ao que nos resistimos. As FARC nom se oponhem a umha verdadeira restituiçom e titulaçom de terras. Por anos temos luitado, como povo em armas, por umha reforma agrária eficaz e transparente, e é precisamente por isso que nom se pode permitir que se implemente o despojo legal que o governo projeta com sua lei de terras. Por meio da violência do Plano Colômbia e o projeto paramilitar, preparou-se o território para o assalto das transnacionais. A lei geral agrária e de desenvolvimento rural, é essencialmente um projeto de reordenamento territorial concebido para abrir campo à economia extrativa na contramao da economia camponesa, em decrescimento da soberania alimentar e do mercado interno, ao sobrepor o mapa


mineiro-energético sobre o espaço agrícola. Nem sequer se tem em conta a promoçom de umha agroecologia que permita umha interaçom amigável com a natureza. Por outro lado, a restituiçom de terras tem que aludir às terras que arrebatárom violentamente aos camponeses, indígenas e afro-descendentes, e nom a baldios distantes dos seus lugares raizais de existência, também cobiçados hoje polas multinacionais. Mas resulta que este é um problema que tem a ver com todo o povo colombiano e que de facto está salpicando de conflitos todo o território. Há umha profunda inconformidade do país nacional com a quadrilha financeira que se está a apropriar da Orinoquia. Agora tenhem aparecido uns tais “novos llaneros” que de llaneros nom tenhem nada, como os magnatas Sarmiento Angulo e Julio Mario Santodomingo (filho), os terratenentes Eder del Valle del Cauca, o senhor Efromovich, o ex vice-presidente Francisco Santos (gestor do paramilitar Bloco Capital), os filhos de Uribe Vélez, entre outros filibusteiros, que nengum direito tenhem sobre essas terras e que só querem espetar as suas garras no petróleo, o ouro, o coltan, o lítio, explodir grandes projetos agroindustriais e a biodiversidade do planalto. Abordar o assunto agrário é discutir com o país sobre estes problemas. Que falem os verdadeiros llaneros, esses de pele tostada polo sol dos bancos da savana; esses que por séculos tenhem convivido em harmonia com os morichales e o voo das garças e dos alcaravanes; esses de pés descalços que com a sua histórica bravura empunhárom as lanças para nos dar a liberdade. O povo tem a palavra: Aí está a patriótica resistência dos trabalhadores petroleiros contra a canadiana Pacific-Rubiales em Porto Gaitán, cujo palco de saque foi preparado com sangue polos paramilitares de Víctor Carranza. Diariamente o vampiro transnacional leva-se mais de 250 mil barris de petróleo, enquanto suga o sangue a mais de 12 mil 500 trabalhadores terceirizados que como escravos tenhem que trabalhar 16 horas diárias por 21 dias contínuos por umha semana de descanso. A sua situaçom

trabalhista é mais atroz que a imposta polos enclaves bananeiros dos anos 20. Aí está a resistência dos povoadores do Quimbo, onde o governo pretende tirar a pontapés a gente que tem vivido lá mais de um século, destruindo assim as suas trajetórias culturais, de vida, e seu meio ambiental. Vamos deixar talvez que se fira de morte ao rio da pátria que é o Rio Grande do Magdalena, só para construir umha represa que gerará energia para a exportaçom e nom para resolver a demanda interna de milhons de colombianos que nom tenhem acesso à energia elétrica? Para o governo estám primeiro os ganhos da transnacional EMGESA que a sorte das famílias que ficarám desarraigadas.

“O regime assassina nom só com os seus planos de guerra, com os seus paramilitares e sicários, senom também com as suas políticas económicas que matam de fame” “O povo tem a palavra”

Aí está a resistência dos povoadores de Marmato (Caldas), gente humilde que sempre tem vivido da exploraçom artesanal aurífera e que agora a transnacional MEDORO RESOURCES quer apagar do mapa para converter essa aldeia na mina de ouro a céu aberto maior do continente. Recordemos aqui, que até a igreja colombiana tem acompanhado essa justa luita na que o sacerdote José Idárraga, líder do Comité Cívico Pró Defesa de Marmato, foi crivado polos esbirros das transnacionais. Aí está a formidável resistência indígena e camponesa no Cauca em defesa do seu território e das suas culturas ancestrais, e a dos seus irmaos afrocolombianos, guardians patrióticos da soberania do povo sobre o Pacífico e as nossas selvas. Insistem as castas dominantes em

destroçar o páramo de Santurbán, riqueza de biodiversidade e de águas que saciam a sede de cidades importantes como Bucaramanga e Cúcuta. Pola cobiça do ouro pretendem destruir a alta montanha e a pureza das águas do rio Suratá. A dignidade dos filhos de José Antonio Galán, o comuneiro, tem mobilizado a resistência, unificando inclusive ao povo llano com o empresariado local, que começou a entender que esta é umha luita de toda Colômbia. Como vamos permitir que por comprazer a voracidade polo ouro da ANGLO GOLD ASHANTI se entregue a esta multinacional 5% de nosso território? O projeto extrativo dessa empresa na Colosa (Cajamarca) deixará umha grande devastaçom ecológica e privará de água a 4 milhons de colombianos que dependem das suas fontes hídricas. A locomotiva mineira é como um demónio de destruiçom sócio-ambiental que se o povo nom a detém, em menos de umha década converterá a Colômbia num país inviável. Freemos já as locomotivas físicas do Cerrejón e da Drummond que durante as 24 horas do dia saqueiam o nosso carvom, espalham poluiçom ao passo dos seus intermináveis vagons, deixando-nos, como diz o cantor vallenato, Hernando Marín, só socavom e miséria. Freemos a BHP BILLITON, a XSTRATA e a ANGLO AMERICAN, que para extrair 600 milhons de toneladas de carvom que jazem baixo o leito do rio Ranchería, pretendem desviar o seu curso, o que diminuirá o volume das suas águas em 40% gerando devastaçom ambiental e destruiçom irreparável ao tecido social dos povos Wayúu. Que assustadiço se vê o governo para defender a soberania em frente à transnacional BHP BILLITON que saqueia em descarada atitude de lesa pátria o ferroníquel de Cerro Matoso (Córdoba), e à que segue colmando de gabelas em detrimento da soberania, o bem-estar social e o meio ambiente. Há que pôr fim a essa monstruosidade que som os contratos a 20 e 30 anos que


privilegiam os direitos do capital menoscabo do interesse comum.

em

E claro, escuitam-se aos porta-vozes do governo e a oligarquia proclamando o crescimento da economia nacional e as suas exportaçons. Mas nom, na Colômbia nom há economia nacional. Quem exporta o petróleo, o carvom, o ferroníquel, o ouro e se beneficia com isso, som as multinacionais. A prosperidade, entom, é destas e dos governantes vendidos, nom do país. Este nom é um espaço para resolver os problemas particulares dos guerrilheiros, senom os problemas do conjunto da sociedade; e dado que um dos fatores que mais impacta negativamente à populaçom é a assinatura dos Tratados de Livre Comércio, este é um tema que terá que se abordar indefetivelmente. Pobre Colômbia obrigada a competir com as transnacionais com umha infraestrutura arruinada pola corrupçom e a desídia. Entom a paz… sim. Sinceramente queremos a paz e identificamos-nos com o clamor maioritário da naçom por encontrar umha saída dialogada ao conflito abrindo espaços para a plena participaçom cidadá nos debates e decisons. Mas a paz nom significa o silêncio dos fusis, senom que abarca a transformaçom da estrutura do Estado e a mudança das formas políticas, económicas e militares. Sim, a paz nom é a simples desmobilizaçom. Dizia o comandante Alfonso Cano: “Desmobilizar-se é sinónimo de inércia, é entrega covarde, é rendiçom e traiçom à causa popular e ao ideário revolucionário que cultivamos e luitamos polas transformaçons sociais, é umha indignidade que leva implícito umha mensagem de desesperança ao povo que confia no nosso compromisso e proposta bolivariana”. Necessariamente teremos que abocar as causas geradoras do conflito e sanear primeiro o cancro da institucionalidade. Claro, desde o ponto de vista estritamente económico, para umha transnacional é mais fácil saquear os recursos naturais do país

sem a resistência popular e guerrilheira. Apoiados em exercícios singelos de matemática, podemos afirmar que a guerra é insustentável para o Estado, polas seguintes consideraçons: A despesa militar na Colômbia é das mais altas do mundo em proporçom a seu Produto Interno Bruto. Esta atinge 6,4% quando há 20 anos estava pola ordem de 2,4%; isto é, tem-se triplicado, e isso é relevante. A despesa militar atualmente oscila entre 23 e 27 milhares de milhons de pesos ao ano, descontando que a Colômbia é o terceiro recetor de “ajuda” militar estadounidense no mundo e que por conta do Plano Colômbia recebe um financiamento equivalente a 700 milhons de dólares ao ano.

“A paz nom significa o silêncio dos fusis, senom que abarca a transformaçom da estrutura do Estado e a mudança das formas políticas, económicas e militares. Sim, a paz nom é a simples desmobilizaçom” “Que se tenha presente, que o levantamento armado contra à opressom é um direito universal que assiste a todos os povos do mundo, que tem sido consagrado no preâmbulo da declaraçom dos direitos humanos aprovada pola ONU em 1948, e que ademais é um direito consignado em muitas constituiçons das naçons do mundo”

Na Colômbia há um regime jurídico que se acompanha com a proteçom militar dos investimentos. De uns 330.000 efetivos das Forças Militares, 90 mil soldados som utilizados para cuidar a infra-estrutura e os ganhos das multinacionais. A enorme despesa que isto representa, aunada ao custo da tecnologia empregada, pom em evidência os limites da sustentabilidade da guerra. Nós fazemos um chamado sincero aos soldados da Colômbia, aos oficiais e suboficiais, aos altos comandos que ainda sentam no seu peito o bater da pátria, a recobrar o decoro e a herdança do ideário bolivariano, que reclama aos militares empregar a sua espada em defesa da soberania e as garantias sociais. Que bom seria protagonizar o surgimento de umhas novas Forças Armadas. Nom mais submissom a Washington, nom mais subordinaçom ao Comando Sul e nom mais complacência com a expansom de bases militares estrangeiras no nosso território. Essa é a fogueira que arde no nosso coraçom; por isso nom podem ser mais que um agravo os chamados instrumentos jurídicos de justiça transicional que apontam a converter as vítimas em verdugos. Que se tenha presente, que o levantamento armado contra à opressom é um direito universal que assiste a todos os povos do mundo, que tem sido consagrado no preâmbulo da declaraçom dos direitos humanos aprovada pola ONU em 1948, e que ademais é um direito consignado em muitas constituiçons das naçons do mundo. Nom somos causa senom resposta à violência do Estado, que é quem se deve submeter a um marco jurídico para que responda polas suas atrocidades e crimes de lesa humanidade como os 300 mil mortos da denominada época da violência nos anos 50, que responda polos 5 mil militantes e dirigentes da Uniom Patriótica assassinados, polo paramilitarismo como estratégia contrainsurgente do Estado, pola deslocaçom de perto de 6 milhons de camponeses, polos mais de 50 mil casos de desaparecimento forçado, polos massacres e os falsos positivos, polas torturas, polos abusos de poder que significam as detençons em massa, pola dramática crise social e humanitária; em síntese que responda polo terrorismo de Estado. Quem deve confessar


a verdade e reparar as vítimas som os seus verdugos atrincheirados na espúria institucionalidade. Somos umha força beligerante, umha organizaçom política revolucionária com um projeto de país esboçado na Plataforma Bolivariana pola Nova Colômbia, e animanos a conviçom de que o nosso porto é a paz, mas nom a paz dos vencidos, senom a paz com justiça social. A insurgência armada motivada numha luita justa nom poderá ser derrotada com bombardeiros nem tecnologias, nem planos por mui sonoros e variados que sejam as suas denominaçons. A guerra de guerrilhas móveis é umha tática invencível. Equivocam-se aqueles que embriagados de triunfalismo falam do fim do fim da guerrilha, de pontos de inflexom e de derrotas estratégicas, e confundem a nossa disposiçom ao diálogo pola paz com umha inexistente manifestaçom de debilidade. Golpeárom-nos e temos golpeado, sim. Mas com o romanceiro espanhol podemos dizer: “por fortuna vangloriais-vos porque as vossas armas estám brunidas; em troca olhai as minhas, que dentadas estám, porque ferem e fôrom feridas”. Assim som as vicissitudes da guerra. O Plano Patriota do Comando Sul dos Estados Unidos foi derrotado e a confrontaçom bélica estendese hoje com intensidade por todo o território nacional. Porém em nós palpita um sentimento de paz fundado no convencimento de que a vitória sempre estará em maos da vontade e a mobilizaçom do nosso povo. “Esta é umha mensagem de decisom, dizia há pouco Alfonso Cano: aqui nas FARC ninguém está desalentado, estamos absolutamente cheios de moral, de moral de combate!”. Presidente Santos, fundemos a paz tomando como base os anseios da naçom. Convocamos a todos os setores sociais do país, ao Exército de Libertaçom Nacional, ELN, aos Diretórios dos partidos políticos, a Colombianas e Colombianos pola Paz, organizaçom que liderada por Piedad Córdoba trabalhou denodadamente por abrir esta senda, à Conferência Episcopal e às igrejas, à Mesa Ampla Nacional Estudantil (MANE), à Coordenadora de Movimentos Sociais da Colômbia (COMOSOCOL), aos promotores do Encontro pola Paz de Barranca, aos indígenas, aos afrodescendentes, aos camponeses, às organizaçons de deslocados, à ACVC, à Associaçom Nacional de Zonas de Reserva Camponesa (ANZORC), às centrais operárias, às mulheres, ao movimento juvenil Colombiano, à populaçom LGTBI, aos académicos, aos artistas e cultores, aos

comunicadores alternativos, ao povo em geral, aos migrados e exilados, à Marcha Patriótica, ao Polo Democrático, ao Congresso dos Povos, ao Partido Comunista, ao MOIR, à Minga Indígena, aos amantes da paz no mundo, para que encham de esperança esta tentativa de soluçom diplomática do conflito. Simón Trinidad já manifestou desde o cárcere imperial de Florence (Colorado), onde está condenado injustamente a 60 anos de presídio, a sua total disposiçom para participar nos diálogos pola paz da Colômbia. Num ato de sensatez a Procuradoria Colombiana tem dito que ele tem todo o direito a fazer parte da delegaçom das FARC na mesa de conversas e o Conselho Superior Judiciário ofereceu a tecnologia e a logística para que isso seja possível. O governo dos Estados Unidos faria um grande contributo à reconciliaçom da família colombiana, facilitando a participaçom de Simón, de corpo presente nesta mesa.

“Somos umha força beligerante, umha organizaçom política revolucionária com um projeto de país esboçado na Plataforma Bolivariana pola Nova Colômbia, e anima-nos a conviçom de que o nosso porto é a paz, mas nom a paz dos vencidos, senom a paz com justiça social” “Rendemos homenagem aos nossos caídos, aos nossos prisioneiros de guerra, aos nossos lisiados, à abnegaçom das Milícias Bolivarianas, ao Partido Comunista Clandestino e ao Movimento Bolivariano pola Nova Colômbia, e junto a eles ao povo fiel que nutre e acompanha a nossa luita” Finalmente queremos expressar a nossa eterna gratidom aos governos e povos de Noruega, Cuba, Venezuela e Chile, que

desdobrarám os seus esforços mancomunados desde a Escandinávia, desde as Caraíbas, desde o berço de Simón Bolívar e desde o indómito Arauco de Neruda e Allende, para que o mundo poda contemplar o prodígio da nova aurora boreal da paz. Também realçamos a contribuiçom do CICR como garante do translado de porta-vozes das FARC desde agrestes regions colombianas baixo o fogo. Rendemos homenagem aos nossos caídos, aos nossos prisioneiros de guerra, aos nossos lisiados, à abnegaçom das Milícias Bolivarianas, ao Partido Comunista Clandestino e ao Movimento Bolivariano pola Nova Colômbia, e junto a eles ao povo fiel que nutre e acompanha a nossa luita. Sem ainda começar a discussom, nom coloquemos como espada de Damocles, a pender ameaças sobre a existência desta mesa. Submetamos as razons da cada umha das partes contendentes ao veredito da naçom, à vedoria cidadá. Nom permitamos que os manipuladores de opiniom, desviem o rumo desta causa necessária que é a reconciliaçom e a paz dos colombianos em condiçons de justiça e dignidade. A grande imprensa nom pode seguir atuando como juiz iníquo frente o conflito, porque como dizia Cicerón, “um juiz iníquo é pior que um carrasco”. Dos esforços de todos e da solidariedade do mundo, depende o destino da Colômbia. Que a oraçom pola paz de Jorge Eliécer Gaitán alumie o nosso caminho: “Bemaventurados os que entendem que as palavras de concórdia e de paz nom devem servir para ocultar sentimentos de rancor e extermínio. Mal-aventurados os que no governo ocultam depois da bondade das palavras a impiedade para os homens do povo, porque eles serám assinalados com o dedo da ignomínia nas páginas da história!”. Damos as boas-vindas a este novo empreendimento pola paz com justiça social. Todos, pola soluçom nom cruenta do conflito colombiano. Viva Colômbia/ Viva Manuel Marulanda Vélez/ Viva a paz! Secretariado do Estado Maior Central das FARC-EP

18 de outubro 2012


Alberto Angulo H i s t o r i c a m e n t e a s Fo r ç a s A r m a d a s Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (FARC-EP) sempre apostárom na soluçom política do conflito desde as suas origens. É algo que levam no seu ADN, transmitido à organizaçom através do seu legendário líder Manuel Marulanda Vélez. Factos anteriores à criaçom das FARC-EP figérom com que Marulanda, após o assassinato de Eliécer Gaitán e a sua crescente aquisiçom de consciência, vivira diferentes situaçons polas que passando do seu pensamento liberal ao comunista conseqüente nom há renunciar nunca à soluçom política do conflito. Outra cousa é que a corrupta e mafiosa classe dirigente colombiana mostrara umha férrea oposiçom a atingir tal fim. O caminho das armas nom foi umha opçom, senom umha obrigaçom imposta pola oligarquia colombiana ao nom deixar outra saída se se queria conservar a vida. Cada vez que se tratou de desenvolver um projeto político pola via pacífica, os assassinatos, a tortura e a repressom mais violenta fijo ato de presença. Para chegar à atual mesa de diálogo que se está a desenvolver na atualidade em Cuba, houvo previamente umha série de processos que proporcionárom à guerrilha a experiência e a aprendizagem necessária neste tipo de conversaçons. Isto permite às FARC-EP afrontar este novo processo com profundo conhecimento de qual é a melhor forma de agir em cada momento, situaçom e circunstáncia. O interlocutor que tenhem diante sempre guarda um ás na manga e gosta de jogar com cartas marcadas. Os distintos processos de diálogo nos que as FARC-EP tenhem apostado assim o demonstram. Desde o acordo da Uribe com o governo de Belisario Betancur entre 1984 e 1987 que deu lugar à criaçom da Unión Patriótica, com o conseguinte massacre de mais de 5.000 dos seus militantes e simpatizantes. Passou-se em 1991 polo processo de Caracas e Tlaxcala no governo de César Gaviria, e entre 1998 e 2002 os diálogos do Caguán no governo de Andrés Pastrana. Toda esta bagagem e experiência vê-se corroborada em como as FARC-EP estám a medir muito bem os tempos. Isto é, com as audaces e inteligentes açons que tenhem descolocado o Governo Santos, levando-lhe a

dianteira e obrigando-o a ir a reboque na vitrina mediática, que é um cenario paralelo ao da mesa de diálogo com umha dimensom e projeçom muito importante e nada desdenhável no campo da influência. O discurso claro, contundente e combativo pronunciado por Iván Márquez em Oslo, a incorporaçom de na delegaçom fariana, e a declaraçom de umha trégua unilateral de 2 meses por parte da guerrilha o mesmo dia em que começavam as conversaçons em Havana, som boa monstra disto. Umha menssagem que se repete sem cessar intensificando-se na sua difusom com a chegada das atuais conversaçons, e que já cheira a podre polo velho e batido do seu uso, é aquela que trata de espalhar maciçamente a ideia acerca de que a guerrilha chega derrotada à mesa de diálogo. O Governo Santos bem sabe que a vitória militar sobre as FARC nom é possível, que nem sequer com o Plano Colômbia em toda a sua intensidade esse objetivo está próximo a atingir-se a curto, meio e longo prazo. A capacidade operativa da guerrilha é facilmente comprovável e contrastável nos boletins de guerra que as FARC-EP fam públicos, e que se vem verificados nas contínuas notícias que os meios de comunicaçom burgueses nom podem ocultar. Apostar na tese de que a guerrilha chega debilitada e derrotada militarmente à mesa de diálogo é nom querer ver a realidade e desconhecer qual é a essência que alimenta e alenta as fileiras farianas. É certo que as FARC-EP sofrérom nos últimos anos fortes golpes contra a sua estrutura de mando com a morte de destacados comandantes, e também importantes baixas à guerrilha como em Arauca e no Meta ou mais recentemente em Nariño. Mas só a ignoráncia sobre o que as FARC-EP som pode fazer pensar que com essas operaçons militares a guerrilha vai a claudicar e vam produzir-se grandes desmobilizaçons. Cada vez que cai um guerrilheiro ou umha guerrilheira em combate, assassinado polo braço executor da oligarquia e das elites que governan a Colômbia com mao de ferro, o/a camarada morto/a é substituido/a por outro/a, que recolhe o seu fusil e ve reforçado o seu espírito de luita e a sua conviçom polo sangue do companhei ro/ a caí do/ a, retomando a luita e o combate com mais ímpetu e implacabilidade que antes.

O exército colombiano, com a ajuda inestimável de pessoal especializado e da última tecnologia proporcionada polo imperialismo ianque e o MOSSAD israelense, intensificou nos últimos 32 meses as denominadas operaçons Veta, é dizer, operaçons de alta precisom de tipo cirúrgico que lhe dérom bons resultados ao fugir do c o n f r o n t o d i r e t o e c e n t ra r - s e e m b o m b a r d e a m e n t o s d a Fo r ç a A é r e a acompanhados do posterior desembarco de tropas de elite. Mas ainda assim, e com todo o potencial tecnológico, as operaçons terrestres estám muito longe de dar os resultados aguardados, demonstrando umha grande capacidade combativa da guerrilha para contrarrestá-los e causar grandes baixas e fortes golpes ao inimigo. De facto, nom se deve excluir a possibilidade de que essa esmagadora hegemonia da Força Aérea Colombiana (FAC) esteja a chegar ao seu fim co derrubamento de um aviom Supertucano o mês de julho passado, e recentemente, o achado por parte do exército colombiano de mísseis terra-ar Sam 7 com capacidade para derrubar umha aeronave a 6,5 Km de altura, pertencentes às FARC-EP, o qual abriria umha nova etapa no conflito armado. Umha menssagem falsa repetida mil veces, e amplificada polas empresas que tenhem como área de mercado a informaçom, nom se transforma em verdade, senom que é manipulaçom mediática pura. Embora a oligarquia colombiana queira confundir os seus sonhos e desejos com realidades por enquanto inalcançáveis, as FARC-EP seguem a ser um rival temível com umha experiência e capacidade operativa tática e estrategicamente contrastada, por algo som a guerrilha mais antiga da América-Latina. Diálogos de Havana A mesa de diálogo tivo o seu início formal o passado 18 de outubro em Oslo (Noruega), e o primeiro encontro para abordar o primeiro ponto do organograma fixado no denominado encontro exploratório 19 de novembro em Havana (Cuba) -no que se acham na atualidade-, corresponde com o desenvolvimento rural. Podem observar-se, como nom podia ser doutro jeito, duas tendências bem diferentes segundo falar um ou outro dos interlocutores. Haverá que observar e estar muito atentes para conhecer


até onde se está disposto a ceder por ambos os lados nas conversaçons, qual é o ponto limite. As FARC-EP tenhem deixado muito claro que a questom da terra é algo fulcral. Nom por acaso é o primeiro tema a tratar, o único do que se sabia a ordem, pois será no percurso que se hám decidir os quatro pontos restantes. Há que ter em conta que a questom agrária é umha das principais causas históricas da luita de classes na Colômbia. Encontramo-nos com um processo baseado na acumulaçom por despossessom com o deslocamento forçado e obrigado de quase seis milhons de camponeses/as. Grandes territórios que passam a maos das multinacionais que sem nengum tipo de respeito pola terra provocam enormes desastres ambientais e ecológicos, com a exploraçom minero-energética e agroindustrial como principais atividades lucrativas.

Como será o decorrer destes pontos é umha incógnita e a sua tendência, sem dúvida, estará influenciada por diversos fatores endógenos e exógenos que farám com que o processo passe por situaçons melhores e piores, que se avance mais rápido ou mais lento segundo as diferentes circunstáncias e temas a tratar na agenda em cada momento. Um desses fatores desestabilizadores som e serám as palavras e declaraçons incendiárias que desde a oligarquia colombiana tratarám de fazer descarrilar o processo de paz procurando salvaguardar os seus privilégios.

Justificaçom que lhe havia servir também caso supere esse limite para em qualquer momento deixar cair que ampliou esse período como mostra de boa vontade, mas que a guerrilha nom tivo intençom de chegar a nengum acordo. Isto deixa entrever que nom há umha aposta real em acabar com o conflito que já atinge quase 5 décadas.

O ritmo de destruiçom é tam alto que tal e como denunciárom as FARC-EP em Oslo, se continuar assim, em dez anos a Colômbia poderá converter-se num estado inviável. O carvom, o petróleo, o coltam, o ouro ou o ferro-níquel, como grandes riquezas do país estám em maos privadas, graças à política de estrangeirizaçom da terra por parte do governo colombiano. Os ingentes dividendos que se geram repartem-se entre as multinacionais e os governantes corruptos sem que chegue praticamente nada às maos do povo. Os porta-vozes do governo Santos já se apressurárom a assinalar que o modelo económico, a inversom estrangeira e a propriedade privada nom entravam na discussom. Para eles a mesa de diálogo só tratará os temas agendados, mas as FARC-EP nom som cria de pita, mas de lobo espreitador. A guerrilha bem sabe que o mantimento da guerra é muito custoso para o Estado umha vez que o Plano Colômbia fracassou estrondosamente na procura de umha rápida eliminaçom militar da guerrilha. Um cenário de desgaste paulatino com avanços e retrocessos que provoque que o conflito se dilate no tempo resulta insustentável para o Estado que sabe que se com as ingentes quantidades investidas na guerra nom conseguiu dobrar a insurgencia, poderia ir perdendo terreno a medida que o orçamento militar diminui, o qual se deve levar em conta em momentos em que a crise económica mundial se agudiza. Nom se pode obviar que o gasto militar do estado colombiano é dos mais altos do mundo em proporçom ao seu Produto Interno Bruto (PIB), triplicando-o nos últimos vinte anos ao passar de 2,4 a 6,4, acrescentando a isto os 700 milhons de dólares que o governo ianque lhe entrega anualmente em relaçom ao Plano Colômbia. Nom se deve esquecer tampouco que o estado colombiano é o terceiro país receitor de ajuda militar dos USA. Agenda a debate Os outros temas da agenda som as garantias para a oposiçom política (rutura da relaçom armas/política), o fim mesmo do conflito (abandono de armas e reincorporaçom das e dos guerrilheiros à vida civil), narcotráfico e direitos das vítimas.

Os prazos da negociaçom Umha questom crucial, e muito importante, é o tempo destinado para o desenvolvimento do processo. A respeito disto o passado 2 de dezembro o Presidente da Colômbia Juan Manuel Santos anunciou que o prazo máximo seria até novembro de 2013. Por que essa data? Pois porque em novembro de 2013 será que comece a campanha eleitoral às presidenciais e Santos nom vai poder, segundo as circunstáncias, permitir que continuem os diálogos se estes podem restarlhe apoios numha possível reeleiçom. Ao anunciar essa data limite Santos reserva-se a ruptura dos diálogos se as cousas nom vam como ele aguarda. Desta maneira mete pressom às conversas e guarda-se umha carta na manga que lhe sirva como justificaçom para rompê-las se o considerar necessário.

Fai-se necessário assinalar que nos acordos prévios entre as FARC-EP e o Governo em nengum momento se falou de meses, senom de demorar o tempo que seja necessário. Outra cousa é que do poder institucional se queira boicotar esta realidade e que através do Presidente Santos já se anuncie que nom duraria anos como no Caguán. A realidade é que os porta-vozes do Governo manifestaram inicialmente que o executivo tinha a INTENÇOM de manter “negociaçons” de 8 meses com as FARC-EP a partir dos quais se avaliaria se os diálogos iam por bom caminho e assim determinar a sua continuidade. Nada de umha data marcada previamente para a sua conclusom, é dizer, que se trata de umha condiçom unilateral por parte de Santos realizada a posteriori. Sabem que as FARC-EP nom som compráveis neme assimiláveis ao sistema corrupto e criminoso que governa a Colômbia, que se deixam as armas é porque se vam a dar as condiçons necessárias para umha mudança profunda a nível político, económico, social e militar. As FARC-EP nom estám a dialogar para atingir privilégios para si próprios como organizaçom insurgente. As FARC-EP som o povo em armas e luitam pola paz com justiça social para o povo colombiano: camponeses/as, indígenas, afrodescendentes e todos os desfavorecidos, condenados à miséria e a pobreza por um sistema criminoso que se aproveita da terrível e descarada desproteçom que o povo colombiano sofre. Para as FARC-EP é muito importante que o povo seja escuitado na mesa de diálogo, que ocupe e desempenhe o papel que lhe é próprio como motor e impulsionador do processo para a mudanza que necessita o País. É através da mobilizaçom e pressom nas ruas que se poderám atingir as mudanças reais. As conversaçons entre guerrilha e governo podem dar lugar a acordos, mas se estes nom refletem os anceios do povo nom vam ter valor algum.

Se nom se quiger pensar mal nom é lógico nem compreensível que se tardem seis meses (de 23 de fevereiro a 26 de agosto de 2012) simplesmente para chegar a um pacto para começar um diálogo, nem que se pretenda que em doze meses se abordem todos os temas agendados, chegando-se a acordos profundos e bem afiançados que dem segurança e garantias de éxito ao processo de paz. Um tema que nom quero deixar passar por alto antes de finalizar, e do que já se tem escrito algo ao respeito, é a possibilidade de que a delegaçom das FARC-EP poda ficar isolada em Cuba após umha possível ruptura do processo. Esta circunstáncia que soa rara poderia dar-se sem nengum problema, pois a restriçom de umha eventual captura só existem para à Noruega, Cuba e a Colômbia, mas neste último caso o regresso só poderia fazer-se com umha autorizaçom expressa do Governo. Se algum dos/as membros das FARC-EP se acharem nalgum país que nom seja algum desses três poderá ser detidos/as de imediato. Deixando de lado o campo da hipótese, o que sim é claro e inqüestionável é que se lamentavelmente o processo nom tiver sucesso e resulta falhido, passe o que passe as FARC-EP voltam a ser reconhecidas como


um interlocutor político válido, demonstrando que essas etiquetas de guerrilha narcotraficante e terrorista nom som mais que intentos da oligarquia colombiana e o imperialismo ianque para tratar de desprestigiá-la, deslegitimá-la e demonizá-la ante a opiniom pública. Fica ao descoberto e meridianamente claro qual é a verdadeira razom de que se obrigue a que os/as delegados/as da guerrilha fiquem isolad@s

em Cuba, em vez de deixar que expliquem, difundam e dem a conhecer o seu projeto político em qualquer parte do mundo onde sejam convidados/as. Os/as revolucionários/as e povos do mundo temos nas FARC-EP um exemplo, um referente de entrega e dignidade, de luita inclaudicável pola emancipaçom das classes oprimidas e o objetivo socialista. Com a

esvaeceu-se repetinamente polo lamentável papel que está a cumprir na hora de analisar com irresponsável ligeireza, e difundir com absoluta banalidade, erróneas e falsas conceçons sobre a brutal guerra de extermínio e de submetimento que a oligarquia colombiana declarou contra o seu povo há agora meio século. Aparentemente, o guiom do filme narra umha história verídica. Gira à volta das peripécias de um camponês colombiano, José Crisanto, a quem a insurgência entregou Emmanuel, o filho de Clara Rojas, umha política capturada polas FARC em 2002 e que fruto de umha relaçom com um combatente revolucionário ficou grávida num acampamento guerrilheiro. Perante os graves problemas de saúde que arrastava a criança, foi entregue a Crisanto para os seus cuidados. Posteriormente, o neno acabou numha instituiçom estatal em Bogotá, impossibilitando assim que a guerrilha, tal como publicamente se comprometera, pudesse entregá-lo junto com a sua mae e outra representante política, também prisioneira de guerra. Crisanto incumpriu o acordo com as FARC, mas também foi acusado de colaboraçom com a guerrilha por parte do Estado, padecendo prisom. Umha realidade concreta omitida deliberadamente A Colômbia tem mais de 5 milhons e meio de pessoas deslocadas polas políticas de roubo e saqueio de terras promovidas pola oligarquia, empregando o mastodôntico exército regular e os paramilitares controlados polo Pentágono e Israel, ocupando assim o triste primeiro lugar depois do Sudám, Iraque, A f e g a n i s t á m , S o m á l i a e Re p ú b l i c a Democrática do Congo.

Nom só vim o filme recentemente estreado, também investim o tempo necessário para conhecer as suas opinions sobre o conflito colombiano, seguindo e consultando boa parte das dúzias de entrevistas na rádio, televisom e jornais em que o ator galego pontifica sobre umha realidade que semelha conscientemente nom querer conhecer. A simpatia que sentia por ele e por algumhas das personagens que tem interpretado

Galiza, 13 de dezembro de 2012

Repsol, Cepsa, Endesa, Union Fenosa, Telefónica ou Banco Santander. Em La Macarena, no Meta, à beira de um complexo militar, a 200 quilómetros de Bogotá, fica umha das maiores do planeta. O governo Uribe e o atual governo Santos convertêrom esta imensa naçom numha gigantesca base militar norte-americana, a partir da qual os falcons de Washington tentam desesperadamente recuperar o terreno perdido polo avanço da onda bolivariana. Cumpre nom esquecer as declaraçons de Dick Cheney, vice-presidente de Bush JR: “Para controlar a Venezuela, é necessário dominar militarmente a Colômbia“. Frente a esta situaçom, a meados da década dos sessenta do passado século, um punhado de camponeses dirigidos por Manuel Marulanda Vélez, com apoio do Partido Comunista, iniciárom a resistência popular, posteriormente cristalizada numha poderosa e invencível organizaçom marxista-leninista em armas denominada Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo. Pois, tal como afirmou o comandante Alfonso Cano numhas declaraçons em prol de umha saída negociada o conflito, meses antes do seu assassinato pola maquinaria militar pro-imperialista na operaçom “Odisseo” “as FARC nascemos resistindo a violência oligárquica que utiliza sistematicamente o crime político para liquidar a oposiçom democrática e revolucionária; também como resposta camponesa e popular à agressom latifundiária e terratenente que inundou de sangue os campos colombianos usurpando terra de camponeses e colonos”.

A Colômbia tem mais de 250 mil desaparecid@s, 175 mil pessoas executadas, cerca de 9 mil prisioneiras e prisioneiros políticos. Tem o recorde mundial de matar representantes operários, é quase 3.000 o número de sindicalistas assassinados nas últimas duas décadas. 70% da populaçom vive na miséria, sendo o primeiro país em desigualdade da América Latina.

A Colômbia é um regime autoritário e terrorista que até o momento impossibilitou que a oposiçom popular pudesse defender pacificamente o seu projeto político. Cada vez que tentou esta via, foi literalmente massacrada. A experiência da Uniom Patriótica, na segunda metade dos oitenta, ainda está mui viva. Dous candidatos presidenciais, 8 congressistas, 13 deputados, 70 vereadores, 11 presidentes da cámara e milhares de militantes fôrom assassinados entre 1985 e inícios dos noventa, por defenderem a justiça social e a soberania nacional. Razom que explica as dificuldades de compreensom de Luis Tosar para nom entender que “nom seja fácil que a gente fale”.

A Colômbia é umha imensa fossa comum de longos milhares de corpos mutilados, onde estám ocultos parte dos crimes cometidos pola casta oligárquica que governa um país submetido aos interesses do imperialismo ianque e de multinacionais espanholas como

Atualmente, esta burguesia vendepátrias assinou um Tratado de Livre Comércio (TLC) com os Estados Unidos e pretende converter o país numha imensa exploraçom mineira e agroindustrial, seguindo o modelo de economia de enclave.

Som mais de 10 milhons o número de hectares arrebatados a camponeses e povos indígenas por umha política estatal prefeitamente planificada. Há uns dias, Luís Tosar afirmava que “faltam heróis para conduzir a energia que está na rua”. O ator de cinema era entrevistado num jornal digital polo papel protagonista no filme Operaçom E.

espada de combate de Bolívar em alto, seja qual for o cenário de luita, os/as comunistas da Galiza rebelde e combativa unimo-nos com toda a guerrilha fariana num grito único e fraterno: juramos vencer, e venceremos!


Existem centenas de livros, páginas web, documentários, reportagens jornalísticas, nos quais se pode contrastar todo isto. Porém, um colossal muro de silêncio e manipulaçom pretende lavar a cara de um Estado criminoso e narcotraficante, apresentando-o como umha modélica democracia parlamentar. Para citar um só exemplo que Luís Tosar deveria conhecer, há uns meses os Estados Unidos solicitárom por narcotraficante a extradiçom do ex-chefe de segurança de Álvaro Uribe, o general Maurício Santoyo. A oligarquia provocou e alimenta esta guerra contra as imensas maiorias populares, que hoje a insurgência pretende superar mediante o processo de negociaçom política que está a desenvolver-se em Havana. O futuro determinará se a vitória de sentar a oligarquia a dialogar nom é mais que um novo engano da burguesia para ganhar tempo e lograr o que em 50 anos nom atingírom: dobrar os firmes princípios revolucionários, comunistas e bolivarianos das FARC-EP. Na atualidade, tal como transmitiu no mês de outubro em Oslo o comandante Iván Marquez “apoiados em simples exercícios de matemática, podemos afirmar que a guerra é insustentável para o Estado”.

A infámia de meter a todo o mundo no mesmo saco Frente a esta inegável realidade, Luís Tosar adota umha posse de neutralidade e imparcialidade, situando-se por cima do bem e do mal. Nom quer admitir, e menos reconhecer, que os povos tenhem direito à autodefesa quando som atacados. A rebeliom armada contra a opressom é um dever quanto nom existem possibilidades reais de se defender frente à exploraçom e à dominaçom. Este filme era umha magnífica oportunidade para divulgar a verdade sobre um dos conflitos políticos, sociais e armados mais submetidos à burda manipulaçom dos meios de comunicaçom burgueses, mas novamente optou-se por dar umha visom morna e maquilhada da tese oficial imposta polos que se consideram os donos do mundo. O filme, dirigido polo realizador hispanofrancês Miguel Courtois, e financiado por TVE e Canal + França, situa na mesma altura as duas partes em conflito: povo colombiano versus oligarquia, e as suas estruturas de defesa, intervençom e combate: g u e r r i l h a s / o r g a n i z a ç o n s populares/movimentos sociais versus exército regular/polícia/paramilitares e sicários. Nom nos pode estranhar esta atitude em quem dirigiu "El lobo" (2004) ou "GAL" (2006), desfigurando conflitos políticos em

base às leituras impostas pola ideologia dominante e as necessidades comerciais. Como tampouco nos surpreende que alguém como Luís Tosar, epidermicamente solidário com aquelas causas progressistas socialmente mais assimiláveis, umha das caras mais visíveis da desaparecida Burla Negra, ex-militante e candidato do BNG às eleiçons municipais e europeias, colabore ativamente em ocultar a natureza política da guerra de guerrilhas que amplos setores do povo colombiano promovem e apoiam. Nom “todos som maus”, nem “é difícil saber quem é mais mau de todos”, nem as FARC som umha “narcoguerrilha”, tal como manifestou num programa de La Sexta. Nada disso! É muito fácil, a partir de um hotel de cinco estrelas, do glamour dos platós de televisom e festivais de cinema, sentenciar com frivolidade veladas condenas das justas luitas pola libertaçom dos povos, e para nom perder esse halo de progressia meter no mesmo saco oprimidos e opressores. Afirmar que, na Colômbia, povo em armas e exército genocida som similares, é o mesmo que considerar que a legitimidade do emprego da violência da guerrilha vietnamita era igual de condenável que os bombardeamentos com napalm do exército de ocupaçom ianque. O conflito colombiano “nom é absurdo”, é a única alternativa que os setores mais avançados do povo trabalhador colombiano podem adotar frente à guerra de extermínio de umha burguesia apátrida e criminosa. Há que molhar-se, nom valem as meias tintas. Gastar três milhons de euros num filme que satisfai parcialmente a oligarquia colombiana é umha lamentável contribuiçom para essas causas justas que esporadicamente Luís Tosar gosta de apoiar. Entendemos que optar claramente pola causa dos humildes e oprimidos da Colômbia nom contribui para somar méritos para ganhar outro Goya. Antes, é garantia de ficar completamente eliminado de qualquer possibilidade futura de atingir um óscar. Outra cousa é estar contra os despejos, incremento do IVA ou condenar as bravuconadas extremistas do ministro Wert. Nada esperávamos nem esperamos do mundo da farándula. Numha das entrevistas aludidas, após a reproduçom de imagens da repressom da polícia espanhola, o ator luguês sai novamente pola tangente afirmando literalmente que "é mui triste que a polícia nom saiba quem é o inimigo. Um sai à rua para protestar e por cima os companheiros (Sic) polícias vam contra ti em lugar de ir contra o inimigo real. Nom sei se é que estám

completamente errados ou é que, realmente, nom tenhem outra forma de fazer as cousas". Nom há pior cego que aquele que nom quer ver. A Revoluçom é umha necessidade, nom umha atitude romántica Luís Tosar afirma numha entrevista ser um romántico e que há umha “visom mui romántica dos movimentos revolucionários”. Novamente volta a confundir alhos com bugalhos. As revoluçons som processos sociais transformadores resultado objetivo de opressons, da tomada de consciência de amplas maiorias sociais, nom estéticos produtos artificiais e “idealistas” de inteletuais e artistas progressistas. A intensa guerra de classes continua na Colômbia porque nom existe outra possibilidade para o seu povo. Porque, contrariamente às opinions de Luís Tosar, quando afirma que “Eu nom confio muito na inteligência coletiva. Nunca confiei. Creio que assim nom funcionamos bem”, som as massas as que constroem a sua própria história. Na Colômbia nom faltam heróis para conduzir a energia que está na rua. Existem, som de carne e osso, tenhem nome e rosto, sofrem, riem, combatem, amam. A imensa maioria som centenas de milhares de anónimos ativistas, camponeses, trabalhadores, estudantes, mulheres, indígenas que luitam desde as trincheiras dos movimentos sociais, nas minas, nos campos, nas fábricas, nas universidades, nos povos e nas cidades. Outros chamárom-se Jacobo Arenas, Efraín Guzman, Mariana Paez, Raúl Reyes, Iván Ríos, Manuel Marulanda, Jorje Briceño “Mono Jojoy”, Alfonso Cano. Fam parte da Colômbia mais brava e rebelde. Da mesma que se opujo ao colonialismo espanhol durante mais de trescentos anos, e posteriormente ao Estado oligárquico crioulo. Outros som conhecidos por Jesus Santrich, Rodrigo Granda, Simón Trinidad, Tanja Nijmeijer "Alexandra", Maurício Jaramillo, Fabián Ramírez, Pablo Catatumbo, Joaquín Gómez, Iván Marquez, Timoleón Jiménez “Timochenko”. Com o seu valor e talento, a Colômbia triunfará. Graças a eles, mantémse viva a esperança de milhons de colombianas e colombianos que desejam umha paz com justiça social e soberania nacional. Como nós nom somos dos que estamos por cima do bem e do mal. Porque sim somos dos que preferimos apanhar umha constipaçom a nom molhar-nos, sem duvidá-lo nem umha milésima de segundo tomamos partido, estamos com a Colômbia que hoje avança e, mais cedo que tarde, triunfará. Galiza, 11 de dezembro de 2012


A vitória eleitoral da candidatura do presidente Hugo Chávez Frías apoiada polo conjunto do movimento popular e as organizaçons revolucionárias articuladas no Gram Pólo Patriótico- nas eleiçons de 7 de outubro, é umha magnífica notícia para consolidar o processo de transformaçons sociais, políticas e culturais na Venezuela, mas também para reforçar as mudanças em curso na América Latina.

A vitória popular do dia 7 de outubro foi clara e contundente. Agora cumpre aprofundar na via genuinamente revolucionária que oriente a Venezuela face a construçom de umha sociedade socialista, superando os erros, as desviaçons e as ameaças internas involucionistas no seio das forças que afirmam apostar polo processo, tal e como demandam os setores mais conscientes do Gram Polo Patriótico.

Umha derrota a favor do candidato imperialista teria sido catastrófico para as luitas anti-imperialistas e populares que, de Rio Grande a Terra de Fogo, levam mais de umha década sacudindo o poder e a hegemonia do imperialismo ianque no hemisfério.

Venezuela deve seguir avançando com factos tangíveis na via anticapitalista, deve seguir sendo umha sólida trincheira frente às ameaças do imperialismo e o caos à que o capitalismo conduz o conjunto da humanidade. A vitória contundente nessa segunda batalha de Carabobo deveria incidir positivamente no fortalecimento do conjunto do movimento popular, da esquerda transformadora latino-americana e caribenha, mas também a escala mundial

Foi o melhor homenagem ao projeto emancipador do Che Guevara, no 45 aniversário da sua queda em combate, que as massas populares e trabalhadoras da Pátria de Bolívar, apoiassem maciçamente a candidatura do comandante Hugo Chávez.

Hugo Chávez Frias Votos 8.191.132 % 55,07% Henrique Capriles Radonski

as eleiçons em números Número de eleitores/as escrutinados 18.854.935

Votos 6.591.304 % 44,31% Número total de votantes

15.176.253

Participaçom

80,48%

0,05%

Número de votos escrutinados

15.160.289

0,04%

Número total de votos válidos

candidatos/as

Reina Sequera Votos

70.567 %

0,47%

Luis Reyes Votos

8.214 %

Maria Bolivar Votos

7.378 %

Orlando Chirino Votos

4.144 %

Número total de votos nulos 0,02%

14.872.739 287.550

% 98,10% %

1,89%


Queremos manifestar a nossa solidariedade, a nossa mais profunda e imensa satisfaçom pola bem sucedida intervençom cirúrgica do presidente da República Bolivariana da Venezuela, Hugo Chávez Frías. A Associaçom Galega de Amizade com a Revoluçom Bolivariana (AGARB) deseja ao comandante-presidente umha pronta recuperaçom para continuar na direçom do processo revolucionário em curso durante os próximos anos na irmá República Bolivariana da Venezuela. Neste momento, nestas circunstáncias tam duras para toda a humanidade, de crise capitalista e brutal ofensiva imperialista, precisamos mais que nunca dos "imprescindíveis, dos que luitam toda a vida", dos que concebem -como Hugo Chávez- a vida como

Umha imensa maré vermelha permitiu umha nova vitória das forças revolucionárias bolivarianas nucleadas à volta do Grande Polo Patriótico (GPP) nas eleiçons de ontem domingo, 16 de dezembro, que elegiam os parlamentos regionais e @s governadores/as. Este processo eleitoral constatou um claro avanço das forças populares, patrióticas, anti-imperialistas e socialistas, tam só dous meses depois da reeleiçom de Hugo Chávez como presidente da República Bolivariana da Venezuela. AGARB congratula-se por esta indiscutível vitória, pois sem lugar a dúvidas representa o melhor presente do povo venezuelano para com o comandante Hugo Chávez, convalecente em Cuba da última intervençom cirúrgica a que foi submetido para lograr o seu pleno restabelecimento. GPP triunfou em 19 dos 23 estados, logrando recuperar à oposiçom os estados do Zúlia, Carabobo, Táchira e Nova Esparta.

umha luita permanente contra toda forma de injustiça e opressom. Congratulamo-nos das notícias que chegam de Havana e com a imensa maioria do povo trabalhador venezuelano somamo-nos a todas as vozes dos revolucionários e revolucionárias do mundo, muito especialmente de Cuba, da América Latina e das Caraíbas, para que o comandante Hugo Chavéz saia plenamente vitorioso desta batalha pola vida. Desde a Galiza enviamos os nossos mais afetuosos desejos pola plena restituiçom da saúde do presidente Chávez. Necessitamos-te comandante! Até a vitória sempre! Galiza, 15 de dezembro de 2012

Anzoátegui, Apure, Aragua, Barinas, Bolívar, Cojedes, Delta Amacuro, Falcón, Guárico, Mérida, Monagas, Portuguesa, Sucre, Trujillo, Vargas e Yaracuy ratificárom a sua adesom o processo bolivariano. Lamentamos que a oposiçom logre manter, embora por umha por estreita margem de votos, Amazonas, Miranda e Lara. AGARB quer transmitir o povo bolivariano, as suas organizaçons revolucionárias, o governo da República Bolivariana da Venezuela, ao comandante Hugo Chávez a sua enorme satisfaçom por esta nova vitória sobre a reaçom e o imperialismo. Até a vitória sempre! Pátria, Socialismo ou morte! Galiza, 17 de dezembro de 2012 agarb.blogspot.com


A meados de novembro o governo dirigido por Netanyahu dá luz verde à operaçom "Pilar Defensivo" sobre a banda de Gaza, dando baixa em primeira instáncia a Ahmed Yabari, o chefe das Brigadas Ezedin Al-Qasam, ligadas ao movimento de Hamas. Esta açom constata a prática do terrorismo por parte do Estado sionista sobre o povo palestiniano, tentando ceifar umha das cabeças mais visíveis da resistência mais conseqüente à ocupaçom israelense. A seguir sucedêrom-se durante mais de umha semana constantes bombardeios sobre a populaçom de Gaza, justificados no obsceno sofisma tam utilizado polo governo de Israel, que pretende converter o verdadeiro agressor em agredido. Os dous milhares de baixas atingidas da parte palestiniana, entre ferid@s e mort@s, e a mao-cheia do lado israelita, evidencia a desproporçom da capacidade militar dispersada por umha e outra parte. A magnitude da operaçom recorda às conseqüências dumha semelhante desenvolvida em finais 2008 sobre Gaza, sob

o nada metafórico nome de "Chumbo Fundido". Porém, a firme determinaçom e conviçom do movimento de resistência palestiniano conseguiu fazer frente e deter a ofensiva sionista. A capacidade de organizaçom do movimento popular armado nom se deixou intimidar frente a artilharia pesada, aviaçom e os mais de trinta mil soldados mobilizados por Israel perante a fronteira com Gaza ameaçando com umha incursom terrestre. O engenho popular palestiniano conseguiu dissuadir à força aérea sionista com a utilizaçom de mísseis terra-ar que pola primeira vez atingírom Tel Aviv e Jerusalém, impedindo que o massacre fosse ainda maior. O cessar o fogo anunciado polo governo de Israel e Hamas, sob a mediaçom do Egito e os EUA, foi recebido com grande satisfaçom polo povo palestiniano, expressando a sua alegria nas ruas de Gaza e Cisjordánia. Esta vitória militar do movimento de resistência palestiniano sobre o ocupante sionista há que enquadrá-la num momento em alça das aspiraçons de liberdade do povo

palestiniano, que em finais de novembro viu reconhecido por ampla maioria na Assembleia Geral da ONU o seu status como Estado observador nom membro. Ante esta resoluçom, o governo Netanyahu anunciou a construçom de novos assentamentos na Cisjordánia, obviando os acordos de Oslo assinados em 1993, e incluso, ameaçando com a destruiçom da Autoridade Nacional Palestiniana, a quem já está praticando um férreo bloqueio económico. O novo status da Palestina acrescentou a pressom policial e militar sionista nos passos fronteiriços contra a populaçom palestiniana, além de continuar com os assassinatos seletivos de militantes da causa palestiniana. O férreo controlo político, económico, social e militar de Israel sobre os territórios geridos pola ANP determina o panorama idóneo para que as forças que componhem o movimento popular de resistência à ocupaçom iniciem o entendimento para pôr em andamento a terceira Intifada.

"A história das revoluçons tem umha grande parte subterránea, nom sai à luz pública. As revoluçons nom som movimentos absolutamente puros; estám realizadas por homens e gestam-se no meio de luitas intestinas, de ambiçons, de desconhecimentos mútuos. E todo isto quando se vai superando, converte-se numha etapa da história, que bem ou mal, com razom ou sem ela, vai silenciando-se e desaparece.” Ernesto Che Guevara

Com o começo de cada novo ano, a esquerda revolucionária galega nom pode deixar passar a oportunidade sem fazer lembrança dumha efeméride, que marcou um salto qualitativo na luita d@s explorad@s da terra contra a opressom e a dominaçom do imperialismo sobre aqueles povos que querem exercer a sua liberdade. Em horas da madrugada do primeiro de janeiro de 1959, com a cumplicidade do general Cantillo, Batista foge cara a República Dominicana acompanhado de membros do seu regime. Fidel Castro fai um chamamento à greve geral, exige ao Exército a rendiçom incondicional e ordena ao Che -quem libertou Santa Clara- e a Camilo Cienfuegos que avancem firmes e decididos cara a Havana. Perante o ultimato, o movimento rebelde passa a controlar a guarniçom de Santiago de Cuba e, na capital, o general Cantillo entrega o mando do Exército ao coronel Barquín. Ao dia seguinte, as colunas insurretas comandadas polo Che e Camilo entram na Havana, e Barquín é obrigado a entregar a chefatura do Exército. Enquanto, em Santiago de Cuba, Manuel Urrutia é proclamado novo presidente da República. Dias depois, Urrutia instala-se no Palácio Presidencial na Havana, após as forças do Diretório Revolucionário de 13 de Março despejassem o prédio institucional. Decreta-se a dissoluçom do Parlamento, tribunais, autoridades locais e o Exército, e é modificada a Constituiçom de 1940. Em 8 de janeiro, Fidel entra em Havana, no meio dumha apoteose popular e pronúncia o seu célebre discurso dirigindo-se a toda a naçom libertada. É a partir deste momento no que se abre um período de enorme transcendência e transformaçom política, económica e social, que sem dúvida, marcou um antes e um depois na história de Latino América e da esquerda em geral. Caráter socialista da Revoluçom Cubana O triunfo insurrecional naquele janeiro de 1959 é a genuína expressom da culminaçom dumha guerra popular de libertaçom nacional dirigida

por personagens de dignidade histórica como Fidel, o Che, Camilo ou Raúl, que permitiu umha viragem decisiva na história da maior das Antilhas. A plena determinaçom do povo cubano erguido em armas contra a tirania e a opressom ditatorial transitou rapidamente do seu primeiro estádio democrático-popular e anti-imperialista após o triunfo da insurreiçom, cara a proclamaçom do caráter socialista da revoluçom no ano 1961, em pleno coraçom do continente americano e a só 170 Km da potência mais poderosa do planeta. A consolidaçom do processo revolucionário na década de 1960 foi possível pola valentia do povo cubano que avançou decidido a construir umha nova ordem social e económica dirigida pola grande habilidade dos seus dirigentes históricos, num contexto internacional polarizado em dous grandes blocos confrontados em qualquer ponto da esfera terrestre. A impronta da insurreiçom comandada por Fidel abriu umha nova etapa na história da América Latina, iniciando-se umha série de luitas que agitou todo o continente desde o Rio Bravo à Patagónia, que questionavam de raiz a hegemonia ianque e a sua doutrina "América para os americanos (do norte)". O contexto histórico e social da década de 1960 na América está caraterizado por umha grande efervescência social e política, dominado por significativos combates revolucionários, luitas obreiras e populares, o despertar de importantes setores camponeses e indígenas e amplas mobilizaçons estudantis. Inclusive, a Igreja ou o Exército, pilares fundamentais dos Estados burgueses tradicionalmente aliadas das suas respetivas oligarquias e fieis aos ditados ianques, nom ficam alheias às convulsons sociais que se sucedem e começam a agromar genuínas correntes renovadoras que se pronunciam a favor de novas alternativas guiadas pola justiça social, como é o caso da Teologia da Libertaçom no eido religioso ou o ascenso dos setores nacionalistas e revolucionários dentro dos Exércitos.


Diferentes atividades agendadas pola esquerda independentista e socialista, com motivo do Dia da Galiza Combatente, que este ano homenageava o luitador comunista Benigno Andrade “Foucelhas”, tivérom lugar no norte do País . Oferta floral e palestra A primeira delas, consistiu na oferta floral a Lola Castro “Mariana”, militante do EGPGC no cemitério de Meirás, Val do Vinho. A iniciativa foi promovida pola Assembleia Comarcal de NÓSUnidade Popular de Trasancos, quem desde há 11 anos organiza esta homenagem. No mesmo 11 de outubro a Assembleia Comarcal de NÓS-Unidade Popular da Corunha realizava umha palestra no Centro Social Gomes Gaioso com a participaçom do historiador ferrolano Eliseu Fernández, para dar a conhecer um pouco mais a figura do Foucelhas. A organizaçom de massas da esquerda independentista disponibiliza no seu web umha breve crónica do ato. Ato central na Corunha Já no dia 12, decorria nos jardins de Sam Carlos da Corunha, o ato central do Dia da Galiza Combatente 2012, organizado pola Unidade Popular. Dúzias de bandeiras da pátria, vermelhas e lilás davam cor a este céntrico parque corunhês sediado a escassos metros onde o Estado espanhol tem sequestrado como troféu de guerra o mauser do Foucelhas. O ato político foi iniciado polo companheiro da Direçom Nacional da Unidade Popular, Ramiro Vidal Alvarinho, o qual após dar as boasvindas dava passo às companheiras Eva Cortinhas, em representaçom de BRIGA, e Rebeca Bravo, porta-voz nacional de NÓS-UP. Na sua intervençom, Eva Cortinhas, afirmou que “como o admirável Foucelhas, somos rebeldes e insubmissas ante umha realidade opressiva, mas sobretodo, a nossa presença aqui é fundamental porque temos muito que dizer“. A dirigente juvenil advertiu que “nom só somos jovens rebeldes e orgulhosas do nosso passado mais combativo, mas também temos

o firme e irrenunciável compromisso de incorporar a experiência e o legado das nossas combatentes à nossa praxe diária e agir como continuidade daquelas mulheres e homens que noutrora luitárom pola consecuçom dumha Galiza livre das opressivas cadeias do Patriarcado, Espanha e o Capital“. Pola sua turma, Rebeca Bravo afirmou que o Foucelhas foi assassinado polo Estado espanhol por cometer um delito que “é idêntico à causa que hoje nos convoca aqui para homenageá-lo: defender com firmeza e paixom a liberdade e a justiça social”. Para continuar manifestando que “o nosso único e principal inimigo nom é simplesmente o PP. O nosso inimigo é o capitalismo, o patriarcado e o imperialismo espanhol. Nom podemos confundi-lo em identificá-lo exclusivamente com o PP”. A dirigente da esquerda independentista afirmou com rotundidade que “A saída da crise capitalista nom tem soluçom imediata. Nem vai ser resultado dos efeitos apotropaicos do falso talismám da alternáncia política. AGE, Bloco, PSOE, PP , a mesma merda é!”. As suas palavras fôrom respondidas com berros de “A soluçom é a Revoluçom” polas pessoas assistentes. Rebeca Bravo continuava a sua intervençom afirmando que “O vírus do parlamentarismo é umha epidemia inoculada na classe obreira que enfraquece o movimento popular, conduzindo-o ao desencanto e à resignaçom. Nom podemos ser indulgentes, nem vacilar. Quebremos pois com ele“. E apelava a construir o antitodo: a luita obreira, nacional e feminista. O Dia da Galiza Combatente veu acompanhado dumha intensa campanha agitativa com a realizaçom de dúzias de murais e pintadas com molde com a efígie do Foucelhas. BRIGA organizou concerto na Corunha Pola sua parte a organizaçom juvenil da esquerda independentista organizava um concerto na Sala INOX da Corunha, na noite do próprio dia 12. Os Três Trebons e Fracasados de Antemano encarregárom-se de pôr a música, que fixo desfrutar as perto de 100 pessoas que lotárom a sala.


Diversas cidades e vilas da Galiza registárom na manhá de 6 de dezembro, coincidindo com o aniversário da Constituiçom monárquica espanhola, açons simbólicas para reivindicar a independência para a nossa pátria, frente ao constitucionalismo espanhol. Com estas açons, a esquerda independentista quer denunciar, mais umha vez, a falta de qualquer legitimidade da Constituiçom franquista de 1978, “Carta Magna” que impom graves restriçons de direitos

sociais e económicos fundamentais, com destaque para os direitos nacionais que como povo nos assistem. NÓS-Unidade Popular caminhará junto a tod@s aqueles que querem, sem ambigüidades, ultrapassar os limites antidemocráticos que a Constituiçom espanhola impom e luitando por umha Galiza independente, socialista e libertada do patriarcado.

NÓS-UP avalia greve geral de 14 de novembro

NÓS-Unidade Popular avalia mui positivamente a enorme participaçom na greve geral de 14 de novembro. NÓS-Unidade Popular transmite ao povo trabalhador galego a satisfaçom e orgulho pola demonstraçom de firmeza e determinaçom à hora de confrontar as políticas neoliberais impostas à Galiza por Espanha e a Uniom Europeia, com a colaboraçom do governinho de Feijó. Frente às mentiras e manipulaçom tendentes a reduzir o impacto da jornada de greve nos centros de trabalho e ensino, realizada polo patronato e os seus meios de (des)informaçom, a paralisaçom foi praticamente absoluta na grande indústria, no transporte, nas universidades e centros de ensino primário e secundário, e também atingiu umha elevada adesom no setor serviços e comércio dos centros urbanos. As gigantescas mobilizaçons realizadas em mais de umha dúzia de localidades da geografia nacional constatam a enorme adesom a umha jornada de luita que tinha que ter sido convocada há meses e que segue a ser insuficiente para pôr freio à ofensiva burguesa implementada polos governos do PSOE-PP. A participaçom na greve nom foi superior pola coerçom e intimidaçom do patronatro sobre centenas de milhares de trabalhadoras e trabalhadoras da pequena empresa, do comércio e setor serviços que estám obrigados contra a sua vontade a assistir o seu posto de trabalho sob a ameaça de despedimento. A greve também nom conseguiu um impacto ainda maior pola intimidaçom e repressom policial à hora de defender os interesses da burguesia. Tanto a polícia espanhola como a Guarda Civil, e também em diversas localidade a Polícia Local, dificultárom, quando nom impossibilitárom, o exercício dos piquetes de trabalhadoras, trabalhadoras e jovens que durante horas contribuírom a estender e garantir o sucesso da jornada de luita. Além do dito, também nom se atingiu umha adesom total polo timoratismo, carência de ánimo e falta de confiança no povo trabalhador por parte das burocracias sindicais na hora de converter a XIV greve geral na Galiza do pós-franquismo numha jornada histórica.

Atitude essa que constrasta com o apoio maciço à jornada de greve e a grandiosa participaçom nas manifestaçons por parte do proletariado, a juventude e as mulheres. NÓS-Unidade Popular participou ativamente na jornada de luita, nos piquetes sindicais e também nos organizados pola esquerda independentista, assim como nas manifestaçons das principais cidades. Após 14 de novembro, e tal como vimos reclamando de forma constante desde a greve geral de 29 de setembro de 2010, é imprescindível enquadrar estas jornadas intermitentes e sem fio condutor, nom em factos isolados, mas sim num capítulo dumha estratégia de mobilizaçom de massas permanente e encadeada. Mas nom para corrigir as políticas neoliberais por outras de corte keynesiano, tal como defendem as principais centrais sindicais e partidos da esquerda sistémica. Hoje está mais vigente que nunca, cobra máxima atualidade a necessidade de superar o capitalismo, de construir um novo modelo de produçom e umha nova sociedade. A alternativa passa por acumular forças populares suficientes para mediante umha estratégia revolucionária construir umha nova sociedade numha Galiza livre. O dilema é, pois, capitalismo ou socialismo. Para garantir o seu sucesso é necessário que a imensa raiva, frustraçom e malestar social dê passos qualitativos na auto-organizaçom obreira e popular, única garantia para nom se deixar arrastar polas falsas promessas e ilusons do eleitoralismo e o parlamentarismo, do sindicalismo pactista e conciliador. Há que continuar na rua, incidir no perfil e programa anticapitalista e de libertaçom nacional do movimento de massas, convocando umha greve geral de 48 horas para obrigar Rajói e Feijó a mudarem o rumo da sua política socioeconómica, tombando os seus governos. Finalmente, queremos exprimir a nossa solidariedade e apoio a todas as pessoas represaliadas pola sua participaçom ativa e combativa nos piquetes.


Edita: Capítulo Galiza do Movimento Continental Bolivariano Tiragem: 1.000 exemplares Encerramento de ediçom: 20 de dezembro de 2012 Blogue: www.ccb-galiza.org Co-e: info@ccb-galiza.org

Ato político comunista de entrega da bandeira à II Brigada do Batalhom Galego, 1938

,, ,, Karl Marx


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