Jornal Novo Tempo - Abril e Maio/2022

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Palavra do Pároco

Fatos acontecidos e muitos agradecimentos!

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Homenagem a Maria

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o dia 29 de maio, após a Missa das 19h30, acontecerá, na Igreja da Glória, uma bela homenagem a Nossa Senhora, fechando o mês dedicado a ela. Pe. José Torres, C.Ss.R, junto com a Pastoral da Música, Ambulatório, Catequese Infantil, Terço dos Homens e Legião de Maria, preparou um Auto de Maria. A Comunidade poderá participar ofertando alimentos não perecíveis, que serão revertidos para compor as cestas básicas distribuídas pelo Ambulatório da Glória

m suas mãos, mais um exemplar do jornal de nossa Paróquia da Glória. Ao longo de mais de o dia 22 de maio, o Superior dos Missionários Redentoris23 anos, ele tem tas nos estados de MG-RJ-ES, Pe. Nelson Antônio Linhanoticiado os fa- res, C.Ss.R. completa mais um de vida. Deus abençoe sempre tos relevantes de seu caminho! nossa vida paroquial. Quando foi criado, não tínhamos as mídias digitais e os recursos de que dispomos hoje, os quais, com tanta facilidade e agilidade transmitem os fatos; assim, a notícia paroquial passava por ele uma vez por mês. Desta maneira, o nosso “Novo Tempo” é testemunha de muitos eventos e celebrações. Neste exemplar, a Pastoral da Comunicação (PASCOM) reuniu os grandes acontecimentos paroquiais dos meses de abril e maio. Prestigie! Semana Santa. Celebrações sóbrias, bem preparadas e com a participação dos fiéis, o que contribuiu imensamente para o clima orante. Em nome dos colegas redentoristas, fica registrado nosso agradecimento a tantos que nos ajudaram na organização das celebrações. Muitos membros de pastorais e movimentos envolvidos. Os nomes de todos estão gravados no Coração de Jesus. Primeira Eucaristia. No dia 30 de abril, celebramos a Missa da Primeira Eucaristia de 13 adolescentes que fizeram a preparação em nossa Paróquia. Temos uma Catequese com longa história. Sempre é oportuno agradecer às catequistas pela dedicação, perseverança e atenção. Ainda neste exemplar, você poderá conferir as fotos e um bonito artigo sobre os 120 anos da Liga Católica em nossa Paróquia. E uma matéria sobre o falecimento de dois confrades redentoristas: Irmão Afonso Barros, C.Ss.R. e Irmão Pedro Aniceto, C.Ss.R. Perseveraram até a morte. Seguem nossos votos de um mês abençoado para você e sua família. Nossa Senhora da Glória, com os braços abertos, nos proteja sempre. Pela Comunidade Redentorista,

Parabéns!

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Pe. Lucio Bento, C.Ss.R.


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Que venham mais 120 anos!

dia 1º de maio foi de festa na Paróquia da Glória, com a celebração da Missa em Ação de Graças pelos 120 anos de fundação da Liga Católica Jesus-Maria-José no Brasil. A Igreja da Glória sediou a primeira reunião do movimento em terras brasileiras, no dia 31 de março de 1902. A data foi escolhida em razão da festa de São José Operário, já que o movimento tem como lema “Orar e trabalhar”. A manhã começou com um encontro no Salão Paroquial, reunindo representantes de ligas de Juiz de Fora e de Coronel Pacheco e que contou com a presença do diretor espiritual da Confederação das Ligas da Arquidiocese de Juiz de Fora, Irmão Argemiro Herculano de Melo, C.Ss.R. O assessor espiritual da Liga Católica da Paróquia da Glória, Irmão Pedro Magalhães, C.Ss.R. ministrou uma palestra sobre a história do movimento, desde sua fundação na Belgica, até a chegada a Juiz de Fora, trazido pelos Missionários Redentoristas vindos da Holanda. Após a reunião, os liguistas fizeram um pequena procissão pelo adro até a Igreja da Glória, onde participaram da Missa presidida pelo Pároco, Pe. Lucio Bento, C.Ss.R., que destacou o trabalho desenvolvido pelo movimento. O sacerdote também deu a bênção a medalhas recebidas por membros da Liga da Paróquia. A celebração, na íntegra, está disponível no canal do YouTube: paroquiadagloria. A história do movimento e sua chegada no Brasil pode ser conferida no site www.paroquiadagloria.org.br A Liga Católica da Igreja da Glória se reúne todo segundo domingo do mês, após a Missa das 7h. E que venham mais 120 anos! Viva Jesus, Maria, José!


Semana Santa 2022

Em comunidade, celebrando o triunfo da vida sobre a morte

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epois de dois anos vivendo o distanciamento social e a não presença dos fiéis nas celebrações, em função da pandemia da Covid-19, a Semana Santa de 2022 foi de muitas bênçãos e tempo também para agradecer o retorno às atividades religiosas presenciais neste tempo tão profundo e bonito, com a Igreja da Glória e Capela São Roque repletas de fiéis. A Procissão de Domingo de Ramos, saindo do Colégio Santa Catarina, voltou a ser realizada. Foi lindo ver os paroquianos, com seus ramos, percorrendo as ruas do Morro da Glória. Na Terça-Feira Santa, a Comunidade Vocacional Santo Afonso conduziu a Meditação das Sete Dores de Nossa Senhora. Na Quarta-

-Feira, a Via Sacra reviveu os últimos passos de Cristo. Na Quinta-Feira, a cerimônia do Lava-Pés, com a participação de professores e professoras, em alusão ao tema da Campanha da Fraternidade deste ano, que abordou a questão da educação, também voltou a ser realizada na Igreja da Glória, assim como a Missa, com a unção dos enfermos, na Capela São Roque. Na Sexta-Feira Santa, a Ação Litúrgica e a Meditação aos pés da Cruz e um belo momento de reflexão conduzido pelo Reitor da Comunidade Redentorista da Glória, Pe. Dalton Barros, C.Ss.R. A Vigília Pascal no Sábado, com a bênção do fogo no adro da Igreja da Glória, e a luz do Cristo Ressuscitado tomando conta de toda

a Igreja da Glória, mostrou que a vida vence a morte e a tristeza. E a noite também foi de alegria, com a Primeira Eucaristia de Maria Eduarda, catequizanda da turma de Crisma. No Domingo de Páscoa, o passeio com o Santíssimo Sacramento pelas ruas da Paróquia, com gestos de solidariedade que resultaram na doação de 742 kg de alimentos, revertidos para as cestas básicas distribuídas pelo Ambulatório Nossa Senhora da Glória a mais de 200 famílias, seguido pela Missa Solene presidida pelo Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora, Dom Gil Antônio Moreira, fechando esta semana de bênçãos. Rendamos graças ao Deus que ressuscitou seu Filho Jesus! Aleluia!






Memória agradecida

Afonso: um irmão Redentorista

Nathan Ramalho dos Reis

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entre as muitas formas de manifestação da vocação à vida religiosa está a vocação do Irmão Redentorista. A palavra irmão vem carregada de simbolismo, muito além do laço familiar ou de pertencimento à mesma fé: expressa fraternidade. O Irmão Redentorista é aquele religioso que, optando por não se tornar parte do clero, ou seja, tornar-se padre, ao proferir os votos de pobreza, castidade e obediência, é radical em sua consagração batismal, colocando-se, dentro da Congregação Redentorista, ao inteiro serviço ao Senhor da Messe. Seja nas tarefas domésticas junto da Comunidade Religiosa ou de administração dos Templos, seja junto às Missões Populares ou das Casas de Formação, o Irmão Redentorista, com seu estilo de vida simples é um missionário pleno, tendo em São Geraldo Magela o grande exemplo de santidade e serviço aos irmãos. Foi inspirado no testemunho dos Irmãos Redentoristas que trabalhavam junto a Igreja, atual Santuário, de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, na cidade de Campos dos Goytacazes (RJ), que, aos 16 anos de idade, nasceu no coração do jovem José Cupertino Barros o sonho de ser também um missionário Irmão Redentorista. Nascido em 18 de setembro de 1939, em Congonhas do Campo (MG), Afonso, nome que José Cupertino adotou como religioso, era um dos sete filhos de Oscar Crispim de Barros e Luiza Gonçalves de Barros. A família era profundamente católica e ligada com aos Redentoristas. Trabalharam na construção do Juniorato e do Juvenato, antigas e extintas casas de formação dos Redentoristas naquela cidade mineira, e depois se mudaram para Campos dos Goytacazes para trabalharem na construção do atual Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Inumeráveis foram as dificuldades

e desafios encontrados por Afonso em sua trajetória vocacional, no entanto em seu interior, jamais arrefeceu o desejo de ser um Missionário Redentorista. Em 04 de agosto de 1958, em nossa Igreja da Glória, após transpor incontáveis barreiras, proferiu seus votos religiosos, adotando o nome do Santo fundador da Congregação Redentorista, e em 25 de janeiro de 1964, novamente, os proferiu de maneira perpétua. Em sua vida religiosa, Irmão Afonso se destacou sempre por seu zelo e cuidado na administração das sacristias das Igrejas e cozinhas dos Conventos Redentoristas. Foi presença discreta e sempre disponível para servir onde se fizesse necessário. Esportista, nunca dispensava uma boa partida de futebol. Sua marca registrada, no entanto, sempre foi o cachimbo junto ao canto esquerdo da boca. Viveu em diversas casas da Província Redentorista do Rio-Minas-Espirito Santo, como as de Congonhas, Belo Horizonte, Coronel Fabriciano e Floresta, em Juiz de Fora. Em nossa paróquia viveu por quase três décadas, do final dos anos de 1970 até 2006. Desde 2007 passou a viver na comunidade Redentorista de Coronel Fabriciano. Quando, em 2018, completou seus

60 anos de Vida Religiosa, fazendo um balanço de sua caminhada, declarou: “Vivi com muita alegria, luta, trabalho, limitação e virtudes. Espero com a Graça de Deus e da Mãe do Perpétuo Socorro, realizar o meu sonho de perseverar até a morte na Congregação Redentorista.” No dia 24 de março, aos 82 anos de idade, já com sua saúde debilitada e após uma existência dedicada ao anúncio da Boa Nova como missionário Irmão Redentorista, Afonso entregou sua alma ao Redentor e retornou à Casa Paterna. Foi sepultado no Cemitério Redentorista, atrás da Igreja da Glória, onde aconteceu a Missa de Exéquias. Na história de nossa Paróquia fica seu testemunho de doação e serviço à Congregação Redentorista e em nossa memória a gratidão por seu testemunho cristão de batizado. Irmão Afonso, daí de junto de todos aqueles que nos precederam na fé olhe pela Congregação que tanto amou e por essa paróquia que por tantos anos viveu! Descanse em paz!


Memória agradecida

Sinônimo de simplicidade torista de Belo Horizonte, Pe. Ronaldo de Oliveira, C.Ss.R., também esteve presente e assinalou o legado que o Irmão deixa para a Congregação: “Para nós, Missionários Redentoristas, o Ir. Pedro foi uma presença marcante da simplicidade. Viveu uma vida discreta, uma trajetória bonita de fidelidade, castidade e dedicação à vida religiosa em nossa Congregação Redentorista. Com seu belo sorriso, a muitos encantou. Deixou-nos um legado muito bonito de como viver a vocação missionária Redentorista. Hoje, choramos a sua morte, mas também nos alegramos neste tempo da Páscoa com a sua ressurreição”.

Um filho das Missões Redentoristas

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ouco menos de um mês após a morte do Irmão Afonso Cupertino de Barros, C.Ss.R., a Província do Rio perdeu outro confrade: Irmão Pedro Aniceto da Silva, C.Ss.R. faleceu no dia 19 de abril, aos 84 anos. Ele residia no Santuário São José, em Belo Horizonte (MG). No dia 20, foi realizada a Missa de Exéquias na Igreja da Glória, seguida do sepultamento no Cemitério Redenrtorista. O Superior da Província do Rio, Pe. Nelson Antonio Linhares, C.Ss.R., celebrou o ritual das exéquias e fez memória agradecida ao Ir. Pedro e a todos os demais Missionários Redentoristas que foram sepultados no mesmo local, destacando que a história de todos eles jamais será apagada. “Que o Irmão Pedro Aniceto, nosso irmão e confrade, descanse em paz nesse sepulcro, até que Vós, Senhor, ressurreição e vida, o ressusciteis para contemplar a luz eterna na visão da vossa face”, disse o Provincial. O reitor da Comunidade Reden-

O Ir. Pedro Aniceto da Silva, C.Ss.R. nasceu em Braúnas (MG), no dia 17 de abril de 1938. Seus pais, José Teixeira Sobrinho e Maria Ferreira de Oliveira, eram pessoas simples, que trabalhavam na lavoura, onde seus filhos os ajudavam. Ir. Pedro contava que, de certo modo, sua vocação iniciou com as Santas Missões Redentoristas ocorridas em sua cidade natal, no ano de 1945. Naquela época, ainda criança, guardou boas recordações daquele momento. Também conservou em sua memória as palavras de seu pai, que disse ser uma graça de Deus ter um missionário na família. O tempo passou e o jovem Pedro Aniceto seguiu ajudando sua família nos trabalhos com a lavoura. Em sua adolescência, construiu uma amizade muito sólida com o vigário da região, o Pe. Domingos, que logo o ensinou a auxiliar nas missas. Pedro adorava participar das celebrações. Após idas e vindas da vida, em 1963, Pe. Domingos e Pedro Aniceto foram a Belo Horizonte para tratar de saúde. Foi quando Pedro conheceu a Igreja São José (hoje Santuário). Arriscou ir até a igreja e saber como ele poderia se tornar um Irmão Leigo Redentorista. Foi o Ir. Aníbal quem

o recebeu e avisou que a preparação não seria fácil, mas que ele seria bem acolhido! Pedro sabia que aquela era sua vocação, então, tratou de escrever para o diretor do Aspirantado Redentorista em Correia de Almeida (MG) e dizer sobre a sua intenção. Assim, no princípio de 1964, conseguiu ingressar na Congregação Redentorista e dar início à formação. Ir. Pedro realizou sua vestição em Juiz de Fora, no dia 2 de agosto de 1965, e sua Profissão Religiosa foi no dia 02 de agosto de 1967. Neste ano, mudou-se para Juiz de Fora, onde residiu até 1970. Depois, foi para o Rio de Janeiro (RJ), onde permaneceu até 1975. Em 1976, passou por Curvelo (MG), onde, na Basílica de São Geraldo, fez sua Profissão Perpétua. Naquele mesmo ano, seguiu para Coronel Fabriciano (MG), onde morou até 1983, ano em que foi chamado para retornar a Juiz de Fora como auxiliar na formação da Comunidade Vocacional Santo Afonso, o que fez com muito esmero até 1994. Já em 1995, para tratar sua saúde, mudou-se para a capital mineira, Belo Horizonte, residindo na Comunidade Redentorista São José. Entre 2011 e 2014, chegou a morar na Comunidade Vocacional Dom Muniz, mas depois, retornou à Comunidade São José, onde permaneceu até sua morte. Ir. Pedro era uma pessoa muito calma no seu jeito de viver e como todo bom mineiro, gostava de contar seus “causos” e histórias de vida. Sempre se mostrou assíduo para cuidar da igreja e do culto. Na Província do Rio, desempenhou diversas funções durante esses anos: foi sacristão, jardineiro, responsável pela portaria, coordenador de canto, responsável pela catequese, ministérios, auxiliar de formação e ministro das casas e paróquias onde residiu. Texto e foto: www.provinciadorio.org.br


Comunhão, participação e missão

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o dia 9 de outubro, o Papa Francisco abriu os trabalhos do próximo Sínodo dos Bispos, que acontecerá em 2023, com o tema “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”. O processo inaugura uma nova metodologia de consulta que contará com diferentes fases, entre outubro de 2021 e outubro de 2023. Neste sentido, vivemos a fase paroquial de todo este processo, com a discussão e apresentação de propostas pelas pastorais e movimentos da Paróquia. Um encontro sobre o Sínodo e seus objetivos aconteceu no dia 19 de abril, no Salão Paroquial. Os coordenadores conheceram todos os passos que serão realizados e, até o dia 20 de maio, os grupos apresentarão suas conclusões. No dia 28 de maio, também no Salão Paroquial da Igreja da Glória, representantes das paróquias que compõem a Forania Santo Antônio se reunirão para a apresentação destas propostas, que serão enviadas à Arquidiocese de Juiz de Fora, dentro da chamada fase diocesana do Sínodo. Esta etapa será seguida de uma fase continental, as quais gerarão dois Instrumentum Laboris (instrumentos de trabalho) distintos, antes da fase definitiva em nível eclesial, que acontecerá em Roma, no ano que vem. Durante a abertura do Sínodo, em outubro do ano passado, o Papa Francisco convidou todos a viver o “Sínodo no espírito da ardente oração que Jesus dirigiu ao Pai pelos seus: ‘Para que todos sejam um’. É a isto que somos chamados: à unidade, à comunhão, à fraternidade que nasce de nos sentirmos abraçados pelo único amor de Deus”.

cipação e missão. “Comunhão e missão são expressões teológicas que designam o mistério da Igreja. Por meio destas duas palavras, a Igreja contempla e imita a vida da Santíssima Trindade, mistério de comunhão ad intra e fonte de missão ad extra“. A terceira palavra é “participação”. “Celebrar um Sínodo é sempre bom e importante, mas só é verdadeiramente fecundo ao se tornar expressão viva do ser Igreja, de um agir marcado pela verdadeira participação. E isto, não por exigências de estilo, mas de fé,” explicou o Papa Francisco. De acordo com o Papa, “todos somos chamados a participar na vida da Igreja e na sua missão. Se falta uma participação real de todo o Povo de Deus, os discursos sobre a comunhão correm o risco de permanecer somente nas intenções.”

Escutar o Espírito na adoração e na oração

Segundo o Papa, “o Sínodo é um percurso de efetivo discernimento espiritual, que não empreendemos para dar uma bela imagem de nós mesmos, mas a fim de colaborar melhor para a obra de Deus na história. Assim, quando falamos de uma Igreja sinodal, não podemos contentar-nos com a forma, mas temos necessidade também de substância, instrumentos e estruturas que favoreçam o diálogo e a interação no Povo de Deus, sobretudo entre Três palavras-chave sacerdotes e leigos” Três palavras-chave traduzem O Papa convida todos a viver este Sínodo: comunhão, parti- o Sínodo como uma “ocasião de

encontro, escuta e reflexão, como um tempo de graça que nos ofereça, na alegria do Evangelho, pelo menos três oportunidades”. A primeira é encaminhar-nos, não ocasionalmente, mas estruturalmente para uma Igreja sinodal: um lugar aberto, onde todos se sintam em casa e possam participar. Depois, o Sínodo nos oferece a oportunidade de nos tornar uma Igreja da escuta: fazer uma pausa dos nossos ritmos, controlar as nossas ânsias pastorais para pararmos a escutar. Escutar o Espírito na adoração e na oração, escutar os irmãos e as irmãs sobre as esperanças e as crises da fé nas diversas áreas do mundo, sobre as urgências de renovação da vida pastoral, sobre os sinais que provêm das realidades locais. Por fim, temos a oportunidade de nos tornarnos uma Igreja da proximidade, que estabeleça, não só por palavras, mas com a presença, maiores laços de amizade com a sociedade e o mundo: uma Igreja que não se alheie da vida, mas cuide das fragilidades e pobrezas do nosso tempo, curando as feridas e sarando os corações dilacerados com o bálsamo de Deus.” Com informações de www.vaticannews.com/pt


Oração a Maria e com Maria

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omo seu fundador, Santo Afonso Maria de Ligório, os Redentoristas sempre promoveram uma profunda devoção a Maria e têm interpretado essa devoção de acordo com as culturas de seu tempo. Como pode ser expressa hoje essa devoção? O Papa Paulo VI escreveu: “Quando a liturgia volta seu olhar tanto para a Igreja primitiva como para a Igreja dos nossos dias, ela sempre encontra Maria. Na Igreja primitiva, ela é vista rezando com os apóstolos; em nossos dias ela está ativamente presente, e a Igreja deseja viver o mistério de Cristo com ela: “Fazei com que a vossa Igreja, que com Maria compartilhou a paixão de Cristo, seja digna de compartilhar também a sua ressurreição.” Ela também é vista representada como uma voz de louvor em uníssono com a qual a Igreja deseja dar glória a Deus: “... com ela [Maria] possamos como o Espírito de Jesus ressussempre louvar-vos’”(Marialis citado. A Imaculada Conceição significa que Maria é perfeitaCultus, 1974, § 11). mente receptiva desse Espírito. Em Atos 1,14 lemos que, depois da ressurreição de Jesus, os Onze permaneceram na sala Os Evangelhos foram escritos superior do cenáculo, “dedicanà luz da ressurreição e podemos do-se unânimes à oração, juntainterpretar as narrativas maria- mente com as mulheres e Maria, nas da mesma forma. Elas mos- a mãe de Jesus, e junto com seus tram como ela recebeu o Espí- irmãos.” Os Apóstolos acolherito Santo, finalmente revelado ram o dom do Espírito de Jesus

Maria e o Espírito Santo

ressuscitado na oração, e assim com eles, o fez Maria, sua mãe. A recepção deste Espírito por Maria se cumpre em sua Assunção ao céu. Desde que Maria participa da ressurreição, ela recebeu o poder de amparar aqueles que ainda estão sendo atraídos pelo poder da ressurreição para a sua plenitude. Mas o caminho para a ressurreição passa pela Cruz como foi para Maria (Lc 2,35). Assim, os


devotos, em busca de compaixão no sofrimento, rezam a ela como a ‘Mãe das Dores’. Um dos caminhos para Maria é através da oração, expressão de seu ser transformado pelo Espírito de Jesus ressuscitado. Desde o início, a oração de Maria era com a nova comunidade da Igreja; assim a oração da Igreja agora é oração com Maria, principalmente na liturgia e também em muitas devoções paralitúrgicas. Os fiéis podem rezar com ela: “Minha alma engrandece o Senhor ... pois o Todo-Poderoso fez em mim maravilhas” (Lc 1,46.49). Maria glorifica o Senhor por seus dons e foi para levar os cristãos a compartilhar da gratidão dela que Santo Afonso de Ligório escreveu o clássico redentorista As Glórias de Maria.

Maria, mãe espiritual

Embora nosso relacionamento com Maria comece na oração, ele tem sido interpretado de muitas maneiras. Por exemplo, recorre-se a ela como a uma mãe espiritual, como Mãe da Igreja, como “tipo” da Igreja, como “primeira discípula”. A imagem de Maria como mãe tem raízes muito fortes

na piedade tradicional de muitos fiéis; Maria nos ama como uma mãe e cuida de nós. Esta imagem de Maria se manifesta em muitas devoções marianas, nomeadamente nas novenas a Maria, como por ex., a Nossa Mãe do Perpétuo Socorro. O papel protetor de Maria foi estendido para além das necessidades individuais e familiares para incluir a justiça social, na forma da libertação da exploração, da dominação sobre as mulheres e da supressão dos pobres. Maria, como “Nossa Senhora de Guadalupe”, foi durante muito tempo invocada como protetora dos marginalizados.

Maria, mulher aos pés da cruz

Maria, com quem e para quem rezamos, é um agente pessoal, não meramente um símbolo; e como alguém que cura, é encontrada em Lourdes e Fátima. Há uma noção, defendida por alguns, de que Maria é a “Medianeira” de todas as graças; outros se opõem alegando que parece tornar Maria igual a Jesus. No entanto, se lembrarmos que o que Maria dá é o Espírito que ela recebe de Jesus Ressuscitado; então, tendo recebido o Espírito, ela participa da doação do Espírito a todos. O corpo que Jesus entregou por nós, ele recebeu primeiro de Maria. O corpo terreno de Jesus, seu corpo ressuscitado e seu corpo eucarístico são o mesmo corpo; uma vez ele deu dentro dos limites de tempo e espaço, agora em seu corpo ressuscitado, Jesus dá universalmente, sem os limites de tempo e espaço. Mas esse corpo, embora transformado, é o mesmo corpo que ele recebeu de Maria. Quanto a Maria, ela dá de uma maneira real e pessoal, mas ela só pode dar porque ela recebe do Espírito de Jesus Ressuscitado a capacidade de fazê-lo. Os deta-

lhes de seu recebimento do Espírito de Jesus Ressuscitado estão descritos no Novo Testamento. Ela está presente ao pé da cruz, quando o Espírito é dado (Jo 19,25). Ela é dada ao discípulo amado, que é dado a ela como seu filho (Jo 19,26). Assim, surge uma nova família que toma o lugar da primeira família que começou quando ela recebeu pela primeira vez o Espírito e deu vida a Jesus na Anunciação. Não há registro de uma aparição de Jesus Ressuscitado à sua mãe. A piedade, naturalmente, supriu essa lacuna; como poderia um filho amoroso não fazer uma visita à sua mãe? Mas isto pode ser uma lição; Maria pode ser mostrada como a primeira daqueles que, sem ver, acreditaram (Jo 20,29). Maria não é como os discípulos incrédulos que precisavam de aparições dramáticas para levá-los a crer, mas o seu caminho para a fé não é sem algum mal-entendido (Mc 3,31-35; Lc 2,21-40). Ela é um modelo e amparo para aqueles que lutam para crer. A oração mais popular na qual os crentes se ligam a Maria é o terço. O terço oferece uma memória das ações graciosas de Deus para conosco, com uma resposta de ação de graças, petição, meditação e momentos de contemplação. (Cf. João Paulo II, Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae, 2002).

Para refletir:

1. Como você liga a sua compreensão teológica de Maria com a sua devoção pessoal a ela? 2. De que formas Maria ainda serve ao mistério da redenção? 3. Você tem uma devoção diária a Maria? Em caso afirmativo, por que, e se não, por que não? Brian Johnstone C.Ss.R. Fonte: Dicionário de Espiritualidade Redentorista


Aniversariantes Dizimistas - Abril e Maio 01/04

Igreja da Glória

Caroline Farinazzo de Oliveira e Alexandre Cesimbra Kleber Ferreira da Rocha Warleson Peres

02/04

Idê Gevegir Dilon Carlos Heringer Paschoalim

03/04

Nilza de Fátima G Gravina Suzuki Maria Madalena de A Guedes Maria da Glória F Cantarino Maria Luciane Costa

04/04

Maria Luiza da Costa Nilton do Nascimento

06/04

Neuza Maria de Souza Santos Arlene Iria Brigatto

07/04

Maria José Rocha Franco

09/04

Cláudia Cássia Barbosa de Oliveira

12/04

Valdecir Paixão Liquer

13/04

Empresa Robust Pack

14/04

Iran Scoralick Regina Stela de Faria

15/04

Afonso Freguglia

16/04

25/04

11/05

Marisa Schlaucher Bitar

Aracy Carvalho Braga Valerio do Carmo Miranda

26/04

12/05

30/05

Júlio César Martins Fonseca Áurea Gonçalves Rodrigues João Carlos da Silva Gildo Gonçalves da Silva

27/04

Lina Helena Freire Teixeira

28/04

Márcia Schlaucher Thomaz

29/04

Adriana Lemos de Souza

30/04

João Paulo Medeiros

22/04

Suzana Corrêa Ramos Alvim Antônio Henrique Weitzel

23/04

João Paulo Belozzi de Oliveira Rita Maria Maciel Aloysio Schimitz

24/04

Nilza de Araújo Cunha Regina Coeli Matozinhos Matos Gerusa Cristina de A Fernandes

Francisca Nogueira Nascimento Leda Teixeira Alcantarino Rosângela da Silveira Francisco Maria Evangelina Pável Ladeira

16/05

Capela São Roque

25/04

Maria da Penha Mendonça Coelho

28/04

Marlene Rodrigues Vieira

01/05

18/05

02/05

30/04

Carolina Mayre Ribeiro Delgado Cleverson M de Melo

Olga de Amorim Leite

Walter Aparecido de Paiva

20/05

04/05

03/05

Francisco Carlos Guedes Tostes

04/05

Aloísio Raimundo Martins Lourdes Maria Bassoli M Ferreira Elza Maria Salgado Durço

Maria de Fátima Tostes Dias Joaquim Ignácio da Silva Rosilene de Almeida S R Pinheiro Manoel Espedito da Cunha

22/05

24/05

Luzia Duque Santos

26/05

Antônia Soares Brandi

28/05

Cicero Romulo Dutra Pironi

29/05

05/05

Ana Maria Barbosa Furtado Nilza Terezinha de Oliveira

06/05

25/05

Vera Lucia da Silva Scari

26/05

20/04

Maria da Conceição de Oliveira Juliana Lily Serrão Dilon Johnny Moreira Gomes Geralda dos Santos Ribas

07/05

Laura Silveira Guilherme

09/05

10/05

19/04

15/05

Natália Coelho Pereira de Castro Davi Santiago da Silva Bernardo Philipe Daniel P da Silva

Ana Salino Silvestre

17/04

Alice Ferreira Sandy Marynês Batista Felix

Alfredo Roberto G da Costa

31/05

Ana Maria do Amaral Maisa Barros Paiva

Fernando Coelho de Araújo Lima

18/04

13/05

Altiva Alves Araújo Maciel

Aguimar Alves da Cruz José Joaquim de Souza Jr. Carolina Mendonça Cyranka

Edson Layer Humberto Luiz Martins Ferreira

João Domingues Ivone de Sá Teixeira Inah Novelino G Vianna Grasiele Aparecida Almeida Simas Olímpio Esteves dos S Martins

Newton Lessa Junior Jeferson Luciano Souza

Wilson Benini Guercio

Gilda Maria Gomes Correa Ana Maria Gusman Carvalho Conceição Medeiros

27/05

Iva das Graças Silva

28/05

Leila V. Santos Gasparetto

29/05

Maria de Fátima R dos Reis

Suzete Maria de Andrade Horta

30/05

Ambulatório

Sandra Helena Hansen

06/05

Izabel Cristina Loures Nunes

Dizimista mirim

27/04 Rafael de O Schneider


Primeira Eucaristia

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Pároco, Padre Lucio Bento, C.Ss.R. presidiu a Celebração da Primeira Eucaristia das crianças preparadas pela Catequese Infantil da Paróquia da Glória no dia 30 de abril. Nos meses de abril e maio, alunos do Colégio Santa Catarina também fizeram a Primeira Eucaristia, celebrada na capela da instituição.

Celebração da Crisma

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o dia 19 de março, festa de São José, durante Missa presidida pelo Pároco, Pe. Lucio Bento, C.Ss.R. foram apresentados os catequizandos que se preparam para receber o Sacramento da Crisma. A Celebração está marcada para o dia 19 de junho, às 17h, na Igreja da Glória.

Formação de coroinhas

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urante o mês de março, coroinhas e acólitos da Paróquia da Glória participaram de uma formação sobre os Aspectos Práticos do Serviço ao Altar, conduzido pela coordenação do grupo e do assessor espiritual da pastoral, Pe. José Torres, C.Ss.R. Em função da pandemia, a turma foi dividida em dois grupos. Todo primeiro sábado do mês o grupo também se reúne na Estação da Paz para a oração do Terço Mariano.


Musicoterapia no Ambulatório

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eve início no mês de abril, no Ambulatório, o Projeto de Musicoterapia Grupal voltada para a terceira idade . “Musicoterapia, como o nome já diz, é uma forma de tratar os pacientes através da música. É uma técnica que trabalha com a saúde ao utilizar formas diversas de aprendizado, expressões e arte, trazendo prevenção e promoção de saúde para todos.” O Projeto está sendo conduzido pelo Padre José de Lima Torres, CSsR, que também é musicoterapeuta. A Musicoterapia existe há muitas décadas, atuando também na área social. Segundo Padre Torres, a implantação do Projeto “Musicoterapia Grupal para a Terceira Idade” oportunizará mais qualidade de vidas através dos benefícios terapêuticos aos participantes. Padre Torres destaca que o principal objetivo do Projeto é oferecer aos idosos suporte para o enfrentamento dos desafios de sua condição pessoal através de atividades que lhes permitam expressar suas memórias e emoções, descobrir e desenvolver sua criatividade e potencialidades de comunicação e afeto através da música e/ou jogos musicais. Agradecemos ao Padre Torres por disponibilizar seu tempo e seus conhecimentos oferecendo esta preciosa ajuda aos assistidos pelo Ambulatório! Sandra Hansen Coordenadora

Solidariedade na festa da Páscoa

O Ambulatório da Glória agradece a todos que contribuíram e entregaram suas doações durante o passeio com o carro que transportou o Santíssimo Sacramento pelas ruas da Comunidade! Recebemos 742 quilos de alimentos, roupas, calçados, brinquedos e R$ 379,00 em dinheiro. Toda a arrecadação será destinada às mais de 200 famílias assistidas pela Instituição. Agradecemos também aos voluntários que trabalharam, à Pastoral da Comunicação e à Paróquia da Glória pela iniciativa e apoio! Que Deus abençoe a todos!

Campanha do Agasalho

Estamos iniciando a campanha do agasalho 2022! Se você possui agasalhos, meias, toucas e cobertores que não utiliza mais, faça a sua doação. Tudo que sobra em nosso armário falta para alguém que precisa! A campanha acontece nos meses de maio, junho e julho e você pode entregar a sua doação no Ambulatório: Rua Feliciano Pena, 187, Mariano Procópio , de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 11h30 ou na Secretaria da Igreja da Glória: Av dos Andradas, 855, Morro da Glória: de segunda a sábado das 08h00 às 11h30 e das 13h00 às 18h00. Quem pode, ajuda! Quem precisa, agradece!


Projeto Obra do Berço: apoio às gestantes carentes

O

Projeto Obra do Berço é coordenado pela assistente Social da Instituição, Rosana Mendes que realiza os atendimentos às gestantes em situação de vulnerabilidade social, efetua os cadastros, acompanha o Pré-Natal e entrega os enxovais . Os encontros acontecem uma vez no mês e além da ajuda material, as gestantes recebem orientações visando saúde e a garantia de seus direitos. No dia 21 de março, as gestantes receberam orientações sobre a importância da Fisioterapia Pélvica na gestação e no Pós parto . O encontro foi conduzido pela Fisioterapeuta voluntária Letícia Garcia Marciano, especialista no assunto e o objetivo foi orientar sobre exercícios, alongamentos, posicionamentos para alivio das dores. Foi mostrado algumas alterações fisiológicas que é comum durante esse período. Letícia explicou, que a fisioterapia pélvica atua do início da gestação até o pós parto,fazendo com que a gestante tenha facilidades para realizar suas atividades diárias pre-

parando o corpo e a musculatura pra que tenham uma boa experiência no parto tanto normal quanto cesária . “Foi um prazer fazer parte desse momento e poder ajudar um pouco as gestantes a passarem por esse período muito importante !” (Letícia Garcia) Os itens que compõem os enxovais distribuídos mensalmente às gestantes são recebidos em doações da comunidade e das ex-alunas do Colégio Santa Catarina que confeccionam e doam as roupinhas. Nos últimos meses percebemos um aumento muito grande na procura por esta ajuda e estamos realizando uma campanha de arrecadação. Precisamos de roupinhas, fraldas e mantas. As roupinhas usadas são preparadas e doadas para quem mais precisa. Se o seu bebê cresceu ou se você conhece alguém que tem roupinhas para doar, indique o Ambulatório da Glória! Sandra Hansen Coordenadora

Agradecimento

Agradecemos as doações recebidas por ocasião das Celebrações da Primeira Eucaristia da Paróquia da Glória e do Colégio Santa Catarina. Como gesto concreto de solidariedade, os catequizandos ofertaram pó de café e leite que foram doados para nossa instituição. Todas as doações recebidas serão utilizadas para compor as cestas básicas distribuídas para as famílias cadastradas e acompanhadas pelo Ambulatório!

Domingo Solidário

A partir do terceiro domingo de maio estará de volta o Projeto “Mercadinho da Caridade!”. Entregue nas missas da Igreja da Glória e da Capela de São Roque a sua doação de alimentos não perecíveis ou adquira com os nossos voluntários os itens que deseja doar.

Mercadinho da Caridade 21 e 22 de maio


de ridicularizar o interlocutor, mas presta atenção às razões do outro e procura compreender a complexidade da realidade. É triste quando, até na Igreja, se formam alinhamentos ideológicos, a escuta desaparece e dá lugar a uma oposição estéril.” Na verdadeira comunicação, acrescenta o Papa, o “eu” e o “tu” estão ambos “em saída”, inclinados um para o outro. Portanto, a escuta é o primeiro ingrediente indispensável do diálogo e da boa comunicação. “Não há bom jornalismo sem a capacidade de ouvir.” Aliás, este é um dos aprendizados basilares do jornalista: ouvir várias fontes.

Os perigos da “infodemia”

Ouvir o irmão para ouvir a Deus

“E

scutar com o ouvido do coração” é o título da mensagem do Papa Francisco para o 56º Dia Mundial das Comunicações Sociais, a ser celebrado no dia 29 de maio, festa da Ascensão do Senhor. No texto, o Pontífice analisa a dimensão na escuta em tempos de redes sociais e a sua importância no processo sinodal da Igreja. Depois de dedicar a mensagem precedente aos verbos “ir e ver”, o Papa escolheu outro verbo decisivo na gramática da comunicação: “escutar”. De que modo? Com o ouvido do coração.

A fé vem da escuta

O avanço da tecnologia comunicativa colocou à disposição podcasts e áudios em aplicativos, que demonstram que a escuta continua sendo essencial para a comunicação humana, condição para um autêntico diálogo. Entre os cinco sentidos, Deus parece privilegiar a audição. São Paulo dizia que “a fé vem da escuta”. “A escuta corresponde ao estilo humilde de Deus”, escreve o Papa. É essa ação que permite que Deus se revele como Aquele que, ao falar, cria o homem à sua imagem, e ao ouvi-lo,

o reconhece como seu interlocutor. “No fundo, ouvir é uma dimensão do amor”, mesmo se às vezes o homem tende a “tapar os ouvidos”. “Existe de fato uma surdez interior, pior do que a física. Ouvir, com efeito, não diz respeito apenas ao sentido da audição, mas à pessoa toda.” O verdadeiro órgão da audição, portanto, é o coração, ali sentimos o desejo de estar em relação com os outros e com o Outro. “Não somos feitos para viver como átomos, mas juntos.”

A escuta como condição da boa comunicação

Todavia, Francisco alerta para o oposto da ação de escutar, que é “espreitar”, “bisbilhotar”, sobretudo em tempos de redes sociais. Ao invés de nos escutarmos uns aos outros, “falamos uns sobre os outros”. Ao invés de procurarmos a verdade e o bem, procuramos o consenso, buscamos audiência. Estamos simplesmente à espera que a outra pessoa acabe de falar, a fim de impor o nosso ponto de vista. “A boa comunicação, ao contrário, não procura impressionar o público com uma piada de impacto, com a finalidade

Na Igreja, esse preceito se transforma em “ouvir várias vozes”, que permite exercer a arte do discernimento e se orientar numa sinfonia de vozes. Francisco cita o cardeal Agostino Casaroli, que falava de “martírio da paciência” em seu trabalho como diplomata, necessário para ouvir e ser ouvido. Para o Papa, a capacidade de ouvir é mais valiosa do que nunca. De fato, este tempo “ferido pela longa pandemia” levou à “infodemia”, isto é, ao grande fluxo de informações sobre um tema específico – neste caso sobre a Covid – nem sempre fundadas e críveis, gerando desconfiança na sociedade. Outro exemplo citado pelo Pontífice sobre a “arte de ouvir” vem do desafio representado pela migração forçada. Ouvir as experiências dos migrantes significa dar um nome e uma história a cada um deles. “Ouçamos estas histórias!”, exclama Francisco, encorajando os jornalistas a contá-las.

O “apostolado do ouvido”

O Papa conclui a mensagem analisando a dimensão da escuta dentro da Igreja. “Quem não sabe escutar o irmão, em breve já não será capaz de ouvir nem sequer Deus.” Na ação pastoral, a obra mais importante é o “apostolado do ouvido”, aponta Francisco. “Dar gratuitamente um pouco do seu tempo para ouvir as pessoas é o primeiro gesto de caridade.” “Na consciência de que participamos numa comunhão que nos precede e nos inclui, possamos redescobrir uma Igreja sinfónica, na qual cada pessoa é capaz de cantar com a própria voz, acolhendo como um dom as dos outros, para manifestar a harmonia do conjunto que o Espírito Santo compõe.”


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