Portimão Jornal nº 70 | 04.05.2023

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‘O Holandês dos Caracóis’ é uma referência na cidade

Willem Hendrik e Suzele apostaram nos ‘petiscos’ há quase três décadas e continuam a seguir uma receita de sucesso. P5

Teia D’Impulsos estreia evento de artes inclusivas P3

Igreja Matriz recebe recital da Academia de Música P16

IGUALDADE ALVOR DESPEDIDA

Portimão lamenta perda de Manuel

João P10

DISTINÇÃO

Festival da Sardinha é um dos candidatos a evento do ano P16

INTEGRAÇÃO

CLAIM contabiliza 15 mil atendimentos a migrantes P2

Escola da Bemposta está a formar futuros músicos e atores

Direção tem vindo a descentralizar os cursos ligados às artes, alargando este ensino aos restantes estabelecimentos escolares, criando igualdade entre os cerca de dois mil alunos que frequentam o Agrupamento. P8-9

Portimonense festeja subida do basquetebol à Liga

Seniores só conseguiram alcançar objetivo no prolongamento, contra o Santo André, no dia 30 de abril. P10

‘Nós

‘A História por quem a viveu’ colocou antigos militares a falar com alunos

Espetáculo estará em cena, na sede da coletividade, até final do mês, regressando em setembro. No verão, entra em digressão por várias localidades algarvias. P13

Estudantes do Agrupamento Engenheiro Nuno Mergulhão ouviram de viva voz relatos do ambiente vivido no 25 de Abril de 1974. P4

Quinta-feira • 4 maio 2023 • 1.00€ Quinzenário • Ano 3 • Nº70 Diretor: Rui Pires Santos PUB
Somos Revista’ mostra o melhor do Boa Esperança

CLAIM passou marca dos 15 mil atendimentos em sete anos

Espaço ajuda em questões relacionadas com a legalização, renovações de residência, nacionalidade, educação e saúde.

OCentro Local de Apoio à Integração de Migrantes (CLAIM) de Portimão efetuou 15 570 atendimentos, com o objetivo de auxiliar no processo de acolhimento e integração de quem procura o concelho para viver e é proveniente de outro país.

Criado a 20 de abril de 2016, após a assinatura de um protocolo entre a Câmara Municipal e o Alto Comissariado para as Migrações, o CLAIM tem sido procurado por cidadãos oriundos, sobretudo, do Brasil, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Índia e Argélia. No total, são 38 nacionalidades, estando a maioria dos atendimentos relacionada com questões de legalização, renovações de residência, reagrupamento familiar, nacionalidade, educação, com o registo de menores e saúde, como no processo de atribuição do número de utente.

Até ao final do ano passado, o espaço efetuou 14 984 atendimentos, segundo contabiliza a Câmara Municipal, e, no espaço de quatro meses, este ano, já foram realizados 586 atendimentos, dos quais 368 foram a homens e 218 a mulheres, em média, na faixa etária dos 40 aos 49 anos, com 25 por cento do total, e dos 30 aos 39 anos, com 23 por cento.

Segundo os dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), referentes a 2021, pois a entidade ainda não divulgou informações mais atuais, estavam no concelho de Portimão, nesse ano, 12 014 migrantes com autorização de residência, dos quais 3091 eram do Brasil, 1286 eram do Reino Unido, 953 da Roménia, 864 da Itália, 744 da Ucrânia, 538 da Índia, 532 da França e 527 da Moldávia. Estes números estão, porém, aquém da realidade, sobretudo no que diz respeito a brasileiros, ucranianos e indianos.

Este Centro Local conta com

NA OUTRA MARGEM

Grupo da Pennsylvania é destaque na Semana Coral de Lagoa

VOZ • O conjunto norte-americano ‘The Pennsylvania State University Men’s Glee Club’ abre a Semana Coral de Lagoa, que decorre entre 14 e 20 de maio, e é promovida pela associação Ideias do Levante, com o apoio da Câmara Municipal. No primeiro dia, às 17h00, atua este conjunto proveniente dos Estados Unidos da América, com a participação especial do grupo coral da associação lagoense, no Auditório Carlos do Carmo. Já a 17 de maio, às 20h00, no Centro de Estudos e Formação de Lagoa realiza-se um ensaio de coro, aberto a todos os interessados. A edição deste ano encerra, no dia 20 de maio, às 17h00, na Igreja de Santo António, na Mexilhoeira da Carregação, com as atuações do Grupo Coral Ossónoba, do Coral Almira e do Coral Ideias do Levante. A entrada é gratuita, mas é necessária reserva de lugares, que pode ser efetuada online (ideiasdolevante.info/reservas).

‘História vai à Biblioteca’ mostra ‘Quem foi José Vitoriano’

PALESTRA • A Biblioteca Municipal de Lagoa recebe, a 12 de maio, às 18h00, a oitava conferência do ciclo ‘A História vai à Biblioteca’. ‘Quem foi José Vitoriano’ é o tema deste encontro, que conta com a formadora e docente Maria João Raminhos Duarte como oradora. O evento tem entrada livre e é dirigido a alunos, docentes, agentes educativos e à restante população.

‘Lagoa Swimrun’ passa pelos Sete Vales Suspensos

CLAIM celebrou sete anos de funcionamento

a parceria do Centro Nacional de Apoio ao Imigrante, SEF, Agrupamento de Centros de Saúde do Barlavento, Centro Hospitalar Universitário do Algarve, Instituto de Emprego e Formação Profissional, Juntas de Freguesia de Alvor, Mexilhoeira Grande e Portimão, Proteção Civil Municipal, Bombeiros, Gabinete de Inserção Profissional do Grupo de Apoio aos Toxicodependentes, Segurança Social e associações de intervenção social nas áreas de apoio aos migrantes e apoio à população mais vulnerável.

O CLAIM está localizado na lateral do edifício dos Paços do Concelho, funciona nos dias úteis entre as 10h30 e as 13h00 e das 14h00 às 17h00. O gabinete pode ser contactado por telefone (282 248 538) ou por email (claim. portimao@cm-portimao.pt).

Parceria com associações Em Portimão, o CLAIM trabalha em colaboração com o Centro de Apoio Países de Leste e Amigos (CAPELA), All Mozambi e a associação africana ESOSA.

A CAPELA desenvolve vários

projetos e iniciativas no âmbito da igualdade de oportunidade dos imigrantes, sobretudo em termos de sensibilização, informação no âmbito das questões da imigração ao nível local, de modo a facilitar o processo de integração dos seus associados de 32 nacionalidades, o que faz dela uma das maiores associações na região algarvia.

Por sua vez, a All Mozambi tem como objeto estimular as relações, através de atividades de cariz cultural e recreativo entre os sócios e comunidade, fomentando as tradições de Moçambique. Esta entidade também é responsável por ações tendentes à integração no meio laboral dos moçambicanos, colaborando na regularização de documentação.

Já a ESOSA é a mais recente associação de migrantes em Portimão, que tem como objetivo a criação da união entre os povos, para que os imigrantes se sintam em casa, qualquer que seja a sua origem. Possui profunda ligação à Ordem Missionárias da Caridade, fundada por Madre Teresa de Calcutá, procurando ajudar quem mais precisa.

DESPORTO • O concelho vai receber a 3º edição da ‘Lagoa Swimrun’ a 14 de maio, prova de natação e corrida, que passa pelo percurso dos Sete Vales Suspensos e Caminho dos Promontórios e termina em Ferragudo. A competição terá uma distância ‘standard’ de cerca de 27 quilómetros, com partida na Ermida da Senhora da Rocha e outra com uma distância ‘sprint’, com cerca de 12 quilómetros que parte da Praia do Carvoeiro. A distância ‘standart’ está aberta a participantes individuais ou em duplas, formato elegível para a classificação do Circuito Nacional Swimrun. Este ano, haverá ainda a novidade do ‘Swimrun Kid´s’, dirigido a crianças e jovens, dos 6 aos 16 anos, na tarde de 13 de maio, na Praia da Angrinha, em Ferragudo, com provas adequadas a estas idades. O ponto de encontro será o Centro Náutico da Praia da Angrinha. A organização do evento é da responsabilidade da entidade Swimrun Portugal e conta com o apoio da Câmara Municipal de Lagoa. O regulamento desta competição e as inscrições estão disponíveis online (www. swimrunportugal.com).

Convento de São José recebe peça ‘Dom Quixote’

TEATRO • O espetáculo ‘Dom Quixote’ estará em cena no Convento de São José, este sábado, 6 de maio, às 16h00, no âmbito da 25ª edição do Teatro do Levante. A peça, que é uma versão teatral das aventuras Dom Quixote e do fiel companheiro Sancho Pança, é encenado por Mário Rui Filipe, sendo uma produção da associação Ideias do Levante. Os personagens procuram fama, ilhas e ouro, mas o que conseguem obter é um monte de sarilhos e lutas perdidas, sendo este um evento para famílias e crianças maiores de seis anos. O elenco é formado pelo grupo de formação teatral da Ideias do Levante, que integra os atores Pedro Rodrigues, David Simões, Catarina Pires, Francisco Leal, Ana Filipa de Carvalho e Melissa Cardoso. A entrada é gratuita, mas é necessária inscrição prévia online (www.ideiasdolevante.info/reservas).

Portimão Jornal • 4 MAI 2023 • Nº70 P2 ATUALIDADE
Gabinete funciona na lateral da Câmara CM PORTIMÃO

Evento decorre no Teatro Municipal de Portimão

Teia d’Impulsos estreia Festival de Artes Inclusivas

Projeto reúne instituições que trabalham em prol da comunidade e da inclusão.

AAssociação Teia d’Impulsos promove, este sábado, 6 de maio, a partir das 15h00, a primeira edição do Festival de Artes Inclusivas, no Teatro Municipal de Portimão.

A iniciativa divulgará o trabalho desenvolvido por várias entidades algarvias no que toca à arte e à integração. Representam “uma ode à diferença e ao recurso às artes para incluir todos os cidadãos, entre pessoas com deficiência física ou mental, em situação de carência económica, comunidades migrantes, infoexcluídas, ou

em situação de vulnerabilidade social”, esclarece a organização. Aliás, a associação convidou as instituições de toda a região para partilharem os seus projetos especiais.

“Criamos projetos assentes na igualdade de direitos e oportunidades entre todos, pelo que o Festival de Artes Inclusivas foi um passo lógico a dar. Estes grupos merecem um grande palco e bastantes aplausos”, adianta ainda.

Assim, o espetáculo integra atuações de dança inclusiva, com pessoas com e sem deficiência, do ECOS, o projeto da Teia, do Núcleo Especializado para o Cidadão Incluso (NECI), da Associação Algarvia de Pais e Amigos de Crianças Diminuídas Mentais (AAPACDM) e da Academia

Dança Mais.

Por seu turno, a Associa-

ção Cultural e de Apoio Social de Olhão (ACASO) apresentará uma performance artística inspirada no poema ‘É Urgente o Amor’, de Eugénio de Andrade, enquanto o Estúdio MIX Dance, do Centro de Apoio à População de Leste e Amigos (CAPELA), levará ao palco do Teatro Municipal danças tradicionais de outros países, havendo ainda ‘Magia com Impacto’.

A entrada para o espetáculo é gratuita e os ingressos podem ser levantados na bilheteira do TEMPO, entre as 13h00 e as 18h00.

Em paralelo, estará patente a exposição ‘Incluir com Arte’, que ficará no átrio daquele equipamento cultural até ao dia 15 de maio, e que é composta por pinturas, fotografias, esculturas, trabalhos artesanais em cortiça e materiais reciclados, cestaria e

empreita de palma, elaborados por utentes de diversas instituições, como a EXISTIR, a Associa-

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ATUALIDADE PUB
ção de Saúde Mental do Algarve ou a Santa Casa da Misericórdia de Albufeira. Iniciativa junta instituições de todo o Algarve

Agrupamento Nuno Mergulhão comemorou ‘a sério’ o 25 de Abril

Comunidade escolar preparou um vasto programa, com exposições dos trabalhos dos alunos, atuações musicais, feira do livro e programas de rádio, desde 18 de abril até esta quinta-feira, 4 de maio.

OAgrupamento de Escolas

Engenheiro Nuno Mergulhão promoveu uma sessão solene do 49º aniversário do 25 de Abril, no estabelecimento sede, no dia 24, na qual, o único órgão de comunicação social presente foi o Portimão Jornal.

‘A História por quem a viveu’ foi o momento alto com a presença dos três militares que aderiram, no Algarve, ao movimento que levou a cabo a ‘Revolução dos Cravos’. São eles os coronéis José Glória Alves, Filipe Ferreira Lopes e Carlos Leal Branco, que assistiram à interpretação de ‘Grândola Vila Morena’ pelo coral de alunos, sob a maestria do professor Francisco Balancho.

Depois da introdução pela professora e historiadora Maria João Raminhos Duarte, contaram a um auditório repleto de alunos interessados que o CICA5 de Lagos foi o único dos três quartéis no Algarve que aderiu, embora não passasse de um centro de instrução de condutores auto, com uma guarnição reduzida.

O coronel José da Glória Alves recordou que foi reunir-se

Alunos interpretaram 'Grândola Vila Morena' Três antigos militares estiveram na escola

com a chefia em Lisboa e, quando regressou ao Algarve com as instruções sobre o golpe, dirigiu-se a Tavira e convidou os seus camaradas a participar. Disseram-lhe que não, mas que também não eram contra e não os denunciariam. Não contactou Faro, porque era o centro de comando distrital e não tinha lá ‘gente da sua confiança’. Que missão lhes foi confiada, se não era uma unidade operacional? Colocar fora de serviço as antenas existentes na Fóia,

para evitar comunicações entre a capital e as forças militares e de segurança algarvias, para que estas não se apercebessem do que se estava a passar e não atuassem. Ficariam disponíveis apenas as antenas do Rádio Clube e da Rádio Renascença, fiéis ao movimento e transmitindo as músicas que eram as senhas para os revoltosos, ‘E Depois do Adeus’ e ‘Grândola Vila Morena’. Carlos Leal Branco ficou de guarda ao comandante da unidade,

que dissera estar com os revoltosos e, depois, mudou de ideias. Os dois camaradas saíram do quartel, reuniram-se com cerca de 30 soldados que estavam acampados junto à Barragem da Bravura, num exercício normal de treino, explicaram-lhes o que se estava a passar e eles aderiram. Seguiram para a Serra de Monchique, onde levaram a bom fim a missão, regressando depois a Lagos.

Os ‘heróis de abril’ confessaram aos alunos que, durante todo

esse período, o medo de serem presos perdurou, mas que tiveram sempre a esperança de que a revolução iria vencer. E venceu.

Alguns alunos fizeram perguntas e manifestaram o agrado pela iniciativa. “Quando estudamos história, são sempre coisas que se passaram há muitos anos e não conhecemos as pessoas envolvidas. Aqui, foi diferente e adorámos conviver com quem escreveu uma página importante da nossa história”, disseram.

Portimão iniciou celebração de meio século de democracia

do hastear da bandeira na Praça 1º de Maio e da 17ª Corrida da Liberdade, que reuniu centenas de participantes de todas as idades na zona ribeirinha, a manhã do 25 de Abril, na semana passada, foi marcada pela sessão solene, que teve lugar no salão nobre dos Paços do Concelho e contou com as intervenções dos partidos com assento na Assembleia Municipal e com as presidentes quer deste órgão, quer da Câmara.

a qualificação profissional, a rede viária e a habitação.

Um conjunto de atividades, promovido pela Câmara Municipal de Portimão assinalou o 49º aniversário da ‘Revolução dos Cravos’, ao mesmo tempo, que mar-

cou o início de um programa de um ano que culminará por altura dos 50 anos do Dia da Liberdade, em 2024.

Além da tradicional cerimónia

No encerramento desta cerimónia, Isilda Gomes “recordou alguns números que atestam a profunda diferença entre o Portugal de 24 de abril de 1974 e a atualidade”, como é o caso da taxa de mortalidade infantil, a esperança média de vida, o ensino, a prestação de cuidados de saúde, os apoios sociais,

“Em 49 anos de democracia, fez-se mais do que em oito séculos de história enquanto nação independente, mas podemos e devemos fazer mais e melhor, acabando com os preconceitos ainda existentes, pois os méritos de cada homem ou mulher devem prevalecer acima de tudo, ao invés das quotas”, defendeu a autarca, antes de sublinhar o “papel preponderante do poder local democrático em toda esta evolução”.

“Para homenagear a implementação da democracia local, da qual já resultaram 13 eleições autárquicas, sempre disputados em liberdade pelos partidos e movimentos de cidadãos que entenderam apresentar aos porti-

monenses os seus projetos para o concelho, inauguramos hoje o ciclo de comemorações do 50º aniversário do 25 de Abril, que ocorrerá até 2024 sob o tema ‘Portimão Terra Democrática’, em que será feito um balanço sobre o que fomos, onde estamos e o que queremos para o futuro”, revelou Isilda Gomes.

Outro dos momentos altos do feriado foi a cerimónia de assinatura dos contratos-programa relativos a 2023, estabelecidos entre a Câmara de Portimão e o movimento associativo local. Assim, para este ano serão apoiadas 107 associações, mais duas que no ano passado, das áreas de desenvolvimento cultural e recreativo, desportivo ou social, com o valor global de 1,7 milhões de euros.

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SOCIEDADE
‘A História por quem a viveu’ foi ponto alto
FOTOS: JOSÉ GARRANCHO CM PORTIMÃO José Garrancho

Na primeira vez que deitou mãos à obra, para surpreender uns amigos, meteu o molusco no micro-ondas…

A incrível história do holandês  que se tornou ‘rei dos caracóis’

Willem Hendrik chegou a Portimão em 1987 e, no início, nem gostava de “comer os bichos”, mas hoje é ele que os cozinha numa casa que é referência na cidade: ‘O Holandês dos Caracóis’.

quenos iam às grutas”, justifica a portimonense de gema, pronta a narrar a epopeia dos caracóis.

Tudo começou no snack-bar ‘Valentino’, nas traseiras do Museu, um sítio muito frequentado e, então, único na zona. Willem e a mulher tomaram conta do negócio e os caracóis cedo se tornaram reis e senhores dos fins de tarde e noites amenas, com uma clientela ávida de acompanhar o petisco com pão torrado e a inevitável cerveja.

Primeira experiência

“foi uma desgraça”

“Quando fiz caracóis pela primeira vez a coisa não funcionou”, assume Willem, algo embaraçado antes de soltar uma gargalhada. Suzele acena com a cabeça e também se ri. Era ela a habitual cozinheira, mas, num período em que teve de se ausentar, o holandês quis surpreender uns amigos clientes e ser ele próprio a confecionar o lanche.

dos e sardinhas albardadas. O restaurante também serve almoços e, até outubro, vai ter certamente muita afluência, a exemplo dos anos anteriores.

Willem e Suzele têm três empregados, número que duplica quando chega o verão. Um dos ‘fixos’, que está ‘de serviço’ desde o princípio da aventura, chama-se Joana e é filha de Suzele, mas

de caracoletas mouras grelhadas. É lavá-las bem, deitar um pouco de sal e colocá-las na chapa. Enquanto assam faz-se o molho de manteiga, com limão, alho e piripiri, deitamos uma colher do molho por cima da caracoleta e é um espetáculo”.

O caracol vem todo de Marrocos e passa por um processo de inspeção, sendo alvo de tes-

Willem, sorridente, junto aos inseparáveis caracóis

Willem Hendrik é o holandês mais conhecido de Portimão, muito à custa dos caracóis, o negócio em que apostou há muitos anos e sobre os quais tem histórias bem curiosas para contar. Aliás, quando chegou à cidade e se instalou na Praia do Vau, a fazer campismo, no ano de 1987, Willem estava longe de pensar que a sua vida ia levar tantas voltas.

Quem não conhece, de facto, ‘O Holandês dos Caracóis’? Instalado na Rua Engenheiro Duarte Pacheco, uma paralela à Rua Dom Carlos I, o restaurante serve também comida típica algarvia, mas é o popular molusco que dita leis e serve de referência. O local foi inaugurado em 2009, mas muito

antes disso, em 1996, já Willem e a esposa Suzele davam cartas nesta iguaria.

Ambos recebem o Portimão Jornal à porta de sua casa, para uma conversa informal e deliciosa… tanto quanto os caracóis que dali saem em travessas e pratos e sem mãos a medir.

“Estou em Portimão há cerca de 35 anos. Vivia no Vau, mas, como sou um apaixonado pela pesca e porque falo muitas línguas, cedo comecei a ser convidado para andar nos barcos de turismo, ir às grutas e dar uma ajuda a quem precisasse”, conta Willem, secundado por Suzele, que não deixa nada ao acaso quando se trata de historiar acontecimentos e enumerar episódios. “Nessa altura não havia muitos barcos de turismo e apenas os mais pe-

“Foi uma desgraça. Lavei os caracóis e depois meti-os no micro-ondas! Parecia pipocas, o que eles se riram!”, recorda. A pressa de querer servir e impressionar não surtiu mesmo efeito. O certo é que Willem não tardou a aprender a fazer o molusco e hoje todos lhe reconhecem atributos e mérito.

O casal deixou o ‘Valentino’ e acabou por inaugurar a atual casa, em 2009, que se chama mesmo ‘O Holandês dos Caracóis’, com mais espaço, melhores condições e uma cozinha funcional que Willem fez questão de mostrar. “Fizemos as obras ao nosso gosto, aproveitando os três andares, incluindo o último, que chegou a ser um galinheiro”, explica Suzele, sempre objetiva e com uma memória fantástica. “Este sítio funcionava como carvoaria, mercearia e taberna. Até havia uma pedra e uma argola lá fora para atar os burros, quando as pessoas iam às compras”.

Agora, todavia, o cartão de visita chama-se caracol. Há mais petiscos e pratos típicos, que vão das favas com peixe frito ao polvo, lulas cheias, carapaus alima-

não gosta que se saiba para não a apelidarem de ‘patroa’. Começou a trabalhar novinha, nas férias, para arranjar dinheiro e comprar uma ‘scooter’.

Nos melhores dias saem 200 litros

A procura de caracóis é enorme e nos melhores dias, quando o calor e as férias convidam à degustação, sempre acompanhada por uma ‘imperial’ fresca e bem tirada, chegam a ser confecionados 200 litros do apetitoso molusco.

A caracoleta tem igualmente muita saída, seja cozida, guisada ou na grelha. Willem, que no início nem gostava de “comer os bichos”, é agora um apreciador nato. “Como quase todos os dias e gosto muito

tes. “Se o produto não estiver em condições, pode ficar retido em Espanha”, salienta Suzele, explicando que “o problema do caracol algarvio é que as nossas árvores levam pesticida, ao passo que o marroquino sobe às montanhas e beneficia da humidade”.

Willem exibe então enormes sacos de caracóis e aponta para algumas caraterísticas que são um “certificado de saúde” do petisco. Ao lado, está a sua inseparável bicicleta, com a qual se desloca pela cidade. “Famoso? Não sei porquê. Comecei quando havia menos movimento e pouco caracol, e, agora, toda a gente me conhece, talvez porque nem todos metem os caracóis no micro-ondas”, graceja, sempre com boa disposição.

‘Eles já chegarem’, lê-se à porta de ‘O Holandês dos Caracóis’, numa singular alusão à época do famoso molusco. Nas salas, as referências são múltiplas, mas há também espaço para fotos de um espadarte ‘gigante’ capturado por Willem, na zona de Lagos, em 2004, com 384 quilos! A proeza teve mesmo direito a um certificado e título de campeão. “A pesca é uma paixão e sempre que posso vou com amigos. Pesco de tudo, sargos, chocos, lulas, marisco e já apanhei outros espadartes com mais de 200 quilos”.

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Hélio Nascimento
Um espadarte de 384 quilos!
Se quiser provar outro tipo de petisco, a esposa Suzele, que também é alma do negócio, valoriza os típicos pratos algarvios, desde as favas com peixe frito aos carapaus alimados
PORTIMÃO JORNAL

A foto

BANDEIRA AZUL

Portimão continua a ter, na próxima época balnear, seis bandeiras azuis, nas praias Alvor nascente/Três Irmãos, Alvor Poente, Rocha, Três Castelos, Vau e na Marina. O galardão é atribuído em função de diversos critérios. O concelho volta a contar ainda com duas embarcações de ecoturismo, a Sun Cat I e a Sun Boat I, ambas da Algarve Sun Boat Trips, distinguidas.

A frase

SOLIDARIEDADE • A EMARP assinou um protocolo com a Santa Casa da Misericórdia de Alvor para apoiar o projeto ‘Por um Sorriso Sénior’, que visa melhorar a qualidade de vida dos utentes. Assim, durante um ano, por cada cliente que adira à fatura eletrónica da Empresa Municipal ou ao pagamento por débito bancário será doado um euro à instituição.

ESCASSEZ DE ÁGUA

O baixo nível de água da Barragem da Bravura está a levar a que os agricultores tentem encontrar soluções alternativas para manter as culturas, como o recurso a furos, mas encontrar água de qualidade e quantidade no subsolo tem sido difícil. A seca tem vindo a acentuar-se nesta zona do Barlavento algarvio e aquela estrutura tem hoje apenas 13,6 por cento do total de capacidade de armazenamento.

Portimão Jornal • 4 MAI 2023 • Nº70 P6 PUB RAIO-X D.R.
Nos dias que correm, a maior ameaça à nossa democracia vem dos populismos, que pretendem descredibilizar as instituições, arregimentando os legítimos motivos de queixa dos cidadãos” Isilda Gomes, presidente da Câmara de Portimão
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Agrupamento da Bemposta faz forte aposta no ensino das artes

A escola que forma os futuros músicos e atores de Portimão

Desde muito cedo, os alunos da EBS da Bemposta aprendem a tratar por ‘tu’ instrumentos como o piano, a guitarra ou o violoncelo e desenvolvem o seu talento nas áreas criativas.

Agrupamento de Escolas da Bemposta”, diz o professor Gonçalo Duarte, coordenador do Projeto Cultural.

Um agrupamento singular

O docente realça o facto deste ser “um agrupamento singular em Portugal, devido à oferta educativa e formativa no âmbito do ensino artístico especializado de música e teatro e cursos profissionais de artes do espetáculo”.

Os alunos podem fazer a sua iniciação à música a partir do 3º ano do 1º ciclo e depois têm à sua disposição cursos integrados de música e teatro e um curso supletivo de música.

Agrupamento da Bemposta prepara os alunos para o mundo das artes

sistema de ensino que aqui temos é muito versátil”.

Isaac Krasmann, Carina Candeias e João Martins são três estudantes da Escola Básica e Secundária (EBS) da Bemposta, que estão no 12º ano de escolaridade e que querem ter o seu futuro ligado às artes.

O jazz e a guitarra elétrica são as paixões principais de Isaac. Trata-se de uma espécie de ‘herança’ familiar, pois “o meu avô também estava na área, na minha família sempre existiu essa vertente e eu também gosto muito desse tipo de música”.

A guitarra clássica é uma das melhores ‘amigas’ de Carina. Curiosamente, o curso inicial que tinha escolhido “era o de ciências”, mas depois mudou e ainda bem que o fez, pois agora vê a sua vida cheia de música “a tocar, a participar em projetos ou, no futuro, a dar aulas”.

João Martins é outro dos alunos que se encontra na fase final do seu percurso numa escola secundária. A área que estuda é o teatro, “quero ser ator, mas não digo que não a outras possibilidades, como o canto, até porque o

Com o fim do 12º ano à vista, os três pretendem agora ingressar numa instituição de ensino superior para aprofundarem os seus conhecimentos e garantirem o máximo possível de ferramentas que lhes permita conseguirem trabalhar nas áreas que escolheram.

Dois jovens que levam a música muito a sério Sem tanta pressão imediata para decidir um rumo encontram-se Maria Norberto, que frequenta o

9º ano, e o benjamim do grupo, Ricardo Encarnação, que está no 5º ano.

Maria Norberto frequenta o ensino integrado de música, o que significa que, para além do plano curricular do ensino regular, ainda tem mais sete horas semanais de aulas ligadas à música, em especial do piano, o seu instrumento de eleição. Futuramente, quer seguir “o curso profissional de cordas e teclas” e, tal como os seus colegas, o seu sonho é ficar ligada à música ao longo de toda a sua vida.

Com apenas dez anos de ida-

de, Ricardo Encarnação já leva muito a sério a prática e o estudo do violoncelo. Mas, no princípio, “queria ir para percussão, só que no teste inicial, outros meninos tiveram uma nota melhor e para entrar no curso integrado de música, tive de ir para violoncelo”.

Acabou por ser um contratempo feliz, pois aprendeu a gostar de tocar e de dominar o violoncelo e, atualmente, já não põe sequer a questão de mudar para outro instrumento.

Estes são apenas cinco das “cerca de três centenas de alunos que estudam música e teatro no

O agrupamento conta, ainda, com “cursos de artes e espetáculos para os jovens que concluíram o 9º ano de escolaridade e que procuram um ensino mais prático e voltado para o mundo do trabalho, mas que não excluem a hipótese de, mais tarde, prosseguirem os estudos”, nas vertentes de intérprete (ator/atriz), instrumentista de Jazz e instrumentista de Cordas e Teclas.

É, naturalmente, essencial o que os alunos aprendem nas salas de aulas, mas tratando-se de cursos ligados ao mundo das artes, também é fundamental que, o mais cedo possível e com regularidade, tenham a experiência de tocar em palcos, com o público à sua frente.

Daí que, com frequência, sejam feitas audições e espetáculos não só no espaçoso auditório da escola-sede como nas outras do agrupamento, em diversos espa-

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CENTRAIS
FOTOS: JORGE EUSÉBIO Jorge Eusébio

São muitas as valências e instrumentos postos à disposição dos alunos

ços culturais do concelho, como o Teatro Municipal de Portimão (TEMPO), a Casa Manuel Teixeira Gomes, a Biblioteca e até o hospital e lares de idosos.

Desta forma, a comunidade de estudantes e professores da escola solidificam “uma forte parceria com as instituições do concelho, com a Câmara Municipal e as Juntas de Freguesia, que nos têm dado muito apoio, sobretudo ao nível do transporte”.

Graças às condições e meios que a escola possui, também se pretende que, para além de um estabelecimento de ensino, se converta “num polo cultural”. Nesse sentido, “nesta reta final do ano letivo, estão programados

mento conta com “cerca de dois mil alunos e perto de 200 professores”, uma estrutura de dimensão bastante considerável.

E podia ser ainda maior, tendo em conta o facto de haver cada vez mais jovens que querem frequentar, sobretudo, a escola-sede. Apesar de ser um estabelecimento relativamente recente e com boas condições, “já precisávamos de mais espaço para dar resposta a esse crescente interesse”.

Sandra Tenil lembra que, “quando esta direção tomou posse, havia uma centralização dos cursos ligados às artes na Escola da Bemposta e o que começámos a construir e queremos continuar

Pais participativos, presentes e exigentes

Nos últimos anos, o agrupamento tem vindo a receber mais crianças e jovens de outras nacionalidades que não a portuguesa, o que faz com que, diz o professor Gonçalo Duarte, “tenhamos aqui alunos de quase todos os cantos do mundo”. Contudo, garante a diretora, essa circunstância não provoca qualquer tipo de problemas acrescidos, ao nível do relacionamento, pois “os novos alunos adaptam-se rapidamente e os que já cá estão têm a característica de acolher muito bem”. Mas admite que “precisávamos de ter mais recursos humanos para dar apoio e aulas de português suplementares aos miúdos cuja língua materna não é a portuguesa”.

Apesar disso, este é um agrupamento que não se pode queixar de falta de pessoal docente e mesmo não docente, pois “quando lançamos concursos de recrutamento, normalmente há muitos candidatos para as vagas abertas é um agrupamento apetecível”.

vários concertos com músicos, alguns dos quais internacionais, nomeadamente os pianistas Rem Urasin e Pablo Lapidusas, um ciclo que termina em julho, com a atuação do El Quinteto Furioso”, diz o professor.

Ao longo dos próximos meses será também levada a cabo “a divulgação da nossa oferta educativa e formativa para o próximo ano”, podendo as inscrições começar a ser feitas já em maio.

Agrupamento conta com cerca de 2 mil alunos

O Agrupamento é composto pela Escola Básica e Secundária (EBS) da Bemposta, as escolas básicas (EB) D. João II, de Alvor; José Sobral, na Mexilhoeira Grande; Alvor e Montes de Alvor. Contempla, também, os jardins de infância de Alvor, Montes de Alvor, Mexilhoeira Grande, Figueira e Quatro Estradas.

No total, pelas contas da sua diretora, Sandra Tenil, o agrupa-

é uma cultura de agrupamento, em que todos os alunos se sintam tratados de igual forma e que tenham as mesmas condições de aprendizagem e exigência”.

Para que isso aconteça, foi iniciado um processo no sentido de a aprendizagem nesta vertente se estender às outras escolas do agrupamento, pois “não faz sentido que os alunos de Alvor e da Mexilhoeira Grande que queiram aprender música tenham de se deslocar para a Bemposta”.

Gonçalo Duarte acrescenta que, dessa forma, também se facilita a vida aos pais dos alunos dessas zonas, “alguns dos quais tinham dificuldade em transportá-los para esta escola”. Por outro lado, com tal estratégia, “a médio prazo, este trabalho irá traduzir-se numa valorização do espaço cultural no concelho, pois estamos a criar intérpretes, artistas, compositores e atores nas três freguesias que, certamente, vão deixar marca no futuro”.

Para além de garantir que tudo funciona como é suposto, uma das funções da diretora é receber e falar com os pais dos alunos que, por regra, “são muito participativos, presentes e também muito exigentes, com quem temos uma boa relação, até porque apostamos numa relação de proximidade”.

Sendo, essencialmente, conhecida como uma escola virada para as artes, a diretora diz que a sua equipa pretende dar resposta a todos os estudantes que optem por outras vertentes do ensino, por isso “já temos cursos na área científico-humanísticos e um ensino profissional um pouco diferenciado”.

O tipo de cursos que vão sendo acrescentados resulta, em boa medida, da análise que é feita junto dos alunos para saber em que áreas eles estão mais interessados e “depois tentámos criar as condições para que possam continuar a estudar na nossa escola naquilo que realmente querem”.

P9 Portimão Jornal • 4 MAI 2023 • Nº70
CENTRAIS
Foi iniciado um processo no sentido de a aprendizagem das artes se estender às outras escolas do agrupamento

Seniores do basquetebol carimbam subida à elite

Portimonense  direto ao topo

Decisão só foi alcançada no prolongamento, culminando um projeto de sete anos, como refere o treinador Carlos Almeida.

McCoy (16 pontos), Luís Pereira (15), André Calabote (6), Feliciano Neto (13), Matias Bernardini (17), Nwamba, Miguel Barros, Diogo Costa, Eugénio Silva (12), Matari, Mutombene e Forster (6).

Taça do Mundo de Paraciclismo em Itália  Luís Costa a 26 segundos do pódio

Luís Costa voltou a estar em plano de destaque no plano internacional, ficando à porta do pódio na prova de fundo para a classe H5 da Taça do Mundo de Paraciclismo, que decorreu em Maniago, Itália. Numa corrida de 68 quilómetros, em que o neerlandês Mitch Valize dominou com autoridade, o corredor da Seleção Nacional ficou a 5m07s do vencedor, mas apenas a 26 segundos da medalha de bronze. Na prova de contrarrelógio, Luís Costa, que foi bronze nos Mundiais de 2022 nesta especialidade, acabou em sexto, numa prova com 13,6 quilómetros, com um tempo de 21.00,95 minutos, num dia marcado pela chuva e em que imperou, também, o neerlandês Mitch Valize.

Entrada gratuita com levantamento de bilhete  Elite da ginástica rítmica em competição no Portimão Arena

Aequipa de seniores do Portimonense protagonizou um fim de semana de fortes emoções, conseguindo, no passado domingo, 30 de abril, alcançar a subida ao patamar mais alto do basquetebol português, a Liga Betclic, onde joga a elite da modalidade. Foi preciso recorrer à ‘negra’ e depois ao prolongamento para levar de vencida o Basquete Santo André por 85-79 e soltar o grito “estamos na primeira”, que transpôs o Pavilhão Gimnodesportivo, a rebentar pelas costuras, e ecoou pela cidade inteira.

Os alvinegros estavam em vantagem, por terem ganho em Sines (71-70), mas os alenteja-

nos de Santo André puxaram dos galões e empataram esta meia-final, vencendo em Portimão por 86-73, ao mesmo tempo que o Galomar da Madeira, que tinha já assegurado a subida, batia por 8878 o Galitos e aguardava por adversário para a final de atribuição do título desta Proliga. A ‘negra’, já deu para perceber, foi disputadíssima, com um empate 72-72 no fim do tempo regulamentar.

No prolongamento, a fibra e a determinação dos pupilos de Carlos Almeida falaram mais alto, e, com o apoio incansável dos adeptos na bancada, fez-se festa, 60 anos depois da única presença do Portimonense no principal escalão da modalidade. Para a história, ficam os nomes dos protagonistas nesta jornada memorável: Robert

Histórico presidente faleceu a 27 de abril

Emoções intensas “Foram emoções muito fortes”, confessa Carlos Almeida ao Portimão Jornal, saboreando um registo “histórico e que é bom para a cidade, para o Portimonense e para a região algarvia e o seu basquetebol”. Com a voz ainda a refletir o calor e o ambiente vividos no Gimnodesportivo, o treinador refere que os alvinegros atuaram com a “estratégia mais indicada, corrigindo os erros da véspera, e, apesar de alguns condicionalismos, com jogadores ‘tocados’, a verdade é que a equipa se uniu e chegou ao triunfo no prolongamento”.

Carlos Almeida adianta que foi “o culminar de um projeto iniciado há sete anos, na altura em que o amadorismo era total, mas fomos crescendo, conseguimos alcançar três subidas, com dois títulos nacionais, e agora há mais um em disputa”. O treinador esteve no Portimonense entre 2010 e 2013, depois saiu, voltando em 2016 para dar início a este percurso vitorioso.

Falta agora apurar o campeão da Proliga, à melhor de três jogos: no domingo, dia 7 de maio, no Gimnodesportivo, o Portimonense recebe o Galomar, do Caniço, e, no fim de semana seguinte, joga na Madeira, onde também se realizará a terceira partida, se houver lugar à ‘negra’.

Manuel João deixa muitas saudades

ALGARVEPHOTOPRESS/GLOBAL IMAGENS

O desporto português e o concelho ficaram mais pobres com a morte de Manuel João, histórico presidente do Portimonense, entre 1978 e 1994, período em que os alvinegros atingiram um marco histórico na sua existência, com uma presença na Taça UEFA na época de 1985/86. O também ex-autarca João tinha 82 anos e estava doente há mais de dois anos, na sequên-

cia de um AVC que o deixou muito debilitado. Faleceu no dia 27 e as cerimónias fúnebres foram a 1 de maio, tendo o corpo sido cremado. Clube, SAD e outras figuras reagiram com pesar ao desaparecimento de um homem que marcou o dirigismo, através de uma “liderança carismática, um espírito empreendedor e incansável defensor dos nossos valores”.

O Portimão Arena continua a ser, por estes dias, a capital da ginástica rítmica. Depois de ter sido palco da 30ª edição do Torneio Internacional de Portimão, prepara-se agora para receber mais uma etapa do circuito de Taças do Mundo, evento que decorre entre 5 e 7 de maio, com a presença de algumas das melhores ginastas da atualidade, numa organização da Federação de Portugal e da Câmara Municipal de Portimão. A entrada é gratuita, mediante levantamento de bilhete. A competição começa dia 5, às 10h30, com as qualificações de arco e bola, prolongando-se todo o dia, tal como sucede no dia 6, com maças e fitas. No domingo, dia 7, a partir das 15 horas, têm lugar as finais, individuais e de conjuntos.

Entre 12 e 14 de maio ‘Portimão Padel Veteranos by Burguer Ranch’ no Complexo de Ténis

O Complexo Municipal de Ténis e Padel de Portimão e o Carvoeiro Clube de Ténis e Padel, no concelho de Lagoa, recebem, entre os dias 12 e 14 de maio, o ‘Portimão Padel Veteranos by Burger Ranch’, um torneio oficial inscrito no calendário oficial da Federação Portuguesa desta modalidade, de categoria 10 000. A prova é exclusiva para jogadores federados e contará com os melhores jogadores do ranking nacional. São atletas masculinos +35, +40, +45, +50, +55 e +60, e femininos +35, +40 e +45. A entrada é livre.

Contraste no futsal do Portimonense  Iniciados em frente e seniores despromovidos

A equipa de iniciados de futsal do Portimonense qualificou-se para a segunda fase da Taça Nacional (sub-15), sabendo-se já que o próximo adversário é o Barreirense. Os outros opositores são Condeixa e Palhaça de Oliveira do Bairro, o que, contas feitas, vai obrigar o grupo de Roberto Vieira a viajar 2370 quilómetros. De resto, o percurso dos iniciados alvinegros é fantástico, sendo campeões distritais sem derrotas nos dois últimos anos, mostrando já alguma ‘cultura’ em campo e um constante desejo de aprendizagem. Nesta segunda fase da Taça Nacional, apuram-se o primeiro de cada uma das três zonas e o melhor segundo jogará com os representantes da Madeira e Açores para ocupar a derradeira vaga. Ao invés, os seniores foram despromovidos ao segundo escalão, depois de perderem em Braga (8-2), uma vez que o Candoso, rival direto na luta pela permanência, venceu o jogo que efetuou em casa. Após quatro épocas entre os grandes da modalidade, proeza que consagrou o empenho e tenacidade do treinador Pedro Moreira, os alvinegros descem um patamar, mas estarão, certamente, já a pensar no regresso.

Portimão Jornal • 4 MAI 2023 • Nº70 P10
Hélio Nascimento
D.R.
Alvinegros fazem a festa depois de um grande espetáculo
DESPORTO
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OPINIÃO

Num momento como o atual, no qual a escalada dos preços dos imóveis parece não ter fim, faz todo o sentido debruçarmo-nos um pouco sobre o processo de aquisição de um imóvel, particularmente sobre o momento em que tomamos a decisão de avançar para a compra e formalizamos essa intenção, com a assinatura de um contrato-promessa de compra e venda.

Segundo os nossos anciãos, “naquele tempo”, quando alguém assumia perante outra pessoa que lhe vendia determinado imóvel em determinadas condições, cumpria a palavra dada independentemente de, posteriormente, lhe serem propostas melhores condições para o negócio por uma terceira pessoa.

Mas isso era noutros tempos. Atualmente a palavra, por si só, já não chega. E porque “cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém”, para proteger compradores e vendedores a lei impõe que a promessa de compra e venda que recaia sobre um imóvel tenha determinados requisitos.

Diversamente do que amiúde se pensa, o

Palavra dada, palavra (nem sempre) honrada

contrato-promessa mais não é que o formalizar da promessa de celebrar, até determinada data, o contrato de compra e venda, vulgo “definitivo”. Como este tem, obrigatoriamente, de ser feito por escrito, seja por escritura pública em notário ou por Documento Particular Autenticado junto de um Solicitador, a Lei determina que o contrato-promessa de compra e venda de imóvel não é válido se não for, também ele, feito por escrito. No entanto, não se pense que basta um qualquer contrato escrito, feito por uma qualquer pessoa ou até retirado da internet, que diga que a pessoa A promete vender à pessoa B o imóvel X pelo preço de Y.

Não, não basta.

Para lá do requisito da forma escrita, a lei também exige requisitos de conteúdo. Não só exige, entre outros, que as partes envolvidas no negócio sejam devidamente identificadas, o que inclui menção ao seu estado civil e a sua residência, mas também que o imóvel seja claramente identificado com base nos dados constantes no Registo Predial e nas Finanças. São estes dados que vão assegurar a legitimidade do vendedor e a identidade do imóvel objeto da venda.

Além dos dados acima indicados e de modo a proteger o comprador de uma aquisição de imóvel cuja construção está em situação ilegal, a lei determina ainda que se assegure

Só assegurando os requisitos de legalidade do contrato-promessa de compra e venda, função para a qual o Solicitador está particularmente habilitado e vocacionado, a par-

e mencione no referido contrato-promessa a existência, ou não, de licença de utilização emitida para o imóvel em causa.

Cumpridos estes formalismos, em geral, resta declarar o preço pelo qual é realizado o negócio, o montante do sinal, se o houver, e a forma como este será pago.

No final, apesar do que a maioria dos mediadores imobiliários afirma, é necessário reconhecer presencialmente as assinaturas apostas no contrato-promessa de compra e venda, sob pena de poder ser declarado inválido e daí resultarem graves prejuízos para a parte cumpridora.

CONSULTÓRIO DO CONSUMIDOR / DECO

A DECO Informa…

Com a nova lei de garantias, os bens imóveis têm agora um prazo de garantia de dez anos relativo a elementos construtivos estruturais, mantendo-se o prazo de cinco anos nos outros elementos da casa.

É frequente a denúncia de consumidores que, após a compra de casa nova, se deparam situações nada agradáveis, como sejam fissuras nas paredes, nos azulejos e mosaicos, defeitos nas instalações sanitárias, portas e soalhos empenados. Ora perante estas surpresas desagradáveis, os consumidores

devem acionar a garantia que, como referido, abrange paredes, tetos, canalizações e outras partes estruturantes do imóvel.

As características do imóvel devem estar descritas na ficha técnica da habitação, tal como esta se encontra no momento da compra. Caso haja falta de conformidade, o consumidor tem o direito da reposição dessa falha, a título gratuito, seja através da reparação, substituição, ou até mesmo à redução proporcional do preço ou à resolu-

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ção do contrato.

Como deve o consumidor fazer para acionar a garantia?

Com esta nova lei, o consumidor já não é obrigado a denunciar o defeito dentro de um determinado prazo após o conhecimento do defeito. A comunicação deve ser feita através de carta registada ou por correio eletrónico com recibo de leitura, para salvaguarda do consumidor ou qualquer outro meio suscetível de prova. Se tiver conheci-

Assine o Portimão Jornal

Receba o Jornal em sua casa. Envie email para portimaojornal@gmail.com Dados a indicar: nome, data de nascimento, morada e NIF.

te não faltosa terá a possibilidade de acionar os mecanismos legais exigindo, se assim o entender, o cumprimento ou as compensações previstas na lei para os prejuízos decorrentes do incumprimento, nomeadamente a retenção ou a exigência em dobro do montante entregue a título de sinal.

Lembre-se que a compra de uma casa é uma decisão que envolve elevados montantes. Vale a pena correr riscos se existe um Solicitador que o pode ajudar?

* Publicado no âmbito da parceria entre o Portimão Jornal e a Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução

mento de algum defeito à data da compra, deve comunicá-lo e estabelecer um prazo para o vendedor proceder à reparação.

Após comunicada a anomalia, caso o vendedor não responda ou não efetue nenhum procedimento, o consumidor deve recorrer aos julgados de paz ou ao tribunal. Deve iniciar a ação antes do prazo dos três anos a contar da comunicação do defeito, porque após este prazo o vendedor fica livre da obrigação de reparação dos defeitos em causa.

FICHA TÉCNICA

DIRETOR Rui Pires Santos • REDAÇÃO Ana

Sofia Varela, Hélio Nascimento, Jorge Eusébio e José Garrancho • DESIGN Vanessa Correia

PAGINAÇÃO Vera Matias • FOTOGRAFIA

Eduardo Jacinto e Kátia Viola • DEPART.

COMERCIAL Hélder Marques, 914 935 351 (Chamada para a rede móvel nacional) • PROPRIEDADE E EDITOR PressRoma, Edição de Publicações Periódicas, Unip. Lda., Rua Dr. João António Silva Vieira, Lote 3, 3º Dto, 8400-417 Lagoa • CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Rui Pires Santos • DETENTOR DO CAPITAL 100% Rui Pires Santos

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Portimão Jornal • 4 MAI 2023 • Nº70 P12
“Comprei uma casa nova e agora estou a descobrir alguns defeitos, o que posso fazer?”
Delegação Regional do Algarve
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“O contrato-promessa mais não é que o formalizar da promessa de celebrar, até determinada data, o contrato de compra e venda, vulgo definitivo”

A partir de junho, elenco entra em digressão

Boa Esperança apresenta-se com a melhor revista de sempre

‘Nós somos revista’ marca uma nova fase de investimento do teatro portimonense e promete levar o público às lágrimas com tanto riso.

ELENCO

“Esta revista está muito ‘uau’”

“Gosto de teatro desde pequena, mas nessa altura só via. Hoje, gosto muito de representar e de estar no palco, pois adoro o teatro. Já perdi a conta, mas acho que já são 13 anos aqui. Há várias peripécias que poderia contar, mas as maiores acontecem quando há aqui algum engano, mas nós conseguimos ‘dar a volta’ e o público nem se apercebe. A verdade é que esta revista está muito ‘uau’. Está diferente e é muito dinâmica. Sentimos isso no próprio corpo, porque não paramos. Por outro lado, a tecnologia que temos agora deu um grande incremento, ajuda imenso no nosso desempenho e acho que valeu a pena. As pessoas já sabem que nunca é igual de ano para ano e, às vezes, nem de sessão para sessão, mas vale a pena virem porque está um espetáculo que agrada a todos”.

Até final do mês será possível assistir ao espetáculo na sede da coletividade inovações, para o ator, este é “o melhor espetáculo que o Boa Esperança já apresentou”.

Há muito que na sala do Boa Esperança sobem ao palco espetáculos de qualidade, levados à cena pelo grupo de teatro, liderado por Carlos Pacheco, presidente da coletividade, encenador, ator e autor.

Este ano, a receita é a mesma, mas há novos quadros com figuras bem conhecidas dos portugueses e com a tradicional sátira política e social que prometem levar o público à gargalhada. Cristiano Ronaldo, as marchas populares, o programa ‘Quem quer casar com o cangalheiro?’, um casamento falhado e uma pescaria atribulada são apenas alguns dos temas a que o público poderá assistir.

Não foi fácil colocar o espetáculo em cena em tempo recorde, este ano. “Não dependia de nós, mas da entrega de material por terceiros. A verdade é que temos novos meios técnicos, como um ecrã LED e jogos de luzes”, descreve Carlos Pacheco.

E estes meios fazem diferença, apesar de muitas vezes não ser algo muito mencionado. “Temos técnicos fantásticos, que normalmente não recebem aplausos e quero aproveitar para enaltecer o trabalho excelente que têm feito, e que está do outro lado do palco, mas faz toda a diferença”, acrescenta.

Por estas razões e com estas

O investimento desta revista rondou cerca de 50 mil euros, englobando serviços e todo o material adquirido. Este é um grupo que tem vindo a elevar a fasquia, a apostar em diversas melhorias, ao longo de cada ano e consegue ter, nas suas sessões, casa cheia com regularidade, o que representa uma plateia que ultrapassa as duas centenas de pessoas.

Um nome mais sério

“O que é engraçado é que há muita gente que pergunta, se este ano a revista não tem nome”, conta Carlos Pacheco, entre risos, acrescentando que as pessoas estavam habituadas a um nome mais a ‘atirar’ para a ‘brejeirice’.

“Como tínhamos este glamour, estas novidades, fizemos questão de colocar ‘Nós Somos Revista’, porque, efetivamente, a sul do Tejo, não conheço um grupo que trabalhe da mesma forma que nós”, justifica. E não tem dúvidas que este espetáculo era digno de estar numa grande sala da capital nacional.

Digressão a partir de 1 de junho

O primeiro dia do próximo mês marca o início de uma digressão por diversas localidades, sobretudo do Algarve, mas também já

Quem corre por gosto não cansa

noutras zonas do sul do país. Tanto assim é que, os temas abordados e a crítica social já não estão tão direcionados para a realidade portimonense e já se centram mais no nível nacional.

“Não fazia sentido ir daqui para Faro ou para Évora e estar a usar quadros com pessoas mais caricatas de Portimão ou problemas estruturais existentes no concelho. Quando vamos para fora fazemos sempre uns pequenos ajustes para que o espetáculo se enquadre”, explica Carlos Pacheco. Apesar de ainda não terem sido divulgadas muitas datas, a agenda dos meses de verão já está bem preenchida, sendo certa a passagem por Lagoa.

Não há sala em Lagos, mas há em Portimão

A revista costuma ser uma presença habitual em Lagos, durante a digressão, mas o Centro Cultural de Lagos, que acolhe este espetáculo, estará em obras. Assim, em setembro, o ‘Nós Somos Revista’ retorna à sede da coletividade para receber os lacobrigenses.

“Normalmente, lá temos cinco espetáculos. São cerca de 1200 ou 1300 pessoas. Como este ano haverá obras, nessa altura, quem quiser poderá vir assistir em Portimão, pois será uma pena se perderem esta revista”, argumenta Carlos Pacheco.

“É a primeira vez que participo nesta revista e a experiência tem sido um reviver de uma série de memórias, que remontam a quando tinha 15 anos e comecei a fazer teatro com os senhores Alvarinho e Matos Maia, em Quarteira, a minha terra natal. Faz-me lembrar todo o frenesim que vivíamos em cima do palco. Lembro-me de uma miúda, que já não existe dentro de mim, que era irrequieta, só fazia asneiras e estava sempre a brincar em cima do palco. No entanto, quando era a sério, era a sério. Já passaram alguns anos e a responsabilidade é outra, assim como o profissionalismo. A experiência também faz com que sintamos que vale a pena recordar e viver o passado no presente, sempre olhando para o futuro. A maior dificuldade foi conciliar os ensaios com as nossas vidas. A vontade e gosto é, porém, maior que tudo isso. Nesta revista dizemos que somos únicos no Algarve e é verdade. E esta é uma sala magnífica, cheia de história”.

“Este ano, elevamos muito a fasquia”

“Esta experiência tem sido incrível. Sou atriz formada, licenciada em teatro e poder fazer o que mais amo na minha terra não tem comparação. A revista do Boa Esperança já é considerada profissional há muito tempo, mas temos que admitir que este ano, com o ‘nosso bebé novo’, o LED, elevamos muito a fasquia. Depois é todo o glamour, o brilho, o encanto e o público também é incrível. Está a ser maravilhoso, porque temos metodologias que levam a que a assistência se envolva na nossa peça do início ao fim. Então, o abraçar deste espetáculo tem sido qualquer coisa de ótimo. O maior desafio é, aos domingos, fazer duas sessões seguidas, e quando alguém se atrasa. Isto porque, ninguém consegue imaginar a confusão de roupas e adereços que fica lá atrás entre uma sessão e a outra. Nunca trocamos roupas, mas já aconteceu entrar com um colar errado ou com uns sapatos que talvez não fossem dali”.

P13 Portimão Jornal • 4 MAI 2023 • Nº70
Ana Sofia Varela
CULTURA
Telma Brazona Isa de Brito Soraia Correia FOTOS: ANA SOFIA VARELA

DIVERSOS

AGENDA

⇨ ATÉ 26DE MAIO 'EXPOSIÇÃO 'LIXARTE TRANSFORMAR O LIXO EM ARTE'

LOCAL: EMARP

⇨ ATÉ 31 DE MAIO

REVISTA DO BOA ESPERANÇA

'NÓS SOMOS REVISTA'

RESERVAS: Bilhetes podem ser reservados entre as 15h00 e as 21h00 pelo número 967 188 290

HORÁRIOS: Sextas e sábados às 21h30 domingos às 15h00 e às 17h00

LOCAL: Sala de espetáculos do Boa Esperança Atlético Clube Portimonense

⇨ 5 E 7 DE MAIO . 10H30-20H00

TAÇA DO MUNDO DE GINÁSTICA RÍTMICA

BILHETES: Entrada livre (com levantamento de bilhete)

LEVANTAMENTO DE BILHETES:

TEMPO - Teatro Municipal de Portimão, Portimão Arena e Museu de Portimão

LOCAL: Portimão Arena

⇨ SEXTA . 5 DE MAIO . 21H30

CONCERTO FLAUTA TRANSVERSAL E GUITARRA CLÁSSICA

Entrada Livre

LOCAL: Igreja Matriz de Alvor

⇨ SÁBADO . 6 DE MAIO . 15H00

1ª EDIÇÃO DO FESTIVAL DE ARTES INCLUSIVAS

Entrada Livre

LOCAL: TEMPO, Teatro Municipal de Portimão

⇨ 6 E 7 DE MAIO

'ROADS TO WINE'

Provas de vinho na Quinta da Penina, Quinta dos Santos, Quinta dos Vales, Arvad Wines e Morgado do Quintão

PREÇO: 20€

PARTIDA: Clube Naval de Portimão

⇨ 12 A 14 DE MAIO

PORTIMÃO PADEL VETERANOS BY BURGER RANCH

LOCAL: Complexo Municipal de Ténis e Padel de Portimão

⇨ SÁBADO . 13 DE MAIO . 21H00

MÚSICA DE CÂMARA

DA ORQUESTRA DO ALGARVE

Entrada Livre

LOCAL: Igreja Matriz da Mexilhoeira Grande

⇨ SÁBADO . 20 DE MAIO

23ª EDIÇÃO DA CORRIDA FOTOGRÁFICA

INSCRIÇÕES: https://cutt.ly/J7OrIQs, até 10 de maio

LOCAL: Concelho de Portimão

CLASSIFICADOS

⇨ EMPREGO PRECISA-SE

O Kartódromo Internacional do Algarve está a recrutar assistente de loja e assistente de pista

Para mais informações contacte através do e-mail recursoshumanos@parkalgar.com

Portimão

Está à procura de emprego? Ou é empresário e procura um funcionário? O Portimão Jornal disponibiliza um espaço de anúncios gratuitos de emprego. Para colocar basta enviar email para portimaojornal@gmail.com

EMPREGO

As ofertas de emprego divulgadas fazem parte da Base de Dados do Instituto do Emprego e Formação, IP.

ELETRICISTA DE CONSTRUÇÕES E SIMILARES

Nº oferta: 589188302

Contrato sem termo Admite pessoa com experiência na área da eletricidade/eletrónica para trabalho com sistemas automáticos de deteção de incêndios.

PORTIMÃO

CONTACTOS ÚTEIS

FARMÁCIAS COM SERVIÇO

MAIO

4 Arade • 5 Rio

6 Central • 7 Pedra Mourinha

8 Moderna • 9 Carvalho

10Rosa Nunes • 11 Amparo

12 Arade • 13 Rio

14 Central • 15 Pedra Mourinha

16 Moderna • 17 Carvalho

Antes de se deslocar à Farmácia LIGUE 1400 (Chamada Gratuita 24h)

Portimão Jornal • 4 MAI 2023 • Nº70 P14
NOTURNO PERMANENTE
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URGÊNCIAS Centro de Saúde - Portimão 282 426 216 Centro de Saúde- Alvor 282 459 226 Centro de Saúde - Mex. Grande 282 968 133 Hospital de Portimão 282 450 300 Número Nacional de Socorro 112 Número Nacional de Socorro - Incêndios 117 Brigada Fiscal de Portimão 282 422 440 PSP 282 417 717 Polícia Marítima de Portimão 282 417 714 Guarda Nacional Republicana 282 420 750 Intoxicações 808 250 143 Polícia Judiciária 282 405 400 Linha ‘Proteção 24’ 808 282 112 Piquete de águas 282 400 265
SAÚDE

Mercado Municipal da Avenida São João de Deus

Campanha quer aproximar clientes e vendedores

Um dos destaques será a iniciativa ‘Há Noite no Mercado’, com a atuação dos ‘Brasa

Segue-se, a 6 de maio, às 21h30, um espetáculo musical com o grupo ‘Brasa Doirada’, integrado na iniciativa ‘Há Noite no Mercado’, onde, além do concerto, vários operadores terão as bancas abertas aos clientes.

Para assinalar o Dia da Mãe, que se comemora nesta data, o Mercado terá à venda flores a preços promocionais.

‘Brasa Doirada’ animam espaço municipal no sábado à noite

OMercado da Avenida São João de Deus integra na campanha internacional ‘Love Your Local Market’, este mês, que pretende aproximar os clientes e os operadores daquele equipamento municipal.

Assim, no âmbito do projeto estão em exibição ‘Os Maios’, bonecos produzidos pelos utentes do Centro de Convívio Sénior da Aldeia das Sobreiras. Segundo a tradição, nos três primeiros dias

de maio, devem ser arranjados grandes bonecos de trapos, para colocar em cima do telhado ou no jardim, a que o povo chama ‘Maios’ ou ‘Maias’, consoante o género representado. “Os bonecos personificam a primavera e a fecundidade, radicando a origem desta tradição em costumes da Roma pagã, ligados ao culto da natureza, tendo no Algarve assumido contornos de crítica política e social”, explica a autarquia.

Receitas de bolso

No âmbito da campanha ‘Gosto do Meu Mercado’, terão lugar outros eventos, como a promoção de produtos, animação musical, showcookings e provas de vinhos, cuja programação está disponível online (gostodomeumercado.pt).

Impulsionada desde 2012 pela União Mundial de Mercados Abastecedores e Municipais, a ação é coordenada em Portugal pela Sociedade Instaladora de Mercados Abastecedores, sob o lema ‘Gosto do Meu Mercado’, e explorará as potencialidades das redes sociais. A entidade conta, na atualidade, com a adesão de mais de quatro mil mercados, entre os quais o espaço portimonense, e está presente em 19 países.

Polvo com puré de batata-doce e espinafres

Miguel Rodrigues

Curso: Técnico(a) de Cozinha/Pastelaria

Ano: 2º

Patente até 26 de maio ‘LIXARTE’ está em exposição na EMARP

O átrio da Empresa Municipal de Águas e Resíduos de Portimão terá em exposição ‘LIXARTE - Transformar o Lixo em Arte’, até 26 de maio. Este é um projeto de intervenção, que surgiu no Algarve, em 2021, e que pretende aliar a arte ao ativismo por justiça climática, sensibilizando os jovens para a quantidade de lixo presente na água e praias, mas também para o plástico utilizado e o que é possível a sociedade fazer para reduzir esse consumo. Integra ainda escolas, artistas, organizações e entidades em torno da criação artística, alertando para a salvaguarda dos oceanos. O ‘Lixarte’ uniu cinco escolas de Olhão e de Faro e realizou limpezas de praia para posterior elaboração de peças de arte com os materiais recuperados, resultando em seis tapeçarias de lixo marinho, que foram depois divulgados ao público numa exposição itinerante.

Espetáculo de fados já com lotação esgotada  Noite de Gala na Sociedade Vencedora

A Sociedade Vencedora Portimonense promove, no dia 20, mais uma noite de fados, que será a última até ao fim do verão. E será, também, uma noite de gala, já com lotação esgotada, com a participação dos fadistas Cremilde, Helena Silva e João Leote, acompanhados pelos guitarristas Vítor do Carmo e José Santana. Entretanto, no dia 25 de Abril, Renata Santos Reis e o Renato Reis, dos ‘Dois Contos de Reis’, proporcionaram um bom espetáculo e uma tarde memorável de divulgação da música portuguesa, também com sala cheia.

Ingredientes:

• 350g polvo

• 50g cebola

• 10g sal

• 40g alho

• 1 folha de louro

• 500g batata-doce

• 40cl azeite

• 500g espinafres

• Coentros

Preparação:

- Cozer o polvo, em pouca água, com cebola, alho e louro.

- Lavar as batatas-doces muito bem e colocar a assar no forno com sal grosso.

- Depois de assadas triturar as batatas-doces num processador até obter um puré.

- Após o polvo estar cozido levar a saltear com azeite, alho e louro e deixar alourar.

- Saltear os espinafres com azeite e alho.

- Para o empratamento colocar o puré de batata-doce no prato, seguido do espinafre, e o polvo por cima. Para finalizar decora-se a gosto com coentros.

Curiosidade:

Esta receita foi a vencedora de um concurso regional que decorreu este ano na Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste, no âmbito do programa Eco-Escolas.

P15 Portimão Jornal • 4 MAI 2023 • Nº70 ÚLTIMAS
Doirada’.
D.R.
D.R. D.R.

Últimos dias de votação

Festival da Sardinha está a votos para Evento do Ano

AHRESP é a entidade promotora do concurso que já conta com sete anos de distinções.

Produtores de vinho

mostram-se em ‘Roads to Wine’

A zona ribeirinha de Portimão será o ponto de partida para o evento ‘Roads to Wine’, este fim de semana, dias 6 e 7 de maio. Com saídas junto ao Clube Naval, entre as 14h00 e as 19h00, dois autocarros elétricos da ‘Vamus Algarve’ levarão os participantes a visitar as adegas Quinta da Penina, Quinta dos Santos, Quinta dos Vales, Arvad Wines e Morgado do Quintão, nos concelhos de Portimão e Lagoa, onde poderão fazer duas degustações por adega. “O objetivo é mostrar a cultura vitivinícola e proporcionar um fim de semana divertido e inesquecível, explorando algumas das melhores vinhas que o Algarve possui, sem que os participantes tenham que se preocupar com o transporte”, defende Maria Loureiro de Lemos, em representação da Travia – Natural Wines & Food, entidade coorganizadora dos passeios.

Academia de Música

promove recital na Igreja de Alvor

OFestival da Sardinha é finalista na categoria de Evento do Ano dos Prémios da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) 2023, que estará aberto às votações até dia 7 de maio. Já em 2022, o certame que marca o verão portimonense tinha sido eleito o melhor evento gastronómico, pelo site de viagens Big 7 Travel.

Os interessados podem votar online (premiosahresp.com.pt).

Estão a concurso diversas categorias e todos os candidatos, entre projetos, eventos, serviços, estabelecimentos, entidades formadoras, revelações gastronómicas,

destinos turísticos, produtos, profissionais.

O apuramento do vencedor em cada categoria é feito com base numa média ponderada de 50 por cento da votação online, enquanto a restante percentagem serão definidos pela comissão de honra, composta por figuras de renome, na esmagadora maioria associadas ao turismo e à comunicação social.

Naquela que é uma marca do mês de agosto no Algarve, a 26ª edição do Festival da Sardinha encheu de animação a zona ribeirinha da cidade, entre os dias 3 e 7, batendo todos os máximos de afluência com 110 mil entradas, a uma mé-

dia diária superior às 20 mil visitas. Durante os cinco dias do certame gastronómico, e apenas dentro do recinto, foram consumidas três toneladas de sardinha.

Já a edição deste ano, terá a novidade de ser alargada por mais um dia, começando no dia 1 de agosto e prolongando-se até dia 6, com entrada livre.

Na abertura destaca-se a recriação histórica da descarga da sardinha, e o cartaz musical do palco principal, que conta com Carlão, nesse dia, Aurea, no dia seguinte, André Sardet, no dia 3, Virgul a 4 de agosto, Cuca Roseta a 5 e Tony Carreira, a 6 de agosto, no encerramento do Festival.

João Figueiras Lourenço, na flauta transversal, e Juan León, na guitarra clássica, serão os protagonistas de um recital, esta sexta-feira, 5 de maio, às 21h30, na Igreja Matriz de Alvor. Esta será, segundo a organização, a cargo da Academia de Música de Portimão, “uma viagem pelo repertório para flauta transversal e guitarra clássica que se inicia em Itália, com o compositor clássico-romântico Mauro Giuliani e que vai até à música sul-americana do século XX, com Astor Piazzola”. A entrada é livre.

Exposição ‘Olhares’ inaugura na Casa Teixeira Gomes dia 6

A Casa Manuel Teixeira Gomes inaugura a exposição ‘Olhares’, de Sérgio Bernardo, este sábado, dia 6, às 16h00. O artista iniciou-se na pintura em 1969, em Angola, sendo um autodidata. Conta com uma mostra individual e várias coletivas e fica patente até 30 de junho. Em paralelo, até 31 de maio, estará ainda em exposição ‘Do cubismo à abstração’, do artista plástico Morcy, pseudónimo de Carlos João da Rocha, também natural de Angola.

A FECHAR Quinta-feira • 4 maio 2023 D.R.
CM PORTIMÃO Evento dedicado à sardinha compete ao lado dos melhores do país

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