PANROTAS 1.435

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Edição nº 1.435 - Ano 28 | 12 a 18 de agosto | www.panrotas.com.br

TIME DO HOSPITAL SÍRIO-LIBANÊS RESPONDE ÀS PRINCIPAIS DÚVIDAS ANTES DA VACINA CHEGAR

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PANROTAS — 29 de julho a 4 de agosto de 2020


29 de julho a 4 de agosto de 2020 — PANROTAS

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ÍNDICE

nº 1.435 | 11 a 18 de agosto de 2020 | www.panrotas.com.br

Página 06 Check-in - As notícias mais quentes da Aviação e do Turismo

Página 16 Editorial - A viagem segura depende de todos nós

Página 18 A regra é clara: protocolos médicos para uma viagem segura

Página 34 Artigo - Como a Hotelaria e o Turismo devem encarar a retomada

Página 36 Eventos - Afinal, vai ter Abav em 2020?

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Check-in Aviação

Volta gradual A Gol vem trabalhando para retomar a totalidade de suas operações o quanto antes. Na semana passada, durante a apresentação de balanço aos investidores, a diretoria da companhia aérea disse que a retomada será gradual mês a mês. A previsão da Gol é estar de volta em todos os seus mercados de antes da pandemia até dezembro deste ano. Para agosto, por exemplo, a companhia destacou o retorno a todos os seus principais mercados e a escolha de Salvador como hub da empresa no Nordeste. Em setembro, após o

fim das obras na pista principal do aeroporto de Congonhas, a aérea prevê um crescimento de frequências naquele terminal e mais ligações entre o CentroOeste e de lá para outras regiões do País. Com a proximidade do final do ano e a chegada da alta temporada, nos meses de outubro e novembro a Gol prevê retorno a todos os mercados, inclusive os regionais secundários e foco no mercado de lazer, além do internacional que, pelo que apuramos, deve retornar em outubro.

Paulo Kakinoff, presidente da Gol

Os planos da Copa

A Copa Airlines marcou para 4 de setembro o seu retorno com o voo São Paulo-Cidade do Panamá, duas vezes por semana. No dia 18 de setembro será a vez do Rio-Cidade do Panamá. Em outubro, devem voltar os voos de Brasília e Belo Horizonte. As ligações com o Nordeste devem

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ficar para o final do ano ou para 2021, dependendo da evolução da demanda e das restrições de viagens. Todas as datas são tentativas, já que as restrições do Panamá podem ser estendidas caso haja alguma mudança no controle da pandemia, mas já se encontram nos GDSs para reservas.

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A expectativa é que em setembro o Panamá não tenha mais restrições de viagens com o Brasil, sendo que nós já reabrimos as fronteiras aéreas a partir deste mês. Antes disso, porém, a partir de 14 de agosto, a Copa foi autorizada a fazer voos de conexão, via Centro de Operações Controladas no Aeroporto de Tocumen, para alguns países, às sextasfeiras e aos sábados (14 e 15, 21 e 22 e 28 e 29 deste mês). Ou seja, os passageiros não poderão ficar no Panamá e devem seguir as restrições de entrada nos destinos. De São Paulo, os voos sairão para a Cidade do Panamá (Aeroporto de Tocumen) e de lá conectam para Guayaquil e Quito, no Equador, Havana, Santo Domingo, Miami, Nova York e Santiago.


+Lidas da semana Portal PANROTAS

Mais Azul

1 Balanços da CVC têm indícios de manipulação no passado

2 Abav tira dúvidas sobre

retenção da comissão em cancelamentos

3 Portugal exige teste negativo

de covid-19 a passageiros do Brasil

4 CVC Corp contrata diretora de Governança Corporativa

5 Conheça a Nella, nova lowcost brasileira focada no regional

6 Governo anuncia "Black Friday brasileira" para impulsionar comércio

7 Veja os promovidos e

contratados do mês no Turismo

8 TRVL LAB traz 15 dicas para Setembro deve se consolidar como um passo definitivo no movimento de retomada da Azul Linhas Aéreas. Para o próximo mês, a companhia planeja ofertar 407 voos por dia para 88 destinos no Brasil e no Exterior. A malha projetada para o período alcança 45% da capacidade operada pela empresa antes da pandemia e representa crescimento de 570% na malha de 70 voos que foi operada em abril, no momento mais crítico da crise, quando havia apenas a chamada malha essencial no País. Nesse movimento de crescimento na oferta, a empresa volta a atender cidades que estavam com rotas interrompidas. Carajás (PA), no dia 1, Imperatriz (MA), no dia 2, Barreiras (BA), em 9 de setembro, Cascavel (PR) e Rio Verde (GO), no dia 14, são as cidades que voltarão a ser conectadas. O retorno da empresa a essas bases se soma à adição de frequências e ao início de novos mercados que serão operados pela companhia a partir do próximo mês.

Belo Horizonte, além de contar com ligações para Barreiras e Carajás, terá uma nova rota para Fortaleza e mais voos para Belém, Congonhas, Vitória, Uberlândia e Campinas. Já a capital pernambucana terá operações reforçadas para Congonhas, Santos Dumont, Fortaleza, Salvador e Natal. O aeroporto de Viracopos, em Campinas, será ligado com Cascavel, Rio Verde e Maceió, assim como receberá mais ligações para Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Presidente Prudente, Vitória, Cuiabá, Joinville, São Luís, Teresina, Juiz de Fora, Uberlândia, Petrolina, Maringá, Campo Grande, Curitiba, Santos Dumont, Porto Alegre e Belo Horizonte. Outra novidade será a retomada dos voos com o ATR 72-600 no mercado Campinas-Marília. A malha de setembro da Azul também trará novos voos de Belém para São Luís e Macapá, além da retomada das ligações entre Florianópolis e Porto Alegre.

a retomada das viagens

9 Conheça as medidas da MSC para o retorno dos cruzeiros

10 Azul prepara o lançamento da aérea regional Azul Conecta

Fonte: Portal PANROTAS

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Novidades nos ares

Com sede no Aeroporto Internacional de Brasília, a Nella Linhas Aéreas chega ao Brasil para oferecer voos no mercado regional, atendendo inicialmente as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Atualmente com 140 funcionários, a low-cost regional foi idealizada pelo brasileiro Mauricio Souza com o objetivo de chegar a cidades ainda não atendidas pelo serviço aéreo. Ainda sem previsão de voo inaugural, a companhia está em fase de confecção de manuais para atender às solicitações da Anac, mas espera iniciar

REGIONAL DA AZUL A partir da semana que vem, a Azul Linhas Aéreas lançará a Azul Co-

necta. Com uma frota de 17 aeronaves Cesna Gran Caravan para nove passageiros, esta será a companhia regional da Azul. Mais detalhes da Azul Conecta serão divulgados a partir de 11 de agosto, quando a companhia aérea lançará a marca oficialmente no aeroporto de Jundiaí, no interior de São Paulo. É lá onde fica o hangar da TwoFlex, empresa aérea regional adquirida pela Azul por R$ 123 milhões neste ano. Jundiaí também é vizinha a Campinas, onde fica o aeroporto de Viracopos, o hub da Azul Linhas Aéreas.

as reduções de salário para manter a sustentabilidade financeira. “Das três empresas que atuam no Brasil é a que remunera mais os tripulantes tanto em voos domésticos quanto em internacionais, por isso, a empresa tem a necessidade de equipararse às práticas do setor”, acrescenta a nota da empresa. O presidente da Latam Brasil, Jerome Cadier, chegou a gravar um vídeo aos funcionários explicando a necessidade dos cortes de salários serem permanentes e disse que o objetivo é a sustentabilidade da companhia. O presidente do SNA, Ondino Dutra Cavalheiro, disse que a categoria poderia aceitar uma redução temporária, como os acordos que foram feitos

com outras empresas do setor aéreo. “Embora a categoria não esteja disposta a fazer uma negociação de redução permanente de salário, a categoria e o sindicato têm disposição, sim, de continuar negociando uma redução de salário e jornada temporária para preservação dos empregos”, enfatizou em transmissão para comentar o anúncio das demissões. Segundo Cavalheiro, a empresa informou que serão demitidos 315 comandantes, 349 copilotos e 2.058 comissários de voo. Ainda de acordo com sindicalista, houve a adesão de 139 comissários, 33 comandantes e sete copilotos ao programa de demissão voluntária proposto pela empresa entre 31 de julho e 4 de agosto.

as operações em breve. Inicialmente, a frota da Nella será composta por quatro aeronaves do modelo ATR-42, com capacidade para 42 passageiros em classe única e serviço de streaming gratuito. “Acredito que a nossa excelência no atendimento tem que ser a mesma na segurança, por isso dependemos da aprovação da Anac para a inauguração”, ressaltou Souza.

Sem acordo A Latam vai demitir ao menos 2,7 mil tripulantes devido à crise causada pela pandemia do novo coronavírus. A empresa propôs redução permanente dos salários dos funcionários, o que não foi aceito pelos trabalhadores nas assembleias conduzidas pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA). “As circunstâncias excepcionais causadas pela pandemia resultaram em um colapso na demanda global que não apenas levou a aviação a praticamente uma paralisação, mas também mudou o setor para o futuro próximo”, justificou a empresa em nota sobre as dispensas. A empresa disse ainda que já tinha, em outras ocasiões, tentado fazer

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Mercado

CVC Corp sob nova direção Emerson Belan

Eliane Lapa

Marcos Pinheiro

Diretor executivo das unidades B2C da CVC Corp, que incluem a CVC Operadora e a Experimento, Emerson Belan pediu demissão e deve ficar no cargo até novembro, fazendo a transição com seu sucessor, que deve ser Daniela Bertoldo, ex-Santander. Belan havia sido promovido a diretor B2C na recente mudança realizada pelo CEO do grupo, Leonel Andrade. Na mesma ocasião, Luciano Guimarães ficou com todas as unidades B2B, incluindo as consolidadoras RexturAdvance e Esferatur, e as operadoras Trend e Visual. Já as unidades de negócios on-line (Submarino Viagens, Almundo Brasil e CVC.com. br) estão sob a direção de Túlio Maia, que recentemente chegou à CVC Corp. Além da saída futura de Emerson Belan, o grupo anunciou a chegada de quatro novos executivos, sendo que três em cargos criados recentemente. Melina Vacopoulos Vidaller, ex-Smiles e Whirlpool, é a nova diretora de Clientes, cargo criado pelo CEO Leonel Andrade. Ela cuidará de Pricing, Revenue Managemet, CRM e Qualidade, para “trabalhar a visão integrada de todos os clientes da CVC

Corp e gestão do ciclo de vida, políticas de preços e oferta”. Em entrevista ao Portal PANROTAS logo após assumir, Leonel Andrade havia dito que uma das prioridades era intensificar a relação com os clientes em toda a sua jornada. A criação da diretoria de Melina está alinhada com esse desejo. Foco no cliente e em sua jornada são os objetivos das novas diretorias, segundo comunicado da CVC Corp. Outra diretoria recém-criada é a de Desenvolvimento de Negócios, aos cuidados de Marcos Pinheiro. Sob sua direção estão o Planejamento Estratégico e o acompanhamento das ações de cada área, além de iniciativas para gerar novas receitas e negócios para o grupo, como, por exemplo, cartões cobranded e produtos de fidelização. Para as unidades de negócios on-line foi contratado Tulio Maia Oliveira, cuidando do site da CVC (cvc.com. br), Submarino Viagens e Almundo Brasil. Tulio Maia já trabalhou no Banco Carrefour, na Smiles e no HSBC. E para a nova diretoria de Governança Corporativa foi contratada Eliane Lapa.

Melina Vacopoulos Vidaller

Tulio Maia

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Indícios de manipulação nos balanços

A CVC Corp informou que concluiu o processo de revisão e reconciliação de sua escrituração contábil, realizado em decorrência da identificação de distorções em balanços anteriores (em um montante de R$ 362,38 milhões); finalizou as demonstrações financeiras de 2019; e que os trabalhos dos auditores independentes ainda estão em andamento, incluindo a revisão dos procedimentos de investigação e um parecer sobre o que ocorreu. Há suspeita de manipulação de dados por ex-colaboradores da CVC e de ocultação dos erros dos auditores externos. Por isso, a CVC divulgou demonstrações financeiras de 2019 não auditadas, ainda sem a conclusão dos trabalhos dos auditores independentes. Essas demonstrações já contemplam os ajustes decorrentes das distorções identificadas, que chegam a um total de R$ 362,38 milhões (a previsão inicial era de erros contábeis de R$ 250 milhões, depois aumentados para R$ 350 milhões e que agora chegam a esse novo valor). Desse total, R$ 93,8 milhões são referentes ao exercício de 2019, causando redução na receita líquida consolidada de R$ 88,6 milhões e aumento da despesa con10

solidada de variação cambial de R$ 5,26 milhões. Outros R$ 135,1 milhões são erros referentes ao exercício de 2018, causando redução na receita líquida consolidada de R$ 127,24 milhões e aumento da despesa consolidada de variação cambial de R$7,86 milhões. E R$ 133,44 milhões são referentes a exercícios anteriores a 2018, causando redução do patrimônio líquido em 1º de janeiro de 2018 neste montante. A CVC Corp informa que esses erros ou ajustes contábeis, não terão impacto sobre a geração e os saldos de caixa reportados nas demonstrações financeiras, uma vez que o capital de giro reportado no período seria diminuído no mesmo montante; e os valores foram devidamente transferidos aos fornecedores. O impacto desses erros no lucro líquido da companhia foi reduzido pelo lançamento de crédito referente à recuperação de impostos de renda e contribuição social que foram pagos indevidamente, estimados em R$ 55 milhões. CAUSAS DOS ERROS Os relatórios finais apresentados pela Comissão Especial de Apu-

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ração ao Conselho de Administração apontam deficiências nos sistemas, processos e controles relacionados à escrituração contábil da CVC Corp. Segundo os relatórios, essas deficiências contribuíram para ocorrência de distorções acima mencionadas nas demonstrações financeiras. Além disso, os relatórios identificaram: evidências de que deficiências nos controles internos contribuíram para a ocorrência das distorções contábeis; evidências de que as deficiências acima referidas foram ocultadas por colaboradores da CVC inclusive dos auditores externos; e indícios, ainda não conclusivos, de que os resultados da CVC podem ter sido intencionalmente manipulados. A CVC Corp disse que espera divulgar as suas demonstrações financeiras auditadas referentes ao exercício de 2019 até 31 de agosto deste ano, mesma data para as informações financeiras intermediárias referentes ao primeiro trimestre de 2020. DADOS FINANCEIROS Os dados financeiros não auditados da CVC Corp em 2019 incluem: Receita líquida de vendas de R$ 1,76 bilhão (+14,6%);


Lucro bruto de R$ 1,62 bilhão (+14,8%); Lucro antes do resultado financeiro de R$ 342,8 milhões (-24,2%); Lucro antes do IR e contribuição social de R$ 116,9 milhões (-54,8%); Lucro líquido de R$ 47 milhões (-65,3%); DESPESAS OPERACIONAIS Despesas de vendas: as despesas com vendas atingiram R$290,6 milhões, um crescimento de 23,6% em comparação a 2018, em função de maiores gastos com marketing. Perda Estimada por valor recuperável: as despesas com perdas estimadas atingiram R$48,3 milhões, um aumento de 27,1% em comparação a 2018, em função do aumento da carteira pró-

pria de financiamento e de uma política de provisionamento para perdas mais conservadora. Despesas Gerais e Administrativas: as despesas gerais e administrativas cresceram 16,8% em 2019 em comparação a 2018, totalizando R$653,2 milhões, devido à maior estrutura administrativa advinda das aquisições feitas no período e aumento do custo de mão de obra pelos ajustes salariais no período. Depreciação e Amortização: as despesas com depreciação e amortização aumentaram 33% em 2019 em comparação a 2018, totalizando R$151,9 milhões, em função do aumento da base de ativos pelas aquisições realizadas no período e pelo maior volume de investimentos feitos, principalmente na digita-

Black Friday federal O governo federal, por meio da Secretaria Especial de Comunicação Social, anunciou a realização de uma nova edição da Semana Brasil, campanha de vendas do comércio nos moldes da Black Friday. De acordo com o governo, o evento, que ocorrerá entre os dias 3 e 13 de setembro, tem como objetivo “unir todo o comércio e varejo do País para celebrar a retomada, com segurança, da economia e dos empregos”. Assim como em 2019, o Turismo deverá ser um dos setores com maior participação no evento. “A Semana Brasil, iniciativa da Secretaria Especial de Comunicação Social do Ministério das Comunicações, coordenada pelo Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), conta com três pilares: colaboração, otimismo e oportunidade. Ela será a primeira data comemorativa do varejo após a reabertura

do comércio. Com ofertas especiais oferecidas durante o período do evento, espera-se iniciar uma retomada robusta da economia nacional", disse a nota divulgada pelo órgão. A expectativa do governo é de que o evento em 2020 traga resultados bastante favoráveis para a economia brasileira. “A Semana em 2020 vai se tornar o ponto de partida de um novo tempo para o comércio, tempo de normalização da relação econômica entre pessoas e empresas. Faremos tudo isso com respeito às normas de segurança sanitária, com empresários e consumidores cientes da importância da manutenção e fomento das relações comerciais, bem como do cuidado com a saúde do próximo”, disse o secretário-executivo do Ministério das Comunicações, Fabio Wajngarten.

lização da companhia. Outras despesas operacionais, líquidas: outras despesas operacionais totalizaram R$134,4 milhões em 2019 em comparação a R$14,3 milhões, em função dos gastos e perdas relacionados à Avianca que ocorreram em 2019, bem como aumento com gastos para provisão de contingências no período devido ao aumento de processos cíveis; efeitos estes parcialmente mitigados pela reversão de passivo contingente da empresa adquirida anteriormente – a Trend. O resultado financeiro líquido totalizou uma despesa de R$225,8 milhões em 2019 em comparação a R$193,4 milhões em 2018, devido principalmente ao aumento do endividamento líquido médio da companhia no período.

Presidente Jair Bolsonaro

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MP sobre reembolsos e remarcações aprovada

O Plenário do Senado aprovou a medida provisória que estabelece regras para cancelamento e remarcação de reservas, eventos e serviços turísticos e culturais em razão da pandemia de covid-19 (MPV 948/2020). O texto diz ainda que "os valores por serviços de agenciamento e intermediação já prestados, como taxa de conveniência e/ou entrega, serão deduzidos do crédito decorrente de evento cancelado". A Abav comemorou o resultado, pois a MP garante as regras para as remarcações e cancelamentos daqui para frente, período de retomada lenta e muitos desafios para o setor. O texto coloca à disposição dos prestadores de serviços afetados pela pandemia várias opções para oferecerem aos clientes. Ingressos, reservas, passagens aéreas e outros tipos de compras poderão ser remarcados dentro de prazo específico ou convertidos em crédito com o prestador. Caso a opção seja por reembolso, o prestador poderá fazer acordo com o cliente para devolução dos valores ainda durante a pandemia. Caso contrário, terá até 12 meses depois do fim do estado de calamidade (previsto para 31 de dezembro) para fazer a restituição integral. Estão incluídos na medida, no setor do Turismo: meios de hospedagem (hotéis, albergues, pousadas, aluguéis de temporada, airbnbs), agências de turismo, empresas de transporte turístico, organizadoras de eventos, parques temáticos e acampamentos. No setor 12

da cultura: cinemas, teatros, plataformas digitais de vendas de ingressos pela internet, artistas (cantores, atores, apresentadores e outros) e demais contratados pelos eventos. Em todas as situações tratadas pela MP, as relações de consumo são caracterizadas como hipóteses de caso fortuito ou força maior e não permitem ações por danos morais, aplicação de multa ou outras penalidades. VIAGENS Segundo entidades do setor, a taxa de cancelamento de viagens em março ultrapassou os 85%. O Turismo é um dos segmentos mais afetados pelo surto de covid-19. De acordo com a MP, em caso de cancelamento de serviços como pacotes turísticos e reservas em meios de hospedagem, o prestador de serviços não será obrigado a reembolsar imediatamente os valores pagos pelo consumidor, desde que ofereça opções ao cliente. EVENTOS De acordo com o texto, a remarcação dos eventos adiados deverá ocorrer no prazo de 12 meses, contado do fim do estado de calamidade pública, previsto para 31 de dezembro de 2020. Essa remarcação deverá respeitar os valores e as condições dos serviços originalmente contratados. Uma alternativa à remarcação é a concessão de crédito para uso ou

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abatimento na compra de outros serviços, reservas e eventos disponíveis nas respectivas empresas. Nesse caso, o crédito também poderá ser usado em 12 meses após o fim da calamidade pública. Em qualquer das situações (remarcação ou crédito), as tratativas deverão ser sem custo adicional, taxa ou multa ao consumidor, desde que a solicitação seja feita no prazo de 120 dias, contado da comunicação do adiamento ou cancelamento dos serviços ou ainda nos 30 dias antes da data marcada para o evento adiado, o que ocorrer antes. PRAZOS Se o consumidor for impedido de solicitar remarcação ou crédito no prazo em razão de falecimento, internação ou força maior, o prazo contará novamente para o interessado, para o herdeiro ou sucessor, contando a partir da data do fato. Caso o consumidor perca o prazo por qualquer outro motivo, o fornecedor será desobrigado de fazer o ressarcimento. As regras valerão também para eventos adiados novamente por causa da pandemia e para empresas ou prestadores de serviços que tiverem recursos a receber de produtores culturais ou artistas em razão de adiamento. DEVOLUÇÃO Apenas se o prestador ficar impossibilitado de oferecer remarcação ou concessão de crédito ele deverá devolver o dinheiro ao cliente em até 12 meses, contados do fim da calamidade pública. Originalmente a MP previa correção monetária do valor a ser devolvido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E), mas essa regra foi removida pelo Congresso. Os valores por serviços de agenciamento e intermediação já prestados, como taxa de conveniência e/ou entrega, serão deduzidos do crédito decorrente de evento cancelado.


Destinos

Fronteiras reabertas, mas com condições Fechadas desde março devido à pandemia de covid-19, as fronteiras aéreas brasileiras estão reabertas para visitantes internacionais, de todas as nacionalidades. Fronteiras terrestres e aquaviárias seguem fechadas, exceto para venezuelanos, por pelo menos mais um mês. No entanto, um novo requisito é obrigatório. Em edição extra do Diário Oficial da União publicada no dia 29 de julho, fica decretado que "o passageiro estrangeiro em viagem de visita ao País para estada de curta duração, de até 90 dias, deverá apresentar à empresa transportadora, antes do embarque, comprovante de aquisição de seguro saúde válido no Brasil e com cobertura para todo o período da viagem, sob pena de impedimento de entrada em território nacional pela autoridade migratória por provocação da autoridade sanitária." PORTUGAL As autoridades portuguesas determinaram que todos os passageiros dos

voos provenientes do Brasil devem apresentar o teste molecular RT-PCR negativo em relação à covid-19, realizado nas 72 horas que antecedem o voo, ou será recusado o embarque do passageiro para o seu voo. Desde o dia 1º deste mês, todos os passageiros que tenham como destino final Portugal, inclusive cidadãos portugueses e passageiros residentes em Portugal, só poderão embarcar no Brasil se apresentarem o teste RT-PCR para covid-19 no momento do embarque. Para auxiliar os passageiros a se adequarem a essa obrigatoriedade, a Tap Air Portugal fez uma parceria com os laboratórios Fleury, em São Paulo, e Clínica Felippe Mattoso, no Rio de Janeiro. A parceria dá uma condição especial de 25% de desconto para os clientes Tap em parceiros que estão comprometidos em entregar o resultado do exame em até 72 horas antes do embarque, como determinam as autoridades portuguesas. Em breve novas regiões podem ser contempladas com parcerias como esta.

Em agosto, a Tap retoma as operações para Belo Horizonte, Fortaleza e Recife, e em setembro volta a voar também para Brasília e Salvador. As operações para São Paulo e Rio de Janeiro também foram reforçadas - São Paulo passou de quatro voos semanais para voos diários e o Rio de janeiro passou de duas frequências semanais para quatro, sendo três frequências Rio – Lisboa e uma frequência semanal Rio de Janeiro – Porto.

Réveillon descentralizado O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Podemos), afirmou que o Réveillon terá shows distribuídos por diversos pontos da cidade, confirmando assim a tendência de descentralização da festa este ano. De acordo com ele, a intenção é diminuir aglomerações e assim evitar o contágio em massa da população pelo novo coronavírus. Crivella elencou ainda alguns locais que devem receber as atrações: o Cristo Redentor, a Praia de Botafogo, praia da Barra da Tijuca e o Aterro do Flamengo. Segundo informou o prefeito, separar os eventos em grupos menores possibilita ter melhor contro-

le das aglomerações. Assim, as duas milhões de pessoas de Copacabana teriam outras opções de festa e o distanciamento social e regras de saúde poderiam ser aplicado. Apesar de confirmar a intenção, a prefeitura não revelou maiores detalhes sobre as festas e informou que vai submeter a ideia a um debate com a Riotur, com o setor de hotéis e com o comitê científico da cidade. A pressão da hotelaria da cidade, que protestou contra um réveillon 100% virtual, foi determinante para que a prefeitura repensasse uma forma diferente de fazer a festa. 12 a 18 de agosto de 2020 — PANROTAS

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Viagens Corporativas

foto: Pixabay

Invasão milionária

A agência de viagens corporativas global CWT teve de desembolsar US$ 4,5 milhões a hackers que invadiram seu sistema, paralisaram uma enorme quantidade de dados e cobraram o "resgate" em bitcoins no último final de semana do dia 1º de agosto. Cerca de 30 mil computadores foram afetados pelos criminosos. A CWT confirmou o ataque cibernético e não foi muito adiante nos esclarecimentos, devido ao estágio inicial das investigações, mas aponta que clientes e viajan-

tes não foram afetados e nem tiveram seus dados comprometidos. "Podemos confirmar que depois de temporariamente desligar nossos sistemas como uma medida de precaução, nossa plataforma ficou novamente on-line e o incidente está resolvido. Por mais que as investigações estejam no início, nós não temos indício de que informações pessoais de clientes e viajantes tenham sido comprometidas", apontou a TMC, em comunicado oficial, também infor-

mando que as autoridades legais foram acionadas imediatamente. RESPOSTA DA CWT BRASIL O escritório brasileiro da TMC entrou em contato com a PANROTAS para se pronunciar a respeito da notícia. A CWT confirma o ataque, mas repete o discurso da matriz de que não há indícios de que dados de clientes tenham sido afetados. "A CWT sofreu um incidente cibernético no final de semana (dias 1 e 2 de agosto). Nós podemos confirmar que, depois de temporariamente desligar nossos sistemas como medida de precaução, os mesmos ficaram online novamente e o incidente foi resolvido. Nós lançamos imediatamente uma investigação e contratamos especialistas forenses externos para avaliação. Embora as investigações estejam em curso, em estágio inicial, não temos qualquer indicação que aponte comprometimento de informações de empresas, clientes e viajantes. A segurança e a integridade dos nossos clientes é nossa prioridade máxima."

De cara nova A plataforma de vendas da RexturAdvane e da Trend, Reserva Fácil, ganhou atualizações. Segundo a CVC Corp, o sistema está com navegabilidade mais simples e intuitiva graças a um novo menu funcional. A página de login também foi atualizada para se tornar um ambiente mais convidativo ao públicoalvo exclusivo da ferramenta, que são os agentes de viagens. "Os agentes de viagens trabalham muitas horas dentro do Reserva Fácil, com alguns intervalos de inatividade que fazem a ferramenta ‘deslogar’ por motivos de segurança. As novidades foram adotadas tanto para providenciar um ambiente mais agradável quanto para facilitar a usabilidade dos nossos 14

parceiros e otimizar sua rotina de trabalho", aponta o diretor de Vendas das unidades RexturAdvance e Trend para São Paulo, Norte e Nordeste, Flávio Marques. As mudanças foram feitas com base na utilização dos profissionais e as funcionalidades ganharam nova disposição. De acordo com a CVC Corp, a atualização também trouxe campos com ícones personalizados que podem ser minimizados, oferecendo mais espaço para buscas, reservas e emissões. "A tela de login foi atualizada com plano de fundo dinâmico, que deixa o ambiente mais agradável e convidativo, incentivando a produtividade", conclui Marques.

PANROTAS — 12 a 18 de agosto de 2020

Flávio Marques


Apoio a agências

+Lidas da semana PANCORP 1 Abav tira dúvidas sobre

retenção da comissão em cancelamentos

Reginaldo Albuquerque

2 TRVL LAB traz 15 dicas para a retomada das viagens

3 Azul prepara o lançamento da aérea regional Azul Conecta

4 Sistema da CWT é invadido por hackers

5 Abav diz que MTur já tem

pronta nova MP para IRRF a 6%

6 Morgan Stanley compra mais ações da CVC e vai a 5,2%

7 Gol voltará a 90% de seus destinos domésticos em agosto

8 Globalis vai apoiar agências A Globalis, empresa do Grupo Arbo, lançou o Nossa Parceria, programa de terceirização cujo objetivo é apoiar agências de viagens corporativas e de eventos para enfrentar a crise mundial nos dois setores. Por meio do programa, as agências podem manter suas marcas e clientes, mas terceirizam sua operação para a Globalis, ganhando fôlego para permanecerem ativas no mercado. O programa também atende profissionais do Turismo que perderam espaço no mercado de trabalho nesse período, mas querem seguir na área mantendo sua carteira de clientes. Para estabelecer as novas parcerias, a companhia oferece a estrutura completa e a expertise de suas duas empresas, Globalis TMC e Globalis Eventos, ambas com operações consolidadas após dez anos de mercado. Além da operação, que pode incluir o departamento financeiro, sistemas e fornecedores, a empresa assume os possíveis riscos dos novos negócios – o que dá, segundo a Globalis, confiança e segurança para os novos parceiros, que passam a se preocupar apenas com

o atendimento e o relacionamento comercial com seus clientes. “Estamos oferecendo uma forma segura de continuidade para empresas que construíram sua história durante anos e agora estão ameaçadas. É uma oportunidade para que elas continuem no mercado e sigam em frente operando por meio da Globalis e trabalhando com seus clientes, que não podem ser abandonados no mercado”, disse o CEO da companhia, Reginaldo Albuquerque. Na prática, cada CNPJ que entrar no programa vai virar uma nova unidade de negócios dentro da Globalis, tanto na área de viagens corporativas como de eventos. E poderá ampliar sua atuação, oferecendo e comercializando produtos com os quais não trabalhava – como, por exemplo, as viagens de incentivo ou lazer. Nesse novo modelo, as três partes saem ganhando: as empresas podem atravessar a crise e sair dela ainda mais fortes, seus clientes continuam com o atendimento e a relação comercial com os quais já estão acostumados, e a Globalis amplia sua atuação no mercado.

de viagens corporativas e de eventos

9 Reserva Fácil, de

RexturAdvance e Trend, ganha novo menu

10 Ana Masagão deixa GJP;

Rodrigo Vaz assume diretoria de Vendas

Fonte: PANCORP

12 a 18 de agosto de 2020 — PANROTAS

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Editorial

A VIAGEM SEGURA DEPENDE DE TODOS NÓS Governos de Estados e municípios do Brasil e de países de todo o mundo criaram um emaranhado de regras, cores e restrições às viagens e ao funcionamento de estabelecimentos, o que torna o desejo e a necessidade de viajar uma verdadeira odisseia de pesquisas, buscas e consultas de informações antes de se tomar a decisão. Mas o ser humano consegue ser tão ou mais diverso que essas regras dos governos e nossa mente convence facilmente o restante do corpo em relação ao que se quer, ao que é possível, ao que se pode fazer nesse momento. Os viajantes, assim como os destinos, têm timing próprios, desejos e necessidades que diferem por grupos, famílias e indivíduos. Esta semana a Revista PANROTAS traz uma entrevista com um especialista do Hospital Sírio Libanês, com dúvidas,

perguntas e dicas sobre como viajar em segurança durante a pandemia. Afinal, as empresas e destinos já estão preparando diversas opções de viagem segura neste momento pré-vacina. A decisão da viagem é de cada um, baseada em fatos, recomendações, proibições e necessidades (e o desejo, muitas vezes, é uma dessas necessidades). Mas o ato de viajar (como já era antes) precisa levar em conta o outro, o entorno, os moradores e funcionários dos destinos e empresas visitadas. Portanto, nessa fase de pré-retomada das viagens, em que muitos destinos já permitem deslocamentos, visitas e estadas (ao contrário do início da pandemia, onde sequer havia voos ou fronteiras abertas), é preciso decidir e, mais que tudo, aderir a regras e protocolos.

Antes de viajar, leia nossa reportagem e reflita sobre os seguintes itens: A decisão de viajar é sua e de mais ninguém. Ela precisa se basear no que estabelecem autoridades, destinos e médicos, mas também em suas necessidades. Precisa viajar a trabalho? Sua saúde mental pede uma escapada? A família precisa de férias? Decisão tomada, escolha o melhor local para atender a esses fins, e os melhores meios. Uma nova forma de viajar veio para ficar e aos poucos vamos nos adaptando e vendo que há alternativas e experiências para atender ao que desejamos, com segurança e prazer.

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Aderir aos protocolos não é uma decisão sua. É uma obrigação. E respeito a quem viaja com você, a quem vive em sua casa ou comunidade (afinal, você irá retornar, certo?), a quem trabalha em uma das atividades turísticas usadas em sua viagem e a quem vive no destino escolhido por você. A adesão aos protocolos é mais importante que túneis de desinfecção e tapetinhos para limpar sapatos. Portanto: lave as mãos com água e sabão (ou use álcool gel ou álcool 70%), não leve as mãos às mucosas da boca, nariz e olhos sem lavá-las antes, use máscara quando for requisitado e mantenha o distanciamento social. São as melhores formas de evitar contagiar e ser contagiado (não só em relação à covid, mas também outras doenças, como a própria gripe).

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Quebrar uma das regras de obrigatoriedade pode levar a atrasos, problemas com as autoridades, mais estresse e importunação aos demais. Não é isso que queremos em uma viagem, certo?

Ouça os profissionais de Turismo e de saúde. É possível fazer Turismo com protocolos e ter uma experiência boa para todos. O timing de viajar, repetimos, é a soma dos seus desejos e necessidades com as regras de governos, autoridades, empresas e destinos.

Viajar nesse momento tem todos esses protocolos, mas as empresas estão investindo dinheiro, treinando funcionários e se adaptando para que a experiência seja a melhor possível. Com cada um fazendo sua parte de forma responsável, a indústria vai se rearrumando e mostrando o que é possível e viável.

Já há um movimento de viagens a trabalho e a lazer, especialmente de curta distância. Ainda não se pode chamar a fase atual de retomada, mas a quantidade de hotéis e atrações abertos, e de voos retomados mostra que as pessoas já estão viajando (e frequentando bares, restaurantes e novas modalidades de entretenimento, como os ressurgidos drive-ins) e que é possível. Muitos estão revendo parentes, escapando em finais de semana e mudando de ambiente para relaxar. Essa viagem entre confinamentos deve durar mais algum tempo, até que a retomada de fato apareça. E ela vai aparecer logo, logo.

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Fiscalize, critique, elogie, compartilhe sus experiências para que o Turismo esteja cada vez mais seguro e adaptado ao novo momento. Na dúvida, pergunte a um especialista ou profissional da empresa que está prestando os serviços.

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Atenção às regras dos produtos e serviços de Turismo. O setor está investindo em flexibilidade, para que o viajante tenha segurança e meios de alterar seus planos por qualquer motivo. Isso faz a diferença: mais uma vez, não queremos viajar para nos estressar.

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Veja se todos os membros do seu grupo ou família estão prontos para uma viagem, seja ela curta ou mais demorada. A adesão e entendimento de todos é muito importante.

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Se não quiser ou puder viajar agora, respeite o momento dos demais (como dissemos, há quem esteja viajando por necessidade e obrigação) e aconselhe a todos para seguirem as orientações das autoridades, aderindo aos protocolos. E continue a planejar sua volta aos céus, estradas e mares do País e do mundo, pois com certeza você está ansioso para esse retorno e ele logo chegará, seja no final do ano, mais para frente em 2021, ou nas oportunidades que podem aparecer a qualquer momento, pois nessa pandemia tudo tem sido bastante rápido e dinâmico. Boa leitura, boas escolhas, boa viagem.n

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Artur Luiz Andrade Editor-chefe e Chief Communication Officer da PANROTAS artur@panrotas.com.br

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Viagem segura Artur Luiz Andrade

A REGRA É CLARA:

MÁSCARA, MÃOS LIMPAS E DISTANCIAMENTO Gerente do Hospital Sírio Libanês traz dicas e recomendações para o viajante

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Referência latino-americana em saúde, o Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, foi o parceiro escolhido pela rede de hotéis GJP para criar um programa específico de protocolos de saúde, para que seus hóspedes tivessem uma garantia a mais sobre segurança na hospedagem. Pegando o gancho da parceria com a GJP (leia mais na página 28), pedimos ao gerente de Consultoria do HSL, Rafael Saad Fernandez, que respondesse a algumas dúvidas e desse dicas de como os viajantes devem se portar nas viagens nesse período de protocolos e novas medidas. Saad topou na hora e buscou as respostas junto ao time de médicos do Sírio. Confira a seguir, as dicas, recomendações e até a queda de alguns mitos para a viagem segura em época de pandemia. A adesão dos cuidados por todos é fundamental, especialmente em relação à higienização das mãos (que não devem ser levadas às mucosas sem estarem limpas), distanciamento social e uso de máscara.

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O uso de máscaras é obrigatório na maioria dos lugares. A máscara de algodão, caseira, é recomendada? Ou apenas as equivalentes à N95? A máscara tipo face shield (com um visor que protege também os olhos) é recomendada em alguma situação específica? RAFAEL SAAD – A máscara de tecido é a recomendação da OMS para a população em geral. Se usada corretamente, ela reduz significativamente o risco de contaminação. A máscara N95 é utilizada por

profissionais da saúde em ambientes com risco alto de contaminação, possuindo um nível de filtragem maior. O face shield é um item de proteção adicional utilizado por rotina na saúde para procedimentos que possam gerar muitas gotículas e/ou aerossóis, como a intubação de um paciente com covid. No entanto, temos recomendado a face shield para profissionais que trabalham com alta exposição pela frequência de contato com pessoas – um profissional em uma recepção, num caixa, por exemplo. Sempre associado ao uso da máscara.

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Estando ao ar livre, é recomendado o uso de máscara mesmo assim? RAFAEL SAAD – Tem se adotado a recomendação de uso da máscara em todos os ambientes. Independentemente de estar sozinho ou não... Ouvi um amigo dizendo que foi ao Japão e que as pessoas aguardam o semáforo ficar verde para atravessar mesmo em ruas vazias e sem movimento. Ele perguntou a um japonês o motivo, e ele disse: uma criança pode estar olhando. Se você acha que não há risco para você nessa atitude, então pense no exemplo.

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As viagens de carro são realmente mais seguras nesse momento? E como fazer no percurso? Não parar na estrada? Como usar os banheiros públicos? RAFAEL SAAD – As viagens de carro em família vão gerar menos risco pelo fato de

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envolverem as pessoas com as quais normalmente você já tem contato e não há uma possível exposição como ocorreria ao sentar lado a lado com desconhecidos em um ônibus ou avião. Nas paradas, convém seguir todos os cuidados – máscara, higiene das mãos antes e depois de tocar em alimentos ou objetos que sejam frequentemente tocados.

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Que cuidados devemos ter em aeroportos e aviões? São ambientes com maior risco de exposição ao vírus? Viagens longas de avião são recomendadas? Alguma recomendação durante o voo? RAFAEL SAAD – Os estudos demonstram que o risco maior está no trajeto até o avião do que no próprio voo. Os aviões são equipados com filtros de ar bastante efetivos e potentes, no entanto, sentar-se próximo de outros passageiros pode ser um risco. Por isso a recomendação de evitar sentar próximo a outros passageiros que não sejam da sua família (convém manter ao menos um assento de distância para evitar contaminação por gotículas se um outro passageiro espirrar ou tossir por exemplo).

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Os filtros HEPA para sistemas de ventilação também são usados em hospitais. Onde eles devem ser adotados por empresas de Turismo, como fazem as aeronaves? RAFAEL SAAD – São filtros para ambientes confinados, como salas cirúrgicas e leitos de pacientes com doenças infecciosas. A aviação adota esse modelo pela potência, associado a uma grande renovação do ar.

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Que cuidados devemos ter em um ambiente fechado e com mais pessoas, como um hotel? RAFAEL SAAD – Em todo espaço que frequentarmos

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a recomendação é sempre a mesma: manter distanciamento social, utilizar máscara de forma adequada e higienizar com muita frequência as mãos.

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Como foi o trabalho do Sírio com a GJP? Quais os maiores desafios? É um tratamento hospitalar para o ambiente hoteleiro? RAFAEL SAAD – Estamos levando tudo que é possível transpor de boas práticas em ambientes hospitalares com hotelaria premium para as unidades do GJP. A área de Hotelaria no Sírio-Libanês tem uma importância muito grande e consideramos junto com a qualidade da assistência um dos diferenciais de nossos serviços. Transpor isso para um ambiente como o de hotéis é bastante desafiador – no ambiente hospitalar o paciente aceita mais facilmente se submeter a práticas de segurança rigorosas, porque está ali justamente buscando isso. Nos hotéis as pessoas esperam por lazer e liberdade, está sendo complexo levar essa mensagem de cuidados, mas a postura do hóspede será seguramente muito decisiva para a segurança de todos.

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Tapetes e túneis de desinfecção, que muitos hotéis estão adotando, são eficientes no combate ao vírus? RAFAEL SAAD – Os túneis já foram alvo de recomendação da própria Anvisa para não serem utilizados nesse contexto. Eles ser-

vem para reduzir a carga viral sobre profissionais de saúde que tenham sido muito expostos a ambientes contaminados, de modo a reduzir o risco de contraírem a doença ao retirar seus EPIs. Usar para entrar em um ambiente não traz nenhuma segurança, pois uma pessoa infectada vai passar pelo túnel e continuará saindo infectada do outro lado. A contaminação pelo piso também não apresenta evidências científicas. Daí a recomendação de não utilizar os tapetes, pois incorrem em um custo desnecessário. Contudo, essas medidas impressionam o hóspede que não tenha sido adequadamente orientado e muitas redes estão usado isso como estratégia de marketing e não com a preocupação real com a saúde.

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O lobby do hotel é um ambiente de maior circulação. Quais os cuidados nesse local? RAFAEL SAAD – Segue a mesma recomendação dos demais espaços públicos: distanciamento, máscara, higiene frequente das mãos.

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E nos restaurantes? Devem ser evitados e substituídos pelo room service? Os bufês de café da manhã ou almoço devem ser abolidos pelos hotéis? RAFAEL SAAD – Em muitos Estados está proibido servir alimentos em bufês. A preferência deve ser pelo à la carte. Eu privi-

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legiaria o room service, mas os espaços de alimentação estão sendo adaptados para receber clientes com maior segurança – distância entre mesas, reforço na higiene, não exposição de alimentos a potencial risco de contaminação, treinamento das equipes etc.

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No quarto, quais as recomendações? O passageiro pode querer limpar ele mesmo algumas áreas da acomodação. Isso é recomendado? O mesmo nos assentos da aeronaves... RAFAEL SAAD – A limpeza pode ser feita por qualquer pessoa utilizando preferencialmente os panos descartáveis e álcool 70%. O risco na verdade não está em sentar-se em um local contaminado, mas de levar a mão suja aos olhos e boca. O reforço na limpeza tem esse foco.

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O vírus pode se espalhar pelo sistema de ar condicionado central? Melhor escolher hotéis com aparelhos split? Qual foi a recomendação do Sírio para os hotéis no caso do ar condicionado? Melhor abrir a janela? Usar outras opções como ventilador, cobertor elétrico etc? RAFAEL SAAD – Os vírus se reproduzem dentro de hospedeiros e não irão se reproduzir no ambiente de ar condicionado como pode ocorrer com fungos, por exemplo. A recomendação no ar condicionado é para evitar que o vírus disperso no ar e capturado pelo sistema possa recircular. Os vírus são infinitamente pequenos até mesmo quando comparados com bactérias. Utilizar filtros adequados e mantê-los sempre limpos ajudam a aumentar a capacidade de filtragem e retenção de micro-organismos. O ar condicionado do tipo Split apenas recircula o ar do quarto, assim como o ventilador. Ele não renova o ar, ao menos que tenha uma entrada de ar (o que não faz muito sentido no caso do Split, por não ter capacidade de refrigerar o ar). O risco no caso dos ventiladores e splits é maior quando pensamos na manutenção e higiene dos quartos ou troca de hóspedes. Abrir as janelas normalmente é a melhor recomendação, pois favorece a renovação de ar, que é a principal recomendação nesse momento.

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Qual foi a recomendação da limpeza dos quartos dos hotéis pelas equipes? RAFAEL SAAD – Passamos as orientações de limpeza terminal semelhantes à que ocorre nos hospitais: não usar vassouras, limpar sempre do mais limpo para o mais sujo, utilizar panos descartáveis etc. A equipe deve ser treinada a realizar a limpeza e evitar ser substituída para manter o padrão.

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O álcool 70% ou o álcool gel substituem a lavagem das mãos? RAFAEL SAAD – O álcool pode ser usado sempre que as mãos não apresentarem sujidade aparente. Ele facilita nos ambientes em que não temos pia. Contudo, a higiene das mãos com água e sabão é sempre preferível se estiver disponível por perto.

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Ao sair na rua e retornar ao hotel, a roupa que estávamos usando deve ser retirada e separada? É preciso tomar banho a cada retorno ao quarto? RAFAEL SAAD – Ainda não há evidências de que a contaminação por esta via seja importante no caso do coronavírus. Mas também não há nada que diga o contrário. Por se tratar de uma doença nova e com aparente alto grau de contágio, temos recomendado esse cuidado sempre que voltamos para casa.

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Quais as recomendações para elevadores? RAFAEL SAAD – Distanciamento social e higiene das mãos antes e depois do acionamento.

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Ainda no trabalho com a GJP, quais as recomendações para os colaboradores e a entrada e saída de profissionais de serviço e materiais usados pelo hotel? RAFAEL SAAD – Check list para identificar sintomatologia, aferir temperatura, alternar turnos de entrada e recomendações quanto ao uso dos vestuários, troca de uniformes etc. Basicamente mantendo distanciamento, higienizando as mãos, utilizando máscaras e trocando a cada três/quatro horas.

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Alguns viajantes preferem alugar casas individuais a ficar no hotel. Faz sentido essa escolha em relação a saúde e segurança? RAFAEL SAAD – São escolhas: a casa individual pode oferecer alguma tranquilidade adicional por estar exclusiva para uma única fa-

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mília, sem a entrada de pessoas estranhas como acontece em hotéis. Contudo, poucas pessoas viajam para ficar presas em um quarto, a exposição no transporte e nos eventuais passeios será a mesma.

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Ir à praia é seguro? E na piscina do hotel? RAFAEL SAAD – Ainda não há consenso entre os especialistas. Muitos Estados seguem obrigando o uso de máscaras mesmo nestes espaços. As piscinas possuem limpeza com cloro ou ozônio, efetivas contra micro-organismos, mas a exposição pela circulação de pessoas em um ambiente mais úmido pode ser evitada até que se tenha evidências conclusivas.

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O transporte público é o lugar de maior risco de contrair o vírus? RAFAEL SAAD – É um espaço de risco como todo ambiente mais confinado e com aglomeração. Exige os mesmos cuidados para qualquer ambiente público.

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Pessoas com doenças como diabetes ou asma devem viajar nesse momento? E os idosos? RAFAEL SAAD – Todas as pessoas com doenças crônicas são mais propensas a complicações com a covid. O ideal é que sigam mantendo o máximo de isolamento e cuidados possíveis até que se tenha uma vacina efetiva.

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A checagem de temperatura em aeroportos e estabelecimentos é eficaz e recomendada? RAFAEL SAAD – É recomendado e ajuda a identificar pessoas doentes, as quais devem ser orientadas a buscar isolamento ou um serviço de saúde.

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E os testes negativos exigidos pelos destinos? Alguns pedem testes negativos feitos 24, 48 ou até dez dias antes da viagem. Outros fazem teste no aeroporto, na chegada do passageiro. RAFAEL SAAD – O teste que indica se uma


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pessoa está doente agora com bastante assertividade é o RT-PCR. É possível que a pessoa saia do laboratório onde colheu o exame, pegue um transporte público e chegue contaminada em casa. O resultado aparecerá em 24 horas nos bons laboratórios, o que complica a estratégia nos casos negativos. Para os positivos ele é determinante para o isolamento.

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Ao retornar de uma viagem a um destino com alto índice de infecções, devo fazer quarentena? RAFAEL SAAD – Alguns países têm recomendado essa prática. Se for possível, é importante. Os sintomas podem aparecer em média de três a sete dias da infecção, podendo haver fase ativa da doença por até 15 dias nos casos leves. A quarentena voluntária nesses casos pode ajudar a reduzir a contaminação.

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Devo viajar com crianças nesse período? Elas devem usar máscara? RAFAEL SAAD – A Sociedade Brasileira de Pediatria não recomenda máscara para crianças menores de seis anos, dado o risco de sufocamento, especialmente das crianças pequenas. Elas são um grupo aparentemente mais resistente, mas o grau de exposição das crianças em todo o mundo também tem sido pequeno com as escolas fechadas. Viajar ou não é uma escolha dos pais.

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Quais as recomendações para a realização e participação de eventos neste momento? RAFAEL SAAD – Os eventos seguem proibidos na maior parte dos Estados. O distanciamento social é a medida número um para evitar contaminação. É difícil predizer como estará a situação até o fim do ano, mas recomendamos por enquanto adotar a tecnologia para substituir a presença física.

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O que já aprendemos sobre a covid-19 e quais as perspectivas futu-

ras? RAFAEL SAAD – Aprendemos muito em um intervalo bastante curto de tempo. Há muitos aspectos da doença que seguem uma incógnita. Há sinais bastante promissores de que teremos uma vacina efetiva até o fim do ano ou início de 2021, mas pouco se sabe sobre a duração da cobertura dessa imunização. O fato é que teremos que aprender a conviver

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com essa doença da mesma forma que encaramos a gripe e as demais doenças contagiosas – higiene e imunização.

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Qual sua última viagem e como foi a experiência? RAFAEL SAAD – Estive em Boa Vista, Roraima, no final de julho. Primeiro voo desde 10 de março. Voei com duas grandes companhias. Poucas mudanças e apenas aquelas que impactam pouco nos custos da empresa. Entre as medidas efetivadas estão o distanciamento na fila e a redução do tumulto no embarque e no desembarque, além da distribuição eventual de álcool gel. Por outro lado, os passageiros permanecem sentados próximos e não é feita nenhuma aferição de temperatura ou pergunta sobre sintomas. Sinto que cabe aos viajantes se posicionarem mais claramente sobre o nível de cuidados que esperam das companhias para que algo de fato mude.

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E como foi a experiência nos aeroportos? RAFAEL SAAD – Circulei pelos aeroportos de Congonhas (SP), Brasília, Manaus e Boa Vista. Em nenhum deles observei rotinas diferentes no percurso entre entrada e portão de embarque. Parece que não está acontecendo nada de diferente. Há estratégias de comunicação por todo o lado, mas poucas iniciativas práticas de alto impacto: lojas seguem fechadas nas cidades com comércio restrito, mas os serviços de alimentação seguem trabalhando como antes. Nenhuma exigência de distanciamento nas filas de raio-X, por exemplo. Fica na responsabilidade exclusiva de quem viaja utilizar máscara, fazer o distanciamento e praticar uma rotina de higiene das mãos mais criteriosa. Há bastante coisa a melhorar.

Rafael Saad, gerente de Consultoria do Hospital Sírio-Libanês

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E a hospedagem em Boa Vista? RAFAEL SAAD – Fiquei em um grande hotel de Boa Vista, mas não estava minimamente preparado para a situação. A cidade como um todo desrespeita completamente as orientações de isolamento e uso de máscara. Rotinas de higiene, recepção e restaurante eram as mesmas de antes da pandemia. Apenas um cartaz na entrada do hotel sinalizando para a obrigatoriedade de uso da máscara, mas nenhuma preocupação do hotel em orientar sobre isso. Olho para essa postura e para o tipo de trabalho que estamos fazendo com o GJP e percebo claramente a diferença de compromisso com a saúde do hóspede.

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GJP E SÍRIO-LIBANÊS Já com seu processo de reabertura em andamento – até o final de agosto três dos dez empreendimentos da rede estarão reativados –, a GJP Hotels & Resorts realizou no final de julho uma live para clientes convidados detalhando sua jornada de retomada e o serviço repleto de protocolos da rede para o momento. A então diretora de Vendas e Marketing da rede, Ana Luiza Masagão, substituída na semana passada por Rodrigo Vaz, foi quem explicou as ações e como a empresa se prepara para oferecer uma experiência que permaneça prazerosa e com mais segurança. Na primeira edição do Conexão Virtual, a executiva recebeu o editor-chefe da PANROTAS, Artur Luiz Andrade, que ficou responsável pela mediação do debate; a infectologista do hospital Sírio-Libanês, Miriam Dal Ben, que participou da elaboração do protocolo que está em vigor na GJP; o influenciador Ricardo Freire, do blog Viaje na Viagem; e o viajante corporativo Danilo Nobre, da RIP Serviços Industriais. Ana Luiza destacou que a GJP procurou um parceiro de renome, que fosse capaz de transmitir confiança para que o viajante voltasse aos hotéis da marca e nesse momento apareceu a parceria com o Sírio-Libanês. O acordo da companhia hoteleira com o hospital resultou na criação do projeto Clean & Safe, que determina a conduta de funcionários e clientes no momento em que os meios de hospedagem voltarem a receber clientes.

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O Clean & Safe começa com treinamentos das equipes dos hotéis, com a implementação de novas rotinas e desemboca nas orientações que os hóspedes devem seguir para se manter seguros durante sua estada. Em todos as propriedades da empresa existem orientações de distanciamento, álcool gel disponível para utilização, incentivo à realização do pré-check- in on-line, intensificação na comunicação visual, capacidade reduzida de atendimento, criação de um web app para solicitação de serviços e novas experiências em alimentação e lazer. ANUÊNCIA DO HÓSPEDE Determinados pela parceria da rede com a instituição hospitalar, os protocolos implementados contam com o consentimento dos hóspedes que, na chegada, pelo aplicativo ou nos cadastros de ingresso, são convidados a assinar um termo de concordância. "Isso é fundamental e uma garantia para os outros clientes, dispostos a seguir regras. Achei ótimo e uma iniciativa de que ainda não tinha ouvido falar", opinou Ricardo Freire. O especialista em viagens acredita que apesar da vontade de viajar, ainda há muita insegurança, o que pode ser minimizado quando se sabe que existem ambientes com protocolos bem feitos e cumpridos. A rede também incentiva os seus clientes a conhecer melhor as medidas de momento pormenorizando no site e nas redes sociais


toda a nova rotina. Contando como são feitos os treinamentos e os trabalhos de limpeza em apartamentos e áreas comuns. HOTEL X HOSPITAL Durante os processos de criação e implementação das novas regras, a GJP teve a preocupação de não modificar demais a atmosfera hoteleira. De acordo com Ana Luiza, houve o cuidado de agir para que os corredores dos hotéis não fossem transformados em ambientes hospitalares. Nesse processo o hospital Sírio-Libanês seguiu colaborando. "Quando se pensa em ações para a retomada, temos que ajustar os protocolos de mitigação para garantir segurança, mas mantendo o objetivo de um hotel", afirmou a médica Miriam Dal Ben. A infectologista conta que a implementação dos protocolos se deu em dois momentos. O primeiro foi o de rever processos já em vigor, como eles podiam ser melhorados e onde entrariam as mudanças criando rotinas mais seguras. O segundo é perceber como se dá a adesão dos clientes e trabalhar pela melhoria contínua dos protocolos. Tanto que haverá uma certificação dos hotéis e um acompanhamento da evolução e manutenção dos protocolos. LIMPEZA E EQUIPAMENTOS Numa das questões levantadas pela audiência, os equipamentos e a limpeza feita neles foi o tema da discussão. Ana Luiza lembrou que aí está uma das mudanças invisíveis, mas que fazem toda a diferença na operação. "Aumentamos a frequência de limpeza em aparelhos como o ar condicionado, que agora tem o filtro limpado com maior periodicidade e a parte externa esterilizada com desinfetante a cada nova arrumação no apartamento", comentou. A limpeza dos quartos passou a ser feita a cada dois dias, mas pode acontecer diariamente, caso haja solicitação dos clientes. Já nos restaurantes, a regra número um é manter a distância. As mesas ficam distantes e opções de café da manhã, por exemplo, já não são mais como antes. "Agora temos um bufê individual, com opções embaladas. As refeições também podem ser servidas no quarto", lembra a diretora da GJP. A médica do Sírio desmistificou alguns itens, como túnel de desinfecção e tapetes com a mesma finalidade, como ressaltou Rafael Saad na entrevista à Revista PANROTAS. Segundo ela, não têm efeito prático. Higienização das mãos, não levar a mão às mucosas antes de lavá-las, uso de máscara e distanciamento são as medidas eficazes. Danilo Nobre, que teve de viajar a trabalho nos primeiros meses de pandemia, entre Viracopos e Vitória, atestou isso e disse que ficou tenso, mas viu que os equipamentos estavam com os protocolos, o que lhe deu mais segurança. A adesão às medidas recomendadas é sua principal dica. O cuidado consigo mesmo e com os outros.

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OPINIÃO DIVIDIDA A opinião de quem viajou durante o período de quarentena se divide entre a segurança e a insegurança em relação aos protocolos. Veja os relatos a respeito do “novo normal”: Gabriel Gravatá, viajante corporativo frequente de uma grande consultoria financeira Viagem: CGH-BSB, começo de agosto “Foi minha primeira viagem desde março. Compromisso profissional. Me chamou atenção que Congonhas estava muito vazio, e isso foi nítido desde a movimentação na rua, sem fila de carro, de táxi, sem fila de embarque. A primeira impressão, portanto, foi boa, me deu sensação de segurança. Por outro lado, não vi nenhum outro tipo de ação especial, nada incomum, nenhuma orientação profissional do aeroporto ou da companhia para facilitar o distanciamento. Embarquei de Latam, em assento premium, por uma questão de conforto, mas o voo estava bem vazio e isso consequentemente gerou um espaçamento entre os passageiros. Mediram minha temperatura no portão de embarque, todo staff usava máscara e luvas e nenhum passageiro descumpriu o uso dos equipamentos. O que me fez sentir seguro de fato foi o espaço entre as pessoas, mas não sei dizer se isso parte da companhia/aeroporto ou é apenas falta de demanda por conta da pandemia. Em nenhum momento me senti extremamente exposto, portanto, posso dizer que foi uma experiência positiva. Me senti seguro, pronto para voltar a São Paulo e realizar outras viagens a trabalho quando necessário. Heloisa Prass, diretora de Marketing da PANROTAS Viagem: GRU-POA, começo de agosto “Fiz uma viagem para visitar minha mãe no Rio Grande do Sul, e confesso que fiquei muito desapontada assim que cheguei no Aeroporto de Guarulhos. Me senti mal recebida, tendo em vista que há meses estão reforçando a necessidade com os protocolos, com os mínimos detalhes, e muitos deles não pareciam estar aplicados.

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As filas para o despacho de bagagem eram enormes, o respeito ao distanciamento nas mesmas não era controlado por ninguém. Todas as pessoas presentes, que surpreendentemente eram muitas, usavam máscaras, mas esse é o mínimo. Meu check-in já havia sido feito on-line. O portão de embarque não está sendo anunciado com muita antecedência ao voo, o que é compreensível, para evitar aglomeração no portão, mas isso também faz com que as pessoas circulem mais. Não aferiram minha temperatura em nenhum momento e os dispositivos de álcool em gel não me pareceram em quantidade suficiente. No portão de embarque, as poltronas estavam sinalizadas a fim de distanciar as pessoas, mas ainda assim muito próximas umas das outras. O que mais me surpreendeu no embarque é que a circulação das pessoas não foi alterada. Busquei me distanciar em um canto onde teoricamente não passaria muita gente, mas não adiantou. Mesmo em corredores estreitos, passageiros e funcionários se cruzavam a todo tempo. Foi complicado achar uma área mais reservada, com menos movimentação. O pior aspecto em toda a experiência foi o banheiro do aeroporto paulista: sujo, nitidamente com falta de manutenção. Não vi nenhuma mudança que permitisse com que as pessoas se distanciassem no banheiro. Remoto, o meu embarque teve poucas mudanças: pessoas aglomeradas nas filas para entrar e sair do ônibus, ainda que o veículo estivesse sinalizado visando ao distanciamento dos passageiros. Para embarcar no avião, também não havia ninguém orientando. O serviço de bordo foi copo d'água e cookies. A bordo, pouca diferença a não ser as máscaras. O comandante mencionou a eficiência dos filtros de ar da aeronave e pouco comentou sobre o momento em que vivemos. E na hora de desembarcar, nada de ‘novo normal’: as pessoas levantaram e se aglomeravam novamente para deixar o avião. Chegando no aeroporto de Porto Alegre, a sensação é de que não estávamos em uma pandemia. Vale lembrar que no Rio Grande do Sul a situação também é gravíssima. Aluguei carro e nesta experiência também não senti nada de diferente, desde a van cheia de gente para nos levar à locadora até o veículo alugado, pelo qual dependemos da confiança na locadora, pois pouca ou nenhuma diferença pode ser sentida no processo de aluguel. No fim das contas, não me senti relaxada em nenhum momento. Acredito que ainda não valha o risco de viajar a lazer. Viagens, por enquanto, só necessidade familiar ou de trabalho muito grandes.

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Karen Schmidt, diretora associada da BWH Hotel Group no Brasil Viagem: GRU-MEX-CUN, final de julho “Fiz uma viagem de lazer ao Hard Rock Cancun e no geral tive uma experiência segura. Se todas as experiências estiverem iguais, acredito que a retomada pode acontecer mais rápido do que muitos esperam no internacional. No hotel, a aferição de temperatura era obrigatória a cada entrada e saída. Lojas, restaurantes e hotéis todos dispondo de álcool em gel e até máscaras para os visitantes e staff. Infelizmente alguns turistas estrangeiros desrespeitam a questão do uso de máscaras, mas a maioria está consciente. O voo rumo a Cancun estava lotado de brasileiro, outro indício importante de retomada. Entre as atividades de lazer, fiz mergulho e snorkel, e todo cuidado com a saúde e higiene estava sendo tomado pelos receptivos. Os equipamentos são individuais, de maneira que cada pessoa pega respirador lacrado e pode levá-los para casa. Tanto o hotel quanto o receptivo Best Day Travel (HotelDo no Brasil) estão respeitando todas as medidas possíveis. Distanciamento em locais de possíveis aglomerações, higienização de malas e equipamentos etc. O único ponto, em toda a viagem, em que não me senti tão segura foi no voo, que estava lotado, acredito que por conta da diminuição da oferta. No embarque em Guarulhos, os protocolos foram respeitados. Todos de máscara, com acrílico nos balcões de atendimento, recomendando o uso de dispositivo próprio para os bilhetes, manuseamento de mala é feito pelo próprio viajante. No México, todo o piso está sinalizado para manutenção da distância. Lá também há um formulário de saúde obrigatório, que a maioria faz por meio digital, via QR Code. Na volta do México para o Brasil, a Aeromexico me cobrou exame negativado da covid-19. Não tinham cobrando na chegada. Por sorte tínhamos. Na chegada ao Brasil, os cuidados se restringem aos próprios passageiros, com máscara. Não tinha nada diferente, não aferiram temperatura. Sinto que aqui não estão dando tanta importância, não estão se apegando à questão. Ao menos para mim, a única diferença na chegada ao Brasil foi o uso de máscara.

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Leonor Bernhoeft – diretora da LTN Brasil GRU-MCZ, em abril e em julho “Minha experiência de viajar a Maceió a lazer foi positiva, mas ainda se fazem necessárias algumas mudanças importantes. Com a malha reduzida, os voos estão cheios e ainda existe aglomeração na hora do embarque. Isto causa um certo desconforto, pois as pessoas se agitam e ficam todas em pé, sem o mínimo respeito ao distanciamento. Acredito que as companhias aéreas deveriam ser mais incisivas neste momento. Faltam também pessoas para aferição de temperatura. Uma mudança importante é a nova regra de desembarque, por fileiras, enquanto os demais devem permanecer sentados. Isto deveria vir para ficar, pois antes era aquela confusão de pegar mala do bagageiro superior. Realmente esta foi uma mudança que funciona mesmo e elimina a aglomeração. Outra necessidade de melhoria é na hora de pegar a bagagem. Mesmo que sejam orientadas a não aglomerar, por meio de sinalizações, as pessoas estão aglomerando para pegar as malas na esteira. Acredito que com uma equipe em solo orientando, essa prática diminuiria. Estou otimista para o retorno gradativo dos voos e das viagens. Um aspecto positivo em tudo isso é que, sem dúvidas, viajaremos com mais cuidados de higiene e respeito ao próximo.” n

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Artigo

Insights da Quarentena: Como a Hotelaria e o Turismo devem encarar a retomada Por Fernando Gagliardi, diretor de Marketing e Vendas da Meliá para América do Sul

O isolamento nos obrigou a criar novas maneiras de ser relevantes. Tiramos algumas lições do período e vimos que, com criatividade e a ajuda do mundo virtual, é possível ser otimista. A quarentena está trazendo uma oportunidade para a Meliá Hotels International: estreitar o relacionamento e se aproximar dos operadores e agentes de viagens. Nesta pandemia, abrimos um canal direto com esta comunidade tão importante no momento de decisão de uma viagem, por meio do Meliá PRO Travel Labs, um programa totalmente on-line que implementamos em nossas redes sociais desde abril. O Travel Labs foi uma decisão de transformar nosso canal B2B em uma comunidade virtual da Meliá no Facebook 34

para mostrar nossa rede hoteleira, falar das novidades em nossas operações e atualizar os profissionais sobre temas relevantes do mercado turístico. Por meio de webinars, mesas redondas e tours virtuais pelos hotéis, lançamos temas variados, sejam eles para discutir sobre o novo comportamento diante da pandemia, diretrizes e protocolos de como os clientes serão recebidos a partir deste novo cenário etc. E sempre com a participação de especialistas do mercado e colaboradores internos. Muitos insights foram tirados destas conversas. Os principais dizem respeito ao maior uso de ferramentas digitais, que é uma tendência inevitável. Mas sem deixar de lado o cuidado humano que sempre caracterizou o serviço hoteleiro. A era tecnológica chegou com tudo e veio para ficar. O check in virtual, toda a comunicação com hóspedes através de plataforma digital – seja para pedir comida até para fechar a conta da estada – já está na pauta dos hotéis. Todo o segmento está refazendo sites e pensando em todas as funcionalidades que podem ser aplicadas para ajustar este processo. Dada a nova rotina que o viajante passará a viver, a flexibilização do mercado e das condições que a hotelaria vai oferecer aos seus hóspedes precisa ser encarada como a nova realidade, neste

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sentido o cancelamento, por exemplo, tem que ser facilitado. Com relação aos protocolos de segurança e higiene, a hotelaria tem que achar uma maneira de converter seu serviço e seu know how em uma real adaptação da experiência de hospedagem. Nenhum hóspede quer ir para um hotel achando que está entrando em um hospital. Quarto limpo, máscara e álcool em gel não podem ser destaques nos procedimentos de segurança, isso é o mínimo, o básico. Temos que realmente pensar em todos os detalhes, implementar regras, fazer disso uma bandeira e informar aos hóspedes para que eles se sintam seguros, mas sem deixar de propiciar a eles uma estada agradável. Sobre as viagens, o setor já começa a sentir um aquecimento. Neste momento atual, dois tipos de Turismo estão em alta: o afetivo, onde as pessoas começam a viajar para visitar familiares, parentes e amigos; e o ecológico, que são as viagens para destinos com grandes áreas livres e menor risco de contaminação. Roteiros rodoviários e próximos de casa – até 300 quilômetros – também estão sendo priorizados agora, até porque a malha aérea está com oferta reduzida. Mas o otimismo está presente no setor: já aumentaram em 30% as buscas por viagens em plataformas (no começo da pandemia, a busca estava perto de zero), e 40% delas são para este ano ainda. A partir dos próximos meses, esperamos uma retomada gradual no setor de Viagens e Turismo. Essa caminhada certamente será mais fácil e produtiva se estivermos alinhados com todos os nossos pares. Treinamento, informação e comunicação são a chave para a reconstrução da confiança do viajante em nossos serviços.n


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Eventos híbridos

VAI À ABAV ESTE ANO? Artur Luiz Andrade

Marcado de 27 de setembro a 2 de outubro para os profissionais de Turismo e de 2 a 9 de outubro para o consumidor final, com a Black Friday de Viagens 2020, o Abav Collab, evento organizado pela Abav Nacional não é:

Não é um evento 100% virtual, pois incluirá ações presenciais em drive-ins e atrações turísticas do Brasil e Exterior, além de outras surpresas que estão sendo preparadas. É sim um evento híbrido.

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Não é uma versão on-line da Abav Expo. A feira presencial só irá acontecer em 2021, em São Paulo, e o Abav Collab é um evento novo, pensado para ocorrer em uma plataforma digital e em locais onde os protocolos de saúde permitam encontros diferenciados.

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Não é um compilado de capacitações, lives ou treinamentos on-line e sim um encontro de profissionais de Turismo para falar de negócios, retomada, aprendizado, conhecimento, produtos e relacionamento.

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Não é um evento só da Abav. Como o próprio nome diz, é colaborativo, e terá outras entidades participando ativamente, como o Ministério do Turism, Braztoa, Clia, AirTkt, Abracorp, entre outras. Os secretários de Turismo, via Fornatur, prometem ações exclusivas dos destinos.

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Não é um evento estático e para participantes passivos. Haverá muita interatividade, gamificação (os visitantes acumulam prêmios e podem ganhar produtos de Viagens que deverão ser vendidos em suas agências, ajudando a criar renda nesse momento difícil), ações de relax (como aulas promovidas por empresas e destinos) e até a parte social, nos happy hours em drive-ins do País. Dito isso, vamos a mais detalhes do evento, nessa entrevista com a presidente da Abav Nacional, Magda Nassar (o vídeo da entrevista está disponível em nosso canal no YouTube e no Portal PANROTAS). “O Abav Collab é um evento 100% pensado para o nosso momento atual, com uma plataforma muito dinâmica, ações presenciais pelo Brasil e no Exterior, e não substitui a Abav Expo, transferida para 2021 por causa da pandemia e da nossa responsabilidade com o momento do País”, disse Magda Nassar à PANROTAS. E estar juntos, em uma indústria colaborativa, é o mote do evento, daí o nome “collab”, valorizando o profissional de Turismo, o agente de viagens, que se mostrou um herói na linha de frente do atendimento ao cliente na pandemia, e desenhando uma retomada consciente, com foco no Brasil, claro, mas com todos os produtos do mundo presentes, de forma muito criativa, interativa e “com respeito a essa indústria que tem sofrido tanto”. Magda Nassar acredita que em setembro já teremos uma visão mais clara dos caminhos de retomada dos negócios e será o momento ideal para esse encontro híbrido (plataforma digital mais ações presenciais), onde todo o Brasil se encontrará e debaterá o Turismo, além de ver produtos, oportunidades e fazer negócios para recuperar o tempo e os recursos perdidos por causa da pandemia.

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ABERTURA Será em 27 de setembro, um domingo, Dia Mundial do Turismo. A ideia é fazer uma cerimônia ao vivo, com autoridades, em um ponto turístico do Brasil. “Queremos mostrar toda a diversidade do País no evento, começando pela abertura”, disse Magda. O dia seguinte, 28 de setembro, será para que os usuários conheçam a plataforma digital da empresa americana 6Connex, onde tudo (ou quase tudo ocorrerá). Haverá tutoriais e o visitante poderá navegar em uma prévia do evento, montando sua agenda e se familiarizando com a ferramenta, que Magda afirma ser muito fácil de usar, bem amigável. “É como se você entrasse no lobby de um centro de convenções e escolhesse para onde ir, só que em vez de seguir as placas, clicando em botões que levam à área de feira, aos treinamentos, a um ambiente de chat para relacionamento, entre outros”, explica.

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INCOMING No dia 29 de setembro a Abav promove, dentro da plataforma do Abav Collab, um evento fechado para associados, com foco no incoming internacional. A plataforma tem tradução para 20 idiomas e a Abav quer mostrar ao mundo a força do Turismo do Brasil, sua capacidade de recuperação e os caminhos de investimento. Se o momento imediato é a chance de redescobrirmos o Brasil, sabemos que o Turismo completo inclui emissivo e receptivo, nacional e internacional, regional e longa distância. Por isso, o Brasil quer mostrar ao mundo, no Abav Collab, que essa é a oportunidade de os estrangeiros conhecerem nosso País também e de nós planejarmos novas aventuras mundo afora. A FEIRA 30 de setembro, 1 e 2 de outubro são os dias oficiais do evento para os profissionais, onde eles poderão percorrer os corredores da feira, em um ambiente de relacionamento, os estandes e as sa-

las de treinamento e capacitação (cinco no total, com capacidade para 1 mil pessoas por palestra – algumas ao vivo, outras gravadas). A previsão é receber cerca de 150 empresas com estandes virtuais, sendo que muitos serão cooperados. A plataforma estará disponível até o começo de janeiro de 2021, e, além do conteúdo poder ser acessado on-demand, a Abav promete criar novas ações até lá. BLACK FRIDAY DA ABAV De 2 a 9 de outubro a Abav promove mais uma edição da Black Friday de Viagens, para os consumidores. Haverá um botão separado no lobby virtual do Abav Collab e os viajantes terão acesso a promoções e oportunidades de viagens de fornecedores diversos, com venda on-line por meio de agências de viagens associadas à Abav. Essas agências devem se cadastrar previamente, como na Black Friday do ano passado, na Abav Expo.

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INSCRIÇÕES Os participantes terão de se inscrever previamente (a data será divulgada nos próximos dias) para participar do evento, e montarem sua agenda de visitas, encontros, reuniões, palestras e treinamentos. “Dessa vez todos os profissionais das agências podem participar. Em uma feira física, apenas um ou dois profissionais acabam viajando. Agora, nossa plataforma permite que todos entrem, participem, assistam às palestras e capacitações e interajam com os fornecedores e demais visitantes”, ressalta Magda Nassar. PROGRAMA DE PRÊMIOS Cada participação no evento (assistir a uma palestra, visitar um estande, fazer algum download de conteúdo, participar de uma ativação, ir a uma atividade externa) vai gerar pontos para os agentes de viagens. Os prêmios no final serão produtos e serviços de viagens (passagens aéreas, hospedagens, ingressos etc) que o agente usará não para viajar e sim para vender em sua empresa. “Pensando na questão financeira das agências, queremos que esses prêmios se convertam em vendas. Então os prêmios terão obrigatoriamente que ser vendidos pelas agências, e sabemos que uma venda sempre traz outra e

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assim incentivaremos os negócios nesse momento tão difícil para nosso setor”, explica Magda. RELACIONAMENTO VIRTUAL A Abav sabe que seus eventos são importantes também para relacionamento, por isso criou os encontros presenciais nos drive-ins (um happy hour adaptado aos tempos atuais), ações que ressaltarão os destinos turísticos do Brasil e do Exterior (alguns parceiros de fora também se conectarão ao vivo com o evento) e ainda terá um espaço virtual, na plataforma, em que os participantes poderão conversar individualmente ou em grupo, de forma privada ou pública, para estreitar laços com outros integrantes do Abav Collab. Viu alguém conversando no espaço de chat? Mande uma mensagem, troque cartão, chame para uma reunião privada. A plataforma permite tudo isso. CAPACITAÇÃO O participante montará sua agenda de treinamentos, palestras e debates, mas também pode ter acesso on-demand posteriormente, já que vários momentos ocorrem simultaneamente. Alguns debates serão ao vivo, outros gravados e também haverá apresentações curtas, no modelo TED.


CARRINHO DE COMPRAS E AVISOS Durante a visita ao evento virtual, o participante pode ir colocando no seu carrinho ou sacola de compras lembretes de palestras para assistir, visitas a estandes e reuniões. Se entrou em um estande e a pessoa com quem quer falar está ocupada, o sistema avisará quando houver disponibilidade. Para isso, o visitante precisa adicionar essa demanda ao carrinho. ESTANDES Haverá estandes de três tamanhos e as empresas podem fazer ativações, deixar profissionais para o atendimento via chat, e colocar material disponível para download, como vídeos e folheteria digital. PANROTAS A PANROTAS estará presente na Abav Collab, com edições especiais, ativações e conteúdo exclusivo que sempre prepara para os eventos Abav, além de todas as informações da retomada do setor no Brasil e no mundo.

MOMENTO BRASIL O Abav Collab terá o foco nos destinos do Brasil. E a Abav está sugerindo que os destinos participem com treinamentos e ao final com momentos mais informais, como aulas de culinária ou dança, artesanato, entre outras. O Ministério do Turismo terá uma área exclusiva no evento. COLLAB Braztoa, Clia, Abracorp, Fornatur, AirTkt, MTur... todas as associações estarão presentes no evento, para fortalecer e dar mais diversidade e amplitude ao mesmo. “Estamos pensando em qualidade e para isso a união é importante. A experiência política dessa pandemia, com várias reuniões com Brasília, com as entidades todas juntas, nos ensinou, ou melhor, nos mostrou que sem essa união não conseguiremos êxito em nossas demandas. E com o Abav Collab também será assim. Todos juntos no evento, valorizando o agente de viagens e o Turismo brasileiro”, finaliza Magda. Saiba mais em www.abavcollab.com.br.n

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MP PARA A VOLTA DOS 6% Na entrevista ao Portal PANROTAS a presidente da Abav Nacional, Magda Nassar, também atualizou o setor sobre as reivindicações e batalhas do Turismo em Brasília. A líder da Abav afirmou que o Ministério do Turismo já tem pronta a proposta de uma nova MP para a questão do imposto sobre remessas ao Exterior. Pela nova proposta o imposto voltaria aos 6% dos últimos quatro anos, mas para as entidades de agenciamento o ideal e justo seria zerar esse imposto, considerado indevido e uma bitributação. “Infelizmente a MP anterior teve um entendimento errado e as entidades e o MTur estão trabalhando desde o momento do veto na criação de uma nova medida provisória. Os 6% nos atenderam nos últimos quatro anos e a proposta é que eles retornem, mas queremos zerar este imposto. A Receita (Federal) ainda não entende isso, mas é nossa luta, especialmente das entidades de agenciamento”, explicou. O imposto, com o veto da MP pelo Executivo, hoje está em 25% (chegando a 33% nas contas finais), o que, somado à alta do dólar frente ao real, inviabiliza e encarece as viagens internacionais na retomada prevista para o final do ano. E também incentivaria a compra direta com fornecedores de fora, arruinando toda uma cadeia produtiva. Magda Nassar também comemorou duas outras conquistas do Turismo. “Conseguimos aprovar a MP 944, de reforço ao crédito, e incluir o Fungetur nessa MP, o que vai melhorar o escoamento dessas linhas de crédito. O Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte) melhorou a situação, mas não é suficiente”, avalia. Outra vitória foi a transformação da MP 948 no projeto de lei 29, que regulamenta a rela-

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ção dos fornecedores de Viagens, Turismo e Eventos com consumidores durante a pandemia. “As associações mais uma vez participaram ativamente dessa vitória, junto com o relator, o deputado Felipe Carreras, e conseguimos um texto que regulamenta essa relação. A inclusão do comissionamento dos agentes de viagens foi justa e devida, e nos dá um instrumento, quando sancionado pelo presidente (até a sexta-feira, 7 de agosto, ainda não havia sido assinado), para argumentar e negociar de forma mais clara com os clientes”, comenta Magda Nassar. EMPREGOS Para ela, o trabalho em Brasília é contínuo de todas as entidades. Por exemplo, na questão trabalhista. Além da extensão da MP 936, o Turismo pede um tratamento exclusivo. Segundo a presidente da Abav, o setor foi incluído nas medidas horizontais do governo, mas a forma como foi atingido pela crise da pandemia deveria fazer com que fosse tratado de forma diferente. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA Outra questão relevante para a Abav e que avançou é em relação à responsabilidade solidária das agências no total de uma viagem. “O Senacom, o Ministério da Justiça e principalmente o Ministério do Turismo já têm um entendimento de como funciona a cadeia do Turismo”, declara. “Se tem algo positivo dessa pandemia para o Turismo é essa nova voz que temos e que é ouvida em Brasília. Tentamos com a Lei Geral do Turismo, mas não foi possível. O ministro Marcelo (Álvaro Antônio) tem trabalhado muito ao lado do setor e Brasília já entende melhor como funciona a cadeia do Turismo”, finaliza.n


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